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DIEGO ANTONIO DE OLIVEIRA RIBEIRO

A SOCIEDADE ATUAL E SUAS RELAÇÕES COM OS ASPECTOS


EDUCACIONAIS E SOCIOECONOMICOS

IRETAMA
2022
DIEGO ANTONIO DE OLIVEIRA RIBEIRO

A SOCIEDADE ATUAL E SUAS RELAÇÕES COM OS ASPECTOS


EDUCACIONAIS E SOCIECONOMICOS

1.0 Introdução

A sociedade atual caracteriza-se por não ser um todo monolítico único. A


sociedade é cheia de diferenças, diversidade, elementos, características,
realidades, circunstâncias, maiores e menores, que afetam cada um dos
grupos humanos para aqueles que pertencem, seja por motivos étnicos,
linguísticos, religiosos, sociais, profissionais, etc. Na verdade, podemos
pertencer a diferentes grupos ao mesmo tempo, seja por motivos de origem,
escolha, formação, critérios profissionais, até e inclusive escolhendo a opção
inativa, etc. A mesma pessoa pode treinar bem sua realidade vital com aquela
bagagem que recebemos de nossos pais e antepassados, bem com aquela
que adquiridos com a formação recebida e com a sua prática profissional, seja
com a escolha dos nossos amigos, bem como em nossa vontade de conquistar
nossos desejos. A forma como ocorrem os avanços científicos e tecnológicos é
vertiginosa. É muito mais rápido do que o tempo que o homem precisa para
internalizá-lo e se adaptar. As novas demandas decorrentes dessas
transformações são impostas e o sujeito fica desprovido de recursos.

1.1 Educação

Existe uma relação complexa entre a sociedade e uma instituição


educativa, pois a sociedade é o resultado da escola que nos permitimos ter e a
escola é o que a sociedade quis que fosse. Além de proporcionar
conhecimento e aprendizado; a educação enriquece a cultura, o espírito, os
valores e tudo o que nos caracteriza como seres humanos. Em tal sentido
Micelli ( 2002, p.09) alude que no campo social a educação é necessária em
todos os aspectos para alcançar melhores níveis de bem-estar social e
crescimento econômico; nivelar as desigualdades econômicas e
sociais; promover a mobilidade social das pessoas; ter acesso a melhores
níveis de emprego; elevar as condições culturais da população; ampliar as
oportunidades para os jovens; revigorar os valores cívicos que fortalecem as
relações das sociedades; para o progresso democrático e o fortalecimento do
Estado de direito. Destas abordagens, deve-se notar então que a educação é o
motor que impulsiona o nível de desenvolvimento de um país, é a força de seus
sistemas educacionais e de pesquisa científica e tecnológica; além de fator que
acelera o desenvolvimento das tecnologias de mídia e informação, é aí que
reside a importância da educação para uma sociedade, tornando-se um
elemento vital e essencial.
Em virtude do exposto, deve-se afirmar que no nascimento deste novo
século, observa-se uma demanda sem precedentes pela educação,
acompanhada de uma grande transformação da mesma, e uma maior
consciência da importância fundamental da educação. desenvolvimento e para
a construção do futuro, para o qual as novas gerações devem estar preparadas
com novas competências e novos conhecimentos e ideais. Nesse sentido, de
acordo com Castells (1997, p. 136), a importância da educação em uma
sociedade em transformação está no rejuvenescimento e incremento que ela
traz aos direitos humanos e à dignidade das pessoas que a compõem, a
extinção das desigualdades, o fortalecimento do desenvolvimento sustentável.
desenvolvimentos criativos e emocionais, mudanças de valores. A partir dessas
abordagens, todo indivíduo, profissional ou sujeito que, portanto, compõe uma
sociedade, deve considerar dar uma visão ampla à grande importância da
educação no social; uma vez que é o canal para transformar e promover a
mudança e o progresso da sociedade. Dada a sua abrangência, os
profissionais da educação devem refletir sobre ela de forma ambiciosa e
formular uma visão a este respeito numa sociedade em mudança. Para isso,
devemos debater e dialogar em todos os níveis de forma ambiciosa e
inspiradora, a fim de nos dirigirmos às pessoas que vivem nesta nova era
social.

1.2 As relações de trabalho


Para analisar o futuro do trabalho que queremos, é essencial ter clareza
sobre a função do trabalho para as pessoas e para a sociedade. A priori,
admitimos que, para grande parte da humanidade, o trabalho é uma questão
de sobrevivência, o meio essencial para garantir recursos e assim evitar a
miséria.
As relações de trabalho são aquelas estabelecidas entre três elementos
essenciais: por um lado, o trabalho; de outro, salários, vencimentos ou capital
e, por fim, o processo de produção. Neste caso, as relações de trabalho são
entre duas pessoas. De um lado, o trabalhador, que é aquele que fornece o
trabalho. Por outro lado, o empregador, empresário, empresa, pessoa física ou
jurídica, que é quem fornece o capital e o processo produtivo.
Atualmente, todas as relações de trabalho são regidas por um contrato
de trabalho que vincula ambas as figuras. Isso serve para regular as condições
de trabalho, sempre com base no fato de que as cláusulas do contrato estão de
acordo com a legislação vigente.
Atualmente, as relações de trabalho mudaram, não só pela entrada da
tecnologia nas empresas, mas também porque o mundo não para de
avançar. Novas descobertas, carreiras e empregos transformaram o que antes
era conhecido como relação entre trabalhador e empregador em outra
direção. Não só pelo trabalhador, mas também pelo empregador.
De acordo com Nogueira (1983, p.21), a experiência pessoal de
trabalho também depende do grau de conexão com outros – pares,
empregadores, empregados – e com a sociedade no seu conjunto. A
importância dessa conexão é claramente perceptível quando interrompida, no
devastador impacto psicológico do desemprego. De fato, trabalho fornece toda
uma rede de conexões entre a pessoa e a sociedade: a conexões formais de
leis e convênios; conexões pessoais e colaborativas com quem você interage
no trabalho; conexões associativas e comunitárias que normalmente gera o
trabalho; as conexões de material e imagem que definem a hierarquia e status;
e as conexões que definem o equilíbrio e o desequilíbrio entre vida privada e
vida profissional.

1.3 As relações interpessoais


Por relação social deve-se entender a realidade imaterial (que está no
espaço-tempo) do inter-humano, ou seja, aquilo que está entre os sujeitos
agentes. Como tal, constitui a sua orientação e interação, distinguindo-se do
que há nos atores singulares —individuais ou coletivos— considerados como
polos ou termos da relação. De acordo com Donati ( 2016, p.96) essa
realidade, composta conjuntamente por elementos objetivos (independentes
dos sujeitos: propriedades do sistema de interação como tal) e elementos
subjetivos (dependentes da subjetividade: condições e características da
comunicação intersubjetiva), é a esfera na qual se definem tanto a distância
quanto a integração dos indivíduos em relação à sociedade: depende dela se,
de que forma, medida e qualidade o indivíduo pode distanciar-se ou envolver-
se em relação a outros sujeitos, ao instituições e, em geral, sobre a dinâmica
da vida social.
As sociedades humanas são feitas da interação conflituosa entre os
seres humanos organizados dentro e em torno de uma dada estrutura social.
Como afirma Giddens (1997, p.128), essa estrutura social é formada pela
interação entre relações produção/consumo; relações de experiência e
relações de poder. O significado é constantemente produzido e reproduzido por
meio da interação simbólica de atores enquadrados por esta estrutura social e
que eles estão ao mesmo tempo agindo para alterá-lo ou reproduzi-lo. A nova
literatura social chama de significado, a identificação simbólica de um ator do
propósito de sua ação. A consolidação do sentido compartilhado por
cristalizações práticas em configurações espaço-temporais cria culturas, ou
seja, sistemas de valores e crenças que informam códigos de comportamento,
não há dominância sistêmica nesta matriz de relacionamentos.
A nossa é uma sociedade em rede, ou seja, uma sociedade construída
em torno de redes pessoais e corporativas operadas por redes digitais que se
comunicam pela Internet. E como as redes são globais e não conhecem limites,
a sociedade em rede é uma sociedade de redes globais. Essa estrutura social
típica desse momento histórico é resultado da interação entre o paradigma
tecnológico emergente baseado na revolução digital e certas mudanças
socioculturais de longo alcance. Uma primeira dimensão dessas mudanças é o
surgimento do que chamamos de sociedade egocêntrica, ou, em termos
sociológicos, o processo de individualização, o declínio da comunidade
entendida em termos de espaço, trabalho, família e filiação em geral. Não se
trata do fim da comunidade, nem da interação localizada em um lugar.

O processo de individualização não é atribuído exclusivamente à


evolução cultural, mas ao resultado material das novas formas de organização
da atividade econômica, política e vida social, como já analisei em minha
trilogia sobre a era da informação (Castells, 1996-2003). Baseia-se na
transformação do espaço (vida metropolitana), do trabalho e da atividade
econômica (aparecimento da empresa em rede e dos processos de trabalho
em rede) e da cultura e das comunicações (transição da comunicação de
massa baseada na mídia para a autocomunicação de massa baseada na
internet); na crise do modelo de família patriarcal, com crescente autonomia de
seus diferentes membros; na substituição da política midiática pela política
partidária de massas; mas a individualização não significa isolamento nem,
claro, o fim da comunidade. A sociabilidade é reconstruída sob a forma de
individualismo e comunidade em rede através da busca por pessoas afins, em
um processo que combina interação virtual (online) com interação real (offline),
ciberespaço com espaço físico e local.

1.4 Considerações finais

Como observado, sociologia estuda as sociedades humanas,


considerando-as como uma estrutura de sentido, um conjunto de relações e um
lugar onde ocorrem os fatos sociais, ou seja, eventos de uma natureza social
específica. Nesse sentido, diversas abordagens do social interessam à
sociologia, a descoberta da sociedade, a nova reflexão sociológica, parte
precisamente da observação das novas práticas de ação e das novas relações
sociais que se estabelecem entre os indivíduos. A relação social é o elemento
característico e peculiar que distingue a aventura sociológica da reflexão sobre
o social que a precede. Acreditamos que essa aventura e essa "imaginação"
ainda devem ser ampliadas, e que novas áreas de ordem e mudança social
contemporâneas a nós devem ser exploradas. Por um paradigma que tenha
como fundamento um equilíbrio mais completo entre os princípios que
nortearam a revoluções sociais, prestando finalmente a devida atenção ao
"relacionamento fraterno".
De fato, se a reflexão sociológica contemporânea atribui um papel
fundamental à desigualdade e o mesmo é feito para o princípio da liberdade útil
na análise dos regimes democráticos, o uso do conceito de fraternidade ainda
aguarda uma sistematização teórica e seu uso na análise empírica.
Em suma, nossos tempos parecem trazer a necessidade de um novo
"paradigma" do social.

2.0 Referências

CASTELLS, M. (1997). A era da informação. Economia, sociedade e cultura,


Vol. I: A sociedade em rede. Madrid: Aliança Editorial.

DONATI, P. & Solci, R. (2016). Bens relacionais: o que são e que efeitos
produzem. Turim, Itália: Bollati Boringhieri.

GIDDENS, A: Modernidade e identidade de si, Barcelona, Península, 1997

MICELLI, Sergio (org.). O que ler na ciência social brasileira 1970 – 2002. São
Paulo: Editora Sumaré, ANPOCS, CAPES; 2002.

NOGUEIRA, Oracy (Coordenador) A Sociologia no Brasil: História e Situação


Atual. São Paulo: Datilografado, 1982.

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