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CEPAJOB

CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS

A SOCIABILIDADE E SOCIALIZAÇÃO

MACAPÁ – AP
2023
CEPAJOB

CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS


O objetivo desse trabalho é falar sobre a sociabilidade, socialização e suas as três etapas.
Falaremos também sobre a socialização organizacional, os seus métodos dentro das
organizações, sua importância e vantagens.
De forma geral, podemos dizer que esses processos diz respeito à adaptação de um indivíduo a
um grupo social. Este é um processo contínuo que se inicia na infância e estende-se durante toda
a vida do indivíduo. A socialização é realizada através da comunicação e nesse processo o
indivíduo desenvolve sua personalidade, adquire valores e hábitos do grupo e se insere na
sociedade.

Introdução

O mundo em que vivemos possui inúmeros elementos que acabam influenciando no


modo de vida, na percepção sobre as coisas por parte dos indivíduos e,
consequentemente, no comportamento de cada um. As características culturais, as
estruturas sociais, as instituições, os valores, as crenças, as tradições, entre outros
fatores, podem moldar a pessoa e sua vida em sociedade.
Mas, para que o sujeito que nasce nesse meio social entenda a respeito daquilo que o
cerca, será preciso que ele aprenda os elementos culturais e sociais que envolvem essa
sociedade.

Sociabilidade
A sociabilidade é a qualidade de sociável que apresenta uma pessoa, ou seja, aquele que
de maneira natural tende a viver em sociedade, como também aquele indivíduo amável
que se relaciona bem com todas as pessoas.
Os seres humanos são por natureza animais sociais, estão naturalmente inclinados à vida
em sociedade, é praticamente impossível que um ser humano viva para si mesmo, de
alguma maneira, todos, até o mais egoísta, em algum momento necessita de
relacionamento com os outros.
Um indivíduo pleno de sociabilidade por si é cativante pela amabilidade que apresenta,
por sua facilidade de conversa e por sua inclusão em qualquer área.
A sociabilidade, além disso, é de alguma maneira aquele valor que impulsiona os seres
humanos a buscar e cultivar relações com outras pessoas, combinando interesses mútuos
e ideias para assim, orientá-los em direção a um objetivo comum para além das
circunstâncias pessoais que se encontram cada um.
Sempre, o contato com o outro será benéfico para o nosso crescimento e
desenvolvimento pessoal, pois ao ter contato com outros indivíduos adquirimos outras
experiências, outras perspectivas de vida.

Socialização
A socialização é o processo pelo qual as pessoas adquirem os valores, crenças e
habilidades necessárias para serem membros ativos e funcionais de uma sociedade. Isso
inclui aprender as normas e expectativas da sociedade, desenvolver habilidades sociais e
aprender a se comportar de maneira apropriada em diferentes situações.
Esse processo é responsável por garantir que o novo sujeito social aprenda como se
guiar em meio ao mundo de significados que a sua realidade possui, e exercerá grande
influência sobre seu comportamento.
Embora se inicie na infância, o processo de socialização não termina na vida adulta. As
experiências são diferentes nas várias etapas da vida humana, onde entramos em contato
com pessoas diferentes e convivemos com gerações diferentes que, por terem vivido um
outro período de tempo e visto que o comportamento e compreensão de mundo se altera
no decorrer da vida, possuem formas diferentes de ver o mundo. Esse contato com
diferentes gerações garante a continuidade do processo de socialização.
Partindo da perspectiva de Durkheim (2002), podemos dizer que o indivíduo precisa e
depende da sociedade e esta só existe em razão dos indivíduos. Nesta relação surgem as
regras e normas como meios de coerção social para manter o equilíbrio desta relação.
Estas, por sua vez, afetam o indivíduo que passa a ter liberdade condicionada, ora as
atendendo, e ora as transgredindo; podendo gerar conflitos por este não exercer
satisfatoriamente o seu papel social.
O processo de socialização humana é um processo complexo, sendo composto por duas
ou três fases. Na clássica obra A construção social da realidade, publicada originalmente
em 1966, Berger e Luckmann (2008) as dividiu em duas: primária e secundária.
Contudo, há a possibilidade de pensar em três fases se considerarmos o momento em
que os agentes passam a contestar as regras e valores coercitivamente impostas.
O ser humano é um ser social, isto é, incapaz de viver isoladamente longe de outro ser
humano. Precisa conviver com maior número possível de outros humanos para formar
sua própria personalidade e visão de mundo; tal construção de sua própria personalidade
e visão de mundo (embora o que ele terá é uma visão mais compartilhada com seu
grupo do que uma visão própria) é justamente o processo de socialização.

A classificação de socialização em três etapas:


Fase primária: Nessa fase, a socialização humana ocorre na infância. A criança, por
não ter um mínimo de experiência de vida, ainda não tem condições de avaliar se o que
lhe ensinam é verdadeiro ou não, sendo induzida a acreditar em tudo e em todos a sua
volta sem fazer muitos questionamentos: é a chamada aprendizagem incondicional ou
aprendizagem por imitação.
Fase secundária: Nessa fase, a socialização humana ocorre na adolescência, onde o
indivíduo ainda não é totalmente um adulto, mas já não é mais criança, dispondo de um
mínimo de experiência de vida suficiente para, ao menos, tentar avaliar se o que lhe é
ensinado. É a fase dos “Por quê? Como? Quando? Onde?” etc. Não é atoa que o
adolescente (normalmente) é tão rebelde. Em muitos casos a rebeldia é consequência
dos conflitos de consciência decorrentes de avaliações do que lhe orientam e suas
considerações a respeito dessas orientações. Em muitos momentos os adolescentes
entendem que nem tudo o que lhes será imposto como verdade o são.
Fase terciária: Em alguns momentos a maneira como lhe ensinaram ser a vida e como
eles devem viver não é visto como coerente com a realidade que está a sua volta. A
revolta pode ocorrer por reconhecer que seus pais e as estruturas sociais vigentes lhes
manipulavam. Dependendo do grau manipulativo que sofreram ao transgredir uma regra
na fase de criança, os adolescentes podem acabar não acreditando nos pais ou adultos. A
partir desses conflitos os adolescentes passam a buscar suas próprias respostas para as
perguntas que a sociedade insiste em não lhes fornecer; em muitos momentos, quando
fornece são respostas sem coerência com a realidade na qual estão inseridos. A busca
por respostas marca a fase terciária da socialização.
Quando um indivíduo passa defender até as últimas consequências a seguinte tese de
que “…não existe assunto inquestionável, não existe assunto proibido, não existe
pergunta proibida, não existem experiências proibidas e cada um tem que ser adulto o
suficiente para arcar com as consequências de seus próprios atos…”, significa que tal se
encontra na fase terciária do processo de socialização humana. Infelizmente a maioria
da população mundial mau consegue, ao longo de toda a sua vida, chegar até a fase
secundária. A grande maioria parece morrer, mesmo de velhice, sem ter alcançado a
fase terciária de socialização humana.
Socialização organizacional
A socialização organizacional representa um importante passo para envolver as pessoas
com a organização e traz vantagens para a empresa, já que favorece a disseminação da
cultura organizacional, promove o relacionamento interpessoal, diminui a ansiedade do
novo colaborador, favorece um melhor desempenho e facilita a compreensão do novo
colaborador em relação a seu papel na empresa. Facilitando assim, a integração do novo
colaborador a empresa e favorecendo sua permanência.
A cultura organizacional constitui o modo institucionalizado de pensar e agir de uma
organização e expressa-se pela maneira como a empresa faz negócios, como trata seus
clientes e colaboradores, no grau de autonomia que proporciona aos colaboradores e na
lealdade demonstrada por eles. Esta representa o universo simbólico da organização e
proporciona um referencial de padrões de desempenho entre os colaboradores,
influenciando a pontualidade, a produtividade e a preocupação com a qualidade e o
serviço ao cliente. É construída ao longo do tempo e passa a impregnar todas as
práticas, sendo aprendida, transmitida e partilhada entre os membros da organização.
Sendo que os colaboradores aprendem a cultura organizacional através de: histórias
(histórias sobre o fundador da empresa, dificuldades, regras de conduta); rituais e
cerimônias (eventos sociais, comemorações); símbolos materiais (arquitetura do edifício
e dos escritórios, marca, logotipo, bandeira); linguagem.

Cinco métodos para realizar a socialização organizacional:


Processo seletivo: momento onde os candidatos começam a ter acesso a informações
sobre a empresa, a como funciona a organização e como as pessoas se comportam
naquele ambiente. Além disso, é durante o processo seletivo que os candidatos
conhecem o futuro ambiente de trabalho, a cultura, as atividades realizadas, os desafios,
as recompensas e o estilo de administração predominante naquela organização. Nesse
momento, tanto a empresa avalia se o candidato tem as competências e o perfil para
fazer parte desta, como o candidato avalia se a organização atende os seus anseios e está
alinhada a seus valores pessoais;
Conteúdo do cargo: para se sentir motivado, o novo colaborador deve, no seu inicio na
empresa, receber tarefas relativamente desafiadoras e, ao mesmo tempo, que estejam de
acordo com sua capacidade. Isso faz com que tenham sucesso no seu inicio na empresa
e ao longo do tempo, quando as tarefas forem se tornando mais complicadas e
exigentes, estarão mais preparados, motivados e com expectativas positivas em relação
às recompensas resultantes de seu bom desempenho;
Supervisor como tutor: para que o novo colaborador não se sinta perdido e pouco
integrado, é importante que a empresa ofereça o acompanhamento de um supervisor ou
tutor. Este será responsável por orientar e supervisionar o novo colaborador,
transmitindo claramente qual tarefa e como esta deve ser realizada tecnicamente, além
de negociar as metas e resultados a serem alcançados, fornecendo feedback e
acompanhando o desempenho do novo colaborador.
Equipe de trabalho: os colegas de trabalho tem forte influência sobre as crenças e
atitudes dos indivíduos a respeito da organização e podem impactar positiva ou
negativamente o novo colaborador. Por isso, a empresa deve estar atenta para designar a
integração do novo colaborador a uma equipe de trabalho que proporcione aceitação e
provoque um impacto positivo no novo colaborador;
Programa de integração ou treinamento de integração: é o programa formal de
treinamento que tem como função familiarizar o novo colaborador com a linguagem, os
costumes internos, a estrutura, os produtos e serviços, os objetivos, a missão e a visão
da organização. Normalmente, esses programas duram de 1 a 5 dias e devem, além de
apresentar a empresa e a equipe de trabalho, mostrar os benefícios a que tem direito o
novo contratado, assim como suas responsabilidades.

A importância da socialização organizacional


A socialização organizacional é essencial não só para a gestão da empresa, como
também para o colaborador, pois o momento que o mesmo começa suas atividades em
uma organização, muitas vezes é marcado por estresse, ansiedade, expectativa e medo
do desconhecido.
Ao longo desta relação, entre colaborador e organização, competirá à organização
desenvolver e acompanhar o processo de socialização do colaborador. Do outro lado, o
colaborador tentará impor seu comportamento individualizado. A organização tentando
moldar os comportamentos individuais às suas necessidades, sua cultura, seus valores
para ficarem de acordo com sua filosofia enquanto o colaborador, na tentativa de
influenciá-la com o intuito de atingir maior satisfação pessoal e a realização das
próprias necessidades.
É salutar todo esse processo. Sem ele não haveria renovação dentro das organizações.
Nesse primeiro momento, tudo é uma troca! É imprescindível esse processo para o
envolvimento do colaborador dentro da empresa, para se adaptar e preparar seu
relacionamento interpessoal.

Vantagens da socialização organizacional:


 Melhora o desempenho do profissional novato;
 Permite que o colaborador entenda seu papel quanto o trabalho realizado na
empresa,
 Desenvolve competências, habilidades e conhecimentos;
 Promove o relacionamento interpessoal;
 Favorece a disseminação da cultura organizacional;
 Diminui a ansiedade dos novos membros;
 Reduz a rotatividade de profissionais;
 Iguala as expectativas da empresa e do novo colaborador;
 Melhora a imagem da organização.

CONCLUSÃO
Vimos que a sociabilidade e socialização são elementos fundamentais nas diferentes
áreas de nossas vidas, para atingir os objetivos que tenhamos propostos, e isto é
basicamente assim porque o conhecimento do outro, de suas ideias, sua problemática,
seu ambiente, permitirá entendê-lo, saber o que necessita e assim ajudá-lo que esteja
bem e, portanto, quanto melhor estiver melhor será seu rendimento em tudo.
Então, a socialização é fundamental para progredir no trabalho, fazer amigos, encontrar
uma pessoa com quem queira compartilhar a vida e projetos pessoais que tenham, para
construir uma empresa, para compartilhar interesses e afinidades, entre outros.
É um fato comprovado que aqueles que vivem de acordo com a sociabilidade e
socialização terão uma existência mais gratificante e alegre do que aqueles que gostam
da solidão e do ostracismo.
Ao implementar a socialização organizacional, a empresa garante não apenas ajustes na
cultura organizacional, como também clareza nas atividades a serem realizadas,
adaptação e reputação. Tudo isso garante que o novo profissional se sinta parte
importante da organização e do seu desenvolvimento e então, trabalhe de forma eficaz e
entregue resultados de excelência.

Referências:

https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/sociabilidade-socializacao.htm
https://cafecomsociologia.com/socializacao/
https://conceitos.com/sociabilidade/
https://www.ibccoaching.com.br/portal/gestao-de-rh/socializacao-organizacional-importancia-
dentro-organizacoes/
https://blogrh.com.br/socializacao-organizacional/

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