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Dimensão Normativa DA Sociedade

Sociologia Geral (Universidade Aberta)

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Compêndio de Sociologia – Cap. 3


Sandra Miguel – Turma 5 – Nº 1601732

DIMENSÃO NORMATIVA DA SOCIEDADE

SOCIALIZAÇÃO – Processo que permite a transmissão de normas sociais de uma geração


para a outra, como fator importante para a coesão e reprodução cultural de determinada
sociedade. Estas normas podem ser adquiridas de forma tradicional, no âmbito da família e
escola, pelo ambiente político e religioso, não tendo um caracter anagráfico (não segue uma
receita exata ), desenvolvendo-se as regras, princípios, modelos e valores próprios da
sociedade onde está inserido.

Tipos de Socialização:

SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA – É tudo aquilo que o indivíduo aprende durante a sua


infância, bem como na vida de adulto para que se torne um membro da sociedade. Segundo
Mead ( 1863 – 1931 ), um dos fundadores da psicologia sociológica, numa das suas obras “
Mind, Self And Sociology”, editado por Charles W. Morris, torna-se evidente que o modo
como “ os processos pelos quais as normas sociais são interiorizadas é parte da vida
psíquica”, uma vez que que não se nasce com o “SI mesmo”. O individuo divide-se entre o “
Eu e o Mim”, sendo que o “Eu” reage a tudo o que a prende e com o que o rodeia e o “Mim” é
o que vai apreendendo acerca de si e dos outros membros da sociedade, adquirindo uma
identidade própria e consciente de si mesma.

SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA – O processo de aprendizagem estende-se por toda a


vida, sendo que a socialização secundária se traduz num conjunto de socializações
particulares (ex profissional ) com objetivos concretos, podendo ser mais ou menos profundas
e diferentes. Contribui para formação dos indivíduos, num contexto de diferentes
experiências, como mudança de estatuto social, local de residência, novas amizades.

A SOCIALIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE

A socialização passa por diversas fases, como a da infância, escolar e a fase de socialização
adulta com agentes de socialização diferenciados e especializados, como o caso da
comunicação social, sobretudo a televisão, impondo modelos sociais a aspirar. De acordo com
especialistas críticos, a socialização influencia, mais do que determina, o caracter individual
uma vez que o individuo acaba por não agir de acordo, e com a coerência das orientações
sociais a que foi “formatado”. No século XX, criou-se um campo de interesse comum entre a
sociologia, antropologia cultural, psicologia e psiquiatria.

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Compêndio de Sociologia – Cap. 3


Sandra Miguel – Turma 5 – Nº 1601732

Personalidade, ambiente e pulsões

De acordo com Freud, o ser humano é composto por pulsões adquiridas ao longo do seu
aprendizado social, mas que não são aceites social, ética e moralmente pela mesma. Segundo
Erik Erickson ( 1902 – 1994 ), de acordo com a sua “teoria do desenvolvimento
psicossocial”, o crescimento psicológico de cada indivíduo não surge por acaso, mas sim por
fases e estágios, que acarreta uma crise psicossocial que que são importantes, a fase positiva
- que a ser bem sucedida levará a que o mesmo se torne confiante perante o que o rodeia - e a
fase negativa – quando o individuo não consegue resolver as questões com que se depara,
originando assim comportamentos não aceites pela sociedade. Erickson defendia que o
ambiente social e as relações interpessoais são responsáveis pela capacidade de cada um
resolver os conflitos que enfrentará ao longo da sua existência, construindo assim o seu “EU”.
Erickson afirmava que as fases, onde contam os aspetos biológicos, individuais e sociais,
compõe-se por 8 estágios de desenvolvimento do indivíduo:

1º - Confiança/ Desconfiança – Designada por fase oral-sensorial, nos primeiros 6 a 18 º


meses de vida, estabelecendo a confiança, em que a seu “porto seguro” é a relação com a mãe,
demostra essa mesma confiança, com o dormir e alimentar-se de forma calma e tranquila e
mesmo excretando de forma relaxada. Se a mãe o fizer sentir seguro e provir às necessidades
da criança esta conseguirá adaptar-se ao meio que a ambienta, assim como as relações com
aqueles que a rodeiam que será quem lhe proporcionará a sensação de bem-estar e confiança
em si mesmo. Por outro lado, quando surge o lado negativo destas situações, a desconfiança
instala-se na criança, acabando por gerar a insegurança, medo e as fobias.

2º - A autonomia – Durante este estádio, que se dá entre os 18 meses e os 3 anos, a


autonomia e a dúvida levam a criança a aprender a diferenciar quais os seus privilégios e
limitações. Nesta fase vai tentar impor as suas vontades em contrapartida às normas sociais,
sendo a fase das “birras” e dos porquês e do desfio da autoridade, nomeadamente aos pais.
Aqui, é de vital importância a confiança em si mesmo, sendo que a intervenção dos pais, deve
ser no intuito de direcioná-la para conseguir o que pretende de forma autónoma e segura,
proporcionando um avanço no que lhe é permitido fazer a nível de verbalizar, locomover-se e
manipular o que a rodeia.

3º A Iniciativa – Aqui a criança põe à prova a sua capacidade de autonomia, estando mais
avançada a nível físico e psíquico, imitando os que a rodeiam e recorrendo à sua imaginação.

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Pode ser uma fase perigosa pois a criança não tem noção do perigo e tenta sempre atingir os
seus objetivos, quer com as fantasias genitais, podendo tornar-se e manipuladores para
alcançar os mesmos. As suas principais atividades baseiam-se no querer aprender,
desenvolvendo as suas virtudes e fracassos através da imaginação acabando por desenvolver-
se de forma saudável.

4º A Atividade- Dá-se entre os 6 e os 10 anos e neste tempo a criança está distraída com a
socialização, sendo a escola uma aprendizagem que transmite a noção de socialização a nível
cognitivo e mental. Aqui a criança aprende como aplicar-se, quais as recompensas pelo
empenho, o prazer de brincar com alo mais produtivo que não os até então utilizados,
brinquedos. Corre, no entanto, o perigo de se sentar inferior aos que a rodeiam se não
conseguir, como os colegas, desempenhar as atividades escolares propostas pelos pais ou
professores. Aqui deve ser direcionada para a competência de tarefas como ir à escola,
realizar os trabalhos de casa por forma a evitar sentir-se inferior.

5º - A Identidade e a Dispersão – Surge entre situa-se entre os 12 e 18/20 anos, com a


adolescência e puberdade onde o mesmo adquire a sua identidade e percebe o seu papel na
sociedade onde se insere, apoiando-se no que foi aprendendo ao logo das fases anteriores,
buscando o “Si Mesmo “. A nível físico controla já os impulsos sexuais e a nível social
começa em busca da sua realização profissional.

6º - Identidade, generatividade e integridade do “Eu”

Estabelece-se entre os 20/30 anos, sendo que após a adolescência e segundo Erickson, existe
ainda 3 momentos que servem para modelar a personalidade do individuo, que são a
juventude, a idade adulta e a maturidade. Esse estágio caracteriza-se pela intimidade
assumida, estabelecendo-se relações em que o amor e a amizade ganham novos significados.
Um aspeto negativo que pode ocorrer é o isolamento social. No seguimento deste estádio,
vem o 7º estádio que se caracteriza pela generatividade, onde existe a possibilidade de se ser
criativo e produtivo nas mais variadas áreas da vida do individuo, nomeadamente na criação
de filhos. Tem como especto negativo a estagnação perante a vida social. No 8º estádio luta-
se pelo, “Eu com o interesse voltado para a humanidade geral e particular obtendo uma
perspetiva de vida, aceitando o passado.

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3.4 - Os fatores de socialização.

Têm-se como agentes de socialização todos os contextos sociais cujo meio sofra processos de
socialização significativos. São exemplos de fatores de socialização as famílias, as escolas e
todos os meios que sejam atingidos pelas massas, permitindo assim o ato da socialização.

1º - Famílias.

As famílias podem assumir diversas formas, conforme a cultura onde se inserem tornando as
crianças e a sua educação pouco uniforme. A educação de uma criança varia consoante a
cultura que o meio envolvente pratica, estando em primeira instancia a mãe, como figura
principal na infância da mesma, com atenuantes como por exemplo, a forma e o contacto
entre eles. Na atualidade, as famílias monoparentais e as famílias recompostas são muito
frequentes, o que acaba por ter impacto na criação da criança funcionando as mesmas como
agentes de socialização, pelo menos até à fase da adolescência. Fase essa que molda o
carácter, a personalidade originando transformações nos adolescentes. É errado considerar as
famílias como processos unilaterais, uma vez que a criança reage de formas diferentes a todo
este processo. A socialização é vista como um fator reciproco, ou seja, requer um socializado
e um socializante. Perante a sociedade, as famílias têm lugares diferentes, ou seja, a posição
social e a classe a que cada individuo pertence influenciam em grande escala os modelos de
educação e de disciplina.

2º - A escola

As modernas sociedades ocidentais atribuíram às escolas a tarefa de treinar os jovens para o


mundo real, de modo a que estes aprendam a viver em sociedade e que encontrem as suas
habilitações particulares. A escolarização é tida como um papel crucial na formação dos
jovens. O sistema social é feito de normas e regras que são desde cedo incutidas nas crianças
de forma a que estas aprendam a obedecer aos seus superiores, não por afeto nem por
sentimento de proteção, mas sim porque o sistema social assim o requer. São exemplos dessas
normas a obediência por parte dos alunos aos docentes, o bom comportamento nas salas de
aulas, a pontualidade e acima de tudo, o respeito. Assim, a criança aprende a socializar e a
viver na sociedade, logo é exequível reduzir a sua dependência de socialização com a família,
criando laços sociais dentro de um mais amplo horizonte.

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3º - O grupo dos iguais.

O grupo dos pares é outro agente de socialização, tratando-se de um grupo de pessoas de


idades semelhantes que criam amizades, sobretudo nas sociedades tradicionais. Grupos de
pequenas dimensões formados com base nas idades, variando também os seus direitos e
deveres de geração para geração, adaptando-se ao que a sociedade adota como ritos e
cerimonias de mudança de grau. Este grupo social é um fator de socialização importante,
especialmente na passagem da fase de criança à adolescência onde, os mesmos formam a sua
identidade propondo outras normas e valores num seio diferente. Estas relações entre pares
são de extrema importância para toda a vida, sendo aplicados no trabalho e noutros contexto
ajudando sempre na formação de opiniões e no comportamento individual que cada um adota.

4º - Os mass-media.

O grande objetivo dos mass-media – jornais, revistas, rádio, televisão, cinema, redes
informáticas – é fazer passar as mensagens ao maior número de pessoas da forma rápida sem
ser necessário um contacto pessoal entre o emissor e o recetor. Os meios de comunicação
além de fornecerem informação, fornecem estilos de vida, ou seja, os meios de comunicação
criaram novas formas de viver. As pessoas ganharam uma dependência psicológica à
informação, às redes sociais e a todo o vasto leque de meio de comunicação, especialmente a
televisão, desempenhando um papel importante tendo sido o primeiro meio de comunicação
capaz de irradiar para todo o mundo os diversos modelos culturais. Hoje já é possível, graças
à tecnologia, a comunicação direta sem contacto físico entre duas ou mais pessoas.

5º - Outros agentes.

Além dos fatores de socialização suprarreferidos, também são considerados fatores de


socialização outros grupos e contextos sociais, tais como os grupos religiosos, partidos
políticos, as forças armadas, etc. Cada um deles adotam diferentes modelos de normas e de
comportamentos que podem gerar conflitos de reciprocidade. O ambiente laboral também é
cível de desenvolver processos de socialização.

A Socialização imperfeita

A relação estabelecida entre os agentes de socialização e os indivíduos deve estabelecer uma


interação recíproca e não de simples aceitação, uma vez que estes se modificam levando a

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uma reelaboração individual. Caso este reelaboração se torne imperfeita abre-se espaços para
as

diferenças sociais, onde se se instalar a carência os referidos agentes falham, originando


situações muito graves para os implicados. Podem ocorrendo na socialização primária e
mesmo secundária, podendo levar ao isolamento do individuo e ao seu insucesso.

3.5 - Socialização primária deficiente

Vários estudo demostram que a socialização primária deficiente tem efeitos negativos sobre o
desenvolvimento das capacidades dos indivíduos, bem como da sua personalidade, levando a
que o mesmo se torne desprovido de qualquer tipo de personalidade, incapaz de enfrentar as
adversidades.

As crianças criadas em condições de isolamento

São casos de crianças criadas intencionalmente em isolamento das famílias, com consistem
numa quebra abrupta poucos cuidados físicos, não conseguindo interagir socialmente,
apáticas e inexpressivas assim como indiferentes ao meio que as rodeia. Comparativamente os
meios de ressocialização com as regras e normas aprendida até à data, levando a que este
tenha de absorver uma realidade diferente, surgindo quando o individuo se encontra, em parte
ou na sua totalidade, isolado num ambiente adverso ao que estava habituado, com o por
exemplo as instituições que confinam os mesmos e aos quais têm de obedecer, pois compõe-
se por uma hierarquia oficial.

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