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Faculdade Anhanguera de Maceió

Curso Noturno de Psicologia – 3º Período


Profª Ma.: Priscilla Henrique de Amorim Santos
Disciplina: Desenvolvimento Humano II

Alunos:

Caroline Pinheiro Cerdeira Da Silva


Jeane Patrícia De Souza Santos
Maria Eduarda Da Silva
Marianne Samila Lima Da Silva
Patrícia Silva Laranja

TRABALHO – FORMATIVA 1

Maceió – AL
2024/01
Faculdade Anhanguera De Maceió
Curso Noturno De Psicologia – 3º Período
TRABALHO – FORMATIVA 1

Trabalho entregue à professora Priscilla


Henrique de Amorim Santos da disciplina
Desenvolvimento Humano II com a finalidade
de obter pontuação para o semestre 2024/01.

Maceió – AL
2024/01
Desenvolvimento Humano II

TRABALHO – FORMATIVA 1

Tema: Dilemas Da Adolescência Contemporânea.

Introdução
O trabalho consiste na realização de pesquisa sintetizada com a finalidade de
explorar os dilemas atuais enfrentados pelos adolescentes, de maneira a buscar
ilustrar tal tema, o grupo assistiu ao filme britânico "Educação" lançado em 2009 que
conta a história de uma jovem de 16 anos (Jenny), que é dedicada aos estudos e
tem um futuro promissor, no entanto, sua vida toma um rumo inesperado quando ela
conhece um homem mais velho que a afasta da vida acadêmica tradicional. A
história explora as complexidades dos relacionamentos intergeracionais,
amadurecimento, escolhas e novas responsabilidades.
Outro filme selecionado foi “A Onda” de 2008 que trata de um experimento com
adolescentes que mostra a busca de preenchimento de vazios existentes entre os
jovens e a necessidade de fazer parte de uma comunidade, o desejo de
pertencimento, situação comum para todos os adolescentes.
O livro da doutora em Psicologia Marilda Lipp “O Adolescente e seus dilemas:
Orientação para pais e educadores” também nos ajudou a compreender os dilemas
enfrentados pelos adolescentes.

Retomando ao filme “Educação”, Jenny é uma adolescente que recebe uma


educação rígida e tem a rotina controlada totalmente pelos pais, onde qualquer ato
fora do ditado é considerado “rebeldia”, em suas atividades extracurriculares (aula
de violoncelo), começa a despertar a atenção afetiva dos rapazes de sua idade, mas
ao acaso cruza em seu caminho um homem mais velho, David, que lhe proporciona
inéditas experiências da vida adulta.

Conforme visto em sala de aula, a adolescência é um período cheio de conflitos e


descobertas, que coloca o jovem em lugares sociais inéditos.
“Tudo era chato antes de te conhecer. Nós somos o que fazemos, segundo uma
professora: se nunca fizéssemos nada, não seríamos ninguém. Eu nunca fiz nada
até te conhecer”

O novo panorama que Jenny tem acesso a afasta da vida acadêmica, ela passa a
vivenciar jantares, viagens e um relacionamento amoroso com David, todas essas
experiências trazem dilemas, ela passa a questionar sua antiga rotina, a qual
descreve como entediante e sem propósito, afinal, qual era sua motivação para ir à
universidade, a não ser a imposição de seus pais?

Ao se sentir adulta e independente, larga os estudos e vai viver intensamente seu


relacionamento, ao ponto de iniciar um noivado, ao sofrer sua primeira desilusão
amorosa e “fracassar” em aventurar a vida adulta, retorna ao seus pais, rede de
apoio e segurança, e aos estudos, onde encontra finalmente propósito e motivação,
experimentando assim, os altos e baixos característicos da adolescência, onde não
se é mais criança e nem plenamente adulto.

Durante o período escolar, os adolescentes desenvolvem e aperfeiçoam as suas


competências e habilidades sociais, que são cruciais para promover a inclusão
social, a colaboração eficaz em grupos, o estabelecimento de metas e a tomada de
decisões sobre relacionamentos futuros.

Segundo Cotterell (1996, p. 1): “As relações com os outros jazem no coração da
experiência adolescente. Os jovens estão preocupados em fazer e manter amigos,
investem grande parte de seu tempo e energia em participar de grupos sociais. Dão
muita importância a pertencer, a ser incluído e fazer parte de um grupo; a afiliação
ao grupo não apenas fornece segurança emocional, como também é fonte de status
e reputação com propriedades motivacionais. Assim, o contexto do grupo de
relações sociais assume uma importante centralidade no desenvolvimento da
personalidade durante os anos da adolescência.”

Os adolescentes frequentemente formam vínculos com seus pares na escola, mas


também estabelecem conexões com indivíduos que residem nas proximidades ou
frequentam os mesmos ambientes sociais. Estes indivíduos podem ter uma
influência positiva, promovendo e valorizando a conduta académica e pró-social, ou
uma influência negativa, incentivando comportamentos prejudiciais como a evasão
escolar, a falta de dedicação à educação e até o envolvimento em abuso de
substâncias e atividades ilícitas.

Reconhecer a complexidade destas dinâmicas e garantir que os adolescentes


recebem assistência suficiente é crucial para promover o crescimento de ligações
positivas e produtivas. Investir em projetos de educação emocional e habilidades
sociais pode capacitar os adolescentes a estabelecerem uma base sólida para
relacionamentos interpessoais significativos que permanecerão por toda a vida.

No filme “A Onda” os jovens se conhecem, alguns fazem parte de grupo de teatro,


grupo de polo aquático, grupos sociais com estilos de música e ideologias
semelhantes. Ainda assim, muitos deles não conseguem se reconhecer como uma
unidade, e não conseguem manter um entendimento em que suas equipes se deem
bem, ao ponto de conseguir com que seus objetivos sejam alcançados, como é o
caso do polo aquático que não vence os jogos por sua equipe não ter um diálogo
assertivo.

De acordo com Freud (1921), “Quanto mais alto o grau dessas ‘homogeneidade
mental’, mais prontamente os indivíduos constituem um grupo psicológico e mais
notáveis são as manifestações da mente grupal.”

Esse fato poderia explicar não só a propensão desses jovens a se reunirem em um


grupo, como também a rapidez com que isso ocorreu. Alguns sofriam bullying,
outros eram pertencentes a “tribos”, definidos por estilos musicais ou ideologias,
muitos deles não possuíam amizades, ou conviviam em família disfuncional. Em
indivíduos isolados, o interesse pessoal é predominante, o que faz com que os
indivíduos não se comportem de forma unificada, levando cada vez mais ao
isolamento, problemas com autoestima, insegurança, entre outros dilemas
enfrentados pelos adolescentes.

“Martin, diga-me, certo? Contra o que realmente se deve rebelar, hoje em dia? Hoje
não tem mais importância, certo? Todos já tem só os seus...seus prazeres na
cabeça. O que falta à nossa geração...é um objetivo comum, que nos una a todos.”

“A Onda era minha vida!”

É sabido que, a adolescência é uma fase de intensas transformações na vida do


sujeito, é um período de transição, no qual é comum encontrarem-se muitos conflitos
advindos da formação da identidade. Por isso, a utilização de rótulos surgidos nesta
fase pode influir significativamente de maneira negativa na construção da identidade
deste futuro adulto.

Nesta etapa é chegada a hora da própria tomada de decisões, de conquistar espaço


e vínculos próprios, de selecionar e buscar integrar-se a grupos condizentes com os
novos ideais e expectativas que se fazem presentes. E é por isso, que neste período
há esse movimento de buscar tornar-se, ou até mesmo, “transformar-se” em apto
para compartilhar de determinados grupos escolhidos como ideais. O que torna
perfeitamente compreensível o porquê, das constantes mudanças radicais de
vestimentas, linguagem, gosto musical e de posturas diversas no dia-a-dia.
(FENWICK & SMITH, 1996).

No aspecto afetivo, o adolescente vive conflitos. Deseja libertar-se do adulto, mas,


ainda depende dele, deseja ser aceito pelos amigos e pelos adultos. O grupo de
amigos é um importante referencial para o jovem, determinando o vocabulário, as
vestimentas e outros aspectos de seu comportamento. Começa a estabelecer sua
moral individual, que é referenciada à moral do grupo. Os interesses do adolescente
são diversos e mutáveis, sendo que a estabilidade chega com a proximidade da
idade adulta. (BOCK, FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 106).

Assim, concluímos que a adolescência é uma fase da vida repleta de dilemas e


conflitos internos. É um período de transição entre a infância e a vida adulta,
marcado por mudanças físicas, emocionais e sociais que podem gerar confusão e
inseguranças. Os principais dilemas enfrentados pelos adolescentes são: a busca
pela identidade e o desejo de se encaixar em grupos sociais, descoberta da
sexualidade, busca pela autonomia e independência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SCHERFIG, L. Educação. Reino Unido/EUA, Sony Pictures e BBC Film, 2009.

LIPP, M. O Adolescente e seus dilemas: Orientação para pais e educadores.


Campinas, SP: Papirus Editora, 2015.

GANSEL, Dennis. A Onda. Alemanha, Constantin Film e Highlight Film , 2008.

ARANTES, V., & GOUVEIA, V. (2013). Dilemas morais na adolescência: uma


análise dos diferentes aspectos envolvidos na tomada de decisões éticas.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 29(2), 193-200.

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