Você está na página 1de 20

Animação socioeducativa e socialização das

crianças nos tempos livres


Isolamento infantil

Unidade Curricular:

✓ Educação, Lazer e Animação de Tempos Livres

Docentes:

✓ António Leal

✓ Luísa Almeida

Discente:

✓ Ana Carolina Cunha, nº 20180275

Coimbra, 7 de janeiro de 2019

Ano Letivo 2018/2019


Índice

Introdução ………………………………………………………… 2

I. Enquadramento teórico ……………………………... 3

Socialização na infância ………………………………………… 3/4

Isolamento infantil ……………………………………………….. 4/5

O papel da animação e do animador ………………………….. 6/7

II. Metodologias de intervenção ………………………. 7

Necessidade de intervenção ………………………………….. .. 7

Estratégias existentes …………………………………………… 7

ATL (Atividades de Tempos Livres) ………………………….... 7/8

Psicoterapia Infantil .……………………………………………… 9/10

Estratégia inovadora ……………………………………………...10

Fundamentação e justificação …………………………………..11/12

Planificação ………………………………………………………..12

Considerações finais ……………………………………………..13

Bibliografia/Webgrafia …………………………………………... 14

Anexos ……………………………………………………………. 15

1
Introdução
Este trabalho individual sobre metodologias de intervenção foi-me
proposto no âmbito da unidade curricular de Educação, Lazer e Animação dos
Tempos Livres do curso de Animação Socioeducativa.

Entre as temáticas facultadas, acabei por escolher a opção “Animação


socioeducativa e a socialização das crianças nos tempos livres”, especialmente
porque adoro crianças, sendo, por isso, um dos ramos em que mais me vejo a
trabalhar enquanto animadora socioeducativa.

As crianças nascem imunes ao conhecimento e na fase da infância


continuam a não possuir muito, daí ser bastante importante propagar o mesmo
entre elas, podendo também surgir vários problemas carecidos de solução ou
atenuação nessa mesma fase, e é aí que o animador pode entrar em ação.

Além do tema principal, está presente um subtema. Este é então o


isolamento infantil, que será aprofundado e desenvolvido ao longo de todo o
trabalho. Irei, portanto, começar por fazer um enquadramento teórico, depois
explicar a necessidade de intervir, definir o papel do animador, apresentar duas
metodologias já existentes, que são o ATL e a Psicoterapia Infantil, bem como
os seus pontos fortes e fracos, e indicar uma inovadora finalmente.

2
I

Enquadramento teórico
Antes de falar em socialização na infância, que está diretamente
relacionada com o tema deste trabalho, talvez seja necessário referir que a
infância é o período que se dá desde o nascimento até à puberdade, ou seja,
do zero aos doze anos de vida.

Relativamente ao termo “socialização”, existem várias definições para o


mesmo, contudo, no geral, é o ato ou efeito de socializar; um processo que se
estende durante toda a vida do indivíduo, onde este se integra como um ser
social que adota regras sociais e transmite valores. Também se adquire
cultura, aprende-se a língua e adota-se certas ideologias e crenças através
desse processo.

Socialização na infância

O processo de socialização nos primeiros anos de vida das crianças é


deveras importante, visto que assume um papel fundamental para o
desenvolvimento delas.

“A personalidade não se constrói progressivamente senão pelo contacto


social e pela confrontação com outrem. Através das experiências quer
afectivamente gratificantes, quer frustrantes, num processo ao mesmo tempo
de socialização e de individualização, a criança, o adolescente, o adulto
constroem progressivamente uma imagem de si próprios e do outro. Aprendem
a controlar o seu comportamento e a adoptar diferentes papéis.” (Vandenplas-
Holper, 1983, p.7)

“Admitiu-se durante muito tempo que o desenvolvimento social se fazia


sobretudo no seio da família ou, no quadro escolar, por meio das interacções
sociais espontâneas. Cada vez mais sociólogos e psicólogos insistem
actualmente nas normas, nos valores, nas ideologias que orientam a família, a
escola, num processo de socialização aparentemente espontâneo.”
((Vandenplas-Holper, 1983, p.7)

É então nos primeiros anos de vida que as crianças começam a


socializar com os chamados agentes de socialização. São estes a família, a
escola e os meios de comunicação. A família, cujos objetivos são garantir a
segurança e o bem-estar da criança, pois esta integra uma desde que nasce.
Além do mais, transmite-lhe a cultura, as regras básicas, os valores, entre
outras coisas; a escola, porque como as crianças logo desde pequenas vão

3
para estabelecimentos educativos como o jardim de infância, passam grande
parte do tempo nesses locais, sendo, por isso, dos agentes mais significantes
no que toca à socialização, especialmente devido ao contacto com amigos,
colegas, professores e funcionários. É de sublinhar que o facto de as crianças
passarem muito tempo juntas, irá ajudá-las a desenvolver mais e a comunicar
melhor (embora isso nem sempre aconteça); finalmente, os meios de
comunicação, tais como a rádio, a televisão, a internet e o jornal, dado que,
além de formas de aprendizagem, são também considerados formas de
socialização. Com eles, é possível adquirir novos conhecimentos e adotar
formas de agir.

Assim, no geral, “A criança e o adolescente mantêm relações


numerosas, variadas e mais ou menos felizes com diferentes agentes de
socialização: pais, professores, outros adultos, irmãos e irmãs, companheiros…
Estes atribuem recompensas e punições; consciente ou inconscientemente
propõem modelos a imitar, regras a respeitar.” (Vandenplas-Holper, 1983, p.7)

Isolamento infantil

Primeiro é preciso entender que alguém isolar-se constantemente de


forma a evitar o contato social, seja em que faixa etária for, não é um
comportamento normal.

No caso das crianças, a importância da interação com os outros no seu


desenvolvimento é cada vez mais reconhecida, isto porque considera-se que
contribui para a aprendizagem de papéis, o desenvolvimento cognitivo e moral,
o domínio de impulsos agressivos e a aquisição de competências sociais
globais (Kendal e Morison, 1983). Além do mais, a conexão entre as relações
que a criança mantém com os outros e o ambiente escolar têm uma influência
decisiva no sucesso escolar. (Kavale e Forness, 1996; Ladd, Buhs e Troop,
2002; Zsolnai, 2002)

O isolamento das crianças, principalmente no contexto escolar,


caracteriza-se então por uma baixa frequência e duração de interações sociais.
Geralmente, as crianças passam a maior parte do tempo sozinhas ou em
atividades solitárias e só interagem com os colegas em momentos específicos,
sobretudo quando existe a necessidade de realização de certas tarefas, porque
caso contrário permaneceriam isoladas e solitárias. Isolam-se no recreio, não
contactam com outras crianças, ficam muito caladas na sala, quase passando
despercebidas. São crianças que podem ser gozadas, vítimas de bullying ou
até mesmo evitadas pelas outras crianças.

4
De acordo com vários autores (como Rinn e Markle, 1979; Strain et al.,
1981; Marujo, 1985; Schaefer et al., 1986; Foulks e Morrow, 1989; Vaughn et
al., 1992; Spence e Donovan, 1998; Ladd, Buhs e Troop, 2002), o isolamento
social na infância deve ser alvo de atenção, pois pode provocar problemas
durante todo o ciclo de vida. As crianças socialmente isoladas poderão correr
riscos e sofrer consequências negativas na aquisição da linguagem, valores
morais e expressar sentimentos de agressividade, o que significa que não se
trata apenas de uma dimensão social, ou seja, também tem importância
noutros domínios.

Segundo Catarina Rodrigues, uma psicoterapeuta, “São crianças com


pouca voz, pouca presença, pouco carisma. Em duas palavras, são crianças
sobretudo inseguras e sós. Nem sempre os pais destas crianças as trazem ao
psicólogo, encontrando justificações na personalidade dos seus filhos, ou numa
fase de desenvolvimento que estarão, supostamente, a passar, ou
identificando-se a eles (“eu também era assim”).”

“Quando uma criança se isola é porque sente dificuldade em gerir as


exigências emocionais que a relação com os outros lhe coloca. Isso pode
acontecer por muitas razões, mas percebemos de antemão que a sua auto-
estima está fragilizada e que tem um estilo inseguro e evitante de lidar com os
outros. Isola-se e evita porque sente que a relação com o outro é de uma
exigência emocional à qual não consegue dar a resposta satisfatória – não
consegue sentir-se competente na sua capacidade de ser interessante e
gostada pelo outro. Sente-se falhada e aquém. Sente-se diminuída e
inferiorizada.” (Catarina Rodrigues, 2014)

“A criança procura proteger-se emocionalmente da deceção e da


humilhação sentidas no confronto direto com a qualidade dinâmica das
relações (têm altos e baixos) e face à tomada de consciência da sua
inabilidade. Efetivamente, fraca resiliência emocional faz com que a criança
sinta de forma muito intensa e profunda as dessintonias na relação com os
outros. Não são vividas como parte do processo/vida (onde sempre existe uma
oscilação entre sintonia e dessintonia, até se criarem novas sintonias), mas
como falhanço pessoal e relacional, corroborando internamente a crença no
seu fraco valor e competência para gerir os desafios e as frustrações nas
relações com os outros.” (Catarina Rodrigues, 2014)

De forma um pouco generalizada, a melhor ajuda que podemos prestar


às crianças que se isolam é fazê-las sentirem-se integradas/amadas, resgatá-
las desse isolamento, pois não se isolam por prazer, mas sim devido ao seu
sofrimento. É importante mostrar-lhes que o isolamento não resolve
absolutamente nada e que chega mesmo a agravar esse sofrimento, incentivá-

5
las a procurarem amigos para conversarem e brincarem, ainda que ao início vá
custar.

O papel da animação e do animador

O isolamento infantil, por contrariar então a necessidade de


relacionamento que as crianças também possuem, tal como os adultos, deve
ser alvo de extrema atenção.

A socialização também pode ser explorada pela animação, sendo que o


animador tem o papel, bem como a capacidade de transformar a sociedade,
mais precisamente de resolver problemas inseridos na mesma; de criar formas
de promover o meio social, podendo fazê-lo através do ensino de regras
básicas e da criação de atividades que promovem o mesmo.

“No âmbito da modalidade educativa, a animação entende-se como


uma acção educativa não formal que contribui para o amadurecimento físico e
psíquico das crianças”, surgindo também “como estratégia complementar do
sistema educativo, com uma acção educativa que deve ter como pressupostos
básicos de actuação as regras, a ordem, a alegria, a socialização, a
participação e a liberdade.” (Quintas, 1998)

“As funções educativas que abarcam a educação não formal vão desde
numerosos aspectos da educação permanente a tarefas de complementação
da escola, desde actividades da pedagogia do ócio a outras relacionadas com
a formação individual.” (Ander- Egg, 1999)

Segundo Jacinto Jardim (2002), a animação através da sua função


educativa pretende «promover, encorajar, despertar inquietações, motivar para
a acção, fazer desabrochar potencialidades latentes em indivíduos, grupos e
comunidades».

“No âmbito da animação socioeducativa o animador desempenha o


papel de educador, e a metodologia aplicada baseia-se na participação activa
de todo o grupo. O animador trabalha baseando-se na animação
socioeducativa, essencialmente, em movimentos educativos através de
programas e actividades extra-escolares.” (Bruno Moita, 2007)

Em suma, o Animador Sociocultural é um educador, um mediador e um


agente social. Educador, pois orienta na construção do conhecimento;
mediador, porque é capaz de estabelecer uma comunicação positiva entre
pessoas, grupos e comunidades e, por fim, um agente social, dado que
dinamiza e mobiliza grupos, com o intuito de mudar atitudes.

6
Assim, conclui-se que o animador tem um papel crucial no que toca à
resolução deste problema em particular, pois, através de tudo o que foi
explícito em cima, é capaz de alterar a atitude das crianças que se isolam e
integrá-las quer no mundo das outras crianças, quer no mundo dos adultos,
como os seus professores, funcionários dos estabelecimentos educativos, os
seus pais, irmãos e outros familiares.

II

Metodologias de intervenção
Porque que é necessário intervir para a solução, atenuação ou
prevenção do isolamento infantil? E de que modo podemos nós realizar essa
intervenção?

Necessidade de intervenção

Como já referi anteriormente, o isolamento infantil, por contrariar a


necessidade de relacionamento que as crianças também possuem, assim
como os adultos, carece de atenção.

É, portanto, necessário alterar essa atitude das crianças e integrá-las de


modo a sentirem-se confortáveis a socializar e a criar, desenvolver e manter
relações interpessoais, bem como sensibilizá-las quanto à importância da
socialização e das relações interpessoais, inclusive no tempo livre. Isto tudo
através de determinadas metodologias de intervenção.

Estratégias existentes:

1. ATL (Atividades de Tempos Livres)

 Os centros de atividades de tempos livres, segundo a Direção Geral da


Ação Social, são “todas as instituições com suporte jurídico em
entidades públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos que se
destinam a proporcionar atividades de lazer a crianças a partir dos 6
anos, de ambos os sexos, nos períodos disponíveis dos das
responsabilidades escolares.”
 Face à necessidade que os pais têm em ocupar os tempos livres dos
seus filhos após eles saírem da escola, é um espaço visto “como um

7
complemento educativo que deverá reforçar o processo de socialização
da criança e das suas aprendizagens a par da escola.”

Objetivos:

 Permitir a todas as crianças a sua inserção na sociedade através da


participação na vida em grupo;
 Contribuir para que cada grupo defina os seus objetivos, de acordo com
as necessidades e situações próprias de cada elemento e do seu grupo
social;
 Criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento pessoal de todas as
crianças, de modo a serem capazes de se expressar, compreender,
respeitar e aceitarem-se umas às outras;
 “Favorecer a inter-relação família/escola/comunidade/estabelecimento,
em ordem a uma valorização, aproveitamento e rentabilização de todos
os recursos do meio.”
 Ocupar o tempo livre das crianças através da promoção de atividades
diferentes, porém, destinadas a todas sem exceção, independentemente
das suas diferenças;

Atividades:

 Apoio nos trabalhos da casa estipulados pela escola;


 Atividades desportivas;
 Ver televisão;
 Jogar às cartas;
 Visitas e/ou passeios;
 Utilização de computadores;
 Variadas brincadeiras e jogos;
 Entre outras.

Pontos fortes:

 Promoção da socialização e da interação das crianças umas com as


outras;
 Desenvolvimento a vários níveis das mesmas.

8
Pontos fracos:

 Preço e custos que certas atividades exigem;


 Falta de animadores e, consequentemente, atividades dinamizadas que
envolvam todas as crianças, independentemente das suas diferenças.
2. Psicoterapia Infantil

 “A psicoterapia infantil é o cuidado e a atenção com a saúde mental da


criança. É um espaço potencial para acolhimento das angústias, medos,
inseguranças e um momento de intervenções com os pais.”
 É uma área relacionada com a psicologia, que possui conhecimentos
sobre o desenvolvimento infantil e psicólogo, podendo, através da
observação e da interação, perceber se o desenvolvimento da criança
se está a processar como era esperado ou não, isto é, se está a
acontecer a um ritmo mais lento ou mais acelerado.

Objetivos:

 Promover uma infância saudável;


 Ajudar no bem-estar familiar;
 Prevenção e solução de conflitos;
 Auxiliar na expressão das emoções das crianças;
 Orienta os pais quanto à maneira de intervir.

Atividades:

 Sessões com os pais, onde o psicólogo entrevista os mesmos,


normalmente, para reunir informações sobre a história da criança e,
como consequência, a dinâmica da família da criança;
 Sessões somente com a criança, onde a comunicação é feita com base
em desenhos, jogos, histórias, dramatizações, etc;
 Encontros periódicos com os pais.

Pontos fortes:

 Ao mesmo tempo que brinca e com o auxílio do terapeuta, a criança


enfrentará e expressará os seus sentimentos, permitindo a resolução de
conflitos internos e aliviando os sintomas;
9
 O acompanhamento psicológico promoverá uma vida emocional
equilibrada, uma vez que a importância de compreender as emoções de
forma a enfrentar os conflitos saudavelmente é ensinada de forma
lúdica;
 Os pais percebem finalmente que não há perfeição no que toca à
execução do seu papel e das suas funções.

Pontos fracos:

 Custos elevados em algumas clínicas e/ou de algumas consultas ou


para algumas famílias;
 Ausência de animadores neste ramo.

Estratégia inovadora

Nome: «Sábados Animados»

 É um projeto desenvolvido por um grupo de animadores, cujo intuito


passa por desenvolver atividades dinâmicas, motivadoras, que abranjam
todas as crianças inscritas, independentemente das suas diferenças, em
vários ATL do país. Para a concretização e sucesso deste projeto, este
contaria com apoios das Juntas de Freguesia ou Câmaras Municipais
pertencentes aos sítios onde se situam os ATL que aderiram a este
projeto.
 Cada ATL contaria então com a presença de 2 ou 3 animadores e
alguns monitores da casa para ajudarem a controlar as crianças e
prepararem o almoço (pôr e levantar as mesas, etc)

Destinatários: Crianças de todas as idades até aos 12 anos.

Descrição: Este projeto, como o próprio nome indica, aconteceria todos os


sábados, desde as 10h às 18h; teria um pequeno custo de 1€ pago na hora da
inscrição e este valor serviria para comprar materiais necessários à realização
de algumas atividades. Como já referi, o projeto contaria com fundos oferecidos
pelas Juntas de Freguesia ou Câmaras Municipais dos vários sítios, incluindo a

10
oferta das refeições (as crianças que quisessem poderiam optar por levar o seu
próprio lanche, mas o almoço seria obrigatoriamente facultado).

Duração: Todos os sábados durante 8 horas (10h-18h) ao longo de meio ano.

Objetivo geral: Combater o isolamento infantil, promovendo a socialização


entre as crianças.

Objetivos específicos:

 Desenvolver a união e socialização das crianças;


 Utilização de jogos e brincadeiras para ajudar no primeiro ponto;
 Sensibilizá-las quanto aos riscos e consequências do isolamento;
 Aprender que as relações interpessoais são fundamentais;
 Fazer com que as crianças criem amizades e laços afetivos;
 Promover a felicidade das crianças.

Métodos de divulgação: Redes sociais, sites das Juntas de Freguesia e das


Câmaras Municipais, cartazes e panfletos.

Método de avaliação:

 Avaliação das crianças através da pintura de um pequeno papel no final


de todos os dias. Terão de pintar o papel de vermelho se não gostaram,
de amarelo se gostaram mais ou menos ou verde se gostaram. Após a
pintura, dar-se-ia um diálogo com elas sobre os “porquês”.
 Fazer também um levantamento da opinião dos pais relativamente à
existência de evolução dos filhos, ou não.

Resultados esperados: Que o isolamento seja combatido, que as crianças


envolvidas no projeto desenvolvam a sua natureza social e sejam felizes.

Fundamentação e justificação:

11
 Na minha opinião, as atividades que serão desenvolvidas irão fazer com
que os objetivos estipulados em cima, especialmente o geral, sejam
cumpridos. As crianças irão progredir a nível da socialização, deixarão
de se isolar, conviverão e interagirão umas com as outras, farão
amizades, enfim, isto tudo porque as atividades propostas permitem a
convivência em grupo, a integração na sociedade, a partilha e a abertura
das crianças.
 A meu ver, seria um projeto interessante, diferente, digno de ser posto
em prática, pois acredito que faria com que as crianças se
desenvolvessem mais a nível pessoal também.

Planificação: Essas atividades seriam diversas, como se poderá comprovar no


próximo tópico, e seriam realizadas ao longo das 8 horas. Quanto aos
recursos, este projeto iria ser concretizado com a presença de 2 ou 3
animadores e também alguns monitores já pertencentes ao ATL para
auxiliarem no que for preciso, especialmente no controlo das crianças. Os
espaços do ATL seriam claramente essenciais e também existiria a
necessidade de utilizar alguns recursos materiais.

Atividades:

 “Jogo do bom dia” pelas manhãs (uma criança ficará com os olhos
vendados, enquanto as outras formam um círculo ao seu redor. À
medida que o círculo se movimenta, a criança vendada aponta outra
qualquer, que deve dizer: “Bom dia!”. A criança que está vendada deve
tentar adivinhar de quem é a voz e, quando acertar, trocará de lugar com
ele);
 “Hora do conto”, na qual a leitura era em voz alta e passava por todas as
crianças que soubessem ler;
 Realização de uma peça de teatro relacionada com a história de um
livro, ou fantoches;
 Passeios pelas populações seguidos de um piquenique e jogos ao ar
livre, como a apanhada e as escondidas;
 Atividades desportivas coletivas, como o futebol;
 Desenharem-se uns aos outros;
 Dinâmicas variadas, por exemplo, “Quem é Quem”, que consistiria em
cada criança imitar algo característico de outra, também para se
conhecerem melhor e criar à vontade.
 Entre outras.

12
Recursos:

 Espaço dos vários ATL;


 Crianças, animadores e monitores;
 Materiais: livros, equipamentos de desporto, jogos, alimentos,
equipamentos para o teatro e fantoches; venda; folhas e lápis e canetas.

Considerações Finais
Após a execução deste trabalho, é possível concluir-se que a promoção da
socialização das crianças é cada vez mais importante, sobretudo para o desenvolvimento
pessoal das mesmas.

Embora já hajam várias metodologias de intervenção, o isolamento infantil continua


a ser um problema social bastante presente, sendo, por isso, extremamente importante
intervir mais e melhor. Para isso, o animador assume um papel crucial, pois encontra-se
apto para desenvolver técnicas e atividades que desenvolvam a socialização e,
consequentemente, combatam o isolamento infantil, contudo, é de salientar que, além das
instituições, como o ATL, a família também é fundamental nesse aspeto, uma vez que é o
principal agente de socialização, digamos assim. É necessário que os pais, por exemplo,
estejam mais atentos e conversem e apoiem os filhos.

Na infância, essas atividades/dinâmicas realizadas através de jogos lúdicos e


pedagógicos são fundamentais, visto que contribuem para um melhor e maior
desenvolvimento global. Os jogos ativam determinados processos a fim das crianças
tomarem consciência de dimensões psicológicas internas, bem como adquirirem novas
formas de pensar, sentir e relacionar-se com os outros.

Talvez seja necessário investir na formação de animadores, para superar algumas


carências que possam existir nessa área. Para dinamizar e animar e, desta forma, criar e
recriar o conhecimento, são necessários certos instrumentos e ferramentas.

Em suma, a socialização é de extrema relevância, pois as crianças precisam de se


desenvolver não só fisicamente, mas também psicologicamente, e aprender a viver em
sociedade desde pequenas, e jamais sozinhas.

13
Bibliografia/Webgrafia

https://www.ces.uc.pt/lab2004/pdfs/AnabelaSequeira.pdff; http://www.capcaria.pt/atl.html -
ATL

https://www.publico.pt/2014/03/09/sociedade/opiniao/isolamento-infantil-1627552 -
Isolamento Infantil

Miret, H., Duarte, I., Centeno, Judite. (1994). Como se torna uma Escola Activa

http://oanimadorculturaledesportivo.blogspot.com/2007/09/animao-socioeducativa.html;
http://www.formacaonline.pt/importancia-animador-sociocultural-na-escola/ - Papel da
animação e do animador

https://www.vittude.com/blog/psicoterapia-infantil/;
https://www.psicronos.pt/consultas/psicologia-e-psicoterapia-infantil_5.html - Psicoterapia
Infantil

Vandenplas-Holper, C. (1983). Educação e Desenvolvimento Social da Criança

14
Anexos

15
16
17
18
19

Você também pode gostar