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Retornar ao trabalho sem uma solução para a pandemia, sem dúvida nenhuma, dificultará o
cuidar aliado ao educar na Educação Infantil. Isto porque, crianças pequenas não apresentam
condições para seguir à risca os cuidados de higiene individuais, mesmo que tenhamos
acabado de orientá-los. Em nossa cultura, o contato físico é muito estimulado, o que neste
momento, não é bem-vindo, ou seja, pode contribuir para a diminuição da autoestima da
criança. E forçar profissionais a seguir à risca o que é considerado uma das 10 competências
gerais da BNCC, acaba sendo, neste momento, forçar os profissionais de Educação a ignorar
seus medos e angústias, o que a não realização dessas orientações de contato feriria não só
um direito da criança – sendo obrigação do educador –, mas também o seu direito de
manifestar “suas angústias e medos e de serem acolhidos e apoiados de forma a se sentirem
confortáveis e seguros no ambiente de trabalho.” (BRASIL, 5/2020). Desta forma, é primordial
repensarmos o cuidado com a criança neste momento, não desrespeitando o cuidado com a
saúde emocional dos educadores e nem o direito da criança. E o cuidar sem o exacerbado
contato físico com as crianças pequenas, é possível, como observado em outras culturas, onde
a ausência de contato é tido como uma forma de respeito ao próximo. Disto advém o respeito
pela cultura de outrem.
Além destas questões mais amplas, cabe à escola promover diálogos com as crianças e as
famílias sobre a importância dos cuidados individuais nos tempos atuais, devido ao surgimento
de diversas doenças, conscientizando-os de que “cuidar de si é cuidar dos outros”, de que é
importante a escolha política para a valorização de setores importantes como saúde, educação
e investimento em pesquisadores, com ênfase no público, para benefício principalmente das
minorias.
Necessidade de atenção e um olhar dos órgãos intersetoriais para as famílias, além da escola.
Devemos ensinar as famílias a concepção de criança que construímos na Educação Infantil nos
últimos 30 anos. As expectativas dos pais estão relacionadas com suas vivências.
Pais não substituem o professor, que observa e reflete sobre aquilo que funcionou ou não.
A escola se faz presente nesse período por meio da escuta, do acolhimento, da orientação e
articulação com outros setores de apoio. As redes de ensino devem apoiar o currículo
desenvolvido pelas crianças em suas residências (brincar, dormir, comer, ouvir música,
histórias), considerando-o como parte das 800 horas a serem cumpridas como carga horária.
Adendo:
Mais matrículas na EI do que no Ensino Médio, porque a Educação Infantil ainda é vista como
assistencialista, embora os estudos e documentos mandatórios atuais, já não disseminem mais
essa visão.
No período de quarentena, nossas crianças estão ficando com avós, outras em revezamento
com parentes e amigos e uma minoria com os próprios pais ou babás.
O que o Intersetorial tem discutido a respeito das necessidades e demandas das famílias?
No contato que fizemos com as famílias, foi necessário esclarecer o que são as atividades
sugeridas e como realizá-las, além de ressaltar o que se deve valorizar nesse momento, devido
à visão que as famílias possuem da escola, no sentido da escolarização, o que contraria até a
sua visão assistencialista da Educação Infantil.
No vídeo “Educação Integral em tempos de crise - 4ª live”, do dia do Centro de Referências em
Educação Integral, realizamos a escuta e discussão em grupo. O vídeo traz pontos importantes
e já estudados sobre a Educação e o período de pandemia. Nosso grupo destacou alguns
pontos em relação à nossa realidade vivenciada, tais como: a preocupação com a manutenção
dos vínculos com as crianças e as famílias que já temos iniciado por meio de ligações e contato
via e-mail, utilizando-se das tecnologias como o “Meet”, do Google para videochamadas; o
envio de sugestão de brincadeiras e atividades que possam subsidiar as relações, interações e
o encontro entre as crianças e suas famílias, favorecendo o exercício de seus próprios papeis
como pais e filhos, aproveitando a companhia um do outro; em nossas conversas com as
famílias, vimos um ponto positivo, pois a escola já não é só vista como assistencialista por
alguns pais, pois observamos a preocupação latente com os conteúdos para o
desenvolvimento das crianças, e neste ponto fica claro que a Escola deve se empenhar para
mostrar e trazer aos pais uma nova visão e concepção de criança e Educação Infantil,
experiências das quais não vivenciaram e não possuem referências; embora alguns pais
tenham perdido o emprego, nenhuma criança do nosso grupo de estudo, conforme contato
telefônico que tivemos se encontram em situação de risco ou necessitam de intervenção de
assistência social.
TÓPICOS:
ASPECTOS SEMELHANTES:
DIFERENÇAS:
DESTAQUES:
PAPEL DA ESCOLA: Fortalecer e conversar com pais sobre a concepção de criança e educação
infantil e acalmar os pais
Podcast 13 | Os direitos das crianças e a pandemia - Sonia Larrubia Valverde
Desigualdades sociais escancaradas na pandemia, comprovam que grande parte das crianças
vivem sem ter os direitos básicos preservados (sem comida, sem espaço pra brincar
Belíssimo trabalho dos canais do Youtube “Crianceiras” e “Viagem pelo Mundo da Música”. Já
utilizava em minhas aulas os vídeos e brincadeiras musicais da “Palavra Cantada” e da
“Fortuna”, que conheci por meio de um curso oferecido no SESC.