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INTRODUÇÃO
O presente artigo reflexivo, terá como tema “cuidar, educar e brincar”, elaborado na
disciplina de “Estágio na Educação Infantil: Aprendizagem da Docência e Gestão do
Ensino na Creche”, de acordo com as experiências e observações ocorridas nas escolas
municipais de Presidente Prudente.
Desde da promulgação da Lei 9.394/96, atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, a educação infantil nas creches tornou-se um debate mais presente em nossa
sociedade. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, a creche passou a existir,
porém com um caráter assistencialista, eram vistas como um local somente de cuidados,
entretanto essa visão mudou e atualmente, no século XXI, há uma preocupação da
creche ser um ambiente de aprendizado e desenvolvimento integral à criança em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade.
Com as mudanças, o brincar, cuidar e educar são os três elementos que andam juntos na
educação infantil, os quais contribuem de forma essencial para o desenvolvimento da
criança, e por isso cabem as escolas de Educação Infantil utilizarem métodos e
conhecimentos pedagógicos para o bom aproveitamento das aulas, assim tornando
prazerosa e produtiva.
DESENVOLVIMENTO
além de socializarem com seus pares. Uma das opções de espaço educativo é a
brinquedoteca, um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o
acesso a uma variedade de brinquedos, dentro de um ambiente apropriado e
especialmente lúdico, é um lugar onde te convida a explorar, a sentir, a experimentar e a
fantasiar, embora seja um espaço rico de opções, a brinquedoteca é apenas uma das
opções à criança, pois segundo a autora PAVAN (2003, p. 52), a brincadeira pode
acontecer em qualquer tempo, em qualquer lugar, inclusive na sala de aula.
...a atividade do brincar não se restringe apenas ao espaço da
brinquedoteca, ou ao parque, ou qualquer outro espaço definido para
este fim. A brincadeira pode acontecer em qualquer tempo, em
qualquer lugar...E não é preciso muito para que ela realmente
aconteça, do ponto de vista da criança
CUIDAR
A creche surgiu visando apenas o “cuidar”, decorrente do processo de industrialização e
urbanização do país, sem fins educativos, apenas com a finalidade de prestar assistência.
Atualmente, no século XXI, de acordo com a lei de diretrizes e bases da educação
nacional (LDB), o cuidar e o educar devem agir em conjunto, juntamente com a equipe
pedagógica da instituição, ou seja, é dever da escola a garantia da Educação e do
cuidado a criança, isto é, o desenvolvimento integral do aluno. Segundo a LDB (1996),
Art. 5º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é
oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como
espaços institucionais não domésticos que constituem
estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e
cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em
jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão
competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.
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Na escola, que é seu primeiro local de socialização, depois da família, é o lugar onde a
criança deve se sentir acolhida e segura, pois é o lugar que passará a maior parte do dia,
logo os professores devem no processo de adaptação (Primeiros dias, talvez meses), dar
atenção e cuidado a mais, isto é, entendendo o cuidado como algo indissociável do
processo educativo.
É necessário compreender o conceito da palavra “cuidar” na Educação Infantil, de
acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),
Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o
professor possa ajudar a criança a identificar suas necessidades e
priorizá-las, assim como atendê-las de forma adequada. Assim, cuidar
da criança é sobretudo dar atenção a ela como pessoa que está num
contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua
singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades. Isto
inclui interessar-se sobre o que a criança sente, pensa, o que ela sabe
sobre si e sobre o mundo, visando à ampliação deste conhecimento e
de suas habilidades, que aos poucos a tornarão mais independente e
mais autônoma. (BRASIL, 1998, p. 25).
Isto é, o cuidado não são apenas os cuidados da higiene, alimentação, saúde e segurança
da criança, mas sim também as necessidades da criança, a fim do professor ou educador
atende-la de forma adequada. Por isso, é importante o professional da Educação
conhecer o aluno de perto, prestar atenção e entender que cada criança possui sua
singularidade, crença, valores, religião e cultural, e principalmente suas potencialidades
e limitações.
O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades
das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas,
podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão
recebendo. (BRASIL, 1998, p. 25).
EDUCAR
A família e a escola precisam estar conscientes de seus papéis, pois, a escola não
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trabalha sozinha, é preciso da parceria dos pais onde precisam ajudar na educação do
filho através do diálogo e dos estímulos para um bom desenvolvimento no ensino
aprendizagem.
DURANTE O ESTÁGIO
Durante a observação do estágio nas duas escolas, as crianças passaram a maior parte do
tempo brincando, em cada momento é um conjunto de brinquedos específicos como:
sucatas, bonecas, carrinhos, blocos de montar ou bolas, mas quando possível vão ao
parque, playground, e no tanque de areia. A maneira que a brincadeira irá se
desenvolver é livre, os professores muitas vezes participam também. Antes de se iniciar
as brincadeiras há sempre uma roda de conversa para relembrar os combinados feitos,
neste momento as crianças estão aprendendo a importância de dividir e de como
resolver seus conflitos sem a agressão (no caso mordidas), os professores sempre
incentivam o diálogo entre as crianças, se há uma situação que uma criança quer um
determinado brinquedo que está com a outra ela deve respeitar o tempo que aquela irá
brincar e só depois pedir para que ela possa brincar um pouco agora, assim a criança
aprende lições como compartilhar e esperar. No Projeto Político Pedagógico da creche
1, é bastante valorizado a ação do brincar, tem sugestões e dicas de diversas
brincadeiras que envolvem música, traços, sons, cores e formas, entre outras.
Na creche 1, o cuidado não era valorizado e posto a tamanha e devida importância no
aluno, e a singularidade de alguns alunos não era respeitado. Exemplo de alguns
comentários ouvido na escola “Essa geração, é geração da frescura, chora por qualquer
motivo”, “Você viu? Ela fez cocô nas calças, desse tamanho e ainda faz isso”,
“Nenhuma escola vai te querer”, entre outros. Expressões e falas negativas no cotidiano
da escola, a criança se sentirá constrangida e com medo, assim não sentirá estimulo ou
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as observações durante o estágio foi possível se ter uma ideia de como essas três
áreas estão sendo trabalhadas no dia a dia da criança, apesar da creche ainda ser vista
como um lugar de assistencialismo, apenas de cuidado a criança, pode-se notar o quanto
os professores estão trabalhando para o desenvolvimento social, afetivo, motor e
psíquico das crianças, seja através de histórias, brincadeiras, rodas de conversa e
combinados. Apesar de parecer simples ações são elas que fazem a diferença na
aprendizagem e desenvolvimento da criança. O cuidado não apenas se restringe, a
higiene, a alimentação, saúde e a segurança, mas sim as necessidades do aluno, o
pedagogo deve prestar atenção e entender que cada aluno é único, com seus valores,
crenças, religião e cultura. A brincadeira precisa ser abordada e discutida nas reuniões
de pais, a fim de quebrar o estereotipo, pois a ação de brincar não restringe a distrair ou
passar o tempo da criança na creche, mas sim há finalidades, um trabalho pedagógico
para o aluno se desenvolver através de estímulos e do prazer através do especialmente
lúdico, é um lugar onde te convida a explorar, a sentir, a experimentar e a fantasiar.
Enfim, brincar é tudo de bom e maravilhoso.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Referencial Curricular Para a Educação Infantil. v. 1, Brasília: MEC/SEF,
1998.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro
de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
GUSSO, Sandra de Fatima Kruger e SCHUARTZ, Maria Antonia. A CRIANÇA
E O LÚDICO: A IMPORTÂNCIA DO “BRINCAR”. Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, 2005.
OLIVEIRA, Z. de M. R. de. A creche no Brasil: mapeamento de uma trajetória.
Revista da Faculdade de Educação. São Paulo, v.14, n.1, p.43-52, 1988.
PAVAN, Helô. A arte de criar ambientes que educam e O que dizem as paredes da
escola de educação infantil. Avisa Lá, São Paulo, n.13, jan. 2003.
ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade
lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005.