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ORGANIZADORES
Luciano Luan Gomes Paiva
Dayana Lúcia Rodrigues de Freitas
COLABORADORA
Caroline Rodrigues de Freitas Fernandes
RECIFE/PE
2020
©Amplamente Cursos e Formação Continuada
1ª Edição. Volume 01. (E-BOOK)
Capa/Projeto gráfico
Luciano Luan Gomes Paiva
Dayana Lúcia Rodrigues de Freitas
E-BOOK (online)
Este e-book possui textos nacionais e internacionais. Todos os direitos
reservados. Partes desta obra podem ser utilizadas ou reproduzidas
desde que sejam devidamente citadas e referenciadas. Cada autor é
inteiramente responsável por seu(s) respectivo(s) texto(s), isentando a
Amplamente Cursos e Formação Continuada de qualquer problema ou
erro.
ISBN: 978-65-860-9027-7
INTRODUÇÃO
Desde a mais tenra infância a criança enfrenta adversidades que a impossibilitam
de ter acesso à escola, e, posteriormente milita contra situações que tentam impedi-la de
permanecer neste espaço. Nesta produção, busca-se explicitar fatores que se tornam
determinantes para a evasão escolar de sujeitos que estão na fase de transição da
infância para a vida adulta, bem como apontar estratégias de cooperação entre família e
escola para assegurar ao adolescente a assistência, o apoio e a instrução ao longo desse
período de transitoriedade em sua vida.
A adolescência caracteriza-se por ser um período da vida, situado entre a
infância e a vida adulta, que possui características específicas. Para Sousa et al. (2018)
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Graduada em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará – Fortaleza, Ceará.
Professora da Educação Básica/CE. E-mail: vanessaaraj@gail.com
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Graduado em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará – Fortaleza, Ceará. E-
mail: mariocarter1294@gmail.com
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E-BOOK AMPLAMENTE: EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE. 1ªEd. Vol.01
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este período entre 10 a 19 anos, conhecido por Adolescência, pode ser caracterizado
Nesta fase, o adolescente encontra-se frente a uma série de situações que podem
afetar seu desenvolvimento, como, por exemplo, a separação progressiva dos pais, a
construção da sua identidade, a perda do corpo infantil, a busca de novos horizontes
para além da família, entre outras situações. Nesse cenário podem surgir dificuldades
tanto para o adolescente quanto para seus pais e pessoas de seus contextos de
desenvolvimento próximo (BERTHOUD, 1995; KNOBEL, 1981).
Neste sentido, a fase do ciclo vital suscita, geralmente, readaptações na dinâmica
familiar, uma vez que as antigas crenças e práticas não fazem o mesmo efeito sobre este
sistema. As novas demandas do filho adolescente e os riscos aos quais o mesmo pode
estar submetido trazem preocupações e dificuldades para os pais, principalmente na
resolução de conflitos e na orientação em assuntos pouco falados pela própria família
associado a alguns comportamentos de risco na adolescência, por exemplo, exercício
desprotegido da sexualidade.
Os pais, numa tentativa de atenuar os conflitos, tendem a continuar a empregar
estratégias que costumavam funcionar na infância do filho, tentando "puxar as rédeas"
do adolescente ou retraindo-se emocionalmente para evitar novos conflitos (PRETO,
1995). Assim, observa-se que os pais podem sentir diversas dificuldades em como lidar
com os filhos e em como orientá-lós nesta nova fase do desenvolvimento.
De fato, a adolescência é um momento de transformações não só para o
adolescente, mas também para a família que deverá passar por mudanças para adaptar-
se a esse novo momento do ciclo vital de seus membros. Para Silva e Costa (2019, p.
247): “As famílias são os primeiros núcleos formativos dos sujeitos, portanto, possuem
um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem das crianças”.
Para Scheffer (2005), a família possui o papel de ser fonte de segurança, afeto,
proteção e bem-estar, funções as quais nem sempre consegue cumprir com todas as
crianças, em todas as situações. De fato, destaca-se que ela também pode se constituir
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em um fator de risco para o desenvolvimento de crianças e adolescentes (SCHENKER;
MINAYO, 2005). Quando a família não cumpre o seu papel de proteção, cuidando dos
seus filhos, dando carinho e limites, ela pode servir como um fator de risco para o
desenvolvimento dos mesmos (WEBER, 2007).
Deste modo, entra-se em cena a escola como a segunda mais importante
instituição formadora do adolescente. A escola, com sua proposta de formar cidadãos
críticos, conscientes, responsáveis e aptos ao trabalho e a cidadania, deve estar sempre
preocupada com o bem-estar dos estudantes, sobretudo numa fase tão delicada quanto a
adolescência. Souza (2009, p. 16) elenca que, “[...] a família é fundamental na formação
de qualquer indivíduo, culturalmente, socialmente, como cidadão e como ser humano
[...]”.
Família e escola são as duas intuições mais próximas do adolescente, portanto,
devem pensar uma relação de corresponsabilidade que busque equiparar o adolescente
neste processo de desenvolvimento cheio de tensões e conflitos. Esse apoio favorece o
estudante para que ele não se evada da escola, e esta instituição cumpra seu papel, que é
formar esse jovem como um cidadão que terá plena efetivação na sociedade.
Complementa Benato e Soares (2014, p. 8): “Escola e família se constituem, assim,
como agências socializadoras e educativas, com características comuns e diferenciadas.
Ambas preparam os indivíduos, desenvolvendo habilidades que contribuem para sua
participação na sociedade”.
Para tanto, a fim de compreender alguns dos fatores que compõem o quadro de
dificuldades suscitadas pela adolescência, bem como apontar família e escola como
instituições importantes para assistência durante este processo de transição, buscamos
estruturar um quadro conceitual através da Pesquisa Bibliográfica, de modo a refletir
tecer críticas acerca desta problemática.
Esta produção se classifica como uma Pesquisa Bibliográfica, pois, buscamos
apresentar e discutir sobre o tema em questão com base em referências teóricas
publicadas em livros, periódicos, revistas. Além disso, busca-se “[...] conhecer e
analisar as contribuições cientificas quando realizadas independentemente - análise
teórica – como parte da investigação empírica (MARTINS; PINTO, 2001, p. 41).
Com base nos nossos objetivos referentes a este estudo, optou-se por uma
pesquisa de abordagem qualitativa, pois, como ressalta Chizzotti (1995, p. 79),
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A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva
entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito. O conhecimento não se reduz a
um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o
sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e
interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto não
é um dado inerte e neutro, está possuído de significados e relações que
sujeitos concretos criam em suas ações.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como fora mencionado anteriormente, as crianças e os adolescentes militam
contra diversas dificuldades para permanecer na escola, a evasão escolar acontece em
todas as etapas da Educação Básica, no entanto, este problema se torna mais acentuado
no Ensino Médio, dada às diversas situações que acometem o estudante na adolescência
(DINIZ, 2015).
Vale ressaltar que para a Organização Mundial de Saúde (OMS) os limites
cronológicos da adolescência são de 10 a 19 anos de idade, mas no artigo segundo do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), considera criança o sujeito que tem até 12
anos completos e adolescente aquele com a faixa etária de 12 a 18 anos de Idade.
Quer sejam nos limites cronológicos da OMS ou do ECA, nessa faixa etária o
adolescente tem como direito estabelecido por lei a educação gratuita e de qualidade,
portanto, nestes limites a criança e/ou adolescente devem estar inseridos em uma
educação escolar regular.
Portanto, é de responsabilidade da escola assistir esse adolescente no processo
de transição da infância à vida adulta, bem como garantir situações formativas e de
qualidade que o instruam e direcione para a tomada de escolhas conscientes e
responsáveis. Para Freitas (2011):
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A orientação sexual a adolescente é complexa e possui uma variedade de
motivações psicológicas, sociais e afetivas que concorrem para o desenvolvimento e
efetivação ou não dessa orientação. Estudos demonstram que as conversas nesse âmbito
não são efetivas, pois, repetidamente são permeadas de "reticências, advertências e
repreensões".
Com relação ao público feminino, as orientações dos pais buscam
frequentemente moldar o comportamento das filhas segundo uma lógica de preservação
da moral, não as preparando efetivamente para o exercício de uma vida sexual segura
(ARCANJO; DE OLIVEIRA; BEZERRA, 2007; DIAS; GOMES, 2000).
O despreparo dos pais para lidar com assuntos e situações referentes à
sexualidade é explicado também pelo fato dos mesmos não possuírem um modelo
internalizado para efetuar essas conversar com os filhos, uma vez que os mesmos
provavelmente não vivenciaram essa experiência com seus próprios pais (SOARES;
AMARAL; SILVA; SILVA, 2008).
Alguns estudiosos têm apontado para fato de que muitas adolescentes podem ter
deixado a escola que fazia parte antes mesmo de engravidar, apontando, assim, a evasão
escolar como um indicativo da gravidez precoce (ALMEIDA, 2008; YAZLLE, 2002).
Assim sendo, nos deparamos com duas situações: ou o jovem, inquieto com suas
dúvidas, questionamentos e a necessidade de compreender mais de si e do mundo de
distância da escola, tem um resultado inesperado ou por estar perdido e sem instrução
acaba por abandonar a escola e se desvincular dela por completo.
Entretanto, a escola, quando disposta a efetivar o dever de oferecer uma
educação de qualidade e para todos, recebe, acolhe e assiste a cada estudante. Algumas
das disciplinas abordadas nos anos finais do Ensino Fundamental proporcionam esse
conhecimento do corpo o que pode ser configurado como uma ponte para se trabalhar
assuntos que estão diretamente relacionados com a sexualidade.
A sexualidade deve ser trabalhada na escola, tanto com os alunos, quanto com
seus pais, às vezes, pela falta de instrução os pais acabam reagindo de forma negativa,
assustando ou reprimindo o filho, o que pode acarretar numa frustração que ocasionará
possíveis decisões errôneas.
A gravidez na adolescência geralmente envolve renúncias, inclusive da perda de
proteção e confiabilidade da família. De fato, algumas famílias não aceitam a situação
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da gravidez na adolescência. As famílias que não aceitam a gravidez, geralmente, são
aquelas de camadas médias, que possuem outros projetos para seus filhos, relacionados
à maior escolarização e profissionalização.
Nesses contextos, a reação inicial dos pais é frequentemente de desgosto,
rejeição e tristeza, contudo, a atitude tende a mudar com o nascimento do bebê. A
reação negativa da família também pode ser sentida através da falta de apoio dos pais,
expulsão ou agressão física. Essas reações podem fazer com que a adolescente
considere o aborto, adoção e, até mesmo o suicídio como alternativas para dar fim a
essa situação difícil (MOREIRA et al., 2008).
As próprias adolescentes tratam à gestação como um problema só́ delas. Isso
provavelmente se encontra associado as questões de gênero, que ainda apontam para a
mulher como a principal à responsabilidade pela reprodução e criação dos filhos.
É considerado que a adolescente vive uma relação de normalidade e de afeto
com sua família até o momento em que revela sua gravidez, a partir disso instaura-se o
conflito e as cobranças realizadas pelos familiares. As cobranças referem-se,
principalmente, ao descuido ou não uso de métodos contraceptivos pela adolescente,
pois, a maioria das jovens revela que suas mães as haviam alertado sobre a possibilidade
de gestação (MONTEIRO et al. 2007).
O que se configura como um grande paradoxo, pois, o pai não orienta e instrui o
filho acerca da sua sexualidade, e, ao mesmo tempo, não está disponível a receber um
filho com questões problemáticas referente a esta questão. O que acontece em muitas
famílias é que o “alerta” é dado de forma autoritária, o que não facilita o
desenvolvimento de uma comunicação eficiente que poderia auxiliar na adoção de um
comportamento contraceptivo adequado (SILVA; TONETE, 2006).
Deste modo, reafirmamos a importância da escola como entidade formativa que
contribui efetivamente na sociedade, sobretudo na formação cidadã. Visto que a escola é
espaço democrático e formativo. Quando a escola solicita a presença dos pais e
apresenta as dificuldades vivenciadas pelos adolescentes, mostra-se como ente
orientador.
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oferece tanto ajuda financeira como amor e afeto a adolescente e ao bebê (GODINHO et
al., 2000).
De fato, nas situações que a gravidez ocorre em um contexto de organização
familiar sólida, as trajetórias das adolescentes, após o nascimento da criança, são
marcadas por alianças e por suporte da rede social, que fornecem tanto apoio material
como afetivo. Os vínculos afetivos e relacionais se reforçam entre os membros da
família e as adolescentes, sendo ofertado tanto a adolescente como a criança um
ambiente adequado ao desenvolvimento de ambas (HOGA et al., 2009).
Uma maior união da família pode ser observada como resultado de uma gestação
desejada, uma vez que os membros conjugam esforços para auxiliar a adolescente. A
família preocupa-se tanto com o bem-estar físico como emocional da adolescente, que
lhe oferece cuidados durante a gravidez.
Ela também auxilia na organização da jovem, especialmente quando elabora
conjuntamente com ela os planos para o futuro, após o nascimento da criança. Além
disso, alguns estudos indicam que a adolescente se torna mais responsável após a
gravidez, abandonando alguns comportamentos inadequados e desenvolvendo outros
mais adequados, como preocupação com o trabalho e com o estudo (HOGA et al, 2010;
MACHADO; SAITO; SZARFARC, 2007; SILVA; TONETE, 2006).
Observa-se que a gravidez e o nascimento da criança provocam forte impacto no
cotidiano familiar, pois, exigem mudanças no cotidiano, de espaço físico, hábitos de
consumo entre outras. Esses fenômenos geram modificações tanto na vida da
adolescente como na vida familiar, cujos planos necessitaram ser adaptados a essa nova
condição do membro da família (GUIMARÃES; WITTER, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, concluímos que quando se há necessidade de intervenção por
parte da escola, é de suma importância que esta instituição esteja ativa e preparada para
auxiliar o adolescente e sua família nesse processo tão delicado que é a adolescência.
Como mencionamos anteriormente, essa fase de transição entre a infância e a
vida adulta suscita diversas questões problemáticas, crises existenciais, crise de
personalidade, pois, é um processo de (te)descobrimento e afirmação.
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Deste modo, é essencial a presença da família, acompanhando, dando apoio e
instrução a este jovem que está fazendo parte deste processo. Mas, quando a família por
si só não sabe resolver, a escola entra em ativa e acompanha a família, instruindo e
orientando tanto o adolescente, quanto a família – com orientações sobre vida sexual,
aconselhamentos e apoio.
Entretanto, compreendemos as limitações que as escolas enfrentam, inclusive
com a falta de assistência profissional de um psicólogo que seria extremamente útil
nesta instituição. Mas, com o pouco que se tem, família e escola devem pensar
estratégias de cooperação e união para acompanhar, instruir e assistir os jovens que
estão ao longo desta etapa do desenvolvimento.
REFERÊNCIAS
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D.O.I: 10.29327/513932 ISBN: 978-65-860-9027-7
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GUIMARÃES, E. A; WITTER, G. P. Gravidez na adolescência: conhecimentos e
prevenção entre jovens. Boletim da Academia Paulista de Psicologia, São Paulo,
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SABROZA, A. R., Leal, M. C., Souza Jr., P. R., & Gama, S. G. N. (2004b). Algumas
repercussões emocionais negativas da gravidez precoce em adolescentes do
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SCHENKER, M; MINAYO, M. C. S. Fatores de risco e de proteção para o uso de
drogas na adolescência. Ciências e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2005.
SOUSA, Carolina et al. Fatores preditores da evasão escolar entre adolescentes com
experiência de gravidez. Cad. saúde colet. [online]. 2018, vol.26, n.2.
WEBER, L. (2007). Eduque com carinho: equilíbrio entre amor e limites. 2a Edição.
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