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Currículo da

Educação Infantil
PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Felício Ramuth
Prefeito

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Jhonis Rodrigues Almeida Santos


Secretário

Márcio José Catalani


Secretário Adjunto

Claudia Faria Khouri


Departamento de Educação Básica

Daniela Bandeira Navarro


Assessoria Técnico-Pedagógica

Maria das Graças de Oliveira


Divisão da Educação Infantil

Andreia Cristina de Oliveira


Elisângela Aparecida Carvalho Siqueira
Mariana Rosangela dos Santos Silva
Leandra Gavina Margarita Carreño Mardones
Coordenadoras de Ensino da Educação Infantil

1ª edição

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CIDADANIA


Rua Prof. Felício Savastano, 240 - Vila Industrial
CEP: 12220-270 - São José dos Campos - SP
Telefone: +55 (12) 3901-2000
Email: gabinetesme@sjc.sp.gov.br
Site: www.sjc.sp.gov.br

Prefeitura de São José dos Campos


Secretaria de Educação e Cidadania
Departamento de Educação Básica
2021
Currículo da Educação Infantil - Rede de Ensino Municipal, v.1
São José dos Campos - SP
Educação Infantil, 2021.

ISBN Revisão e Edição


978-65-993408-9-5 Daniele de Aquino dos Santos
Sandra Barbosa Leal
Assessoria Pedagógica
da Educação Infantil
Ilustrações
Beatriz Mangioni Sampaio Ferraz
Daniel Alves da Cruz
Redatores do Documento Banco de Imagens: iconfinder.com
Introdutório do Currículo
Ana Claudia Souza Santos Fotografias
Andreia Cristina de Oliveira Claudio Vieira
Prefeitura de São José dos Campos
Elisângela Aparecida Carvalho Siqueira
Kriz Knack
Karen Santos Parâmetros Nacionais da Qualidade | Educação
Simone de Oliveira Infantil – 2020

Lucas Vieira
Redatores do Currículo Prefeitura de São José dos Campos
da Educação Infantil Professores de Educação Infantil
Adriana Cristina da Cunha e Silva da Rede de Ensino Municipal Agradecimentos
Andreia Cristina de Oliveira
Alessandra Fernandes Turci Projeto Gráfico e Editoração A todos os educadores da Rede de Ensino Municipal que contribuíram
Denise Escobar de Sousa Castaldi Anderson Goiembiesqui para a elaboração deste documento e, diariamente, dedicam-se para
Elisângela Aparecida Carvalho Siqueira fazê-lo cumprir o propósito de garantir o desenvolvimento integral
Graziela Fernandes Vargas Rocha dos estudantes de São José dos Campos.
Helena Xavier Pires
Juliane Menezes Alfenas
Kelly Karina Perez Bento
Leandra Gavina Margarita Correño Mardones
Mariana Rosangela dos Santos Silva
Maria Alice Barreto
Márcia Catarina Gomes dos Santos
Odaline Fátima Bortolani Monteiro
Pabila Renata Rodrigues Gomes dos Santos
Poliana Campos Ferracioli
Renata de Miranda Dias Oliveira Esta publicação poderá ser compartilhada, integral ou
parcialmente, para fins não comerciais desde que seja atribuído
Renata Maria de Souza crédito apropriadamente, indicando quais mudanças foram
feitas na obra. Direitos de imagem, de privacidade ou direitos
Rodrigo Luiz de Araujo
morais podem limitar o uso do material, pois necessitam de
Sheila Regina Camargo de Almeida Arantes autorizações para o uso pretendido.

Shirlei de Paula Perez Tirone A Secretaria de Educação e Cidadania de São José dos Campos
recorre a diversos meios para localizar os detentores de direitos
Tamira Paula Torres Martins de Souza autorais a fim de solicitar autorização para publicação de
Tatiane Policarpo de Sene conteúdo intelectual de terceiros, de forma a cumprir a legislação
vigente. Caso tenha ocorrido equívoco ou inadequação na
Vivian Maria Senne de Assis atribuição de autoria de alguma obra citada neste documento,
a SEC se compromete a publicar as devidas alterações tão logo
Viviane Leite de Castro Rodrigues seja possível.

Orientadores de Escola Devido a especificidades da Língua Portuguesa, adotam-se, nesta


obra, os termos no gênero masculino, para facilitar a leitura,
Professores da Educação Infantil da considerando as inúmeras menções ao longo do texto. Assim,
embora alguns termos estejam grafados no masculino, eles
Rede de Ensino Municipal referem-se igualmente ao gênero feminino.
Aos educadores da Rede de Ensino
Municipal de São José dos Campos

O
sucesso de uma rede de ensino se constrói por meio da percepção de que mu-
danças, adequações e considerações são necessárias durante o percurso da prá-
tica educativa, sempre em busca da ética, da cidadania e de resultados positi-
vos. Sendo assim, a revisão de caminhos, a pesquisa constante pelo que é atual e a capacidade
de possibilitar a seus participantes a reestruturação são elementos indispensáveis à formação
de qualidade do estudante.
Levando em consideração a disposição constante de todos os envolvidos no propósito
de eficiência e transformação de vidas por meio da educação, temos a grande satisfação de
apresentar o novo Currículo da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos, conce-
bido a partir da construção coletiva de inúmeros profissionais da educação que atuaram na
adequação da Matriz Curricular do município à BNCC e ao Currículo Paulista.
Desde 2017, professores, orientadores, coordenadores e gestores se debruçaram em re-
flexões, estudos, seminários, palestras, assessorias, consultas e escutas em participação ativa
para a construção do Currículo. Nesse percurso, contamos também com a experiência de nos-
sos profissionais que participaram da redação do Currículo Paulista, base para a composição
deste documento.
O trabalho de excelência realizado buscou manter a clareza dos objetivos pedagógicos e
das metas educacionais a serem alcançadas. Nestas páginas, vocês encontrarão os princípios
da Rede de Ensino Municipal construídos e pautados nas diretrizes legais que fundamentam
os direitos de aprendizagem dos estudantes, considerando as singularidades das etapas e mo-
dalidades de ensino desde a Educação Infantil até a Educação de Jovens e Adultos.
Esperamos que este Currículo cumpra seu propósito e se torne um documento vivo,
presente ativamente na prática de sala de aula, e que os envolvidos possam refletir os conhe-
cimentos aqui descritos de forma positiva nos bairros, no município, no estado, no Brasil e no
mundo, afinal, a escola é agente transformador na constituição dos sujeitos, exercendo papel
fundamental na formação cidadã, o que contribui, desta forma, para o bom desenvolvimento
da sociedade.
Por fim, considerando a soma da construção coletiva que gerou este Currículo, da tra-
jetória de sucesso da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos, bem como da com-
petência e comprometimento de seu corpo docente, temos certeza de que nosso desejo de
atingir resultados de aprendizagem cada vez melhores será alcançado. Essa grandiosa missão
está em suas mãos, Profissional da Educação. A implementação de todo o trabalho que está
neste documento só será possível por meio da sua prática no cotidiano da sala de aula, sendo
fator decisivo na formação e construção de um futuro próspero para nossos estudantes.
Juntos somos mais fortes.

Cristine de Angelis Pinto


Secretária de Educação e Cidadania (2017 - 2020)
Índice PARTE 5 – Organização Curricular
5.1 Uma abordagem curricular por campos de experiências e objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento................................................................................. 72
5.2 Campos de experiências ................................................................................................. 72
PARTE 1 – Introdutório 5.3 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.......................................................... 73
1.1 A cidade de São José dos Campos e a Rede de Ensino Municipal.............................. 14 5.4 Aprendizagens e contextos............................................................................................. 74
1.1.1 A cidade no contexto................................................................................................................... 14 5.4.1 Campo de experiências “o eu, o outro e o nós”....................................................................... 74
1.1.2 A educação de São José dos Campos: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental........ 16 5.4.2 Campo de experiências “corpo, gestos e movimentos”.......................................................... 76
1.1.3 Histórico da rede e dos documentos curriculares de São José dos Campos....................... 18 5.4.3 Campo de experiências traços, sons, cores e formas............................................................. 78
1.2 Princípios da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos............................. 20 5.4.4 Campo de experiências “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”...... 80
1.2.1 Concepção de Currículo da Rede de Ensino Municipal .......................................................... 20 5.4.5 Campo de experiências “escuta, fala, pensamento e imaginação”....................................... 82
1.2.2 Conceito de Educação Integral................................................................................................... 22 5.5 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento - Progressão................................... 84
1.2.3 Conceito de equidade................................................................................................................. 23 5.5.1 O eu, o outro e o nós................................................................................................................... 85
1.2.4 Conceito de qualidade................................................................................................................. 24 5.5.2 Corpo, gestos e movimentos...................................................................................................... 86
5.5.3 Traços, sons, cores e formas...................................................................................................... 87
PARTE 2 – Propósitos, Princípios e Valores Educacionais
5.5.4 Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.................................................. 88
2.1 Por uma educação infantil com qualidade................................................................... 28 5.5.5 Escuta, fala, pensamento e imaginação.................................................................................... 89
2.2 Nossos propósitos............................................................................................................ 30 5.6 Grupos etários – objetivos, contextos e ações............................................................. 90
2.3 Nossos princípios e valores educacionais..................................................................... 31 5.6.1 Bebês (zero a 1 ano e 6 meses).................................................................................................. 90
2.3.1 Equidade na Educação Infantil................................................................................................... 31 5.6.2 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses).......................................... 98
2.3.1.1 Práticas educacionais inclusivas: caminhos para incluir a todos........................................................................ 33 5.6.3 Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)................................................................. 105
2.3.1.2 Práticas educacionais que respeitam a diversidade: reconhecimento e valorização das diferenças num
mundo plural.............................................................................................................................................................. 35 PARTE 6 – Promovendo contextos de aprendizagem
2.3.1.3 Práticas educacionais que promovem a sustentabilidade: caminhos para a valorização da vida.................. 36
6.1 Aprender brincando, interagindo e investigando em contextos reais ................... 115
2.3.2 Aprendizagem e ensino holístico............................................................................................... 38
2.3.3 Engajamento das crianças, famílias e professores e a participação ativa nos processos de 6.2 Organização dos ambientes, espaços e materiais para apoiar a aprendizagem... 119
aprendizagem, desenvolvimento e ensino............................................................................... 40 6.2.1 O que o professor considera para organizar os ambientes, espaço e os materiais ........ 120
2.3.3.1 Criança engajada....................................................................................................................................................... 41 6.2.2 Práticas intencionais na organização dos ambientes, espaços e materiais....................... 124
2.3.3.2 Família engajada........................................................................................................................................................ 41 6.3 Gestão do cotidiano para apoiar a aprendizagem..................................................... 125
2.3.3.3 Professor engajado.................................................................................................................................................... 42 6.3.1 Rituais.......................................................................................................................................... 127
6.3.1.1 Acolhimento.............................................................................................................................................................128
PARTE 3 – Princípios e Fundamentos Pedagógicos 6.3.1.2 Cuidados com o bem-estar....................................................................................................................................128
3.1 Princípios pedagógicos.................................................................................................... 45 6.3.1.3 Arrumação................................................................................................................................................................129
3.1.1 Princípio dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento................................................. 45 6.3.1.4 Alimentação..............................................................................................................................................................129
3.1.2 Princípio do protagonismo......................................................................................................... 46 6.3.1.5 Livre escolha.............................................................................................................................................................129
6.3.1.6 Espaços externos (território educativo e áreas externas da instituição de educação infantil).....................130
3.1.3 Princípio da singularidade.......................................................................................................... 47
6.3.1.7 Leitura literária.........................................................................................................................................................130
3.1.4 Princípio da potencialidade........................................................................................................ 47
6.3.1.8 Conversa e assembleia ..........................................................................................................................................130
3.1.5 Princípio da relação..................................................................................................................... 47 6.3.1.9 Experiências e explorações....................................................................................................................................131
3.1.6 Princípio da unidade ................................................................................................................... 48 6.3.2 Os contextos de aprendizagem .............................................................................................. 131
3.1.7 Princípio do significado .............................................................................................................. 48 6.3.2.1 Tempos, espaços e materiais.................................................................................................................................131
3.2 Fundamentos pedagógicos............................................................................................. 49 6.3.2.2 Contextos de brincadeiras, investigações e interações......................................................................................131
3.2.1 Experiências, relações e continuidade na aprendizagem....................................................... 49 6.3.2.3 Protagonismo da criança e do adulto...................................................................................................................131
3.2.2 As múltiplas linguagens como formas da criança se expressar e aprender........................ 51 6.3.2.4 Interações.................................................................................................................................................................131
3.2.3 Confiança, previsibilidade e continuidade como pilares para a aprendizagem e o 6.3.2.5 Modalidades de gestão...........................................................................................................................................132
desenvolvimento.......................................................................................................................... 52
3.2.4 Práticas pedagógicas intencionais, responsivas e reflexivas................................................. 54
PARTE 7 – Documentação Pedagógica
3.2.5 Transições..................................................................................................................................... 55 7.1 As diferentes formas de documentar.......................................................................... 135
3.2.5.1 Orientações para as transições ao longo da educação infantil........................................................................... 55 7.2 Documentações pedagógicas: possíveis caminhos para compartilhar
3.2.5.2 Transição da educação infantil para o ensino fundamental................................................................................ 57 narrativas de aprendizagens........................................................................................ 138
7.2.1 A participação ativa das crianças na documentação pedagógica........................................ 139
PARTE 4 – Princípios e Fundamentos de uma Comunidade de Aprendizagem 7.2.2 A participação ativa do professor na documentação pedagógica ...................................... 139
4.1 Criação e convivência em uma comunidade de aprendizagem................................. 63 7.2.3 A documentação pedagógica como instrumento de formação continuada ..................... 141
4.2 Os diferentes atores de uma comunidade de aprendizagem.................................... 64 7.3 A documentação como apoio à integração de toda a comunidade de
4.2.1 A criança como aprendiz............................................................................................................. 64 aprendizagem................................................................................................................. 141
4.2.2 O papel da família........................................................................................................................ 65 7.4 Planejamento e organização para a aprendizagem.................................................. 142
4.2.3 O papel do professor................................................................................................................... 66 7.4.1 Por que é importante planejar?............................................................................................... 142
4.2.4 O papel da equipe gestora......................................................................................................... 66 7.4.2 Diferentes tempos para planejar............................................................................................. 144
4.2.5 O papel dos profissionais da instituição de educação infantil............................................... 67
4.2.6 O papel dos parceiros comunitários......................................................................................... 68 Referências............................................................................................................................ 148
1 numerando

PARTE 1
Introdutório
O currículo é uma práxis antes que um objeto estático emanado
de um modelo coerente de pensar a educação ou as aprendizagens ne-
cessárias das crianças e dos jovens, que tampouco se esgota na parte
explícita do projeto de socialização cultural nas escolas. É uma prá-
tica, expressão da função socializadora e cultural que determinada
instituição tem, que reagrupa em torno dele uma série de subsistemas
ou práticas diversas, entre as quais se encontra a prática pedagógica
desenvolvida em instituições escolares que comumente chamamos en-
sino. (SACRISTÁN, 2000, p. 15-16).

12
1.1 A cidade de São a Presidente Dutra e Ayrton Senna e pelo tura arrojada, universidades, faculdades e a qual possibilita que a produção do cam-
aeroporto internacional Professor Urbano centros de formação de mão de obra quali- po chegue à mesa da população, sendo um
José dos Campos e
Ernesto Stumpf. A cidade está bem próxi- ficada. O território joseense possui 70% de importante entreposto do Vale do Paraíba;
a Rede de Ensino ma de praias, da região serrana do estado de zona rural, desta porcentagem, boa parte e o Parque Tecnológico (PqTec), criado em
Municipal São Paulo e de variados destinos turísticos está preservada. O distrito de São Francis- 2010, que abriga empresas de negócios,
do Vale do Paraíba. Pode ser considerado co Xavier, localizado na região norte de São centros empresariais, laboratórios multiu-
1.1.1 A cidade no contexto um município de destaque no país devido a José dos Campos, conta com uma Área de suários, escritórios de negócios e universi-
sua relevância econômica, visto que possui Proteção Ambiental (APA) que atrai inúme- dades. É um grande complexo de inovação e
São José dos Campos é considerado sede de importantes empresas em seu terri- ros turistas para a prática de ecoturismo e empreendedorismo do Vale do Paraíba.
o principal município da Região Metropo- tório, abrigando variados polos industriais, esportes de aventura. Também detém vista
litana do Vale do Paraíba, importante tec- Uma cidade que une cultura, tradição,
tecnológicos, educacionais, além de atrair panorâmica das cidades vizinhas, em meio
nopolo de material bélico, metalúrgico e tecnologia e busca o equilíbrio do desenvol-
também investimentos na área de hotelaria, a um relevo composto por morros, serras e
sede do maior complexo aeroespacial da vimento tecnológico e industrial com a na-
comércio e serviços. picos, entre os quais o Pico do Selado, que
América Latina. Localizado entre os estados tureza, mantendo, além de parte de sua área
se sobressai com 2.082 metros de altitude,
de São Paulo e Rio de Janeiro, próximo às O município é constituído por três rural preservada, diversos parques, praças
ponto culminante do município, proporcio-
encostas da Serra do Mar e da Mantiquei- distritos: São José dos Campos, Eugênio de nos bairros e ruas arborizadas. Preserva
nando uma bela vista do Vale do Paraíba e
ra, possui uma área territorial de 1.099,409 Melo e São Francisco Xavier. No núcleo ur- também a cultura local, influenciada pelos
do sul de Minas Gerais. O distrito de Eugê-
km2 e população estimada de 721.944 pes- bano, destaca-se a localização de institutos tradicionais tropeiros do Vale do Paraíba,
nio de Melo está localizado à beira da Rodo-
soas1. Está interligado aos estados e cida- federais de pesquisa científica, empresas e continua a receber bem os migrantes de
via Presidente Dutra. Dois destaques desse
des vizinhas por modernas rodovias como de tecnologia de ponta, prédios de arquite- todas as partes que atuam no crescimento
distrito são a Companhia de Entreposto e
local.
[1] IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades - São José dos Campos. Disponível em: Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP),
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-jose-dos-campos/panorama. Acesso em: 21 ago. 2020.

Sobre a origem de São José dos Campos

A
origem da cidade remete ao Brasil pelo jesuíta Padre Manuel de Leão, ocorre antes mesmo de se tornar freguesia. clima da cidade em busca da cura para en-
Colônia, final do século XVI, com o deslocamento desse aldeamento para a fermidades respiratórias, como a tubercu-
Transformada em vila em 27 de julho
a interiorização ocasionada pelos região mais alta e segura, na qual hoje se lo- lose pulmonar. Sete sanatórios foram cons-
de 1767, com o nome de São José do Paraí-
bandeirantes, os quais iniciaram o processo caliza a Igreja Matriz de São José dos Cam- truídos, o primeiro deles em 1924, chamado
ba, foram erguidos o pelourinho e a Câma-
de entradas e, com a presença dos jesuítas, pos, na região central. Núcleo este que deu Sanatório Vicentina Aranha, considerado o
ra Municipal, símbolos que caracterizavam
deram início às missões. Há registros dos origem à Aldeia de São José, hoje a cidade. maior do país na época.
a nova condição da região. A emancipação
primeiros núcleos no interior do município.
Em 1759, com a expulsão dos jesuítas política não trouxe grandes benefícios até Em 1935, com o auxílio do governo
Há evidências de que, da pulverização do Brasil, em função das medidas Pombali- meados do século XIX. Em 1864, a Vila foi federal e a transformação do município em
de um grande núcleo, em que hoje se loca- nas, e todas as posses da ordem confiscadas elevada à categoria de cidade e em 1871 re- estância climática e hidromineral, investiu-
liza Guarulhos, cidade que fica a aproxima- por Portugal, Luís Antônio de Souza Bote- cebeu a denominação de São José dos Cam- -se mais em infraestrutura, principalmente
damente 75 km de São José dos Campos, lho Mourão, conhecido como Morgado de pos. No entanto, o município passou a ter na área de saneamento básico, o que no fu-
originaram-se subnúcleos ou aldeamentos, Mateus, assumiu o governo de São Paulo, sinais de crescimento econômico, graças à turo viria a ser um fator com grande poten-
um dos quais administrado por jesuítas e com a incumbência de reerguer a capitania. expressiva produção de algodão, exportado cial para a atração de investimentos desti-
que deu início à Aldeia do Rio Comprido, Com o objetivo de aumentar a arrecadação para a indústria têxtil inglesa. nados ao desenvolvimento industrial. Entre
caracterizada como uma fazenda pecuaris- provincial, uma das primeiras providências 1935 e 1958, a cidade foi administrada por
São José dos Campos ganhou desta-
ta. tomadas foi elevar à categoria de vila diver- prefeitos sanitaristas, nomeados pelo go-
que nacional na chamada fase sanatorial,
sas aldeias, entre elas a Aldeia de São José, verno estadual.
No final do século XVII, comandado quando inúmeros doentes procuravam o
14 15
Com grande potencial para o desen- Percebe-se, por meio dos dados, que o Linha do tempo da Rede de Ensino Municipal
volvimento industrial, São José dos Cam- município vem progredindo ao longo de sua
pos conta com instituições nacionais de história e a educação contribui significativa-
considerável reconhecimento, como: o Ins- mente para o avanço dos índices. Legitima- 1961
tituto Tecnológico Aeroespacial (ITA) des- -se, assim, a importância dos profissionais Foram criadas as primeiras classes
sob a responsabilidade do município
de 1950; o Centro Técnico de Aeronáutica da Rede de Ensino Municipal (REM) de
(CTA), implantado em 1953 e que em 1969 São José dos Campos na continuidade do
se torna o Centro Técnico Aeroespacial, atu- trabalho com afinco, em prol de atingir os
almente denominado Departamento de Ci- objetivos para os quais se propõem, aper- 1974 1975 1977
Foi criada a primeira Foram criadas 09 escolas de Foi implantado o
ência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA)2; feiçoando-se constantemente. Com efeito,
escola de Educação Ensino Fundamental e 02 Plano de Educação
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais a compreensão do funcionamento da edu- Infantil de Educação Infantil Infantil (PLANEDI)
(INPE), com surgimento no início de 1960. cação do município é aspecto importante
A cidade, nos anos 90 e início do século na prática de um currículo que proporcione
XXI, passa por um importante incremento a continuidade dos processos de ensino e
1984 1982 1980
no setor terciário, tornando-se um centro aprendizagem, resultando no engajamento Foram criadas Foram criadas 01 escola Foram criadas 03
regional de compras e serviços, com aten- dos sujeitos. 08 escolas de de Ensino Fundamental e escolas de Educação
dimento a aproximadamente 2 milhões de Educação Infantil 03 de Educação Infantil Infantil e 02 creches

habitantes do Vale do Paraíba e sul de Mi- 1.1.2 A educação de São


nas Gerais. José dos Campos: da
Educação Infantil ao 1988 1989
O município continua com crescimen- Foram criadas 01 escola de Foi criada uma escola de
to expressivo e busca oferecer qualidade de Ensino Fundamental Ensino Fundamental e 01 Creche Ensino Fundamental
vida aos seus cidadãos. Atualmente, o Índi- Visitar a história de uma rede de en-
ce de Desenvolvimento Humano (IDHM)3 sino e dos documentos que a embasam pos-
de São José dos Campos, que considera in- sibilita, a todos os envolvidos no processo 1993 1992 1991
dicadores como longevidade, saúde, renda e educacional, a percepção ímpar do ponto Foram criadas Foram criadas 03 escolas de Foram criadas
educação e varia de 0 a 1, é de 0,807, o que 01 escola de Ensino Fundamental, 14 de 08 escolas de
de partida, das conquistas que se estabele- Educação Infantil Educação Infantil, 29 Núcleos de Ensino Fundamental
situa esse município na faixa de Desenvol- ceram ao longo do tempo e do intuito de se e 01 creche Educação Infantil e 06 Creches
vimento Humano Muito Alto (IDHM entre elaborar um currículo que amplia e define
0,800 e 1). caminhos, organizando as práticas educa-
tivas, com foco na formação de um sujeito
A dimensão que mais contribui para 1994 1995 1997
integral. Foram criadas 01 escola de Ensino Foi criada 01 escola de Foram criadas 01 escola
o IDHM do município é longevida-
Fundamental Supletivo, 02 de Ensino Fundamental de Educação Infantil e
de, com índice de 0,855, seguida de O ensino na Rede Municipal de São Educação Infantil e 01 creche 02 creches
renda, com índice de 0,804, e de edu-
José dos Campos acontecia de forma não
cação, que passou de 0,409 em 1991
institucionalizada até o ano de 1961, quan-
para 0,764 em 2010.4
do foram criadas as primeiras classes sob a 1999 1998
[2] AEITA – Associação dos Engenheiros do ITA. His- Foram criadas 03 Foram criadas 02 escolas de
responsabilidade do município. A partir de
tória do ITA: 1941 a 1950. Disponível em: http:// escolas de Ensino Ensino Fundamental, 02 de
www.aeitaonline.com.br/wiki/index.php?title=His- então, a rede cresceu em tamanho e ganhou Fundamental Educação Infantil e 01 Núcleo
t%C3%B3ria_do_ITA_1941_a_1950#1941. Acesso muito em qualidade. A linha do tempo a se- de Educação Infantil
em: 21 ago. 2020.
guir mostra seu crescimento exponencial
[3] IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística. Cidades - São José dos Campos. Disponível por 39 anos até ser definida como Sistema
em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-jose- Municipal de Ensino em dezembro de 2000. 2000 2002
-dos-campos/panorama. Acesso em: 21 ago. 2020. Cria-se o projeto Criado o Sistema
[4] Disponível em: http://www.atlasbrasil.org. CECOI/CEDIN – rede parceira Municipal de Ensino

16 br/2013/pt/perfil_m/sao-jose-dos-campos_sp. Acesso em: 21 ago. 2020. Fonte: INDICAÇÃO CME Nº. 01/00 – Aprovada em 21/12/2000.
17
Lei 6.103/02, de 03/06/2002.
Atualmente, a rede conta com 159 e documentos norteadores estaduais e fe- mático, Psicomotricidade e Ciência e Saúde. Matriz Curricular da rede que definisse um
unidades escolares, sendo que 112 são de derais, nas avaliações externas e nos dados Em 1985, o documento foi reestruturado, alinhamento dos processos de ensino em
Educação Infantil, atendendo a 31.760 es- de aproveitamento e aprendizagem dos alu- passando a ser composto também do Con- todas as unidades, bem como assegurasse a
tudantes. Das escolas da Educação Infan- nos, trabalhando constantemente com foco teúdo Programático a ser desenvolvido com progressão e aprofundamento do aprendi-
til, 46 atendem em período integral de 10 na melhoria da qualidade da educação que o objetivo de assegurar a aprendizagem das zado do estudante.
horas e as demais 66 atendem em período oferece a seus estudantes. crianças. Em 1990, iniciou-se uma nova re-
Nos anos de 2011 e 2012, contando
parcial de 5 horas. No Ensino Fundamen- estruturação no Plano Curricular, passando
com a parceria e consultoria da Organização
tal são 47 escolas, dessas, 43 atendem aos 1.1.3 Histórico da rede e dos a ser dividido em: Linguagem, Psicomotri-
das Nações Unidas para a Educação, a Ciên-
Anos Iniciais e Anos Finais e 04 atendem documentos curriculares cidade, Raciocínio Lógico, Ciências Natu-
cia e a Cultura (UNESCO), esse estudo foi
somente aos Anos Iniciais. Das escolas de de São José dos Campos rais e Ciências Sociais.
ampliado e passou a envolver os professores
Ensino Fundamental, 12 ofertam a jornada
A Rede de Ensino Municipal de São Com um Plano Curricular totalmente da rede. Encontros aconteciam em Horário
ampliada na modalidade ensino integral e
José dos Campos, até 2008, apoiava-se so- reestruturado, em 1992 se apresenta a pro- de Trabalho Coletivo (HTC), unindo Orien-
10, a modalidade de Educação de Jovens e
mente em documentos curriculares federais posta de trabalhar do Infantil I ao Infan- tadores de Ensino da Secretaria Municipal
Adultos, totalizando 37.809 estudantes ma-
e estaduais para definir seu ensino. Poste- til IV as disciplinas de Língua Portuguesa, de Educação e professores de cada compo-
triculados5.
riormente, Educação Infantil e Ensino Fun- Matemática, Educação Artística, Educação nente e etapa do Ensino Fundamental. Na
A Secretaria de Educação e Cidada- damental construíram documentos orien- Física, Estudos Sociais e Ciências Naturais. Educação Infantil, os professores foram
nia é o órgão responsável por gerir, defi- tadores próprios, sempre com o objetivo de divididos por eixos de conhecimento, por
No ano de 1998, iniciaram-se os estu-
nir metas e procedimentos que norteiam o assegurar conteúdos base aos alunos, ade- representatividade das Unidades Escolares.
dos acerca do Referencial Curricular Nacio-
trabalho desenvolvido na Rede de Ensino quando-os às especificidades regionais. Nesses encontros, foi construída a Matriz
nal elaborado pelo Ministério da Educação
Municipal, além de acompanhar e avaliar os Curricular da Rede de Ensino Municipal de
A Educação Infantil, até 1984, apoia- (MEC) para a Educação Infantil, que tinha
resultados. Sempre pautada em diretrizes São José dos Campos de forma coletiva e
va-se em um Plano Curricular, documento por objetivo alinhar ações e referências pe-
colaborativa.
norteador da prática pedagógica organizado dagógicas em todo território nacional, tra-
[5] Dados disponíveis em: http://censobasico.inep.
gov.br. Acesso em: 17 ago. 2020. em: Linguagens, Raciocínio Lógico-Mate- zendo reflexões sobre as faixas etárias de Com a homologação da Base Nacional
creche (0 a 3 anos) e pré-escola (4 a 6 anos), Comum Curricular (BNCC) em 20176, do-
documento que passa a ser fruto de investi- cumento de caráter normativo que define o
Para saber mais: mento da REM. conjunto de competências essenciais à Edu-
cação Básica, a Rede de Ensino Municipal
Em 2009, foi elaborada a Proposta
de São José dos Campos promoveu o “Fó-
Curricular para Berçários, a fim de qualifi-
rum de Educação – Currículo e Inovação”7,
car o atendimento às crianças de zero a três
anos, segmento creche, articulando cuida- [6] BRASIL. Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC/CONSED/
dos e educação. Já o Ensino Fundamental UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacional-
utilizava até 2009 os Guias Curriculares comum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/
Lei de Diretrizes e Bases da Plano Nacional de Educação bncc-20dez-site.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020.
Educação (LDBEN n.º 9.394/96) (PNE Lei n.º 13.005/2014) propostos para as disciplinas do núcleo co-
http://portal.mec.gov.br http://pne.mec.gov.br/ [7] A Prefeitura de São José dos Campos, em parce-
mum do ensino do 1º grau (1975) e os Parâ- ria com a Fundação Lemann, realizou entre os dias
metros Curriculares Nacionais de todas as 16 e 20 de outubro de 2017, o Fórum de Educação
“Currículo e Inovação”, com o objetivo de oferecer,
áreas, incluindo temas transversais (1997).
aos profissionais da área da educação e interessa-
dos, a oportunidade de aprimoramento de seus
No ano de 2010, a equipe técnica da conhecimentos e reflexão sobre a Base Nacional
Rede de Ensino Municipal iniciou um es- Comum Curricular e a Matriz Curricular da rede.
As atividades foram divididas em blocos em que
tudo dos guias e parâmetros utilizados até os palestrantes convidados discorreram sobre
então na Educação Infantil e no Ensino a BNCC, e comunicações orais com orientadores
Base Nacional Comum Curricular - Currículo Paulista (2019) Plano Municipal de Educação
BNCC (2017) www.escoladeformacao.sp.gov.br (Lei n.º 9298/2015) pedagógicos da REM para aprofundar o tema por
Fundamental, no intuito de construir uma área de conhecimento.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br www.sjc.sp.gov.br
18 19
a partir de uma versão ainda preliminar da 1.2 Princípios da Rede § 2º Na organização da proposta cur- Nessa concepção de currículo, as
BNCC, iniciando os estudos desse docu- ricular, deve-se assegurar o entendi- aprendizagens necessárias para a formação
de Ensino Municipal mento de currículo como experiências
mento. não são um fim em si mesmas, mas um meio
de São José dos escolares que se desdobram em torno
dialógico e socializador para uma constru-
do conhecimento, permeadas pelas
No início de 2018, de posse da Base
Campos relações sociais, articulando vivên-
ção que leva em conta as culturas dos envol-
Nacional Comum Curricular homologada,
cias e saberes dos estudantes com os vidos no processo de educação. Na mesma
os professores realizaram a análise desse O Currículo da Rede de Ensino Muni-
conhecimentos historicamente acu- perspectiva, Palanch (2016) defende que o
documento, tomando ciência de sua orga- cipal de São José dos Campos compreende
mulados e contribuindo para cons- currículo envolve saberes, conhecimentos
nização e fundamentos, bem como o estu- o estudante em sua integralidade, isto é, um truir as identidades dos educandos escolares e mobiliza relações entre agentes
do das competências gerais propostas. Em sujeito que se constitui a partir do desenvol- (BRASIL, 2013, p. 66). escolares, propiciando uma construção cul-
setembro deste mesmo ano, os professores vimento dos aspectos físico, afetivo, social
tural por meio de uma prática complexa e
participaram de um ciclo formativo, orga- e cognitivo. Considera as características da Conforme destacado nas Diretrizes
promovendo diversos pontos de vista e pro-
nizado pela Secretaria de Educação e Cida- criança, do adolescente, do jovem e do adul- Curriculares Nacionais, fica evidente um
dução de diferentes significados. Logo, o
dania, com pautas formativas voltadas ao to na organização dos tempos, dos espaços conceito de currículo que extrapola a tra-
currículo é um lugar em que tensões se apre-
estudo das versões preliminares do Currí- e dos materiais de cada etapa e modalidade dicional lista de conteúdos de um curso
sentam a partir da multiplicidade de pers-
culo Paulista, com o objetivo de contribuir de ensino, como a importância do brincar, escolar, tratando assim de uma construção
pectivas que emanam de relações sociais,
e participar de consulta pública proposta na a integração dos saberes do cotidiano e das humana em espaços sociais, em que as ex-
culturais, políticas e históricas, as quais se
construção do documento. experiências extraescolares com vistas ao periências e saberes dos educandos se rela-
materializam na prática educativa, regulam
desenvolvimento e aprendizagens do estu- cionam com o acúmulo de conhecimento da
No decorrer de 2019, os professores e emancipam os agentes envolvidos.
dante. humanidade, promovendo a reconstrução
dos diferentes componentes curriculares e
das identidades dos envolvidos na relação. O currículo também possui uma fun-
etapas do Ensino Fundamental formaram
grupos, organizados pelos Orientadores de 1.2.1 Concepção de Currículo O conceito de currículo se modificou
ção política e social, uma vez que busca pro-

Ensino da Secretaria de Educação e Cida- da Rede de Ensino historicamente ao longo dos séculos, bus-
mover a equidade e a qualidade, garantindo

dania, e iniciaram as discussões para a ade- Municipal cando atender às especificidades distintas
o direito dos estudantes à aprendizagem,
prevendo um conjunto de competências e
quação do novo Currículo da rede, conside- de cada local. Na concepção de Pacheco
As Diretrizes Curriculares Nacionais habilidades essenciais para a formação in-
rando as novas diretrizes legais vigentes. Na (2001), o currículo se constrói e se desen-
Gerais para a Educação Básica definem: tegral do sujeito e o exercício da cidadania.
Educação Infantil, o movimento formativo volve de modo interativo, a partir de um
envolveu todas as unidades escolares, abor- Art. 13. O currículo [...] configura-se projeto pensado para um contexto e socie-
Não podemos esquecer que o currícu-
dando as temáticas concepção de criança, como o conjunto de valores e práti- dade bem determinados. Nesse contexto, lo supõe a concretização dos fins so-
direito de aprendizagem e desenvolvimen- cas que proporcionam a produção, a interagem estruturas de ordem política, ciais e culturais, de socialização, que
socialização de significados no espa- social e cultural, que abarcam interesses e se atribui à educação escolarizada,
to, campos de experiência e o papel do pro-
ço social e contribuem intensamente ou de ajuda ao seu desenvolvimento,
fessor, tendo a participação dos professores responsabilidades. Nessa representação, a
para a construção de identidades so- de estímulo e cenário, o reflexo de um
por meio de consulta pública e grupos de perspectiva do currículo é pautada em um
cioculturais dos educandos. modelo educativo determinado, pelo
referência na escrita do Currículo. processo contínuo e passível de alterações
que necessariamente tem de ser um
§ 1º O currículo deve difundir os valo- pelos sujeitos. Pacheco (2001, p. 15) ressal- tema controvertido e ideológico, de
O documento que aqui se apresenta é
res fundamentais do interesse social, ta que: difícil concretização num modelo ou
resultado desse trabalho conjunto e integra-
dos direitos e deveres dos cidadãos, proposição simples. [...] Não devemos
do de todos os profissionais que atuam na do respeito ao bem comum e à ordem [...] o currículo é o centro da atividade esquecer que o currículo não é uma
educação da Rede de Ensino Municipal de democrática, considerando as condi- educacional e assume o papel norma- realidade abstrata à margem do sis-
São José dos Campos. ções de escolaridade dos estudantes tivo de exigências acadêmicas, mas tema educativo em que se desenvolve
em cada estabelecimento, a orienta- não deve estar totalmente previsível e para o qual se planeja. (SACRIS-
ção para o trabalho, a promoção de e calculado. TÁN, 2000, p. 15)
práticas educativas formais e não-
-formais.
20 21
Nesse sentido, o currículo é vivo, mul- Partindo da concepção política e social Assumir a concepção de Educação 1.2.3 Conceito de equidade
tifacetado, plural e integrador, pois é cons- do Currículo, a Rede de Ensino Municipal Integral como proposta formativa deste
A Rede de Ensino Municipal de São
tituído por diferentes dimensões, agentes e de São José dos Campos se apropria de três Currículo também pressupõe a constitui-
José dos Campos possui como um de seus
demandas da sociedade e de seus tempos. conceitos norteadores: Conceito de Educa- ção de políticas públicas e práticas educa-
princípios a equidade, que reconhece e res-
Além disso, constitui-se num documento ção Integral, Conceito de equidade, Concei- tivas inclusivas e emancipatórias pautadas
peita as diferentes características física, in-
norteador e orientador fundamental à prá- to de qualidade. Tais conceitos constituem nos quatro princípios da Educação Integral:
telectual e social do estudante e intervém,
tica pedagógica, já que possibilita uma for- os princípios que devem sustentar toda a equidade, contemporaneidade, inclusão
oportunizando e fortalecendo, independen-
ma concreta de se olhar para o processo de ação educativa, desde as diretrizes definidas e sustentabilidade propostos por Weffort,
te da realidade socioeconômica, cultural,
ensino e de aprendizagem. O currículo não pela Secretaria de Educação e Cidadania até Andrade e Costa (2019).
étnico-racial e geográfica, o direito à apren-
oferece todas as respostas à dinâmica edu- o processo de ensino e de aprendizagem do
dizagem.
cativa, mas aponta caminhos, conceitos, estudante. Equidade ao reconhecer o direito de
procedimentos, valores, orientando a toma- todos de aprender e acessar oportu- O município de São José dos Campos
da de decisões sobre o processo que se dá 1.2.2 Conceito de Educação nidades educativas, diferenciadas e possui dimensões territoriais significativas
nas escolhas do professor ao planejar, de- Integral diversificadas. e, desde o início da sua história, apresenta
senvolver e avaliar sua prática pedagógica. um fluxo migratório e imigratório expressi-
O Currículo da Rede de Ensino Muni- Inclusiva por reconhecer a singula-
Assim: vo em razão das suas diferentes atividades
ridade dos sujeitos, suas múltiplas
cipal de São José dos Campos considera a
identidades e a pertinência de um econômicas. Todo esse contexto contribui
O professor transforma o conteúdo do Educação Integral como princípio formati-
projeto educativo para todos. para marcar a diversidade e as diferenças
currículo de acordo com suas próprias vo, que promove a formação do estudante
concepções epistemológicas e tam-
sociais, econômicas e culturais que consti-
nas dimensões física, intelectual, afetiva, Contemporânea por dialogar com
bém o elabora em conhecimento “pe- tuem as diferentes identidades do estudan-
cultural e social, visando a sua participação as demandas do século XXI, buscan-
dagogicamente elaborado” de algum do formar um sujeito crítico, autôno-
te da rede.
de forma autônoma e crítica consigo mesmo
tipo e nível de formalização enquanto mo e responsável consigo e com o
a formação estritamente pedagógica e com o mundo, exercendo o protagonismo. Considerando o princípio da equida-
mundo.
lhe faça organizar e acondicionar os de, não basta reconhecer as diferentes iden-
A Educação Integral como proposta
conteúdos da matéria, adequando-os Sustentável no sentido de se com- tidades do estudante, é necessário também
para os alunos. (SACRISTÁN, 2000,
formativa não está apenas relacionada ao
prometer com processos educativos considerar suas características, potências,
p. 185) tempo ampliado, uma vez que o tempo a contextualizados, sustentáveis no limites e necessidades, ou seja, sua singu-
mais na escola não necessariamente qua- tempo e espaço, em busca da inte- laridade, para que se possa garantir a igual-
Dentro desta perspectiva, a Rede de lifica a formação do estudante. Ela pressu- gração entre o que se aprende e o
dade educacional, oportunizando o ingres-
Ensino Municipal de São José dos Campos põe que a formação humana é um processo que se pratica.
so, a permanência e o direito de aprender de
compreende o currículo não como um do- multifacetado, complexo, e que o desenvol-
cada um deles.
cumento acabado, mas em constante pro- vimento e as aprendizagens são infinitos, Sustentada nestes princípios, deu-se a
cesso de construção, que explicita e valida pois acontecem o tempo todo ao longo de adequação do Currículo da Rede Municipal Nesse sentido, o currículo é um docu-
os conhecimentos que serão importantes na toda a vida, em todos os espaços, envolven- e, a partir deles, acontecerá a implemen- mento importante para o município, esco-
formação de cada cidadão. Assim, o currícu- do todas as dimensões do ser humano. Nes- tação deste documento. Priorizou-se um la e professores, que vem auxiliar de forma
lo também tem como propósito assegurar a se sentido, pensar um currículo a partir do conjunto de habilidades que os contemplas- eficiente na superação das desigualdades
aprendizagem e o desenvolvimento integral reconhecimento do estudante em todas as se sem deixar de lado as características de sociais, na promoção da equidade e da qua-
de cada estudante da rede, considerando dimensões é fundamental para que, de fato, cada indivíduo e território, tornando-se um lidade, assim como no direito às aprendiza-
seus interesses, necessidades e expectati- possa se desenvolver uma educação para a documento base e norteador que permite ao gens essenciais previstas pela Base Nacional
vas, de modo a desenvolver-se e apropriar- vida, em que o foco é o uso dos conhecimen- professor a constante adequação, conside- Comum Curricular a todos os estudantes
-se de conhecimentos, valores e atitudes tos e não apenas o acúmulo deles, conver- rando as necessidades de cada um dos estu- brasileiros.
que são necessários às demandas da vida gindo com o preconizado pela Base Nacio- dantes e suas comunidades.
contemporânea. nal Comum Curricular (BNCC). 

22 23
1.2.4 Conceito de qualidade aferição da qualidade.

Outro princípio base da Rede de En- A Rede de Ensino Municipal busca


sino Municipal de São José dos Campos é o garantir e investir em elementos essenciais
da qualidade, o qual é compreendido como ao desenvolvimento e à aprendizagem dos
um conjunto de políticas públicas e ações estudantes: infraestrutura física adequada,
técnico-pedagógicas que busca garantir e formação continuada, recursos tecnológi-
investir em elementos essenciais ao desen- cos, equipe técnica pedagógica, acompa-
volvimento e aprendizagem do estudante. nhamento e gestão de resultados, promoção
de programas e projetos inovadores.
A Rede de Ensino Municipal possui
indicadores de qualidade alinhados aos in-
dicadores nacionais. No entanto, entende-
-se que este é um conceito ativo, construído
e reconstruído sistematicamente, sempre
com foco na melhoria contínua, superação
dos atuais e de outros indicadores que vi-
rão, em prol de assegurar ao estudante o di-
reito à educação.

O material Indicadores da Qualidade


na Educação8 (2004) propõe, numa visão
ampla, sete dimensões de qualidade educa-
tiva, sendo elas: ambiente educativo; prática
pedagógica; avaliação; gestão escolar demo-
crática; formação e condições de trabalho
dos profissionais da escola; ambiente físico
escolar; acesso, permanência e sucesso na
escola. A REM referencia-se nessas dimen-
sões e agrega outras para elucidar políticas
e ações que têm como objetivo fim a quali-
dade do processo educacional. Assim, este
documento assume a qualidade educativa
como um conceito ativo e considera as di-
mensões como parâmetros para a constante

[8] O material Indicadores da Qualidade na Educa-


ção (Indique) é resultado de um trabalho coorde-
nado pela Ação Educativa, Fundo das Nações Uni-
das para a Infância − Unicef −, Programa da Nações
Unidas para o Desenvolvimento − PNUD −, Institu-
to Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais −
Inep − e Ministério da Educação − MEC. Publicado
em 2004, consiste em uma proposta metodológica
participativa e em um sistema de indicadores por
meio dos quais a comunidade avalia a situação de
diferentes aspectos da escola, identifica priorida-
des, estabelece um plano de ação e implementa e
monitora ações voltadas à qualidade na educação.
24 25
Oração para a infância
Letra: Shirlei Tirone 2 numerando
Melodia: Rodrigo Araújo
Arranjos: Helena Xavier
PARTE 2
Me diga onde está no seu peito a criança
Que transforma em esperança todo sonho que sonhar Propósitos,
Princípios e Valores
Toda magia, pura alegria, o amor e a energia sempre a inspirar.

Nossa missão é acolher e amparar

Educacionais
É proteger e escutar
Primeira infância, inocência e criança, para o novo despertar.
Vamos nos inspirar
Deixa a mente viajar
E o corpo se conectar
Com a história em nossas mãos...

26 27
2.1 Por uma educação potencial se concretize. As Diretrizes Curri- • Transições definindo estraté-
culares Nacionais para a Educação Infantil gias adequadas aos diferentes mo-
infantil com (DCNEI), por exemplo, propõem uma visão mentos de transição vividos pela
qualidade sistêmica para a garantia do bem-estar da criança (casa/instituição, interior
criança, de sua família e dos profissionais da instituição e pré-escola/ensino
A Educação Infantil, como primeira
envolvidos no âmbito escolar e ressaltam fundamental) para a continuidade
etapa da Educação Básica, é o início e o fun-
que as instituições devem cumprir suas fun- de seus processos de aprendiza-
damento do processo educacional. A partir
ções quanto à: gens.
da entrada da criança na instituição de Edu-
cação Infantil, firma-se a primeira situação • Função social: acolher, para cui- • Instâncias colegiadas (Con-
estruturada de socialização fora do vínculo dar e educar, compartilhando e en- selho de Escola e Associação de
familiar e por essa razão é de suma impor- volvendo as famílias nos processos Amigos da Escola) dialogando,
tância compreender que a escola e a família de formação da criança pequena colaborando e cooperando entre
precisam construir uma relação de parceria em sua integralidade. os diferentes setores, conselhos e
e valorizar o educar e o cuidar como indis- serviços.
• Função política: contribuir para
sociáveis ao processo educativo.
que, desde pequena, a criança usu- • Promoção da saúde, bem-es-
[...] as creches e pré-escolas, ao aco- frua de seus direitos sociais e polí- tar e nutrição exigindo relação
lher as vivências e os conhecimentos ticos, tendo em vista a sua forma- de cooperação e corresponsabili-
construídos pelas crianças no am- ção e cidadania. dade de todos os setores envolvidos
biente da família e no contexto de sua com o desenvolvimento integral da
• Função pedagógica: ser um lu-
comunidade, e articulá-los em suas criança, condições estas indispen-
propostas pedagógicas, têm o obje- gar privilegiado de convivência
sáveis ao desenvolvimento infantil.
tivo de ampliar o universo de expe- entre a criança e os adultos; de
riências, conhecimentos, habilidades ampliação de saberes e conheci- A Educação Infantil de São José dos
dessas crianças, diversificando e con- mentos de diferentes naturezas e Campos acredita que uma educação com
solidando novas aprendizagens [...]. linguagens. qualidade garante igualdade com equida-
(BRASIL, 2017, p. 34) de de oportunidades a todas as crianças e
Os Parâmetros Nacionais de Qualida-
pressupõe o engajamento da criança, da fa-
Ao longo das últimas décadas, a etapa de na Educação Infantil (2018), por outro
mília e do professor nos processos de apren-
da Educação Infantil vem se transforman- lado, enfatizam um conjunto de princípios
dizagem, desenvolvimento e ensino, tendo
do e se legitimando como etapa educacional primordiais para a garantia dos processos
como princípio um processo de ensino e Foto: EMEI “Prof.ª Idelena Menezes Trefílio Carvalho”
que tem potencial de oferecer contribuição de aprendizagem e desenvolvimento nesta
aprendizagem holístico9. A Rede de Ensino
efetiva às aprendizagens e ao desenvol- etapa da Educação Básica:
Municipal valoriza o professor como ator
vimento das crianças. As instituições de
• Planejamento e avaliação chave, o qual atua como parceiro, media-
Educação Infantil passaram a ser compre-
constantes das práticas desenvol- dor e criador de estratégias que apoiem as
endidas como espaço de escuta, interação,
vidas nas instituições de Educação aprendizagens da criança.
cuidado e educação da criança, responsá-
Infantil e indispensáveis para os
veis por potencializar e ampliar seu univer-
avanços da criança.
so de experiências, conhecimento de mun-
[9] Holístico: A palavra holismo tem origem na ex-
do e apoiar suas aprendizagens. • Projeto Político Pedagógico pressão grega holos, que significa todo/ totalidade;
explicitando as concepções e prá- desta forma, a Educação Holística tem a preocupa-
Há documentos que indicam e qua- ção com a formação do cidadão protagonista em
ticas potencializadoras das apren- questões sociais e ambientais no seu entorno. A
lificam quais as características que preci- Educação Holística, ao defender a formação plena
dizagens da criança, fortalecendo
sam ser consideradas no cotidiano e nos do indivíduo em sua relação com o todo que o cer-
a identidade da Educação Infantil. ca, traz um currículo preocupado em romper com
contextos de aprendizagem para que esse a visão de ensino fragmentado.
28 29
2.2 Nossos propósitos • Compreende que a família é a ram a triangulação dos valores da inclusão,
primeira educadora da criança e da diversidade e da sustentabilidade; da
A Rede de Ensino Municipal (REM) compartilha com as Instituições, aprendizagem e do ensino holístico, como
de São José dos Campos desenhou seu Cur- de forma engajada, as estratégias promotores do desenvolvimento integral
rículo baseado nas Diretrizes Curriculares que apoiam suas aprendizagens e e do engajamento de toda Comunidade de
Nacionais para a Educação Infantil, na Base desenvolvimento, em relações mú- Aprendizagem, envolvendo a participação
Nacional Comum Curricular e no Currículo tuas de respeito, responsividade e ativa de todos.
Paulista. Nesse contexto, nosso Currículo aprendizagens.
compartilha e reafirma os princípios e va- Nossos princípios e valores educacio-
• Valoriza o professor como ator nais estão fundamentados nos princípios
lores tratados nesses documentos e, a partir
chave na organização de um coti- indicados pelas Diretrizes Curriculares
deles, organiza um conjunto de propósitos Nacionais para a Educação Infantil (BRA-
diano promotor de direitos, apren-
que explicitam nosso compromisso com SIL, 2010, p. 16)
dizagens e desenvolvimento da
uma Instituição de Educação Infantil que • Éticos: da autonomia, da responsabi-
criança, organizando, intencional-
garante um cotidiano que seja promotor lidade, da solidariedade e do respeito
mente, práticas pedagógicas que ao bem comum, ao meio ambiente e às
dos direitos, das aprendizagens e do desen-
valorizem seus interesses, ideias, diferentes culturas, identidades e singu-
volvimento de todas as crianças. laridades.
necessidades e seu ritmo de desen-
Nossos propósitos nos comprometem volvimento, atuando como apren- • Políticos: dos direitos de cidadania, do
com uma visão de Rede de Ensino que: diz, parceiro, mediador e criador exercício da criticidade e do respeito à
ordem democrática.
de estratégias que apoiem suas
• Compreende e se relaciona com a • Estéticos: da sensibilidade, da criativida-
aprendizagens sempre em parceria
criança como um sujeito de di- de, da ludicidade e da liberdade de ex-
com a comunidade escolar e de seu pressão nas diferentes manifestações
reitos, pleno de potencial, de ini-
entorno. artísticas e culturais.
Foto: NEI “Prof.ª Silvia Helena de Sousa”
ciativa, curioso por conhecer o
mundo, as pessoas, por conhecer • Pauta-se nos princípios da equi- Esses princípios e valores permeiam
a si mesmo, como competente e dade, da aprendizagem e desenvol- todo o cotidiano escolar das nossas insti-
A criança, centro do planejamento protagonista de suas aprendiza- vimento, do ensino holístico e do tuições de Educação Infantil, permitindo à
curricular, é sujeito histórico e de direitos gens. Sendo assim, a criança busca engajamento das crianças, famílias criança viver a vida de maneira mais huma-
que se desenvolve nas interações, rela- e professores como fundamento
ções e práticas cotidianas a ela disponibi-
compreender o mundo, as relações nizada, tendo relações com qualidade e res-
lizadas e por ela estabelecidas com adul- e a si mesma, construindo sentido para uma educação de qualidade, peito, cuidando do seu entorno, das pessoas
tos e crianças de diferentes idades nos e se transformando em cada inte- promovendo práticas educativas e da natureza, promovendo a cultura de paz
grupos e contextos culturais nos quais se inclusivas, que respeitam a diversi-
insere. (BRASIL, 2019, p. 18).
ração com outras pessoas e obje- e de valorização da vida.
tos; é “um ser de pensamentos e dade e promovem a sustentabilida-
de em um contexto de participação Esses são fundamentos essenciais
ideias, de condições físicas, cog-
ativa de todos os membros da Co- para a promoção de uma educação que va-
nitivas, psicológicas e intelectuais
munidade de Aprendizagem. loriza e valida a criança como ser único e
diferentes dos adultos, mas não
integral.
de impotência no exercício social”
(Muzel, 2016, p. 39); é um sujeito 2.3 Nossos princípios
2.3.1 Equidade na Educação
competente, que brinca, interage,
e valores Infantil
imagina, explora, observa, constrói
conhecimentos e experiências a educacionais
A Base Nacional Comum Curricular
partir de sua participação ativa em Para garantir uma Educação Infan- traz o compromisso de reduzir as desigual-
seu desenvolvimento integral. til de qualidade, é importante considerar dades educacionais por meio da promoção
os princípios da equidade, que conside- da equidade e qualidade das aprendizagens.
30 31
Esse compromisso também foi afirmado na A igualdade oferece oportunida- Como promover práticas com prin- pelo valor formativo que possuem em
Constituição Federal de 1988, igualdade de des idênticas para todos, mas não há uma cípio de equidade10: relação à solidariedade, ao respeito e à
valorização da diversidade.
condições em relação às demais crianças preocupação com as necessidades que cada • Ampliar as possibilidades de aprendiza-
para o acesso, permanência e pleno apro- indivíduo apresenta. Na Educação Infantil do, da compreensão de si, do outro e de Os princípios de equidade, evidencia-
mundo a partir da valorização das dife-
veitamento das oportunidades de aprendi- da REM de São José dos Campos, trabalha- dos nessas práticas, afirmam os valores que
rentes culturas.
zagem propiciadas. mos com o conceito da igualdade de opor- • Construir atitudes de respeito e solida- sustentam a nossa prática pedagógica: prá-
tunidades numa visão mais ampliada, o da riedade, fortalecendo a autoestima e os ticas educacionais inclusivas, que respeitam
A Educação Infantil da REM de São vínculos afetivos de todas as crianças,
equidade, que age com justiça e sensibili- a diversidade e promovem a sustentabilida-
José dos Campos acredita que para a pro- combatendo preconceitos que incidem
dade, observando as necessidades de cada sobre as diferentes formas dos seres de.
moção de uma educação com qualidade é
um para que tenham, sim, a igualdade de humanos se constituírem como pesso-
necessário oferecer igualdade de oportuni- as.
oportunidades que atendam às suas expec- 2.3.1.1 Práticas educacionais
dades a todas as crianças, independente- • Ampliar as possibilidades da criança de
tativas, às suas demandas de natureza par- inclusivas: caminhos para
mente de suas origens, diferenças ou diver- cuidar e ser cuidada, de se expressar,
ticular, permitindo que todos possam viver de conviver e brincar em grupo, de ser incluir a todos
sidades, garantindo que todas tenham seu
plenamente. solidária e respeitar todas as formas de
lugar como sujeito potente, cidadão ativo e vida, de valorizar e cuidar dos seres vi-
Ao afirmamos que toda criança é
que suas aprendizagens sejam asseguradas, Para garantirmos uma prática pe- vos e da preservação dos recursos na- potente e tem o direito de aprender, assu-
validando a sua singularidade. Por esse mo- turais. mimos o compromisso de promover uma
dagógica de qualidade, fundamentada na
• Criar contextos que permitam às crian- educação inclusiva, que pressupõe que to-
tivo, ao pensarmos em igualdade de opor- equidade, reconhecemos a diversidade,
ças a expressão de sentimentos, ideias,
tunidades, trazemos sempre em primeiro trazendo oportunidades adequadas para o questionamentos, comprometidos com das as crianças possam ter experiências de
lugar o princípio da equidade. desenvolvimento e aprendizagem de cada a busca do bem-estar coletivo e indivi- aprendizagem de acordo com suas poten-
dual, com a preocupação com o outro e cialidades, sem discriminação e com base
criança.
com a coletividade.
na igualdade de oportunidades dentro do
#PromoteHealthEquity • Garantir uma experiência bem-sucedida
de aprendizagem a todas as crianças, princípio da equidade, independentemente
sem discriminação. de suas condições socioeconômicas, físicas,
• Agir com ética em relação às diferenças intelectuais, de gênero, étnico-raciais, de
e à diversidade, valorizando a capacida-
idade, religiosas, por nascer ou pertencer a
de de cada criança sem recriminá-la ou
fazer juízo de valor. outro território (país, estado, cidade, bair-
• Valorizar o ato criador e a construção ro, comunidades, entre outros).
pelas crianças de respostas singulares,
garantindo-lhes a participação em diver- O termo inclusão era comumente
sificadas experiências. utilizado na educação especial, mas ganhou
• Organizar um cotidiano de situações
uma nova significação em decorrência do
agradáveis, estimulantes, que desafiem
o que cada criança e seu grupo de crian- aprofundamento nos debates e reflexões
ças já sabem, sem ameaçar sua autoes- sobre a dimensão humana e a diversidade,
tima nem promover competitividade.
trazendo um novo cenário e a necessidade
• Possibilitar à criança apropriar-se de di-
de a escola ser espaço privilegiado para que
ferentes linguagens e saberes que circu-
lam em nossa sociedade, selecionados todos, com ou sem deficiência, possam so-
cializar, construir conhecimentos, compar-
[10] Texto adaptado de OLIVEIRA, Z. de M. R. de. tilhar saberes, respeitar e valorizar as dife-
O Currículo na Educação Infantil: O que propõem
renças, cada um à sua maneira. Implica um
as Novas Diretrizes Nacionais? In: SEMINÁRIO NA-
CIONAL: Currículo em movimento – Perspectivas conceito mais amplo, na construção de uma
atuais, 1, nov. 2010. Belo Horizonte. Anais eletrô-
escola de todos e onde todos aprendem;
nicos. Belo Horizonte: 2010, p. 7 e 8. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro- esse é o caminho apontado para uma edu-
Fonte: Robert Wood Johnson Foundation, Visualizing Health Equity: One Size Does Not Fit All Infographic (2017) -2010-pdf/7154-2-2-artigo-mec-acao-pedagogica- cação inclusiva.
-bebe. Acesso em: 14 set. 2019.
32 33
A educação inclusiva pode ser entendi- namentos de respeito e de valorização da gularidade, sem recriminá-la, rotulá-la
da como uma concepção de ensino contem- nossa diversidade. ou fazer juízo de valor.

porânea, que tem como objetivo garantir o • Oferecer objetos e materiais diversifica-
Ações importantes para promover dos às crianças que contemplem as par-
direito de todos à educação. Ela pressupõe o ticularidades dos bebês e das crianças
práticas inclusivas11
reconhecimento da diferença como um va- maiores, as condições específicas das
• Observar e registrar as manifestações crianças com deficiência, transtornos
lor e o direito de cada um ser como é, con-
das crianças nas relações durante o seu globais do desenvolvimento e altas ha-
templando, assim, a vasta gama de diferen- cotidiano escolar. bilidades/superdotação, e as diversida-
ças étnicas, sociais, culturais, intelectuais, • Utilizar dos instrumentos de observa- des sociais, culturais, étnico-raciais e
físicas, sensoriais e de gênero inerentes aos ção para a tomada de decisões de for- linguísticas das crianças, famílias e co-
ma responsável no planejamento, res- munidade regional.
seres humanos. Implica a transformação da
peitando a singularidade, o ritmo e a
cultura, das práticas e das políticas vigentes necessidade de cada criança. Diante das ações referidas, vale res-
na instituição, de modo a garantir o acesso, saltar que, de acordo com Blanco (2004, p.
• Assegurar para todas as crianças con-
a participação e a aprendizagem de todos, dições para que se sintam confortáveis 293):
sem exceção (MENDES, 2016). durante a sua jornada na instituição.
• Organizar propostas, materiais, tempos [...] Responder à diversidade signifi-
Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Barboza Pedroza” É fundamental que o professor evi- e espaços adequados à criança, a fim de ca romper com o esquema tradicio-
dencie — por meio de seus olhares, falas, que elimine qualquer tipo de barreira nal em que todas as crianças fazem
gestos — a potência infantil, pois as crianças que a impeça de acessar o conhecimen- a mesma coisa, na mesma hora, da
to e de se relacionar com o outro e com
precisam se sentir reconhecidas, levando mesma forma e com os mesmos ma-
o ambiente em que está inserida.
em consideração até mesmo suas pequenas teriais.
• Abolir todos os procedimentos que
conquistas, quando a criança sente que ela não reconheçam a atividade criadora e
é aceita do seu jeito próprio que é, que pode o protagonismo da criança pequena e 2.3.1.2 Práticas educacionais que
que promovem atividades mecânicas e respeitam a diversidade:
agir segundo seu próprio ritmo de desenvol-
não significativas para as crianças.
vimento, passa a ter confiança em si mesma reconhecimento e
• Oferecer oportunidade para que a valorização das diferenças
e é incentivada a avançar (FALKI, 2010). criança, no processo de elaborar senti- em um mundo plural
dos pessoais, se aproprie de elementos
Para superarmos então as desigualda- significativos de sua cultura, não como Assim como o Brasil possui uma di-
des, é necessário reconhecer as diferenças e verdades absolutas, mas como elabora-
versidade cultural, São José dos Campos
acolhê-las, entendendo toda criança como ções dinâmicas e provisórias.
também é uma cidade plural, com famílias
única, capaz e competente, estabelecendo • Criar condições para que as crianças
participem de diversas formas de agru- oriundas de diferentes regiões, com cultu-
com ela relações de vínculos genuínos que pamento (grupos de mesma idade e ras diversas, crenças, religiosidades pró-
nos permitem conhecer profundamente grupos de diferentes idades), formados prias e cada uma com sua história de vida.
seus gostos, seus gestos, suas curiosidades, com base em critérios estritamente pe-
dagógicos, respeitando o desenvolvi- E é essa diversidade que traz a identidade
Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Barboza Pedroza” suas necessidades, estabelecendo uma rela- mento físico, social e linguístico de cada da nossa cidade, do nosso povo, e a criança
ção recíproca e de qualidade, promotora de criança. e sua família, ao adentrar na escola, trazem
condições de equiparação de oportunidades • Agir com ética, respeitando o jeito pró- toda essa experiência de vida.
e de práticas inclusivas. prio da criança se envolver com o mun-
do, seu ritmo para aprender e sua sin- Falar de equidade na diversidade im-
A Educação Infantil de São José dos plica tomarmos uma postura sensível à ri-
[11] Texto adaptado de OLIVEIRA, Z. de M. R. de.
Campos tem papel importante na consti- O Currículo na Educação Infantil: O que propõem queza cultural e histórica de cada família,
tuição de uma sociedade livre e plural, com as Novas Diretrizes Nacionais? In: SEMINÁRIO NA-
CIONAL: Currículo em movimento – Perspectivas suas formas de ser e se envolver com o mun-
espaços e propostas em que as práticas do atuais, 1, nov. 2010. Belo Horizonte. Anais eletrô- do, aproveitando e valorizando essa sabedo-
respeito às diferenças são vivenciadas pelas nicos. Belo Horizonte: 2010. Disponível em: http://
portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/ ria no cotidiano da Instituição de Educação
crianças no cotidiano, favorecendo relacio- 7154-2-2-artigo-mec-acao-pedagogica-bebe. Aces- Infantil.
so em: 14 set. 2019.
34 35
• A identificação da diversidade cultu- de uma visão de mundo pautada no respei-
ral das famílias e da comunidade, suas to a todas as formas de vida, numa relação
crenças e manifestações, para o enri-
quecimento das experiências com a empreendedora na resolução de problemas,
criança, dentro e fora da instituição. pensando no bem-estar coletivo e numa
• A valorização da diversidade das cultu- cultura de paz.
ras das diferentes crianças e de suas
famílias, por meio de brinquedos, livros, Desta forma, nossas Instituições de
imagens e narrativas que promovam a
Educação Infantil tornam-se espaços pri-
construção, por elas, de uma relação
positiva com seus grupos de pertenci- vilegiados para a sustentabilidade na pers-
mento. pectiva da valorização da vida. É no cotidia-
• A apropriação, pela criança, das contri- no que nossas crianças vão desenvolvendo
buições histórico-culturais dos povos os valores do cuidado com o outro, com o
indígenas, afrodescendentes, asiáticos,
europeus e de outros países da Améri- ambiente e com a vida. Ao garantirmos o
ca. acolhimento, o cuidado, o respeito, a escu-
• O combate ao racismo e às discrimina- ta e a criação de vínculo, nossas crianças
ções de gênero, socioeconômicas, étni- vão vivendo dentro de uma cultura de paz
co-raciais e religiosas.
e solidariedade, em que as relações positi-
• O acesso da criança a espaços culturais
diversificados e a práticas culturais da vas com o outro tornam-se um grande valor
comunidade, tais como apresentações para todos. Práticas de cuidar do entorno,
Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Barboza Pedroza” musicais, teatrais, fotográficas e plásti- das plantas, dos animais do jardim, o res-
cas; visitas a bibliotecas, brinquedote-
Ao vivenciar, na Instituição de Educa- cas, museus, monumentos, equipamen- peito e o encantamento com a natureza, o
tos públicos, parques, jardins. cuidado consigo e com o outro promovem
ção Infantil, práticas que valorizam os sabe-
res da criança e da comunidade, articulan- • A atenção cuidadosa e exigente às pos- relações sustentáveis no aspecto afetivo e
síveis formas de violação da dignidade social, transformando não só as crianças,
do-os com o patrimônio cultural, é possível da criança.
à criança construir uma imagem positiva de mas todos os envolvidos nesse processo.
si, afirmando sua própria história, sua sin- 2.3.1.3 Práticas educacionais Foto: NEI “Bairro dos Freitas”
gularidade e atribuir novos sentidos à sua
que promovem a Algumas ações que podem contri-
sustentabilidade:
experiência, produzindo cultura. buir para atitudes sustentáveis de
caminhos para a
valorização da vida valorização da vida:
Para que possamos efetivar ações • Brincar na areia, participar de piqueni- • Participar de ações de cuidado com o
de valorização da diversidade nas Nossas crianças, desde muito cedo, ques à sombra das árvores, pendurar- meio ambiente, como a reciclagem, se-
Instituições de Educação Infantil, entram em contato com o meio ambiente, -se nelas, encantar-se com o canto dos parando o lixo orgânico do reciclável;
com as diferentes formas de vida, com as pássaros ou com a beleza das flores, to- reutilizando os materiais para a elabo-
devemos organizar as propostas, mar banho de chuva, cultivar uma horta, ração de brinquedos; dando novos des-
espaços e materiais que assegu- múltiplas maneiras de lidar e cuidar do seu criar uma escultura a partir de um galho tinos ao seu uso e reduzindo o consu-
rem12: entorno, com as interações e relações recí- e descobrir como a vida se desenvolve. mo.
procas com o seu grupo social. Por esse mo- • Ser acolhido e ver sua família sendo • Explorar diferentes materiais da nature-
• A garantia de espaços e tempos para acolhida nos momentos de entrada, saí- za e artesanais.
participação; o diálogo e a escuta coti- tivo, valorizamos, nas práticas da Educação
da e no cotidiano escolar. • Selecionar e utilizar materiais susten-
diana das famílias; o respeito e a valo- Infantil, as ações sustentáveis. Essas ações
rização das diferentes formas em que • Observar a ação do adulto e participar táveis para a organização dos espaços,
trazem um conceito muito mais ampliado de ações de uso consciente dos mate- construção de materiais, elaboração de
elas se organizam.
de sustentabilidade, para além da dimen- riais, como apagar a luz ao sair do am- murais, decoração para eventos e de-
são ambiental, validando a relação positiva biente, fechar a torneira após o uso, mais propostas do cotidiano.
[12] Texto adaptado de BRASIL. Ministério da Edu- utilizar papéis de forma consciente, co- • Participar de pesquisas, de conversas
cação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes entre o ser humano com a natureza e com locar alimentos no prato de forma mo- sobre a alimentação saudável, tornando
curriculares nacionais para a educação infantil. ele mesmo, contribuindo para a construção derada, entre outras ações.
Brasília: MEC/SEB, BRASIL (2010), p. 89-94. um hábito de vida.
36 37
• Participar de ações que promovam a si mesmo como um ser singular, reconhe- As evidências científicas nos mostram O Currículo Paulista considera a
cultura de paz em situações do cotidia- ce-se também no outro, constituindo-se na que os processos de desenvolvimento e Educação Integral como a base da
no envolvendo afeto e respeito, relações formação dos estudantes do Esta-
estáveis; nos momentos de cuidado, ser sua subjetividade e na coletividade. Neste aprendizagem infantil ocorrem a partir das
do, independente da rede de ensino
acolhido, ajudar o colega, brincar com sentido, podemos afirmar que a educação experiências vividas, sempre em contexto
diferentes crianças em diferentes locais. que frequentam e da jornada que
holística na REM tem como premissa pro- de relação, em um primeiro momento com cumprem. Dessa maneira, afirma o
• Pensar em ações para a resolução de pósitos, valores e princípios que fomentam seus pais ou responsáveis, estendendo-se
problemas surgidos no seu entorno, compromisso com o desenvolvimen-
pensando no bem-estar de todos, como humanização, que (re)conecta com o eu, o para as interações com outros adultos que to dos estudantes em suas dimensões
campanhas contra o mosquito trans- outro, o nós e o planeta, especialmente com compartilham de seu cuidado e educação. intelectual, física, socioemocional e
missor da dengue, cuidados no trânsito, a natureza. cultural, elencando as competências
limpeza do ambiente escolar, das pra- As crianças experienciam e apren- e as habilidades essenciais para sua
ças, ruas e do entorno, cuidado dos ani-
Falar da primeira infância é falar so- dem no mundo através dos relaciona- atuação na sociedade contemporânea
mais de rua, entre outras.
bre um período crucial da vida de qualquer mentos socioafetivos, e estes, por sua e seus cenários complexos, multiface-
tados e incertos. (SÃO PAULO, 2019,
2.3.2 Aprendizagem e ensino sujeito. Pesquisas da neurociência compro- vez, influenciam todos os aspectos do
desenvolvimento infantil. Além dis- p. 28)
holístico vam que, nesse período da vida das crianças,
so, ela também se beneficia de suas
elas têm enorme potencial para aprender. O
próprias ações em relação às pessoas Para que o pleno potencial de desen-
[...] a BNCC afirma, de maneira ex- desenvolvimento cerebral, base fundamen-
com que convive e aos objetos que uti- volvimento da criança seja atingido, é im-
plícita, o seu compromisso com a tal para as aprendizagens ao longo de toda liza em seu cotidiano e nas brincadei-
educação integral. Reconhece, portante considerar uma abordagem holís-
a vida, inicia-se ainda na gestação e segue ras. (SANTOS, D. D.; PORTO, J. A.;
assim, que a Educação Básica deve tica para o ensino e para a aprendizagem na
evoluindo após o nascimento, a partir das LERNER, R., 2014, p. 5)
visar à formação e ao desenvolvi- primeira infância, reconhecendo a criança
mento humano global, o que implica experiências vivenciadas. Quanto mais po-
como ser integral. Nesse contexto, alguns
compreender a complexidade e a não sitivas, plurais e permeadas de afeto e sen-
âmbitos de desenvolvimento para a faixa
linearidade desse desenvolvimento, tido forem as experiências que a criança
etária do 0 aos 5 anos e 11 meses se tornam
rompendo com visões reducionistas vive nesse momento de sua vida, mais serão
que privilegiam ou a dimensão inte- essenciais, são eles:
potencializadoras de seu pleno desenvolvi-
lectual (cognitiva) ou a dimensão afe-
mento. • Afetivos/socioemocionais –
tiva. Significa, ainda, assumir uma
visão plural, singular e integral da
que se dão por meio dos vínculos e
A aprendizagem holística potenciali-
criança, do adolescente, do jovem e do interações.
za e vem ao encontro do modo como bebê
adulto — considerando-os como sujei-
e criança aprendem, envolvendo todos os • Físicos – que garantem o conhe-
tos de aprendizagem — e promover
seus sentidos, rompendo com a fragmenta- cimento do próprio corpo e do
uma educação voltada ao seu acolhi-
mento, reconhecimento e desenvolvi- ção do saber. aprimoramento da consciência
mento pleno, nas suas singularidades corporal.
São muitas as aprendizagens e as con-
e diversidades. (BRASIL, 2017, p. 14)
quistas que a criança tem em seus primeiros • Cognitivos – que estão intima-
O Currículo da Rede de Ensino Muni- anos de vida, sendo este um período mar- mente ligados à linguagem e à co-
cipal de São José dos Campos, em harmonia cado pelo potencial de desenvolvimento de municação.
com a BNCC e Currículo Paulista, apresenta muitas habilidades que são a base para a
• Sensoriais – que se apresentam
a abordagem da Educação Integral como um sua formação. Nos três primeiros anos de
por meio das experimentações.
princípio, e, na etapa da Educação Infantil, vida, o cérebro da criança chega a alcançar
o faz numa perspectiva holística. Assim, 80% do tamanho do cérebro de um adulto Desse modo, para que esses âmbitos
com essa escolha, priorizamos a formação e muitas das habilidades mentais que irá sejam efetivados no cotidiano, o professor
integral de cada bebê ou criança, respeitan- desenvolver ao longo de toda sua vida são tem papel fundamental, pois é ele quem ar-
Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Barboza
do a unidade, a singularidade, a totalidade formadas nesse período. Pedroza” ticula, amplia, equilibra as competências e
de cada um. Desse modo, ao reconhecer a
38 39
os contextos de aprendizagem da criança, 2.3.3 Engajamento das 2.3.3.1 Criança engajada
visando à garantia da qualidade. crianças, famílias A criança é sujeito inteiro, pleno de
e professores e a potencialidades, curiosidades, saberes, de-
[...] A qualidade da relação que o edu- participação ativa sejos e interesses que se revelam na forma
cador é capaz de estabelecer com a nos processos de holística com que ela descobre o mundo a
criança influencia a qualidade do de-
aprendizagem, sua volta, traduzindo-se no encantamento
senvolvimento da criança. Como re-
fere Portugal (1998, p. 178), “a creche
desenvolvimento e de suas manifestações, em suas capacidades
poderá fazer com que a criança seja ensino criadoras e no exercício do seu protagonis-
mais assertiva e socialmente mais mo frente às condições que lhe são oportu-
interativa, mas as consequências de- A boa relação entre as famílias e/ou
responsáveis e as instituições de Edu-
nizadas. Assim, o engajamento da criança,
pendem da qualidade e consistência
cação Infantil é essencial para poten- no cotidiano das Instituições de Educação
dos cuidados substitutos fornecidos
à criança”. Neste sentido, as relações cializar a aprendizagem e o desen- Infantil, revela-se nas ações e reações que
estabelecidas com a criança deverão volvimento das crianças, bem como ela manifesta por meio de iniciativas e co-
ser relações autênticas e de confiança, a prática do diálogo e o comparti- nexões que estabelece com o outro e com o
que vão ao encontro do ser humano lhamento de responsabilidades. (SÃO Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Barboza Pedroza”
meio, pois exprimem o quanto está automo-
que ali existe. [...] (DIAS, I. S.; COR- PAULO, 2019, p. 68)
tivada e envolvida durante as vivências que
REIA, S.; MARCELINO, 2013, p. 15)
Compreendemos os processos de de- lhe são disponibilizadas no contexto em que
senvolvimento, aprendizagem e ensino nas está inserida.
O professor, ao planejar — consi-
derando a criança como competente para Instituições de Educação Infantil como pro-
cessos que implicam o engajamento e o pro- 2.3.3.2 Família engajada
aprender, plena de potencial e de iniciativa
pessoal—, modifica seu fazer a partir do que tagonismo compartilhado, em que a tríade A família engajada participa ativa-
acompanha, documenta e de como propõe “família, criança e professor” responsabili- mente da vida escolar de seus filhos e con-
os contextos de aprendizagens, inspirando, zam-se pelas conquistas e sucessos em fa- tribui efetivamente para que a criança se
assim, novos contextos e narrativas. Quan- vor da aprendizagem e desenvolvimento da sinta segura e protagonista de sua apren-
do o professor acredita e empodera a crian- criança, numa relação de interdependência dizagem. Quando famílias e professores
ça como sujeito central de seu processo de na qual cada um exerce um papel intrans- constroem vínculos de respeito e confiança
aprendizagem e desenvolvimento, permite ferível. e apoiam-se mutuamente na organização de
que ela adquira o controle de suas aprendiza- contextos de aprendizagens, criam possibi-
gens, produza cultura e amplie seu universo CRIANÇA lidades para que as experiências e aprendi-
de experiências, conhecimentos e habilida- zagens tenham sentido e significado para as
des. Além disso, ele amplia oportunidades crianças.
para que a criança desenvolva valores como
As Instituições de Educação Infantil
a paz, a solidariedade, a sustentabilidade,
podem potencializar o engajamento das fa- Foto: EMEI “Prof.ª Ângela de Castro Fernandes Lopes”
a inclusão, a equidade, dentre outros que Participação ativa
nos processos de mílias a partir de ações, como:
podemos ver implícitos e explícitos nas dez
competências gerais da BNCC, lembrando aprendizagem, • Acolhimento às diferentes formas
desenvolvimento
que, na Educação Infantil, suas dez compe- de organização familiar.
e ensino
tências se consubstanciam nos seis direitos • Respeito às opiniões e aspirações
de aprendizagem e desenvolvimento. da família.
FAMÍLIA • Escuta ativa e empática.
PROFESSOR
• Reuniões coletivas.
40 41
• Atendimentos individualizados. “O papel do professor centraliza-se
na provocação de oportunidades de
• Eventos diversos.
descobertas, através de uma espécie
• Participação nos conselhos de es- de facilitação alerta e inspirada e de
cola e associação de amigos da es- estimulação do diálogo, de ação con-
cola. junta e da co-construção do conhe-
cimento pela criança.” (EDWARDS;
• Propostas em parcerias com a fa- GANDINI; FORMAN, 2016, p. 153)
mília para que compartilhe a cul-
tura de infância: brincar, jogar, ou- É importante que o professor este-
vir e contar histórias, recitar uma ja disponível e sensível às demandas que
poesia, pintar, desenhar, modelar, a criança traz e como traz, a fim de apoiar,
plantar e colher, pesquisar e desco- promover, guiar e ajudar a criança a desco-
brir, dentre outras possibilidades brir respostas sobre o mundo que a cerca e
junto à criança. também a fazer perguntas. Nesse sentido, o
professor revela seu engajamento quando:
2.3.3.3 Professor engajado
• Apresenta-se como referência à
O professor engajado em potenciali- criança.
zar a aprendizagem e desenvolvimento das
• Estabelece vínculo estável e seguro
crianças cria condições necessárias para
com a criança.
que avancem em seu processo de aprendi-
zagem por meio de uma abordagem de en- • Antecipa situações significativas
sino que dialogue com suas iniciativas, que de aprendizagem.
provoque, instigue, encoraje e aguce seus • Organiza, previamente, contextos
interesses e curiosidades; permitindo o en- de aprendizagem que fomentam as
cantamento das tentativas, das hipóteses, iniciativas da criança.
dos erros, dos acertos, das descobertas, das
• Imprime sua intencionalidade pe-
confirmações que perpassam seu processo
dagógica nas situações cotidianas.
de aprendizagem e desenvolvimento.
• Observa, escuta e considera as ini-
ciativas da criança.
• Cria condições oportunas para que
a criança amplie e aprofunde suas
experiências.
• Age de modo disponível e respon-
sivo junto à criança.
• Apresenta disposição às mudan-
ças.
• Aproveita também as situações
improváveis, inesperadas, mas
que despertam a ação e reação da
criança.

Foto: EMEI “Profª Idelena Menezes Trefílio Carvalho”


42 43
3.1 Princípios São seis os direitos propostos na Base
Nacional Comum Curricular da etapa da
pedagógicos
Educação Infantil: Conviver, Brincar, Parti-
Os princípios pedagógicos presentes cipar, Explorar, Expressar, Conhecer-se.
no Currículo da Educação Infantil da Rede
Nas Instituições de Educação Infantil
de Ensino Municipal de São José dos Cam-
do Município de São José dos Campos, de-
pos explicitam os fundamentos que devem
vem ser garantidos os direitos de aprendiza-
apoiar a ação intencional do professor na
gem e desenvolvimento na organização dos
organização de um cotidiano promotor dos
diferentes contextos de aprendizagens que
direitos de aprendizagens e desenvolvimen-
preenchem o cotidiano da criança. Garan-
to da criança. Eles norteiam o caminho para
tir esses direitos significa o compromisso,
o alcance de nossos propósitos, dialogando
o respeito e a valorização da forma como a
diretamente com nossos princípios educa-
criança aprende nessa etapa de sua vida.
cionais.

PARTE 3 Princípios pedagógicos


Para que de fato os direitos sejam efe-
tivados, o professor deve se atentar à garan-

Princípios e
tia destes, a partir de reflexões e ações pau-
• Princípio dos direitos de aprendizagem
e desenvolvimento. tadas em nossos propósitos — uma imagem
de criança rica e plena de potencial, prota-
• Princípio do protagonismo.

Fundamentos
gonista de sua aprendizagem, que apren-
• Princípio da singularidade.
de por meio das diferentes linguagens, em
• Princípio da potencialidade. contextos reais de interações, brincadeiras,

Pedagógicos
• Princípio da relação. investigações e promotores de experiências
com sentido e significado.
• Princípio da unidade.

• Princípio do significado. Orientações para um cotidiano


que garanta os direitos de apren-
3.1.1 Princípio dos direitos dizagem e desenvolvimento:
de aprendizagem e • Situações de convivência entre as crian-
desenvolvimento ças da mesma faixa etária ou de faixas
etárias diferentes, com adultos, em
pequenos e grandes grupos, no am-
Os direitos de aprendizagem e desen-
biente social com determinadas regras
volvimento asseguram, na Educação Infan- ou procedimentos que se diferem do
til, ambiente familiar, utilizando múltiplas
linguagens, ampliando o conhecimento
de si e do outro, o respeito em relação à
as condições para que a criança
cultura, às diferenças entre as pessoas e
aprenda em situações nas quais pos- à natureza, constituindo modos de pen-
sa desempenhar um papel ativo em sar, imaginar, investigar, sentir, narrar,
ambientes que a convidem a viven- dialogar e conhecer.
ciar desafios e a sentir-se provocada • Situações de brincadeira nas quais a
a resolvê-los, nas quais possa cons- criança escolhe parceiros, em diferentes
truir significados sobre si, os outros tempos e espaços, desenvolvendo sua
e o mundo social e natural (BNCC, imaginação e solidariedade, atribuindo
2017, p. 37). sentido e significado para os objetos
naturais, artesanais e industrializados,
44 45
construindo enredos e personagens, tente e protagonista ativa de seu próprio sendo acolhida por meio da escuta, numa criança, cuide da qualidade das relações por
utilizando criativamente o repertório processo de aprendizagem e desenvolvi- relação de respeito e valorização de seu re- meio da valorização de suas iniciativas em
das manifestações culturais da tradição
local e de outras culturas, enriquecendo mento. Ela é protagonista quando encontra pertório, para assim favorecer a ampliação contextos de aprendizagem nos quais possa
sua linguagem oral, corporal, musical, no seu entorno condições que lhe dão o di- de suas experiências e aprendizagens, con- agir com liberdade e autonomia, reconhe-
dramática, escrita, entre outras. reito de ser ouvida e de participar de forma siderando o que é significativo para ela. cendo sua potencialidade para investigar,
• Situações em que a criança participa ativa, de se sentir pertencente a um grupo, descobrir e encontrar novas possibilidades
ativamente das situações do cotidiano,
tanto aquelas ligadas ao cuidado de si aprendendo umas com as outras a partir de 3.1.3 Princípio da frente às situações-problema. Nesse senti-
e do ambiente, desenvolvendo diferen- suas experiências e saberes. Essa visão do singularidade do, é preciso valorizar a potencialidade da
tes linguagens e elaborando conheci- protagonismo da criança está intrinseca- criança para que efetivamente desenvolva
mentos, decidindo e se posicionando; Toda criança é um ser único, com
quanto às propostas realizadas pelo mente relacionada com a visão do professor sentimento de confiança em suas próprias
professor e às decisões da Instituição como ator chave, que também é protagonis- interesses, curiosidades, necessidades e habilidades e se sinta fortalecida para en-
de Educação Infantil relativas à organi- ta, sendo participante ativo dos processos ritmos de desenvolvimento diferentes. É frentar desafios.
zação do ambiente (tanto o cotidiano, fundamental que os professores conheçam
como o planejado para determinados de aprendizagem junto à criança.
eventos), à definição de temas, à esco- e respeitem cada criança em sua individu- Orientações para um cotidiano
lha de materiais a serem usados, às pro- Orientações para um cotidiano alidade, nos diferentes contextos de apren- que valorize a potencialidade da
postas lúdicas e artísticas.
que garanta o protagonismo da dizagem em que possa aprender em ritmo criança:
• Situações de exploração pelas quais a criança: próprio, por meio dos significados que cons-
criança compreende o mundo, a par- • Apoiar e valorizar as iniciativas da crian-
trói sobre o mundo, sobre as relações e so- ça.
tir dos diferentes sentidos e interações • Escutar e observar a criança.
vivenciadas por meio de movimentos, bre si mesma, a partir de suas experiências.
• Seguir seus interesses e curiosidades. • Acreditar no potencial da criança, per-
gestos, texturas, histórias, elementos da
natureza, recursos tecnológicos, entre • Transformar as observações e escuta da mitindo que faça o que é capaz de reali-
Orientações para um cotidiano zar com independência.
outros; ampliando seus saberes sobre criança em experiências promotoras de
si e a cultura. investigação, brincadeiras e interações. que garanta a singularidade da
• Organizar espaços e materiais, atenden-
• Organizar tempos, espaços e materiais
criança: do as singularidades e potencialidades
• Situações em que a criança expres-
sa corporalmente suas necessidades, de forma que a criança tenha autono- da criança.
• Conhecer e atender as necessidades de
emoções, sentimentos, dúvidas, hipó- mia e autoiniciativa.
cada criança. • Disponibilizar os materiais ao acesso da
teses, descobertas, opiniões, questio-
• Organizar o cotidiano de forma a garan- criança, de modo que possa agir com
namentos e representações tanto nas • Organizar o espaço de modo a atender
tir que a criança se aproprie dos rituais autonomia em suas investigações.
relações cotidianas como nas brinca- as singularidades.
e contextos de aprendizagens que mar-
deiras, dramatizações, danças, músicas, • Oferecer tempos, espaços e materiais
cam seu dia na instituição, desenvolven-
contações de histórias. Enfim, por meio • Assegurar à criança a manifestação de que possibilitem a continuidade da ex-
do segurança, confiança e autonomia.
de diferentes linguagens, entendendo e seus interesses, desejos e curiosidades periência da criança.
considerando o que é comunicado por • Apoiar as descobertas da criança ofere- ao participar das práticas educativas.
outras crianças e adultos. cendo ferramentas, técnicas e compre- • Eliminar práticas com início, meio e fim
ensão sobre os objetos de conhecimen- • Respeitar o ritmo de sono, alimentação, já definidos, sem considerar a ação da
• Situações para que a criança se conhe- desenvolvimento e aprendizagem.
to. criança.
ça e construa sua identidade pessoal,
social e cultural, constituindo uma ima- • Acolher as impressões singulares da
O protagonismo acontece no cotidia- criança sobre suas investigações.
gem positiva de si e de seus grupos de
pertencimento, por meio das situações no, quando a criança se expressa por meio 3.1.5 Princípio da relação
cotidianas, do contato com manifesta- de suas diferentes linguagens: da palavra,
ções artísticas, culturais locais e de ou- 3.1.4 Princípio da A criança aprende por meio das re-
do gesto, da brincadeira, da arte, da mú-
tras comunidades. potencialidade lações que estabelece com os adultos, com
sica, da dança. A partir das possibilidades
de se expressar e de se colocar no mundo, a outras crianças, com os espaços e com os
Desde que nasce, o bebê é potente
3.1.2 Princípio do materiais. Sabendo disso, é importante que,
criança age naturalmente como protagonis- para aprender por meio das relações que es-
protagonismo em seu cotidiano, tenha a oportunidade de
ta, sendo essa ação potencializada pelo pro- tabelece com o outro e com o meio. Na Insti-
Todos os contextos de aprendizagem fessor ao considerar que cada uma tem seu ter interações de qualidade, que promovam
tuição de Educação Infantil, é fundamental
devem considerar a criança como compe- modo próprio de compreender o mundo, a construção de vínculos estáveis e seguros,
que o professor tenha um olhar sensível à
que proporcionem diferentes encontros em
46 47
pequenos e grandes grupos e ações de ex- Orientações para um cotidiano 3.2 Fundamentos
plorações e descobertas sobre o meio físico que promova unidade:
pedagógicos
e social. • Reconhecer a criança em sua integrali-
dade. Nosso Currículo fundamenta as prá-
Orientações para um cotidiano • Cuidar e educar como ações indissociá- ticas pedagógicas intencionais, responsivas
que garanta o aprendizado por veis em todas as práticas realizadas no
e reflexivas nas premissas das experiências,
cotidiano da instituição.
meio das relações: relações e continuidades na aprendizagem;
• Acolher as diferentes linguagens da
• Construir uma relação com a criança criança (gestos, choro, birras, sorrisos, as múltiplas linguagens como forma da
por meio de vínculos seguros e está- fala) como forma de manifestar seus criança se expressar e aprender; confiança,
veis. sentimentos e emoções. previsibilidade e continuidade como pilares
• Acolher a criança nos momentos de
• Ajudar a criança a identificar seus sen- para a aprendizagem e o desenvolvimento.
cuidado pessoal, respeitando sua in-
timentos e emoções, instrumentali-
dividualidade.
zando-a para que suas reações sejam
• Organizar espaços e materiais que pautadas no respeito a si, ao outro e ao 3.2.1 Experiências, relações
favoreçam a interação em pequenos ambiente.
e grandes grupos.
e continuidade na
• Selecionar materiais que favoreçam
• Articular os interesses da criança às di- aprendizagem
versas aprendizagens favorecidas no
a investigação e aprendizagem por cotidiano.
meio da interação.
A criança, desde que nasce, é curiosa,
• Oportunizar brincadeiras com crian-
disposta a conhecer o mundo e a si mesma,
ças de diferentes faixas etárias. 3.1.7 Princípio do significado competente para investigar, experimentar,
• Favorecer a relação da criança com A criança constrói significado pessoal refletir, aprender por meio de suas ações
a comunidade escolar e parceiros da e relações. Entrega-se de forma inteira e
comunidade, de modo que ampliem para suas aprendizagens, o que é favoreci-
do pelo caráter lúdico e contínuo nas expe- singular às suas experiências, atribuindo
suas aprendizagens sobre seus gru-
pos de pertencimento. riências vividas na Instituição de Educação sentido a elas. É na infância, fase tão impor-
• Eliminar atividades centradas no en- Infantil. O planejamento do cotidiano com tante da vida da criança, que ela fará suas
sino do professor. primeiras descobertas. Por esse motivo, é
rituais e contextos de aprendizagens, que
sejam significativos para a criança, implica importante que as vivências promovidas Foto: NEI “Prof.ª Silvia Helena de Sousa”
3.1.6 Princípio da unidade reconhecer seus saberes, interesses e ex- nas Instituições de Educação Infantil sejam
periências e considerar as experiências de promotoras de experiências significativas,
A criança é um ser único e precisa ter
brincadeiras, interações e investigações. pois é por meio delas que a criança aprende, tecnológico, de modo a promover seu
suas necessidades emocionais, cognitivas
atribui sentido ao seu mundo e constrói a desenvolvimento integral. (BRASIL,
e físicas acolhidas por meio de uma escuta 2010, p. 12)
Orientações para um cotidiano sua identidade.
atenta e responsiva, que apoie e disponibili-
que promova contextos de apren- As práticas da Educação Infantil de-
ze condições para potencializar suas apren- A experiência de sentir um cheiro,
dizagem significativos à criança: vem privilegiar o modo próprio de a criança
dizagens e seu desenvolvimento integral. tocar numa textura, de se relacionar com
Para que essas condições sejam garantidas, • Assegurar as práticas culturais e sociais aprender, pois ela constrói e apropria-se de o outro, de observar e viver o movimento,
nos contextos de aprendizagem. conhecimentos a partir de suas ações e das
é fundamental compreender o cuidar e o do aparecer e desaparecer dos objetos, da
educar como práticas indissociáveis, valo- • Garantir que todas as propostas do co- suas experiências. Por esse motivo, um cur- descoberta da marca que se pode deixar
tidiano sejam pautadas nos eixos nor-
rizar as múltiplas linguagens como formas teadores das brincadeiras, interações e rículo centrado na criança deve ser um nas superfícies, da contemplação da natu-
de expressão e de aprender da criança, as investigações. reza, entre tantas e outras descobertas, são
Conjunto de práticas que buscam ar-
brincadeiras e os contextos lúdicos, investi- • Acolher suas iniciativas, valorizando e inaugurais para a criança e tais experiências
apoiando as investigações da criança. ticular as experiências e os saberes
gativos e de interação como promotores de a transformam, enriquecendo seu olhar,
das crianças com os conhecimentos
aprendizagens e desenvolvimento na pri- • Articular as experiências da criança aos sua história, suas reflexões, trazendo novos
que fazem parte do patrimônio cul-
conhecimentos do patrimônio histórico
meira infância. tural, artístico, ambiental, científico e aprendizados e sentidos sobre o mundo. A
e cultural da humanidade.
48 49
experiência, neste sentido, está relacionada que fazem parte do patrimônio da to, pela criança, das manifestações e tes formas de expressão. A vontade de
à capacidade de transformação do sujeito humanidade, é importante garan- tradições culturais brasileiras. se comunicar é do ser humano e, desde
por processos vividos, sendo fruto de uma tir vivências promotoras de expe- • Possibilitem a utilização de gravadores, o nascimento, o bebê já experiencia,
projetores, computadores, máquinas nas relações com seus parceiros, a co-
elaboração que mobiliza, deixa marcas, pro- riências que: fotográficas, outros recursos tecnológi- municação, sendo ajudado a signifi-
duz sentidos e significados que podem ser • Promovam o conhecimento de si e do cos e midiáticos.
car as situações vividas de forma rica
recuperados numa situação semelhante, mundo por meio da ampliação de ex- (BRASIL, 2010, p. 25-27) e plural quando tem a oportunidade
constituindo um aprendizado em constan- periências sensoriais, expressivas, cor-
de se expressar e aprender por meio
porais, que possibilitem movimentação
te movimento (BONDIA, 2002). A experi- ampla, expressão da individualidade e 3.2.2 As múltiplas linguagens das múltiplas linguagens do seu meio,
respeito pelos ritmos e desejos da crian- iniciando pelas linguagens gestuais
ência não tem um fim em si mesma, dá-se como formas da criança
ça. e expressivas, e depois as linguagens
ao longo do tempo e de forma contínua, a se expressar e aprender simbólicas em sua presença como
criança experiencia, cria suas hipóteses e • Favoreçam a imersão da criança nas
diferentes linguagens e o progressivo É fascinante observar a criança se ação. À medida que cresce, a criança
em uma outra circunstância as ressignifica, domínio, por ela, de vários gêneros e vai construindo novas possibilidades
ou seja, seu conhecimento vai se acomodan- formas de expressão: gestual, verbal, relacionando nos diferentes espaços da es-
de linguagem, a linguagem do olhar,
do e aprimorando à medida que vivencia plástica, dramática e musical. cola: sorrisos, gargalhadas, olhares, tantas do gesto, do toque, tais formas de lin-
novas experiências. • Possibilitem à criança experiências de expressões e formas de comunicação. Às ve- guagens são elaboradas pela criança
narrativas, de apreciação e interação zes, um gesto de carinho, um olhar curioso, a partir da sua relação com o meio,
com as múltiplas linguagens.
A experiência é única para cada crian- uma fala, um choro, um movimento tran- da sua interação com outras pessoas
ça, uma vez que cada uma traz a sua • Recriem, em contextos significativos
quilo ou repentino, movimentos corporais (BARBOSA, 2009, p. 83).
para a criança, relações quantitativas,
experiência de vida, seus saberes, sua
medidas, formas e orientações espaço e expressivos, que falam muito sobre essa
cultura, seu modo de ser, suas memó- temporais.
rias, entre tantos valores que no ato
criança que se comunica por diferentes lin-
• Ampliem a confiança e a participação guagens.
de experienciar promoverá significa- da criança nas propostas em diferentes
dos únicos (AUGUSTO, 2013, p. 111). agrupamentos. A criança, desde que nasce, comuni-
• Possibilitem situações de aprendizagem ca-se com o mundo a partir das relações e
A continuidade, neste sentido, tor-
mediadas para a elaboração da auto-
na-se fundamental para garantir uma ex- nomia da criança nas ações de cuida- interações que estabelece com as pessoas e
periência de aprendizagem, pois permite o do pessoal, auto-organização, saúde e com o seu meio. Ao se comunicar, estabele-
bem-estar. ce suas primeiras ações afetivas e também
aprofundamento e a qualidade das experi-
• Possibilitem vivências éticas e estéticas vai descobrindo uma variedade de sensa-
ências. Para que seja efetivada a continui-
com outras crianças e grupos culturais,
dade, de acordo com Fochi (2015, p. 226), que alarguem seus padrões de referên- ções, aromas, sons, cores, formas, texturas,
cia e de identidades no diálogo e conhe- gestos e diferentes manifestações da cultu-
[...] é imprescindível pensar em re- cimento da diversidade. ra. Nesta ação intensa de se relacionar com
lação ao tempo (para que a criança • Incentivem a curiosidade, a exploração, o mundo, nas suas brincadeiras, investiga-
permaneça no seu percurso inves- o encantamento, o questionamento, a
tigativo), materiais em quantidade indagação e o conhecimento da criança ções, ao fantasiar, ao interagir, ao realizar
suficiente (para que cada criança não em relação ao mundo físico e social, ao suas descobertas, ao perceber quais são
seja interrompida em suas experiên- tempo e à natureza. seus desejos, entre tantas e outras experiên-
cias) e espaço, pois se faz necessário • Promovam o relacionamento e a intera- cias, a criança constrói sentidos e significa-
garantir opções diversas de atuações ção das crianças com diversificadas ma-
nifestações de música, artes plásticas e dos, produzindo cultura e afirmando a sua
das crianças em um mesmo local, sem
gráficas, cinema, fotografia, dança, tea- potencialidade na compreensão e expressão
que as obrigue a permanecer todas na tro, poesia e literatura. com o mundo.
mesma atividade.
• Promovam a interação, o cuidado, a
preservação, o conhecimento da biodi- É nessa intensa e sensível relação com
Para promover práticas que arti- versidade e da sustentabilidade da vida
o mundo, com as pessoas e com si mes- Foto: EMEI “Prof.ª Idelena Menezes Trefílio Carvalho”
na Terra, assim como o não desperdício
culem as experiências e os saberes dos recursos naturais. ma, que a criança vai materializando
da criança com os conhecimentos • Propiciem a interação e o conhecimen-
seu pensamento por meio de diferen-
50 51
O professor das Instituições de Edu- 3.2.3 Confiança, O professor, bem como todos os pro- quando se expressa ou ajudá-la a se
expressar para comunicar suas neces-
cação Infantil tem o compromisso de pro- previsibilidade fissionais da Instituição de Educação In-
sidades.
mover contextos que favoreçam e validem e continuidade fantil, tem grande valor para a criança. A
• Acolher a criança em todos os momen-
que a criança se expresse por meio das múl- como pilares para presença, a interação positiva e afetiva des- tos da rotina, principalmente nas ocasi-
tiplas linguagens, garantindo a ampliação a aprendizagem e o te adulto, oferece à criança confiança nas ões em que demonstra não estar bem
do seu universo cultural, da sua criativida- desenvolvimento ações diárias, o que permite uma vivência (saúde física e mental).
de, da sua autonomia e das relações que es- saudável nesse ambiente. A relação do adul- • Ser paciente com o intenso interesse da
A aprendizagem e o desenvolvimento criança com tudo o que está a sua volta.
tabelece com o mundo. to com a criança precisa ser profunda, de
da criança se efetivam na participação em • Partilhar os diferentes momentos do
respeito e de engajamento, para que ele co-
diferentes práticas culturais e sociais in- dia com a criança, proporcionando mo-
Como favorecer contextos que am- nheça a sua singularidade, a sua sutileza, as mentos de escolha.
pliem as possibilidades da criança tencionalmente organizadas pelo professor
suas formas de se comunicar, seus gostos,
no cotidiano das Instituições de Educação • Estar atento às comunicações e conver-
se expressar e aprender por meio seus sentimentos, seu ritmo próprio, o que sas da criança ao longo do dia.
das múltiplas linguagens? Infantil. Para o desenvolvimento integral
conduz a uma relação recíproca de respeito • Trabalhar em equipe com os demais
e saudável da criança, que permite seu
• Organizando um cotidiano rico que ga- e atendimento à especificidade da criança. profissionais da sala para que as neces-
ranta a criação, o questionamento, a bem-estar, é necessário priorizarmos três sidades da criança possam ser respeita-
busca pelo uso de diferentes materiais elementos essenciais que devem compor o No cotidiano das Instituições de Edu- das ao longo de todo o dia.
potencializadores de diferentes formas cotidiano infantil: a confiança, a previsi- cação Infantil da Rede Municipal de São • Observar as ações e comunicações da
de expressão (da natureza, artesanais, criança.
bilidade e a continuidade. José dos Campos, o professor está dispo-
industrializados, próprios de uma de-
terminada cultura, entre outros), ga- nível à criança, construindo com ela uma • Observar, escutar, registrar, comparti-
rantindo a aproximação com a arte em relação de confiança, que possibilitará a ele lhar e refletir são ações fundamentais
suas diferentes formas (teatro, cinema, para que o professor possa apreciar,
que a conheça e possa, dessa forma, promo- aprender e compreender cada uma
dança, exposição, literatura, música)
ampliando e garantindo o seu direito ao ver propostas que favoreçam seu pleno de- das crianças, construindo planejamen-
acesso às manifestações artístico-cultu- senvolvimento; para a criança ainda é mais tos adequados e significativos (FERRAZ,
rais. 2011).
importante, pois há uma grande confiança
• Promovendo contextos que fomentem nesse adulto, permitindo que, durante as Outro fator que garante a confian-
a pesquisa, o encontro, a comunicação
por diferentes linguagens, a experimen- relações, possa estabelecer o seu protago- ça é a organização dos espaços, sendo um
tação e exploração, garantindo a pluri- nismo no cotidiano de forma ativa e praze- elemento fundamental na garantia da con-
sensorialidade, o prazer das relações e rosa, criando um sentimento de segurança. fiança, previsibilidade e continuidade, pois,
descobertas, validando seus direitos.
quando bem organizado, com ambientes
• Experimentando, assim como a criança
já o faz, as diferentes possibilidades de O que considerar nas interações e materiais oferecidos com regularidade,
se expressar, mediadas pelos corpos de qualidade para promover con- favorece à criança encontrar segurança e
que se mexem, as expressões que nem fiança, previsibilidade e continui- bem-estar (FALK, 2008).
sempre são ditas com palavras, mas
com os olhares que contam muitas his- dade:
O fato de poder, repetidas vezes, ex-
tórias; com o sorriso ou choro que evi- • Conversar com a criança fazendo uso de
denciam seus sentimentos; com os tra- perimentar, explorar os objetos, materiais e
uma linguagem rica e diferentes formas
ços, gestos, desenhos, tantas formas de de expressão como gestos, palavras, en- ambientes, oferecerá à criança segurança e
se comunicar e de expressar seu pensa- tre outros. continuidade em sua experiência, que está
mento (GOBBI, 2010).
• Expressar-se por meio de gestos tran- intrinsecamente relacionada à sua relação
• Vivenciando práticas sociais nas ações quilos e calmos com a criança. com o espaço, para que possa aprofundar e
de acolhida e despedida da criança,
• Respeitar o ritmo de cada criança, dan- dar continuidade às suas investigações. Or-
numa relação afetuosa nos momentos
do tempo adequado à sua necessidade.
de cuidados pessoais, de se servir e de ganizar o espaço, com áreas estáveis e com
conversar com seus pares na alimenta- • Garantir atenção plena aos momentos pequenas mudanças, mantém o interesse da
ção, nas brincadeiras em diferentes lo- Foto: EMEI “Prof.ª Idelena Menezes Trefílio de cuidado pessoal.
cais e com crianças de diferentes faixas Carvalho” criança, garantindo uma boa medida entre a
• Atender às necessidades da criança
etárias. repetição, a estabilidade e a previsibilidade,
52 53
necessárias para favorecer um ambiente em são planejados de forma intencional, num melhor, para compreender, para gerar • Planejar o cotidiano e os contextos de
que ela tenha autonomia e investigue para encadeamento sistemático e regular das novas ideias e transformar criticamente aprendizagem, considerando a propos-
a realidade (HOYUELOS; RIERA, 2019). ta pedagógica da Instituição, a observa-
conhecer o mundo a sua volta. ações, e quanto mais clareza, para a crian- Por meio da observação intencional e ção da criança e de suas histórias, ga-
ça, dessa regularidade, mais segurança ela atenta, é possível ao professor conhecer rantindo intencionalidade pedagógica
O tempo também é outro elemen- a criança, seus processos investigativos, que atenda de fato aos interesses, ne-
terá. Isso será fundamental também para o
to chave na organização do cotidiano da seus pensamentos e competências. cessidades e ritmo de desenvolvimento
adulto, pois poderá se organizar e planejar de cada criança e do seu grupo.
criança, pois atende às suas necessidades e • Desenvolver escuta atenta permeada
ao longo deste tempo, evitando improvisa-
promove a regularidade. Quando os rituais de intencionalidade, que o permita co-
ções (FALK, 2008). letar dados de uma situação, para res- 3.2.5 Transições
(acolhida, alimentação, sono, leitura literá-
ponder perguntas e para compreender.
ria, entre outros) têm uma regularidade, fa- Escutar também apoia o professor para A palavra transição se refere à passa-
vorecem à criança a previsibilidade, ou seja, 3.2.4 Práticas pedagógicas escolher evidências e entender melhor
gem. Vivenciamos diversas transições des-
saber o que virá a seguir, permitindo a sua intencionais, as iniciativas da criança.
de que nascemos e uma delas é a passagem
regulação em relação ao tempo, uma forma responsivas e reflexivas
Outra característica importante ao da instituição familiar para a Educação In-
de se organizar para a próxima proposta, Hoje, o professor assume novo per- fantil.
professor é se colocar também na posição
garantindo o sentimento de segurança em fil, um profissional da infância que tem o
de aprendiz ao se relacionar com a criança, Ao começar a frequentar a Instituição
seu dia na instituição. compromisso de propiciar um ambiente fa-
pois é nessa intensa interação, acompanha- de Educação Infantil, a criança tem a opor-
Quando o dia avança seguindo um vorável às experiências infantis, colocando
da por reflexões comprometidas, que terá tunidade de conviver com outras crianças e
percurso conhecido, a criança pode si- a criança no centro do seu planejamento,
suas dúvidas, questionamentos, certezas adultos, de receber e dar afeto a outras pes-
nalizar as suas necessidades individuais organizando os contextos de modo que a
e incertezas, de modo que buscará, assim soas, de brincar e interagir, ampliando as-
(HOHMANN; POST, 2004), nesse sentido, criança possa ter tempo para viver a sua in-
como a criança, refletir sobre a sua prática, sim suas experiências sobre mundo. Cada
os critérios de previsibilidade e de flexibili- fância plenamente. O professor, neste senti-
para realizar escolhas por caminhos asserti- fase da vida escolar é marcada por senti-
dade tornam-se fundamentais ao organizar do, apresenta postura de responsividade, de
vos, agindo de forma intencional nas toma- mentos de alegria, pelas conquistas, assim
de forma intencional o cotidiano na Insti- responder genuinamente às manifestações,
das de decisões. como por sentimentos de insegurança, an-
tuição de Educação Infantil. interesses, necessidades da criança, ou seja,
siedade e angústia, não apenas na criança,
sua atitude responsiva irá direcioná-lo a O que é preciso garantir para que mas também em seus familiares e na equi-
A previsibilidade deve estar presen- planejar contextos que de fato respeitem a os professores sejam reflexivos pe da instituição. Planejar cuidadosamente
te na forma organizada e consistente singularidade da criança, permitindo a con-
do tempo, que considera que o dia da • Interpretar o que a criança tem a dizer cada processo de transição na vida da crian-
tinuidade de suas aprendizagens e seu ple- como uma forma eficaz de revisitar o
criança ocorre em torno de aconte- ça é fundamental para diminuir as tensões
no desenvolvimento. que já foi vivido ou observado por meio
cimentos diários regulares e previsí- de documentações elaboradas pelo pro- e garantir a continuidade dos processos de
veis. A flexibilidade implica, por sua fessor, criança e família. Tais documen- ensino e aprendizagem.
vez, considerar que é preciso se aco- O que é preciso garantir para que tos são elementos essenciais na prática
modar às necessidades das crianças, os professores sejam responsivos reflexiva do professor. Por meio delas,
de uma forma distanciada da ação com 3.2.5.1 Orientações para as
compreendendo, por exemplo, que a à criança:
rotina de cuidados está intercalada
a criança, o professor faz suas reflexões transições ao longo da
• Interpretar os processos contínuos e e analisa, de forma profissional e sensí- educação infantil
com os demais acontecimentos do dia vel, as ações individuais e de grupo. O
compreender as percepções, as ideias,
(FERRAZ, 2011, p. 105). registro da observação captura os pro- A cada dia na Instituição de Educação
os pensamentos, os gestos, as diferen-
tes expressões da criança. cessos em acontecimento, sistematiza e Infantil, a criança vivenciará situações de
A repetição do cuidado, por exemplo, propõe ações para enfrentá-los, desen-
• Tomar a posição de observador, de estar volvê-los e ampliá-los (BARBOSA, 2009). transição, como:
no momento da troca por meio de uma vi-
atento sobre os interesses que surgem
vência regular, favorece à criança a possi- nas brincadeiras, nas conversas, nas in- • Analisar o que foi vivido, as experiências • Deixar sua casa e chegar à institui-
vestigações, no dia a dia da criança. Mas infantis, trazendo elementos que apon- ção.
bilidade de vivenciar seu corpo, de sentir
quando falamos numa posição observa- tem quais as decisões serão tomadas,
prazer na relação, percebendo a si mesma e são escolhas que irão atender às neces- • A mudança de uma proposta ou de
dora, referimo-nos a uma postura ob-
o adulto, contribuindo para a construção do servadora ativa, consciente e intencio- sidades de cada criança e do seu grupo.
um ambiente para outro durante a
sentimento de continuidade. Esses tempos nal. O professor observa para conhecer
54 55
sua permanência na instituição. reunião de apresentação da equipe da sala. instituição e possam expressar suas dú-
escola, da proposta pedagógica e dos vidas e necessidades.
• O ato de se despedir dos colegas, • O professor seja atencioso com as famí-
espaços.
lias, acolhendo suas dúvidas e informa- • O professor planeje as mudanças de
professor e demais profissionais e • A equipe da escola use diferentes es- ções sobre a criança. tempos, espaços e materiais, bem
retornar para casa. tratégias para que os pais/responsáveis como a apresentação do novo cotidia-
expressem suas dúvidas e sentimentos, no, de forma paulatina, permitindo que
• A mudança de um nível para o ou- Transições ao longo do dia
assim como compartilhem com os pro- a criança se aproprie das novidades a
tro ao findar de um ano. fessores os costumes, características e partir de um ambiente que lhe é seguro
Durante sua jornada na Instituição
gostos do seu filho. e confiável.
de Educação Infantil, a criança vivencia
• A transição da Educação Infantil diversas situações e convive em espaços
• O bebê ou criança visite a Unidade Es- • O professor planeje espaços e situações
para o Ensino Fundamental. colar antes de começar a frequentá-la; diferentes, o que torna necessário que nas quais a criança possa se sentir aco-
o professor crie estratégias para que os lhida e progressivamente sentir-se se-
Todas essas transições impactam na • Os professores organizem os espaços
momentos de transição entre uma pro- gura.
de forma atrativa e acolhedora.
aprendizagem e no desenvolvimento da posta e outra ou entre um espaço e outro
• A equipe gestora e o professor abram
criança. Para que tal impacto seja positivo, é • O bebê ou criança sejam acompanha- apoiem a criança a antecipar os diferen-
espaço para que todos os envolvidos
dos por um membro de sua família até tes momentos e identificar as ações e re-
necessário que ela se sinta acolhida em suas compartilhem ideias, sentimentos e in-
a porta da sala, e que esta pessoa, se gras de convivência, podendo ser autôno-
formações sobre a nova etapa da edu-
necessidades, tenha confiança nos adultos necessário, possa permanecer na sala ma em suas ações, dependendo cada vez
cação, já que a transição da Educação
e nela mesma, e que haja continuidade nos com ela. menos do apoio do adulto. Para organizar
Infantil para o Ensino Fundamental é
esses momentos, é importante que o pro-
processos de aprendizagens. • Os professores possibilitem que o bebê um momento que desperta muitas an-
fessor:
e a criança tragam, diariamente, brin- gústias nas famílias e expectativas nas
A participação de toda a Comunidade quedos ou outro objeto que lhes reme- • Organize o cotidiano em rituais todos os crianças.
tam a segurança do ambiente familiar. dias.
de Aprendizagem (criança, família, profes-
• Organize os rituais utilizando marcos de 3.2.5.2 Transição da Educação
sor, equipe gestora, profissionais da Edu-
Momentos de acolhimento passagens com canções, brincadeiras
cação Infantil e parceiros comunitários) na ou ações que apoiem as crianças a iden-
Infantil para o Ensino
construção de estratégias adequadas aos Diariamente, a criança vive experiên- tificarem e agirem com autonomia. Fundamental
cias de encontro e despedidas ao chegar à
diversos momentos de transição vividos • Crie condições para que esses momen- O término da etapa da Educação In-
instituição, encontrar seus colegas e des-
pela criança é fundamental. Cada momen- tos possam favorecer o controle com- fantil (EI) e o início da etapa do Ensino
pedir-se de seus familiares ou responsá-
partilhado entre crianças e adultos.
to de transição requer cuidados diferentes, veis, encontrando seus familiares ou res- Fundamental (EF) são marcados por im-
ponsáveis e despedindo-se de seus pares,
porém, em todos eles é preciso considerar portantes mudanças na vida da criança. Há
nas alternâncias dos adultos que atuam O início do ano letivo
sempre os diferentes ritmos e necessidades com a criança. Para que essas sejam ex- significativas alterações no cotidiano, no
da criança. periências positivas, é importante que: O início de um novo ano na Institui- espaço escolar, na prática pedagógica, que
ção de Educação Infantil também merece
• Familiares ou responsáveis, professores ocasionam impactos para a criança. Portan-
São considerações para planejar cada atenção. A criança, seja ela um bebê, uma
e profissionais acolham as dificuldades
criança bem pequena ou pequena, esteve to, para que a transição aconteça de manei-
tipo de transição: da criança e ouçam suas necessidades.
um longo período de férias e, ao retornar, ra tranquila, cabe aos professores e gestores
• A criança possa levar para instituição precisará se inserir em um novo cotidiano,
objetos pessoais, como um brinque- conviver em novos espaços, conhecer e se
de ambas as etapas, às famílias e aos pro-
Inserção e acolhimento
do ou um objeto de apego (chamado adaptar ao novo professor e novos adul- fissionais de Educação Infantil conhecerem
A entrada da criança na instituição é pelo psicólogo Donald Winnicott, 1896- tos de referência. A família, acostumada a importância desse processo para que pos-
um momento muito especial, pois ela terá 1971, como “objeto de transição”, que com o cotidiano, e equipe de sala do ano
se caracteriza por proporcionar suporte anterior precisarão se adaptar às novas
sam apoiar a criança em suas aprendizagens
experiência com um ambiente diferente
do familiar, o que causa expectativas e emocional à criança, sendo eleito por configurações, assim como o professor e e as novas configurações que ocorrem neste
preocupações. Nesse contexto, é neces- ela como aquele que carrega consigo profissionais que atuam junto às crianças momento.
sário que: por todas as partes, principalmente em precisarão conhecer e criar vínculos com
momentos de separação ou angústia o novo grupo de crianças e suas famílias. Para cada ator da Comunidade de
• Durante a efetivação da matrícula os nos primeiros anos de vida) que pro- Dessa forma, faz-se necessário que:
pais/responsáveis sejam recebidos com porcione a ela conforto emocional en- Aprendizagem, inserido neste processo
cordialidade e possam sanar suas pri- • A equipe gestora, professor e demais
quanto está na Instituição de Educação de transição (criança, família, professor,
meiras dúvidas. profissionais da Educação Infantil plane-
Infantil. gestor e profissional da EI), o significado e
jem este período, garantindo situações
• No ato da matrícula, os pais/responsá- • Um membro da família ou responsável nas quais as famílias possam conhecer a participação são diferentes.
veis sejam convidados a participar da possa acompanhar a criança até sua o professor e demais profissionais da
56 57
Ao escutar a criança para saber o que isso, a equipe gestora necessita: • Acolher as expectativas da criança. Neste processo de transição, o pro-
e como pensa ser a escola do Ensino Fun- fessor tem a função de monitorar as apren-
• Ampliar e estreitar a comunicação • Cuidar dos anseios dela, apresen-
damental, ela revelará suas expectativas dizagens e o desenvolvimento da criança,
com a Instituição do Ensino Fun- tando aspectos positivos deste
sobre o desconhecido e o que ele provoca, refletindo sobre as práticas pedagógicas,
damental. novo momento.
como sentimento de medo e insegurança. objetivos e documentação.
As informações que a criança tem do En- • Envolver a criança em propostas • Participar de reuniões dos dois
segmentos (EI e EF). É imprescindível que o professor
sino Fundamental advêm muitas vezes dos que favoreçam a escuta e o aco-
construa registros das experiências vividas
adultos (família, professor e outros), sen- lhimento, ampliando seu conheci- • Valorizar o que a criança já sabe,
pela criança, dando a ela, a sua família e aos
do assim, é responsabilidade desses atores mento sobre o novo. ressaltando suas aprendizagens e
professores do Ensino Fundamental visibi-
ressignificar e tranquilizá-la em relação ao • Envolver o professor dos dois seg- conquistas.
lidade e evidência das aprendizagens cons-
próximo ano. mentos (EI e EF) em ações que Para apoiar a transição, o professor truídas para que haja continuidade deste
apoiem a criança. de Educação Infantil tem o importante pa- processo no próximo ano. Faz-se necessário
O último ano da Educação Infantil
deve ser marcado pela parceria das duas • Envolver e inserir a família e o pel de abordar com a criança a transição, que o professor:
instituições EI e EF, assim precisam elen- Conselho de Escola para que parti- provocando-a a expor suas ideias e senti-
car ações que favoreçam este processo de • Compartilhe informações das
cipem atuantes neste contexto. mentos, trazendo à luz o desconhecido. O
transição, assegurando à criança a garan- aprendizagens e do desenvolvi-
tia de equidade e dos direitos: Conviver,
professor auxilia a criança a ressignificar
• Promover estratégias e abordagens mento da criança, por meio de re-
Brincar, Participar, Explorar, Expressar e este momento ao promover ações, como:
Conhecer-se, pois eles explicitam a ma- variadas para que a transição aten- latório/portfólio ou de outro ins-
neira que a criança aprende e se desen- da a diversidade de criança e famí- • Conversa e assembleia. trumento.
volve. Nesse sentido, a troca de instituição lia.
não influenciará na maneira de ela se de- • Visita em instituição do Ensino • Ressalte, no registro, os relaciona-
senvolver, entendendo que as caraterísti- • Registrar as ações de articulação e Fundamental. mentos e amizades, bem como seus
cas desta criança não mudam de um ano
efetivação deste processo, a fim de interesses, talentos e investigações
para outro. • Entrevista com crianças e/ou pro-
documentar e socializar esta temá- particulares.
fessor do Ensino Fundamental.
Diante das expectativas da criança, tica a toda comunidade escolar.
• Comunicação entre os segmentos • Evidencie o seu percurso, suas sin-
cabe às Instituições de Educação Infantil e gularidades, seu progresso e suas
A criança, ao longo da Educação Bá- (EI e EF) por meio de carta, e-mail,
Ensino Fundamental garantir que ela: necessidades especiais.
sica, vai constituindo seus saberes conti- chamada de vídeo, desenho, entre
• Seja acolhida em suas ideias, opi- nuamente e progressivamente, essa ideia outros.
nos ressalta que a Educação Infantil tem
niões e em suas expressões. seus próprios objetivos e propósitos, am-
• Vivencie algumas situações que es- pliando assim seus repertórios e suas ex-
periências nas diferentes linguagens. As
tão por vir, para que possa sentir- aprendizagens conquistadas pela criança
-se confortável e segura. ao longo da EI terão grande valor e apoia-
rão a sua entrada no Ensino Fundamental.
• Compreenda gradualmente, por
meio de ações, as expectativas, in-
É papel da Instituição de Educação
terações e práticas sociais e físicas
Infantil inserir a família neste processo,
dos novos ambientes.
promovendo situações em que possa conhe-
A Instituição de Educação Infantil, cer, discutir e refletir sobre as especificida-
sabendo das expectativas da criança so- des da criança e suas expectativas sobre o
bre este momento, deve cuidar e promover novo. É importante que a família eviden-
ações que tragam apoio, confiança, segu- cie a sua contribuição neste momento, por
rança para as mudanças que ela viverá, de meio de ações, como:
maneira responsável e colaborativa. Para Foto: EMEI “José Madureira Lebrão”
58 59
4 numerando

PARTE 4
Princípios e
Fundamentos
de uma
Comunidade de
Aprendizagem

60 61
EQUIPE GESTORA 4.1 Criação e de educar, pois respeita os saberes de todos
os envolvidos, valoriza as culturas plurais,
convivência em
dialoga com a diversidade das famílias e
uma Comunidade de da comunidade. Essa parceria comparti-
Aprendizagem lha a responsabilidade com a formação da
PARCEIROS criança, traz segurança e amplia as possi-
COMUNITÁRIOS PROFESSOR A educação das crianças nessa faixa bilidades de êxito nos momentos de toma-
etária é uma tarefa tão difícil e com-
da de decisão. As ações da Comunidade de
plexa. As enormes responsabilidades
Aprendizagem podem fortalecer as relações
dessa tarefa não podem ser supe-
radas isoladamente pela família ou entre seus membros, garantindo os direi-
pela escola. (EDWARDS, et al., 2016, tos de aprendizagem e desenvolvimento da
p. 129) criança, por meio de diferentes contextos de
interação e diálogo.
Família, comunidade e Instituição de
Educação Infantil são responsáveis pelo de- Contextos de interação e diálogo
senvolvimento integral da criança de zero a promotores de uma Comunidade
cinco anos e onze meses. Frente a essa cor- de Aprendizagem:
CRIANÇA responsabilidade, justifica-se a busca por
Encontro com as famílias - professor,
práticas que, de fato, estreitam as relações profissionais e famílias se reúnem para
e o acompanhamento partilhado do desen- uma explanação dialógica sobre os acon-
volvimento da criança, favorecendo a cons- tecimentos do grupo, propostas realiza-
das, apresentações dos trabalhos, avalia-
trução de uma relação fundamentada em ções de experiências educacionais.
ações colaborativas e integradas. Atuar de Encontros temáticos - são iniciadas pe-
FAMÍLIA PROFISSIONAIS forma colaborativa, promovendo as apren- las famílias, professores, equipe gestora
Fonte: Esquema elaborado pelas Orientadoras de Ensino da Educação Infantil da REM (2020). dizagens e o desenvolvimento pleno da ou profissionais e estão abertos a todos
aqueles que estão conectados com a Ins-
criança, implica mapear as potencialidades, tituição de Educação Infantil e que se in-
necessidades e problemas da Instituição de teressam pela discussão ou ampliação do
Educação Infantil, bem como seus poten- conhecimento sobre um assunto especí-
É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. fico.
ciais e possíveis parceiros por meio do es-
Provérbio africano Encontros em grupos pequenos - profes-
tabelecimento de práticas de aprendizagem
sor, profissionais e um pequeno grupo de
dialógica, aberta a novas ideias e disposta famílias se reúnem para melhor atender
a unir forças na transformação do seu pro- às necessidades das famílias ou das crian-
A Comunidade de Aprendizagem constitui-se na par- ças.
cesso pedagógico. Nesse sentido, uma Co-
ticipação conjunta, em que todos ensinam e aprendem — criança, munidade de Aprendizagem promove forte Conversas individuais - solicitadas pela
família, professor, equipe gestora, demais profissionais da Insti- família ou sugerida pela equipe gestora,
interação e comunicação entre criança, pro- professores ou profissionais para tratar
tuição de Educação Infantil e parceiros comunitários — em prol fessor, família, equipe gestora, profissionais de questões particulares relacionadas a
da aprendizagem e desenvolvimento integral da criança. da Instituição de Educação Infantil e par- uma família ou criança.
ceiros comunitários, cria-se sentimento de Encontros com participação das crian-
ças - nesses encontros, as crianças são
pertença, desenvolve-se senso de solidarie-
protagonistas e narram para as famílias
dade e de participação social. as aprendizagens e as experiências viven-
ciadas.
Estreitar vínculos com a família en-
Encontro com especialistas - esses en-
volvendo todos os atores da Comunidade de contros assumem a forma de uma pales-
Aprendizagem implica uma nova maneira tra ou mesa de discussão e podem envol-
62 63
ver muitas instituições. Eles são pensados do na Educação Infantil, a Comunidade de que a circunda, que ela demonstra sua capa- criança, seus interesses, hábitos e neces-
para ampliar o conhecimento de todos Aprendizagem refere-se à união de diferen- cidade para compreender o mundo em que sidades. Desta forma, o diálogo empáti-
acerca de problemas ou questões de inte-
resse comum. tes atores em prol de um objetivo comum vive e as relações que presencia. Por meio co entre família e Instituição de Educação
Sessões de trabalho - são oportunidades que é o desenvolvimento integral da crian- das brincadeiras, ela explicita sua cultura, Infantil fortalece vínculos de confiança e
de contribuir de maneira concreta para a ça de 0 a 5 anos e onze meses. Fazem parte seus anseios e desejos. estabelece uma relação de parceria. A coo-
melhoria da instituição. desta comunidade: criança, família, profes- peração, a troca de experiências e conheci-
A primeira infância deve ser vista
Oficinas - encontros em que as famílias, sor, equipe gestora, demais profissionais da mentos contribuem para pensar em estra-
crianças e profissionais da Instituição de como um período intenso e precioso de po-
instituição e parceiros comunitários. A se- tégias que potencializem a aprendizagem e
Educação Infantil confeccionam brinque- tencial humano, com o qual toda a comu-
dos ou materiais com forte potencial edu- guir, evidenciamos o papel de cada um nes- desenvolvimento da criança.
nidade deve estar comprometida, auxilian-
cacional. sa comunidade.
do a educação da criança. O propósito da
Eventos - são propostas em que a criança,
a família, os profissionais da Instituição de Educação Infantil é contribuir com o desen-
Educação Infantil e, por vezes, alguns par- 4.2.1 A criança como aprendiz volvimento integral de cada criança e isso
ceiros, reúnem-se e interagem em práti- depende, não somente dos profissionais
cas que valorizam a cultura da infância, as Todas as crianças buscam realizar
manifestações artísticas e do patrimônio sua identidade e se fazerem ouvidas
da Instituição de Educação Infantil, mas
histórico cultural. dentro daquele contexto específico. também do estabelecimento de parceria
Outras possibilidades de encontros - O seu contexto específico é a fonte de de excelência entre toda a Comunidade de
passeios, piqueniques, utilização de espa- sua individualidade; é nele que elas Aprendizagem.
ços de cultura, esporte e lazer do entorno se expressam por meio do diálogo e
e da cidade com parceiros comunitários. Propiciar interações positivas com
da interação com o grupo, chamando
Encontro com famílias de crianças re- adultos próximos para servir de par- diferentes pares e adultos, em diferentes
cém-matriculadas - de modo a garantir ceiros, recursos e guias. (EDWARDS, contextos, contribui para que a criança pos-
que seja um processo de acolhimento, de
2016, p. 155-156) sa atribuir sentidos e significados coletivos
construção de vínculos estáveis e segu-
ros, para a criança e para a família. para o mundo, constituindo-se como sujeito
Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Segolin de
produtor de cultura. Compreender seus mo- Rezende”
Algumas propostas apresentadas an- dos de aprender, de se relacionar, de partici-
teriormente são adaptações das sugestões par, é fundamental para envolver a criança A família promove ações que for-
do livro “As cem linguagens da criança” de forma ativa, como elemento imprescin- talecem a Comunidade de Apren-
(EDWARDS et al., 2016, p. 132-135) e outras dível na Comunidade de Aprendizagem. dizagem quando:
propostas são realizadas pelas Instituições
• Acompanha a criança durante o período
de Educação Infantil do nosso município.
4.2.2 O papel da família de adaptação, respeitando seu tempo e
É importante ressaltar que o investimen- seu ritmo.
to para consolidar uma Comunidade de As relações cooperativas e colabo- • Alinha estratégias com os profissionais
Aprendizagem precisa ser contínuo e requer rativas entre gestores, profissionais da instituição quando há necessidade
diversidade de estratégias, que atendam aos e famílias, de maneira sensível, res- específica da criança.
interesses, necessidades e aspirações dos peitosa e de comunicação recíproca, • Compartilha o cuidado da criança com
diferentes atores envolvidos. contribui com as crianças, reforça os profissionais, mantendo-os informa-
seu sentimento de pertencimento, sua dos sobre aspectos importantes de seu
Foto: EMEI “Prof.ª Zeli de Toledo Dias” desenvolvimento.
segurança e consequentemente sua
4.2 Os diferentes atores Cada criança é única e se caracteriza
aprendizagem e desenvolvimento. • Participa da elaboração, execução e
(BRASIL, 2018, p. 55)
de uma Comunidade pelo modo de sentir e pensar o mundo de
avaliação do Projeto Político Pedagógico
da instituição; bem como de reuniões,
de Aprendizagem um jeito muito próprio. É por meio das in- A família exerce importante papel na encontros, eventos e documentação em
terações que estabelece, desde bebê, com as que sejam evidenciados o cuidar, edu-
Comunidade de Aprendizagem, uma vez
Na perspectiva do trabalho realiza- car e as brincadeiras em contextos de
pessoas que lhe são próximas e com o meio que é ela quem mais conhece a história da interação e investigação.
64 65
• Envolve-se nos programas institucionais • Relaciona-se com a família de forma res- A articulação e diálogo da equipe ges- práticas cotidianas que asseguram à criança
e com os projetos específicos da turma, peitosa, por meio de um diálogo aberto tora com a criança, a família, os profissio- ações de cuidado e educação.
compartilhando saberes e experiências, e empático para melhor atender às ne-
ampliando aspectos culturais e sociais, cessidades da criança. nais da Instituição de Educação Infantil e
enriquecendo as experiências cotidia- os parceiros da comunidade se pautam em
nas da criança. • Compartilha com a equipe gestora, pro-
fissionais que atuam junto à criança e mecanismos legais e institucionais, conside-
parceiros comunitários, as caracterís- rando a participação de todos nas decisões
4.2.3 O papel do professor ticas e necessidades das crianças e de que têm impacto no coletivo, na elaboração
suas famílias, assim como seus conhe-
No exercício de sua prática pedagó- cimentos e pesquisas de práticas peda- e execução do Projeto Político Pedagógico,
gica, o professor se comunica com todos os gógicas coerentes com as concepções nas avaliações das ações da instituição e na
membros da Comunidade de Aprendiza- e diretrizes que orientam o trabalho na mediação dos conflitos presentes nas rela-
Educação Infantil.
gem, em diferentes situações e com diferen- ções interpessoais.
tes propósitos; sendo assim, desempenha
papel fundamental para o êxito das ações 4.2.4 O papel da equipe A equipe gestora promove ações
em prol da criança. gestora que fortalecem a Comunidade de
Foto: EMEI “José Madureira Lebrão”
Aprendizagem quando:
A gestão democrática da proposta
curricular deve contar na sua elabo- • Encaminha suas ações, considerando as
premissas da Cultura de Paz. Os profissionais da instituição de
ração, acompanhamento e avaliação
Educação Infantil exercem papel
tendo em vista o Projeto Político Peda- • Estabelece relações a partir do acolhi-
gógico da unidade educacional, com a mento e de uma escuta empática, que ativo na Comunidade de Aprendi-
participação coletiva de professoras e reconhece a importância do bem co- zagem quando:
professores, demais profissionais da mum em detrimento de interesses indi-
viduais. • Compreendem “a importância de suas
instituição, famílias, comunidade e ações em favor da criança, zelando e
das crianças, sempre que possível e à • Valoriza o diálogo, a cooperação e o res- contribuindo efetivamente com a quali-
sua maneira. (BRASIL, 2010, p. 86) peito às diferenças, compreendendo a dade do atendimento prestado” (Currí-
diversidade como um aspecto positivo culo Paulista, 2019, p. 55-56).
e necessário.
• Consideram a singularidade da criança.
• Realiza encaminhamentos que contri-
Foto: NEI “Prof.ª Silvia Helena de Sousa” buam para garantia da aprendizagem • Conhecem as especificidades da faixa
e desenvolvimento da criança, assim etária atendida.
como para a melhoria da qualidade da
O professor promove ações que • Constroem vínculos seguros e estáveis.
Educação Infantil.
fortalecem a Comunidade de
• Estabelecem relação empática com as
Aprendizagem quando: famílias, respeitando suas diferentes
4.2.5 O papel dos profissionais constituições e hábitos.
• Age de modo atento e consciente aos
da Instituição de • Envolvem-se nas formações oferecidas
interesses que surgem da criança, cor-
relacionando-os aos objetivos de apren- Educação Infantil pela Instituição de Educação Infantil e
dizagem e desenvolvimento, conferindo pela Secretaria de Educação e Cidada-
sentido pedagógico às suas próprias in- Os profissionais que atuam direta- nia, fortalecendo o compromisso com
Foto: EMEI “Prof.ª Ana Lúcia de Castro Micheleto”
tervenções. mente com a criança e aqueles com os quais as práticas cotidianas coerentes com a
concepção pedagógica.
• Estabelece vínculo seguro e estável com No exercício da gestão democrática ela interage ao longo do cotidiano — respon-
a criança, apoiando suas aprendizagens na Instituição de Educação Infantil, a equi- sáveis pela limpeza, pela alimentação, pela • Mantém relação de parceria com os
e desenvolvimento de maneira saudá- professores e equipe gestora, qualifi-
pe gestora se articula por meio de diferentes segurança, pela secretaria — fazem parte da
vel, atuando de forma complementar à cando o trabalho junto à criança.
família. estratégias e se envolve com todos os atores Comunidade de Aprendizagem. Esses pro-
• Participam da elaboração, execução e
que fazem parte da Comunidade de Apren- fissionais se constituem como educadores
• Compartilha com a criança a gestão do avaliação do Projeto Político Pedagógi-
planejamento e as ações do cotidiano. dizagem, nas ações individuais e coletivas dentro da Instituição de Educação Infan- co.
da Instituição de Educação Infantil. til, uma vez que são corresponsáveis pelas
66 67
4.2.6 O papel dos parceiros como o Conselho de Escola, ampliando A prática intersetorial cria uma voz
sua participação em processos de refle-
comunitários xão, planejamento e de ação na Institui-
mais unificada e poderosa para ga-
rantir que os direitos e necessidades
ção de Educação Infantil.
Os parceiros comunitários são todos das crianças de 0 a 5 anos sejam aten-
aqueles que estão próximos, no entorno da • Maior valorização dos espaços públi- didos, com o envolvimento de parce-
cos de uma comunidade possibilitando rias familiares, sociais e comunitá-
Instituição de Educação Infantil, — forman-
à criança momentos de experiências rias. Essa prática convida aqueles
do o que chamamos de território educati- compartilhadas entre si, com os profis-
que trabalham em diferentes tipos de
vo — sendo potenciais colabores que estão sionais e com as famílias, em diferentes
ambientes intencionalmente organiza- serviços a engajar-se em discussões, a
dentro e fora da escola. refletir e a definir a qualidade de ser-
dos para que a criança explore, interaja
e brinque. viço de acordo com valores, missão,
visão, capacidade, natureza e cultura
• O diálogo com os serviços destinados à
próprias, contribuindo para que cada
infância, promovendo ações interseto-
riais, que ampliam e qualificam as estra- profissional possa aprender sobre
tégias para a identificação, acolhimen- esses aspectos, a fim de trabalhar no
to, atendimento, notificação, cuidados sentido de apoiar as famílias e pro-
e proteção da criança em situação de porcionar uma transição e comuni-
violência, bem como para a orientação cação cotidianas, quando crianças e
às famílias, independente de raça/etnia,
suas famílias utilizam esses diferentes
sexo, diversidade cultural, religiosa e
orientação sexual. serviços. (BRASIL, 2018, p. 58)
Foto: EMEI “Prof.ª Zilda Costa de Oliveira”
• Igualdade de tratamento às pessoas Como fruto desse projeto em nos-
com deficiências, dentre outras pecu-
liaridades, primando pela integração na sa rede, os membros da Comunidade de
Ambientes ricos em natureza, incluin-
Rede de Proteção e Cuidados Infanto-ju- Aprendizagem sabem da importância da
do as escolas com pátios e áreas ver- venis. observação, do cuidado e da intervenção
des, as praças e parques e os espaços
livres e abertos para o brincar, que precoce atuando:
A criança que acessa o serviço de
ajudam na promoção da saúde física
saúde é a mesma que acessa a creche ou a • Em parceria com o CRAS – Centro
e mental para o e no desenvolvimen-
pré-escola. Desse modo, o projeto “O cui- de Referência de Assistência So-
to de habilidades cognitivas, sociais,
motoras e emocionais. [...] Os territó- dado com a Primeira Infância” é uma cial, próximo à Unidade Escolar.
rios educativos são, portanto, cons- prática intersetorial consolidada em nosso
• Preenchendo o formulário SINAN
tituídos por comunidades formadas município, que nasceu da parceria entre a
— Sistema de Informação de Agra-
por atores que estão dentro e fora da Secretaria de Educação e Cidadania (SEC)
vos de Notificação;
escola. (BARROS, 2018, p. 19 e 31) e a Secretaria de Saúde (SS), visando à sen-
sibilização, capacitação e responsabilização • Comunicando os seguintes órgãos:
Fazer arranjos e combinados territo- Unidade Básica de Saúde (UBS),
dos profissionais da área de Educação In-
riais é uma maneira de ampliar o raio de Centro de Referência Especializa-
fantil e Saúde para o reconhecimento das
ação, movimento e aprendizado da criança, do de Assistência Social (CREAS),
vulnerabilidades e dos sinais de alerta e
fortalecendo a constituição e convivência da Conselho Tutelar e Vigilância Epi-
“sintomas” de violência contra a criança na
Comunidade de Aprendizagem. demiológica.
primeira infância e, a partir dessa premissa,
desencadear ações para desenvolvimento
Uma Comunidade de Aprendiza-
integral, cuidados em saúde e proteção so-
gem que envolve seus parceiros
cial da criança.
comunitários garante:

• A participação das famílias, crianças e De acordo com os Parâmetros Nacio-


da comunidade ao entorno, fortalecen- nais de Qualidade da Educação Infantil:
do os órgãos colegiados já existentes,
68 69
5 numerando
PARTE 5
Organização
Curricular
O Currículo da Rede de Ensino Municipal de São José dos
Campos, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular e
com o Currículo Paulista da etapa da Educação Infantil, propõe uma
abordagem curricular organizada por campos de experiências, reve-
lando a progressão das aprendizagens e do desenvolvimento em uma
perspectiva de ampliação e aprofundamento. Essa abordagem apoia
o professor a colocar a criança no centro do planejamento curricular,
indicando quais são as experiências fundamentais que deve viver no
cotidiano da Instituição de Educação Infantil.

70 71
5.1 Uma abordagem Tais campos apoiam o planejamento ações dentro da Instituição de Educação In- volvimento, que são construídas a partir das
de contextos de aprendizagem organizados fantil. A proposta dessa organização deve experiências.
curricular por
em torno de interações, brincadeiras e in- romper com a ideia de um planejamento por
campos de vestigações que favoreçam as possibilidades área de conhecimento, reconhecendo que o
Vejamos um exemplo:

experiências de a criança se expressar, explorar, relacio- saber é construído de forma integrada. Campo de experiências “O eu, o outro e o nós”

e objetivos de nar-se, observar, perguntar, investigar e


Grupos Etários
Objetivos de Aprendizagem e
criar significados sobre o meio social, na-
aprendizagem e 5.3 Objetivos de
Desenvolvimento

tural e cultural, acerca das relações e, nesse Perceber que suas ações têm
desenvolvimento processo, construir sua identidade. aprendizagem e Bebês efeitos nas outras crianças e nos
adultos.
Os campos de experiências devem desenvolvimento Demonstrar atitudes de cuidado
Por meio de suas experiências, a Crianças
ser trabalhados de forma integrada, nos e solidariedade na interação com
criança tem a oportunidade de construir co- Os objetivos de aprendizagem e de- bem pequenas
crianças e adultos.
diferentes contextos de aprendizagem, in- nhecimentos importantes para sua apren- senvolvimento são noções, procedimentos, Demonstrar empatia pelos ou-
tencionalmente planejados, com vistas às dizagem e seu desenvolvimento, sendo valores, atitudes e afetos que precisam ser tros, percebendo que as pessoas
Crianças
experiências e aprendizagens potenciais a têm diferentes sentimentos, ne-
respeitada na especificidade de seu jeito de garantidos na Educação Infantil, fase esta pequenas
cessidades e maneiras de pen-
serem vividas e construídas pela criança. agir, pensar e sentir. Para isso, é imprescin- em que o ritmo de desenvolvimento da sar e agir.
Para cada campo de experiências, é indica- dível que ela possa participar de contextos criança se dá de forma singular, o que justi- Fonte: BRASIL (2017, p. 43).14
do um conjunto de objetivos de aprendiza- de interação com adultos, outras crianças e fica a importância de pensarmos em perío-
gem e desenvolvimento que compreende as Para que o professor planeje contex-
ambientes, de forma a investigar, confron- dos e não em faixas etárias para essa etapa.
noções, procedimentos, valores, atitudes e tos de aprendizagem, considerando a am-
tar e reorganizar ideias que irão suscitar o Desse modo, os objetivos de aprendizagem
afetos a serem aprendidos e desenvolvidos pliação e o aprofundamento dos conheci-
conhecimento. e desenvolvimento encontram-se sequen-
ao longo da Educação Infantil. mentos da criança, é importante que:
cialmente organizados para cada campo de
O foco não está no conteúdo, e sim • Observe primeiramente a criança
experiências, em três grupos etários, respei-
A experiência é individual e marcante, em situações do cotidiano, próximas às prá- no cotidiano;
o centro do processo educativo deve es-
tando as especificidades por período, rela-
ticas sociais que são significativas. A partir
tar no fazer e agir das crianças, a partir de cionados às possibilidades de aprendizagem • Analise como a cultura, a ciência, a
contextos que a instiguem a dar significa- dessas situações, as vivências são transfor-
e aos marcos do desenvolvimento infantil. arte e a tecnologia podem ampliar
dos às próprias experiências. madas em experiências, que se entrelaçam
as vivências e as experiências da
aos saberes da criança e aos conhecimentos Os objetivos de aprendizagem e de-
criança, contribuindo para apren-
sistematizados e geram aprendizagem e de- senvolvimento estão divididos da seguinte
5.2 Campos de senvolvimento. maneira:
dizagens que promovam o seu de-
senvolvimento integral;
experiências Não se trata de uma pedagogia não
• Bebês (zero a 1 ano e 6 meses).
• Organize o planejamento, consi-
A Base Nacional Comum Curricular diretiva, que supõe que o que as crian- • Crianças bem pequenas (1 ano e 7 derando a continuidade das ex-
ças precisam aprender já nasce com meses a 3 anos e 11 meses).
define cinco campos de experiências, sendo periências, por meio de contextos
elas, que é inato a elas. Também não é
eles: • Crianças pequenas (4 anos a 5 anos de aprendizagem que propiciem o
o contrário, uma pedagogia diretiva,
que percebe a criança como vazia, tá- e 11 meses). aprofundamento e a ampliação das
• O eu, o outro e o nós;
bula rasa, cabendo ao adulto “preen- aprendizagens nos diferentes gru-
• Corpo, gestos e movimentos; A progressão da aprendizagem13 da
chê-la” com os saberes já adquiridos pos etários, garantindo que pos-
criança está implícita nessa distribuição de
• Traços, sons, cores e formas; por ele. (FOCHI, 2016, p. 5) sam explorar, rever suas hipóteses
grupos etários, os objetivos estão relacio-
e aprender sobre o mundo, sobre
• Escuta, fala, pensamento e imagi- A escolha do arranjo curricular orga- nados à ampliação e aprofundamento das
as relações e sobre si mesma;
nação; nizado por campos de experiências envolve aprendizagens e das conquistas de desen-
a concepção e posicionamento, ao pensar [14] Quadro elaborado pelas Orientadoras de En-
• Espaços, tempos, quantidades, re- [13] Na seção 5.5 deste Currículo, é possível ob- sino da Educação Infantil da REM com adaptação
lações e transformações. no planejamento e na intencionalidade das servar os quadros de progressão de todos os Obje- das informações apresentadas na BNCC (BRASIL,
tivos de aprendizagem e desenvolvimento. 2017, p. 45).
72 73
• Propicie contextos de experiências (FINCO; BARBOSA; FARIA, 2015, p. as diferentes, com outros pontos de O processo pedagógico no campo de
provocadoras de investigação pela 192, grifo das autoras) vista. Conforme vivem suas primei- experiências “O eu, o outro e o nós” busca
criança; ras experiências sociais (na família, promover vivências de interação com os
na instituição escolar, na coletivida-
• Observe quais os interesses, curio- 5.4 Aprendizagens e de), constroem percepções e questio-
pares e adultos, a partir das quais a criança
sidades, necessidades e desafios contextos namentos sobre si e sobre os outros,
constrói um modo próprio de agir e pensar
para criança, a fim de que possa in- diferenciando-se e, simultaneamente, e vai descobrindo que existem outros mo-
Os contextos de aprendizagens a se- identificando-se como seres indivi- dos de vida e pessoas diferentes. Ao mesmo
tervir de forma desafiadora, inten-
rem propostos intencionalmente pelo pro- duais e sociais. Ao mesmo tempo que tempo em que vive suas primeiras experi-
cional e direta na zona de desen-
fessor precisam articular: participam de relações sociais e de ências sociais, desenvolve autonomia, senso
volvimento proximal (ZDP), com
cuidados pessoais, as crianças cons- de autocuidado e aprende a se relacionar
o propósito de que ela ultrapasse a • A singularidade da criança, que
troem sua autonomia e senso de auto-
zona real de seu desenvolvimento, envolve seus saberes e experiên-
cuidado, de reciprocidade e de inter-
amplie os seus interesses e avance cias, interesses e curiosidades, dependência com o meio. Por sua vez,
em seu aprendizado. suas necessidades e seu ritmo de na Educação Infantil, é preciso criar
desenvolvimento. oportunidades para que as crianças
Tomando como base a teoria vigot- entrem em contato com outros grupos
skyana15 de desenvolvimento, pode- • Os conhecimentos a serem
sociais e culturais, outros modos de
mos pensar que uma atividade desa- construídos, considerando nosso vida, diferentes atitudes, técnicas e ri-
fiadora para as crianças não é aquela patrimônio cultural, social, artísti- tuais de cuidados pessoais e do grupo,
que está circunscrita a uma fase de co, científico e tecnológico. costumes, celebrações e narrativas.
desenvolvimento, faixa etária ou con- Nessas experiências, elas podem am-
dição, ou seja, de sua zona real de de- • As experiências importantes de
pliar o modo de perceber a si mesmas
senvolvimento, mas sim em uma zona serem vividas nesse momento de e ao outro, valorizar sua identidade,
“próxima” de desenvolvimento. São suas vidas. respeitar os outros e reconhecer as
atividades que oferecem às crianças diferenças que nos constituem como
Nos campos de experiências, estas
problemas que não sejam nem tão fá- seres humanos. (BRASIL, 2017, p. 40)
ceis que elas não tenham mais nada a estão explicitadas juntamente às aprendi-
aprender, e nem tão difíceis que não zagens reveladas nos objetivos de apren- A criança, por meio da interação com
tenham condições de resolvê-los por dizagem e desenvolvimento, com as múl- seus pares e adultos, constrói modos de
meio de seus recursos ou com ajuda tiplas linguagens presentes nos direitos de Foto: EMEI “Prof.ª Idelena Menezes Trefílio Carvalho”
pensar, sentir e agir, tem percepções sobre
de um parceiro um pouco mais expe- aprendizagem e desenvolvimento e com as si e sobre o outro, diferencia-se e, ao mesmo
riente. (OLIVEIRA, 2014, p. 53) positivamente com os colegas.
práticas sociais e culturais significativas à tempo, identifica-se como ser individual e
Nesse sentido, podemos dizer que criança16. coletivo, elabora movimentos cooperativos Aprender a conviver, valorizando e
permeados por atitudes de atenção e co- respeitando culturas, costumes, religiões,
[...] não é a idade que determina sabe-
5.4.1 Campo de experiências municação, que repercutem no desenvolvi- modos de comer, de vestir, de falar, dife-
res e conhecimentos a serem aprendi-
dos. É o percurso histórico da experi-
“O eu, o outro e o nós” mento integral, na construção da identidade rentes do seu, implica situações nas quais
ência no mundo e com o mundo, na É na interação com os pares e com pessoal e na sociabilidade que caracteriza o a criança possa conhecer diferentes formas
temporalidade das interações com as adultos que as crianças vão cons- ser humano. É na interação que o conjun- de arranjos familiares, comentar e refletir
coisas e com os outros, que emerge tituindo um modo próprio de agir, to de atitudes e práticas de atenção pessoal sobre as experiências de seus colegas, res-
a compreensão de distintos mundos. sentir e pensar e vão descobrindo que vivenciadas ou observadas pela criança po- peitando-as, valorizando-as e, ao mesmo
existem outros modos de vida, pesso- dem ser imitadas, confrontadas e recriadas
[15] Levando-se em consideração as diferentes tempo, fortalecendo sua autoestima ao inte-
formas de escrita do nome do estudioso russo em novas interações e brincadeiras, propi- ragir no cotidiano com brinquedos, imagens
Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) – Vygot- [16] Na seção 5.6 deste Currículo, é possível ob-
sky, Vigotsky, Vygotski, Vigotskii, Vigotski, entre servar os quadros organizados por grupos etários, ciando o desenvolvimento e aprimoramen- e narrativas que promovam a construção de
outras –, a forma usual, neste documento, será indicando: Objetivos de aprendizagem e desenvolvi- to de habilidades e conhecimentos para cui- uma relação positiva com seus grupos de
Vigotski, com exceção das citações ou referências, mento; Contextos que favorecem as aprendizagens e
as quais serão escritas conforme a grafia do texto Ações intencionais do professor que favorecem essas dar de si e do outro. pertencimento.
de origem. aprendizagens.
74 75
Direitos de aprendizagem e desen- meio das diferentes linguagens, como
volvimento no campo de experiên- a música, a dança, o teatro, as brinca-
cias: “O eu, o outro e o nós” deiras de faz de conta, elas se comuni-
cam e se expressam no entrelaçamen-
CONVIVER com crianças e adultos em pe- to entre corpo, emoção e linguagem.
quenos grupos, reconhecendo e respei- As crianças conhecem e reconhecem
tando as diferentes identidades e perten- as sensações e funções de seu cor-
cimento étnico-racial, de gênero e religião
po e, com seus gestos e movimentos,
de seus parceiros.
identificam suas potencialidades e
BRINCAR com diferentes parceiros, de- seus limites, desenvolvendo, ao mes-
senvolvendo sua imaginação e solidarie- mo tempo, a consciência sobre o que
dade.
é seguro e o que pode ser um risco à
EXPLORAR diferentes formas de interagir sua integridade física. Na Educação
com parceiros diversos em situações va- Infantil, o corpo das crianças ganha
riadas, ampliando sua noção de mundo e centralidade, pois ele é o partícipe
sua sensibilidade em relação aos outros. privilegiado das práticas pedagógi-
Foto: EMEI “Profª Idelena Menezes Trefílio Carvalho”

PARTICIPAR ativamente das situações do cas de cuidado físico, orientadas para


cotidiano, tanto daquelas ligadas ao cui- a emancipação e a liberdade, e não corporais, o professor assegura a expressão espaço. Reconhecer as potencialidades, em
dado de si e do ambiente, como das re- para a submissão. Assim, a institui- da individualidade e o respeito pelos ritmos contextos de brincadeira, como movimen-
lativas às atividades propostas pelo pro- ção escolar precisa promover opor- e desejos de cada criança. tar-se de forma lenta ou rápida, leve ou for-
fessor.
tunidades ricas para que as crianças te, saltando, esquivando-se, assim como re-
EXPRESSAR às outras crianças e/ou adul- possam, sempre animadas pelo espí- O processo pedagógico no campo de
conhecer também os limites e preferências
tos suas necessidades, emoções, senti- rito lúdico e na interação com seus experiências “Corpo, gestos e movimentos”
mentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, do corpo, favorece a aprendizagem sobre
pares, explorar e vivenciar um am- busca promover vivências nas quais a brin-
opiniões e oposições. os limites corporais, alimenta a autoestima,
plo repertório de movimentos, gestos, cadeira, a dança e a dramatização aconte-
CONHECER-SE e construir uma identida- olhares, sons e mímicas com o corpo, desenvolve a consciência corporal e sobre o
çam por meio de práticas sociais e culturais
de pessoal e cultural, valorizando suas para descobrir variados modos de que é seguro ou um risco para si.
características e as das outras crianças e ocupação e uso do espaço com o cor-
significativas que permeiam o cotidiano.
adultos, aprendendo a identificar e com- Aprender a brincar, fazendo uso da lingua-
bater atitudes preconceituosas e discrimi-
po (tais como sentar com apoio, ras- Direitos de aprendizagem e desen-
tejar, engatinhar, escorregar, cami- gem corporal, favorece a criança a conhe-
natórias. volvimento no campo de experi-
nhar apoiando-se em berços, mesas e cer e identificar suas sensações, expressar,
ências: “Corpo, gestos e movimen-
Fonte: BRASIL (2018a, p. 18-19). cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, facilmente ou com diferentes gestos, suas
tos”
correr, dar cambalhotas, alongar-se, emoções e as funções de várias partes do
etc.). (BRASIL, 2017, p. 40-41) CONVIVER com crianças e adultos, experi-
5.4.2 Campo de experiências corpo. Particularmente, o brincar de jogo
mentando marcas da cultura corporal nos
“Corpo, gestos e A criança interage com seu corpo em simbólico cria oportunidades valiosas de re- cuidados pessoais, na dança, na música,
movimentos” todas as situações do cotidiano, expressando presentação do cotidiano da criança e tam- no teatro, nas artes circenses, na escuta
bém do mundo da fantasia em que interage de histórias e nas brincadeiras.
sentido pessoal em cada contexto experien-
Com o corpo (por meio dos sentidos, na leitura de histórias e outras narrativas, BRINCAR utilizando criativamente o re-
ciado. O corpo infantil é parte integrante e
gestos, movimentos impulsivos ou in- inventando situações nas quais dá ao seu pertório da cultura corporal e do movi-
privilegiado das práticas, as quais a criança mento.
tencionais, coordenados ou espontâ-
vivencia nas brincadeiras, no jogo simbó- corpo outras funções, como: representar
neos), as crianças, desde cedo, explo-
um personagem, um animal, por exemplo, EXPLORAR amplo repertório de movi-
ram o mundo, o espaço e os objetos lico, nas danças e nas dramatizações, con- mentos, gestos, olhares, sons e mímicas,
do seu entorno, estabelecem relações, siderando sua constituição social, cultural entre outras possibilidades.
descobrindo modos de ocupação e de uso
expressam-se, brincam e produzem e histórica, a interação e criação com seus do espaço com o corpo.
Brincar de explorar o ambiente com
conhecimentos sobre si, sobre o ou- pares. Desse modo, ao promover práticas o corpo favorece o indivíduo a identificar PARTICIPAR de atividades que envolvam
tro, sobre o universo social e cultu- práticas corporais, desenvolvendo auto-
pedagógicas em que as interações e a brin- seus posicionamentos (frente, atrás, longe,
ral, tornando-se, progressivamente, nomia para cuidar de si.
cadeira envolvam experiências sensoriais e perto, entre outros) em um determinado
conscientes dessa corporeidade. Por
76 77
EXPRESSAR corporalmente emoções e suas singularidades, ao ampliar re- faz da música anda junto com a criação mu- ta a imaginação e o pensamento, aprecia,
representações tanto nas relações coti- pertórios e interpretar suas experiên- sical que ela efetiva. elabora ideias, projetos e pesquisas, apren-
dianas como nas brincadeiras, dramati- cias e vivências artísticas. (BRASIL,
zações, danças, músicas e contação de de a fazer escolhas, forma gostos, desenvol-
2017, p. 41) Ao apresentar de forma sistemática
histórias. ve preferências e muitas competências. É
um repertório musical — obras clássicas,
CONHECER-SE nas diversas oportunida- importante ressaltar que as experiências da
populares, étnicas, cantadas ou instrumen-
des de interações e explorações com seu criança devem estar marcadas por situações
corpo. tais, incluindo canções infantis tradicionais,
significativas, que fazem sentido para que
folclóricas de diferentes países e também
Fonte: BRASIL (2018a, p. 35). ela perceba o espaço com sensibilidade, sem
canções do repertório popular — objetos
elementos estereotipados.
sonoros e/ou instrumentos musicais, a
5.4.3 Campo de experiências Instituição de Educação Infantil favorece O acompanhamento do percurso da
“Traços, sons, cores e a exploração dos parâmetros sonoros pela criança, observando o desenvolvimento de
formas” criança, tais como: duração (sons curtos ou sua gestualidade na produção de um dese-
longos), altura (sons graves ou agudos), in- nho ou de outras marcas infantis, provoca
Conviver com diferentes manifesta- tensidade (sons fracos ou fortes) ou timbre intervenções para que ela articule suas mar-
ções artísticas, culturais e científi-
(que qualifica os sons a partir da fonte que cas visuais com as de seus colegas e com as
cas, locais e universais, no cotidiano
da instituição escolar, possibilita às
os origina), ampliando repertório de refe- do patrimônio histórico e cultural da huma-
crianças, por meio de experiências rências sonoras, modos de escutar e produ- nidade.
diversificadas, vivenciar diversas for- zir músicas, desenvolvendo preferências.
Assegurar oportunidades em que a
mas de expressão e linguagens, como
as artes visuais (pintura, modelagem, É preciso garantir vivências que en- criança vivencie, experimente e investigue
colagem, fotografia, etc.), a música, volvam canções e brincadeiras cantadas situações que envolvam as linguagens mu-
o teatro, a dança e o audiovisual, en- Foto: NEI “Prof.ª Silvia Helena de Sousa” — parlendas, brincos, rimas e outros jogos sical e visual em diversos tempos e espa-
tre outras. Com base nessas experi- musicais —, cantando em diferentes situ- ços, considerando a curiosidade natural da
ências, elas se expressam por várias O contato com as manifestações artís- ações ou promovendo momentos em que criança, impacta diretamente no seu desen-
linguagens, criando suas próprias ticas e culturais presentes no cotidiano des- todos cantem, acompanhados ou não por volvimento e potencializa a expressão pes-
produções artísticas ou culturais, pertam a curiosidade da criança em com- objetos e instrumentos musicais, conside- soal.
exercitando a autoria (coletiva e indi-
preender o mundo a sua volta. As diversas rando contextos em que observem adultos e
vidual) com sons, traços, gestos, dan-
ças, mímicas, encenações, canções,
experiências vivenciadas nas instituições outras crianças em apresentações, improvi- Direitos de aprendizagem no cam-
desenhos, modelagens, manipulação de Educação Infantil, em espaço acolhedor, sações musicais e manifestações da cultura po de experiências: “Traços, sons,
de diversos materiais e de recursos cheio de visualidades e sonoridades, pro- popular. cores e formas”
tecnológicos. Essas experiências con- movem o desenvolvimento da expressivi-
A criança se apropria de procedimen- CONVIVER e fruir as manifestações artís-
tribuem para que, desde muito peque- dade, da criatividade infantil e de sua afeti- ticas e culturais de sua comunidade e de
nas, as crianças desenvolvam senso vidade, abrindo caminhos para a criança se tos das linguagens visuais ao vivenciá-los outras culturas — artes plásticas, música,
estético e crítico, o conhecimento de nas brincadeiras, interações e investigações, dança, teatro, cinema, folguedos e festas
expressar por diferentes linguagens e criar
si mesmas, dos outros e da realidade em contextos de desenho, pintura, escultu- populares.
que as cerca. Portanto, a Educação
suas próprias produções.
ra, modelagem, colagem, imagem, fotogra- BRINCAR com diferentes sons, ritmos,
Infantil precisa promover a partici- formas, cores, texturas, objetos, mate-
Nesse sentido, a criança necessita, ao fia, visitas a museus, locais de produção e
pação das crianças em tempos e espa- riais, construindo cenários e indumen-
escutar uma música, perceber a intensidade divulgação da arte visual no cotidiano.
ços para a produção, manifestação e tárias para brincadeiras de faz de conta,
apreciação artística, de modo a favo- dos sons e o ritmo das melodias ecoando no encenações ou festas tradicionais.
próprio corpo, o que lhe estimulará a pro- Quando a criança tem oportunida-
recer o desenvolvimento da sensibili-
de de expressar-se por meio das múltiplas EXPLORAR variadas possibilidades de
dade, da criatividade e da expressão duzir outros sons e ritmos a seu modo. Falar usos e combinações de materiais, subs-
pessoal das crianças, permitindo que da experiência da criança com a sonoridade linguagens — desenhando frequentemente, tâncias, objetos e recursos tecnológicos
se apropriem e reconfigurem, perma- implica em reconhecer que a escuta que ela por exemplo —, ela pensa, pesquisa, alimen- para criar e recriar danças, artes visuais,
nentemente, a cultura e potencializem encenações teatrais e musicais.
78 79
PARTICIPAR de decisões e ações relativas de formas geométricas, conhecimento rando seu entorno para buscar respostas às organiza contextos em que possa construir
à organização do ambiente (tanto o coti- e reconhecimento de numerais cardi- suas curiosidades e indagações, apoiada pe- sua consciência corporal (respiração, bati-
diano como o preparado para determi- nais e ordinais, etc.) que igualmente
nados eventos), à definição de temas e à los parceiros mais experientes com os quais das do coração, sons do próprio corpo), as
aguçam a curiosidade. Portanto, a
escolha de materiais a serem usados em interage. Sua ação é motivada por aprender transformações e manifestações de seu cor-
atividades lúdicas e artísticas. Educação Infantil precisa promover
experiências nas quais as crianças
o “como”, o “quando” e o “porquê” ela está po (sensações de calor, frio, seco, molhado,
EXPRESSAR emoções, sentimentos, ne- possam fazer observações, manipular inserida em diferentes espaços (casa, esco- dores, fome, excreção), percebendo o espa-
cessidades e ideias, brincando, cantando, la, rua, bairro, cidade), tempos (dia, noite, ço que ocupa e o outro.
objetos, investigar e explorar seu en-
dançando, esculpindo, desenhando e en-
cenando. torno, levantar hipóteses e consultar hoje, ontem, amanhã) e relações (consigo
fontes de informação para buscar res- A noção de ordem cronológica (o que
mesma, com o outro, com a natureza, com
CONHECER-SE no contato criativo com postas às suas curiosidades e indaga- vem antes, depois), física (dia, noite, esta-
manifestações artísticas e culturais locais objetos, materiais e elementos com caracte-
ções. Assim, a instituição escolar está ções do ano) e histórica (quando não existia
e de outras comunidades. rísticas diversas). Desse modo, amplia seu
criando oportunidades para que as luz elétrica ou telefone) é objeto de obser-
crianças ampliem seus conhecimen-
conhecimento de mundo e pode utilizá-lo
Fonte: BRASIL (2018a, p. 53-54). vação e interesse da criança, conforme é
tos do mundo físico e sociocultural e em seu cotidiano numa relação de apropria-
possível constatar enquanto conversa: “Vou
possam utilizá-los em seu cotidiano. ção, respeito com a sustentabilidade e cons-
5.4.4 Campo de experiências (BRASIL, 2017, p. 42-43) tituição da própria identidade.
comer depois do parque”, “É hora de dor-
“Espaços, tempos, mir, tá escuro!”, “Minha irmã é menor que
quantidades, relações e A criança vive experiências no coti- O processo pedagógico no campo de eu, tenho quatro anos”, “Quando meu vô
transformações” diano da Educação Infantil, observando, experiências “Espaços, tempos, quantida- era criança, ele não tinha celular”. A refe-
levantando hipóteses, investigando e explo- des, relações e transformações” busca pro- rência às horas e ao calendário no cotidiano
As crianças vivem inseridas em espa- mover vivências contextualizadas com as da Instituição de Educação Infantil permi-
ços e tempos de diferentes dimensões, práticas sociais e culturais significativas que te experiências em relação ao tempo, assim
em um mundo constituído de fenô- permeiam o cotidiano. como as brincadeiras e músicas em que a
menos naturais e socioculturais. Des-
duração e a intensidade são os parâmetros
de muito pequenas, elas procuram A criança ocupa os diferentes espaços
sonoros mais evidentes.
se situar em diversos espaços (rua, da instituição escolar, aprendendo noções
bairro, cidade, etc.) e tempos (dia e espaciais relativas ao que está estático (lon- Desde que nasce, o bebê vive em uma
noite; hoje, ontem e amanhã, etc.).
ge, perto, em cima, embaixo, dentro, fora) cultura rodeada por números e representa-
Demonstram também curiosidade so-
bre o mundo físico (seu próprio corpo,
e a situações dinâmicas (para frente, para ções de quantidades. A criança aprende a
os fenômenos atmosféricos, os ani- trás, para cima, para baixo, para o lado, observar, medir, contar, quantificar, estabe-
mais, as plantas, as transformações para a direita, para a esquerda). O questio- lecer comparação, explicar suas hipóteses e
da natureza, os diferentes tipos de namento sobre o uso dos desses espaços e realizar o registro para representar a escrita
materiais e as possibilidades de sua de seu entorno e a observação de suas ca- numérica, a partir de situações em que pro-
manipulação, etc.) e o mundo socio- racterísticas são ações que ajudam a criança blemas são apresentados e suas hipóteses
cultural (as relações de parentesco e
a relacionar aspectos do mundo natural e são acolhidas para resolvê-los, de modo que
sociais entre as pessoas que conhece;
como vivem e em que trabalham essas
social, investigando e levantando hipóteses possa relacionar os números que estão pre-
pessoas; quais suas tradições e costu- sobre as causas e consequências das trans- sentes em seu cotidiano (idade, dia do mês,
mes; a diversidade entre elas, etc.). formações ocorridas. número do sapato, casa, telefone) à sua
Além disso, nessas experiências e em quantidade (mais que, menos que, maior
muitas outras, as crianças também Desde bebê, percebe seu próprio cor-
que e menor que); bem como quando pre-
se deparam, frequentemente, com co- po, suas potencialidades, sendo competente
cisa responder quantos objetos tem, onde
nhecimentos matemáticos (contagem, para encontrar novas possibilidades a par-
há mais objetos, qual é o maior/menor, em
ordenação, relações entre quantida- tir das relações que estabelece. A Instituição
des, dimensões, medidas, compara-
qual cabe mais/menos ou é igual.
de Educação Infantil dá sentido às experi-
ção de pesos e de comprimentos, ava-
Foto: EMEI “Prof.ª Rosana Scarpel da Silva”
ências da criança em seu cotidiano, quando A observação da transformação que
liação de distâncias, reconhecimento
80 81
ocorre em elementos da natureza e em fenô- CONHECER-SE e construir sua identidade til, a imersão na cultura escrita deve vas e representativas. A aproximação de
menos sociais aproxima a criança da ideia pessoal e cultural, reconhecendo seus in- partir do que as crianças conhecem e diferentes linguagens traz para o cotidiano
teresses na relação com o mundo físico e das curiosidades que deixam trans-
de causalidade. Mover objetos de diferentes social. contextos de escuta, no sentido de produzir
parecer. As experiências com a lite-
maneiras para verificar o resultado, analisar e acolher mensagens orais, gestuais, corpo-
Fonte: BRASIL (2018a, p. 42). ratura infantil, propostas pelo edu-
causa e efeito de transformações ocorridas e cador, mediador entre os textos e as
rais, musicais, plásticas, além das mensa-
participar de situações que produzem mu- crianças, contribuem para o desen- gens trazidas por textos escritos e de fala,
danças nos componentes permite à crian-
5.4.5 Campo de experiências entendidos como expressão e interpretação
volvimento do gosto pela leitura, do
ça elaborar hipóteses sobre os fenômenos
“escuta, fala, estímulo à imaginação e da amplia- da oralidade, linguagem de sinais, escri-
observados e analisar suas explicações por
pensamento e ção do conhecimento de mundo. Além ta convencional, não convencional, escrita
meio de experimentos.
imaginação” disso, o contato com histórias, contos, braile e também danças, desenhos e outras
fábulas, poemas, cordéis, etc., propi-
Desde o nascimento, as crianças par- manifestações expressivas.
Também é importante que a criança cia a familiaridade com livros, com
ticipam de situações comunicativas diferentes gêneros literários, a dife-
conheça acontecimentos relacionados a sua Cotidianamente, nas Instituições de
cotidianas com as pessoas com as renciação entre ilustrações e escrita,
história e de sua comunidade, ampliando quais interagem. As primeiras formas Educação Infantil, a criança também viven-
a aprendizagem da direção da escrita
sua percepção sobre os grupos sociais aos de interação do bebê são os movimen- cia diversas formas sociais de comunicação,
e as formas corretas de manipulação
quais pertence e a diversidade cultural exis- tos do seu corpo, o olhar, a postura de livros. Nesse convívio com textos como:
tente. corporal, o sorriso, o choro e outros escritos, as crianças vão construindo
recursos vocais, que ganham sentido • As cantigas, as brincadeiras de
hipóteses sobre a escrita que se reve-
com a interpretação do outro. Pro- roda e os jogos cantados.
Direitos de aprendizagem no cam- lam, inicialmente, em rabiscos e gara-
gressivamente, as crianças vão am-
po de experiências: “Espaços, tujas e, à medida que vão conhecendo • Conversas, troca de informações,
pliando e enriquecendo seu vocabu- letras, em escritas espontâneas, não
tempos, quantidades, relações e manifestações de ideias, em que
lário e demais recursos de expressão convencionais, mas já indicativas da
transformações” e de compreensão, apropriando-se da necessite pensar sobre a língua, ex-
compreensão da escrita como sistema
língua materna – que se torna, pou- perimentar sua sonoridade e dife-
CONVIVER com crianças e adultos e com de representação da língua. (BRASIL,
eles investigar o mundo natural e social. co a pouco, seu veículo privilegiado 2017, p. 42) renciar maneiras de falar.
de interação. Na Educação Infantil,
BRINCAR com materiais, objetos e ele- As formas sociais de comunicação
é importante promover experiências A criança age movida por fortes sen-
mentos da natureza e de diferentes cultu- possibilitam à criança o desenvolvimento
nas quais as crianças possam falar e
ras, percebendo a diversidade de formas, timentos que marcam experiências signifi-
ouvir, potencializando sua participa- de diferentes estratégias para se comunicar,
texturas, cheiros, cores, tamanhos, pesos cativas com a linguagem verbal no diálogo
e densidades que apresentam. ção na cultura oral, pois é na escuta como: ouvir, narrar, descrever, expor, rela-
de histórias, na participação em con- com outras linguagens, desde o seu nasci-
tar e argumentar na interação com o outro.
EXPLORAR características do mundo na- mento, expressa-se chorando, sorrindo,
versas, nas descrições, nas narrati-
tural e social, nomeando-as, agrupan-
vas elaboradas individualmente ou imitando, falando, inventando histórias, fa- Tanto a leitura literária quanto a lei-
do-as e ordenando-as, segundo critérios
relativos às noções de espaço, tempo, em grupo e nas implicações com as zendo perguntas e defendendo seus pontos tura não literária de diferentes gêneros am-
quantidade, relações e transformações. múltiplas linguagens que a criança de vista. Escutar, falar, pensar e imaginar pliam a compreensão da criança sobre o uso
se constitui ativamente como sujeito da linguagem escrita e oral como meio de
PARTICIPAR de atividades de investigação são ações que estão presentes nas diferen-
de características de elementos naturais, singular e pertencente a um grupo
tes formas de linguagem, portanto estão nos comunicação. Ao escutar a leitura de bilhe-
objetos, situações e espaços, utilizando social. Desde cedo, a criança manifes-
diferentes campos de experiências. tes, notícias ou de uma história, ela vivencia
ferramentas de exploração — bússola, ta curiosidade com relação à cultura
lanterna e lupa — e instrumentos de re- escrita: ao ouvir e acompanhar a lei- diversas possibilidades, reconhecendo as
gistro e comunicação — máquina fotográ- O processo pedagógico no campo de
tura de textos, ao observar os muitos regularidades entre gêneros variados, cons-
fica, filmadora, gravador, projetor e com- experiências “Escuta, fala, pensamento e
textos que circulam no contexto fa- tituindo o hábito de ler com diversos propó-
putador. imaginação” refere-se ao direito de a crian-
miliar, comunitário e escolar, ela vai sitos, entre outras ações, ainda que ela não
EXPRESSAR observações, hipóteses e ex- construindo sua concepção de língua ça vivenciar, na Instituição da Educação In-
saiba ler convencionalmente. Já ao manu-
plicações sobre objetos, organismos vi- escrita, reconhecendo diferentes usos fantil, diferentes contextos nos quais possa
vos, fenômenos da natureza e caracterís- sear diferentes portadores, a criança obser-
sociais da escrita, dos gêneros, supor- desenvolver e ampliar suas possibilidades
ticas do ambiente. va as características gráficas dos textos, as
tes e portadores. Na Educação Infan- comunicativas, expressivas, interpretati-
ilustrações, elaborando internamente, ora
82 83
desenvolvimento - Progressão

5.5.1 O eu, o outro e o nós

concomitante, ora reformulando depois e Direitos de aprendizagem no cam-


CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
oralmente, elementos constitutivos da lín- po de experiências: “Escuta, fala,
O EU, O OUTRO E O NÓS
gua escrita, ampliando também a experiên- pensamento e imaginação”
cia na realidade estética do texto com suas

ETÁRIOS
GRUPOS
CONVIVER com crianças e adultos em si- BEBÊS CRIANÇAS BEM PEQUENAS CRIANÇAS PEQUENAS
imagens, ilustrações, cores, formas e textu- (zero a 1 ano e 6 meses) (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) (4 anos a 5 anos e 11 meses)
tuações comunicativas cotidianas, consti-
ras. tuindo modos de pensar, imaginar, sentir,
narrar, dialogar e conhecer. (EI01EO01) Perceber que suas (EI02EO01) Demonstrar e valori- (EI03EO01) Demonstrar empatia

O B JE T IV O S D E AP R EN DIZ AG E M E DE SE N V O L V IME N T O • P R O G R E S S Ã O
A presença constante da linguagem ações têm efeitos nas outras zar atitudes de cuidado, coopera- pelos outros, percebendo que as
crianças e nos adultos, ao parti- ção e solidariedade na interação pessoas têm diferentes sentimen-
escrita e sua marcante influência nas so- BRINCAR com parlendas, trava-línguas,
cipar das situações de interação. com crianças e adultos. tos, necessidades e maneiras de
adivinhas, memória, rodas, brincadeiras pensar e agir.
ciedades contemporâneas criam condições (EI01EO02) Perceber as possibili- (EI02EO02) Demonstrar imagem
cantadas, jogos e textos de imagens, es-
para a criança observar e reproduzir práti- critos e outros, ampliando o repertório dades e os limites de seu corpo positiva de si e confiança em sua (EI03EO02) Agir de maneira in-
das manifestações culturais da tradição nas brincadeiras e interações das capacidade para enfrentar dificul- dependente, com confiança em
cas cotidianas de uso da escrita. Escrever o quais participa. dades e desafios, identificando, suas capacidades, reconhecendo
local e de outras culturas, enriquecendo
próprio nome é uma importante aprendiza- cada vez mais, suas possibilida- suas conquistas e limitações.
sua linguagem oral, corporal, musical, (EI01EO03) Interagir com seus
gem para a criança, pois é uma marca de sua des de modo a agir para ampliá-
dramática, escrita, entre outras. pares, crianças de outras faixas (EI03EO03) Ampliar as relações
-las.
identidade, presente nos seus pertences, etárias e com adultos, ao explorar interpessoais, desenvolvendo ati-
PARTICIPAR de rodas de conversa, de re- espaços, materiais, objetos, brin- (EI02EO03) Compartilhar os obje- tudes de participação, coopera-
nas suas produções e em contextos signifi- latos de experiências, de contação e leitu- quedos. tos, os temas, as personagens e ção e solidariedade, em brincadei-
cativos. No cotidiano da Instituição de Edu- ra de histórias e poesias, de construção os espaços com crianças da mes- ras e em momentos de interação.
(EI01EO04) Expressar necessida-
ma faixa etária, de faixas etárias
cação Infantil, a criança tem a oportunida- de narrativas, da elaboração, descrição e des, desejos e emoções, por meio (EI03EO04) Comunicar suas
diferentes e adultos.
representação de papéis no faz de conta, de gestos, balbucios, palavras, ideias, sentimentos, preferências
de de perceber as semelhanças e diferenças

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO


da exploração de materiais impressos e entre outros. (EI02EO04) Comunicar-se com e vontades a pessoas e grupos
entre seu nome e o dos colegas, ampliando de variedades linguísticas, construindo di- os colegas e os adultos, buscan- diversos, em brincadeiras e em
(EI01EO05) Reconhecer seu cor-
versas formas de organizar o pensamen- do compreendê-los e fazendo-se propostas cotidianas, por meio de
suas experiências. po e expressar suas sensações
to. compreender, ampliando suas diferentes linguagens.
em momentos de alimentação,
possibilidades expressivas e co-
Conforme a criança se arrisca a ler e higiene, brincadeira e descanso, (EI03EO05) Demonstrar valoriza-
municativas.
EXPLORAR gestos, expressões, sons da participando de modo ativo e pro- ção das características de seu
a escrever, sendo apoiada na organização língua, rimas, imagens, textos escritos, gressivo nos contextos de apren- (EI02EO05) Perceber que as pes- corpo e respeitar as característi-
de suas ideias sobre a escrita, cria hipóteses além dos sentidos das palavras nas po- dizagens cotidianos. soas têm características físicas cas dos outros (crianças e adul-
esias, parlendas, canções e nos enredos diferentes, valorizando e respei- tos) com os quais convive, apro-
sobre ela e inventa meios de utilizá-la, em (EI01EO06) Interagir com seus
de histórias, apropriando-se desses ele- tando essas diferenças. ximando-se do cuidado e respeito
pares, com crianças de diversas
especial, nas brincadeiras de jogo simbóli- com o outro.
mentos para criar novas falas, enredos, faixas etárias e com adultos, am- (EI02EO06) Respeitar regras bási-
co, quando os enredos criados pela criança histórias e escritas, convencionais ou não. pliando o conhecimento de si e do cas de convívio social nas intera- (EI03EO06) Manifestar interesse
outro no convívio social. ções e brincadeiras, identificando e respeito por diferentes culturas
colocam os personagens em situações, por e compreendendo seu pertenci- e modos de vida, do passado e do
EXPRESSAR sentimentos, ideias, percep-
exemplo: de anotar um recado ou um pedi- ções, desejos, necessidades, pontos de mento nos diversos grupos dos presente, valorizando as marcas
do de comida feito por telefone, uma lista vista, informações, dúvidas e descobertas, quais participa. culturais de seu grupo de origem
utilizando múltiplas linguagens, conside- e de outros grupos.
de compras, escrever um convite para uma (EI02EO07) Resolver conflitos nas
rando o que é comunicado pelos colegas interações e brincadeiras, com a (EI03EO07) Usar estratégias pau-
festa ou anotar a medicação em um receitu- e adultos. orientação do adulto, por meio do tadas no respeito mútuo para lidar
ário (no caso da criança que toma o papel diálogo, utilizando seus recursos com conflitos nas interações com
CONHECER-SE e reconhecer suas prefe- pessoais, respeitando as outras crianças e adultos, conhecendo,
de médico). Além disso, é importante parti- crianças e buscando reciprocida- respeitando e utilizando regras
rências por pessoas, brincadeiras, luga-
cipar de contextos em que observa parceiros res, histórias, autores, gêneros linguís- de. elementares de convívio social.
mais experientes escrevendo com diferentes ticos e seu interesse em produzir com a
linguagem verbal.
finalidades, o que favorece a apropriação da
linguagem escrita, considerando interações Fonte: BRASIL (2018a, p. 72).
plenas de ludicidade e significatividade.
5.5 Objetivos de
aprendizagem e

84 85
5.5.2 Corpo, gestos e movimentos 5.5.3 Traços, sons, cores e formas

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS


CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS
ETÁRIOS

ETÁRIOS
GRUPOS

GRUPOS
BEBÊS CRIANÇAS BEM PEQUENAS CRIANÇAS PEQUENAS BEBÊS CRIANÇAS BEM PEQUENAS CRIANÇAS PEQUENAS
(zero a 1 ano e 6 meses) (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) (4 anos a 5 anos e 11 meses) (zero a 1 ano e 6 meses) (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) (4 anos a 5 anos e 11 meses)

(EI01CG01) Movimentar as partes (EI02CG01) Apropriar-se de ges- (EI03CG01) Criar com o corpo (EI01TS01) Explorar sons produ- (EI02TS01) Criar sons com mate- (EI03TS01) Utilizar sons produ-

O BJ ET I V OS D E A P RE ND IZ AG E M E DE SE N V O L V IME N T O • P R O G R E S S Ã O
do corpo para exprimir corporal- tos e movimentos de sua cultura formas diversificadas de expres- zidos com o próprio corpo e com riais, objetos, instrumentos musi- zidos por materiais, objetos e
mente emoções, necessidades e no cuidado de si e nos jogos e são de sentimentos, sensações e objetos de uso cotidiano, experi- cais e com o próprio corpo, para instrumentos musicais e pelo
desejos, manifestando suas in- brincadeiras. emoções, tanto nas situações do mentando diferentes sons. acompanhar diversos ritmos de próprio corpo, durante brincadei-
tenções comunicativas. cotidiano quanto em brincadeiras, música. ras de faz de conta, encenações,
(EI02CG02) Deslocar seu corpo (EI01TS02) Traçar marcas grá-
dança, teatro, música. criações musicais, festas.
(EI01CG02) Experimentar as pos- no espaço, orientando-se por no- ficas, em diferentes suportes, (EI02TS02) Utilizar materiais
sibilidades corporais, nas brinca- ções, como em frente, atrás, no (EI03CG02) Demonstrar controle usando instrumentos riscantes e variados com possibilidades de (EI03TS02) Expressar-se livre-
IN FA N TIL

deiras e interações, em ambien- alto, embaixo, dentro, fora, entre e adequação do uso de seu corpo tintas. manipulação (argila, massa de mente por meio de desenho,
tes acolhedores e desafiantes. outros, aperfeiçoando seus recur- em brincadeiras e jogos, escuta modelar), explorando cores, tex- pintura, colagem, dobradura e
(EI01TS03) Explorar diferentes
sos de deslocamento e ajustando e reconto de histórias, atividades turas, superfícies, planos, formas escultura, criando produções bidi-
(EI01CG03) Imitar gestos e movi- fontes sonoras e materiais para
suas habilidades motoras, ao se artísticas, entre outras possibili- e volumes, ao criar objetos tridi- mensionais e tridimensionais.
mentos de outras crianças, adul- acompanhar brincadeiras canta-
envolver em brincadeiras e ativi- dades. mensionais.
tos e animais em interações e das, canções, músicas e melo- (EI03TS03) Reconhecer as quali-
dades de diferentes naturezas.
brincadeiras. (EI03CG03) Criar movimentos, dias. (EI02TS03) Utilizar diferentes fon- dades do som (intensidade, dura-
(EI02CG03) Explorar formas de gestos, olhares e mímicas em tes sonoras, disponíveis no am- ção, altura e timbre), utilizando-as
(EI01CG04) Participar do cuidado (EI01TS04) Conhecer diferentes
E DU C AÇ ÃO

deslocamento no espaço (pular, brincadeiras, jogos e atividades biente, em brincadeiras cantadas, em suas produções sonoras e ao
do seu corpo e da promoção do manifestações artísticas de sua
saltar, dançar), combinando mo- artísticas, como dança, teatro canções, músicas e melodias, ouvir músicas e sons.
seu bem-estar nas atividades co- comunidade e de outras culturas.
vimentos e seguindo orientações. e música, (re)inventando jogos apreciando, descobrindo sons e
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO


tidianas. (EI03TS04) Analisar apresenta-
simbólicos e reproduzindo papéis possibilidades sonoras, exploran-
(EI02CG04) Demonstrar progres- ções de teatro, música, dança,
(EI01CG05) Utilizar os movimen- sociais. do e identificando elementos da
siva independência no cuidado do circo, cinema e outras manifes-
tos de preensão, encaixe e lança- música para se expressar, intera-
seu corpo, encontrando soluções (EI03CG04) Adotar hábitos de au- tações artísticas de sua comuni-
mento, ampliando suas possibili- gir com os outros e ampliar o seu
para resolver suas necessidades tocuidado relacionados à higiene, dade e de outras culturas, expres-
dades de manuseio de diferentes conhecimento de mundo.
pessoais e pedindo ajuda, quando alimentação, conforto e aparên- sando sua opinião verbalmente
materiais e objetos.
necessário. cia, atuando de forma progressiva (EI02TS04) Demonstrar interesse, ou de outra forma.
DA

(EI01CG06) Conhecer diversas e autônoma nos cuidados essen- respeito e valorização pelas dife-
(EI02CG05) Desenvolver progres-
brincadeiras da cultura infantil. ciais, de acordo com suas neces- rentes manifestações artísticas
sivamente as habilidades ma-
sidades. de sua comunidade e de outras
CURRÍCU L O

nuais, adquirindo controle para


culturas.
desenhar, pintar, rasgar, folhear, (EI03CG05) Coordenar suas ha-
entre outros, explorando mate- bilidades manuais no atendimen- (EI02TS05) Produzir marcas grá-
riais, objetos e brinquedos diver- to adequado a seus interesses e ficas, utilizando diferentes mate-
sos. necessidades em situações diver- riais, suportes e procedimentos,
sas. explorando cores, texturas, super-
(EI02CG06) Participar da cons-
fícies, planos, formas e volumes.
trução de diferentes brinquedos (EI03CG06) Criar diversas brin-
tradicionais, com o auxílio de um cadeiras a partir de brinquedos
adulto. construídos.

86 87
5.5.4 Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações 5.5.5 Escuta, fala, pensamento e imaginação

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS


ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
ETÁRIOS

ETÁRIOS
GRUPOS

GRUPOS
BEBÊS CRIANÇAS BEM PEQUENAS CRIANÇAS PEQUENAS BEBÊS CRIANÇAS BEM PEQUENAS CRIANÇAS PEQUENAS
(zero a 1 ano e 6 meses) (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) (4 anos a 5 anos e 11 meses) (zero a 1 ano e 6 meses) (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) (4 anos a 5 anos e 11 meses)

(EI01ET01) Explorar e descobrir as (EI02ET01) Explorar e descrever (EI03ET01) Estabelecer relações de (EI01EF01) Reconhecer quando (EI02EF01) Dialogar com crianças e (EI03EF01) Expressar ideias, de-

O BJ ET I V OS D E A P RE ND IZ AG E M E DE SE N V O L V IME N T O • P R O G R E S S Ã O
propriedades de objetos e mate- semelhanças e diferenças entre as comparação entre objetos, observando é chamado por seu nome e re- adultos, expressando seus desejos, ne- sejos e sentimentos sobre suas
riais (odor, cor, sabor, temperatura) características e propriedades dos suas propriedades e registrando dados conhecer os nomes de pessoas cessidades, sentimentos, preferências, vivências, por meio da linguagem
por meio da brincadeira. objetos (textura, massa, tamanho), relativos a tamanhos, pesos, volumes e com quem convive nas atividades saberes, vivências, dúvidas e opiniões, oral e escrita (escrita espontânea),
(EI01ET02) Explorar relações de expressando sensações e desco- temperaturas. cotidianas. ampliando gradativamente suas possi- de fotos, desenhos e outras formas
causa e efeito (transbordar, tingir, bertas ao longo do processo de (EI03ET02) Observar e descrever bilidades de comunicação e expressão. de expressão, ampliando gradati-
(EI01EF02) Demonstrar interesse
misturar, mover e remover, entre observação. mudanças em diferentes materiais, vamente suas possibilidades de
ao ouvir a leitura de poemas e a (EI02EF02) Identificar e criar diferentes
IN FA N TIL

outras) na interação com o mundo (EI02ET02) Observar, relatar e des- resultantes de ações sobre eles, em comunicação e expressão.
físico. apresentação de músicas. sons e reconhecer rimas e aliterações
crever incidentes do cotidiano e fe- experimentos envolvendo fenômenos em cantigas de roda e textos poéticos. (EI03EF02) Inventar brincadei-
(EI01ET03) Explorar o ambiente nômenos naturais (luz solar, vento, naturais e artificiais. (EI01EF03) Demonstrar interesse
ras cantadas, poemas e canções,
pela ação e observação, manipu- chuva, entre outros), levantando hi- ao ouvir histórias lidas ou conta- (EI02EF03) Demonstrar interesse e
(EI03ET03) Identificar e selecionar fon- criando rimas, aliterações e ritmos.
lando, experimentando e fazendo póteses sobre tais acontecimentos das, observando ilustrações e os atenção ao ouvir a leitura de histórias
descobertas durante as situações tes de informações, para responder a
e fenômenos. movimentos de leitura do adulto- e outros textos, diferenciando escrita (EI03EF03) Escolher e folhear li-
de interações e brincadeiras. questões sobre a natureza, seus fenô-
-leitor (modo de segurar o porta- de ilustrações, e acompanhando, com vros, procurando orientar-se por te-
(EI02ET03) Compartilhar, com ou- menos, sua conservação, utilizando,
(EI01ET04) Manipular, experimen- dor e de virar as páginas). orientação do adulto-leitor, a direção mas e ilustrações e tentando identi-
tras crianças, situações de cuidado com ou sem ajuda dos professores,
E DU C AÇ ÃO

tar, arrumar e explorar o espaço, da leitura (de cima para baixo, da es- ficar palavras conhecidas por meio
de plantas e animais, participando diferentes instrumentos para coleta. (EI01EF04) Reconhecer elemen-
mediante experiências de desloca- querda para a direita). de indícios fornecidos pelos textos.
de pesquisas e experiências, nos (EI03ET04) Registrar observações, ma- tos das ilustrações de histórias,
mentos de si e dos objetos durante
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO


as atividades cotidianas. espaços da instituição e fora dela. nipulações e medidas, usando múlti- apontando-os, a pedido do adul- (EI02EF04) Formular e responder per- (EI03EF04) Recontar histórias ou-
(EI02ET04) Identificar e explorar plas linguagens (desenho, registro por to-leitor, na interação com os re- guntas sobre fatos da história narrada, vidas e planejar coletivamente ro-
(EI01ET05) Manipular materiais relações espaciais (dentro e fora, números ou escrita espontânea), em cursos disponíveis. identificando cenários, personagens e teiros de vídeos e de encenações,
diversos e variados para comparar principais acontecimentos, tais como: definindo e descrevendo os contex-
as diferenças e semelhanças entre em cima, embaixo, acima, abaixo, diferentes suportes. (EI01EF05) Imitar as variações
entre e do lado) e temporais (antes, “quem?”, “o quê?”, “quando”, “como?”, tos, os personagens, a estrutura da
eles durante as interações e a brin- (EI03ET05) Classificar objetos e figu- de entonação e gestos realizados
cadeira. durante e depois), ampliando seu “onde?”, “o que acontece depois?” e história, observando a sequência
ras, de acordo com suas semelhanças pelos adultos, ao ler histórias e ao
vocabulário. “por quê?”. da narrativa.
e diferenças, identificando suas for- cantar.
DA

(EI01ET06) Vivenciar diferentes rit-


mos, velocidades e fluxos nas inte- (EI02ET05) Classificar objetos, mas e características, em situações de (EI02EF05) Relatar experiências e fa- (EI03EF05) Recontar histórias ou-
considerando determinado atributo brincadeira, observação e exploração. (EI01EF06) Comunicar-se com
rações e brincadeiras (em danças, tos acontecidos, histórias ouvidas, fil- vidas para produção de reconto
(tamanho, peso, cor, forma, entre outras pessoas, usando movi-
CURRÍCU L O

balanços, escorregadores, entre (EI03ET06) Relatar fatos importantes mes ou peças teatrais assistidos, entre escrito, tendo o professor como
outros). outros), expressando-se por meio mentos, gestos, balbucios, fala e
sobre seu nascimento e desenvolvi- outros. escriba.
de vocabulário adequado. outras formas de expressão.
(EI01ET07) Explorar recursos tec- mento, a história dos seus familiares (EI02EF06) Criar e contar histórias (EI03EF06) Produzir suas próprias
nológicos e midiáticos, manifestan- (EI02ET06) Identificar relações e da sua comunidade, observando a (EI01EF07) Conhecer e manipular
oralmente, com base em imagens ou histórias orais e escritas (escrita
do interesse e curiosidade temporais e utilizar conceitos bá- cronologia, o local e quem participou materiais impressos e audiovisu-
temas sugeridos, utilizando de termos espontânea), em situações com
sicos de tempo (agora, antes, du- desses acontecimentos. ais em diferentes portadores (li-
próprios dos textos literários. função social significativa.
rante, depois, ontem, hoje, amanhã, (EI03ET07) Relacionar números às vro, revista, gibi, jornal, cartaz, CD,
lento, rápido, depressa, devagar), suas respectivas quantidades e iden- tablet, entre outros). (EI02EF07) Manusear diferentes porta- (EI03EF07) Levantar hipóteses so-
ampliando o vocabulário adequado tificar o antes, o depois e o entre em dores textuais (livro, revista, gibi, jornal, bre gêneros textuais veiculados em
(EI01EF08) Participar de situa-
ao conceito em uso. uma sequência, utilizando a linguagem cartaz, CD, tablet, entre outros), inclusi- portadores conhecidos, recorrendo
ções de escuta de textos em dife-
(EI02ET07) Contar oralmente ob- matemática para construir relações, ve em suas brincadeiras, demonstran- a estratégias de observação gráfica
rentes gêneros textuais (poemas,
jetos, pessoas, livros, entre outros, realizar descobertas e enriquecer a co- do reconhecer seus usos sociais. e/ou de leitura.
fábulas, contos, receitas, quadri-
em contextos diversos. municação em situações de brincadei- nhos, anúncios, entre outros). (EI02EF08) Manipular textos e par- (EI03EF08) Selecionar livros e tex-
(EI02ET08) Registrar, com nú- ras e interações. ticipar de situações de escuta para tos de gêneros conhecidos para a
(EI01EF09) Conhecer e manipular
meros, a quantidade de crianças (EI03ET08) Expressar medidas (peso, ampliar seu contato com diferentes leitura de um adulto e/ou para sua
diferentes instrumentos e supor-
(meninas e meninos, presentes e altura, entre outras), construindo gráfi- gêneros textuais (parlendas, histórias própria leitura (partindo de seu re-
tes de escrita.
ausentes) e a quantidade de obje- cos e tabelas básicos, utilizando unida- de aventura, tirinhas, cartazes de sala, pertório sobre esses textos, como
tos da mesma natureza (bonecas, des de medidas convencionais ou não cardápios, notícias, entre outros), am- a recuperação pela memória, pela
bolas, livros, entre outros). convencionais. pliando suas experiências com a língua leitura das ilustrações, etc.).
(EI02ET09) Fazer uso de alguns (EI03ET09) Valorizar e conhecer o uso escrita.
(EI03EF09) Levantar hipóteses
recursos tecnológicos e midiáti- de alguns recursos tecnológicos e mi- (EI02EF09) Manusear diferentes ins- em relação à linguagem escrita,
cos como ferramentas que apoiam diáticos, selecionando-os, de forma trumentos e suportes de escrita para realizando registros de palavras e
suas investigações. intencional, como ferramentas que desenhar, traçar letras e outros sinais textos, por meio de escrita espon-
apoiem suas investigações, represen- gráficos, escrevendo, mesmo que de tânea.
tações e/ou narrativas. forma não convencional.

88 89
GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES) GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: O EU, O OUTRO E O NÓS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS

Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que
desenvolvimento aprendizagens dos bebês favorecem essas aprendizagens desenvolvimento aprendizagens dos bebês favorecem essas aprendizagens

(EI01EO01) Perceber que • Convivência, em contextos de grandes • Comunicar-se afetivamente com os (EI01CG01) Movimentar • Brincadeiras com sua imagem proje- • Oportunizar situações em que os be-
suas ações têm efeitos nas e pequenos grupos, nos quais possam bebês, nos momentos de cuidados in- as partes do corpo para tada, observação e criação de seus bês possam expressar sentimentos,
outras crianças e nos adul- compartilhar brinquedos, materiais e dividuais, como nas trocas de fraldas, próprios gestos e imitação dos ges- desejos e saberes, por meio de dife-
nos banhos, alimentação, entre outros, exprimir corporalmente
tos, ao participar das situa- outros objetos. tos dos colegas e dos adultos. rentes linguagens, escutando, aco-
oferecendo um ambiente planejado, emoções, necessidades e
ções de interação. • Participação cotidiana de contextos desejos, manifestando suas lhendo e interpretando as diversas

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
seguro, aconchegante e diversificado. • Participação, a seu modo, de contex- manifestações.
nos quais possam experimentar sa- intenções comunicativas.
(EI01EO02) Perceber as pos- bores, cheiros e fazer escolhas de ali- • Oportunizar situações em que os tos em que se relacionem com espe-
bebês possam expressar seus senti- lho, sombra, filmagens, entre outras • Oportunizar desafios aos bebês, em
IN FA N TIL

sibilidades e os limites de mentos para comer. (EI01CG02) Experimentar


mentos, desejos e saberes, por meio possibilidades. situações instigantes e potentes,
seu corpo nas brincadeiras • Investigação do ambiente, relacionan- as possibilidades corporais nas quais os estimule a brincar, in-
e interações das quais parti- de diferentes linguagens, praticando
do-se e percebendo a diversidade de escuta atenta para acolher suas mani- nas brincadeiras e intera- • Participação de situações de ali- vestigar, interagir e expressar-se por
cipa. sons, cheiros, cores e texturas, em festações. ções em ambientes acolhe- mentação, cuidados pessoais, entre meio do seu corpo.
ações individuais e coletivas. dores e desafiantes. outras ações, de forma acolhedora,
(EI01EO03) Interagir com • Atuar como aquele que dá segurança segura e significativa, nas quais pos- • Selecionar materiais e organizá-los
• Brincadeiras, diante do espelho, ob- aos bebês, de modo a apoiar o desen-
seus pares, crianças de ou- servando, criando seus próprios ges- (EI01CG03) Imitar gestos sam assumir pequenas responsabili- nos espaços, de forma que os bebês
tras faixas etárias e com volvimento de sua identidade pessoal, dades e sejam respeitados em seus tenham autonomia para explorar e
tos e copiando gestos dos colegas. autoestima, autonomia, confiança em e movimentos de outras
adultos, ao explorar espaços, gostos e preferências. possam decidir com o que e como
E DU C AÇ ÃO

• Participação de momentos de alimen- suas potencialidades e sentimento de crianças, adultos e animais brincar.
materiais, objetos, brinque- pertença ao seu grupo de convívio. em interações e brincadei-
tação, descanso, banho, entre outras • Expressão de seus gostos, prefe-
dos. ras. rências, desejos e necessidades por • Comunicar-se e agir afetivamente no
ações, de forma aconchegante, segu- • Organizar o ambiente e o cotidiano, ob-
ra e significativa, individualmente ou servando oportunidades desafiadoras, meio do corpo, gestos e movimentos contato com os bebês, em momen-
(EI01EO04) Expressar neces- interagindo e partilhando descobertas (EI01CG04) Participar do e serem acolhidos em sua comuni- tos de atenção e cuidados pessoais,
instigantes e potentes, para acolher os
sidades, desejos e emoções, com seus pares. bebês, dispondo os materiais de modo cuidado do seu corpo e da cação. acolhendo e atribuindo significado
por meio de gestos, balbu- que permitam a interação e os experi- promoção do seu bem-estar as suas necessidades e desejos.
cios, palavras, entre outros. • Exploração de ambientes organizados • Convivência, em contextos de ali-
e interação com os pares, adultos, mentem de diferentes formas. nas atividades cotidianas.
mentação, nos quais interagem com • Ampliar o repertório de danças e
brinquedos e materiais. • Favorecer um ambiente seguro, que seus colegas e adultos e têm a opor- brincadeiras culturais, organizando
(EI01EO05) Reconhecer seu (EI01CG05) Utilizar os movi-
DA

apoie a construção de vínculos, intera- tunidade de experimentar novos ali- materiais e espaços para que os be-

ET Á R IOS
corpo e expressar suas sen- • Participação de contextos nos quais
tenham a oportunidade de ampliar e ções, movimentos e comunicação. mentos de preensão, encai- mentos, sabores e odores. bês vivenciem explorações corporais
sações em momentos de ali- xe e lançamento, ampliando
desenvolver movimentos corporais • Dispor materiais e planejar contextos diversas.
mentação, higiene, brincadei-
CURRÍCU L O

com autonomia, de modo que con- suas possibilidades de ma- • Brincadeiras, em diferentes momen-
ra e descanso, participando em que os bebês sejam convidados a nuseio de diferentes mate-
quistem, gradativamente, novas pos- compartilhar e interagir. tos do cotidiano e em contextos, de • Selecionar músicas e materiais que
de modo ativo e progressivo sibilidades corporais. riais e objetos. procurar e achar objetos escondidos, possam sugerir aos bebês a criação
nos contextos de aprendiza- • Atentar-se para que os espaços, ma- de esconder-se e ser encontrado. e/ou imitação de movimentos com
gens cotidianos. • Exploração de brinquedos e materiais, teriais, objetos, brinquedos, propostas determinadas caraterísticas, consi-
estruturados ou não, em contextos de (EI01CG06) Conhecer diver-
e formas de comunicação, atendam e sas brincadeiras da cultura • Exploração de materiais com textu- derando as variações dos movimen-

GRU POS
(EI01EO06) Interagir com brincadeiras individuais e/ou coleti- respeitem as especificidades do grupo. ras e temperaturas diversas (elemen- tos corporais aos quais a brincadeira
vas. infantil. tos da natureza, massas variadas, te- convida.
seus pares, com crianças de • Revelar-se, afetivamente, quando os
diversas faixas etárias e com • Convivência cotidiana com seus pares cidos, entre outros) que possibilitem
bebês demandam ajuda (pelo choro, diferentes sensações. • Oportunizar que os bebês vivenciem
adultos, ampliando o conhe- ou crianças de outra faixa etária, ten- pedindo colo, ficando em silêncio),
do a oportunidade de construir novas e explorem sensações corporais, a
cimento de si e do outro no apoiando-os a construírem entendi- • Investigação de diferentes formas partir do toque, cafuné, massagem
convívio social. possibilidades de ser e estar com o mentos sobre as emoções.
outro. de deslocar-se e explorar superfí- e outros movimentos, por meio da
• Praticar escuta atenta e apoiar as ma- cies de diversas texturas, como: em interação consigo mesmo e com o
• Investigação de diferentes possibilida- nifestações dos bebês acerca de vivên- contextos organizados com colchão, outro.
des de expressão, tais como: danças, cias e brincadeiras. tecido, tapete sensorial, grama, lixa,
mímicas, fantoches, entre outras. plástico bolha, bolinhas de gel, entre • Planejar o ambiente e acompanhar
• Apoiar os bebês na identificação de outras. os bebês atentamente, dando tempo
• Participação, a seu modo, de contex- elementos que provoquem estranheza
tos de escuta de histórias lidas ou e transmitindo segurança para que
ou medo, ajudando-os a encontrar for- • Participação, a seu modo, de brinca- eles experimentem, ousem, voltem
contadas pelo professor e de canções mas de superá-los.
diversas. deiras cantadas e outras tradicionais aos movimentos já conhecidos, ex-
• Auxiliar os bebês a reconhecerem e de sua cultura que fazem parte do perimentem outros e criem possibi-
• Interação com brinquedos, imagens, expressarem sensações, como sede, repertório infantil. lidades diversas com objetos, atuan-
narrativas em contextos de pequeno e fome, dor, frio. do com confiança.
grande grupo. • Exploração de gestos, balbucios,
• Dispor brinquedos, imagens, narrativas expressões, movimentos corporais,
• Participação da organização de espa- que apoiem os bebês na construção de sons e ritmos em contextos de brin-
ços e de brincadeiras diversas. relações positivas com o grupo. cadeiras cantadas.

90 91
GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES) GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS

Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que
desenvolvimento aprendizagens dos bebês favorecem essas aprendizagens desenvolvimento aprendizagens dos bebês favorecem essas aprendizagens

• Exploração de diferentes possibili- • Oportunizar aos bebês a vivência de (EI01TS01) Explorar sons produ- • Participação de contextos de brinca- • Organizar contextos nos espaços in-
dades e gestos (lançar, pegar, empi- percursos motores, para que explo- zidos com o próprio corpo e com deiras musicais (cantigas, acalantos, ternos e externos, com jogos de imi-
lhar, montar, amassar, encaixar), com rem movimentos de engatinhar, pas- objetos de uso cotidiano, experi- brincos, músicas instrumentais de di- tação, histórias e canções do reper-
materiais de diversas formas, pesos, sar por baixo, por cima, entre outros, mentando diferentes sons. ferentes culturas e histórias sonoriza- tório infantil e de diferentes culturas.
texturas e tamanhos (caixas, objetos utilizando materiais, como: túneis de das).
• Observar as diferentes formas de

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
sonoros, materiais gráficos, tecidos, tecido, pneus em diferentes posições, (EI01TS02) Traçar marcas grá- • Investigação de possibilidades de ex- expressões sonoras que os bebês
elementos da natureza, entre outros). caixas grandes, mesas colocadas em ficas, em diferentes suportes, pressões sonoras produzidas pelo pró- produzem com a própria voz e seu
posições estratégicas, almofadas, col- usando instrumentos riscantes e prio corpo. corpo, ampliando suas vivências ex-
IN FA N TIL

• Exploração, imitação ou recriação chonetes, bancos de madeira, entre


de gestos e vocalizações de adultos, tintas. • Interação com adultos e outras crian- pressivas.
outros. ças, criando e imitando gestos corpo-
crianças ou animais. (EI01TS03) Explorar diferentes • Oportunizar contextos que apoiem as
• Oportunizar a imersão dos bebês na rais.
• Participação de contextos de brinca- fontes sonoras e materiais para investigações que os bebês realizam,
cultura da infância, por meio de brin-
deiras, nos quais possam fazer uso, cadeiras cantadas, brincos, rimas, po- acompanhar brincadeiras canta- • Brincadeiras com exploração das pos- a partir de suas curiosidades e inte-
a seu modo, de adereços, fantasias e sibilidades de diversas fontes sonoras: resses.
emas musicados e outros acervos que das, canções, músicas e melo- sons produzidos no ambiente (porta se
posturas corporais. fazem parte da cultura popular. dias. • Observar, atentamente, as explora-
fechando, passos de pessoas chegan-
• Exploração do espaço do entorno e (EI01TS04) Conhecer diferentes do), na natureza (chuva, vento, trovão, ções que os bebês fazem com os
• Organizar espaços e materiais, tais materiais e objetos, identificando a in-
E DU C AÇ ÃO

das diversas possibilidades de seu como: caixas, objetos sonoros, mate- manifestações artísticas de sua sons onomatopeicos, entre outros);
corpo, tais como: engatinhar, arrastar, materiais não estruturados (latas, cai- vestigação sonora que realizam com
riais gráficos e plásticos, tecidos, ele- comunidade e de outras culturas. eles e promovendo a sua ampliação.
andar, correr, saltar, rolar, entre outras. mentos da natureza, entre outros, in- xas, garrafas plásticas) e instrumentos
centivando que os bebês explorem as musicais (sinos, tambor, pandeiro, flau- • Oferecer diferentes possibilidades de
diversas possibilidades de manipula- ta, coquinhos, chocalhos, entre outros). exploração ou de produção de sons
ção que a interação com eles permite. • Exploração das qualidades sonoras relacionados ao ambiente, à nature-
(timbre, intensidade, duração e altura), za, aos instrumentos musicais, ma-
• Organizar materiais em caixas ou ces- na interação com objetos sonoros e teriais não estruturados, favorecendo
tos que possibilitem aos bebês fazer instrumentos musicais. a continuidade de suas experiências.
escolhas intencionais e, nessa inte-
ração com os objetos, discriminá-los • Exploração de materiais variados, tais • Instigar a curiosidade dos bebês na
DA

como: tintas, terra, areia, pigmentos

ET Á R IOS
nos momentos de brincadeira e na produção de sons, enriquecendo e
hora de guardá-los. naturais, riscantes, entre outros. ampliando suas ações e interações
• Participação, a seu modo, de contex- nos momentos de brincadeiras can-
CURRÍCU L O

• Garantir higiene e segurança dos ob- tos em que possam experimentar sen- tadas.
jetos, atuando com presença atenta, sações diversas com diferentes tipos
de modo a promover formas seguras de misturas (farinha de trigo, gelatina • Organizar contextos nos quais os
de os bebês se relacionarem com os em pó, amido de milho, entre outros) e bebês possam interagir com as ma-
materiais. diversas texturas comestíveis (líquida nifestações culturais e artísticas, am-
ou sólida - macarrão cozido, sagu, gelo pliando seus gostos e preferências,

GRU POS
• Organizar a presença de objetos e contando com a participação ativa da
cenários marcados pela cultura nas colorido).
comunidade de aprendizagem.
brincadeiras de faz de conta e/ou uti- • Exploração de tintas e materiais na-
lizados por adultos em seu cotidiano turais de diferentes texturas, pesos, • Planejar contextos em que os bebês
(vestimentas, bolsas, acessórios, te- tamanhos, formas (folhas, sementes, explorem riscantes e tintas em supor-
lefones, panelas, potes, embalagens). flores, terra, entre outros) e instrumen- tes variados, de tamanhos e texturas
tos riscantes (gizão, trincha, brocha, diversas em superfícies, como: pare-
• Propiciar a interação entre a mesma e vassourinha, etc.). de, chão, mesa, grades, entre outros,
as diferentes faixas etárias, apoiando apoiando sua investigação, favore-
os bebês a imitarem gestos e movi- • Participação de situações de livre es-
colha de brincadeiras ou diversão com cendo a percepção de suas sensa-
mentos das crianças maiores na ex- ções, a partir das vivências corporais.
ploração dos espaços, vivenciando canções relacionadas a narrativas, fes-
novos desafios. tas e outros acontecimentos típicos de • Oportunizar a exploração de diferen-
sua cultura. tes tipos de misturas (farinha de trigo,
• Expressão por meio da dança, do mo- gelatina em pó, amido de milho, entre
vimento corporal, da manipulação de outros), diversas texturas comestí-
objetos sonoros, entre outras formas veis (sólidas ou líquidas, como ma-
de expressão, por meio das múltiplas carrão cozido, sagu, gelo colorido),
linguagens. apoiando a investigação de diversas
• Convivência, no cotidiano, com dife- sensações táteis.
rentes manifestações artísticas e cul- • Encorajar os bebês a se expressarem
turais, envolvendo as múltiplas lingua- nas propostas que envolvam as múl-
gens. tiplas linguagens.
92 93
GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES) GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que favorecem essas Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que favorecem essas
desenvolvimento aprendizagens dos bebês aprendizagens desenvolvimento aprendizagens dos bebês aprendizagens

(EI01ET01) Explorar e desco- • Brincadeiras com materiais • Oportunizar contextos em que os bebês possam brincar • Exploração, livremente, de • Organizar os materiais, atentando-se à variedade e
brir as propriedades de ob- diversos, tais como: água, com materiais de possibilidades transformadoras, tais materiais e investigação de quantidade suficiente, considerando sua intencionalida-
jetos e materiais (odor, cor, areia, melecas, madeira, te- como: água, areia, terra, pastas, massas e objetos pos- suas características e pos- de e as especificidades da faixa etária, cuidando, inclu-
sabor, temperatura) por meio cidos com diferentes cores síveis de serem amassados, transportados, entre outras sibilidades de manuseio, por sive, da segurança dos bebês, já que muitos materiais
e transparências, texturas, características. exemplo: de esvaziar, encher, poderão ser levados à boca.
da brincadeira. transbordar, mover e remover,

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
condimentos, frutos e outras • Observar atentamente como se dá a relação de explora- • Acolher e apoiar as hipóteses e investigações dos be-
(EI01ET02) Explorar relações materialidades. ção e investigação dos bebês com diferentes materiais, misturar, transferir, produzir bês, chamando a atenção deles por meio de gestos,
de causa e efeito (transbor- • Exploração e investigação ajudando-os a atribuírem significado a essas sensações. sons, rolar, entre outras ações oralidade, toque e participação, nomeando as suas sen-
IN FA N TIL

que estabeleçam relações de sações e, a partir dessa interação, perceber quais ma-
dar, tingir, misturar, mover e das diferentes propriedades • Organizar cuidadosamente os espaços, para que pro- causa e efeito.
remover, entre outras) na in- e sensações (temperatura, movam a exploração livre e ampliação da percepção teriais serão mantidos e/ou ampliados para garantia da
teração com o mundo físico. odores, sabores, texturas, co- espacial dos bebês, ao deslocarem-se enfrentando, por • Brincadeiras com movimen- continuidade da experiência.
res) e transformações produ- exemplo, desafios de subir, descer, pular, passar por tos a seu modo, conforme as • Disponibilizar materiais não estruturados: caixas, potes,
(EI01ET03) Explorar o am- zidas por materiais diversos. cima, por baixo, rodear, equilibrar-se, explorar caminhos variações e características da tecidos de diferentes texturas, blocos de madeira, ob-
biente pela ação e observa- • Exploração das possibilida- para chegar a algum lugar, procurar objetos e pessoas melodia das canções, lenta ou jetos empilháveis, incentivando investigações sobre as
rápida, como em acalantos
ção, manipulando, experimen- des em diferentes planos (pa- que estão escondidos em lugares diversos. e brincos da cultura infantil
relações de causa e efeito.
tando e fazendo descobertas rede, teto e chão) ao interagir, • Promover contextos em que os bebês explorem e inves- • Disponibilizar materiais em variadas inclinações e solos
durante as situações de inte- (“Nana, neném”, “Serra, serra,
por exemplo, com tapetes, tiguem, no cotidiano e nos diferentes espaços da Insti- (grama, areia, terra, piso), favorecendo a investigação
E DU C AÇ ÃO

serrador”, entre outras).


rações e brincadeiras. painéis, móbiles, entre ou- tuição de Educação Infantil, inclinação, textura, tempe- dos bebês nos diferentes movimentos proporcionados.
tros. ratura dos tipos de solo e de superfícies diversas. • Participação de contextos de • Organizar contextos com objetos que oportunizem aos
(EI01ET04) Manipular, experi- escuta musical, podendo ex-
• Organizar contextos em que os bebês explorem objetos bebês estabelecer relações com diferentes ritmos, ve-
mentar, arrumar e explorar o • Participação de contextos de e materialidades variadas (caixas, tecidos, blocos de pressar, a seu modo, suas per- locidades e movimentos corporais, tais como: velotrol,
espaço, mediante experiên- brincadeiras, explorações e cepções em relação aos rit-
cias de deslocamentos de si descobertas de novos sabo- madeira, cones de papelão e/ou plástico, funis, bacias, mos e eventos sonoros (som
túnel, escorregador, casinha, cavalinho, balanço, rampa,
res, texturas, cores, odores peneiras, objetos naturais, tais como: cascas de árvores, e silêncio).
carrinho, entre outros.
e dos objetos durante as ati- em situações de alimentação penas, conchas, frutos, cabaças, pedaços de madeiras, • Proporcionar contextos que possibilitem diferentes ex-
vidades cotidianas. e exploração de pigmentos esponja vegetal, pedras). plorações corporais, utilizando de espaços internos e
(EI01ET05) Manipular mate- naturais, entre outros. • Oportunizar contextos nos quais os bebês investiguem externos, variando os locais e as posições.
DA

riais diversos e variados, para • Vivência de diferentes sensa- propriedades diversas dos materiais, tais como: cor, for-

ET Á R IOS
• Oferecer recipientes de diferentes tamanhos e formas,
comparar as diferenças e se- ções nos momentos de cui- ma, volume, temperatura, consistência, luminosidade, que possibilitem ações diversificadas, tais como: en-
melhanças entre eles, durante dados pessoais em relação possibilidades de interação com outros materiais, cui- cher, esvaziar, transbordar, mover, entre outras.
CURRÍCU L O

as interações e a brincadeira. aos odores (cheiro do sabo- dando da organização, como dispondo os objetos em • Organizar os ambientes seguros e desafiadores, consi-
nete, fralda), à temperatura caixas, sacos, tapetes, agrupados por suas caracterís- derando a singularidade e o ritmo do bebê.
(EI01ET06) Vivenciar dife- (lenço umedecido, água) à ticas. • Brincar, com os bebês, de acalantos e brincos da cultura
rentes ritmos, velocidades e textura (do sabonete, da toa- • Oportunizar contextos nos quais os bebês façam esco- infantil, selecionando os que favoreçam a percepção de
fluxos nas interações e brin- lha), entre outros. lhas dos materiais que irão explorar, provocando expe-
diferentes ritmos, como: “Nana, neném”, “Serra, serra,
cadeiras (em danças, balan- • Exploração corporal das pos- riências investigativas de relações de agrupamentos,

GRU POS
semelhanças, diferenças e quantificação ao guardá-los. serrador”, entre outros.
ços, escorregadores, entre sibilidades dos espaços e • Selecionar previamente objetos sonoros que permitam
outros). materiais, planejados com di- • Organizar os contextos de alimentação, de forma rica, produzir diferentes sons (chocalhos, molhos de chaves,
ferentes desafios, como: cir- investigativa e provocadora, cuidando da oferta de di- pau de chuva, entre outros).
(EI01ET07) Explorar recursos cuito (subindo, descendo, en- ferentes tipos de alimentos, a forma de apresentá-los,
tecnológicos e midiáticos, gatinhando, escorregando), atentando-se à estética da mesa, do recipiente, do corte, • Selecionar músicas de diferentes ritmos e organizar
manifestando interesse e materiais (entrando e saindo, da disposição desses alimentos no espaço, para que os contextos que favoreçam a percepção dos bebês em
curiosidade. empilhando e derrubando, bebês sintam-se convidados a experimentar e descobrir relação aos eventos sonoros, como som e silêncio, con-
levantando e abaixando, pu- novos sabores e possam participar ativamente de sua vidando-os, ainda, para acompanhar corporalmente can-
xando e empurrando, rolando alimentação. tos em que são alterados o ritmo e o timbre dos sons.
e desenrolando, tampando e • Observar as expressões dos bebês, nos contextos de • Oportunizar diferentes contextos nos quais os bebês
destampando, colocando e alimentação, apoiando-os na construção de significa- possam brincar e explorar, a seu modo, materiais ou
retirando), entre outras. dos acerca dos sentidos que estão experimentando e brinquedos tecnológicos e midiáticos, por exemplo: blo-
cos de madeiras como telefones; imagens projetadas
• Exploração e investigação ampliando. na parede, no chão ou no teto, compondo cenários para
de ritmos e velocidades ao • Criar contextos em que os bebês experimentem alimen- suas brincadeiras; usar lupas para brincadeiras no par-
vivenciar situações em que tos, materiais, cheiros, variedades sonoras, luminosas, que, entre outros recursos.
experimentem e testem a apoiando o estabelecimento de relações e ampliando
relação de seu movimento e suas experiências visuais, auditivas, gustativas e olfa-
o dos objetos em diferentes tivas, como durante a troca e o banho, nomeando suas
inclinações e solos (grama, sensações em relação: aos odores, a sua entrada na
areia, terra, piso). água, ao momento em que sentem o sabonete passar
pelo corpo, à ocasião em que são envolvidos com a to-
alha, entre outros.
94 95
GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES) GRUPO ETÁRIO: BEBÊS (ZERO A 1 ANO E 6 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO

Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que
desenvolvimento aprendizagens dos bebês favorecem essas aprendizagens desenvolvimento aprendizagens dos bebês favorecem essas aprendizagens

(EI01EF01) Reconhecer quan- • Brincadeira e interação em situações • Comunicar-se com os bebês e junto • Brincadeira cotidiana com os mate- • Assegurar a participação dos bebês
do é chamado por seu nome e que envolvam seu nome e o nome a eles com outras crianças, família e riais utilizados nas contações e lei- em teatros e eventos culturais na ins-
reconhecer os nomes de pes- de adultos de seu grupo de convívio, funcionários chamando-os pelo nome turas de histórias, como: adereços, tituição, acolhendo e respeitando suas
soas com quem convive nas como em brincadeiras, canções, jo- em situações cotidianas (acolhida, ali- livros, fantoches, máscaras, objetos, manifestações (gestos, palmas, choros,
atividades cotidianas. gos e outros momentos do cotidiano. mentações brincadeiras, entre outros). tecidos, entre outros. entre outros), assistindo ou atuando,

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
apoiados por adultos e outras crianças.
(EI01EF02) Demonstrar in- • Brincadeira com outros bebês, crian- • Proporcionar contextos nos quais os • Participação de brincadeiras, agin-
bebês possam brincar e interagir com • Garantir ambientes organizados com
teresse ao ouvir a leitura de ças e adultos, com ou sem objetos. do com liberdade de movimentos e
IN FA N TIL

o seu nome e de seus colegas, como: livros (de diferentes formatos, texturas
poemas e a apresentação de explorando, com regularidade, ins- e materiais) e elementos utilizados na
• Expressão corporal e/ou verbal (por identificação de quem está no grupo, a trumentos (gizão, rolinho, esponja)
músicas. meio de sons, balbucios, entre ou- partir de fotos, brincadeiras com canti- contação (adereços, livros, fantoches,
e materiais (melecas, elementos e máscaras, objetos, tecidos, entre ou-
tros) em diferentes contextos. gas, de esconder e achar, entre outros. tintas naturais).
(EI01EF03) Demonstrar inte- tros), assegurando que os bebês pos-
resse ao ouvir histórias lidas • Participação, de forma ativa, de si- • Comunicar-se afetivamente com os • Investigação de marcas produzidas sam fazer suas escolhas, interagindo e
ou contadas, observando tuações cotidianas promotoras de bebês em situações cotidianas, inte- em diferentes suportes, tais como: o explorando materiais relacionados aos
ilustrações e os movimen- interação com adultos e crianças, ragindo e verbalizando as ações, ao próprio corpo, o chão, as paredes e contextos de leitura e contação viven-
tos de leitura do adulto-leitor comunicando-se em contextos de realizar sua higiene pessoal, alimentá- os materiais tridimensionais. ciados por eles.
-los, brincar, contar uma história, entre
E DU C AÇ ÃO

(modo de segurar o portador alimentação, banho, troca, brincadei- • Promover o momento diário de leitura
ras, entre outros. outros. literária ou contação de histórias, de
e de virar as páginas).
• Participação de jogos rítmicos, escu- • Acolher as manifestações dos bebês e modo que seja um convite à participa-
(EI01EF04) Reconhecer ele- ta, contação de história, imitando e incentivá-los a comunicar suas vonta- ção dos bebês, selecionando previa-
mentos das ilustrações de explorando sons variados. des e necessidades oralmente, oportu- mente recursos visuais e lúdicos, como
histórias, apontando-os, a nizando que protagonizem a conversa, adereços ou objetos específicos e livros
pedido do adulto-leitor, na • Participação de contextos de escuta dando tempo para eles interagirem e com diferentes ilustrações.
interação com os recursos de histórias e apreciação de ilustra- manifestarem suas respostas de ma- • Preparar um ambiente aconchegante
disponíveis. ções dos livros. neira verbal e não verbal. para os bebês ouvirem histórias, dis-
pondo de tapetes, almofadas, tecidos,
DA

• Expressão por meio de nomes e • Assegurar cotidianamente a leitura e/

ET Á R IOS
(EI01EF05) Imitar as varia- ou contação de diferentes gêneros li- tanto na sala quanto na área externa,
ções de entonação e gestos apontamento de objetos ou outras em cabana ou embaixo de uma árvore,
situações que o contexto propõe, terários (contos de repetição, contos
realizados pelos adultos, ao entre outros.
CURRÍCU L O

utilizando linguagem corporal e/ou musicados e textos poéticos), pes-


ler histórias e ao cantar. verbal. quisando e selecionando com antece- • Observar e escutar atentamente as
dência o livro, bem como histórias já manifestações dos bebês ao se envol-
(EI01EF06) Comunicar-se • Exploração de ritmos e sonoridade conhecidas junto a sua família. verem nos contextos, apoiando suas
com outras pessoas, usando por meio de múltiplas linguagens iniciativas ao fazer escolhas, ao explo-
movimentos, gestos, balbu- (gestos, expressões faciais, balbu- • Oportunizar a leitura de histórias re-
rar e criar possibilidades com os livros e

GRU POS
cios, fala e outras formas de cios, entre outros). petidas aos bebês, acolhendo e va-
lorizando suas diferentes formas de materiais utilizados nas histórias.
expressão.
• Brincadeira com livros impressos (de expressão e suas preferências, favore- • Ler diariamente livros/textos, atuando
(EI01EF07) Conhecer e ma- diferentes formatos, texturas e ma- cendo a apropriação de um repertório como bom modelo de leitor, utilizando
teriais), exploração e manuseio de de narrações conhecidas. elementos expressivos para apresentar
nipular materiais impressos
suas páginas, apreciando. a narrativa, lendo de forma fiel ao texto,
e audiovisuais em diferentes • Assegurar a repetição de uma mesma mantendo as características e marcas
portadores (livro, revista, gibi, • Investigação de imagens e ilustra- marcação no momento da história, do texto escrito, cuidando da entonação
jornal, cartaz, CD, tablet, entre ções. com alguns "rituais", tais como: varia- da voz, da característica da narrativa, do
outros). ção da luminosidade, a presença de ritmo da leitura, das expressões e sele-
• Expressão de suas percepções em uma caixa ou baú, adereços ou objetos cionando com antecedência a história
(EI01EF08) Participar de situ- situações cotidianas. específicos, entre outros. que será partilhada com os bebês.
ações de escuta de textos de • Planejar recursos visuais e lúdicos
diferentes gêneros textuais • Participação cotidiana de escuta de • Garantir que os textos e livros seleciona-
diferentes gêneros textuais, como: com diferentes ilustrações para o mo- dos tenham uma variedade de gêneros
(poemas, fábulas, contos, re- mento da história, assegurando que a textuais e sejam de qualidade textual e
ceitas, quadrinhos, anúncios, contos de repetição, contos musica-
dos e textos poéticos, entre outros. apresentação do livro seja um convite gráfica, considerando, para a criação do
entre outros). para a participação do bebê. acervo, a literatura local, as histórias co-
• Exploração de situações de imitação • Planejar ações e/ou projetos para que nhecidas pelos bebês e suas famílias.
(EI01EF09) Conhecer e mani- das variações de entonação e de ges-
pular diferentes instrumentos os bebês e a família leiam juntos, tais • Promover contextos significativos e
tos realizados pelo adulto em contex- como: empréstimos, trocas de livros
e suportes de escrita. tos de leitura ou canto. lúdicos, nos quais os bebês sejam con-
semanais, entre outros. vidados a explorar instrumentos que
deixam marcas.
96 97
5.6.2 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)

GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES) GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: O EU, O OUTRO E O NÓS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS

Contextos que favorecem as Ações intencionais do


Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as aprendizagens
aprendizagens das crianças bem professor que favorecem essas
desenvolvimento favorecem essas aprendizagens desenvolvimento das crianças bem pequenas
pequenas aprendizagens
(EI02EO01) Demonstrar e valori- • Participação de contextos de brinca- • Promover o incentivo de atitudes soli- (EI02CG01) Apropriar-se de • Participação de brincadeiras regionais, tradicio- • Apoiar as crianças em suas
zar atitudes de cuidado, coopera- deiras diversas, de escuta de histó- dárias, observando e fazendo media- gestos e movimentos de sua nais, de outras culturas, outros tempos e daque- ações, interagindo a partir de
ção e solidariedade na interação rias, fazendo uso de sua criatividade ções, no cotidiano, de brincadeiras e cultura no cuidado de si e nos las já conhecidas pela criança e seus familiares. seus gestos e expressões.
com crianças e adultos. e imaginação. interações das crianças. jogos e brincadeiras. • Exploração de diversas formas de deslocamen- • Possibilitar às crianças a explo-
• Planejar propostas individuais e em to, tais como: pular, saltar, correr, abaixar, rolar, ração cotidiana do espaço e seu
• Participação de situações em peque-

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
(EI02EO02) Demonstrar imagem nos grupos, nas quais vivenciam ex- grupos, apoiando a construção de (EI02CG02) Deslocar seu cor- arrastar, subir, descer, agachar, adentrar, sair, corpo com crescente domínio
positiva de si e confiança em sua periências com diferentes parceiros. ações pessoais e compartilhadas. po no espaço, orientando-se entre outros, em contextos de brincadeiras. dos seus movimentos.
capacidade para enfrentar difi- por noções como em frente, • Brincadeira com jogos que envolvam marca-
IN FA N TIL

• Exercício da autonomia para se ves- • Comunicar, de forma clara, em relação • Oportunizar, no cotidiano, diver-
culdades e desafios, identifican- à organização física e social do am- atrás, no alto, embaixo, den- ções no ambiente, explorando diferentes per- sas brincadeiras e interações
tirem e se despirem.
do suas possibilidades, de modo biente, visando fortalecer a autonomia tro, fora, entre outras, aper- cursos motores e noções, como: perto, longe, com diferentes manifestações
a agir para ampliá-las. • Participação de contextos de brin- e colaboração das crianças. feiçoando seus recursos de em cima, embaixo, frente e atrás. culturais.
cadeiras e faz de conta, nos quais deslocamento e ajustando • Experimentação de diferentes movimentos, por
• Apoiar as crianças nas propostas co- • Proporcionar brincadeiras regio-
(EI02EO03) Compartilhar os ob- possam escolher suas fantasias e
letivas e favorecer a reflexão sobre suas habilidades motoras, ao meio da observação e imitação de seus pares,
jetos, os temas, as personagens vivenciar, a seu modo, diferentes se envolver em brincadeiras e criando sua própria coreografia ao som de mú- nais, tradicionais, de outras cul-
e os espaços com crianças da papéis de personagens de histórias eventual quebra de regras decididas sicas de gêneros diversos. turas, outros tempos e daquelas
coletivamente. atividades de diferentes natu- já conhecidas pelas crianças e
mesma faixa etária, de faixas conhecidas. • Participação, em diferentes contextos, de jogos
rezas. seus familiares.
E DU C AÇ ÃO

etárias diferentes e adultos. • Participação de brincadeiras canta- • Promover a participação das crianças simbólicos, reproduzindo gestos, entonações e
das em que se faz necessário can- na organização do tempo, espaços e (EI02CG03) Explorar formas expressões de animais, personagens, adultos e • Proporcionar momentos de apre-
(EI02EO04) Comunicar-se com tar/falar e ouvir os outros. materiais, apoiando a reflexão sobre o de deslocamento no espaço outras crianças, utilizando adereços, fantasias e ciação de diversas danças e tea-
os colegas e os adultos, buscan- cuidado com os objetos e ambientes. posturas corporais. tros, incentivando a investigação
• Participação de situações para to- (pular, saltar, dançar), combi-
do compreendê-los e fazendo-se • Apoiar as crianças na identificação de nando movimentos e seguin- • Brincadeira com diversos jogos de construção, de diferentes possibilidades ex-
mar decisões, negociar pontos de explorando, a seu modo, as propriedades dos pressivas das crianças.
compreender, ampliando suas vista com o grupo para decidirem, elementos que provoquem estranheza do orientações.
possibilidades expressivas e co- ou medo, ajudando-as a encontrar for- diferentes tipos de materiais e experimentando
por exemplo, qual brincadeira irão • Organizar espaços internos e
municativas. realizar, argumentando e justificando mas de expressar seus sentimentos e (EI02CG04) Demonstrar pro- ações, como: encaixar, empilhar, equilibrar, en- externos que favoreçam às crian-
emoções. tre outras.
suas escolhas. gressiva independência no ças movimentar-se, explorando
(EI02EO05) Perceber que as pes- cuidado do seu corpo, encon- • Exploração, em situações cotidianas, de expe- as possibilidades e limites do
DA

• Apreciar as produções das crianças,

ET Á R IOS
soas têm características físicas • Vivência de situações em que pos- respeitando suas expressões e emo- trando soluções para resolver riências que promovam a ampliação e sofis- próprio corpo, por exemplo, na
diferentes, valorizando e respei- sam apoiar seus pares e construir ções, fortalecendo sua autoestima. ticação de suas habilidades manuais, como: criação de circuitos, entre outras
regras básicas de convivência. suas necessidades pessoais segurar, empilhar, encaixar, lançar, amassar,
tando essas diferenças. propostas, utilizando materiais
CURRÍCU L O

• Construir formas de apoio às crianças e pedindo ajuda, quando ne- desmontar, rasgar, picotar, modelar, folhear, pin-
• Participação de situações de escuta cessário. diversos, como: caixas, pneus,
(EI02EO06) Respeitar regras no tocante à autonomia em relação tar, desenhar, entre outros. tecidos, entre outros.
de histórias, de conversa sobre as aos cuidados pessoais.
básicas de convívio social nas emoções e sentimentos que desper- (EI02CG05) Desenvolver pro- • Participação, de forma ativa, de momentos
que envolvam cuidados pessoais, como: calçar • Organizar a presença de obje-
interações e brincadeiras, iden- taram. • Estabelecer combinados que orientem gressivamente as habilidades meias e sapatos, vestir o agasalho, assoar o na- tos e cenários marcados pela
tificando e compreendendo seu as crianças, no momento de “arruma- manuais, adquirindo controle riz, lavar as mãos, entre outras ações de forma cultura em brincadeiras de faz
• Participação, de forma ativa, nas re-

GRU POS
pertencimento nos diversos gru- ção”, a organizar brinquedos e mate- de conta (mobiliário de casinha,
soluções de conflitos do cotidiano. riais, cuidando no ambiente. para desenhar, pintar, rasgar, segura e significativa, seja de modo individual
pos dos quais participa. folhear, entre outros, explo- ou interagindo e partilhando descobertas com carrinhos, fantasia) e/ou utiliza-
• Vivência de situações em que exer- • Apoiar as crianças na resolução de rando materiais, objetos e seus pares. dos por adultos em seu cotidiano
(EI02EO07) Resolver conflitos çam autonomia, protagonismo e re- conflitos, incentivando-as a expor (vestimentas, bolsas, acessórios,
alizem escolhas. brinquedos diversos. • Exploração, em contextos de brincadeiras, de in-
nas interações e brincadeiras, suas opiniões, preferências, desejos, telefone, panelas, potes, embala-
com a orientação do adulto, por pontos de vista e também a ouvir o terações e investigações de materiais, estrutu- gens…).
• Participação, de forma ativa, na or- (EI02CG06) Participar da rados ou não, possibilitando a experimentação
meio do diálogo, utilizando seus ganização dos espaços coletivos. outro. construção de diferentes dos diferentes modos de brincar, criando seus • Proporcionar diversidade de ma-
recursos pessoais, respeitando • Oportunizar contextos em que as brinquedos tradicionais, com próprios brinquedos, entre outros. teriais, estruturados ou não, que
as outras crianças e buscando • Partilha, com o professor e com os
outros colegas, da liderança nas pro- crianças explorem e se expressem por o auxílio de um adulto. • Participação, em situações cotidianas, de diver- possibilitem às crianças explorar
reciprocidade. postas e ações cotidianas. meio das múltiplas linguagens. sas brincadeiras que promovam as interações diferentes objetos e experimen-
• Atuar, com escuta atenta, para acolher com diferentes manifestações culturais. tar diferentes modos de brincar
as manifestações das crianças. com o material.
• Participação, em contextos de construção, a
• Oferecer opções de materiais, a partir seu modo, de diferentes brinquedos tradicionais • Organizar contextos em que as
da escuta e observações, por meio de que façam parte de suas vivências, do seu gru- crianças produzam desenhos e
suas manifestações e brincadeiras, po e de suas famílias. pinturas, por meio de diferentes
respeitando as próprias preferências e • Participação, a seu modo, de contextos nos formas de expressão, como ras-
considerando os interesses e desejos. quais possam ampliar suas possibilidades de gar, folhear, entre outros, explo-
expressão e controle, por meio da produção de rando materiais, objetos e brin-
• Oportunizar contextos em que as quedos diversos.
crianças façam escolhas, ajam com desenhos, pinturas, rasgando, folheando, entre
autonomia e protagonismo. outros, explorando materiais, objetos e brinque-
dos diversos.

98 99
GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES) GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

Contextos que favorecem as Contextos que favorecem as


Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que
aprendizagens das crianças bem aprendizagens das crianças bem
desenvolvimento favorecem essas aprendizagens desenvolvimento favorecem essas aprendizagens
pequenas pequenas
(EI02TS01) Criar sons com • Participação de brincadeiras, como: • Organizar contextos, disponibilizando instru-
(EI02ET01) Explorar e descre- • Investigação e exploração, em con- • Oportunizar contextos de exploração
materiais, objetos, instrumen- cantigas de roda, parlendas, brincos, mentos musicais e objetos sonoros, para que a
ver semelhanças e diferen- textos de brincadeiras, de diferentes das possibilidades transformadoras
tos musicais e com o próprio acompanhando os diversos ritmos criança explore e crie diferentes sons.
ças entre as características propriedades, atribuindo significados de diferentes materialidades, como:
com materiais, objetos, instrumen- • Oportunizar que as crianças assumam a lide- diversos a diferentes objetos, mate- areia com água, trigo com água, pro-
corpo, para acompanhar diver- tos musicais e com o próprio corpo. e propriedades dos objetos
sos ritmos de música. rança na exploração de diferentes objetos so- riais não estruturados (massas, me- dução de tintas com variados pigmen-
(textura, massa, tamanho),

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
• Interação com as crianças da mes- noros e instrumentos de pequena percussão: lecas), materiais naturais e outras tos, argila com água, receitas culiná-
tambor, guizo, pandeiro, chocalho, entre outros. expressando sensações e materialidades, percebendo suas rias, entre outros.
(EI02TS02) Utilizar materiais ma turma, de outra faixa etária e
• Incentivar a exploração e a criação de sons descobertas ao longo do pro- texturas, temperaturas, cores, pesos,
variados com possibilidades adultos, utilizando objetos, instru- • Estar atento aos contextos cotidianos,
IN FA N TIL

para acompanhar a música e o ritmo. cesso de observação. entre outras características.


de manipulação (argila, mas- mentos musicais e o próprio corpo. em que ficam evidentes os diferentes
sa de modelar), explorando • Exploração e compartilhamento dos • Promover contextos de investigação de dife- • Investigação do meio natural nas si- fenômenos naturais, que favoreçam
(EI02ET02) Observar, relatar experiências com o vento (cata-ven-
cores, texturas, superfícies, sons produzidos pelos objetos e ins- rentes fontes sonoras. tuações cotidianas de brincadeiras,
e descrever incidentes do co- to, pipas ou capucheta, rabo de gato),
planos, formas e volumes, ao trumentos, acompanhando ritmos • Criar contextos investigativos nos quais pos- tidiano e fenômenos naturais interação com a natureza, levantan-
de diferentes gêneros musicais. sam escutar e conhecer várias fontes sonoras, do hipóteses e fazendo descobertas com luz e sombra (lanterna, celofanes
criar objetos tridimensionais. (luz solar, vento, chuva, entre coloridos, tecidos transparentes), en-
cujos timbres não gerem dúvidas, tais como: acerca do ambiente, por exemplo:
outros), levantando hipóteses
(EI02TS03) Utilizar diferentes • Participação, a seu modo, de brin- percepção de sons da rua, da natureza, de di- observando o comportamento dos tre outros.
cadeiras e explorações promotoras ferentes objetos escolhidos pelo professor ou sobre tais acontecimentos e pássaros no momento que antecede • Assegurar situações cotidianas de
fontes sonoras disponíveis de investigação sonora, percepção
fenômenos.
E DU C AÇ ÃO

no ambiente, em brincadeiras e discriminação de diferentes sons. pelas crianças, de instrumentos musicais, en- as chuvas, o movimento das nuvens, contato com a natureza, explorando
cantadas, canções, músicas e tre outros. a mudança da luminosidade e tempe- os espaços da instituição de Educa-
(EI02ET03) Compartilhar, ratura do ambiente, percebendo tam- ção Infantil (parque, tanque de areia,
melodias, apreciando, desco- • Construção de diferentes objetos so- • Desafiar as crianças a perceber e discriminar
com outras crianças, situa- bém a mudança da paisagem durante jardins, quadra, solário, entre outros) e
brindo sons e possibilidades noros com os materiais diversos, ex- os sons variados de diferentes fontes sonoras.
ções de cuidado de plantas e após a chuva ou ventania. do entorno (praças, canteiros, jardins,
plorando, experimentando e criando • Criar contextos nos quais as crianças sejam
sonoras, explorando e identi- diferentes sons. e animais, participando de campos, entre outros), apoiando as
ficando elementos da música encorajadas a investigar os elementos da mú- • Brincadeira com diferentes materiais,
sica: timbre, intensidade, duração e altura. pesquisas e experiências, investigações das crianças, disponi-
para se expressar, interagir • Exploração, nos contextos de brin- nos espaços da instituição e vivenciando contextos com vento (ca- bilizando materiais, como lupas, pás,
com os outros e ampliar o seu cadeiras, de elementos da música, • Oportunizar que as crianças assumam a lide- ta-vento, pipa, língua de sogra), luz e binóculos, entre outros.
(timbre, intensidade, duração e altu- rança na exploração e produção intencional de fora dela. sombra (lanterna, celofanes colori-
conhecimento de mundo. • Oportunizar às crianças o cuidado
ra), imitando, criando e improvisando gestos corporais e vocais. dos, tecidos transparentes).
DA

(EI02ET04) Identificar e ex- compartilhado no plantio de semen-

ET Á R IOS
(EIO2TS04) Demonstrar inte- sons produzidos pelo próprio corpo. • Planejar contextos, em diferentes tempos, es- plorar relações espaciais • Investigação dos fenômenos naturais tes, mudas, na interação com peque-
resse, respeito e valorização • Exploração de diversos suportes, paços e materiais (secos e molhados), e instru- (dentro e fora, em cima, em- e do funcionamento ou transforma-
mentos, que ofereçam diversas possibilidades nos animais, apoiando suas investiga-
CURRÍCU L O

pelas diferentes manifesta- materiais e instrumentos que possi- baixo, acima, abaixo, entre e ção de diferentes materiais. ções.
ções artísticas de sua comu- bilitem experimentar, em suas pro- de exploração e criação, envolvendo a modela-
gem, colagem, pintura, entre outros. do lado) e temporais (antes, • Estar atento ao uso de percursos na-
nidade e de outras culturas. duções, cores, texturas, formas e • Participação de ações de cuidado e
• Envolver as crianças, em contextos de resolu- durante e depois), ampliando investigação de plantas e pequenos turais e/ou previamente organizados
volume, combinando diversas moda-
ção de problemas, com objetos tridimensio- seu vocabulário. animais presentes no cotidiano, a com intervenções intencionais nos
(EI02TS05) Produzir marcas lidades como: modelagem, colagem,
nais, oportunizando pesquisas referentes aos partir de seu interesse, levantando trajetos ou circuitos, favorecendo a
gráficas, utilizando diferentes pintura, entre outros. (EI02ET05) Classificar obje- percepção das relações espaciais e

GRU POS
materiais, suportes e proce- • Brincadeira com materiais não es- elementos de ligação (como cola, fitas adesi- hipóteses, realizando observações e
vas, entre outros). tos, considerando determina- descobertas sobre os seres vivos ou temporais.
dimentos, explorando cores, truturados, explorando superfícies, do atributo (tamanho, peso, insetos presentes no cotidiano.
texturas, superfícies, planos, formas e volumes, testando possibi- • Promover contextos de investigação nos quais • Incentivar as crianças a resolverem
as crianças, a seu modo, explorem materiais cor, forma, entre outros), situações cotidianas referentes à di-
formas e volumes. lidades, ao utilizar materiais. expressando-se por meio de • Participação de situações de cuidado reção, sentido, quantidade e tempo,
não estruturados, superfícies, formas e volu- com o meio ambiente (uso consciente
• Investigação e produção de marcas mes, testando possibilidades ao utilizar ele- vocabulário adequado. apoiando-as a comunicar e questionar
da água, da energia elétrica, dos ma- o que observam, emitir opiniões e con-
gráficas, em diferentes suportes mentos de ligação, para criar objetos tridimen- teriais, descarte correto do lixo, reuti-
bidimensionais e tridimensionais, sionais. (EI02ET06) Identificar re- frontar pontos de vista.
lações temporais e utilizar lização de materiais, entre outros) e
experimentando variados riscantes • Propor, em diferentes tempos e espaços, si- preservação da natureza (campanhas • Disponibilizar portadores numéricos,
e instrumentos, explorando cores, tuações nas quais as crianças, a seu modo, conceitos básicos de tempo de conscientização, por exemplo). medidores convencionais, papéis e
texturas, superfícies, planos, formas experimentem diversos riscantes, como cane- (agora, antes, durante, de- lápis em diferentes espaços da Insti-
e volumes. tinha, giz de cera, carvão, tinta, lápis de cor, em pois, ontem, hoje, amanhã, • Exploração dos espaços da Instituição tuição de Educação Infantil e no jogo
• Participação de contextos de livre diversos suportes e superfícies, por exemplo, lento, rápido, depressa, deva- de Educação Infantil, investigando os simbólico, que instiguem as crianças
escolha de brincadeiras, com can- papéis, caixas, embalagens, paredes, azulejos, gar), ampliando o vocabulário percursos que podem ser realizados a investigarem a relação dos números
ções relacionadas às narrativas, fes- entre outros. adequado ao conceito em de um lugar a outro, considerando di- com suas respectivas quantidades,
tas e outros acontecimentos típicos • Promover contextos de investigação em que as uso. ferentes pontos de referências. registrarem com números e quanti-
de sua cultura. crianças produzam e percebam as suas mar- dades, a seu modo, em contextos de
• Investigação das possibilidades dos brincadeira, como em listas de preços,
cas gráficas e de seus colegas. (EI02ET07) Contar oralmente materiais (boiar, afundar, rolar, empi-
• Convivência, no cotidiano, com di- objetos, pessoas, livros, entre calculadoras, balanças, telefone, reló-
ferentes manifestações artísticas e • Envolver a comunidade com as crianças na lhar, entre outras), conforme seus atri-
participação de diferentes manifestações artís- outros, em contextos diver- gio, calendário, agendas e nas brinca-
culturais, envolvendo as múltiplas butos (mais pesado, mais leve, entre deiras de mercadinho, pizzaria, sorve-
linguagens de sua comunidade e de ticas e culturais (musicais e teatrais, contação sos. outros).
de histórias, entre outros). teria, pet shop, entre outras.
outras culturas.
100 101
GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES) GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO

Contextos que favorecem as Contextos que favorecem as


Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que
aprendizagens das crianças bem aprendizagens das crianças bem
desenvolvimento favorecem essas aprendizagens desenvolvimento favorecem essas aprendizagens
pequenas pequenas

(EI02ET08) Registrar, com • Participação de situações do cotidia- • Garantir a participação das crianças (EI02EF01) Dialogar com • Brincadeira que promova interação • Oportunizar às crianças contextos reais
números, a quantidade de no nas quais possam acompanhar, na observação e marcação das ações crianças e adultos, expres- com o ambiente, crianças e adultos. de interações comunicativas de qualidade
crianças (meninas e meni- observar e investigar a passagem do que acontecem ao longo de seu co- sando seus desejos, neces- • Expressão de suas preferências, ne- e positivas, de modo que elas interajam
tempo, tais como: contar quantos dias tidiano, incentivando-as ao uso de cessidades e saberes por meio das com seus pares e outras pessoas, nos di-
nos, presentes e ausentes) e faltam para uma situação significativa vocabulários que marquem as ações sidades, sentimentos, prefe- ferentes momentos do cotidiano (parque,
a quantidade de objetos da rências, saberes, vivências, múltiplas linguagens (linguagem oral,

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
à turma; observar o desenvolvimento temporais (agora, antes, durante, gráfica, corporal, musical, visual, entre alimentação, higiene, propostas em sala
mesma natureza (bonecas, e crescimento de plantas cultivadas, depois, hoje, amanhã) e objetos que dúvidas e opiniões, ampliando e em espaço externo), falando sobre suas
bolas, livros, entre outros). gradativamente suas possi- outras).
investigando diferentes maneiras de apoiem a marcação do tempo (calen- experiências pessoais, relatando fatos sig-
IN FA N TIL

marcar essa observação e brincando dário, relógio). bilidades de comunicação e • Participação de conversas e brinca- nificativos, sendo escutadas e acolhidas
(EI02ET09) Fazer uso de al- com calendário, relógio, cronômetro, expressão. deiras em situações cotidianas. naquilo que comunicam, expressando-se
• Oportunizar, em situações cotidianas
guns recursos tecnológicos entre outros marcadores. às crianças, contextos significativos • Expressão oral de seus pensamentos, pelas múltiplas linguagens.
e midiáticos, como ferramen- em que sejam convidadas a contar e (EI02EF02) Identificar e criar opiniões, gostos, experiências e relato • Garantir a escuta e observação atenta para
• Brincadeiras, em situações cotidianas,
tas que apoiam suas investi- nas quais sejam convidadas e instiga- registrar, por exemplo, quantidade de diferentes sons e reconhecer de fatos acontecidos, histórias conhe- identificar os interesses das crianças, du-
gações. das a contar, separar materiais, de materiais necessários a uma determi- rimas e aliterações em canti- cidas. rante seus diálogos, brincadeiras e narrati-
acordo com a quantidade necessária, nada proposta, entre outros. gas de roda e textos poéticos. • Interação com os colegas e adultos, vas, para selecionar e organizar materiais
como: para distribuir o que é de uso • Promover investigações, em contex- em contextos de conversas, expres- que favoreçam a continuidade de suas
coletivo, na execução de receitas, na (EI02EF03) Demonstrar in- investigações e a recuperação de seus sa-
E DU C AÇ ÃO

tos do cotidiano, nos quais as crian- sando-se oralmente, realizando per-


organização de brinquedos, entre ou- ças sejam desafiadas a classificar os teresse e atenção ao ouvir a guntas e ouvindo o que os outros têm beres.
tros contextos significativos. materiais, considerando suas caracte- leitura de histórias e outros a dizer. • Proporcionar brincadeiras que envolvam
rísticas, agrupando-os por similarida- textos, diferenciando escrita as sonoridades, rimas e musicalidade das
• Brincadeiras de colecionar objetos, • Participação de contextos nos quais
classificando-os conforme caracte- de, como na organização de materiais de ilustrações, e acompanhan- compartilhem histórias conhecidas, palavras, como: acalantos, versos, brinca-
rísticas e registrando, a sua maneira, de uma mesma natureza (peças de do, com orientação do adulto- mobilizem seus saberes, fazendo uso deiras cantadas, jogos de escolha, textos
suas quantidades. encaixe, peças de construção em ma- -leitor, a direção da leitura (de de linguagem característica dos tex- poéticos, entre outras.
deira, objetos com as mesmas carac- cima para baixo, da esquerda tos narrativos, como "Era uma vez", • Proporcionar contextos nos quais as crian-
• Participação de brincadeiras, jogos e terísticas, entre outros). para a direita). por exemplo. ças possam compartilhar textos e livros
situações cotidianas em que seja ne- conhecidos, com sua família ou com os
cessário registrar com números, mes- • Acolher as iniciativas da criança, dis- • Brincadeira com as rimas e sonorida-
DA

ponibilizando tempos, espaços e ma- (EI02EF04) Formular e respon- colegas, oportunizando que investiguem o

ET Á R IOS
mo que de forma não convencional, a des da fala, por meio das manifesta-
teriais que favoreçam a continuidade der perguntas sobre fatos da ções da cultura popular, como: músi- que está escrito.
sequência das ações do cotidiano, a
quantidade de materiais para identifi- de suas experiências, por meio de história narrada, identifican- cas, cantigas, textos poéticos, jogos • Organizar contextos nos quais as crianças
CURRÍCU L O

car um pote, as pontuações acumula- boas perguntas. do cenários, personagens e de escolha, entre outras brincadeiras possam brincar com a sonoridade das pala-
das em jogos e brincadeiras, entre ou- • Oportunizar contextos nos quais as principais acontecimentos, e textos memorizados. vras nas canções, textos poéticos, histórias
tros contextos lúdicos e significativos. crianças possam explorar e fazer uso tais como: “quem?”, “o quê?”, com rimas, bem como materiais impres-
• Brincadeira de construção de narrati- sos, incentivando-as que investiguem o que
de recursos tecnológicos para brincar “quando”, “como?”, “onde?”, “o vas comuns, negociando papéis, cená-
• Participação, de forma ativa, de con- e investigar, como usar cilindros para que acontece depois?” e “por está escrito.
textos nos quais exploram e fazem rios, lidando com possíveis conflitos.
observar a natureza ou encontrar in-

GRU POS
uso de recursos tecnológicos e midiá- quê?”. • Assegurar, cotidianamente, a leitura de dife-
formações com o apoio do professor • Exploração de diferentes suportes rentes portadores, em contextos que sejam
ticos para brincar e investigar. em pesquisas na internet. e gêneros textuais, interagindo em
(EI02EF05) Relatar experiên- significativos para as crianças, como o car-
cias e fatos acontecidos, his- ambientes planejados para leitura, taz de uma festa, a placa de identificação
realizando escolhas e manipulando de uma sala, as legendas de fotos no mural,
tórias ouvidas, filmes ou pe- materiais impressos diversos, como
ças teatrais assistidos, entre o bilhete escrito na agenda, entre outros.
livros de diferentes formatos, texturas
outros. e materiais. • Promover momentos de conversas sobre
a leitura de um livro/texto, fazendo media-
(EI02EF06) Criar e contar his- • Participação de contextos de leitura ções que propiciem a reflexão sobre a rela-
tórias oralmente, com base de textos novos e/ou já conhecidos, ção das ilustrações com o texto.
conversando sobre eles, investigando
em imagens ou temas sugeri- o que está escrito e explorando o gê- • Organizar contextos para que as crianças
dos, utilizando de termos pró- nero literário, suas ideias e conexões escutem, explorem e conversem sobre as
prios dos textos literários. com as experiências pessoais, entre histórias lidas, instigando que expressem
outras possibilidades. suas impressões e sentimentos sobre o
(EI02EF07) Manusear diferen- que foi lido.
tes portadores textuais (livros, • Contação e criação de histórias,
apoiando e recuperando seus saberes, • Planejar contextos significativos em que as
revista, gibi, jornal, cartaz, CD, crianças possam participar de situações de
a partir das ilustrações de livros, ima-
tablet, entre outros), inclusi- gens, objetos, fantoches, entre outros. uso real da escrita, por exemplo: na produ-
ve em suas brincadeiras, de- ção de recados e bilhetes para as famílias,
monstrando reconhecer seus • Participação do contexto de leituras de listas, na elaboração de cartazes e con-
usos sociais. literárias de histórias e de diferentes vite, de carta de boas-vindas a um novo co-
gêneros. lega, entre outros.
102 103
5.6.3 Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)

GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES) GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: O EU, O OUTRO E O NÓS

Contextos que favorecem as Contextos que favorecem as


Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que
aprendizagens das crianças bem aprendizagens das crianças
desenvolvimento favorecem essas aprendizagens desenvolvimento favorecem essas aprendizagens
pequenas pequenas
• Investigação de relações entre as mar- • Enriquecer as brincadeiras de jogo simbó- • Brincadeira em diferentes ambien- • Apoiar as crianças a construírem co-
(EI02EF08) Manipular textos e cas e características próprias de cada lico, disponibilizando riscantes e suportes (EI03EO01) Demonstrar empa-
participar de situações de es- tia pelos outros, percebendo tes e contextos. nhecimento sobre as diferentes for-
texto (rimas, repetições, estrutura, so- apropriados para a faixa etária (giz de cera, mas de expressões e manifestações
cuta para ampliar seu contato noridade, entre outras). lápis, papéis, blocos de anotação, entre ou- que as pessoas têm diferentes • Brincadeira de faz de conta com os culturais, para a compreensão do
com diferentes gêneros tex- tros), instigando que as crianças brinquem sentimentos, necessidades e colegas, escolhendo papéis, enre- mundo e de si próprias.
• Investigação da escrita, em contextos
tuais (parlendas, histórias de de escrever por conta própria, segundo suas maneiras de pensar e agir.

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
de jogos e brincadeiras, por exemplo, dos, cenários, adereços e resolven-
aventura, tirinhas, cartazes de ao seguir e comunicar as regras de um hipóteses. do problemas. • Incentivar as crianças a expressarem
sala, cardápios, notícias, entre jogo, o passo a passo de uma receita (EI03EO02) Agir de maneira sentimentos e emoções nas situações
• Proporcionar momentos nos quais as crian-
IN FA N TIL

outros), ampliando suas expe- independente, com confiança • Participação de contextos nos quais cotidianas.
culinária, brincar de escritório, banco, ças vivenciem a escrita com significado e possam, coletivamente, elaborar re-
riências com a língua escrita. correio, entre outras possibilidades. sentido, por exemplo: a escrita de seu nome em suas capacidades, reconhe- • Apoiar as crianças a perceberem as
cendo suas conquistas e limita- contos, cartazes, álbuns, entre ou-
• Participação de brincadeiras em que para criação de listas, etiquetas de identifi- tros. reações e sentimentos do outro nas
possam fazer o uso social da escrita, cação de materiais, bilhetes, cartas, entre ções. diferentes situações cotidianas.
(EI02EF09) Manusear diferen-
como nos jogos simbólicos, tendo a outros. • Participação de jogos e brincadeiras
tes instrumentos e suportes (EI03EO03) Ampliar as relações • Apoiar as crianças frente à resolução
oportunidade de, por exemplo, elaborar • Planejar contextos, favorecendo o acesso com regras, encontrando situações
de escrita para desenhar, tra- interpessoais, desenvolvendo nas quais possam testar suas pos- de conflitos, estimulando o cuidado,
çar letras e outros sinais grá- listas de compra, escrever a receita de das crianças a computadores ou tablets, valorizando o diálogo, ajudando-as a
um medicamento, anotar um telefone, apoiando a exploração dos recursos dispo- atitudes de participação, co- sibilidades e construir estratégias
ficos, escrevendo, mesmo que operação e solidariedade, em para jogar. reconhecer a existência do ponto de
entre outras possibilidades. níveis.
E DU C AÇ ÃO

de forma não convencional. vista do outro, desenvolvendo assim


brincadeiras e em momentos a empatia.
• Participação de situações cotidianas • Garantir ambientes organizados com livros • Participação de situações da arru-
provocadoras de investigação do regis- de interação. mação do espaço e ambiente.
e outros portadores textuais, que estejam
tro escrito, como identificar: seu nome acessíveis às crianças, favorecendo que elas • Planejar contextos de aprendizagem
em seus pertences e produções (agen- (EI03EO04) Comunicar suas • Expressão por meio de múltiplas lin- nos quais se faz necessário que as
possam fazer escolhas, interagir, mobilizar
das, pastas, desenhos, etc.), o que está saberes, relembrando as histórias conhe- ideias, sentimentos, preferên- guagens, partilhando com o grupo crianças partilhem brinquedos e ma-
escrito em murais, placas, cartazes, en- cidas e criar novas narrativas, cenários, vi- cias e vontades a pessoas e suas experiências pessoais, narran- teriais, ampliem suas relações inter-
tre outros. vência de papéis e conhecimentos por meio grupos diversos, em brincadei- do suas histórias familiares, ensi- pessoais e atitudes de participação e
dessa relação. ras e em propostas cotidianas, nando brincadeiras, entre outros. cooperação.
• Participação de contextos em que pre-
cisem escrever o próprio nome, mesmo • Preparar um ambiente aconchegante para por meio de diferentes lingua- • Interação em pequenos e grandes • Valorizar as conquistas das crianças
DA

que de forma não convencional, em gens. e oportunizar situações em que elas

ET Á R IOS
as crianças ouvirem histórias, dispondo de grupos, argumentando sobre a re-
situações significativas do cotidiano, tapetes, almofadas, tecidos, tanto na sala solução de situações de conflitos. possam agir de maneira independen-
como no registro de suas produções, quanto na área externa, em cabana ou em- (EI03EO05) Demonstrar valo- te, com confiança, em suas capacida-
CURRÍCU L O

pertences, brincadeiras, entre outros. baixo de uma árvore, entre outros. rização das características de • Participação, de forma ativa, no pla- des e reconhecendo suas conquistas
seu corpo e respeitar as carac- nejamento de situações coletivas, e limitações.
• Participação de contextos, vivenciando • Garantir uma diversidade de gêneros e tipos na concepção e preparação de ex-
o uso social da escrita para a comunica- terísticas dos outros (crianças • Incentivar a construção de regras de
de textos a serem lidos, explorados e manu- posições e em outros contextos de
ção, tais como: elaborando convite para seados pelas crianças. e adultos) com os quais convi- convívio social.
ve, aproximando-se do cuidado partilhas de descobertas.
a exposição das produções do grupo,
roteiro das propostas do dia, bilhetes • Ler diariamente livros/textos, atuando como e respeito com o outro em situ- • Promover a participação das crianças

GRU POS
bom modelo de leitor, utilizando elementos • Investigação e compartilhamento
para a família, listando produtos a se- ações mediadas pelo professor. de suas tradições familiares, meio na organização do tempo, espaços e
rem comprados, entre outras possibili- expressivos para apresentar a narrativa, de materiais, apoiando a reflexão sobre
forma fiel ao texto, mantendo as caracterís- social, fortalecendo a construção
dades de registros, tendo o professor (EI03EO06) Manifestar inte- de sua identidade cultural. o cuidado com os objetos e ambiente.
como escriba. ticas e marcas do texto escrito, cuidando da resse e respeito por diferentes
entonação da voz, da característica da nar- • Construir formas de apoio à criança
culturas e modos de vida, do • Participação de contextos nos quais no tocante à autonomia em relação
• Participação de contextos sociais reais rativa, do ritmo da leitura, das expressões e tenham a oportunidade de perceber
nos quais produzam escritas espontâ- selecionando, com antecedência, a história passado e do presente, valori- aos cuidados pessoais.
e estabelecer relações entre o modo
neas, de acordo com suas hipóteses, que será partilhada com as crianças. zando as marcas culturais de de vida de seu grupo e de outros.
em situações cotidianas e de brincadei- • Apoiar as crianças nas ações coleti-
seu grupo de origem e de outros vas, favorecendo a reflexão sobre o
ra, como ao escrever: uma cartinha para • Garantir que os textos e livros selecionados
tenham uma variedade de gêneros textuais, grupos. • Brincadeira e investigação de cultu- respeito às regras de convívio.
o colega, um bilhete para o professor, o ra, costumes e brincadeiras de dife-
cartaz de um supermercado, a receita sejam de qualidade textual e gráfica, consi- (EI03EO07) Usar estratégias
derando, para a criação do acervo, a literatu- rentes épocas e povos. • Oportunizar contextos nos quais as
de um bolo, um cartão de aniversário, pautadas no respeito mútuo crianças possam se expressar por di-
carta de boas-vindas a um novo colega, ra local, as histórias conhecidas pelas crian- • Participação, com maior autonomia,
ças e suas famílias. para lidar com conflitos nas ferentes linguagens.
entre outras. das ações de cuidados pessoais.
interações com crianças e adul- • Atuar, com escuta atenta, acolhendo
• Exploração dos recursos digitais dispo- • Promover contextos nos quais faça uso de tos, conhecendo, respeitando e
comportamentos e procedimentos típicos de • Convivência com crianças e adultos, as manifestações das crianças em di-
níveis, investigando possibilidades (ler utilizando regras elementares em grandes e pequenos grupos, res- versas linguagens.
e ouvir histórias, criar marcas gráficas, leitor, por exemplo: acompanhar com o dedo
a parte do texto que está sendo lida, identifi- de convívio social. peitando as diferenças de cada um.
entre outras) em computadores e ta- • Oportunizar contextos em que os
blets. car em um índice o número da página em que • Exploração e participação de dife- ambientes, espaços e materiais favo-
está o texto a ser lido, usar a ilustração como rentes formas de interações com reçam o jogo simbólico e diferentes
indício para lembrar uma passagem do texto, pares e grupos sociais diversos. formas expressivas.
entre outros.
104 105
GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES) GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: O EU, O OUTRO E O NÓS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS

Contextos que favorecem as


Objetivos de aprendizagem e Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as aprendizagens Ações intencionais do professor que
aprendizagens das crianças
desenvolvimento favorecem essas aprendizagens desenvolvimento das crianças pequenas favorecem essas aprendizagens
pequenas
• Participação ativa nas tomadas de • Oportunizar situações de investiga- • Participação de brincadeiras regionais, tradicio- • Apoiar as crianças em suas ações,
(EI02CG01) Apropriar-se de nais, de outras culturas, outros tempos e daque-
decisões, tanto daquelas ligadas ao ção e vivências, ampliando os sabe- interagindo a partir de seus gestos e
gestos e movimentos de las já conhecidas pela criança e seus familiares. expressões.
cuidado de si e do ambiente, como res sobre os diversos grupos sociais sua cultura no cuidado de si
as relativas às situações propostas e outros modos de vida, de maneira a • Exploração de diversas formas de deslocamen- • Possibilitar às crianças a exploração
pelo professor e às decisões da es- se perceber e reconhecer as marcas e nos jogos e brincadeiras. to, tais como: pular, saltar, correr, abaixar, rolar, cotidiana do espaço e de seu corpo

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
cola. culturais dos grupos. arrastar, subir, descer, agachar, adentrar, sair, com crescente domínio dos seus
(EI02CG02) Deslocar seu entre outros, em contextos de brincadeiras.
• Expressão de suas necessidades, • Incentivar, valorizar e respeitar as dife- corpo no espaço, orientan- movimentos.
• Brincadeiras com diferentes jogos que envol-
IN FA N TIL

emoções, sentimentos, dúvidas, renças e trocas de experiências entre do-se por noções, como: • Oportunizar no cotidiano diversas
hipóteses, descobertas, opiniões e as crianças. vam marcações no ambiente, explorando per-
em frente, atrás, no alto, cursos motores e noções, como: perto, longe, brincadeiras e interações com dife-
oposições, ao seu grupo e adultos, embaixo, dentro, fora, entre rentes manifestações culturais.
por meio de diferentes linguagens. • Planejar contextos nos quais tenham em cima, embaixo, frente e atrás.
a oportunidade de conviver, em gran- outras, aperfeiçoando seus
• Experimentação de diferentes movimentos, por • Proporcionar brincadeiras regionais,
• Participação de situações que fa- des e pequenos grupos, de argumen- recursos de deslocamento e meio da observação e imitação de seus pares, tradicionais, de outras culturas, ou-
voreçam o conhecimento e a cons- tar e negociar. ajustando suas habilidades criando sua própria coreografia, ao som de mú- tros tempos e daquelas já conheci-
trução de sua identidade pessoal e motoras, ao se envolver em sicas de gêneros diversos. das pelas crianças e seus familiares.
cultural. • Atentar-se para que o tempo, espaços, brincadeiras e atividades de
materiais e formas de comunicação, • Participação em diferentes contextos de jogos • Proporcionar momentos de aprecia-
diferentes naturezas.
E DU C AÇ ÃO

atendam e respeitem as especificida- simbólicos, reproduzindo gestos, entonações e ção de diversas danças e teatros,
des do grupo. expressões de animais, personagens, adultos e incentivando a investigação de di-
(EI02CG03) Explorar formas outras crianças, utilizando adereços, fantasias e
de deslocamento no espaço ferentes possibilidades expressivas
posturas corporais. das crianças.
(pular, saltar, dançar), com- • Brincadeiras com diversos jogos de construção,
binando movimentos e se- explorando, a seu modo, as propriedades dos • Organizar espaços internos e exter-
guindo orientações. diferentes tipos de materiais e experimentando nos que favoreçam as crianças a se
ações, como encaixar, empilhar, equilibrar, entre movimentarem, explorando as possi-
(EI02CG04) Demonstrar outras. bilidades e limites do próprio corpo,
progressiva independência como na criação de circuitos, entre
• Exploração, em situações cotidianas, de expe- outras propostas, utilizando mate-
DA

no cuidado do seu corpo,

ET Á R IOS
riências que promovam a ampliação e sofis- riais diversos: caixas, pneus, tecidos,
encontrando soluções para ticação de suas habilidades manuais, como entre outros.
resolver suas necessidades segurar, empilhar, encaixar, lançar, amassar,
CURRÍCU L O

pessoais e pedindo ajuda, desmontar, rasgar, picotar, modelar, folhear, pin- • Organizar a presença de objetos e
quando necessário. tar, desenhar, entre outros. cenários marcados pela cultura em
• Participação, de forma ativa, de momentos brincadeiras de faz de conta (mobi-
(EI02CG05) Desenvolver que envolvam cuidados pessoais, como calçar liário de casinha, carrinho, fantasia)
progressivamente as habi- meias e sapatos, vestir o agasalho, assoar o na- e/ou utilizados por adultos em seu
lidades manuais, adquirin- riz, lavar as mãos, entre outras ações, de forma cotidiano (vestimentas, bolsas, aces-

GRU POS
do controle para desenhar, segura e significativa, seja de modo individual sórios, telefones, panelas, potes, em-
ou interagindo e partilhando descobertas com balagens).
pintar, rasgar, folhear, entre
outros, explorando mate- seus pares. • Proporcionar diversidade de mate-
riais, objetos e brinquedos • Exploração, em contextos de brincadeiras, de in- riais, estruturados ou não, que possi-
diversos. terações e investigações de materiais, estrutu- bilitem às crianças explorar diferen-
rados ou não, possibilitando a experimentação tes objetos e experimentar variados
(EI02CG06) Participar da dos diferentes modos de brincar, criando seus modos de brincar com o material.
construção de diferentes próprios brinquedos, entre outros. • Organizar contextos em que as
brinquedos tradicionais, • Participação, em situações cotidianas, de diver- crianças produzam desenhos e pin-
com o auxílio de um adulto. sas brincadeiras que promovam as interações turas, por meio de diferentes formas
com diferentes manifestações culturais. de expressão, como rasgar, folhear,
• Participação, em contexto de construção, a seu entre outros, explorando materiais,
modo, de diferentes brinquedos tradicionais que objetos e brinquedos diversos.
façam parte de suas vivências, do seu grupo e
de suas famílias.
• Participação, a seu modo, de contextos nos
quais possam ampliar suas possibilidades de
expressão e controle, por meio da produção de
desenhos, pinturas, rasgando, folheando, entre
outros, explorando materiais, objetos e brinque-
dos diversos.

106 107
GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES) GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as aprendizagens Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que
desenvolvimento das crianças pequenas favorecem essas aprendizagens desenvolvimento aprendizagens das crianças pequenas favorecem essas aprendizagens

(EI03TS01) Utilizar sons • Participação de contextos de exploração e • Organizar e selecionar instrumentos mu- • Exploração de materialidades e expressão • Organizar contextos de investigação, se-
criação de sons, com objetos sonoros e ins- sicais que possibilitem a investigação e (EI03ET01) Estabelecer re-
produzidos por materiais, lações de comparação entre de percepções em relação a tamanhos, lecionando previamente materiais que
trumentos musicais. exploração de diversos sons. pesos, volumes e temperaturas, como: favoreçam a comparação entre tamanho,
objetos e instrumentos mu- objetos, observando suas
sicais e pelo próprio corpo • Brincadeiras para a percepção da linguagem • Criar contextos nos quais as crianças, a ao manusear ingredientes de uma receita peso, volume e temperatura, ao explorar
musical, aprendendo a ouvir o som e o si- seu modo, explorem e investiguem ins- propriedades e registrando culinária, massas, melecas, materiais não ingredientes de uma receita, brincar com
durante brincadeiras de faz

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
lêncio, reconhecendo a diferença entre eles. trumentos musicais e objetos sonoros, dados relativos a tamanhos, estruturados, entre outros. materiais não estruturados e diferentes
de conta, encenações, cria- e percebam elementos da linguagem pesos, volumes e tempera- materialidades.
ções musicais, festas. • Exploração e produção de sons com o pró-
prio corpo, ampliando as possibilidades de musical. turas. • Brincadeiras em situações de jogo sim-
IN FA N TIL

bólico e exploração de diferentes instru- • Observar, acompanhar e analisar as inves-


(EI03TS02) Expressar-se expressão corporal. • Oportunizar a construção de objetos tigações das crianças durante as brincadei-
sonoros e instrumentos musicais, ofere- mentos de medidas e registros de nú-
livremente por meio de de- • Criação de objetos sonoros, explorando e (EI03ET02) Observar e des- meros, relacionando às suas respectivas ras, organizando o ambiente, considerando
pesquisando diversos sons, valorizando a cendo a possibilidade de escolha de uso crever mudanças em dife- materiais que apoiem as descobertas rela-
senho, pintura, colagem, do- de materiais diversos. quantidades (balanças, copos medidores,
riqueza sonora do seu projeto, na utilização rentes materiais, resultan- seringas, receituário, agenda, blocos de cionadas ao peso, medida, volume (diferen-
bradura e escultura, criando • Oportunizar contextos em que as crian- tes tipos de balanças, fita métrica, réguas
e no acompanhamento de músicas escolhi- tes de ações sobre eles, em anotação, entre outros).
produções bidimensionais e das, preferidas, entre outras. ças possam, a seu modo, utilizar obje- de diferentes tamanhos, trena, copos medi-
tridimensionais. experimentos, envolvendo
• Brincadeiras e experimentação de diferen- tos sonoros e instrumentos musicais no • Participação em situações cotidianas de dores e outros instrumentos convencionais
acompanhamento de diversas músicas, fenômenos naturais e arti- ou não).
tes produções sonoras na criação e compo- brincadeiras e investigação, nas quais são
(EI03TS03) Reconhecer as histórias sonorizadas, encenações, cria- ficiais.
E DU C AÇ ÃO

sição de sequência de sons. desafiadas a resolver problemas, estimar • Oportunizar contextos significativos, desa-
qualidades do som (intensi- ção musical, entre outras. quantidades de materiais e de tempos,
• Exploração da improvisação musical e so- fiadores e em situações do cotidiano, nos
dade, duração, altura e tim- • Incentivar a exploração de sons produ- (EI03ET03) Identificar e envolvendo contextos em que precisam quais as crianças classifiquem materiais e
bre), utilizando-as em suas norização de histórias, expressando-se, saber quantos dias faltam para uma situ-
exercitando sua imaginação e capacidade zidos pelo próprio corpo, em momentos selecionar fontes de infor- objetos, como ao propor a organização do
produções sonoras e ao ou- de brincadeiras, jogos musicais e histó- mações, para responder a ação significativa à turma, quantos mate- ambiente, incentivando-as para agrupá-los
de criação. riais são necessários para que sejam dis-
vir músicas e sons. rias sonorizadas. questões sobre a natureza, por similaridades.
• Investigação, nos elementos da natureza e tribuídos ao grupo, entre outros.
nos objetos da instituição, de diferentes tim- • Oportunizar contextos de apreciação de seus fenômenos, sua con- • Garantir contextos de compartilhamento
(EI03TS04) Analisar apre- canções, explorando os elementos do
bres, compartilhando sua pesquisa sonora. servação, utilizando, com • Participação de contextos em que com- de histórias que envolvam as crianças, sua
sentações de teatro, músi- som (timbre, intensidade, duração e al- família e comunidade, por meio de obje-
• Interação, de forma espontânea, com a mú- ou sem ajuda dos professo- partilhem e conheçam histórias que en-
ca, dança, circo, cinema e tura) e a percepção musical. volvam a si mesmas, outras crianças, tos significativos, fotos, vídeos, relatos de
sica, em brincadeiras que explorem as dife- res, diferentes instrumentos
DA

outras manifestações artís- familiares e/ou alguém da comunidade,

ET Á R IOS
rentes qualidades do som (timbre, intensida- • Valorizar a improvisação e composição para coleta. suas famílias e comunidade, por meio
ticas de sua comunidade e de sequências de sons criadas pelas da investigação e interação com objetos como avós e bisavós, em contextos de in-
de outras culturas, expres- de, duração e altura). vestigação (brinquedos e brincadeiras de
crianças. significativos, como fotos, vídeos, relatos
CURRÍCU L O

sando sua opinião verbal- • Exploração de diversos riscantes, instru- (EI03ET04) Registrar ob- de familiares e/ou alguém da comunida- antigamente, história da culinária local, en-
mentos, suportes, materiais estruturados • Oportunizar contextos de exploração e
mente ou de outra forma. investigação de materiais diversos (ris- servações, manipulações e de, como avós e bisavós, brinquedos e tre outros).
ou não, em espaços internos e externos, por medidas, usando múltiplas brincadeiras de antigamente, história da
meio de oficinas de percursos, criando pro- cantes, instrumentos, suportes, tesoura, • Assegurar que as crianças participem, de
cola, entre outros) e não estruturados linguagens (desenho, regis- culinária local, entre outros. forma ativa, de situações cotidianas que en-
duções bidimensionais e tridimensionais. tro por números ou escrita
(caixas, tecidos, plástico, entre outros), • Participação, em situações cotidianas, de volvam a distribuição de materiais, apoian-
• Participação, a seu modo, de contextos nos em espaços internos e externos da es- espontânea), em diferentes do suas investigações, por exemplo: quanto

GRU POS
quais possam ampliar suas possibilidades brincadeiras e interações, investigando a
cola, por meio de oficinas de percursos suportes. relação dos números e quantidades com à quantidade de crianças e materiais, incen-
de expressão, por meio da produção de de- (pintura, desenho, colagem, escultura tivando que registrem com números.
senhos de memória, imaginação e observa- a organização do tempo, por exemplo: o
modelagem/construção). que vem antes e o que vem depois. • Disponibilizar às crianças portadores nu-
ção, entre outras possibilidades de expres- (EI03ET05) Classificar obje-
• Criar contextos nos quais as crianças, a tos e figuras de acordo com méricos, medidores convencionais, papéis
são. seu modo, criem produções bidimensio- • Brincadeiras em situações de jogo simbó-
suas semelhanças e dife- e lápis em diferentes espaços da Instituição
• Apreciação de suas próprias produções, dos nais e tridimensionais. lico nas quais investiguem a relação do de Educação Infantil e no jogo simbólico,
colegas e de imagens de manifestações ar- renças, identificando suas número e da quantidade, como: brincar que instiguem a investigar a relação dos nú-
• Organizar momentos em que as crian- formas e características,
tísticas e culturais. ças, a seu modo, produzam desenhos de de comprar e vender com dinheiro de brin- meros com suas respectivas quantidades,
• Expressão de suas ideias e opiniões, por memória, imaginação e observação. em situações de brincadei- quedo, comprar a partir de uma quantida- registrar com números e quantidades, a seu
meio das múltiplas linguagens. ra, observação e explora- de registrada numa lista, entre outros. modo, em contextos de brincadeira, como:
• Organizar contextos de apreciação das
• Participação de diferentes formas da apre- produções das crianças e/ou imagens ção. em listas de preços, calculadoras, balan-
• Participação em situações cotidianas de ças, telefone, relógio, calendário, agendas
ciação e criação de produções artísticas e fotográficas do processo vivenciado. brincadeiras e investigação, nas quais te-
sonoras. (EI03ET06) Relatar fatos e nas brincadeiras de mercadinho, pizzaria,
• Promover contextos para apreciação de nham oportunidade de observar e explo- sorveteria, pet shop, entre outras.
• Participação de manifestações artísticas e suas próprias produções, das que são importantes sobre seu nas- rar materiais e suas características, clas-
culturais da região e de outros lugares. dos colegas e de imagens de manifesta- cimento e desenvolvimento, sificando-os na organização do ambiente, • Oportunizar, em contextos e em situações
• Investigação e criação de formas de expres- ções artísticas e culturais. a história dos seus familia- em coleções, entre outros. cotidianas, experiências que envolvam
sões, utilizando o próprio corpo, objetos e contagem, apoiadas nas investigações da
• Promover contextos que oportunizem res e da sua comunidade, • Conhecimento de sua história, de sua criança, como: quando há a necessidade de
instrumentos musicais, em brincadeiras, as manifestações artísticas e culturais observando a cronologia, o família e dos colegas, em contextos de
encenações, música, dança, entre outros, contar quantos dias faltam para uma situ-
da região e de outros lugares, por meio local e quem participou des- interações no ambiente da instituição, ação significativa da turma, se há cadeiras
envolvidas em diferentes manifestações ar- das múltiplas linguagens (encenações, ses acontecimentos. expressando suas vivências e percepções
tísticas e culturais. suficientes para acomodar a todos no refei-
pintura, escultura, entre outros). dos acontecimentos. tório, entre outros.
108 109
GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES) GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO

Objetivos de aprendizagem e Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que Objetivos de aprendizagem Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que
desenvolvimento aprendizagens das crianças pequenas favorecem essas aprendizagens e desenvolvimento aprendizagens das crianças pequenas favorecem essas aprendizagens

(EI03ET07) Relacionar nú- • Participação da elaboração de gráficos • Oportunizar às crianças a participação na (EI03EF01) Expressar • Expressão de vivências e sentimen- • Oportunizar momentos nos quais as crianças
e tabelas, representando quantidades, elaboração de gráficos e tabelas para re- tos, por meio de diferentes lingua- sejam convidadas a expressar suas ideias, de-
meros às suas respectivas ideias, desejos e sentimen- sejos e sentimentos, por meio das múltiplas
quantidades e identificar o em situações cotidianas de brincadeira presentar quantidades, como resultados de tos sobre suas vivências, gens, como a verbal, escrita braile,
e investigação. jogos, quantidade de crianças presentes, linguagem de sinais, imagens, escrita, linguagens, por exemplo: desenho, escrita, lin-
antes, o depois e o entre em resultados de processos democráticos de por meio da linguagem guagem verbal, entre outros.
entre outros.
uma sequência, utilizando a • Exploração de diferentes fontes, investi- oral e escrita (escrita es-

• O B J E T IV O S, C O N TE X T OS E AÇÕE S
decisões coletivas por votação, entre ou- • Respeitar a forma de participação das crianças,
linguagem matemática para gando informações, confrontando suas tros. pontânea), de fotos, dese- • Participação de contextos nos quais ao expressar suas ideias, desejos e sentimen-
construir relações, realizar hipóteses e expressando suas percep- nhos e outras formas de produzam, a seu modo, enredos de tos, a partir de uma escuta e observação atenta
• Promover contextos significativos em que
IN FA N TIL

descobertas e enriquecer a ções. expressão, ampliando gra- história e/ou encenações, expres- de suas características e necessidades.
as crianças sejam convidadas a registrar sando-se por meio das múltiplas lin- • Assegurar o contato diário com diferentes por-
comunicação em situações • Expressão e registro de suas obser- suas observações, hipóteses, descobertas dativamente suas possibi-
de brincadeiras e intera- lidades de comunicação e guagens, como filmagens, fotos, de- tadores textuais, em situações de leitura de his-
vações, hipóteses e descobertas, nas e investigações, por meio de diferentes senhos, escrita, teatro, música, entre
ções. situações do cotidiano e em contexto linguagens (fotografia, desenho, filmagem, expressão. tórias, brincadeira de jogo simbólico, em pes-
outras. quisas e investigações, entre outras.
de investigação, por meio diferentes escrita espontânea, entre outros).
(EI03ET08) Expressar medi- linguagens (fotografia, desenho, filma- • Promover situações cotidianas em que as (EI03EF02) Inventar brin- • Participação de situações de recon- • Oportunizar momentos nos quais as crianças
das (peso, altura, entre ou- gem, escrita espontânea, entre outros). crianças participem de cuidados com a na- cadeiras cantadas, poe- to de histórias fictícias ou verídicas possam ser produtoras de textos escritos, ten-
tras), construindo gráficos e • Participação de situações de cuidado tureza e com os seres vivos, como horta, mas e canções, criando ri- como aquelas que se destacam nas do o professor como escriba, garantindo senti-
do e significado a essa produção, por exemplo,
E DU C AÇ ÃO

tabelas básicos, utilizando com o meio ambiente (uso consciente minhocário, entre outros. mas, aliterações e ritmos. manchetes dos jornais, vivenciando
da água, da energia elétrica, dos mate- o personagem da matéria ou da his- como forma de compartilhar saberes construí-
unidades de medidas con- • Assegurar situações cotidianas de contato dos, a fim de registrar hipóteses, descobertas,
riais; descarte correto do lixo, reutiliza- (EI03EF03) Escolher e tória.
vencionais ou não conven- com a natureza, explorando os espaços da dúvidas, para comunicar algo, entre outros.
cionais. ção de materiais, cuidando das plantas Instituição de Educação Infantil (parque, folhear livros, procuran- • Participação de contextos de recon- • Promover situações de escrita significativa,
e da horta, entre outros) e preservação tanque de areia, jardins, quadra, solário, en- do orientar-se por temas tos de histórias conhecidas, exploran-
da natureza (campanhas de conscienti- tre outros) e do entorno (praças, canteiros, e ilustrações e tentando comunicando a função social do gênero e suas
(EI03ET09) Valorizar e co- do desafios, como: mudar o cenário características, por exemplo: combinados para
zação, por exemplo). jardins, campos, entre outros), apoiando as identificar palavras conhe- da história, onde se passam as aven-
nhecer o uso de alguns investigações das crianças, disponibilizan- uso de espaços coletivos, bilhetes, entre outros.
• Participação em situações cotidianas cidas por meio de indícios turas, alterar detalhes que envolvam
recursos tecnológicos e mi- do materiais, como lupas, pás, binóculos, questões temporais, trocar os perso- • Incentivar as crianças, durante a produção de
de investigação, observando e levan- fornecidos pelos textos.
diáticos, selecionando-os, entre outros. nagens principais, decidir, em conjun- textos, que coloquem em jogo seus conheci-
tando suas hipóteses sobre o efeito de
DA

de forma intencional, como mentos sobre os gêneros textuais e os modos

ET Á R IOS
fenômenos naturais (chuva, vento, luz) • Oportunizar contextos de investigação de (EI03EF04) Recontar his- to com seus pares, um novo final para
ferramentas que apoiem fenômenos naturais, em situações cotidia- a história, criar desfechos diferentes. de expressão, por exemplo: um livro de receitas,
e de suas ações, por exemplo: ao aguar tórias ouvidas e planejar uma coletânea das canções preferidas da tur-
suas investigações, repre- as plantas da horta, ao separar o lixo or- nas, como os relacionados às mudanças
CURRÍCU L O

coletivamente roteiros de • Participação, de forma ativa, da cria- ma, regras de um jogo criado pelo grupo, entre
sentações e/ou narrativas. gânico e o reciclável, entre outros. climáticas (dias de chuva, ventanias, entre vídeos e de encenações, ção de rimas e composição de can- outros.
outros).
• Investigação, em situações cotidianas, definindo e descrevendo ções, em brincadeiras e jogos, como • Proporcionar contextos lúdicos, propondo às
nos espaços de natureza da instituição • Convidar as crianças a representar relações os contextos, os persona- rima ou combina. crianças brincadeira com ritmos, rimas e sono-
ou do entorno (jardins, parques, hortas), espaciais nas situações cotidianas e em gens, a estrutura da histó- ridade de trechos/textos conhecidos ou inven-
sendo desafiadas a expressar suas im- brincadeiras, como em mapas com a orga- ria, observando a sequên- • Exploração e investigação das sono- tados, elaborados em grupo ou individualmen-

GRU POS
pressões sobre fenômenos naturais, nização dos espaços da instituição para a ridades das palavras, criando suas te.
mostra cultural, mapa de caça ao tesouro, cia da narrativa.
como mudanças climáticas. próprias rimas, aliterações e ritmos, • Envolver as crianças na organização de espa-
entre outros. divertindo-se com seus inventos.
• Investigação, em contextos de brin- (EI03EF05) Recontar histó- ços de leitura da instituição, como na seleção
• Interagir com as crianças, apoiando suas rias ouvidas para produção dos textos e livros que irão compor o acervo da
cadeiras e situações cotidianas, fenô- investigações por meio de boas perguntas • Investigação da composição das pa-
menos como a mudança do estado da de reconto escrito, tendo o lavras e sons, vivenciando momentos sala.
e disponibilizando materiais que favoreçam
água (líquido, sólido e gasoso), objetos a continuidade de sua experiência (binócu- professor como escriba. de leitura de textos poéticos. • Garantir o direito da criança de escolher os tex-
que boiam e afundam, entre outros. los, lunetas, lupas, livros, acesso à internet, tos e livros que deseja ler em momento de livre
(EI03EF06) Produzir suas • Escolha e opinião sobre os livros e escolha e fora do ambiente escolar.
• Exploração dos espaços da instituição, entre outros) e o registro (máquina fotográ- textos que irão compor o acervo, ma- • Garantir diariamente a leitura literária de varia-
investigando os percursos que podem fica, filmadora, lápis e papel). próprias histórias orais e nifestando suas preferências.
escritas (escrita espontâ- dos gêneros textuais (em diferentes suportes).
ser realizados de um lugar a outro, con- • Oportunizar contextos nos quais as crian-
siderando diferentes pontos de referên- ças possam brincar e explorar recursos nea), em situações com • Participação das situações diárias de • Incentivar que as crianças participem da leitura
cias. tecnológicos e midiáticos, como: câmeras função social significativa. leitura literária realizadas pelo profes- de textos e livros conhecidos, encorajando-as
fotográficas reais ou de faz de conta, pro- sor. a recontarem partes das histórias, fazendo uso
• Participação de contextos nos quais fa- jeção de imagens compondo cenários, ta- (EI03EF07) Levantar hi- de indícios, como a memória, as ilustrações,
zem uso de recursos tecnológicos e mi- blets e computadores, entre outros. • Participação de contextos nos quais, tema, entre outros.
póteses sobre gêneros
diáticos, em situações de brincadeiras, a seu modo, possam fazer uso de es- • Oportunizar momentos nos quais as crianças
investigação e pesquisa. • Organizar contextos provocadores de in- textuais veiculados em tratégias de leitura para reconhecer
vestigações, nos quais os recursos tecno- portadores conhecidos, re- sejam convidadas a relatar oralmente fatos e
palavras de seu repertório estável, acontecimentos lidos em livros/textos ou vivi-
lógicos e midiáticos possam ser utilizados correndo a estratégias de como nome dos colegas, propostas
como fontes para encontrar informações dos na escola e fora dela, garantindo que todas
observação gráfica e/ou do cotidiano, títulos de histórias, entre possam colocar suas opiniões, hipóteses e
ou construir novos conhecimentos. de leitura. outros. ideias acerca do assunto.

110 111
GRUPO ETÁRIO: CRIANÇAS PEQUENAS (4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO

Objetivos de aprendizagem Contextos que favorecem as Ações intencionais do professor que


e desenvolvimento aprendizagens das crianças pequenas favorecem essas aprendizagens

(EI03EF08) Selecionar li- • Participação da produção de texto • Oportunizar momentos nos quais as crianças
oral com destino escrito (as crianças sejam convidadas a recontar histórias conheci-
vros e textos de gêneros das com e sem o apoio dos livros e imagens,
conhecidos para a leitura ditam para o professor escrever), em
situações significativas, como escrita favorecendo que elas possam se atentar à se-
de um adulto e/ou para de diferentes textos de sua preferên- quência narrativa.
sua própria leitura (partin- cia.
do de seu repertório sobre • Proporcionar contextos nos quais as crianças
sejam incentivadas a escrever o próprio nome,
esses textos, como a re- • Exploração de diversos portadores de como para identificar as próprias produções,
IN FA N TIL

cuperação pela memória, textos, investigando suas característi- seus pertences, a organização de grupos, entre
pela leitura das ilustra- cas gráficas. outros.
ções, etc.).
• Expressão, por meio da escrita, de • Garantir uma variedade de recursos para a pro-
forma convencional ou não, em situa- dução escrita da criança com letras móveis,
(EI03EF09) Levantar hipó- ções cotidianas, como o registro para lousa mágica, tablet e outros recursos que fa-
teses em relação à lingua- não esquecer, para comunicar ideias, voreçam que ela possa, durante sua produção e
gem escrita, realizando para expressar preferências pessoais, investigação sobre a escrita, trocar as letras de
registros de palavras e entre outras. lugar, apagar, deletar e começar de novo.
E DU C AÇ ÃO

textos, por meio de escrita


espontânea. • Participação de situações cotidia- • Garantir que estejam acessíveis às crianças
nas, investigando como escrevem textos conhecidos do contexto do grupo, que
seu nome e o nome dos colegas, ao sirvam de referências para suas investigações
identificar pertences, registrar os aju- sobre a escrita e leitura.
dantes do dia, os colegas que estão • Criar contextos significativos, nos quais as
participando de uma brincadeira, que crianças sejam convidadas a expressar o que
escolheram um livro, entre outras pos- sabem e pensam sobre a escrita e leitura.
sibilidades.
• Planejar contextos de aprendizagem que sejam
• Participação de situações de escrita, possíveis e ao mesmo tempo desafiadores,
DA

colocando suas hipóteses em ação, para que elas avancem em seus conhecimen-
em situações significativas. tos.
CURRÍCU L O

• Envolvimento na produção e reescrita • Organizar contextos de investigação sobre a


de textos literários ou outros gêne- escrita nos quais as crianças possam trocar
ros, em contextos que façam sentido, ideias e conhecimentos com os colegas, em
participando da escolha desses ma- agrupamentos.
teriais, tendo o professor como es- • Organizar ambientes e materiais que convidem
criba, observando o comportamento as crianças a fazer uso, em suas brincadeiras e
escritor. investigações, da leitura e escrita com sentido
• Vivência em situações de escrita com e significado, como dispor de suportes de escri-
função social real, como de convites tos apropriados a cada contexto do cotidiano,
para eventos, combinados e regras como no jogo simbólico, nas brincadeiras, nos
das brincadeiras. espaços externos.
• Instigar e incentivar as crianças a ler e escrever
• Exploração dos recursos digitais dis- do seu próprio jeito, ajudando-as a atrelar senti-
poníveis nos computadores e tablets, do a sua intenção de comunicação escrita.
para escrever listas de palavras do
seu interesse e textos de memória, • Garantir ambientes organizados com livros e
segundo suas hipóteses. outros portadores textuais, que estejam acessí-
veis às crianças, favorecendo que elas possam
• Participação da produção de material fazer escolhas, interagir, mobilizar saberes, re-
audiovisual sobre suas descobertas, lembrando as histórias conhecidas e criar no-
vivenciando questões ligadas às ca- vas narrativas, cenários, vivência de papéis e
racterísticas desse recurso midiático, conhecimentos por meio dessa relação.
aprendendo tanto sobre a ferramenta,
quanto sobre a situação comunicativa • Preparar um ambiente aconchegante para as
em si. crianças ouvirem histórias, dispondo de tape-
tes, almofadas, tecidos, tanto na sala quanto
na área externa, em cabana ou embaixo de uma
árvore, por exemplo.

112
6.1 Aprender Assim como o brincar, interagir é uma
das formas pelas quais a criança elabora
brincando,
sua compreensão do mundo, o que se dá a
interagindo e partir do momento em que a criança tem a
investigando em oportunidade de agir de forma comparti-
contextos reais lhada. As interações com os adultos devem
estar alicerçadas em condições de vínculo
A criança, desde que nasce, aprende estável e seguro para que a criança realize
sobre o mundo, as relações, as pessoas e so- explorações e descobertas. As interações

PARTE 6
bre si mesma em contextos sociais e cultu- com as outras crianças de igual ou diferen-
rais reais. tes idades favorecem o desenvolvimento de

Promovendo
Os contextos que vão ao encontro dos conhecimentos, confrontos, reformulações,
compromissos da vida real, proporcionam à elaborações e ampliação de suas hipóteses.
criança a reflexão para a tomada de decisão As interações com o espaço e o ambiente,

contextos de
e o apoio para fazer suas escolhas, pautados organizados de forma provocadora, poten-
nas experiências sociais e culturais, poden- cializam as experiências da criança, pois é
do ser encontrados nas brincadeiras, nos jo- no espaço que ela age, movimenta seu pró-

aprendizagem
gos de imitação, no faz de conta, na criação prio corpo e investiga aquilo que desperta
de enredos e nas narrativas. seu olhar e sua curiosidade.

O respeito incondicional ao brincar, Investigar oportuniza à criança des-


a interação e a investigação estão entre os cobrir o mundo. Desde muito cedo, ela faz
mais importantes compromissos da Edu- investigações ao manipular e explorar ma-
cação Infantil, por serem eixos de susten- teriais ou ao observar situações cotidianas
Organizar tempos, espaços e situações que provoquem e pos- tação de toda prática educativa. Promovem para compreender sua realidade. Ela pos-
sibilitem a brincadeira, a interação e a investigação é uma forma à criança a experiência inaugural de sentir sui uma série de perguntas genuínas, sobre
de potencializar as estratégias utilizadas pela criança para que se o mundo e experimentar-se, de aprender a vida: quer saber quem ela é, quem são as
desenvolva integralmente. Diante dos contextos reais do cotidiano a criar e produzir linguagens por meio do pessoas a sua volta, o que são as coisas com
infantil, que fazem sentido para a criança, é fundamental plane- exercício lúdico da liberdade de expressão. que interage e como elas funcionam. Ao
jarmos e mediarmos situações nas quais o brincar, o interagir e o investigar em contextos sociais, culturais
investigar estejam presentes. Brincar é uma das principais formas e afetivos, enriquecidos de oportunidades,
de elaboração do mundo, de compreensão ela faz suas descobertas, soluciona proble-
dos papéis sociais, dos valores e das rela- mas cotidianos, desenvolve a capacidade de
ções entre as pessoas. A brincadeira é in- saber observar, formular questões, hipóte-
substituível e fundamental para o proces- ses, saber buscar ou construir verificações,
so de aprendizagem e desenvolvimento da criar alternativas, permitindo conhecer a si
criança. Brincar cotidianamente traz a pos- e ao outro, bem como garante a ela o direito
sibilidade de a criança vivenciar situações de ser protagonista e (co)construtora de sua
de aprendizagem em contextos provocado- aprendizagem.
res e ricos em oportunidades. Atuar de for-
ma coerente na Educação Infantil envolve Sendo assim, faz-se necessário cons-
proporcionar à criança tempos, espaços e truir, no cotidiano da Educação Infantil,
ambientes de brincar. contextos de aprendizagens baseados em
práticas sociais e culturais reais, nos quais
114 115
haja equilíbrio nas ações que são iniciadas dizagem, construção e reconstru-
pelas crianças e pelos adultos. ção de ideias, refletindo sobre no-
vas maneiras de fazer sentido ao
Para garantir contextos de aprendiza-
mundo.
gens nos quais a criança possa aprender
brincando, é papel do professor: • Considerar o desenvolvimento
integral da criança, validando as
• Oportunizar a vivência de variadas inúmeras habilidades por meio de
situações de contextos sociais reais desafios possíveis, acompanhando
da criança por meio do jogo sim- e incentivando-a na exploração,
bólico, possibilitando acesso aos contribuindo com o desenvolvi-
diversos materiais estruturados ou mento de novas competências.
não, elementos importantes de re-
• Praticar a escuta ativa e inspira-
presentação, que possibilitam a ex-
da na estimulação do diálogo, da
pressão corporal, mantendo como
(co)ação e da (co)construção de
foco a observação das reações e ati-
conhecimento da criança, estrutu-
tudes próprias da espontaneidade
rando de forma plena as ideias e o
da criança.
que a criança traz de suas vivên-
• Favorecer o desenvolvimento de cias.
Foto: IMI “Prof.ª Anjela Maria de Souza Alves” competências em todos os sen- Foto: NEI “Prof.ª Silvia Helena de Sousa”
• Envolver a criança na tomada de
tidos: social, físico, cognitivo e
decisões, oportunizando que esco-
emocional, colocando-se de modo possa explorar diversos materiais,
lha o que irá fazer, encorajando-a
sensível e participativo diante da fazer descobertas por meio de pro-
em seus esforços e tentativas de
experiência do brincar, para que a cessos investigativos, contribuin-
comunicação, uma vez que a des-
criança amplie cada vez mais sua do para o professor compreender
coberta intelectual é um processo
autonomia, buscando suas pró- como a criança cria vínculos au-
essencialmente social.
prias soluções, aprendendo novas tônomos de liberdade expressiva,
formas de brincar. • Validar as iniciativas da criança, cognitiva, simbólica e comunicati-
buscando seus interesses, procu- va.
• Estabelecer relações seguras e for-
rando ver as situações a partir da
talecedoras, por meio das brinca- • Instigar o raciocínio por meio de
perspectiva da infância, envolven-
deiras que emergem de ideias e in- perguntas, ampliando as ideias e
do-se nas brincadeiras, com olhar
teresses da criança, desenvolvendo desafiando o pensamento da crian-
sensível ao cotidiano, ampliando
sentimento de pertença, construin- ça, para que possa construir cone-
a autoconfiança em todas as suas
do um clima coletivo que estimule xões entre as experiências em casa,
ações, nutrindo-a de valores im-
a criança na tomada de decisões. na Instituição de Educação Infantil
portantes da cultura à qual perten-
Para garantir contextos de aprendiza- e outros lugares.
ce.
gens nos quais a criança possa aprender • Possibilitar à criança compartilhar
Para garantir contextos de aprendiza-
interagindo, cabe ao professor: experiências e aprender sobre o
gens nos quais a criança possa aprender
mundo, expressando ideias, ex-
• Envolver a criança ativamente com investigando, o professor precisa:
plorando e experimentando mate-
outros parceiros em contextos lú-
• Organizar contextos significativos riais, criando e refletindo sobre a
dicos e investigativos, para que
Foto: IMI “Prof.ª Anjela Maria de Souza Alves” e desafiadores, em que a criança nova aprendizagem.
construa relacionamentos, apren-
116 117
Para garantir contextos de aprendiza- • Formar relações autênticas com a 6.2 Organização pliar o universo de experiências da criança,
gens baseados em práticas sociais e cultu- criança, responder de forma aten- respeitando as formas de ela estar no mun-
dos ambientes,
rais reais, o professor precisa: ta aos seus interesses, propiciar do. O ambiente se faz pela ocupação e pe-
conversa individual, provocando espaços e materiais los sentidos que cria no espaço: a maneira
• Criar contextos de aprendizagem
novas indagações, perguntas e res- para apoiar a como os materiais estão dispostos, de ma-
instigantes para as diversas for-
mas de comunicação e expressão
postas verdadeiras. aprendizagem neira que a criança possa usufruir, propor-
ciona situações de desafios, mas também
infantil, planejando e organizando • Assumir abordagem de resolução
O termo espaço refere-se ao espaço oferece segurança e favorece o protagonis-
ambientes convidativos, que pos- de problema frente aos conflitos
físico, ou seja, aos locais destinados mo infantil.
sibilitem à criança fazer escolhas, interpessoais.
para a atividade, caracterizado pelos
ter iniciativa, apoiando ideias que • Apoiar as brincadeiras da criança, objetos, pelos materiais, pelo mobili- Os materiais orientam a ação da
emergem do interesse, com olhar observar e compreender o brincar ário e pela decoração. O termo am- criança, traz encantamento, favorece desco-
sensível à influência das experiên- biente refere-se ao conjunto do espaço bertas, investigações, inspiram brincadei-
e brincar junto com ela, e neste
cias sociais e culturais da criança. físico e às relações que se estabelecem ras, histórias.
movimento de “interação”, auxi-
no mesmo (os afetos, as relações in-
• Propiciar experiências que garan- liá-la a compartilhar suas ideias e terpessoais entre as crianças e adul-
tam o envolvimento da criança com pensamentos. tos, entre crianças e sociedade em seu
o meio ambiente, a conservação da conjunto). (FORNEIRO, 1998, p. 232)
• Oportunizar momentos de escuta
natureza e a ajudem na elaboração ativa e respeitar o tempo da crian-
Na Educação Infantil, o espaço é su-
de conhecimentos. ça, para que ela possa verbalizar
jeito ativo no processo de aprendizagem,
• Fortalecer o bem-estar da criança, suas experiências, suas descober-
pois ele orienta a ação da criança como um
senso de identidade e orgulho de tas durante as brincadeiras, suas
educador. Como brincante que é, suscita
seu patrimônio cultural, por meio pesquisas a partir de suas hipóte-
ritmos, propicia encontros, pesquisa e cria-
de conexões com pessoas, lugares ses.
ção de interações. A forma como é organi-
e linguagens • Evidenciar práticas que permitam zado potencializa a iniciativa, a autonomia,
Para garantir o equilíbrio das iniciati- aprender pelas experiências, em as relações sociais e contextualiza a história
vas do professor e da criança, faz se neces- que a brincadeira e a interação se que se quer construir. Ao falarmos de espa-
sário: façam presentes e sejam marcan- ço na unidade escolar, estamos pensando
tes, permitindo à criança encon- em todas as possibilidades que a instituição
• Ver o mundo do ponto de vista da trar, na Instituição de Educação possui: sala de referência, parque, refeitó-
criança, encorajando-a em seu es- Infantil, o que gosta, o que faz rio, pátio, solário, banheiros, entre outros.
forço e tentativa de comunicação. Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Barboza Pedroza”
sentido para ela, pois a escola deve
• Estar atento à iniciativa da criança, ocupar um lugar de vida. O espaço tem o poder de organizar,
promover relacionamentos, propi- Nessa premissa, a organização dos
escutando suas ideias, ampliando • Valorizar os espaços, propiciando a ciar mudanças, promover escolhas, ambientes, espaços e materiais para apoiar
seu repertório, acolhendo seus in- leitura de mundo, com base no co- prover o potencial para estimular a a aprendizagem deve considerar:
teresses. nhecimento do ambiente imediato, aprendizagem social, afetiva e cog-
• Partilhar o controle entre o adulto organizando contextos de apren- nitiva. (KINNEY; WHARTON, 2009) • O compromisso no desenvolvi-
e a criança, incentivando e valori- dizagens que permita a escuta, o mento de uma cultura de investi-
O ambiente tem uma linguagem si- gação entre as crianças, a equipe
zando suas iniciativas, promoven- protagonismo, o empoderamento
lenciosa, porém, potente. Ele ensina como de trabalho e as famílias.
do o equilíbrio entre experiências da criança, sendo o professor res-
proceder, olhar, participar. Apresenta a
que emergem do cotidiano e expe- ponsivo pelo refinamento da rela- • A organização do ambiente de for-
concepção da infância, da educação, do
riências planejadas. ção da criança com o mundo. ma acolhedora, flexível, estetica-
cuidado. Quando o ambiente é organizado
mente organizado e agradável em
como um convite, dá a oportunidade de am-
118 119
sua atmosfera de apresentação, ação, e o encontro dos materiais garantir a ela o convite a:
proporcionando sentido de perten- com as mãos da criança, os quais
• Ser curiosa, entusiasmada, diver-
ça e de ser, permitindo construir se transformam num leque de pos-
tir-se, partilhar sua emoção, ex-
conexões entre as aprendizagens. sibilidades.
pressar sentimentos e manter seu
• As ações que favoreçam a criança a interesse em conhecer o mundo a
se sentir valorizada em suas diver- 6.2.1 O que o professor
sua volta.
sas habilidades sociais e culturais, considera para organizar
onde possa criar soluções múlti- os ambientes, espaços e • Envolver-se profundamente na

plas para suas ideias, possibilida- materiais aprendizagem e em situações que


são significativas, sentindo-se con-
des de concretização de um projeto A organização dos espaços e materiais fiante e competente.
e sustentação para potência de sua revela as concepções e valores acerca do
criação. • Fazer escolhas de acordo com o que
que se pensa sobre educação e infância na
interessa. É preciso que o espaço
• Um ambiente que traga segurança, Instituição de Educação Infantil. Para criar
ofereça opções, que tenha coisas
no qual o brincar aconteça sem ter ambientes propulsores de aprendizagem e
novas para conhecer, e ao mesmo
que responder a fórmulas preesta- desenvolvimento, é preciso considerar as
tempo que ofereça segurança para
belecidas, modelos estereotipados necessidades físicas, emocionais, sociais,
a exploração (FERRAZ, 2011).
e expectativas do meio, encorajan- cognitivas, próprias de cada idade, levan-
do a criança a se envolver, se ex- do em conta que a criança aprende com seu • Tomar decisões, sendo estas res-
Foto: EMEI “Prof.ª Rosana Scarpel da Silva”
pressar, liberar toda sua intensida- corpo todo e usa vários sentidos. peitadas, valorizadas, consideran-
de, desenvolver seu próprio ritmo do que as próprias crianças indi-
A forma como está organizado o es-
e suas características pessoais. cam aquilo que as interessa, às
paço e os materiais é determinante para as
desafia, e isto pode oferecer dicas
• O exercício do protagonismo in- inúmeras experiências da criança. O profes-
para a disposição dos espaços e
fantil, permitindo à criança deixar sor precisa articular condições de organiza-
materiais de forma que possam to-
sua marca, ser acolhida em suas ção, proporcionando o equilíbrio de experi-
mar decisões (FERRAZ, 2011).
manifestações não planejadas, em ências em ambientes internos e ao ar livre,
suas narrativas poéticas, evocan- o encontro entre pares de idades heterogê- • Participar na organização dos am-
do a curiosidade, a imaginação e a neas, as brincadeiras com materiais diversi- bientes, dando sugestões de dife-
maravilha do pensamento, possi- ficados, considerando as necessidades rela- rentes arranjos, ou trazendo novas
bilitando construir mútuas apren- cionadas ao repouso, alimentação, cuidados propostas a partir de materiais dis-
dizagens e entendimentos profun- pessoais, contemplando as particularidades poníveis, estimulando a se apro-
dos. das diferentes idades, as condições específi- priar e transformar o espaço, usan-
cas da criança, as diversidades sociais, cul- do diferentes linguagens.
• O apoio para encorajar a criança a
formular perguntas, fazer escolhas turais, étnico-raciais e linguísticas da crian- • Interagir e comunicar-se, dispon-
e se envolver em tomada de deci- ça, famílias e comunidade regional. do o espaço e materiais como um
são, sozinha e/ou coletivamente. convite ao brincar, favorecendo a
Os ambientes são a materialização de
convivência, o trabalho em peque-
• A diversidade de materiais e sua um projeto educacional e cultural. O profes-
nos grupos; qualificando as intera-
disposição, despertando interes- sor deve criar um ambiente considerando
ções.
ses, para que a criança estabeleça como a criança aprende sobre si, o outro e
relação com o espaço que a rodeia. a cultura. É preciso considerar os fundamentos
Foto: EMEI “Prof.ª Maria da Glória Mariano Santos”
que balizam a nossa prática, tratados na
• A organização dos materiais de Para criar um ambiente que considera
seção 3.2.3, que discorrem sobre a segu-
forma atraente, potencializando a a forma como a criança aprende é preciso
120 121
rança, a continuidade e a previsibilidade na dades motoras, sensoriais e qua- criança e sua liberdade de investi-
organização do espaço e do ambiente. Para lidade cultural, com desafios cor- gar, organizando espaços com di-
garantir um espaço organizado e seguro, o porais, satisfazendo a necessidade ferentes materiais estruturados ou
professor deve: da criança de movimentar-se livre- não, para que a criança explore e
mente. elabore hipóteses, favorecendo um
• Garantir a riqueza e adaptação do
ambiente de criação e cooperação
ambiente à criança, a diversidade • Garantir a diversidade de mate-
entre elas.
de material que se coloca à disposi- riais, propiciando ricas possibili-
ção e que responde aos gostos das dades pelo que oferecem, seja pela • Organizar espaço para o jogo sim-
crianças, assim como as diversas sua propriedade (peso, tamanho, bólico, pensando como a crian-
possibilidades de experimentação forma, transparência, característi- ça pode ter acesso aos materiais
de acordo com a necessidade, inte- ca), variações naturais (madeiras, e quais são as possibilidades de
resse e faixa etária. pedras, folhas, galhos, terra, areia) transformação do próprio ambien-
e artificiais (têxteis, metais, plásti- te, tendo oportunidade de mudar o
• Organizar o espaço pelo uso inten-
cos, acrílicos), cuidando do equilí- cenário e adequar a suas brincadei-
cional e não pela capacidade de re-
brio entre o uso dos materiais na- ras.
cursos que pode ser abrigado, asse-
turais e industrializados. • Garantir o acesso à área externa,
gurando a visibilidade dos objetos
e materiais, bem como a locomo- • Considerar os materiais que po- investindo no propósito de desem-
ção em diferentes áreas. dem configurar os espaços inter- paredar, tendo lugares propícios
Foto: EMEI “Prof.ª Rosana Scarpel da Silva”
nos e externos, garantindo uma e previsíveis de acontecimentos,
• Criar espaços com ambiente segu-
diversidade rica de experiências: configurando um prolongamento
ro, saudável, que favoreça a convi-
materiais que deem oportunidade importante do ambiente interno,
vência, exploração dos brinquedos,
de movimento, que mexam com o como: jardins, quintal, parques,
acomodação para descansar, in-
vento; brinquedos para mexer com praça, pátios, no que diz respeito às
cluindo espaços para acolher seus
água, elementos naturais; mate- oportunidades de exploração e de
familiares nos momentos de entra-
riais para subir e descer, para en- brincadeiras, permitindo a cons-
da e saída da instituição infantil.
trar, para se equilibrar, balançar; trução de uma relação de identida-
• Organizar o mobiliário para garan- brinquedos de empurrar e puxar, de, reverência e respeito para com
tir visibilidade, locomoção e aces- etc. a natureza.
sibilidade entre os espaços (com
• Garantir materiais em quantidade • Pensar na sustentabilidade, esti-
fácil visão dos colegas e das crian-
e apoiando a variedade de expe- mulando a criança a ter cuidado
ças; com móveis baixos, que favo-
riências lúdicas da criança (FER- com a natureza e com o meio am-
reçam cuidado com a movimenta-
RAZ, 2011, p. 109-111) para que biente em que está inserida, propi-
ção da criança) para incentivar a
mais de uma criança possa brincar ciando a formação de um cidadão
autonomia infantil.
com o mesmo brinquedo e também sustentável.
• Criar um ambiente com espaços para que todas as crianças possam • Usar tecnologias de maneira que
regulares que se tornem conheci- brincar com diferentes objetos ao possibilitem à criança se surpre-
dos e estáveis à criança, favorecen- mesmo tempo. ender, encantar-se, descobrir por
do suas iniciativas, suas descober-
• Utilizar o jogo heurístico17, po- meio do processo investigativo os
tas e explorações.
tencializando a ação autônoma da recursos para pesquisar e expres-
Foto: CEDIN “Prof.ª Maria Aparecida Segolin de Rezende”
• Ter espaços aconchegantes e con- sar suas hipóteses, ideias e interes-
[17] O Termo Heurístico tem sua origem etimoló-
fortáveis com materiais avaliados ses.
gica na palavra grega “heúreka”, que significa “en-
pelo estado físico, suas possibili- contrei” ou “descobri” (Paulo Fochi).
122 123
• Considerar as paredes e tetos como • É permitido à criança envolver-se A organização do espaço deve per- volvimento. Dessa forma, a criança pode
espaços que comunicam, docu- no planejamento e organização do mitir que o professor brinque junto com a aperfeiçoar a forma como pensa e fala, dado
mentam, podendo ser exibições espaço e materiais? criança e que também possa observá-la em que o ambiente precisa permitir diversas
temporárias e permanentes sobre suas ações (FERRAZ, 2011), ocupando um experiências, expandindo o repertório de
• A composição dos espaços permite
o que a criança e o professor criam, papel de sustentação da brincadeira, sem conceitos e culturas no qual ela vive.
a participação das famílias e da co-
sobre os passos do processo, de necessariamente intervir diretamente e
munidade, possibilitando conhe- As propostas apresentadas em con-
forma que pais, funcionários, visi- isso, por sua vez, oferece um lugar especial
cerem e partilharem a proposta textos de aprendizagem desenvolvem na
tantes, crianças e professores dia- para observar e conhecer sobre os processos
pedagógica da Instituição de Edu- criança novas descobertas, novas experi-
loguem e troquem pensamentos e de cada criança. Anotar quais os materiais
cação Infantil? ências, provocam desafios. É importante
ideias. que a criança utiliza e quais são aqueles que
planejar os espaços para atender às rotinas
podem enriquecer o enredo, repertório ou
• Cuidar da estética, a qual está re- 6.2.2 Práticas intencionais de cuidados corporais, pois devemos aco-
acervo de materiais, permite e fomenta con-
lacionada com sentimentos e va- na organização dos lher as necessidades de sono, higiene e ali-
dições para que a brincadeira possa prospe-
lores, evidenciando o processo de ambientes, espaços e mentação do bebê e da criança, dando-lhes
rar.
criação, valorizando o que é signi- materiais oportunidade para que participem desses
ficativo, as experiências da criança, Como facilitador no processo de de- momentos ativamente, agindo com o tempo
que conte a história do lugar e a Planificar o contexto é uma das pri-
senvolvimento infantil, a partir de propos- de que necessitam. Se entendemos que tais
vida na instituição. meiras ações que o professor deve
tas pedagógicas cheias de intencionalidade, momentos constituem experiências essen-
fazer, pois a maneira como escolhe
Perguntas que apoiam a reflexão do e dispõe os materiais mostra sua in- é preciso propiciar a movimentação e a in- ciais, precisamos organizar espaço e tempo
professor sobre a organização dos ambien- tencionalidade pedagógica, já que a teração da criança nos espaços da Educação de modo que permitam vivenciar sem pres-
tes, espaços e materiais como sujeitos ativos organização deles, depende, em gran- Infantil. Incentivar a criança a ser autôno- sa seus processos de aprendizagem constru-
que apoiam a aprendizagem da criança: de parte, das ações construtivas das ma e a conviver com os pares permite a ela ídos a partir das ações cotidianas.
crianças, em que terão possibilidades construir, em seu cotidiano, um ambiente
• A disposição dos materiais que de se relacionar e interagir com seus
com vivências e emoções que a farão ex-
compõem os ambientes orienta a pares. (DUBOVICKE; CIPPITELLI, 6.3 Gestão do cotidiano
pressar a sua maneira de pensar, seus senti-
criança sobre o que pode ser reali- 2018, p.42)
mentos, medos, desejos e sonhos. para apoiar a
zado e aumenta o interesse para o
A escolha dos materiais e a organiza- aprendizagem
que deve ser feito? A forma como é organizado o espaço
ção dos espaços devem ser cuidadosamente
interfere, de forma significativa, nas apren- Se o espaço é a morada dos objetos,
• Os materiais dispostos fazem um planejadas, potencializando a intencionali-
dizagens infantis. Isto é, quanto mais esse o tempo é a morada das ações. Se os
convite à exploração e aguçam as dade pedagógica, criando canais de comu-
espaço for desafiador e promover ativida- objetos precisam de um espaço para
investigações? nicação com as experiências da criança, estar, as ações precisam de um tem-
des conjuntas, quanto mais permitir que a
permitindo que as brincadeiras, interações po para se realizar. (MACEDO, 2005,
• Os espaços externos e internos fa- criança se descentralize da figura do adulto,
e investigações aconteçam de forma que p. 121)
vorecem as interações? mais fortemente se constituirá como par-
possibilitem as conexões e construções de
te integrante da ação pedagógica (HORN, Na seção anterior, foram feitas con-
• Periodicamente, algumas novida- aprendizagens.
2004). siderações a respeito da importância da
des, novos objetos, elementos de- A prática intencional deve partir da
Por isso, a importância de se planejar organização dos espaços e de como essa or-
corativos são incluídos para favo- escuta da criança, compreendendo seus di-
um espaço que estimule a investigação, o ganização interfere de forma significativa
recer as ações da criança? reitos, competência em participar e expres-
desenvolvimento de habilidades, a contri- na aprendizagem da criança, a qual, ao ex-
• A organização dos espaços con- sar-se enquanto sujeito. Ser um facilitador perimentar esse espaço, socializa, cria sua
buição para o autoconhecimento, para que
templa as necessidades da criança, das ações da criança implica em, proposita- identidade pessoal e social, aprende o mun-
a criança se sinta parte integrante desse es-
particularmente a criança com de- damente, planejar e organizar os elementos do de modo contextualizado. Porém, para
paço, o qual deve ser um aliado da aprendi-
ficiência? físicos, sociais e temporais do ambiente de que isso ocorra, é fundamental respeitar o
zagem, desafiando e não inibindo o desen-
aprendizagem.
124 125
tempo vivido por ela, seu ritmo, bem-estar e e insubstituíveis e também porque ender o mundo com um propósito pertença a um grupo social, em que valores
suas possibilidades de aprendizagem. as diferenciações só se dão nesses singular. (BARROS, 2018, p. 58) e atitudes são compartilhados.
processos, conforme tratado ante-
Considerar o cotidiano como espaço- • As transições entre as propostas, [...] sequências previsíveis de acon-
riormente na seção 3.2.3.
-tempo abrangente é imprescindível, pois pois auxiliam a criança a gerir as tecimentos têm impacto positivo no
• A flexibilidade — o cotidiano não mudanças propiciando bem-estar comportamento das crianças: elas
[...] no cotidiano, além de acontece- deve ser eternizado, o tempo não e um ambiente tranquilo. Exem- desempenham um papel mais ativo
rem as atividades repetitivas, rotinei- pode ser rígido, com um fim em si na sua própria aprendizagem e na
plos de transições suaves, curtas
ras e triviais, é onde há a possibilida- tomada de decisões, ao passo que,
mesmo, é importante considerar o e previsíveis: uma canção que in-
de de se encontrar o inesperado, onde quando dependem do adulto dizer o
ponto de equilíbrio entre a necessi- dica o término de uma proposta,
há margem à inovação: é inerente ao que devem ou não fazer, brigas, per-
cotidiano a subversão da linearidade dade de constância e a necessidade um brinquedo/ação que indica a turbações ou provocações entre as
dos acontecimentos e, mais ainda, é de ajustes e adequações, a partir passagem entre as propostas, entre crianças e comportamentos de vagar
nele que se alcança a difícil tarefa de da escuta ativa da criança, confor- outros. a esmo aumentam em intensidade.
equacionar a repetição e a abertura me tratado anteriormente na seção (MACEIÓ, 2015, p. 160)
ao novo, ao emergente. Existe, nas • O cuidar e educar como indissociá-
3.2.3.
atividades cotidianas, a continuidade veis — entendendo a criança como Um ritual consistente e claro contri-
de determinadas situações que, pela • A continuidade — entendendo que, um ser integral, pleno e que possui bui nos momentos de transição, na criação
sua repetição, tanto nos asseguram embora as ações se sucedam no diferentes necessidades, as quais de vínculo com diferentes adultos (especial-
criar intimidade e nos apropriarmos, cotidiano escolar, a duração dos envolvem os cuidados com os as- mente nas separações diárias das famílias),
como também nos dão “terra firme” acontecimentos pode variar con- pectos biológicos do corpo, saúde e enfim, dá a possibilidade de construir e re-
para podermos vislumbrar o mundo forme as necessidades e interesses segurança e as dimensões afetiva, construir dinâmicas relacionais.
que nos cerca. Ao mesmo tempo, são
da criança, a fim de proporcionar socioemocional, cognitiva, senso-
nelas que emergem acontecimentos
um tempo para que ela mergu- rial e física. Dessa forma, ao organizar os rituais,
imprevistos, abrindo-nos para alar-
gar horizontes e afrontar o desco- lhe em suas experiências sem ser é preciso considerar as especificidades das
Dessa forma, ao organizar o cotidia-
nhecido. (FOCHI; CARVALHO, 2017, interrompida em seus processos instituições que atendem período parcial
no na Instituição de Educação Infantil, é
p. 25). e ritmos. Em suas explorações e e integral, bem como as especificidades no
preciso considerar o entrelaçar de rituais e
investigações, a criança pode se atendimento de bebês, crianças bem peque-
Dessa forma, o cotidiano torna-se um contextos de aprendizagem, num percurso
empenhar por longos períodos, e nas e crianças pequenas, contemplando:
importante catalisador de experiências, po- diário que transcorre de maneira fluida.
é nesse processo que ela elabora e
tencializando a ação pedagógica, colocando • Acolhimento.
constrói novos conhecimentos.
a criança como protagonista e percebendo-a 6.3.1 Rituais • Cuidados com o bem-estar.
em sua inteireza ao conciliar as dimensões • Os indícios que as crianças nos
dão sobre o tempo inicial e final de Momentos que acontecem todos os • Arrumação.
afetiva, socioemocional, cognitiva, sensorial
cada proposta — compreendendo dias da mesma forma, sendo, portanto, • Alimentação.
e física.
que nem sempre este tempo preci- previsíveis: a repetição dos momentos que
• Livre escolha.
Mas para tanto, é preciso considerar: sa ser igual para todos (FERRAZ, acontecem no cotidiano propicia à crian-
2011), já que o tempo das vivências ça organizar-se no tempo, pois quando ela • Espaços externos (território edu-
• A regularidade e a constância — as-
e experiências não é cronológico, entende como se passa o dia na instituição cativo e áreas externas da Institui-
pectos essenciais para que a crian-
mas sim subjetivo. escolar, cria-se condições para o desenvol- ção de Educação Infantil).
ça desenvolva a sensação de se-
vimento da autonomia e responsabilidade. • Leitura literária.
gurança e a autonomia. A criança Um tempo ligado à noção grega de
A estabilidade e previsibilidade possibili-
se apropria dos espaços e tempos kairós: momento oportuno. Mo- • Conversa e assembleia.
tam que a criança atribua significado aos
por meio da repetição constante, mento oportuno para a descoberta
momentos vivenciados no cotidiano e favo- • Experiências e explorações.
entendendo que as situações se re- e para o vínculo com o outro, mo-
mento oportuno para brotar o de- recem a articulação e integração com aque- Os rituais aqui citados constituem a
petem porque se fazem necessárias
sejo e o gesto espontâneo de apre- les que convive, gerando um sentimento de gestão do tempo em favor da aprendizagem,
126 127
numa série de acontecimentos que possuem nas alternâncias dos adultos que atuam com ção de vínculos para a promoção de quem a alimenta é necessária para que o
uma sequência previsível, e é esta ritualiza- as crianças. um desenvolvimento saudável dentro homem, que é dialógico, articule os desen-
ção do cotidiano que permite a inovação nos das instituições de educação infantil. volvimentos motor, afetivo e cognitivo, es-
(BARBOSA, 2009, p. 95)
contextos de aprendizagem. 6.3.1.2 Cuidados com o bem-estar tabelecendo importantes construções e é
desta forma que as crianças desenvolvem
São oportunidades de aprendizagem
Organizar o cotidiano das crianças 6.3.1.3 Arrumação sua capacidade afetiva, a sensibilidade e a
da Educação Infantil pressupõe pen- relacionadas à saúde, hábitos de higiene,
Este momento não se restringe ape- autoestima, o raciocínio, o pensamento e a
sar que o estabelecimento de uma se- estabelecimento de relações e criação de
nas a entender como encontrar as coisas e linguagem. Dessa forma, muito além de um
quência básica de atividades diárias vínculos de confiança e segurança entre a
é, antes de mais nada, o resultado da onde deixá-las quando estão fora de uso. direito da criança, o momento da alimenta-
criança e os adultos. Devem ser permeados
leitura que fazemos do nosso grupo de Envolve também a responsabilidade com- ção propicia sentido de mundo, de si mes-
de afetividade, pois a criança está construin-
crianças, a partir, principalmente, de partilhada, enquanto apropriação do es- ma, da relação com o outro e com os objetos
do uma imagem positiva de si e para isso o
suas necessidades. É importante que que passam a ser parte do seu conhecimen-
adulto é sua referência, é seu intérprete de paço, relação de segurança, pertencimento
o educador observe o que as crianças to. As dimensões simbólicas que se formam
mundo. São momentos propícios ao diálo- e responsabilidade, favorecendo o desen-
brincam, como estas brincadeiras se
volvimento da autonomia. A organização a partir da alimentação são espelhos do
desenvolvem, o que mais gostam de go, ao envolvimento da criança ao realizar
externa “apoia” uma organização mental e sentido e do valor que a comida possui para
fazer, em que espaços preferem fi- ações sozinha ou participar ativamente des-
car, o que lhes chama mais atenção, envolve aspectos emocionais, cognitivos, quem come, assim como para quem alimen-
tas situações.
em que momentos do dia estão mais culturais e sociais. ta as crianças. É preciso considerar que a
tranquilos ou mais agitados. Este co- [...] pois, ao realizar essas primeiras alimentação carrega as dimensões culturais,
nhecimento é fundamental para que a ações na creche, a professora assegu- religiosas, étnicas e psicológicas, possuindo
6.3.1.4 Alimentação
estruturação espaço-temporal tenha ra a confiança, estabelece um diálogo intensos significados (MELLO, 2014).
significado. Ao lado disto, também é corporal, constrói um olhar e uma A alimentação favorece uma valiosa
importante considerar o contexto so- escuta. Para tanto, é preciso não ter oportunidade de experiências e aprendiza-
ciocultural no qual se insere e a pro- 6.3.1.5 Livre escolha
pressa, levar em conta as reações das gens da prática social e cultural, do compa-
posta pedagógica da instituição, que crianças e a sua participação para A livre escolha é ação da criança dian-
nheirismo, da afetividade, da coletividade e
deverão lhe dar suporte. (BARBOSA; que, nesses momentos, venham a de-
da promoção da saúde (hábitos alimentares te das experiências em contextos de apren-
HORN, 2001, p. 67) senvolver tanto o pensamento, quanto
saudáveis), pois permite à criança sentir dizagens oportunizadas intencionalmente
hábitos saudáveis. Assim, por exem-
Para garantir a qualidade na organi- prazer, interagir com seus pares, envolver- pelo adulto.
plo, a hora do banho, do sono ou da
zação do cotidiano das crianças, é impor- alimentação podem se converter em -se na organização e higiene do ambiente, As experiências que envolvem livre
tante ter clareza a respeito dos rituais, os situações de intensas aprendizagens conhecer e escolher os alimentos, manusear escolha são caracterizadas por um período
quais são detalhados a seguir: para a criança, entendendo, como já talheres, ter cuidados com a higiene pessoal que proporciona investigações e brincadei-
explicitamos, situações de aprendiza- antes, durante e após refeições. ras sem nenhum tipo de interrupção, explo-
gem como as diversas oportunidades
6.3.1.1 Acolhimento rando materiais, tempos, espaços e intera-
de compartilhamento e ampliação de É fundamental considerar que a
O acolhimento promove o aumento saberes e, consequentemente, de cons- criança inserida em contextos sociais de ali- ções com seus pares e adultos, num intenso
da confiança e o estreitamento das relações tituição cultural da criança. Nessas mentação está aprendendo como conviver, processo lúdico de oportunidades interes-
situações interativas com adultos e santes, com apoio e segurança. Este mo-
entre os envolvidos no processo educati- conhecer e respeitar as diferenças culturais
outras crianças, acontece a conquis- mento permite à criança decidir o que fazer,
vo. É um momento muito importante para e sociais do grupo no qual está inserida, a
ta da autonomia, da construção da
as crianças, funcionários e principalmen- desenvolver sua autonomia na medida em como fazer e com quem fazer, possibilitan-
identidade, das manifestações corpo-
te para as famílias, devendo se constituir que escolhe o que quer comer e serve a si do a ela a tomada de decisões, a resolução
rais e expressivas da criança, da lu-
num espaço de troca de informações entre dicidade, entre outras coisas que fun- mesma, bem como aprende a fazer boas es- de conflitos, a interação com outras crian-
os responsáveis e a instituição escolar. Deve damentam a pedagogia da educação colhas nutricionais. ças e materiais, sob o olhar atento e cuida-
permear o encontro, as despedidas entre a infantil. Associada aos cuidados físi- doso do adulto. Considerar que a criança
cos, está a importância do afeto e do Na perspectiva interacionista de Vy- é capaz de fazer escolhas porque tem inte-
criança, o adulto e a família no cotidiano,
contato corporal, ou seja, a constru- gotsky (1989), a relação da criança com resses próprios é também considerar que
seja no momento da chegada, da saída ou
128 129
o percurso de aprendizagem está em cada No contexto da Educação Infantil, A assembleia na Educação Infantil de- situações variáveis como:
um, respeitando-se, desta forma, o tempo a leitura é realizada em todo momento. A nota que
de seus processos e a continuidade de suas criança é motivada a pesquisar, observar, 6.3.2.1 Tempos, espaços e
experiências. apreciar e sentir. A leitura literária deve re- [...] cada criança representa outra materiais
no momento da assembleia, socializa
cepcionar, nesse aspecto, um sentido mais Potencializa diferentes brincadeiras,
o que trouxe e discute sobre o tema
6.3.1.6 Espaços externos amplo de formação da personalidade do
proposto, partindo dos diversos pon- interações e investigações, estimula e favo-
(território educativo sujeito e da formação da linguagem (BAM- tos de vista, constituindo assim uma rece a autonomia da criança, como citado
e áreas externas da BERG, 2009). roda de conversa sem didatização da na seção “Organização do espaço e ambien-
Instituição de Educação escuta, um espaço para falar e ouvir,
Infantil) É extremamente relevante a garantia tes para apoiar a aprendizagem”.
provocar as contradições, ouvir o que
da prática cotidiana de leitura literária à diz sim, o que diz não para algo e fun-
Os espaços externos são todos os “lu- 6.3.2.2 Contextos de brincadeiras,
criança, como ação que, todos os dias, in- damentar as hipóteses levantadas.
gares” em que se possa conviver com investigações e interações
fluencia no desenvolvimento das capacida- (PENZANI, 2017)
outras crianças e adultos, permitindo
“que exerçam seu fazer mais espontâ- des cognitivas e socioemocionais. A leitura Potencializa as estratégias utilizadas
literária, segundo Vargas (2013, p. 25) Ao adulto, é momento de comparti-
neo, o brincar, explorando e experi- pela criança, estratégias estas que lhe fazem
lhar ideias que apoiam questões que surgem
mentando, em intensa movimentação sentido para compreender o mundo em que
física e psíquica, num processo incrí- [...] significará para sempre o ato de no cotidiano, nos contextos de brincadeira,
habita quando brinca, interage e investiga,
vel de crescimento e de consequente compreender, estabelecer relações interação e investigação, nos momentos de
como citado na seção “Promovendo contex-
aquisição das qualidades humanas inicialmente individuais com cada tomada de decisão e que contribuam para
objeto ou ser que nomeia, ampliando- tos de aprendizagem”.
que guardam em si” (BARROS, 2018, que novos interesses e mudanças de rumo
p. 63), além de diretamente garantir -as mais tarde.
surjam no cotidiano.
à criança o contato com a natureza 6.3.2.3 Protagonismo da criança e
e o clima com seus benefícios à saú- 6.3.1.8 Conversa e assembleia do adulto
6.3.1.9 Experiências e explorações
de física e mental. Assim, os espaços
Este momento é caracterizado por Potencializa o empoderamento da
externos podem variar entre: parque, Momento intencionalmente planeja-
tanque de areia, pátio, corredores, situações cotidianas de conversa, no qual criança e do adulto, tanto no planejamen-
do e destinado às brincadeiras, interações
quintal, terreiro, gramado, praça em pequenos ou grandes grupos, a crian- to como na realização das propostas recor-
e investigações das crianças dentro de con-
do bairro, parque da escola vizinha, ça expõe ideias, relata situações sobre suas rentes da vida cotidiana, na escolha das
textos reais e significativos para elas. Estes
parque da sua cidade, entre tantos brincadeiras, dos materiais e ambientes,
vivências e sobre investigações que está re- contextos partem da relação dialógica entre
outros. (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, considerando, portanto, adulto e criança
alizando, o que fez no dia anterior e o que o interesse do grupo, a intencionalidade e
201918)
pretende fazer naquele dia e nos dias que se como participantes ativos dos processos de
escuta do professor, as características dos
seguem. Ao reunirem-se para conversar, as aprendizagem. Segundo Malaguzzi (1999),
bebês e crianças, os conhecimentos cons-
6.3.1.7 Leitura literária crianças tomam decisões em assembleias, as crianças são potentes, ricas e com cem
truídos socialmente e o currículo.
Os momentos que envolvem leituras trazem novas possibilidades para suas ex- linguagens, para ele:
literárias devem ser desenvolvidos cotidia- periências, entre outros.
6.3.2 Os contextos de [...] é essencial estarmos focalizados
namente para que auxiliem, “por meio da
É também momento para aprender a aprendizagem sobre as crianças e estarmos centra-
relação com a produção cultural literária” dos nelas, mas não achamos que isso
ouvir o outro, considerar seu ponto de vista,
(TENDEIRO, 2016, p. 13), a construção de Os contextos de aprendizagem são as seja suficiente. Também considera-
respeitar opiniões divergentes, ampliando
formas diversificadas de interações com a diferentes situações planejadas intencional- mos que os professores e as famílias
a competência comunicativa: falar, saber
cultura, com a oralidade e com a produção mente pelo professor para apoiar a apren- são centrais para a educação das
ouvir, expor e organizar ideias, trocar in- crianças. (MALAGUZZI, 1999, p. 75)
escrita vigentes em seu entorno. dizagem e o desenvolvimento integral da
formações e experiências, interagir com o
criança, podendo emergir do interesse dela
outro, garantindo à criança poder de argu-
[18] Trecho retirado do Projeto Contraturno, ma- ou ser potencializada pelo adulto em con- 6.3.2.4 Interações
terial elaborado pela Divisão de Educação Infantil mentação maior e condições de ser autora
textos reais. Ao organizar o cotidiano pro-
da Secretaria de Educação e Cidadania, para circu- de seus pensamentos. Potencializa diferentes relações a
lação interna. positadamente, o adulto deve considerar as
130 131
partir de variadas formas de agrupamento Perguntas que apoiam a reflexão
(pequenos grupos, grandes grupos, mesma do professor sobre a organização
faixa etária, diferentes faixas etárias). Esta do cotidiano para apoiar a apren-
organização proporciona diferentes possi- dizagem:
bilidades de interação com os pares e mate-
• Como o cotidiano das crianças na insti-
riais. Nos pequenos grupos, as crianças par-
tuição escolar pode ser qualificado em
tilham e discutem, aprendem umas com as favor de uma melhor aprendizagem das
outras e manuseiam os materiais de forma crianças?
mais próxima. Pode-se prever um agrupa-
• A constância dos momentos do cotidia-
mento dos diferentes saberes das crianças. no tem favorecido o sentimento de se-
No grande grupo, no qual todos se envolvem gurança quanto ao que vai acontecer na
escola, mas ao mesmo tempo, permite
em uma mesma proposta, cria-se um reper-
a possibilidade do inesperado?
tório de experiências em comum, o que aju-
da a construir o significado do coletivo. • As crianças têm tempo para empreen-
der suas investigações e explorações?

6.3.2.5 Modalidades de gestão • Os momentos de transições são pensa-


dos e organizados respeitando o tempo
Potencializa o equilíbrio entre as da criança?
ações das crianças e do adulto. Podemos or-
• As crianças opinam sobre os momentos
ganizá-la em três modalidades: que passam na escola? Tem oportuni-
dade para expressar suas ideias, senti-
• Compartilhada (em que o profes- mentos e dúvidas?
sor intervém, dispondo intencio-
nalmente os materiais, propondo
algumas ações, mas sem dirigir di-
retamente).
• Dirigida (o professor decide a ativi-
dade a ser desenvolvida e a conduz
de forma contínua).
• Liderança das crianças (em que
podem escolher sua atividade, suas
ações e desenvolvê-las livremente).
As situações variáveis aqui citadas
constituem a concepção de criança e educa-
ção que permeiam nossa prática.

132 133
Aquilo que é documentado pode ser sentido e significado.
visto como uma narrativa das vidas
das crianças, dos professores e dos A documentação pedagógica também
pais – uma narrativa que pode mos- tem o potencial de favorecer o estreitamen-
trar as contribuições da escola para to da relação das famílias com a Instituição
a nossa sociedade [...]. (EDWARDS; de Educação Infantil, oportunizando o com-
GANDINI; FORMAN, 2016, p. 233)
partilhamento das ações do cotidiano, dan-
A documentação pedagógica constitui do visibilidade ao processo e às conquistas
ações de observar, registrar, analisar, refle- de suas aprendizagens e desenvolvimento.
tir e compartilhar interpretações, para revi-
sitar o passado, compreender o presente e 7.1 As diferentes
arquitetar o futuro do trabalho educacional.
É uma prática promotora de autoria, pro-
formas de
tagonismo e respeito aos direitos de apren- documentar

PARTE 7
dizagem e desenvolvimento. Ela caracte- Documentar é o ato de produzir regis-
riza-se como fonte de conhecimento pela tros que permitem conhecer e tornar visíveis

Documentação
criança e pelo professor de seus próprios os processos de experiência e as estratégias
processos de construção de conhecimento utilizadas pela criança para aprender, além
e de crescimento cultural, oportunizando a de propiciar maior compreensão da prática

Pedagógica
autoavaliação e a autorreflexão. educativa e da teoria que a fundamenta.
A documentação abraça diferentes Nesse sentido, é necessário conside-
formatos e narra os caminhos percorridos rar aspectos intencionais no ato de docu-
pelos envolvidos no processo pedagógico, mentar, buscando revelar, nos registros,
tornando visíveis o desenvolvimento e as a sensibilidade necessária que considera o
aprendizagens. Envolver a criança e o gru- valor da experiência, do atuar, do pensar,
po, nesse material, também é uma forma do investigar e do aprender das crianças.
de apoiar a construção do conhecimento,
funciona como memória, ajudando na con- Como um primeiro passo para cons-
tinuidade das experiências, na reflexão e na truir essa relação frente à documentação
celebração do que é aprendido, além de pro- pedagógica, o adulto deve assumir postura
mover a construção de saberes comparti- de pesquisador que também aprende e re-
lhados pelos participantes. O professor deve flete enquanto observa as crianças em seus
enxergar a documentação pedagógica como percursos de aprendizagem.
parte integrante de seu trabalho e perceber
Nesse contexto,
que as múltiplas formas de registro pro-
duzidas: promovem o compromisso com [...] compartilhar a documentação
um planejamento curricular centrado nas significa participar de um verdadei-
crianças, como forma de que os direitos de ro ato de democracia, dando suporte
aprendizagem e desenvolvimento, durante à cultura e à visibilidade da infância,
tanto dentro quanto fora da escola
o percurso da faixa etária em que se encon-
[...] (RINALDI, 2014, p.113).
tram, sejam garantidos; apoiam a escuta e
a identificação de suas singularidades, favo- Assim, a documentação partilha his-
recendo contextos em que se aprende com tórias singulares de como a criança se mo-
134 135
vimenta nas construções de suas aprendiza- zagem. O registro em vídeo pode A participação das crianças na organização dos murais
gens e assume aspectos importantes para os acontecer, por exemplo, num mo-
sujeitos da comunidade educativa. mento em que as crianças partilham
hipóteses de alguma investigação,
São diversas as documentações possí-
quando vivenciam a construção de
veis:
conceitos, mesmo que provisórios,
Narrativa escrita - é o registro com seus pares. A filmagem possi-
da trajetória das aprendizagens e bilita perceber a criança de forma
do desenvolvimento, a partir de ob- comunicativa, afetiva e, ao mesmo
servações feitas por meio da escuta tempo, apoia a reflexão sobre a prá-
atenta aos movimentos de apren- tica educativa.
dizagens das crianças, revelando Fotografia – revela as inquietu-
suas conquistas. Essa documenta- des, os receios, os esforços, o pra-
ção permite observar que, mesmo zer, o desejo, os sentimentos e as
em um único grupo e projeto, cada expectativas da criança, por meio
criança percorre caminhos indi- das expressões faciais, dos gestos
viduais, revelando que é vista em e das posturas. Desse modo, a foto
suas especificidades, e que é ga- caracteriza-se como um recurso
rantido seu direito de ser escutada, para ler e interpretar, tornando-se
enquanto realiza diferentes tipos uma linguagem de escuta captura-
de pesquisas e investigações, apro- da pelo olhar daquele que o faz. As
priando-se de saberes distintos, en- fotos podem contar histórias e tor-
fim, revela respeito à criança. nam-se narrativas da criança para
Produção da criança - produ- a criança, da criança para a família,
ções bidimensionais e tridimensio- sendo um convite para que ela reve-
nais concluídas ou em processos de ja a experiência. O professor pode
construção devem vir acompanha- documentar, por exemplo, uma se-
das pelas interpretações do profes- quência fotográfica de uma criança
sor e pelos diálogos e pensamentos construindo uma torre tridimen-
das crianças, sempre que possível, sional com peças de encaixe, para
pois, ao construir, ela se expressa revelar os movimentos e tentativas
por meio de imagens, signos e fan- que ela faz ao vivenciar o desafio de
tasias que são evidências de desen- deixar a forma em pé, a fim de que
volvimento, da expressão de seu eu essa sequência seja instrumento de
e de seu mundo. reflexão e de narrativa de proces-
sos.
Vídeo - caracteriza-se como uma
forma de expressão construída na O envolvimento das crianças na orga-
interação do conjunto de múltiplas nização dos murais traz um novo sentido à
imagens visuais e sonoras, oportu- ação infantil. Ao participar dessa organiza-
Foto: Ao apreciar o mural, a criança notou uma ponta de fita crepe solta ao lado da produção. O objeto
nizando uma compreensão e visão ção, elas se sentem potentes e suas produ- despertou seu interesse e, com determinação, puxou e esticou a fita para arrumá-la, buscou ajeitar por
ampla das experiências infantis ções ganham um valor para si próprias e, um longo tempo, um desafio prazeroso a ser resolvido. Feliz com a sua ação, aplaudiu com gesto de
satisfação. Em seguida, para dar o toque final, alisou a produção com as mãozinhas. Satisfeito com a
para toda comunidade de aprendi- também, a toda a comunidade escolar. conquista, virou-se e saiu ao encontro dos colegas que estavam na oficina.
136 137
Para a prática de documentação peda- recursos de registro pelo professor, mais tação pedagógica expandiu em três funções: A criança, quando envolvida no pro-
gógica, é necessária a previsão de diferentes fontes de informações ele terá como apoio cesso de documentação pedagógica, com-
• A primeira é a função política de
recursos que apoiam a captura das experi- em sua reflexão, possibilitando buscar partilha saberes, aprende com suas ex-
criar um diálogo entre a escola, os
ências e investigações da criança na cons- caminhos para acompanhar o desenvol- periências, ressignifica suas hipóteses,
professores, as famílias/responsá-
trução de suas aprendizagens no cotidiano. vimento da criança, revisitar sua prática desenvolve confiança em si e nos outros,
veis e a comunidade;
Tais recursos podem ser: com a intenção de melhor compreender a reconhece seu valor e o valor de suas apren-
cultura da infância, oferecendo condições • A segunda função diz respeito ao dizagens individuais e coletivas.
• Midiáticos: câmeras digitais, gra-
a fim de entender e transformar o cenário modo como a documentação apoia
vadores, celulares, tablets, note- A participação das crianças na docu-
do cotidiano escolar. A escolha do recurso e sistematiza o acompanhamento
book, entre outros - com o intuito mentação pedagógica deve ser organizada
de registro deve estar ligada: à intenciona- da vida das crianças na escola (suas
de coletar vozes e/ou imagens do pelo professor intencionalmente, a fim de
lidade/foco de observação, ao contexto e às produções, imagens de suas ações,
cotidiano da criança e do adulto valorizar as formas que as crianças encon-
possibilidades de exame das informações. interações sociais e investigações
em suas hipóteses e teorias. tram para se expressar, relacionar-se e per-
O ato de escolher esse recurso depende do científicas), criando memórias da ceber o mundo - múltiplas linguagens. As-
• Instrumentos e ferramentas de que é importante e possível para cada caso, vida individual e coletiva do grupo; sim, a criança percebe que suas produções,
coleta e registro de informações: pois toda opção tem suas potencialidades e
investigações e experiências são acolhidas
pautas de observação, painéis, pro- limitações. • A terceira é a função de constituir
e apreciadas, refletidas e narradas, e essa
duções, instalações, álbuns, mu- material pedagógico para a refle-
narrativa pode acontecer por meio de pai-
rais, cartazes, totens, portfólios, Perguntas que apoiam a reflexão xão sobre o processo educativo.
néis, murais, cartazes, portfólios, álbuns,
material fotográfico, anotações, do professor nos possíveis cami-
Portanto, a forma de compartilhar a totens, materiais fotográficos, entre outros,
entre outros, com o intuito de do- nhos para a documentação peda-
documentação deve ser diversa, conside- revelando as escolhas, os sentidos, as desco-
cumentar o processo da criança e gógica:
rando os interlocutores das narrativas de bertas e os sentimentos, em seus modos de
do grupo em suas experiências em
• Quais descobertas preciso fazer com expressar o cotidiano vivido.
contextos reais de aprendizagem. aprendizagens documentadas (o próprio
este contexto de aprendizagem que vou
observar? professor, a equipe de professores e equipe
As possibilidades presentes na do-
• Das questões que têm despertado mi-
gestora, as famílias ou as próprias crianças), 7.2.2 A participação
cumentação pedagógica são numerosas, é
nha atenção (em contextos anteriores), por meio de relatórios, portfólios, material ativa do professor
mais que uma reunião de textos, anotações,
quais podem ser respondidas ou ressig- fotográfico, produções, textos, entre outros, na documentação
fotos, filmes, entre outros elementos, ca- nificadas neste contexto de aprendiza-
gem que vou observar?
considerando as múltiplas linguagens. pedagógica
racteriza-se por um momento fundamen-
tal do processo, pois testemunha e revela, • Quais crianças estão comunicando a ne- O ato de documentar prevê a relação
de forma concreta, o caminhar construído cessidade de um olhar minucioso? Em 7.2.1 A participação compartilhada entre adultos e crianças de
pela criança e pelo adulto em suas aprendi- quais aspectos? ativa das crianças tal modo, que os adultos utilizam de suas
zagens.
na documentação observações regulares e permanentes, suas
pedagógica anotações, seus registros, percorrendo as
A produção de materiais, painéis, ins- 7.2 Documentações experiências vividas, adicionando a elas re-
A documentação pode ser vista como
talações, vídeos deve se distanciar da ideia
pedagógicas: uma escuta visível: ela garante ouvir flexões e interpretações das crianças, dos
de ser fragmento informativo que desconsi-
dera os processos com a criança e o contexto
possíveis caminhos e ser ouvido pelos outros [...]. Isso ga- contextos de aprendizagem e do cotidiano.

das suas experiências. O adulto, ao escolher para compartilhar rante que a turma e cada criança pos-
sam se observar de um ponto de vista
Portanto, observar, documentar e interpre-
tar são partes inseparáveis de um mesmo
e organizar a documentação, deve revelar e narrativas de externo enquanto estão aprendendo processo.
narrar seus posicionamentos frente ao que
aprendizagens (tanto durante quanto depois do pro-
observa e reflete acerca da criança e de suas cesso). (EDWARDS; GANDINI; FOR-
aprendizagens. Conforme Mello, Barbosa e Faria MAN, 2016, p. 239)
(2017), o caminhar que envolve a documen-
Quanto mais diversa for a escolha de
138 139
O processo de documentação como um ciclo de investigação 7.2.3 A documentação 7.3 A documentação
pedagógica como como apoio à
Organização instrumento de
das observações
e dos materiais formação continuada integração de toda
OBSERVAÇÃO Análise e
interpretação
a comunidade de
Reformulação
das perguntas
das observações
e dos
A documentação [...] é reflexão sobre
o aprendizado do educador, é visua-
aprendizagem
materiais
lização do processo de formação do Conforme a seção 4.1 deste documen-
modo de pensar do educador, busca to, estreitar vínculos com a família, envol-
registrar o processo de construção de
vendo todos os atores da Comunidade de
significados e sentidos para a práti-
Formulação Reformulação
ca, e esse processo é constituído pela
Aprendizagem, implica nova maneira de
de perguntas das perguntas
INTERPRETAÇÃO DOCUMENTAÇÃO interpretação do educador. Por isso, educar, respeitar os saberes de todos os en-
o educador seleciona da sua prática, volvidos, valorizar as culturas plurais, dia-
Planejamento
e respostas
aquelas situações que mais provocam logar com a diversidade das famílias e da
a sua interpretação. A documentação comunidade.
é uma história da autorreflexão e da
Fonte: Gandini e Edwards (2002, p. 162). formação dos conceitos, da teoria do A Comunidade de Aprendizagem é
educador. (MELLO, 2005, p. 118) parte integrante da documentação pedagó-
O percurso da narrativa da documen- Portanto, é de extrema importância
gica, rica fonte de informações, experiên-
tação pedagógica começa com planejar a o entendimento do real sentido e percurso A documentação pedagógica apoia o
cias, investigações sobre as aprendizagens
ação, planejar a observação, registrar, re- da documentação pedagógica pelo profes- professor e seus pares, ao estabelecer um
das crianças e as possibilidades de intera-
fletir e, por fim, elaborar documentações sor. É necessário eximir-se da ideia da pro- espaço-tempo de formação para a reflexão
ção entre escola e família que, em contextos
pedagógicas que integram as observações dução de um arquivo que contenha relatos sobre a prática educativa dos envolvidos nas
significativos de aprendizagem e diálogo,
feitas por diferentes recursos e narram o escritos, produções das crianças para serem relações com as crianças, apurando o olhar
envoltos de prática educativa reflexiva e de-
percurso vivenciado pelas crianças e adul- apresentadas aos pais, mídias com fotogra- para as experiências, cotidiano e contextos
mocrática, qualifica o processo de comuni-
tos, numa dinâmica circular, um movimen- fias dos bons momentos vivenciados. A pro- de aprendizagem, tornando-se instrumento
cação entre muitas vozes: criança, profes-
to de retroalimentação entre escutar, obser- dução da documentação pedagógica é uma de comunicação que possibilita ao profes-
sor, família, equipe gestora e profissionais.
var, interpretar e documentar. ação que propicia ao professor assumir o sor conhecer e compreender as crianças por
compromisso da reflexão sobre o percurso meio de seus sentimentos, interesses, ideias Nesse sentido, a documentação peda-
A documentação pedagógica come-
vivenciado, com o objetivo de aprender com e potencialidade. Ao documentar, o profes- gógica é linguagem que narra e torna visível
ça na formulação de perguntas pelo profes-
a própria prática e fomentar uma cultura sor tem a possibilidade de analisar, refletir e o que acontece no cotidiano de aprendiza-
sor, que direcionam seu olhar para o que
educacional como processo contínuo e não compartilhar interpretações sobre as crian- gens da criança, adultos e suas famílias a
será observado. Após a observação, inicia-
linear que dá suporte ao ensino e à apren- ças e a maneira como aprendem. toda Comunidade de Aprendizagem, para
-se o processo da coleta de materiais e o re-
dizagem. que possam:
gistro em si, e assim o professor organiza os Sendo assim, refletir e considerar a
diferentes recursos para analisar, refletir e O ato de documentar não é apenas do • Acompanhar a aprendizagem e o
documentação pedagógica, nessa perspecti-
fazer suas interpretações, ou seja, construir professor, requer a troca entre pares, par- desenvolvimento da criança.
va de construção coletiva, é defender a visão
novas possibilidades, traçar novas rotas, re- ceiros mais experientes, equipe gestora, que de que o professor se constitui ao aprender, • Qualificar seus entendimentos so-
tomar caminhos para apoiar as crianças em auxiliam no processo de reflexão, bem como a estar e ser com os outros, redimensionan- bre a proposta pedagógica, propi-
suas aprendizagens. Dessa maneira, ele se a existência de tempo e espaço, uma vez que do a relação entre teoria e prática no coti- ciando aumento da confiança na
abre a refletir sobre questões em prol da ga- observar, coletar dados, analisar, organizar diano escolar. escola e influenciando em suas ex-
rantia de que as crianças aprendam, sendo o pensamento, torná-lo público, demandam pectativas.
[18] MELLO, S. A. Pensando a Infância e a Educa-
respeitadas em sua subjetividade, sendo es- que o professor e a escola assumam esse ato ção da Criança de 0 a 10 Anos numa Perspectiva • Compartilhar as responsabilida-
cutadas e vivenciando contextos de apren- como atividade sistemática e processual. Integrada. Documentação Pedagógica: uma práti- des.
ca para a reflexão. In: Congresso Sul Brasileiro de
dizagens ricos e significativos. Educação, EDUCASUL, 2005. Florianópolis, RS. • Intensificar a relação com a escola.
140 141
A Comunidade de Aprendizagem en- e reflete, sobre como apoiar e promover a crianças das demais faixas etárias cantamentos, história, cultura).
volvida e validando a documentação pe- aprendizagem e o desenvolvimento. devem ser consideradas no planeja-
• As interações, as brincadeiras e in-
dagógica compromete-se com a garantia mento do currículo, vendo a criança
Conforme Pinho 19 (2018), entende-se em cada momento como uma pessoa vestigações como meios privilegia-
de uma educação de qualidade, que visa à dos de aprendizagem e desenvolvi-
que planejar antecede a prática e para tal inteira na qual os aspectos motores,
garantia dos direitos de aprendizagem e de- afetivos, cognitivos e linguísticos in- mento.
ação, não existe um modelo único. O plane-
senvolvimento das crianças, dando espaço tegram-se, embora em permanente
jamento tem estruturas diversas que estão • A perspectiva de uma educação
para que elas construam seus significados mudança. Em relação a qualquer ex-
relacionadas com o tempo que se pretende holística, desvinculando-se de prá-
sobre o mundo, sendo respeitadas em sua periência de aprendizagem que seja
organizar e prever. No entanto, diferen- trabalhada pelas crianças, devem ser ticas fragmentadas.
condição de ser criança rica de potenciali-
tes tipos de planejamentos são importan- abolidos os procedimentos que não • A indissociabilidade do cuidar e
dades.
tes para que todas as experiências tenham reconhecem a atividade criadora e o educar.
por trás um objetivo claro. O planejamento protagonismo da criança pequena,
7.4 Planejamento e não é algo rígido e pouco sensível às expe- que promovam atividades mecânicas • As manifestações e tradições cultu-
e não significativas para as crianças. rais da sua comunidade local.
organização para a riências vividas pelas crianças, mas sim um
(BRASIL, 2009, p. 93)20 • A valorização e o cuidado com o
aprendizagem instrumento flexível e imprescindível, que
meio ambiente, no que diz respeito
considera o cotidiano da criança e traça no- Ao planejar, o professor reflete sobre
vos rumos a partir da escuta atenta do pro- à preservação e ao conhecimento
Os professores da Educação Infantil o engajamento da criança, sobre o que é im-
devem priorizar o protagonismo da fessor. da biodiversidade e sustentabilida-
portante que ela aprenda e desenvolva ao
criança. Para tanto, precisam pra- de do nosso planeta.
longo da Educação Infantil, realizando os
ticar a escuta ativa e a mediação do
7.4.1 Por que é importante ajustes necessários, tendo como premissa • O desenvolvimento da autonomia
processo de aprendizagem e desen-
volvimento, fazendo com que as ações
planejar? as experiências e os objetivos de aprendiza- da criança nas ações de cuidado
gem e desenvolvimento dispostos nos cinco pessoal, auto-organização, saúde e
do cotidiano e do imaginário (faz de O cotidiano da criança é marcado por
conta) se abram, intencionalmen- campos de experiências, conforme o Currí- bem-estar.
descobertas, curiosidades, novidades e por
te, como um mapa de possibilidades culo Paulista. • A participação de todas e de cada
educacionais, criando oportunidades,
isso está sempre atenta ao mundo ao seu
criança, antecipando ajustes ne-
situações, propondo experiências que redor, buscando atribuir sentido e significa- Para tanto, o professor deve ser pes-
cessários para atender às singula-
ampliem os horizontes culturais, ar- do a tudo aquilo que vivencia. É no plane- quisador e observador, planejar consi-
ridades e ao coletivo.
tísticos, científicos e tecnológicos das jamento que o professor expressa intencio- derando os interesses e necessidades da
crianças. (SÃO PAULO, 2019, p. 56) nalidade pedagógica em suas propostas, na criança, seus saberes e suas experiências de • Os diferentes agrupamentos, pe-
organização do tempo, espaço e materiais, forma articulada com o conhecimento, em quenos ou grandes grupos.
Os dizeres do Currículo Paulista pro-
prevendo todas as situações do cotidiano, contextos de práticas sociais e culturais que • A família, para que ela esteja en-
vocam a reflexão do professor sobre a orga-
antecipando ações que considerem as espe- sejam significativas a ela, assegurando seu gajada nas experiências da criança
nização de sua prática, forma de planejar,
cificidades etárias, a característica do coleti- desenvolvimento integral. por meio de um planejamento que
garantindo que a brincadeira, a interação e
vo e a singularidade de uma criança, assim antecipe essa participação.
a investigação sejam partes integrantes do Ao planejar, é necessário que o pro-
como promovendo contextos de aprendiza-
cotidiano da criança na Instituição de Edu- fessor considere: • A gestão do tempo, sem perder de
gens marcados pela indissociabilidade do
cação Infantil. Planejar práticas é um im- vista a premissa da experiência e
cuidar e do educar. • A criança como sujeito central do
portante instrumento para tornar o currícu- seus princípios de continuidade,
planejamento (ponderando sabe- significatividade e ludicidade.
lo vivo e essa ação é intencional por parte do As especificidades e os interesses sin-
res, genialidades, curiosidades, en-
professor. gulares e coletivos dos bebês e das • A escolha do espaço dando im-
portância tanto às áreas externas
Ao realizar seu planejamento, o pro- [19] PINHO, F. Por que é importante planejar na [20] BRASIL. Parecer do Conselho Nacional de quanto internas.
fessor toma decisões, imprime suas con- Educação Infantil? Nova Escola, 2018. Disponível Educação/Câmara de Educação Básica Nº 20/2009,
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21 dez. 2020. ário Oficial da União, 09 dez. 2009, seção 1, p. 14. ço é um convite à experiência e que
142 143
ele exerce a função de um sujeito sas experiências das crianças em seu ções propostas nos projetos estimulam as Planejamento semanal: Envolve
ativo nas descobertas das crianças, cotidiano em torno da exploração das crianças a se aproximarem de contextos de a programação pedagógica de desen-
ao mesmo tempo em que apoia o múltiplas linguagens com modalidade aprendizagens em que elas aprendam a fa- volvimento das propostas previstas
trabalho do professor. organizativa do tempo definida pelo zer fazendo, errando, acertando, testando no Planejamento Geral e apoia o pro-
• A seleção de materiais que estejam professor. hipóteses, investigando, refletindo, pesqui- fessor no planejamento dos contextos
coerentes com as faixas etárias e sando, construindo, discutindo pontos de de aprendizagem a serem realizados
Ferraz (apud RIZEK, 2019)21 define
que ampliem a confiança e a parti- vista, intervindo, e assim atuem na constru- no decorrer da semana. Considera em
as diferentes modalidades organizativas do
cipação das crianças nas propostas ção de cultura. sua programação as demandas impre-
tempo:
individuais e coletivas. visíveis, as sugestões das crianças e as
Sequências de Experiências de
Projetos de Investigações: Confi- diversas propostas ligadas ao conví-
• A utilização de projetores, grava- Aprendizagem: Configuram-se
guram-se como um conjunto de pos- vio social, como em momentos de ali-
dores e outros recursos tecnológi- como um conjunto de possíveis ex-
síveis experiências de investigação, a mentação.
cos e de mídias. periências de aprendizagem sequen-
partir de um tema próximo às crian-
ciadas. Favorecem a construção de Para melhor acompanhamento das
ças ou que emerge delas. Esses proje-
7.4.2 Diferentes tempos para tos favorecem:
aprendizagens específicas por meio propostas, é interessante que esse planeja-
planejar de vivências que promovam desafios mento seja registrado em instrumento que
• Experiências de explorações (que progressivos, a aprendizagem, o de- possa ser visualizado toda a semana.
O planejamento do professor envol- se aproximam dos movimentos de senvolvimento de noções e habilida-
ve um conjunto de ações estratégicas para cunho mais científico, baseando- Planejamento de propostas: Cor-
des de resolução de problemas sobre
acompanhar o movimento do tempo, garan- -se na resolução de problemas e na responde à menor unidade do plane-
o meio físico, natural e social e as for-
tir os ritmos, interesses e necessidades das busca de suas confirmações). jamento, ou seja, a proposta. É valio-
mas de comunicação e expressão.
crianças e suas aprendizagens e desenvolvi- so instrumento ao professor, por meio
• Descobertas (trazendo a pesquisa)
mento ao longo de uma jornada (OLIVEI- Unidades de Experiências Signi- do qual ele: organiza suas ideias; re-
e conexões.
RA; MARANHÃO; ABBUD, 2012). Os ins- ficativas: Configuram-se como um aliza levantamento de hipóteses de
trumentos que apoiam o planejamento têm • Aprendizagens sobre o meio físico, conjunto de possíveis experiências seu trabalho em relação ao que espera
estruturas diversas que estão relacionadas natural e cultural. significativas que estruturam o coti- garantir às crianças. As antecipações
com o tempo que se pretende organizar e • Aprendizagens sobre as formas de diano escolar. Favorecem o estabele- feitas pelo professor favorecerão o
prever - um dia, uma semana, alguns me- expressão e comunicação. cimento de uma rotina e experiências conhecimento sobre os participantes
ses, um ano. Conforme Oliveira, Maranhão regulares que promovam relações de de seu grupo, de sua intencionalida-
• O desenvolvimento de habilidades
e Abbud (2012, p. 393), segurança, afeto e vínculos positivos e de de ensino e das variáveis do coti-
e atitudes relacionadas com com-
a aprendizagem e o desenvolvimento diano que influenciam diretamente a
partilhar responsabilidades, atuar
o planejamento do trabalho de um de atitudes, valores e afetos ligados ao aprendizagem e o desenvolvimento
de forma colaborativa e resolver
ano inteiro no acompanhamento de cuidado de si mesmo, às relações so- da criança.
um grupo de crianças envolve pensar conflitos.
ciais e à autoconfiança para aprender.
mudanças das ações, articular dife- O planejamento dos Projetos de In- Segundo Ferraz (apud RIZEK, 2019),
rentes planos que se desdobram no vestigações deve ainda envolver a experi- As modalidades organizativas do tem- o planejamento de proposta envolve:
tempo. po criam formas efetivas de organização das
ência de celebração das conquistas e apren- • Título: indicar a experiência signi-
dizados, orientações para retomada do aprendizagens em estruturas que atendem
Desse modo, é possível organizar o ficativa/investigação e seu contex-
percurso de aprendizagem e planejamento ao tempo, espaços e materiais, além de or-
planejamento em: to a partir da ação da criança.
da celebração. Nessa perspectiva, as situa- ganizarem os contextos de aprendizagens,
de forma que o professor possa buscar a • Espaços e materiais: organizar os
Planejamento geral: Apresenta as
[21] RIZEK, K. Currículo – Fazeres na Educação modalidade que mais atende à intenciona- espaços e materiais com intuito de
ações a serem realizadas ao longo do Infantil. O Impacto da BNCC no Planejamento do
lidade educativa almejada, aos tipos de ex- preparação da proposta, oportuni-
ano e configura-se em uma programa- Professor: refletindo sobre as novas diretrizes
para um bom planejamento. In: Seminário de periências e aprendizagens que se pretende zando contextos de aprendizagem
ção pedagógica que articula as diver- Educação Infantil, 2, 1º ago. 2019. São José dos
garantir às crianças. - brincadeira, interação e investi-
Campos, SP. 60 slides.
144 145
gação -, favorecendo a autonomia trar novas formas de comunicar processos,
das crianças nos diversos ambien- relações e contextos. Essa articulação convi-
tes da Instituição de Educação In- da o professor a construir possibilidades ao
fantil. planejamento, incluir processos de aprendi-
zagem, a partir do movimento de interesses,
• Agrupamento: organizar as crian-
expressões e desejos das crianças.
ças em grande grupo, pequenos
grupos, individualmente. A observação atenta e a escuta sensí-
• Temporalidade: respeitar o tempo vel são fundamentais ao professor, para que
da criança para que possa expres- estabeleça um planejamento que protagoni-
sar suas experiências, hipóteses e za a ação da criança e a considere potente e
descobertas. capaz de levantar hipóteses, formular ideias
acerca do que está a sua volta, considerando
• Conjunto de orientações: propiciar
sua experiência, memória, cultura, práticas
as interações, investigações e des-
sociais e saber.
cobertas.
• Inclusão de todos: prever orienta- Perguntas que apoiam o processo
ções que permitam considerar as de planejamento do professor:
crianças como únicas, com corpos,
• O que me surpreende e encanta?
subjetividades, saberes e ritmos di-
ferentes. • O que surpreende e encanta as crian-
ças?
• Observações do professor: elabora
• Há necessidade específica de aprendi-
conjunto de perguntas guias, que zagens e habilidades, de trabalhar ques-
o auxilie em suas observações e o tões relativas às relações e emoções,
entre outras, no grupo de crianças?
registro do processo de aprendiza-
gem das crianças. • Há necessidade de trabalhar algum as-
pecto da cultura da escola e/ou comu-
• Desdobramentos: apontar outros nidade?
contextos de aprendizagem nos
• Como posso organizar contextos de
quais a experiência/investigação aprendizagem e experiências a partir
possa ter continuidade. desses interesses?

• Engajamento da Comunidade de • Qual a intencionalidade pedagógica na


construção dos contextos de aprendiza-
Aprendizagem: envolver a partir gem?
da experiência/investigação reali-
• Como potencializar os contextos de
zada pelas crianças, visando à con- aprendizagem, viver experiências signi-
tinuidade das experiências. ficativas articuladas entre os campos de
experiências?
• Documentação pedagógica: docu-
mentar o processo de aprendiza- • Como as crianças podem atuar de for-
ma protagonista como produtoras de
gem e desenvolvimento da criança significados?
e dos adultos.
• Como criar oportunidades às crianças
Portanto, a documentação do planeja- para que possam levantar suas hipóte-
ses e comunicar suas descobertas?
mento apoia o professor na articulação en-
tre ressignificar ações pedagógicas e encon-
146 147
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