GUIA DA
DISCIPLINA
2022
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância
Objetivo:
Conhecer o percurso histórico e social da concepção de criança e infância.
Introdução:
Estudar sobre os Fundamentos da Educação Infantil requer de nós, educadores,
uma análise e discussão do fenômeno educativo, sobre os diversos olhares do cuidar, do
educar, da criança e da infância, considerando as relações entre educação e sociedade, a
partir de uma reflexão teórica entre os saberes.
Falar da creche ou da educação infantil é muito mais do que falar de uma instituição,
de suas qualidades e defeitos, da sua necessidade social ou da sua importância
educacional. É falar da criança. De um ser humano, pequenino, mas exuberante de
vida. (DIDONET, 2001, p. 11).
Essas, por optarem em não trabalhar nas fábricas, vendiam seus serviços, abrigando
e cuidando dos filhos das mães operárias.
Criou-se uma nova oferta de emprego para as mulheres, mas aumentaram os riscos
de maus tratos às crianças, reunidas em maior número, aos cuidados de uma única,
pobre e despreparada mulher. Tudo isso, aliado a pouca comida e higiene, gerou
um quadro caótico de confusão, que terminou no aumento de castigos e muita
pancadaria, a fim de tornar as crianças mais sossegadas e passivas. Mais violência
e mortalidade infantil. (RIZZO, 2003, p. 31).
É preciso que você perceba que essas instituições que foram pioneiras em cuidar da
infância tiveram, somente no seu início, o objetivo assistencialista, cujo enfoque era apenas
a guarda, higiene, alimentação e os cuidados físicos das crianças.
constituir hoje uma das referências mais frequentes dos estudiosos na concepção da
infância.
Ele é conhecido, sobretudo, por seu livro L’Enfant et la Vie Familiale sous l’Ancien
Régime (1960), traduzido no Brasil como História Social da Criança e da Família.
Este livro ocupa lugar de destaque na história da infância, uma vez que foi
essencialmente a primeira obra a tratar do assunto de forma abrangente. Até hoje,
Philippe Airès é visto como referência primária neste tema. É famosa sua afirmação
de que "na sociedade medieval, a ideia de infância não existia." A tese central de
História Social da Criança e da Família é a de que as atitudes em relação às crianças
progrediram e evoluíram no tempo juntamente com as mudanças econômicas e os
avanços sociais, até que a infância, enquanto conceito e elemento constitutivo da
família se consolidou no século dezessete. Pensava-se que as crianças eram
frágeis demais para serem levadas em conta e que elas poderiam desaparecer a
qualquer momento. [...] Fundamentalmente, a obra demonstra que o surgimento de
um discurso sobre a infância está vinculado à emergência da percepção da
especificidade do infantil na modernidade. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Philippe_Ari%C3%A8s Acesso em: 09 ago. 2016.
Philippe Ariès estuda por meio da iconografia religiosa e leiga a inserção da criança
na vida social do cotidiano. Ele analisa a evolução das relações entre criança e adulto desde
a Idade Média até os tempos modernos.
Sua obra muito contribuiu para contar sobre a transformação da criança e da família
e também sobre a idealização da figura da criança e da infância.
Objetivo
Conhecer os principais teóricos que são referências no estudo da Educação
Infantil.
Introdução
Agora vamos estudar sobre alguns dos principais pensadores que muito
contribuíram com seus conceitos, suas propostas e metodologias de ensino para a
Educação Infantil, cujas ideias repercutem até nossos dias.
Você deve perceber que a educação já era assunto de pensadores, antes mesmo
de existirem escolas. Por trás do trabalho de cada professor, em qualquer sala de aula do
mundo, estão séculos de reflexões sobre o ofício de educar.
Em seu mais famoso livro, “Didática Magna”, Comenius indicava que poderíamos
ensinar tudo a todos. Compreendia que o único meio de educar só poderia residir num
método que unificasse as práticas pedagógicas, racionalizando o espaço e o tempo
escolares para que as crianças pudessem não somente aprender, mas, realizar plenamente
a sua humanidade.
Ele afirmava que a infância tinha suas maneiras próprias de ver, de pensar e de
sentir. Veja que aqui há, também, uma preocupação pelo respeito às fases do
Para Souza (2002), a escola criada por Pestalozzi se constituía, na verdade, num
ambiente de convivência mútua, onde moravam conjuntamente alunos e mestres. A rotina
previa propostas diferenciadas, com brincadeiras, rezas, refeições e lições. Os educandos
formavam grupos por faixa etária: os de menos de oito anos, os de idade entre oito e onze
anos e, finalmente, aqueles entre doze e dezoito anos.
Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno,
com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional
do conhecimento. É a ideia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela
maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir
do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na
percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o
conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/1941/pestalozzi-o-teorico-que-incorporou-o-
afeto-a-sala-de-aula Acesso em: 13 jul. 2017
cuidado que se deveria ter com as crianças: planta frágil, que precisavam de cuidado e
atenção desde o estágio de semente.
Froebel se destacou por ter desenvolvido uma teoria educacional voltada às crianças
pequenas, dando ênfase à sistematização da educação dos pequenos, na exploração do
lúdico e do brinquedo na sua proposta pedagógica e na importância que deu à preparação
mais específica dos professores ligados à primeira infância.
As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para
ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Não são
apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a
finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades dos pequenos
com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em
autoeducação, um conceito que só se difundiria no início do século 20, graças ao
movimento da Escola Nova, de Maria Montessori (1870-1952) e Célestin Freinet
(1896-1966), entre outros. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/96/friedrich-froebel-o-formador-das-criancas-
pequenas Acesso em: 13 jul. 2017
Devido a sua própria experiência de vida, ele se dedicou a experimentar uma escola
centrada no aluno, e não no professor. Ele desejava que a instituição preparasse as
crianças para viver em sociedade, em vez de simplesmente fornecer a elas conhecimentos
destinados à sua formação profissional.
Para Decroly, a criança deve ser criança e não um adulto em potencial, em que tudo
acontece a seu tempo, e educar é, antes de tudo, viver. O ensino deve ser globalizado, pois
a criança se interessa por tudo que acontece ao seu redor.
Uma das maiores contribuições de Montessori é seu “material dourado”, usado para
auxiliar o ensino e aprendizagem do sistema de números decimais e operações
fundamentais. Com o “material dourado”, as crianças passam a ter uma imagem concreta
facilitando a compreensão desenvolvendo um raciocínio e aprendizado mais agradável.
Ele levava os alunos para observar a natureza e todo o mundo exterior e, depois da
“aula-passeio”, estimulava-os a fazer uma análise sobre ela. Freinet introduziu o texto livre
infantil, dando assim a oportunidade para a criança construir, expressar-se e pensar
mediante vivências. Para as crianças pequenas, era dado destaque ao desenho, o qual
substituía o texto livre oral. Os melhores desenhos ou textos eram escolhidos por todos e
então colocados no “Livro de Vida”. (FERRARI; CARVALHO, p. 102, 2008).
Não foi por acaso que Freinet criou uma pedagogia do trabalho. Para ele, a atividade
é o que orienta a prática escolar e o objetivo final da educação é formar cidadãos
para o trabalho livre e criativo, capaz de dominar e transformar o meio e emancipar
quem o exerce. Um dos deveres do professor, segundo Freinet, é criar uma
atmosfera laboriosa na escola, de modo a estimular as crianças a fazer
experiências, procurar respostas para suas necessidades e inquietações, ajudando
e sendo ajudadas por seus colegas e buscando no professor alguém que organize
o trabalho. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1754/celestin-freinet-
o-mestre-do-trabalho-e-do-bom-senso Acesso em: 13 jul. 2017
Autor de mais de 200 trabalhos sobre Psicologia, Educação e Ciências Sociais, ele
propõe a existência de dois níveis de desenvolvimento infantil. O primeiro é
chamado de real e engloba as funções mentais que já estão completamente
desenvolvidas (resultado de habilidades e conhecimentos adquiridos pela criança).
Geralmente, esse nível é estimado pelo que uma criança realiza sozinha. Essa
avaliação, entretanto, não leva em conta o que ela conseguiria fazer ou alcançar
com a ajuda de um colega ou do próprio professor. É justamente aí - na distância
entre o que já se sabe e o que se pode saber com alguma assistência - que reside
o segundo nível de desenvolvimento apregoado por Vygotsky e batizado por ele de
proximal. [...] Nas palavras do próprio psicólogo, "a zona proximal de hoje será o
nível de desenvolvimento real amanhã". Ou seja: aquilo que nesse momento uma
criança só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ela
certamente conseguirá fazer sozinha. Depois que Vygotsky elaborou o conceito, há
mais de 80 anos, a integração de crianças em diferentes níveis de desenvolvimento
passou a ser encarada como um fator determinante no processo de aprendizado.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-conceito-de-
zona-de-desenvolvimento-proximal Acesso em: 13 jul. 2017
Objetivo
Conhecer as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Introdução
Todo profissional que atua na Educação infantil deve conhecer quais são as
principais orientações referentes ao trabalho em creches e pré-escolas, como forma de
fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do
desenvolvimento das crianças.
Por isso que vamos estudar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil - DCNEI.
1.1 Esta norma tem por objetivo estabelecer as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil a serem observadas na organização de propostas
pedagógicas na educação infantil.
1.2 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil articulam-se às
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e reúnem princípios,
fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica do
Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas e a elaboração,
planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares de
Educação Infantil.
1.3 Além das exigências dessas diretrizes, devem também ser observadas a
legislação estadual e municipal atinentes ao assunto, bem como as normas do
respectivo sistema. (BRASIL, 2010, p. 11)
3.2. Princípios
As DCNEI afirmam que as propostas de Educação Infantil devem seguir três
princípios básicos:
• Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao
bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e
singularidades.
• Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à
ordem democrática.
Disponível em:
http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/f880ce2f9e4feb9154d9076db9ab1926.jpg Acesso em:
18 ago. 2016.
A saúde e bem-estar das crianças também é uma meta para educadores infantis,
em parceria com familiares e profissionais de saúde. Como orientações curriculares,
abordam a questão da linguagem escrita e o direito à educação na primeira infância, o
conhecimento matemático como fonte de experiências de exploração e ampliação de
conceitos e relações matemáticas e a relação das crianças com a natureza.
Além disso tudo, faz orientações curriculares para a educação infantil do campo e
sobre avaliação e transições na infância.
Objetivo
Discutir a prática docente na educação infantil, enfatizando a função do professor na
concretização do processo curricular.
Introdução
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, assim como alguns
outros materiais de orientação curricular, foram criadas para orientar as propostas
pedagógicas das instituições de educação infantil do Brasil, apresentando atualizações nas
áreas da didática e do currículo, mostrando grande preocupação com o desenvolvimento
integral da criança.
Assim, vemos que é necessário haver integração entre as várias áreas do saber,
entre os projetos e a contextualização do ensino, enfatizando o desenvolvimento de
competências. Esses aspectos são muito discutidos na atualidade e merecem ser
considerados pelos educadores que atuam na educação infantil.
A autora afirma ainda que não devemos pensar em rotina no ensino infantil, mas sim
em jornada diária. Ela diz que esse pensamento considera todas as dimensões humanas,
potencializando nas crianças o imaginário, o lúdico, o artístico, o afetivo e o cognitivo.
Assim, precisamos pensar na organização espacial que tradicionalmente é utilizada nas
escolas, reformulando-a.
Zabala (1998) explica que ao longo do tempo, a ciência terminou por fragmentar o
saber até diversificar o conhecimento numa multiplicidade de disciplinas. A organização dos
conteúdos na escola deu lugar a diversas formas de relação e colaboração entre elas. O
autor define três graus de relações disciplinares:
• Multidisciplinaridade: é a organização de conteúdos mais tradicional. Os
conteúdos escolares são apresentados por componentes curriculares
independentes uns dos outros.
• Interdisciplinaridade: é a interação entre dois ou mais componentes curriculares.
Essas interações podem dar lugar, inclusive, a um novo campo disciplinar, como
por exemplo: bioquímica, psicolinguística, etc.
• Transdisciplinaridade: é o grau máximo de relações entre componentes
curriculares. Esse sistema favorece uma unidade interpretativa, com o objetivo
de constituir uma ciência que explique a realidade sem parcelamento.
valores éticos e morais que veiculam, quando são trazidos para compor o universo das
aulas na Educação Infantil.
Segundo Hernandez (1998), a proposta de trabalhar com projetos permite uma maior
articulação entre as diferentes áreas de conhecimento, com um ensino contextualizado.
Para o autor, os projetos têm conquistado lugar de destaque nas discussões atuais sobre
didática e currículo, pois eles se apresentam como uma concepção de educação e de
escola que leva em conta:
• A abertura para os conhecimentos e problemas que circulam fora da sala de aula
e que vão além do currículo básico.
• O questionamento de toda forma de pensamento único, o contraste de pontos
de vista, a incorporação de uma visão crítica que interrogue a quem beneficia
determinada visão dos fatos, a incorporação de uma perspectiva relativista, para
que toda realidade responda a uma interpretação que não é inocente, objetiva
ou científica.
• A função do professor como facilitador e problematizador da relação dos alunos
com o conhecimento, processo no qual o docente também atua como aprendiz.
• A organização do currículo como algo fixo e estável, mas sim a partir de uma
concepção de currículo integrado, que leve em conta um horizonte educativo
para o final da escolaridade básica.
FARIA, Ana Lucia. O espaço físico como um dos elementos fundamentais para
uma pedagogia da educação infantil. In: Educação infantil pós-LDB: rumos e
desafios. Campinas: Autores associados FE/UNICAMP, 1999.
Objetivo
Compreender a importância do cuidar, do brincar e do educar e a educação infantil.
Introdução
Ultimamente temos discutido bastante sobre a educação infantil, principalmente
sobre a integração das funções de educar e cuidar crianças pequenas.
Assim, todo profissional que atua com crianças, precisa saber equilibrar as funções
de educar, cuidar e brincar na rotina da educação infantil.
Santos (2002, p. 90) relata que “[...] os jogos simbólicos, também chamados
brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança expressa
capacidade de representar dramaticamente.” Assim, a criança experimenta diferentes
papéis e funções sociais generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos.
[...] uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento. (SANTOS,
2002, p. 12)
Assim, não podemos deixar de dedicar momentos especiais do dia a dia pedagógico
na educação infantil para o brincar. A criança aprende por meio da brincadeira. Basta que
o educador organize situações em que o brincar e a aprender sejam colaborativos, e
propiciem o desenvolvimento emocional, sentimental, social e cognitivo das crianças.
O professor deve notar que, desde bem pequenas, as crianças mostram interesse
em desvendar o mundo que as cerca. Elas são curiosas e querem respostas para suas
perguntas, por isso que o trabalho do educador deve ser baseado no estímulo e na
orientação, valorizando as experiências vividas por elas e trazidas de casa, para que, no
seu dia a dia, elas possam construir seu próprio conhecimento.
As instituições infantis, além de prestar cuidados físicos, precisa criar condições para
o desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional das crianças. O importante é
que a instituição seja pensada não como instituição substituta da família, mas como
ambiente de socialização diferente do familiar. Nela se dá o cuidado, a brincadeira e a
educação de crianças, que aí vivem, convivem, exploram, conhecem, construindo uma
visão de mundo e de si mesmas, constituindo-se como sujeitos.
Objetivo
Conhecer as influências que os fatores externos e internos exercem sobre o projeto
educativo da educação infantil.
Introdução
O Ministério da Educação propõe um diálogo com programas e projetos curriculares
de instituições de educação infantil, nos estados e municípios. Este diálogo supõe atentar
para duas dimensões complementares que possam garantir a efetividade das propostas:
uma de natureza externa; outra, interna às instituições.
Além disso, não podemos esquecer que em muitos casos, uma mesma sala de aula
é usada por crianças de diferentes faixas etárias, que possuem necessidades também
diversificadas.
A família deve ser uma parceira da escola, por isso precisa existir um trabalho
coletivo, com trocas recíprocas e o suporte mútuo. “Os profissionais da instituição devem
partilhar, com os pais, conhecimentos sobre desenvolvimento infantil e informações
relevantes sobre as crianças utilizando uma sistemática de comunicações regulares.”
(BRASIL, 1998, p. 79)
Objetivo
Conhecer a proposta da Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular.
Introdução
A versão final homologada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta que
a aprendizagem de qualidade é uma meta que o país deve perseguir incansavelmente, e a
BNCC é uma peça central nessa direção.
De acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas
pedagógicas da Educação Infantil são as interações e a brincadeira, “experiências nas
quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações
e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens,
desenvolvimento e socialização.” (BRASIL, 2018, p. 37)
Todavia, esses grupos não podem ser considerados de forma rígida, já que há
diferenças de ritmo na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que precisam ser
consideradas na prática pedagógica.
Objetivo
Conhecer os saberes e conhecimentos fundamentais a serem propiciados às
crianças e associados às suas experiências.
Introdução
Considerando que, na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das
crianças têm como eixos estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando-lhes os
direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, a organização
curricular da Educação Infantil na BNCC está estruturada em cinco campos de
experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento.
A mediação do professor nesse campo se torna importante quando ele cria situações
em que as crianças possam expressar afetos, desejos e saberes e aprendam a ouvir o
outro, conversar, argumentar, fazer planos, enfrentar conflitos, participar de atividades em
grupo e criar amizades.
A seguir são listadas algumas das aprendizagens esperadas para esse campo de
experiência de acordo com a BNCC (2018):
• Os bebês devem comunicar-se com outras pessoas usando movimentos,
gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão.
• As crianças bem pequenas precisam demonstrar interesse ao ouvir histórias,
diferenciando escrita de ilustrações, e seguindo, com a ajuda do adulto-leitor, a
direção da leitura.
• As crianças pequenas necessitam produzir suas próprias histórias orais e
escritas (escrita espontânea) em situações com função social significativa.
Objetivo
Discutir sobre a importância do lúdico no desenvolvimento cognitivo da criança.
Introdução
O lúdico tornou-se objeto de interesse de psicólogos, educadores e pesquisadores
como decorrência de sua importância para a criança e da ideia de que é uma ferramenta
que auxilia o desenvolvimento infantil e a construção ou potencialização de conhecimentos.
Toda criança tem seu próprio ritmo, inclusive para brincar. Isso deve ser levado em
consideração para que o ato de brincar não se torne uma atividade estressante. Vivenciar
experiências com prazer é, muitas vezes, mais importante que concluir tarefas com
eficiência. A criança precisa de tempo e espaço para brincar. Cabe a pais e educadores
saber balancear o tempo destinado à brincadeira na escola, em casa, na rua, em parques,
etc. O importante é que a criança tenha tempo para brincar em vários tipos de espaço. A
riqueza de oportunidades, seja em relação ao tempo, seja em relação à variedade do
espaço, contribui decisivamente para o desenvolvimento infantil.
Em sua obra, Kishimoto (2002) afirma que brincar não é uma dinâmica interna do
indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social precisa que, como outras,
necessita de aprendizagem. Para ela, precisamos considerar a existência de uma cultura
lúdica, um conjunto de regras e significações próprias do jogo que o jogador adquire e
domina no contexto de seu jogo.
viver de acordo com sua natureza, tratada corretamente, e deixada livre, para que
use todo seu poder. [...] A criança precisa aprender cedo como encontrar por si
mesma o centro de todos os seus poderes e membros, para agarrar e pegar com
suas próprias mãos, andar com seus próprios pés, encontrar e observar com seus
próprios olhos. (FROEBEL, 2001, p. 21).
O autor afirma ainda que não é o caráter de espontaneidade do jogo que o torna uma
atividade importante para o desenvolvimento da criança, mas sim o exercício no plano da
imaginação, da capacidade de planejar, imaginar situações diversas, representar papéis e
ações do cotidiano, bem como o caráter social das situações lúdicas, os seus conteúdos e
as regras inerentes a cada situação.
Piaget (1982) descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se
sucedendo e sobrepondo-se nessa ordem: jogos de exercício, jogos simbólicos, jogos de
construção e jogos de regras. Para ele, o valor do conteúdo do jogo deve ser considerado
em relação ao estágio de desenvolvimento cognitivo em que a criança se encontra.