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ANGLO

EDUCAÇÃO INFANTIL

INFANTIL 2 • CADERNO 1

CONVERSANDO
COM A FAMÍLIA
CONVERSANDO COM A FAMÍLIA

Este material foi desenvolvido como complemento da coleção de Educação In-


fantil do sistema de ensino Anglo. Junto a cada Caderno do Aluno, apresentamos
pequenos textos comentando aspectos do desenvolvimento infantil, em especial
os relacionados ao aprender e brincar – base fundamental de nossa coleção –,
além de sugestões de como enriquecer ainda mais o processo de formação escolar
da criança.
Desejamos que este conteúdo ajude as famílias a compreender melhor esse mo-
mento tão especial, que é o início da vida escolar da criança.

Infantil 2 • Caderno 1 • Conversando com a família 2


A CRIANÇA A PARTIR DOS 3 ANOS

Muitas fases marcam o desenvolvimento da criança durante seus primeiros anos de


vida. Por volta dos 3 anos, vários comportamentos sinalizam que a criança já obteve auto-
nomia em várias atividades cotidianas – conquista que está relacionada à maturação do
sistema nervoso da criança e ao seu desenvolvimento socioafetivo.
Nesta edição do informativo Conversando com a família, vamos abordar alguns aspec-
tos que merecem destaque.

AVANÇO NOS CONTROLES FISIOLÓGICOS E NOS


HÁBITOS ALIMENTARES

O êxito no controle das necessidades fisiológi-

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cas é um marco na vida da criança – e também dos
pais, por transformar a rotina da casa. A partir dos 3
anos, considera-se que ela está preparada em todos
os âmbitos para controlar suas necessidades fisioló-
gicas tanto de dia como, progressivamente, à noite.
Aos 3 anos, é provável que a criança também já
possa atuar com razoável autonomia em situações
de alimentação, gradativamente incorporando os
hábitos da cultura alimentar da família. Por isso, é recomendável permitir que ela partici-
pe de várias ações que se relacionam à sua alimentação, como a higienização de alguns
alimentos, o preparo de receitas simples, a escolha do cardápio do dia, a arrumação do
ambiente em que se dará a refeição, etc. Estabelecer combinados para essas ações é
igualmente importante.

DESENVOLVIMENTO DA INDEPENDÊNCIA

É também por volta dos 3 anos que a criança descobre que pode tomar iniciativas e se
opor às exigências que lhe são feitas. Esses são indícios de um interesse em “separar-se”
do adulto e começar a ser menos dependente, o que é, em suma, o (difícil) caminho para
a conquista da autonomia plena.
Algumas vezes, essas situações de oposição ocorrem de maneira muito intensa, pois
representam uma forma de a criança fortalecer sua independência. Os papéis da família
e da escola são cruciais no sentido de mostrar a ela que, em determinados momentos, há
coisas que podem ser feitas e outras que não, e que nem sempre vai valer a opinião dela.
Nesse contexto, é necessário auxílio para que ela entenda as normas sociais que devem
ser cumpridas para poder se relacionar com outras pessoas.

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É importante ressaltar que pais e professores que estimulam a criança a emitir a sua
própria opinião, levando-a em conta quando possível, promovem uma relação baseada
no respeito mútuo e favorecem a construção de laços de confiança na capacidade de
melhoria e desenvolvimento do pequeno.

CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE

Outro aspecto da ampliação da autonomia ocorre por influência de todas as situações


vivenciadas pela criança nos diferentes contextos sociais dos quais ela participa (como
família, escola e amigos). Trata-se da interiorização da autoimagem e do conhecimento
de si mesma. Por exemplo: “Eu sou um menino que se chama José”; “Sou uma menina
bonita”; “Sou uma criança alegre”; etc.
Nesse processo, ela constrói um conceito de si mesma, que lhe é transmitido pelas
atitudes das pessoas significativas com as quais convive e que representa a autoestima.
Quanto mais positivas e satisfatórias forem suas experiências, quanto mais se sentir valo-
rizada naquilo que faz, será mais bem estruturada essa autoestima. Consequentemente,
essa dimensão da identidade pessoal facilitará o estabelecimento de relações interpes-
soais mais saudáveis.
Algumas ações podem ser adotadas pela família e pela escola para auxiliar o processo
de aquisição de autoestima pela criança, como:
• dialogar com ela quando sua conduta for considerada inadequada, tentando fazê-la
entender o porquê e demonstrando companheirismo, e não punição, sempre acom-
panhado de afeto;
• demonstrar frequentemente afeto e interesse por aquilo que acontece à criança,
expressando respeito por ela e confiança em suas possibilidades;
• cumprir acordos e normas estabelecidos com a criança com firmeza, mas também
com certa flexibilidade. É importante que a razão desses combinados esteja clara
para a criança, sendo adequados às possibilidades de ação dela;
• comemorar os sucessos e os progressos alcançados pela criança;
• corrigir os erros persistentes pela eliminação de privilégios, e nunca usando medidas
coercitivas ou castigo corporal.

AMPLIAÇÃO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Outra característica dessa faixa etária é


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a descoberta pela criança de que pode ser


companheira de jogos e brincadeiras. Primei-
ro, isso acontece mais pelo contato físico, por
estar perto de outras crianças ou apenas ob-
servando-as. Graças à ampliação do domínio
da linguagem verbal e ao desenvolvimento da

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capacidade de pensamentos mais complexos, a criança se torna capaz de trocar ideias
com seus pares, usando argumentos linguísticos e deixando paulatinamente de lado a
agressão corporal para demonstrar seus desejos, como participar de alguma brincadeira
ou compartilhar brinquedos.
Mas não é raro a criança se tornar competidora. Às vezes, ver membros da família ou
colegas da escola como rivais – por exemplo, na hora de usar um brinquedo ou um livro ou
até mesmo na condução de uma brincadeira – gera situações de conflito.
Embora essas situações causem transtornos, é por meio delas que a criança aprende,
gradativamente e com a mediação acolhedora dos adultos, sobre seus sentimentos e as
maneiras de expor o que lhe agrada ou não. Se receber auxílio para compreender as nor-
mas que embasam a convivência social harmoniosa, aos poucos ela começará a construir
sentimentos de amizade, apesar de não se tratar de um vínculo semelhante ao experimen-
tado pelo adulto maduro.
Vale ressaltar, ainda, que é na escola que a criança encontra um bom contexto para
aprender sobre como se processam as relações interpessoais. Entre as práticas pedagó-
gicas, podemos citar a valorização do compartilhamento de materiais com os colegas, a
compreensão de quando ela deseja brincar sozinha, a exposição de como pode ser gos-
toso brincar com os companheiros, etc.
Enfim, entender o processo de desenvolvimento da criança é essencial para ajudá-la a
avançar cada vez mais em direção à autonomia plena, ao autoconhecimento e às relações
interpessoais harmoniosas. E, como gostamos de mencionar em nosso material, “ninguém
aprende tudo em uma única vez, e sim a cada nova aproximação”.

CAMPOS DE EXPERIÊNCIA E
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
E DESENVOLVIMENTO

O sistema de ensino Anglo tem oferecido às escolas parceiras um material embasado


em práticas didáticas consolidadas da educação, pesquisas atuais sobre o desenvolvimen-
to infantil e diretrizes educacionais do Ministério da Educação. Nesse sentido, vale desta-
car dois documentos oficiais que referendam a prática pedagógica em toda a Educação
Básica: as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB)1 e a Base Nacio-
nal Comum Curricular (BNCC)2.

1 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabeti-
zação, Diversidade e Inclusão. Conselho Nacional da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da
Educação. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/
13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file. Acesso em: jul. 2022.
2 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: jul. 2022.

Infantil 2 • Caderno 1 • Conversando com a família 5


Nesta edição do informativo Conversando com a família, destacamos os cinco cam-
pos de experiências que estruturam as proposições curriculares da BNCC para a Educa-
ção Infantil. Esses campos incluem diferentes objetivos de aprendizagem e desenvolvi-
mento dos alunos e devem ser compreendidos como uma rede de saberes imbricados, e
não como uma lista de conteúdos a serem transmitidos às crianças.

O EU,
O OUTRO E
O NÓS

ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES, CORPO, GESTOS
RELAÇÕES E E MOVIMENTOS
CAMPOS DE
TRANSFORMAÇÕES
EXPERIÊNCIAS

ESCUTA, FALA,
PENSAMENTO E TRAÇOS, SONS,
IMAGINAÇÃO CORES E FORMAS

Considerando os aspectos que abordamos sobre a conquista da autonomia pela crian-


ça em seu desenvolvimento, vamos destacar agora o campo “O eu, o outro e o nós”.

O EU, O OUTRO E O NÓS

Esse campo engloba experiências sensoriais, expressivas e corporais que contribuem


para a promoção do conhecimento de si e do mundo. São as situações de brincadeiras e
jogos que permitem a movimentação e a exploração do espaço pelos alunos, a observação
de si mesmos e dos colegas e a participação democrática na vida em grupo. Tudo isso visa
colaborar para que construam, na relação com o professor e com a turma, a autonomia.
Nesse sentido, são importantes as situações em que os alunos são convidados a partici-
par ativamente do processo educativo, incluindo as decisões nos projetos coletivos. Entre
essas, podem ser mencionadas as experiências de elaboração coletiva de combinados da
turma, essenciais para o bom funcionamento das atividades, como a escolha do lugar para
realizar alguma atividade, a partilha de algum material a ser usado, etc.
Ressaltamos que o processo educativo deve contribuir para que os alunos percebam
o outro progressivamente, de modo a superar, cada vez mais, a fase egocêntrica. O de-
senvolvimento da identidade passa pelo reconhecimento das características individuais e
pela compreensão das capacidades e limitações de cada um. Reconhecer que pertence a
um grupo social e compreender que há diferentes modos de dizer, de fazer, de querer, de
ser, além da importância de respeitar as diferenças, também é essencial nessa trajetória.
Nas próximas edições, exploraremos os outros campos de experiência e abordaremos
mais aspectos dos documentos oficiais que embasam nosso material.

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Da escola para casa
A leitura de livros em voz alta para as crianças, além de ser uma
atividade prazerosa e uma forma afetiva de estar junto à família, é um
importante meio para elas entenderem as funções e a estrutura da
linguagem escrita. Além disso, essa prática ajuda no desenvolvimento
e na ampliação do vocabulário e atua sobre as motivações para apren-
der a ler e escrever.
Nesses primeiros contatos com a escri-

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ta, as crianças reconhecem o livro como
um suporte textual composto de capa,
páginas e ilustrações, aprendem que a
linguagem dos livros tem convenções
próprias e as palavras podem criar mun-
dos imaginários. Inclusive, identificam
e começam a reproduzir habilidades de
manuseio e coordenação oculomanual ao
olhar, folhear e manter o livro diante de si.
A postura do leitor adulto serve como modelo para as crianças, que
começam a captar a forma como ele lê e passam a imitá-lo, simulando
a leitura de um livro, utilizando a entonação, as pausas, a postura e os
comentários que faz.
A leitura compartilhada de livros de história do universo infantil
ajuda as crianças a participarem ativamente dessa prática, sobretudo
quando o adulto alterna a leitura e o diálogo, direcionando a atenção
delas para as ilustrações, fazendo perguntas, estimulando respostas
verbais, etc.
É importante lembrar que as crianças gostam de ouvir várias vezes
a mesma história. Essa repetição lhes permite memorizar a narrativa,
podendo contá-la novamente, relembrá-la e fazer comentários sobre
personagens e acontecimentos, bem como reconhecer títulos e temas.
Também é recomendável a formação de uma pequena biblioteca
em casa, com livros temáticos sobre animais e plantas, livros de recei-
tas, livros de poesias, livros de histórias, etc. Assim, amplia-se a familia-
rização da criança com as múltiplas possibilidades que a leitura de um
livro proporciona, sendo essa prática uma boa maneira de desenvolver
o interesse pela linguagem escrita.

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A TURMA DO LUAN: COMPANHEIRISMO
E EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

Para aproximar ainda mais os alunos do que lhes é apresentado em cada Caderno, cria-
mos um grupo de personagens especialmente para a coleção de Educação Infantil: a tur-
ma do Luan, que estará presente em todos os Cadernos, introduzindo ou retomando ati-
vidades e brincadeiras, de modo a estabelecer vínculos de identificação com as crianças.
Trata-se de uma turma divertida e alegre, que compartilha aventuras e descobertas.
Cada personagem é único em suas características e preferências. A família de cada um
deles tem uma composição distinta, favorecendo a percepção de que a pluralidade dos
modos de viver não é um impedimento para a construção de laços de amizade. Conheça-
-os e converse com as crianças sobre eles.

Edgar: gosta Vitória: gosta


de desenhar de história Theresa: gosta
de surpresa

Luan: gosta de
pesquisar
Professor Sérgio: gosta
Felipe: gosta Maria: gosta de apresentar experiências
de brincadeira de cantoria divertidas a seus alunos

Acompanhe as aventuras da turma do Luan nas atividades dos Cadernos! Na próxima


edição, traremos mais assuntos sobre o processo de ensino-aprendizagem da criança e
outros aspectos desta coleção.
Até mais!

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Coleção Hora da História:
Os três coelhinhos
Todos os Cadernos da coleção são

A TOR
acompanhados de um livro de literatura

RQUIVO DA EDI
OS TRÊS
infantil. A história é explorada em sala de COELHINHOS
aula em diversas atividades, articulando-se

REPRODU‚ÌO/A
um percurso didático que visa ao desen-
volvimento de diversas aprendizagens.
Para o Caderno 1, os alunos vão conhe-
cer e explorar a história de três coelhinhos
que vivem no tronco de uma macieira no Ilustra•›es de Albert
o De Stefano

meio de uma floresta com sua mãe. To-


dos os bichos convivem em harmonia
até que, num belo dia, um lobo aparece por lá, justamen-
te quando os filhotes estão brincando e a mamãe coelha
não está em casa. Os coelhinhos conseguem retornar para
dentro de casa, aguardando a mamãe apavorados. No final,
todos ficam sabendo que se tratava de um lobo diferente:
ele gostava de ler livros para os animaizinhos da floresta.
Quando a criança levar o livro para casa, certamente ela
gostará de sentar-se com os familiares para relembrar a his-
tória. A leitura de livros para ela proporciona uma via espe-
cial de acesso à escrita, além de ser um modelo particular
de comunicação dela com o adulto.
Na plataforma Plurall, os familiares também têm acesso
a uma animação da história. Além da releitura do livro, esse
recurso certamente estimulará a criança a avançar em suas
aprendizagens e a ampliar seu gosto pelas histórias. Tra-
ta-se de mais um incentivo para que as aprendizagens na
escola frutifiquem em casa.

Infantil 2 • Caderno 1 • Conversando com a família 9

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