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FACULDADE DO MARANHÃO – FACAM

SOMAR SOCIEDADE MARANHENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDA


CNPJ 04.855.275/0001-68
GRADUAÇÃO – PÓS-GRADUAÇÃO - ENSINO A DISTÂNCIA
CURSO DE PSICOLOGIA

BRINCANDO E PRESERVANDO

São Luís
2022
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ANTONIA ZAYDA ALVES DE OLIVEIRA
EDUARDA CRISTHINY SILVA
ITALO MAIA SANTOS
JOSINETE SANTOS DA SILVA
LUCIANA BRAGA DUTRA
MARIA BEATRIZ CRUZ PACHECO
MARIANE LUIZA CLAUDINO DE ALMEIDA

BRINCANDO E PRESERVANDO

São Luís
2022

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Área Temática: Meio Ambiente – Linha de Extensão – Grupo Social Vulnerável
Título do Projeto: Brincando e Preservando
Professor orientadora: Maria do Socorro Cruz
Alunos Participantes/Equipe:
Antonia Zayda Alves de Oliveira;
Eduarda Cristhiny Silva;
Ítalo Maia Santos;
Josinete Santos da Silva;
Luciana Braga Dutra;
Maria Beatriz Cruz Pacheco;
Mariane Luiza Claudino de Almeida;
Planejamento: Alunos do curso de psicologia noturno com crianças e adolescentes de um
determinado grupo social.
Execução: Por conta da equipe do Projeto
LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇAO: Casa Sonho de Criança/Novembro.

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1. INTRODUÇÃO

Sabe se que, crianças com lares dito “estruturados”, têm, além da interação familiar, a
escola, amigos próprios, amigos de seus pais, convívio com vizinhos, frequentam alguma
religião, etc. Toda uma cadeia de relações que vão enriquecendo o conhecimento dessas
crianças acerca de diversos assuntos, bem como, vão estabelecendo alguns saberes
socioculturais e religiosos. O mesmo não podemos dizer de um lar/orfanato, próprio para
abrigar crianças advindas de lares desfeitos, ou abandonadas ao nascer, dentre outros motivos
infelizes diversos, que a levaram para tal lugar, porém, é um local que tenta passar alguma
interação social, mas, infelizmente constatamos que a maioria desses lugares só conseguem
ofertar o básico, casa, comida e escola, vale ressaltar que, nesses locais há muitas pessoas que
doam bem mais além, criando vínculos de afeto, mostrando à essas crianças que elas podem
também, serem amadas como toda criança deve ser. Dito isto, o projeto Brincando e
preservando, constatou que na casa escolhida para a aplicação do projeto, as crianças têm direito
ao básico, e ao afeto de seus cuidadores, porém, são carentes de algumas informações acerca
de assuntos relevantes como o que abordaremos, a preservação do meio ambiente.
O aluno da Psicologia Ambiental, tem dentre suas características/atribuições, analisar
a reflexão e percepção do sujeito, perante o ambiente. O projeto Brincando e Preservando, vem
junto a esse grupo específico de crianças, auxiliar nessa interação, acerca de suas percepções
em relação ao ambiente em que vivem e dele extraem recursos que não são inesgotáveis, logo,
têm urgência de conhecer sua relação com o seu contexto em preservação ambiental.
No local, não há nenhum tipo de programa de coleta seletiva, ou, reciclagem de
materiais, tão pouco, cuidados com gastos excessivos de recursos renováveis, etc. Portanto,
decidiu se levar até essas crianças, bem como ao grupo que as acolhe e cuida um pouco do
universo que é a necessidade de preservação ambiental. Levando conhecimento, bem como
ouvir o que o grupo participante detém sobre o meio ambiente e sua relação com ele, fazer com
que expressem verbalmente suas opiniões acerca do tema, bem como, proporcionar através da
fabricação de alguns brinquedos de materiais recicláveis, uma interação mais próxima com a
natureza, explicar que, alguns itens industrializados como as garrafas pets, não podem ser
descartadas de forma irregular, pois, levam anos para se degradar, fazendo assim, o solo
“sufocar” com tantos plásticos e outros itens não biodegradáveis lançados cotidianamente no
lixo. Criar com essas crianças uma expectativa de progresso, quer seja através da reciclagem,
quer seja através do cultivo de uma plantinha, estimulando assim, uma visão deles e a sociedade

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que estão inseridos, e como essa deve se portar em relação ao ambiente, modificar
comportamentos, estimular atitudes positivas.

Há cada ano a evolução do ser humano vem seguindo em paralelo tanto quanto em
relação como o meio ambiente tem sobrevivido à essa evolução, bem como, com o crescimento
tecnológico, que por vezes é construtivo, mas, se pensarmos no meio ambiente, analisamos que
algumas consequências desse crescimento, não foram devidamente pensadas, como, por
exemplo, o descarte consciente de material não biodegradável, produzido por essas novas
tecnologias.
A falta da consciência do quê fazer com determinados subprodutos produzidos pelo
homem, como por exemplo, garrafas pet, pilhas, baterias, hardwares obsoletos, etc., bem como
o descarte indevido de produtos químicos no solo ou no mar, entre centenas de outras formas
que se pode pensar desse crescimento sem preocupação com o futuro do meio que se vive, do
prejuízo para todo ser vivo, leva nos ao cerne da questão, o crescimento de forma desordenada
não é um avanço, mas sim, um retrocesso.
Parece piegas, mas, as crianças são sim o futuro do mundo, só com a conscientização
da necessidade de se preocupar com o meio ambiente, é que se terá futuros profissionais
preocupados, não só em produzir, mas, que toda a cadeia de eventos derivadas dessa produção,
sejam realizadas de forma que a relação homem e meio ambiente não seja de parasitismo, mas
sim, de uma simbiose perfeita, proveitosa e preocupada com ambos os lados.

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A elaboração do projeto de extensão "Brincando e preservando" se faz necessário a
partir da ideia de integrar as crianças em assuntos voltados às questões ambientais, visando
principalmente a importância da preservação do meio em que vivem, isso, trazendo a
perspectiva desse público acerca do seu papel como indivíduos provedores de mudanças. No
caso do grupo escolhido, além dessa integração, será também um campo de observação para os
graduandos de psicologia, que podem também, focar no comportamento individual de cada
criança participante, analisando a forma com que conseguem ou não externar suas emoções
acerca de determinado tema específico, no caso a preservação do meio ambiente.
Ao se pensar em desenvolver um projeto que visa troca de conhecimentos, acerca de
um determinado tema, no caso, a preservação do meio ambiente, e, desenvolver este projeto
com crianças de um orfanato, nos faz refletir sobre a necessidade de acolher crianças que não
têm um lar estruturado, sendo assim além de passiveis de carência afetiva, são também,
colocados à margem da sociedade em nível de conhecimento, pois, a única interação social e
transferência de saberes que possuem é a escola, e, infelizmente, essa é por vezes, limitada no
que diz respeito à formação do comportamento dessa criança em relação quer seja social ou
cultural ao meio em que vive e sua “obrigação” de preservar esse ambiente.
O profissional de psicologia, por tratar de demandas, por vezes geradas na infância, ao
se deparar com crianças moradoras de orfanatos, oriundas de todo tipo de infortúnio, tem no
projeto social, quer seja de pesquisa ou estendendo conhecimento/desenvolvimento, um papel
importante, tanto de orientar, quanto de fazer com que essas crianças visem um futuro bem mais
“grandioso” do quê o presente em quê elas se encontram, e, só através do conhecimento e
afetividade, essas crianças através do brincar, e expressando suas emoções nas artes plásticas,
poderão entender seu lugar na sociedade em que vivem, bem como a importância de uma
relação de preservação com o meio ambiente, enfim, fomentar o desejo de crescimento, de
forma coletiva e sustentável.
Fazer com que essas crianças tenham espaço para falarem o que pensam sobre o tema
em questão e qual é a sua importância pode oferecer grandes informações para a área da
psicologia, onde, contando com o apoio de materiais teóricos já existentes a respeito do
desenvolvimento infantil e psicologia da aprendizagem, com obras de Piaget e a de Vygotsky,
os colaboradores, estudantes de psicologia, podem elaborar inúmeras atividades que façam com
que esses pequenos mostrem como está o funcionamento de campos como: o emocional,
cognitivo, físico e social.

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Abordar o tema meio ambiente fora do âmbito escolar, sendo aqui o caso, dentro do
lar de crianças socialmente vulneráveis se mostra de grande relevância para a formação do
indivíduo, seguindo por tal ponto, se observou como a elaboração de atividades que incentivem
as crianças a praticarem ações voltadas a preservação do ecossistema é bem escassa,
principalmente por conta de poucos recursos, por vezes, esses lares são localizadas em regiões
com grande quantidade de lixo nas ruas e poluição, ter um contato constante com esse tipo de
situação acaba por se tornar algo "normal" para as pessoas que lá convivem, e as crianças estão
sujeitas e também não percebem a gravidade da situação, pois se não há esforço para a resolução
do problema, não há incentivo para que isso aconteça. Desse modo, o projeto vem com esse
objetivo, trazer o incentivo a mudança, trabalhar a percepção dessas crianças e fazer com que
elas se vejam como indivíduos transformadores, aflorem sua responsabilidade social, um ponto
bastante válido dentro da psicologia, estudar a visão que o homem tem de si e do mundo.

2. OBJETIVO GERAL

Proporcionar às crianças e adolescentes envolvidos, uma reflexão sobre a importância


da preservação da natureza, ademais, promover um impacto positivo na sua formação como ser
social e ativo na sociedade.

2.1. Objetivos Específicos

 Estimular o desejo de preservação do meio ambiente através da reciclagem, e afins;


 Promover a interação da criança com o meio ambiente através do plantio;
 Analisar a importância da preservação ambiental no âmbito social mostrando como ela
pode ser uma aliada para a conscientização do homem
 Promover uma visão crítica sobre a preservação da natureza e que, a partir disso,
construir conhecimento a respeito da sustentabilidade e da conservação do ecossistema
e através disso, desenvolver consciência ambiental.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

A psicologia estuda o conjunto de comportamentos de um indivíduo, quer seja de forma


individual ou em interação num determinado grupo social, família, amigos, escola, trabalho,
etc. Porém quando se fala em meio ambiente, direcionado mais para a natureza e os recursos
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que se obtém dela, o comportamento desse individuo é analisado de uma forma mais complexa,
na forma como ele valoriza o ambiente em que vive, se de forma sustentável, consciente da
necessidade da preservação dos recursos oriundos da natureza, da consciência de preservar os
animais, como os que já se encontram em extinção, dentre tantos outros tópicos que abarcam a
preservação ambiental.
O profissional de psicologia tende buscar o entendimento dessa interação entre o ser
humano e o meio ambiente em que vive, como parte de uma comunidade que vive numa relação
de simbiose, numa troca de recursos, sendo que esta deve ser feita de forma consciente, visando
uma relação vitalícia com bons resultados para ambos os lados.
Conforme Corral-Verdugo (2005). apud Barros Carvalho Denis (2015) “A Psicologia
Ambiental é uma área da Psicologia que estuda como aspectos físicos e sociais do ambiente
influenciam o comportamento das pessoas, assim como também compreender como o
comportamento humano modifica o seu entorno” (Corral-Verdugo, 2005, pag. 71-87).
Contudo, quando se trabalha a relação de uma criança ou adolescente com o meio
ambiente, ainda não há uma consciência consolidada, o conhecimento destes, ainda está em
formação, alguns comportamentos ainda não estão enraizados, as opiniões e atitudes ainda não
são ou estão definidas.
A Psicologia cognitiva, destaca a observação da consciência de um indivíduo, como o
pensamento deste, dentro de um contexto social, sob análise de seus processos mentais internos,
como a interpretação deles dão forma ao mundo externo, influenciando diretamente na conduta
deste indivíduo consigo e com o meio em que vive.
Piaget é um dos teóricos que bem ressalta o desenvolvimento cognitivo, no qual afirma
que todas as pessoas passam por quatro estágios, seguindo a seguinte ordem: estágio sensório
motor, estágio pré-operacional, estágio operacional concreto e estágio operacional formal. O
desenvolvimento se dá por etapas, variando de acordo com a idade determinada para cada
estágio, sendo esta variação baseada no desenvolvimento neurológico, conforme o sistema
nervoso, em especial o cérebro, vai amadurecendo, o indivíduo avança para o estágio seguinte.
Piaget considera que, no final do estágio sensório motor, a criança já é capaz de
demonstrar inúmeros comportamentos direcionados a obter resultados desejados, capaz de
planejar atos com objetos mentais, imaginar o que pode transcorrer desses atos, bem como os
colocar em prática, o que Piaget chama de comportamentos simbólicos, marcadores reais dos
processos de pensamento.

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Em relação à construção do conhecimento Piaget é referência, através de sua
teoria do conhecimento, que pode ser entendida como uma construção, sendo
que a ação do sujeito constrói conhecimento. O sujeito é ativo em seu processo
de construção do conhecimento através da ação sobre os objetos e a interação
com as pessoas e não pela apresentação ou demonstração de conceitos prontos.
A criança constrói e estrutura o conhecimento interagindo com o mundo. E a
ação é dirigida, coordenada, não é desordenada ou ao acaso. As próximas
ações ocorrem através da observação, informação e resultados. Para que
ocorra o desenvolvimento as ações são comportamentos que estimulam o
aparato intelectual da criança (BECKER, 2003).

Partindo da concepção de Piaget que o conhecimento é construído em estágios,


podemos considerar que a educação ambiental pode ser levada até a criança, através da
brincadeira, de forma lúdica, exercitando sua imaginação, se relacionando de acordo com seu
interesse e suas necessidades junto a realidade de um mundo que pouco conhecem. A
brincadeira mostra como a criança reflete, organiza, desorganiza, constrói e reconstrói o próprio
mundo, seguindo um desenvolvimento mesmo sem entender devemos respeitar, por que o
brincar da criança é a sua linguagem secreta

Na teoria de Piaget destaca-se a importância do brincar como uma inteligência


prática, pois incide na manipulação de objetos, em que a criança é agente ativo
na construção do seu próprio conhecimento. Portanto, através dos jogos seu
raciocínio lógico se desenvolve, sua criatividade e o ato de organização é outro
fator que se estimula. (KISHIMOTO, 1997)

A teoria construtivista de Piaget, defende que o sujeito atua no ambiente e modifica –


o, mas também será modificado pelo próprio ambiente. Todavia, quando inserido em um novo
local sua percepção se amplia e quando criança a aprendizagem é mais acessível, por isso é tão
importante que nas instituições se proporcione momentos de contato com diversos materiais
em que a criança explore, manipule e viva diferentes personagens até construir o seu eu.
Não se pode dissociar o ser humano do meio ambiente, a relação entre eles é
obrigatória no sentido da necessidade que um tem do outro, e é contínua no que tange à própria
preservação da espécie, um fornece ao outro, meios de existir, viver, sobreviver, porém, como
em toda relação, também com o meio ambiente e o ser humano ocorrem conflitos, e, cabe aqui
ao profissional de psicologia auxiliar as crianças assistidas pelo projeto, na organização dessa
construção de um raciocínio lógico juntamente com a criatividade através do brincar, no que
diz respeito ao comportamento deles em relação ao meio ambiente.

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Pode-se dizer que não há assimilação sem acomodação nem acomodação sem
assimilação. É provável afirmar que a criança é um ser dinâmico, que todo momento interage
com a realidade, operando efetivamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente
faz com que construa estruturas mentais e adquira maneiras de fazê-la funcionar, ou seja, de
acordo com a influência que receberá sua índole será diferente com o mundo, podendo dentro
do seu campo de visão, alterar o desgaste ambiental e transmutar uma nova realidade.
Enquanto Piaget acredita que o desenvolvimento do indivíduo se dá independente das
influências ambientais, seguindo os quatro estágios aqui já descritos, para Vygotsky há sim uma
interferência externa, sociocultural que influencia diretamente no desenvolvimento da criança.

[...] a principal diferença entre a imaginação e as demais formas de atividade


psíquica humana consiste no seguinte: a imaginação não repete em formas e
combinações iguais impressões isoladas, acumuladas anteriormente, mas
constrói novas séries, a partir das impressões anteriormente acumuladas. Em
outras palavras, o novo que interfere no próprio desenvolvimento de nossas
impressões e as mudanças destas para que resulte uma nova imagem,
inexistente anteriormente, constitui, como se sabe, o fundamento básico da
atividade que denominamos imaginação. (VIGOTSKI 2003, p. 107).

A imaginação vai sendo gerada à cada nova experiência vivida pela criança, vai se
vislumbrando em algo novo, refeito com alguns acréscimos, sendo transformada numa nova impressão
de algo que dantes já conheciam. Segundo Vygotsky para entendermos o desenvolvimento da
criança, é necessário levar em conta as necessidades dela e os incentivos que são eficazes para
colocá-las em ação. A criança se torna mais consciente de suas ações por meio do entendimento
que ela desenvolve da sua realidade. O ensino bom é o que transmite ao aluno aquilo que o
aluno não pode descobrir sozinho, no caso a conscientização dos cuidados ambientais deve se
proceder da orientação multidisciplinar.

Ela contribui indiscutivelmente para o desenvolvimento psicológico da


criança. “É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva
ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e
tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos
externos” Vygotsky (1998, p. 126).

A brincadeira seja simbólica ou de regras, não tem apenas um caráter de diversão ou


de passatempo. Pela brincadeira a criança, sem a intencionalidade, estimula uma série de
aspectos que contribuem tanto para o desenvolvimento individual do ser quanto para o social,
inclusive no que diz respeito a interação deste e o meio ambiente. Importante salientar que a
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brincadeira cria zonas de desenvolvimento proximal e que estas proporcionam saltos
qualitativos no desenvolvimento e na aprendizagem infantil.
Em outra ótica temos o ideal de Wallon, que acredita que o processo de
desenvolvimento se dá, tanto pela capacidade biológica do indivíduo, quanto pela influência
social do ambiente, o organismo já vem dotado de alguns recursos, mas, a interação com o meio
irá reforçar com que estes recursos se desenvolvam.
Para Wallon, assim como para Piaget, o desenvolvimento também é classificado por
estágios, só que em número e descrições diferentes, sendo eles: Estágio impulsivo-emocional;
Estágio sensório-motor e projetivo; Estágio personalista; Estágio categorial; Estágio da
puberdade e adolescência.
Ele também ressalta a afetividade como algo de extrema importância para que ocorra
o desenvolvimento do indivíduo, bem como a importância do brincar, da expressão das
emoções, como fatores essenciais para o desenvolvimento da aprendizagem durante os estágios.

As brincadeiras funcionais podem ser movimentos muito simples, como


estender e encolher os braços ou as pernas, agitar os dedos, tocar objetos,
imprimir-lhe um balanço, produzir ruídos ou sons. [...] uma atividade em
busca de efeitos. Com as brincadeiras de faz - de conta, cujo exemplo típico
brincar de boneca, montar um cabo de vassoura como se fosse um cavalo, etc.
[...] uma atividade cuja interpretação é mais complexa, [...]. Nas brincadeiras
de aquisição, a criança fica, conforme uma expressão corrente, toda olhos e
toda ouvido, ela olha, escuta, esforça-se para perceber e compreender: coisas
e seres, cenas, imagens, relatos, canções parecem captar toda a sua atenção.
Nas brincadeiras de fabricação– diverte-se em juntar, combinar entre si
objetos, modificá-los, transformá-los e criar novos (WALLON, 2007, p. 54-
55).

Para a psicologia, as brincadeiras funcionais, são uma forma da criança externar as


demandas que elas não sabem expressar verbalmente, a observação atenta, carregada de
acuidade, permite ao profissional criar um vínculo com a criança, aos poucos estabelecendo
uma relação de confiança. “Dessa maneira, a ficção faz naturalmente parte do jogo infantil,
opondo-se a uma “realidade opressiva” ” (WALLON, 2007, p. 66).
Mais contemporaneamente, e cá de nossa Pátria, temos a visão de Paulo Freire, que
instiga o indivíduo, no âmbito escolar à uma educação ambiental crítica, voltada para a
conscientização. Para ele, o indivíduo deve buscar uma educação transformadora livre de
alienações. Em suas falas educacionais, era importante ressaltar sua preocupação com a
interação entre a natureza e a cultura.

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E nos pareceu que a primeira dimensão desse novo conteúdo com que
ajudaríamos o analfabeto, antes ainda de iniciar sua alfabetização (...) seria o
conceito antropológico de cultura, isto é, a distinção entre estes dois mundos:
o da natureza e o da cultura; o papel ativo do homem na sua realidade e com
a sua realidade; o sentido de mediação que tem a natureza para as relações e a
comunicação do homem; a cultura como o acréscimo que o homem faz ao
mundo que não criou; a cultura como resultado do seu trabalho, de seu esforço
criador e recriador. (FREIRE 1981, apud CARVALHO 2008)

Freire considerava que o homem deveria manter uma relação íntima com o planeta,
pois, sendo habitantes deste, deveria ser como uma grande família, estabelecendo uma
consciência eco pedagógica crítica e responsável. “Se a educação sozinha não transforma a
sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda” (2000, p.31).

A exemplos de uma educação transformadora, pautada na preservação e


sustentabilidade, temos abaixo, três exemplos de projetos executados com êxito, que visam essa
interação harmoniosa entre o indivíduo e meio ambiente.:
 Tríplice Coroa – Imperatriz (MA)
Os estudantes do Colégio Militar Tiradentes 2 perceberam que o Rio Tocantins,
utilizado como importante meio de comunicação e transporte, estava sendo afetado pelo
acúmulo de lixo em seu leito. Isso porque a própria população ribeirinha não tem suporte
adequado para a gestão correta de resíduos. Por isso, eles desenvolveram um aplicativo, para
trazer informações e instruções às pessoas da região sobre formas de reciclagem e
compostagem.

 Miguel Verde – Cabo Frio (RJ)


A proposta é transformar o espaço escolar com a criação de um laboratório ao ar livre,
com jardins de restinga, sementeiras para germinação de plantas nativas, viveiro e composteira
utilizando resíduos orgânicos da cozinha.

 Ecofossa: o uso da fibra do coco na construção de fossas ecológicas –


Beberibe (CE)
Ao saberem que 90% da água de uma reserva ecológica no litoral do Ceará estava
contaminada, estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional Pedro de Queiroz Lima
criaram uma maneira de fornecer água potável com baixo custo a partir do uso da fibra do coco

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na construção de fossas ecológicas, uma alternativa às fossas sépticas convencionais feitas de
brita.
Após diversos testes e de um estudo realizado junto à Universidade Federal do Ceará,
descobriu-se que a fibra de coco, um material filtrante abundante na região litorânea, reduz em
40% o custo das fossas (o investimento médio para construir uma ecofossa é de R$ 400) e a
quantidade de resíduos sólidos com a reutilização do coco, antes descartado em lixões a céu
aberto. Além de impedir que os dejetos entrem em contato com o solo, a fossa permite
plantações e a construção de poços.

Concluindo, se a mudança começa a partir das pessoas, quão é importante levar o


conhecimento às crianças, que são futuros adultos, quer seja em escolas, comunidade, orfanatos,
etc., fazer lhes conhecer a necessidade urgente de se manter uma relação de preservação, de não
só tirar de onde não se repõem, ficando de rastro só a destruição e poluição, e por consequências
restará dentre tantos resultados negativos, um caos na saúde e esgotamento de uma natureza
que tanto nos provem, porém, nos falta dar a devida relevância e retorno.

4. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

O local escolhido para a realização do projeto, será a instituição: Casa sonho de


criança, situado no bairro Fé em Deus, São Luís – MA.
A seleção desse abrigo, se enquadra com o centro de nosso objetivo em relação a esse
projeto, que visa a atuação social do psicólogo em relação ao meio ambiente, dentro dessa
temática proposta atuando em correlação na comunidade com ênfase no meio infantil,
promovendo uma conscientização acerca dos fatores ambientais, através de forma lúdica, no
qual adentra no universo da criança.
Os métodos e procedimentos desenvolvidos, serão aplicados na forma lúdica, pois
nosso público alvo é o infantil, como também com outra didática mais dinâmica para o público
adolescente, pois nessa instituição, estão crianças na faixa etária de 6 a 16 anos de idade.
Utilizaremos os recursos de imagem, reciclagem, vídeos, para uma maior abrangência
do conteúdo. Realizaremos pequenas brincadeiras para uma melhor interação com essas
crianças, utilizando recursos de lápis de cor, cartolinas coloridas, papéis, imagens para colorir,
alguns brinquedos entre outros utensílios. Utilizaremos também sementes de flores, com

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instruções de como fazer o plantio, como forma de incentivar na questão da preservação do
meio ambiente, onde cada criança poderá plantar essa semente, de forma a incentivar a questão
da preservação do meio ambiente, reforçando a importância na preservação, elas poderão trazer
a memória esse dia, quando a flor florescer.
Com o público adolescente, faremos dinâmicas, mini palestras a respeito da
conscientização em relação a preservação do meio ambiente, distribuiremos no final bombons,
balas e alguns doces, como também colheremos o ponto de vista de cada criança e adolescente,
a respeito do conteúdo que foi passado para as mesmas, focando sempre nos parâmetros da
psicologia da aprendizagem, observando o roteiro que cada criança e cada adolescente
conseguiu absorver em relação ao tema proposto, e assim promover uma ação de
conscientização acerca dos atributos e também da preservação do meio ambiente, como também
a importância que possuem para uma construção de conscientização em torno dos aspectos
ambientais no âmbito psicológico.

5. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

Para que haja uma visão mais aprofundada do que exatamente se trata o projeto e quais
ações estão sendo postas em prática depois de sua elaboração teórica, é necessário salientar
quais são os recursos que utilizaremos durante a sua execução, sendo eles humanos e materiais.
Com tal esclarecimento, poderemos mostrar os meios necessários para se alcançar um bom
resultado.
Tendo em vista a forma como o projeto foi elaborado; totalmente em grupo, é preciso
que tenhamos organização durante a prática, separar as funções específicas de cada
componente, listando quais são suas atividades e oferecendo suporte a todos os envolvidos, tal
como motivação e capacitação, melhorando assim as competências e a interação por parte dos
membros, o que é essencial em um projeto.
Teremos uma equipe com a palestra instrutiva acerca do projeto, outros responsáveis
por coordenar as atividades lúdicas, outros com a execução de brinquedos feitos de reciclagem
de alguns materiais, feitos pelas crianças, por fim encerraremos com a reunião de todos para a
exposição dos trabalhos feitos, um lanche e, distribuição das sementes já plantadas,
simbolizando a preservação da natureza.
Na questão de recursos materiais utilizaremos matérias didáticos pertinentes à forma
pretendida de trabalho, tais como materiais diversos que possam ser reutilizados, garrafas pets,
etc., transformados em algo útil e funcional, usaremos também caixa de papelão, folhas de
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papel, alimentos para o lanche que será oferecido, copos descartáveis, e, financeiramente
contaremos com recursos próprios e doações.

6. RESULTADOS ESPERADOS

Espera se com o presente projeto, fomentar no público alvo a necessidade de uma interação com
o meio ambiente, onde a troca de recursos deve ser mútua, num processo de simbiose e não parasitismo.
Porém, esperamos passar todo esse conhecimento de forma lúdica, didática, com intuito de um
entrosamento artístico do saber com a expressão deste na forma de arte.

7. CRONOGRAMA

PERÍODO/DATA AÇÃO Local


06/10/22 Entrega do Projeto de Plataforma Classroom,
forma escrita, para link disponibilizado pela
computação de nota orientadora do projeto,
avaliativa. professora Maria do
Socorro Cruz
Mês de novembro: data a Execução do projeto Casa Sonho de Criança
definir
Data a ser definida pela Entrega de relatório Plataforma Classroom,
orientadora do projeto individual link disponibilizado pela
orientadora do projeto,
professora Maria do
Socorro Cruz

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8. REFERÊNCIAS

 BECKER, F. A Origem do Conhecimento e a Aprendizagem Escolar. Porto Alegre,


ArtMed, 2003.pag. 01. Disponível
em: http://www.cerebromente.org.br/n08/mente/construtivismo/construtivismo.htm,
acesso em 20 de setembro de 2022.
 CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formatação do sujeito
ecológico. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
 Corral-Verdugo, V. (2005). Psicologia Ambiental: objeto “realidades” sócio-físicas e
visões culturais de interações ambiente-comportamento. Psicologia USP, 16(1/2), 71-
87. Disponível em: https://doi.org/10.4025/psicolestud.v21i1.28046, acessado em
25/09/2022
 KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez,
1997. Disponível em
https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/6928/1/DM_Marianne%20de%20Carvalho.pdf
, acessado em 25/092022.
 Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo:
Editora UNESP, 2000.
 PIAGET, J. A Construção do real na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1970
 VIGOTSKI, Lev S. O desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins
Fontes. 2003.
 VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. 6. Ed. São Paulo: Martins Pontes, 1998.
 https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/19042/1/Relat%C3%B3rio%20Final%20-
Teresa%20Paula%20Nogueira%20Crespo.pdf, acessado em 25/09/2022.
 WALLON, Henri. O brincar. In: _____ A evolução psicológica da criança. São Paulo:
Martins Fontes, 2007.
 https://lunetas.com.br/projetos-meio-ambiente-criancas-jovens/, acessado em
25/09/2022.

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