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CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE

Colégio Estadual Paulo Leminski

A PERCEPÇÃO AMBIENTAL INFANTIL

Aaliyah1; Kamilla2; Marcella3; Miyuki4

Resumo:

Esse artigo tem como objetivo discorrer sobre a educação ambiental no processo
infantil através de pesquisas realizadas, com resultados de práticas e conhecimentos
adquiridos no curso técnico de meio ambiente, principalmente no âmbito de estágio,
onde foi se possível repassar o aprendizado de maneira cuidadosa, incentivando os
alunos a serem receptivos com o assunto e que se envolvessem, criando, durante o
processo, uma consciência maior sobre o mundo ao seu redor. O artigo também
ressalta como a educação ambiental não é um tema desenvolvido corretamente pelas
instituições sociais e por muitas vezes banalizado por todo o corpo social.

Abstract:

This article aims to discuss environmental education in the children's process through
research carried out, with results of practices and knowledge acquired in the
environmental technical course, mainly in the context of internship, where it was
possible to pass on the learning in a careful way, encouraging students to be receptive
to the subject and get involved, creating, in the process, a greater awareness of the
world around them. The article also highlights how environmental education is not a
topic correctly developed by social institutions and is often trivialized by the entire
social body.

Palavras-Chave:

Meio-Ambiente. Educação Infantil. Educação Ambiental. Atividades.

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1 Pereira, Aaliyah. técnico em meio ambiente integrado liyahluiza@gmail.com


2 Fortunato, Kamilla . técnico em meio ambiente integrado fortunatodasilvakamilla@gmail.com
3 Santos, Marcella. técnico em meio ambiente integrado marchella.falcao@gmail.com
4 Furuya, Miyuki. técnico em meio ambiente integrado miyukifuruya19@gmail.com

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INTRODUÇÃO
Esse artigo tem como objetivo discorrer sobre a educação ambiental no
processo infantil, a fim de apresentar abertamente problemáticas ambientais, em uma
fase tão importante, de acolhimento de ideias e situações. Trazer de fato a
compreensão de valorização aos requisitos ecológicos que sustentam todas as formas
de vida, e ações incorretas que resultam na falta e impossibilidade de direito ao meio
ambiente de todos.
A banalização da educação infantil vem criando, na sociedade, uma
equivocada consciência ambiental, por um falso saber fomentado pelo discurso, é
pressuposto que crianças não entenderem sobre a causa ambiental é um dos principais
causadores para o desenvolvimento de indivíduos sem discernimento ambiental. Pela
falta dessa consciência é visto que o homem desaprendeu ou tornou irrelevante as
questões ambientais teoricamente e, na prática, presentemente vemos os impactos
dessas ações por meio de crises sócio-ambientais e a degradação constante do nosso
planeta.
O processo de educação ambiental cria não apenas um indivíduo capaz de
associar o ser ao meio ambiente, mas também desenvolve as habilidades, atitudes e os
compromissos de uma criança, gerando um senso de cuidado dando início assim a uma
sensibilidade ambiental. No entanto, visando que sejam pessoas em desenvolvimento,
a educação de forma ecológica deve ir até o entendimento de uma, como a demais
atividades que fazem parte do processo lúdico do aprendizado para que se transforme
em algo de interesse e não algo maçante que cause a antipatia da criança pela temática
uma vez que ela repudie, podendo tornar isso algo irreversível, fazendo-a concernir
com pensamentos futuros. E claro, condições em que o educador é propenso a não ter
conhecimento da pauta, e prosseguir com a insistência da aplicação do meio ambiente
com métodos tradicionais de ensino, que não chegam ao objetivo real de
entendimento da criança, mas essas questões podem partir obviamente do próprio
educador onde ele pode se empenhar na busca da melhoria de condições ambientais e
também na qualidade de vida. A educação ambiental vai muito além de saber sobre as
cores do lixo ou atividades lúdicas, mas sim sobre compreender que a natureza
sustenta a teia da vida. Se instruídas como uma forma de brincadeira as atividades não

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farão mudanças a longo prazo no discernimento infantil, pois será tratado justamente
como algo infantil e com a maior idade será esquecida ou apenas uma
lembrança.Sendo assim as atividades devem ser enriquecedoras de forma que as
crianças sintam vontade de cuidar do meio, criando pessoas capacitadas para uma
convivência saudável e harmônica.
Abrangemos também, situações de impossibilidade de acesso em áreas mais
pobres, como em áreas de favelização. No qual a comunicação e a recepção de
informações podem ser mais atrasadas, com a disponibilidade de materiais sendo
menor, limitada ou até mesmo escassa, a prioridade social não sendo condicionada
para o cenário vivido, faltando com projetos sociais, políticas públicas e um baixo
investimento educacional, devido a todos as adversidades vindo de uma administração
governamental má articulada.Também precisamos contar com a educação oriunda do
ambiente domiciliar, obviamente hábitos de casa também influenciam na formação do
senso ambiental da criança, pequenas coisas sempre vão modificar o futuro de forma
positiva, tais como: não ficar tanto tempo no chuveiro, desligar a torneira enquanto
escova os dentes, reutilizar brinquedos, a reciclagem em geral, doações, entre outras
coisas, que irão também ajudar com o entendimento do consumo excessivo.
Justamente o uso exacerbado de recursos naturais pela alta demanda de consumo
partindo da falta de consciência. Onde uma criança desde sua nascença é rodeada de
itens que são exagerados e até mesmo desnecessários e assim não sabe a diferença de
"precisar" e "querer". Com o avanço da tecnologia e aumento do tempo das telas,
como televisões e celulares, são bombardeadas de acessos fáceis a outras realidades de
consumo e encorajadas a querer cada vez mais, assim também, a criança perde o
interesse e não se sente instigada a realizar atividades ao ar livre. O psicanalista e
educador Ruben Alves defende “há crianças que nunca viram uma galinha de verdade,
nunca sentiram o cheiro do pinheiro, nunca ouviram o canto do pintassilgo e não tem
prazer em brincar com a terra. Pensam que a terra é sujeira. Não sabem que terra é
vida”. Com isso ponderamos a necessidade de um conectar direto com o planeta Terra,
formando uma teia de pessoas ecologicamente conscientes, que passarão seus
conhecimentos adiante, em seus núcleos sociais, desenvolvendo uma sociedade cada
vez mais cuidadosa.

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MATERIAL E MÉTODOS

Essa pesquisa foi desenvolvida com base em experiências e aprendizados


adquiridos no curso técnico em meio ambiente integrado (Colégio Estadual Paulo
Leminski), realizados em instituições de ensino particulares e públicas(Colégio
Estadual Maria Balbina Costa Dias e Escola Social Coração de Jesus), em período de
estágio obrigatório. Foram realizados com as crianças e jovens entre 6 a 15 anos,
iniciando experimentos para medir o conhecimento e visão mediante ao meio
ambiente, e com isso compreender que lhes falta sapiência pelo valor ambiental.

Para isso, desenvolvemos atividades didáticas e práticas para instigar e criar


ações preventivas e corretivas, utilizando matérias-primas da instituição de ensino e
materiais recicláveis trazidos pela coordenação dos experimentos e dos estudantes que
participavam do projeto.

Como por exemplo:

1° Práticas de compostagem;

2° Horta orgânica/Sementeira;

3° Estimular o conhecimento e a prática de atividades ambientais;

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Imagem 1: Restauração da composteira de três gavetas e de chão feita com o


auxílio dos professores de empreendedorismo.

Imagem 2: Montagem de sementeiras de morango e outras sementes realizada


pelos alunos do ensino fundamental.

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Imagem 3: Prática pedagógica a árvore do conhecimento ambiental.

Para a realização das atividades buscamos utilizar materiais e métodos de fácil


compreensão e acesso com diferentes entradas aos assuntos. Ressaltamos para os
estudantes que o manejo, responsabilidade pessoal e pensamentos refletem no meio
ambiente como um todo.

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RESULTADOS

A partir das dinâmicas executadas notamos a absorção de conhecimento e


técnicas de conservação e mitigação de danos ambientais no que se diz respeito ao
público Infantil, já que o contato direto com os ecossistemas têm impacto em seu
envolvimento emocional com o meio ambiente. As crianças passaram a se questionar e
a sentir vontade própria de pesquisar e procurar ter experiências com o meio ambiente,
semelhantes às que propusemos, afetando positivamente em suas vidas e seus
respectivos futuros. O conhecimento ambiental influenciou em alguns esclarecimentos
como a compreensão do que é meio ambiente, e da maneira que dependemos de seus
recursos visto que eles são finitos, por isso sua conservação é indispensável para que
ocorra a manutenção de vida. Partindo desse entendimento eles adquiriram uma
consciência sensibilizada e também o prazer de cuidar e usufruir de maneira correta do
que nos é fornecido, pois com atos pequenos do cotidiano instruídos desde cedo
pode-se ocasionar implicações com o todo, negativa e positivamente, tais como:

Consumo excessivo de papel. Desde criança é incentivado pelas escolas


indiretamente o consumo excessivo de papel, através de atividades, trabalhos e provas,
onde não se mensura a dimensão em que esta prática afeta o meio ambiente.
Analisando com mais cuidado, é possível notar que a partir disso são criados adultos
que não se preocupam com o cuidado no uso desse material, principalmente na área
corporativa. Atualmente, o uso excessivo de papel é comum e infelizmente ainda
vivemos na era do papel, em todo lado que vemos há papel, sendo em publicidades,
processos, avisos e assim por diante, mesmo com os avanços tecnológicos em
informações e comunicação. O gasto dos recursos naturais é espantoso e o pior é que
muitas vezes ainda não é prático e pode acarretar em diversos problemas, não só no
impacto ambiental. Desta forma, ao não ensinar as crianças a ter consciência acaba as
instigando a utilizar desnecessariamente uma quantidade exorbitante de papel e o
descartando de forma incorreta, amassando e jogando no lixo.

Descarte incorreto de resíduos. Muitas vezes o descarte do lixo não se passa


nem pela cabeça das pessoas, fazendo-as nem se preocupar com o que ocorre com o

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resíduo que deixam nas ruas ou mesmo na porta de suas casas. Assim, geralmente, é
causado o descarte incorreto, podendo ter sua finalidade nos bueiros, ocasionando seu
entupimento e enchentes em larga escala, pois sem sistema de escoamento em sua boa
funcionalidade a água das chuvas não tem para onde correr. Além disso, se origina do
descarte indevido dos resíduos a propagação de doenças, de diversas formas,
principalmente pela amplificação de vetores como mosquitos, ratos, vermes e outros.
Com base nisso, introduzindo esse tópico na educação infantil, geramos adultos
preocupados com o descarte de seus resíduos, atraindo não só uma cidade mais limpa
como uma cidade mais saudável.

Desperdício de água, um problema ambiental que ocorre de forma recorrente


em todo o mundo. Entre as suas causas estão a má gestão dos recursos hídricos,
incitado principalmente pelo consumo doméstico exacerbado causado pela falta de
conscientização das pessoas. O consumo exacerbado de água pela população mundial
contribui para uma série de problemas ambientais e humanos. Por mais que as
instituições abordem este tópico, ainda sim ele não é visto com importância por
diversos adultos, e seguindo a premissa de que a percepção ambiental infantil ativa
acerca da cautela do uso dos recursos naturais criam adultos mais responsáveis
ambientalmente nós concluímos que assim a sociedade seria mais cuidadosa com o
uso dos recursos hídricos se ensinada desde a infância.

Consumismo desenfreado. O falso sentimento de necessidade por objetos,


como brinquedos novos, o tempo todo criado principalmente pelos meios de
comunicação incita cada vez mais o consumismo, e com o crescimento desses meios,
a criança está sempre exposta a desenhos, propagandas e jogos o que causa essa
vontade de tudo que é ofertado, e se não instruídas corretamente acabam como adultos
com transtornos compulsórios por itens novos.

Por fim, repulsa pelo natural. É de se notar que muitas crianças tem “nojo” ao
natural, que sentem desconforto apenas de estar em uma área verde ou encostar em
terra, isso se dá a falta de contato com esses recursos, e a longa escala, adultos sem
qualquer envolvimento com o meio ambiente, sem preocupações sobre o que acontece
com o mesmo. Dessa forma, são acarretados diversos outros problemas

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socioambientais, e como vimos anteriormente, a melhor forma de mudar essa


realidade é através da educação ambiental infantil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas informações apresentadas ao longo do conteúdo discorrido,
nota-se a importância de compreender e buscar formas para introduzir a educação
ambiental na infância de maneira eficaz, dessa forma caminharemos cada vez mais
para uma sociedade totalmente sustentável, além de solucionar diversos problemas
sanitários e ambientais. Este artigo é aplicado à área técnica ambiental para o
desenvolvimento de políticas de melhorias no sistema educacional brasileiro, com
ênfase na educação ambiental desde cedo na grade curricular, tendo grande
importância na formação de uma consciência ambiental coletiva.

AGRADECIMENTOS

Aos agradecimentos da conclusão deste artigo estão os professores Carlos


Eduardo Sauer, Karin Schellmann e a coordenadora Mayra de Abreu a quem sempre
nos auxiliaram e instruíram durante este curso. A nossa colega e amiga Nathalli
Gonçalves, pelo apoio e companheirismo durante esse trabalho e durante o curso.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

a) Livro
Capra, Fritjof. Alfabetização ecológica. Editora Cultrix, 2006.

Dias, Genebaldo Freire. Introdução a temática ambiental.

Antropoceno, 2010.

b) Livro

Governo do Paraná. Educação Ambiental. Secretaria de Estado da

Educação, 2014.

c) Livro

Lisboa, Cassiano Pamplona, and Eunice Aita Isaia Kindel. Educação

Ambiental: da teoria à prática. Editora Mediação, 2013.

d) Artigo acadêmico

Zendron, Alessandra Ballestero Fukoshima, et al. "Psicologia e

educação infantil: possibilidades de intervenção do psicólogo

escolar." Barbaroi 39 (2013): 108-128.

e) Artigo acadêmico

Marin, Andreia Aparecida. "Pesquisa em educação ambiental e

percepção ambiental." Pesquisa em educação ambiental 3.1

(2008): 203-222.

f) Matéria publicada

Iberdrola. 2020. “Benefícios da educação ambiental nas crianças”.

https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/educacao-ambien

tal-para-criancas

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