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Educação ambiental, sustentabilidade e meio ambiente.

Nunca antes se debateu tanto sobre o meio ambiente e sustentabilidade. As graves


alterações climáticas, as crises no fornecimento de água devido à falta de chuva e da
destruição dos mananciais e a constatação clara de que, se nada for feito para mudar, o
planeta será alterado de tal forma que a vida como a conhecemos deixará de existir.
Cientistas, pesquisadores e membros de organizações não governamentais do
mundo todo se unem para discutir e levantar sugestões que possam trazer soluções ou, pelo
menos, encontrar um ponto de equilíbrio que desacelere a destruição que experimentamos
nos dias atuais. A conclusão é de que políticas que visem à conservação do meio ambiente e
a sustentabilidade de projetos de qualquer natureza deve ser sempre a idéia principal e a
meta a ser alcançada para qualquer governante.
Uma forma que vem sido trabalhada para que se possa melhorar essa situação,
inclusive com um maior impacto nas futuras gerações, é a inclusão de educação ambiental
nas escolas, que tem por objetivo ensinar crianças e adolescentes para uma vida sustentável.
Segundo Lucia Minervino (2007), aliada a educação convencional, a educação
ambiental tem como meta destacar as interdependências entre o ambiente natural e social,
desenvolvendo no indivíduo iniciativas e competências no sentido da compreensão e
melhoria do meio que ele vive. A educação ambiental pode ser entendida como toda ação
educativa que contribui para a formação de cidadãos, conscientizando-os da preservação do
meio ambiente e tornando-os aptos a tomar decisões coletivas sobre questões ambientais
necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Sendo assim, sua
aplicação não se limita ao universo escolar apenas, mas deve atravessar este para facilitar o
entendimento dessas questões e suas aplicações no dia a dia.
Essa inserção ambiental no meio escolar deve iniciar-se em sua base, ou seja,
pressupostamente na educação infantil. Os alunos devem ser logo expostos ao contato mais
próximo dos seres vivos, ao mesmo tempo em que lhe são explicados os ciclos harmoniosos
da natureza e o desequilíbrio causado pela intervenção humana. Os passeios ao ar livre em
parques ou jardins botânicos ou zoológicos também são bons aliados nessa interação. Para
Konrad Lorenz (1903-1989), é de grande importância uma criança criar um animal ou
cuidar de uma planta, para que ela possa sentir a responsabilidade pelo seu bem-estar.
Segundo Hack & Weber (2011), a educação ambiental tenta superar a visão
antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo esquecendo
a importância da natureza, da qual é parte integrante. Podemos afirmar que o significado
das coisas passa a ser entendido mais facilmente pela criança quando ela está infiltrada em
uma relação direta com seu meio, assim, a criança e, por conseqüência, o adulto que ela será
só terão interesse pelos assuntos ecológicos quando estiverem desde o início envolvido
com este universo.
Como podemos observar é fundamental que haja uma base para que se aprenda e
compreenda a educação ambiental, e esta tem de ser trabalhada desde bem cedo, porém,
também é necessário que haja uma continuação durante todo o tempo de formação do
individuo. Como nos diz Nalini (2003), proteger a natureza precisa ser tarefa permanente de
qualquer ser pensante e aprender a conhecê-la e respeitá-la pode levar uma vida inteira.
Existem varias formas, meios e projetos que possam ser inseridos no meio
educacional, que também possam ser levados e praticados na casa ou comunidade do aluno.
É importante propor gincanas, debates, palestras entre outras atividades que promovam
atitudes sustentáveis nas escolas, ensinando as crianças como fazer coleta seletiva, preservar
a natureza e utilizar os recursos naturais e minerais de forma responsável. Como somente a
teoria não basta, os estudantes precisam praticar o que aprenderam, e as atividades
extracurriculares, como visita a depósitos de reciclagem, plantio de árvores, criação de
hortas e ações comunitárias, podem ser úteis nesse processo.
Incentivar as crianças a reutilizar os materiais escolares também é um processo
simples e útil, caso os materiais escolares ainda estejam em condições de serem usados,
explique à criança que eles ainda podem ser aproveitados e deixe para comprar novos
somente quando eles acabarem. A dica é informá-la do quanto essa ação ajuda a preservar o
ambiente, o que despertará mais consciência nos pequenos. Outra forma de reutilizar é
ensinando as crianças a cuidarem dos produtos mais duráveis como as mochilas e os
estojos. E caso necessário comprar novos materiais escolares, prefira aqueles feitos com
material reciclado ou que tenham certificação verde.
Vejamos alguns exemplos de ações sustentáveis nas escolas:

- Criação de sistemas de reciclagem do lixo.

- Desenvolvimento de projetos voltados para a reutilização de materiais recicláveis


(enfeites, papel reciclável, utensílios domésticos e etc.).

- Criação, no espaço escolar, de uma horta orgânica, mantida pelos próprios alunos. Os
vegetais colhidos podem ser utilizados na elaboração de lanches e merendas para os alunos
ou, até mesmo, doados para instituições sociais e famílias carentes.

- Desenvolvimento de programas voltados para o plantio de árvores nas escolas ou na


comunidade.

- Ações voltadas para o uso racional (com economia) de água e energia elétrica, evitando ao
máximo o desperdício.
- Colocação, num espaço da escola, de recipientes destinados ao descarte de pilhas e
baterias usadas. Estas deverão ser entregues às empresas que fazem o descarte adequado.

- Projeção, para os alunos, de filmes e documentários que mostrem os impactos ambientais


provocados por ações humanas. Esta ação destina-se a informação e tomada de consciência
por parte dos alunos.

Referências bibliográficas:

HACK, Glauciéli Quevedo Pinheiro; WEBER, Liane de Souza. A EDUCAÇÃO


AMBIENTAL COMO VEÍCULO DE INCLUSÃO SOCIAL NA ESCOLA
RURAL 21 DE ABRIL - LINHA RINCÃO FUNDO - PANAMBI/RS. Rio Grande
do Sul, v. 4, n. 4, p. 804, abr. 2011.

LORENZ, K. A. Demolição do Homem; trad. Horst Wertig. - São Paulo:


Brasiliense, 1986.

MINERVINO, Lucia. In: I Congresso de Educação Ambiental dos Paises


Lusófonos e Galicia: A Educação Ambiental Como Fator De Inclusão Social Da
Comunidade Na Gestão Das Regiões Hidrográficas Brasileiras. 1º Edição. Local: Santiago
de Compostela. 24 de setembro de 2007. Disponível em: <
http://www.ceida.org/CD_CONGRESO_lus/documentacion_ea/comunicacions/EA_non_fo
rmal/PracianoMinervino_LuciaMaria.html>. Acesso em: 20 de setembro de 2015.

NALINI, R. Justiça: Aliada Eficaz da Natureza. In: TRIGUEIRO, A. (coord.) Meio


Ambiente no Século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de
conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

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