Você está na página 1de 5

1.

O papel da educação ambiental no meio rural e urbano. 

O conceito de Educação Ambiental evoluiu de acordo com o tempo. Historicamente


esteve ligado aos conceitos ou representações que se atribuíram ao meio ambiente.
Nas últimas décadas, vem se consolidando e tornando-se um parâmetro no
estabelecimento de um outro pensar a educação no seu conjunto, haja vista, o
número de publicações, projetos, experiências e pessoas envolvidas com a temática
em todas as esferas.

A Educação Ambiental busca a comunhão com os princípios fundamentais de


participação, cidadania, autonomia, familiaridade com a cultura local e
sustentabilidade almejando uma educação que priorize, em suas bases
epistemológicas e metodológicas, a formação de homens aptos a enfrentar os
desafios sócio-ambientais que em muitos casos são produtos de sua própria ação.

Segundo Guimarães (1995), a Educação Ambiental tem o importante papel de


facilitar a percepção da necessária integração do homem com o meio ambiente de
modo que esta seja uma relação de harmonia consciente do equilíbrio dinâmico da
natureza proporcionando, por meio de novos conhecimentos, atitudes e valores, a
inserção de educando e educador como cidadãos no processo de transformação do
atual quadro ambiental de nosso planeta.

O trabalho da Educação Ambiental deve ajudar os educandos a construírem uma


consciência global das questões relativas ao ambiente, para que possam assumir
posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria. Para isso, é
importante que atribuam significado aquilo que aprendem sobre as questões
ambientais, resultado da ligação que estabelecem entre o que aprendem e sua
realidade cotidiana possibilitando a utilização destes conhecimentos em outras
situações.

1.1. Educação Ambiental no meio rural

O meio rural tradicionalmente conhecido por possuir de modo mais destacado


alguns elementos ditos naturais tanto quanto o urbano está suscetível a impactos
ambientais negativos em decorrência da ação de agentes externos sendo,
geralmente, o homem sua principal ameaça.
Nesse contexto, a escola é a principal eleita, como lugar privilegiado, para
disseminação e construção deste novo comprometimento. O grande desafio, hoje,
colocado à educação do campo está na necessidade de estimular um processo de
reflexão sobre modelos de desenvolvimento rural que sejam responsáveis,
economicamente viáveis e socialmente aceitáveis, que colaborem para a redução da
pobreza, para a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, para a
resolução dos problemas ambientais, fortalecendo as comunidades que vivem no
campo, não dissociando a complexidade da sociedade e da natureza. (Zakrzevski,
2004, p.85)

Nesse contexto, a escola rural calcada nas premissas e conceitos da Educação


Ambiental se coloca a serviço da nova lógica de desenvolvimento, para além dos
valores meramente impostos pelo desenvolvimento econômico a qualquer custo.

1.2. Educação Ambiental no meio urbano

A cidade constitui um lócus onde aloja a população urbana e tem sido objeto de
preocupação de vários pesquisadores como Santos (1988) e Lefebvre (1991) por ser
a materialização de diversas relações sociais, enquanto espaço urbano. Todavia não
é recomendável fazer a separação entre espaço urbano e cidade, devido existir
entre as duas categorias uma interdependência dialética.

As grandes cidades enfrentam problemas ambientais que se agravam devido a


complexidade de ações, criações e produção dos homens que nela circulam, vivem,
passeiam e trabalham. Tais ações são responsáveis pela sua configuração
ambiental. Com isso, há mecanismos de expansão da área urbana em decorrência
do crescimento populacional e da produção do espaço urbano que compreende: a
especulação, a reserva de valor, a valorização de áreas a produção de periferias de
centralidades, a criação de equipamentos sociais, de serviços, a abertura e a
ampliação de vias públicas (CAVALCANTI, 2008).

Assim, a Educação Ambiental tornou-se uma alternativa para sensibilizar a


sociedade, em vista das questões ambientais e urbanas, levando-a à percepção
crítica e reflexiva sobre a complexidade dos problemas que afetam o ambiente nos
dias de hoje.
1.3. Ações que podem ser levadas a cabo para a implementação da
Educação Ambiental nos meios Rurais e Urbanos.

a) Educação Ambiental nas Escolas

Existem diversos manuais e cursos para auxiliar os professores nessa empreitada.


Como é uma abordagem relativamente nova e complexa, pois incentiva-se o
emprego da interdisciplinaridade (ou seja, a “conversa” entre diversas disciplinas
escolares) para abordar o tema, é necessário formar esses professores de
metodologias e exemplos para que eles possam desenvolver em sala.

Vejamos alguns exemplos de práticas que podem ser empregadas nas salas de
aula:

 Estimular a percepção dos alunos mostrando vídeos, fotos ou indo a campo


em um ambiente “natural” como parques, rios e mar. Fazer perguntas para
estimular a imaginação e o que eles veem e sentem nesses ambientes;
 Trabalhar conceitos importantes em sala e formular trabalhos como
apresentações, cartolinas e pesquisa para fixação dos temas;
 Promover a interdisciplinaridade. “O que cada disciplina escolar pode auxiliar
para a educação ambiental ser trabalhada de forma mais completa e
interligada?”;
 Havendo possibilidade, realizar projetos que envolvam toda a comunidade
escolar, inclusive os pais, como horta na escola, projetos que envolvam o
ambiente familiar, feiras de ciências com essa temática, etc.

b) Educação Ambiental em casa

A Educação Ambiental não para na escola, pois ela tem de ser reproduzida em
todos os espaços para ser eficiente. Podemos adotar práticas em casa que
aprendemos estudando, como por exemplo:

 Separar o lixo doméstico para facilitar o trabalho de reciclagem e reutilização


de materiais;
 Plantar em casa, pois é barato e não depende exclusivamente de grandes
quintais para tal: uma latinha de leite em pó ou de tinta resolve o problema!
Além disso, passamos a dar mais importância aos nossos alimentos, além de
desenvolver um sentimento de pertencimento;
 Separar óleo de cozinha utilizado para a coleta correta para que não
contamine nossas águas e solo;
 Fazer compostagem em casa. Há vários métodos de se fazer, inclusive
comprar a composteira pronta. Assim, diminuímos nossa quantidade de
resíduos orgânicos que despejaríamos em aterros e damos a eles um novo
significado: de lixo para os lixões para o luxo de um adubo rico em matéria
orgânica!

Além da importância dessas práticas para todos, elas estimulam a comunhão entre
os familiares e o engajamento de todos nessas causas. Depois que vemos que
podemos interferir na prática e que isso é prazeroso, é um caminho sem volta!

c) Educação Ambiental nas ruas

Mostre para todos a sua educação ambiental e cidadã com algumas práticas que
incentivam o coletivo a ter um novo comportamento nas ruas:

 Jogue seu lixo no lixo, pois as pessoas tendem a reproduzir o comportamento


que elas observam, ou seja, se todos jogássemos nossos lixos no lugar
correto…
 Plante uma árvore e orgulhe-se disso: tire fotos, mostre para o mundo.
Árvores são moradia para pássaros, podem ser fonte de alimento para nós e
para os bichos, nos fornece sombra e amenizam o calor, embelezam a
paisagem e ainda melhoram a qualidade do ar.
 Tente promover encontros, reuniões ou rodas de conversa para disseminar o
conhecimento com seus vizinhos e amigos. Desta forma, você pode
influenciar positivamente a vida das pessoas e do bairro que você mora, ou
seja, você vai experimentar as próprias mudanças que você ajudou a
construir!

Referencias Bibliográficas

Guimarães, M. A (1995). Dimensão ambiental na educação. Campinas, SP: Papirus.


Zakrzevski, S. B. B.; SATO, M. (2004). Sustentabilidade do meio rural:
empoderamento pela educação ambiental. Revista Perspectiva, v. 28, n. 101, p. 7-
16.

Você também pode gostar