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Introdução:
A necessidade de garantir um desenvolvimento sustentável tem unido um conjunto de
variáveis que se inter-relacionam, integrando as questões sociais, econômicas,
ambientais e saúde. Essa realidade atual exige um trabalho coletivo para unir esses
valores em comum em prol de novas possibilidades e perspectivas que proporcionem
uma reflexibilidade das práticas existentes.
Percebendo a necessidade de uma educação mais comprometida com a sustentabilidade,
propôs-se um projeto que buscasse envolver vivencialmente as crianças e adolescentes
do Projeto Anjo da Guarda, através de interações socioambientais que permitam aos
sujeitos envolvidos no processo – individual e coletivamente - construir habilidades,
atitudes e competências voltadas para a preservação e conservação do meio ambiente.
O reconhecimento e participação desses educandos como atores sociais e o incentivo à
mobilização rumo à disseminação e multiplicação de informação em nossa sociedade é
um dos primeiros passos para a construção de um processo educativo mais e melhor
articulado com os processos de mudança social e construção de cidadãos adequados ao
modo de vida ambientalmente sustentável, mas que também seja contemporâneo às
atuais exigências sociais.
Nesse processo é de fundamental importância perceber a interação dessas crianças e
adolescentes com os problemas ambientais presentes na comunidade onde estão
inseridos, para que se possa construir uma nova percepção das relações entre o homem,
a sociedade e a natureza, reforçando a necessidade de agir como um cidadão na busca
de soluções para os problemas ambientais enfrentados pela sociedade.
O processo de sensibilização dos educandos pode fomentar iniciativas que transcendam
o ambiente dos mesmos, atingindo tanto no Projeto, como onde residem, potenciais
multiplicadores de informações e atividades relacionadas à Educação Ambiental
implementada (RUY, 2004, s/p).
Diagnosticada tal necessidade, bem como considerados os ganhos positivos desse tipo
de atividade, propomos a construção de uma horta tendo como principal objetivo
oportunizar as crianças e adolescentes o desenvolvimento de uma relação direta com o
ambiente, possibilitando uma experiência de cuidado da terra e de valorização dos
recursos naturais locais de maneira produtiva e sustentável.
A experiência da horta pretende ainda desenvolver uma melhor interação entre
monitores, crianças, adolescentes e famílias, tentando sensibilizar os agentes para uma
postura de compreensão e sensibilização para os impactos da ação humana na relação
“homem x meio ambiente”, bem como promovendo reflexões no sentido de atitudes de
mudança e transformação. Como observa Morgado e Santos (2008), a partir de uma
perspectiva micro, a horta pode contribuir para ao desenvolvimento de novas atitudes e
valores, tendo em vista que: A horta inserida no ambiente do Projeto com o Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos pode ser um laboratório vivo que possibilita
o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em Educação Ambiental e
alimentar unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de
ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e
cooperado entre os agentes sociais envolvidos. (MORGADO; SANTOS, 2008, p. 9).
Portanto, a construção da horta visa contribuir de forma direta na alimentação dessas
crianças e adolescentes, no desenvolvimento de habilidades e técnicas de manejo
sustentável e sem agrotóxicos, na dinâmica das aulas de ciências e biologia, mas
também para o desenvolvimento de projetos e iniciativas em outras disciplinas,
transformando-se em um espaço interdisciplinar e de inclusão social.
As atividades ligadas ao uso do solo tais como revolver a terra, plantar, arrancar mato,
podar, regar não só constituem ótimo exercício físico como representam uma forma de
aprendizado saudável e criativo, tal qual o contato com as coisas da natureza. Este
projeto procura apresentar atividades que despertem o interesse das crianças e
adolescentes no cuidado com o ambiente.
Além de complementar a merenda e a alimentação de algumas famílias, o Projeto Horta
pode ser um verdadeiro laboratório ao ar livre para as aulas de Química, Física, Biologia
e Matemática. Os educandos aprendem, na prática, temas como nutrientes do solo,
luminosidade, temperatura, fotossíntese, desenvolvimento de plantas, a vida dos insetos
e medidas de áreas.
Neste projeto, todos os envolvidos devem atuar sempre com muita responsabilidade e
compromisso. As crianças e adolescentes devem estar presentes na maioria das etapas e
atividades desenvolvidas na horta, tais como: seleção das espécies a serem cultivadas,
plantio, cuidados com a horta e colheita. Os monitores e orientadores devem auxilia-los
no desenvolvimento e manutenção da horta e na supervisão dos trabalhos. Podem
também elaborar estratégias que permitam trabalhar os conteúdos numa visão
interdisciplinar.
Duração:
O projeto Horta se caracteriza por ser uma atividade continuada, portanto, não tem hora
ou tempo de duração que possa ser pré-estabelecido. Afinal, uma vez montada a horta é
possível imaginar, que a cada ano, novas turmas darão continuidade ao projeto.
Objetivo Geral:
Sensibilizar e conscientizar as crianças e adolescentes de que a vida depende do
ambiente e o ambiente depende de cada cidadão deste planeta.
Objetivos Específicos:
Despertar o interesse das crianças para o cultivo de horta e conhecimento do
processo de germinação;
Dar oportunidade aos alunos de aprender a cultivar plantas utilizadas como
alimentos;
Conscientizar da importância de estar saboreando um alimento saudável e
nutritivo;
Degustação do alimento semeado, cultivado e colhido;
Criar uma área verde produtiva pela qual, todos se sintam responsáveis;
Estimular as crianças e adolescentes a construírem seu próprio conhecimento no
contexto interdisciplinar;
Contextualizar os conteúdos aos problemas da vida urbana;
Construir a noção de que o equilíbrio do ambiente é fundamental para a
sustentação da vida em nosso planeta.
Metodologia:
Para nosso espaço que não é muito grande, a horta será desenvolvida em pneus para o
cultivo orgânico de alface, cebolinha, salsa, pimenta, pimentão, couve, rúcula, entre
outros. Além de barato, ele é prático para o plantio de hortaliças folhosas, flores, frutos
e plantas condimentares.
Em um primeiro momento as crianças e adolescentes irão preparar os pneus com a
pintura e confecção de placas com nomes de cada hortaliça de acordo com a criatividade
de cada um com a supervisão dos monitores. Após a pintura e de acordo com a
orientação e instrução do facilitador Emílio Gonçalves da Costa, os pneus serão
preenchidos com terra e adubo, preparando o local para o plantio.
Durante a execução do Projeto as monitoras irão trabalhar na sala atividades de
reciclagem, aproveitamento de restos de frutas, legumes e verduras como adubo, hábitos
saudáveis na alimentação.
O Projeto será trabalhado semanalmente as segunda-feira e quarta-feira, com o plantio e
manuseio e durante o decorrer da semana teremos uma escala de turmas para regar os
canteiros.
Avaliação:
Observação periódica do interesse das crianças e dos adolescentes.
Justificativa:
Um número crescente de educadores tem refletido e muitas vezes buscado cumprir o
importante papel de desenvolver o comprometimento das crianças com o cuidado do
ambiente, cuidado do espaço externo e interno, cuidado das relações humanas que
traduzem respeito e carinho consigo mesmo, com o outro e com o mundo. A reflexão
sobre o ambiente que nos cerca e o repensar de responsabilidades e atitudes de cada um
de nós, gera processos educativos ricos, contextualizados, significativos para cada um
dos grupos envolvidos. Neste contexto, o cultivo de hortas em espaços de convivência
pode ser um valioso instrumento educativo. O contato com a terra no preparo dos
canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem e convivem, o
encanto com as sementes que brotam como mágica, a prática diária do cuidado – regar,
transplantar, tirar matinhos, espantar formigas com o uso da borra de café ou plantio de
coentro, o exercício da paciência e perseverança até que a natureza nos brindes com a
transformação de pequenas sementes em verduras e legumes viçosos e coloridos. Estas
vivências podem transformar pequenos espaços em cantos de muito encanto e
aprendizado para todas as idades.
Horta em espaços de convivência são instrumentos que, dependendo do
encaminhamento dado pelo educador, podem abordar diferentes conteúdos curriculares
de forma significativa e contextualizada e promover vivências que resgatam valores.
Valores tão bem traduzidos no livro Boniteza de um Sonho, do professor Moacir
Gadotti: “Um pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra, é um microcosmos de
todo o mundo natural. Nele encontramos formas de vida, recursos de vida, processos de
vida. Ao construí-lo e cultivá-lo podemos aprender muitas coisas. As crianças e
adolescentes o encaram como fonte de tantos mistérios! Ele nos ensina os valores da
emocionalidade com a Terra: a vida, a morte, a sobrevivência, os valores da paciência,
da perseverança, da criatividade, da adaptação, da transformação, da renovação”.
Resultados previstos:
Maior integração dos monitores e das crianças e adolescentes;
Melhora no nível de socialização das crianças e adolescentes;
Desenvolvimento das habilidades dos mesmos;
Melhora do nível de higiene do ambiente;
Conscientização da necessidade de conservação dos recursos naturais.