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A Formação da Organização social, 

das Comunidades de Caçadores e


Recolectores
As Comunidades de Caçadores-Recolectores foram as primeiras a aprender a
viver com a natureza: entenderam os seus ciclos, do que devia ter medo e como
poderia resolver os seus problemas.
Viviam em pequenos grupos de 20 a 30 pessoas em cavernas ou outros
abrigos naturais ou em cabanas construídas com materiais que não resistiram ao
tempo. Para sobreviverem caçavam, pescavam e recolhiam frutos, raízes, sementes
da natureza e, por isso, eram nómadas.
Assim, quando acabavam os alimentos na região que habitavam, mudavam-
se para outro local. Para desenvolver as suas actividades, fabricava utensílios de
pedra (como seixos talhados, bifaces ou pontas de seta), osso (como arpões) e de
madeira. Para se proteger do frio, veste-se com peles dos animais que caçava.
Foram os primeiros a desenvolver uma linguagem para comunicar entre si.
As comunidades de caçadores recolectores vão, ainda, descobrir a forma de
controlar e de fazer o fogo. Esta descoberta foi muito importante, uma vez que foi
possível ao Homem cozinhar os seus alimentos, aquecer-se quando tinha frio,
iluminar os locais onde vivia, tornar as suas pontas de seta mais duras e, por isso,
mais eficazes ou espantar os animais ferozes.
Os caçadores recolectores eram também artistas: fazia gravuras e pinturas de
animais ou de cenas de caça nas paredes das grutas ou em rochas ao ar livre. A
esta arte, que era também uma forma de comunicação, chamamos arte rupestre.
De acordo com R. Lee e I. Devore (LEE e DEVORE, 1968), os caçadores
recolectores vivem em bandos, ou seja, pequenos grupos com cerca de 25 a 50
pessoas. O seu modo de subsistência baseia-se na caça e na recolecção de
produtos selvagens, sendo esta última actividade mais importante do que a primeira.
Ciclicamente, e de acordo com os ritmos sazonais, movimentam-se dentro de
um vasto território de exploração onde vão construindo acampamentos constituídos,
em média, por 6 a 8 cabanas.

Organização social das Comunidades de Caçadores e Recolectores


Do ponto de vista social, os caçadores-recolectores correspondem a sociedades
acéfalas e igualitárias. Este igualitarismo é consequência de vários factores
subjacentes ao seu estilo de vida. Por um lado, o nomadismo é incompatível com a
posse de propriedade, quer móvel - pelas dificuldades que esta coloca às
deslocações -, quer imóvel dado que o constante movimento impede a criação de
laços com estruturas habitacionais e com a terra. Segundo vários autores, esta
última é concebida como um bem pertencente a todos os indivíduos,
independentemente da comunidade de origem. Tende assim a haver uma igualdade
natural entre as pessoas.

No nosso Pais, os Khoisan estavam organizados em famílias alargadas ou


grupos de reduzidas dimensões, a este regime de cooperação que levava os
homens a viverem agrupados, a trabalhar e a repartir o produto do trabalho em
comum.

Como nómadas eram completamente dependentes da natureza, para o efeito


a caça era inteiramente responsabilizada aos homens, e a recolecção a mulher e as
crianças, pois estes dos últimos elementos sociais desempenhavam um papel muito
importante no abastecimento de alimentar desta comunidade, através da colecta que
era uma actividade que exigia conhecimento de plantas comestíveis, onde
apanhavam bagos, ervas, resinas, raízes bulbosas caules subterrâneos, mel,
insectos e gafanhotos

Organização Económica das Comunidades de Caçadores e Recolectores

Economia de caçadores e recolectores é o Conjunto de actividades


destinadas a satisfazer as necessidades básicas do homem primitivo, recolha
apanha de frutos e raízes comestíveis, a caça e a pesca. Foi a primeira forma de
fazer a economias rudimentares dos caçadores e recolectores.

A base da economia das comunidades Khoisan era a caça e recolecção.


Portanto os Khoisan limitavam-se a caçar ou recolher frutos, mel, ovos, folhas e
outros produtos disponíveis no meio em que viviam. Significa isto que estas
comunidades não desenvolviam qualquer actividade produtiva.

Na comunidade, todos os membros envolviam-se na vida económica e social,


mas cada um ocupava-se de tarefas que estivessem de acordo com a sua
capacidade física. Assim as mulheres, os velhos e as crianças realizavam tarefas
relativamente menos pesadas e menos perigosas como a recolecção, a limpeza dos
acampamentos, e outras enquanto aos homens cabiam as tarefas mais pesadas e
perigosas em especial a caça. A esta forma de organização do trabalho chama-se
Divisão natural do trabalho.

Para a realização das suas actividades eram usados instrumentos pouco


aperfeiçoados geralmente feitos de pedra, madeira, ossos, chifres. Uma vez que a
pedra constituía o principal material para o fabrico de instrumentos de trabalho
considera-se que uma das características destas comunidades é o uso da técnica
líctica, ou seja, da técnica da pedra.

Tanto a caça como a recolecção são actividades cujo produto serve para o
consumo imediato, por isso a economia destas primeiras comunidades caracterizou
por aquilo a que se chama Imediatismo de produção/consumo. Não havia qualquer
acumulação de excedente.

A caça e recolecção são actividades que podem ser realizadas


individualmente. Uma pessoa, sozinha, pode caçar um pássaro ou um animal de
pequeno porte ou ainda apanhar um fruto ou qualquer produto no mato. Portanto,
neste tipo de economia, não existe uma estrita necessidade de as pessoas se
juntarem para conseguir alimento. Sendo assim, nestas comunidades não foram
constituídas formas de organização social permanentes. As pessoas viviam em
bandos instáveis. Também eram nómadas, uma vez sempre que os animais ou
plantas começavam a escassear num certo lugar as pessoas eram obrigadas a
procurar novos sítios com maior disponibilidade de alimentos.

Referências

Azevedo, Maria, Ana. Nova historia viva 7ª ano de escolaridade 9ª edição e-1666-
90JORGE, Rocha. O atleta aprisionado: reflexão sobre actividade física, adaptação
biocultural e                evolução humana, Universidade do Porto, s/d.
Martinho, Manuel, António Historia 7ª ano de Escolaridade    
Morais. J. M. F. — O Princípio e o Presente: a arqueologia na redescoberta do
passado em Moçambique. Revista ICALP, vol.

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