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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

Relação Homem e a Agricultura 2021-2022

Fábio José Carlos Fernando - 708201790

Curso: Licenciatura em Ensino de


Geografia
Cadeira: Geografia de Moçambique II
Ano de Frequência: 3ª Ano
Turma:
Corroborador: Dr. Eduardo Nicoate

Quelimane, Maio, 2022


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Critérios de Avaliação
Fábio José Carlos Fernando
3º ano

Especialização: Ensino de Geografia Turma:

Trabalho de: Geografia de Código: 708201790


Moçambique

Dirigido ao docente: Dr. Eduardo Número de páginas: 10 de conteúdos


Nicoate

Confirmado pelo responsável do CED Data de entrega: Maio de 2022

ASPECTOS A CONSIDERAR NA Cotação Cotação


CORREÇÃO:

INTRODUÇÃO: exposição e 2,0v


delimitação do assunto em análise.

Desenvolvimento: 5,0v 10v

Fundamentação teórica (definição de


conceitos e termos e apresentação dos
pontos de vista dos autores).
5,0v
Interligação entre teoria e prática
(argumentos/ contra-argumentos e
exemplificação)

Clareza expositiva 2,0

Citações bibliográficas (directas e 2,0v


indirectas)

Conclusão 2,0

Referências bibliográficas (normas 2,0


APA)

Cotação Total: 2,0v

Assinatura do docente:

Assinatura do Assistente Pedagógico


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Folha de Feedback……………………………………………………………………………………..
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Índice
1. Introdução................................................................................................................. 5

1.1. Objectivos ............................................................................................................. 5

1.1.1. Geral .............................................................................................................. 5

1.1.2. Específicos .................................................................................................... 5

1.2. Metodologia .......................................................................................................... 5

2. Relação Homem e a Agricultura 2021-2022 ............................................................ 6

2.1. Conceito de Agricultura........................................................................................ 6

2.2. Agricultura em Mocambique ................................................................................ 6

2.2.1. Caracterização da Agricultura em Moçambique ........................................... 6

2.2.2. Caracterização da População ......................................................................... 8

2.3. Produção Agrícola 2020-2021 .............................................................................. 9

3. Conclusao ............................................................................................................... 11

4. Referências ............................................................................................................. 12
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1. Introdução
Em Moçambique a Agricultura é praticada por populações das zonas rurais, sendo
essencialmente familiar é constituída por pequenas explorações. Este sector concentra cerca de
99% das unidades agrícolas e ocupa mais de 95% da área cultivada do país. A população vive
principalmente de actividades agro-silvo-pecuárias de pequena escala, com uma
heterogeneidade de actividades económicas de geração de rendimentos dentro das famílias.
Dentro das diferentes actividades a produção de alimentos para o consumo constitui a base
principal da estrutura produtiva do sector familiar. O país possui um grande potencial para o
médio e longos prazos desenvolver uma agricultura que assegura um crescimento sustentável.
Neste trabalho abordar-se-á sobre a relação Homem e a Agricultura correspondente ao
período de 2021-2022
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
 Analisar a relação entre o homem e a agricultura corresponde ao período 2021-
2022.
1.1.2. Específicos
 Identificar e conceituar o tipo de agricultura predominante em Moçambique;
 Caracterizar a agricultura praticada pelos moçambicanos;
 Caracterizar a população e a produção agrícola 2020-2021.

1.2.Metodologia
De acordo com PAUL, (1976), "A metodologia é o corpo de regras e procedimentos
estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva de ciência, a qual compreende o
conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado
domínio do saber".
Os métodos usados para a elaboração deste trabalho foram: Consultas em fontes
Bibliográficas e Pesquisas pela Internet cujos autores estão devidamente referenciados na
última página do trabalho.
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2. Relação Homem e a Agricultura 2021-2022


2.1.Conceito de Agricultura
Agricultura é a união de técnicas aplicadas no solo para o cultivo de vegetais
destinados à alimentação humana e animal, produção de matérias-primas e ornamentação. A
agricultura é uma atividade produtiva de grande importância para o homem, pois é a partir dela
que temos o nosso sustento. Existem três fatores ligados à produção agrícola: o físico, como o
solo e o clima; o fator humano, que corresponde à mão de obra em seu desenvolvimento; e o
fator econômico, que se refere ao valor da terra e o nível de tecnologias aplicadas na produção.
O fator humano está ligado diretamente com a força de trabalho empregada no plantio,
nos cuidados e na colheita. Desta forma, é possível verificar o tipo de mão de obra aplicada, a
quantidade, a qualificação e também as relações de trabalho estabelecidas entre o empregado e
o empregador, as quais são determinadas pelo nível tecnológico inserido na produção. Assim,
quanto mais mecanizada e desenvolvida for a propriedade, menor será a necessidade de mão de
obra. A seguir, as duas principais vertentes da agricultura: primitiva ou de subsistência e
comercial ou monocultora.
Agricultura de subsistência: tem a finalidade de fornecer alimento e matéria-prima
para os trabalhadores que estão envolvidos na produção e gerar uma produção excedente para
ser comercializada no mercado local.
Agricultura comercial: é destinada à exportação ou mesmo ao mercado interno, na
qual se usa grandes extensões de terra com aplicação de tecnologias que alcançam elevados
índices de produtividade."
2.2.Agricultura em Mocambique
De acordo com os dados do Ministerio da Agricultura e Desenvolvimento Rural a
agricultura está a crescer em Moçambique a todos os níveis. Na campanha passada, o sector
cresceu 8,2%, superando a média de 3,1% da última década, apesar das adversidades face à
pandemia e a desastres naturais. No total, a produção agrária ocupa 5,7 milhões de hectares,
sendo que os cereais e as leguminosas representam 80% da área cultivada.
2.2.1. Caracterização da Agricultura em Moçambique
Em Moçambique a maior parte da População prática Agricultura familiar, com a
finalidade de produzir alimentos para o consumo familiar e excedentes para a venda nos
mercados e feras.
Agricultura do sector familiar é tida como toda aquela unidade que tem na agricultura
sua principal fonte de renda e que tem como base da força de trabalho empregada os membros
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da família. Segundo esses autores, é permitido o emprego de terceiros temporariamente, quando


a actividade agrícola assim necessitar (BITTENCOURT & BIANCHINI, 1996).
SCHNEIDER (2003), afirma que na agricultura familiar, a combinação entre a mão-de-
obra familiar agrícola e não-agrícola está relacionada à manutenção do estabelecimento agrícola
assegurando sua reprodução socioeconômica. O trabalho agrícola e não-agrícola exercidos de
forma complementar pelos membros da família que residem na propriedade, freqüentemente se
deve à pouca disponibilidade de terra e às dificuldades de modernização tecnológica, o que
compromete sua renda, obrigando essas pequenas unidades a buscar uma alternativa
complementar de renda.
O mesmo autor afirma que a composição das estratégias da Agricultura Familiar
depende de aspectos importantes que compõem o meio no qual os agricultores familiares estão
inseridos. Assim, ao se definir a agricultura familiar contemporânea, deve-se levar em conta
todas as formas que essa categoria social apresenta, seja ela baseada no trabalho familiar não-
agrícola (pluriatividade) ou com a participação do trabalho assalariado, mas que a essência da
mão-de-obra familiar (agrícola ou não-agrícola) seja preservada.
Segundo SITOE (2005) a informação do Censo Agro-pecuário (CAP) e do Trabalho de
Inquérito Agro-pecuário (TIA), nas zonas rurais de Moçambique a agricultura do sector familiar
é constituída essencialmente por pequenas explorações (aquelas que cultivam menos de 5ha),
este sector concentra cerca de 99% das unidades agrícolas (3.090.197 unidades familiares) e
ocupa mais de 95% da área cultivada do país. A área mediana cultivada pelas pequenas
explorações é de 1,3ha contra 6,0ha das médias explorações e 145ha para as grandes
explorações.
As zonas Norte e Centro de Moçambique possuem um bom potencial agrícola e
possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento mais permanentes do que no Sul.
Estas zonas são, geralmente, produtoras de excedentes agrícolas. A presença de barragens e
sistemas de regadio nesta zona potencia a agricultura regada.
De uma maneira geral a agricultura em Moçambique é caracterizada por apresentar:
 Baixo uso de tecnologias melhoradas, incluindo sementes fertilizantes e
pesticidas;
 Fraca concentração de infra-estruturas de rega nas zonas prioritárias;
 Fraco acesso aos mercados de insumos e factores;
 Fraco apoio financeiro aos produtores;
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Uma dispersão geográfica das zonas de produção de acordo com as zonas agro-
ecológicas definidas, o que constitui um factor importante na definição de estratégias
diferenciadas;
Baixos volumes de produção por individuo, o que requer uma função de acumulação
que pode ser aproveitada através das associações de produtores
2.2.2. Caracterização da População
BUAINAIM e ROMEIRO (2000), afirmam que a agricultura familiar desenvolve, em
geral, sistemas complexos de produção, combinando várias culturas, criações animais e
transformações primárias, tanto para o consumo da família como para o mercado. Baseados em
amplo estudo sobre sistemas de produção familiar, afirmam que os produtores familiares
apresentam freqüentemente as seguintes características:
a) “Diversificação”: Quanto maior a diversificação dos sistemas, menores os riscos a que
os produtores se expõem, sendo que os autores verificaram essa diversificação na maior
parte dos estabelecimentos familiares estudados
b) “A Estratégia de Investimento Progressivo”: A maior parte das estratégias de
“acumulação” e de aumento de produtividade dos agricultores familiares está baseada
em pequenos volumes de capital, que podem ser acumulados de forma progressiva
(cabeças de gado acumulados ao longo dos anos, equipamentos de irrigação adquiridos
progressivamente, máquinas e implementos usados, etc).
c) “A Combinação de Subsistemas Intensivos e Extensivos”: Os produtores familiares
adotam em geral sistemas que conjugam atividades intensivas em trabalho e terra, com
atividades mais extensivas. Quanto maior a disponibilidade de área, maior a
participação de sistemas extensivos (cana, pecuária de corte, citricultura). Nestes casos,
a prioridade do produtor é introduzir sistemas que garantam uma boa produtividade do
trabalho, mesmo que com baixa rentabilidade por unidade de área. Ao contrário, quanto
menor a disponibilidade de área, maior a importância relativa dos cultivos altamente
exigentes em mão-de-obra e altamente intensivos no uso do solo (horticultura irrigada
e fruticultura). Nessa situação, a estratégia é gerar a maior renda possível por ha, mesmo
que a produtividade do trabalho das produções não seja das mais elevadas.
d) “Uma Grande Capacidade de Adaptação” Os agricultores familiares tem grande
capacidade de adaptação a ambientes em rápida transformação, seja devido à crise de
produtos tradicionais, emergência de novos mercados e ou mudanças mais gerais da
situação econômica do país. Outra característica cada vez mais presente na agricultura
familiar brasileira é a ”pluriatividade”.
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Segundo SITOE (2005, a população moçambicana vive principalmente de actividades


agro--pecuária de pequena escala, comum a heterogeneidade de actividades económicas de
geração de rendimentos dentro das famílias. Dentro das diferentes actividades de produção de
alimentos existe uma diversidade de produtos alimentares praticados, nesta diversidade, o milho
e a mandioca ocupam posições preponderantes da área cultivada.
Segundo dados estatísticos recentemente publicados pelo Instituto Nacional de
Estatística a taxa média de analfabetismo entre a população adulta do país situa-se à volta de
53.6%, sendo mais elevada nas zonas rurais (65.7%) do que urbanas (30.3%) e mais saliente
nas mulheres (68%) do que nos homens (36.7%). Num país com a dimensão e a diversidade de
Moçambique, não é de estranhar a existência de discrepâncias entre diferentes regiões
﴾MINAG,2012﴿.
Mais de 70% da população vivem em áreas rurais, metade da população está na faixa
etária de 15- 35 anos e a maioria é do sexo feminino. A participação activa de mulheres e
homens no desenvolvimento agrário de Moçambique é portanto, fundamental para um
desenvolvimento sustentável, efectivo e baseado na igualdade de direitos e deveres. Quanto ao
Género e a produção na agricultura familiar, a divisão sexual do trabalho reafirma a condição
da mulher de ajudante e responsável pelos serviços domésticos enquanto ao homem cabe o
papel de chefe da família. Um dos pontos principais dessa relação desigual e assimétrica é a
compreensão das relações sociais de gênero, que no mundo rural, representa a precarização do
trabalho da mulher agricultora. A divisão sexual do trabalho não pode ser explicada ou
elucidada sem que se recorra à relação entre os homens e as mulheres no universo doméstico
(HIRATA, 2009).
2.3.Produção Agrícola 2020-2021
A produção agrícola na campanha 2020/2021 em Moçambique cresceu 8,2%, superando
a média de 3,1% da última década, apesar das adversidades face à covid-19 e a desastres
naturais, indica um relatório do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Segundo os dados do Ministerio da Agricultura e Desenvolvimento Rural, a produção
na campanha, que começou em outubro de 2020 e terminou em setembro de 2021, ocupou
15,8% dos cerca de 36 milhões de hectares de área com potencial agrícola no país.
No total, indica o documento, a produção agrária ocupou 5,7 milhões de hectares e os
cereais e as leguminosas representaram 80% da área cultivada.
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Para o Ministério da Agricultura, o crescimento em 8,2 %, que é superior à média


registada nos últimos 10 anos (3,1%), é o resultado da intensificação da produção agrícola
através do Sustenta, programa lançado pelo executivo moçambicano em 2017 e que tem como
objetivo reforçar a capacidade dos pequenos agricultores.
“Foram integrados cerca de 299.891 agregados familiares em programas de fomento
(cerca de 599.782 pequenos produtores), beneficiando cerca de três milhões de moçambicanos.
Este registo marca um crescimento de número de produtores integrados em políticas de fomento
em 49,1% face a campanha passada”, refere o relatório.
Apesar dos resultados alcançados serem classificados como positivos, o Ministério da
Agricultura e Desenvolvimento Rural refere que a campanha 2020/2021 foi marcada também
por adversidades em resultado do impacto das restrições impostas pela covid-19 e de desastres
naturais.
“O fenómeno ‘La Niña’ influenciou o clima em Moçambique, provocando fenómenos
climatéricos adversos [estiagem, chuvas irregulares, temperaturas altas, inundações, descargas,
tempestades e ciclones tropicais] com destaque para ocorrência de três ciclones que afetaram o
território nacional [o Chalane, o Eloise e o Guambe]”, indica o comunicado.
No total, segundo os dados, 508.842 hectares foram afetados por estes fenómenos, o que
representa perto de 8,2 % da área cultivada durante a campanha, e pouco mais de 280 mil
produtores sofreram com os fenómenos em 87 distritos do país.
Além do ‘La Niña’, as pragas, com destaque para “a da lagarta do funil de milho e do
gafanhoto elegante”, foram outras ameaças, tendo os produtores perdido 57.612 hectares de
culturas diversas.
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3. Conclusao
Terminado o trabalho, conclui que a relacao homem e a agriculcura demostra que o
sector agrário no País é constituído essencialmente pelo sector familiar. É um sector
heterogéneo, que pratica uma diversidade de actividades agro-silvo-pecuárias; emprega mais
de 80% da população que pratica uma agricultura de subsistência caracterizada pela fraca
utilização de tecnologias modernas. Estes factos enfatizam a necessidade de que a estratégia de
desenvolvimento tenha em conta o crescimento económico e a segurança alimentar.
Mais de 70% da população vivem em áreas rurais, metade da população está na faixa
etária de 15- 35 anos e a maioria é do sexo feminino. A participação activa de mulheres e
homens no desenvolvimento agrário de Moçambique é portanto, fundamental para um
desenvolvimento sustentável, efectivo e baseado na igualdade de direitos e deveres. Quanto ao
Género e a produção na agricultura familiar, a divisão sexual do trabalho reafirma a condição
da mulher de ajudante e responsável pelos serviços domésticos enquanto ao homem cabe o
papel de chefe da família. Um dos pontos principais dessa relação desigual e assimétrica é a
compreensão das relações sociais de gênero, que no mundo rural, representa a precarização do
trabalho da mulher agricultora.
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4. Referências
BITTENCOURT, G. A., & BIANCHINI, V. (1996). Agricultura familiar na região sul
do Brasil . Consultoria UTF/036-FAO/INCRA.
BUAINAIM, A. M., & ROMEIRO, A. (2000.). A agricultura familiar no Brasil:
agricultura familiar e sistemas de produção. (p. 62p.). Projeto: UTF/BRA/051/BRA.
SCHNEIDER, S. (1999). Agricultura familiar e pluriatividade. Tese (Doutorado em
Sociologia) (p. 470p). Porto Alegre: UFRGS.
SITOE, T. A. (2005). Agricultura Familiar em Moçambique Estratégias de
Desenvolvimento Sustentável. Maputo.

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