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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRARIAS

Avaliação do rendimento da cultura de Beterraba (Beta Vulgaris) em diferentes compassos


nas condições agroecologias de Cuamba

Cuamba Junho 2021


AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DA CULTURA DE BETERRABA (BETA vulgar)
EM DIFERENTES COMPASSOS NAS CONDIÇÕES AGROECOLOGICAS DE
CUAMBA

IVONE ARTUR COVANE

O presente Projeto Harmonizado submetido


nesta instituição de Universidade Católica De
Moçambique, Faculdade De Ciências
Agronómicas como condição parcial na
elaboração da Monografia.

Supervisor: Eng Miguel Bejamim

Cuamba, Junho 2021


Índice
Capitulo 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................1
1.1.Generalidades...................................................................................................................1
1.2.Definição do problema.......................................................................................................1
1.3.Justificativa.........................................................................................................................2
1.4.Objectivos...........................................................................................................................2
1.4.1.Objectivo geral................................................................................................................2
1.4.2.Específicos.......................................................................................................................2
1.5.Hipóteses............................................................................................................................2
Capitulo II‫ ׃‬Revisão da literatura.............................................................................................3
2.1.Beterraba (Beta Vulgaris)...................................................................................................3
2.1.1.Origem da Cultura...........................................................................................................3
2.1.2.Taxonomia da Cultura.....................................................................................................3
2.1.3.Produção de Beterraba em Moçambique e no mundo.....................................................4
2.1.3.Doenças...........................................................................................................................4
2.1.3.1.Nematóides...................................................................................................................4
2.1.3.2.Mancha Bacteriana da Folha........................................................................................5
2.1.4.Pragas..............................................................................................................................5
2.1.5.Importância da beterraba.................................................................................................6
2.1.6.Compassos da beterraba..................................................................................................6
CAPITULO III: MATERIAL E METEDOS...........................................................................7
3.1.Local do ensaio...................................................................................................................7
3.2.Material Experimental........................................................................................................7
3.3.Métodos..............................................................................................................................7
3.3.1.Delineamento Experimental............................................................................................7
3.3.2.Preparação do terreno......................................................................................................7
3.3.3Preparação do alfobre.......................................................................................................7
3.3.4.Sementeira.......................................................................................................................8
3.3.5.Transplante......................................................................................................................8
3.3.6.Etiquetagem.....................................................................................................................8
O objectivo da etiquetagem será de facilitar a identificação dos blocos e dos tratamentos no
processo de controlo do ensaio assim como da coleta de dados..............................................8
3.3.7.Analise de dados..............................................................................................................8
REFERRENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................9
Apêndices...............................................................................................................................10
Capitulo 1 INTRODUÇÃO
1.1.Generalidades
A Beterraba (Beta Vulgar), é de extrema importância económico e com alto valor nutricional,
entre tanto, as suas raízes tuberosas são partes de planta com maior valor comercial. Neste
caso a implementação desta cultura requer uma boa planificação começando com o tipo de
sistema de produção de acordo com as condições edafoclimaticas e condições económicas do
produtor, não só mas também a modalidade do cultivo e a cultivar utilizada.

A escassez da cultura de Beterraba no distrito de Cuamba, pode estar aliada aos hábitos
alimentares ou não conhecimento dos benefícios trazidos pela cultura para a nutrição da
comunidade entre outras utilidades industriais, verificando-se nos mercados poucos que
vendem este tipo de tubérculo. Entretanto a sua oferta relativamente a demanda, influência no
elevado preço da venda, com intuito de optimizar a produção, um dos primeiros pontos
observados é o espaçamento ideal entre as plantas e entre linhas. Em muitas culturas
agrícolas, o aumento da produtividade tem tido um limite quando se lança maior numero de
plantas por unidade de área, sendo que quando isso acontecer, verifica-se aumento na
competição entre plantas e como consequência prejudicar o desenvolvimento individual da
cultura, isto podendo criar a ocorrência de queda do rendimento e qualidade do produto final.

Neste caso a questão que surge é a seguinte: Será que o conhecimento de uso de diferentes
compassos para a produção de cultura de Beterraba é factor crucial que pode afectar a
qualidade do produto final?

INTRODUÇÃO A beterraba (Beta vulgaris L.) é considerada uma das principais hortaliças
cultivadas no Brasil. E o cultivo de beterraba representa 2,1 % do mercado nacional de
hortaliças com produtividades oscilando entre 20 e 35 por t.ha-1 (NASCIMENTO, 2012). As
principais regiões produtoras de beterraba estão nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul, onde encontram-se 42% das propriedades e produtoras. No Nordeste, seu
cultivo é reduzido, pois as temperaturas mais elevadas tendem a reduzir a pigmentação e
consequentemente tambem a qualidade do produto (GRANGEIRO et al., 2007) Em Minas
Gerais a comercialização nas centrais de abastecimento gira em torno de 23 mil toneladas
anual, sendo 62 % oriundas da mesorregião Campo das Vertentes com destaque do município
de Carandaí sendo a maior fornecedor da hortaliça do estado (Central de Abastecimento de
Minas Gerais - CEASA-MG, 2015). Esta região é estrategicamente favorável que se refere ao
clima, altitude e localização geográfica se posicionando em locais próximos as vias de fácil

1
acesso para as grandes metrópoles de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. No que se
refere as condições edafoclimáticas a mesorregião Campo das Vertentes atende as
necessidades da cultura. Conforme o Tivelli et al. (2011), a cultura pode ser semeada durante
todo ano desde que a região produtora tenha a temperatura média anual inferior a 25 ºC e
altitude superior a 800 metros. A beterraba desempenha um papel importante na composição
de cultivo de hortaliças praticados por pequenos produtores, em que a sua maioria exploram a
beterraba de forma empírica e com práticas culturais largamente dependentes de mão-de-obra.
A adoção das técnicas de manejo de irrigação pode beneficiar diversos segmentos econômicos
para o produtor, como uma melhor eficiência do uso da água e energia, o que tambem
possibilita um aproveitamento dos recursos hídricos e aumento da propria renda.

A adoção do critério de manejo da propria cultura a ser estabelecido vai depender tambem ao
nível de tecnificação da propriedade, disponibilidade de água e a sua propria rentabilidade
(PIRES et al., 2008). Para a maioria das hortaliças, o excesso de água é tão prejudicial quanto
a deficiência podendo ocasionar em distúrbios fisiológicos que inviabilizam a nossa propria
comercialização (SOUZA et al., 2007). Portanto è importante manter a humidade do solo
dentro da faixa de necessidade da cultura trabalhada, ou seja, o manejo de irrigação constitui
como fator determinante na obtenção de produtos de boa e alta qualidade. Neste sentido, o
manejo adequado da irrigação, pode garantir uma produção da melhor qualidade, quantidade e
regularidade do produto de acordo com as exigências do proprio mercado consumidor.

1.2.Definição do problema
A beterraba é de extrema importância económica e com alto valor nutricional, tanto as suas
raízes tuberosas assim como as suas partes da planta contem maior valor comercial. Neste
caso a implementação desta cultura requer uma boa planificação começando com o tipo de
sistema de produção de acordo com as condições edafoclimaticas também dos compassos ou
espaçamento que serà usada para há produção de uma boa beterraba.

Contudo fez com que haja interesse em estudar a sua adaptabilidade e seu crescimento de
acordo com as condições favoráveis do lugar. E a produção deste tubérculo na cidade de
Cuamba serviu de um grande aprendizado seguindo por três (3) tipos de compassos com a
finalidade de querer saber qual será o compasso melhor a si usar para uma boa produção e um
bom crescimento deste tubérculo. Quem sabe teremos uma boa produtividade usando um
espaçamento mais adequado na nossa cidade.

2
1.3.Justificativa
Cuamba é um distrito que de cidade não tem muita coisa, entretanto o desempenho
agronómico da cultura de Beterraba, depende de vários factores como cultivares adaptadas ao
sistema de cultivo, da dinâmica de crescimento, nutrição mineral, densidade de plantas entre
outros factores. Contudo faz com que haja interesse em estudar os diferentes compassos entre
linhas em cada parcela do meu campo, para testar qual é que é a mais adequada para uma
maior produção. Uma vez que o beta vulgaris não é muito consumido na localidade de
Cuamba por falta de conhecimento e costume para a produção.

Por outro lado a produção deste tubérculo nas condições agro-ecoligicas de Cuamba, serviu
de um ganho que impulssionou aos produtores locais a produzir um alimento de qualidade
devido ao seu valor nutricional e económico como também obterem altas produtividades,
sendo esta uma das alternativas para trazer um aumento de renda familiar e sustentabilidade
para os produtores locais.

1.4.Objectivos
1.4.1.Objectivo geral
 Avaliar o rendimento da cultura de Beterraba (Bera Vulgaris) em diferentes
compassos nas condições agro-ecologicas de Cuamba.

1.4.2.Específicos
 Determinar os componentes de crescimento (numero de folhas finais, e altura da
planta);

 Determinar o diâmetro do tubérculo comercial;

 Determinar o peso da massa fresca comercial.

1.5.Hipóteses
H0: o compasso não influencia significativamente no rendimento da cultura de beterraba

3
H1: o compasso influencia significativamente no rendimento da cultura de beterraba.

Capitulo II‫ ׃‬Revisão da literatura

2.1.Origem e historia da Cultura


A beterraba (Beta vulgaris) é uma planta que pertence à família quenopodiácea, os primeiros
registos dessa raiz surgiram por volta dos século XVIII AC, na Mesopotâmia originária da
Europa e do Norte da África. Embora existam variedades forrageiras e de produção de açúcar,
as cultivares exploradas destinam-se ao consumo como hortaliça de mesa. A parte utilizada é
a raiz (tuberosa), de coloração vermelho-escura, devido à presença do pigmento antocianina, e
de sabor acentuadamente doce. A beterraba (Beta vulgaris) pertence à família
Quenopodiáceae, sendo originária das regiões de clima temperado da Europa e do Norte da
África. Apresenta raiz bem tuberosas de formato globular que se desenvolve quase à
superfície do solo, com sabor acentuadamente doce e coloração púrpura utilizada para cultivo
em olericultura, como forrageira ou como matéria prima para a produção de açúcar, sendo
esses últimos predominantes na Europa (Shrestha et al., 2010). A beterraba (Beta vulgarisL.)
situa-se na13ª posição das principais hortaliças cultivadas no Brasil em referência ao seu valor
econômico de sua propria produção (Souza et al.,2003). Sua utilização pode-se dar nas mais
diversas formas, consumindo-se tanto a raiz, devido ao seu sabor adocicado e agradável ao
paladar, e quanto as folhas em podem ser feitas saladas. Além das características sensoriais
peculiares, a sua composição nutricional abrange elevados níveis de substâncias
antioxidantes, mostrando-se cada vez mais presente naquelas que sao as nossas refeições do
dia a dia dos brasileiros (Lacerda, 2014; Aquino et al.,2006).

A cultura da beterraba (Beta vulgaris L.) pertence à família Quenopodiácea, apresenta a raiz
tuberosa de formato globular que se desenvolve quase à superfície do solo. Sendo de origem
de regiões de clima temperado da Europa e norte da África (RESENDE; CORDEIRO, 2007).
A forma primitiva da beterraba cultivada corresponde a (Beta vulgaris perennis), da qual se
desenvolveu para as subespécies beterraba açucareira (Beta vulgaris altíssima) destinada para
produção de açúcar, beterraba forrageira (Beta vulgaris crassa) cultivada principalmente para
a alimentação animal e a beterraba de mesa (Beta vulgaris esculenta), sendo esta destinada
para consumo in natura da raiz tuberosa (CÁSSERES, 1980; TIVELLI et al., 2011). As
cultivares desenvolvidas no Brasil são de origens norte-americana ou europeia, sendo grande
parte do grupo Wonder, que possuem como aspecto físico o formato globular e de excelente
adaptação, de ciclo mais curto e peso médio das plantas superior as demais cultivares. Sendo

4
este o biótipo mais cultivado no Brasil devido à sua alta demanda de consumo da raiz
tuberosa in natura (TIVELLI et al., 2011).

A beterraba (Beta vulgaris L.) é uma das principais hortaliças cultivadas no Brasil, com
diversos biótipos, sendo três deles de significativa importância económica. Estes biótipos são:
a beterraba açucareira, forrageira e hortícola. Na beterraba açucareira, as raízes possuem altos
teores de sacarose, sendo utilizadas para a extracção de açúcar. Os subprodutos dessa
extracção (melaço e polpa) podem ser empregados na alimentação animal ou como
fertilizante orgânico e as folhas podem ser utilizadas como forragem. Na beterraba forrageira,
as raízes e folhas são empregadas na alimentação do animal. Por sua vez, a beterraba
hortícola, também conhecida como beterraba vermelha ou beterraba de mesa, é o biótipo
cultivado no Brasil e em quase todo mundo. As raízes e as folhas são utilizadas na
alimentação humana. E as beterrabas são ricas em vitaminas A do complexo b e C entretanto,
essa ultima só é aproveitada quando as mesmas são consumidas apenas quando cruas. A raiz
também possui boas quantidades de sais minerais, especialmente de Sódio, Magnésio,
Potássio, Zinco, e principalmente do Ferro. A beterraba ainda é rica em fibras agentes anti-
cancerígenos e anti-oxidadentes.

No Brasil, o cultivo de beterraba (Beta vulgaris L.) intensificou-se grandemente com a


imigração européia e asiática, sendo cultivadas exclusivamente como variedades para mesa ou
consumo. Nos últimos dez anos, pôde-se observar um aumento crescente na procura por esta
hortaliça, tanto para a utilização nas indústrias de conservas de alimentos infantis como para o
nosso consumo (SOUZA e outros, 2003 citados por MARQUES e outros, 2010). A beterraba
é uma das hortaliças mais ricas em ferro e possui bom teor de proteínas. Combate a anemia,
pois ajuda a formar os glóbulos vermelhos do sangue. Também é rica em potássio, sódio e
cloro, e contém zinco, elemento necessário aos tecidos cerebrais. Prefere solos ricos em
matéria orgânica e com pH variando de 5,5 a 6,2. O ciclo varia de 60 dias no verão até 100
dias no inverno, dependendo da cultivar e do modo do proprio plantio. Tradicionalmente, a
cultura da beterraba tem sido estabelecida por semeadura direta, por transplante de mudas
produzidas em bandejas ou pelo transplante de mudas de uma raiz nua. No entanto, estes
métodos proporcionam estandes desuniformes em função da germinação ou do estresse
causado pelo transplante. As mudas que sao formadas em sementeiras são transplantadas com
raiz nua, sem torrões ao seu redor, sendo muito sensíveis às condições ambientais, além de
provocar danos no sistema radicular e serem contaminadas por patógenos (SOUZA e
FERREIRA, 1997 citado por ECHER e outros, 2007)

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A essa beterraba de mesa é uma raiz tuberosa de cor vermelho-arroxeada devido à presença de
betalaínas, produtos naturais provenientes do metabolismo secundário e pertencente ao grupo
dos compostos secundários nitrogenados. As betalaínas são pigmentos hidrossolúveis,
divididos em duas classes: betacianinas (cor vermelho-violeta) e betaxantinas (amarelo-
laranja), caracterizando a coloração típica das raízes.

2.1.2.Taxonomia da Cultura

A beterraba pertence ao reino plantae, e pertence a divisão magnoliophyta e a classe


Magnoliopsida. Segue a ordem Caryophyllales e pertence a família Amarantaceae e é do
género Beta Vulgaris.

CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS

A beterraba é uma hortaliça da família Chenopodiaceae, originária do sul e do leste da Europa


e norte da África. Há relatos da utilização da beterraba de raiz branca na Sicília no ano de
1.000 a.C. Na Grécia foi comprovada sua presença desde o ano de 425 a.C. A forma primitiva
da qual se derivou a beterraba cultivada corresponde a Beta vulgaris perennis. São verificadas
as formas: anual, bianual e tetra-anual, que produzem sementes e raízes de diferentes formas,
cores e tamanhos. As beterrabas são classificadas em três tipos: a açucareira, usada para
produção de açúcar, a forrageira, usada para alimentação animal e aquela cujas raízes são
consumidas como hortaliça, sendo a mais conhecida no Brasil.

Embora produza melhor em épocas de clima ameno, a beterraba é cultivada durante todo o
ano. Quanto aos solos, são preferíveis aqueles leves e bem drenados.

A beterraba (B. vulgaris L.), pertencente à família quenopodiaceae, originou-se em regiões


europeias e norte-africanas de clima temperado. A planta desenvolve uma típica parte
tuberosa, purpúrea, pelo intumescimento do hipocótilo. A coloração característica se deve a
um pigmento, que também ocorre nas folhas, nas nervuras e nos pecíolos. A parte tuberosa
apresenta formato globular, desenvolvendo-se quase à superfície do solo (FILGUEIRA,
2003). O sistema radicular é do tipo pivotante e a raiz principal atinge profundidade de 60 cm,
com poucas ramificações laterais. A beterraba não é uma raiz tuberosa típica, tal como a
cenoura, razão pela qual se pode efetuar o transplante de mudas, optativamente (FILGUEIRA,

6
2003). Segundo Lange e outros (1999) citados por Hernandes (2006), a beterraba se divide em
três subespécies: a) Beta vulgaris ssp. adanesis, grupo distinto de plantas semi-anuais, com
características morfológicas específicas, que apresentam um grande declínio na
autofertilização; b) Beta vulgaris ssp. maritima, formada por um grande complexo de tipos
morfológicos que ocorrem em uma vasta área geográfica e cujas diferenças são insuficientes
para estabelecer outras subdivisões; c) Beta vulgaris ssp. vulgaris, que agrupa todas as
cultivares já domesticadas. Ainda segundo Lange e outros (1999) citados por Hernandes
(2006), todas as cultivares de subespécie Beta vulgaris ssp. Vulgaris, conhecidas até então,
podem ser subdivididas em quatro grupos: beterrabas folhosas (Leaf Beet Group), que agrupa
as cultivares cuja a parte comestível são as folhas e os pecíolos, pois suas raízes não exibem
diâmetro significativamente aumentado; beterrabas açucareiras (Sugar Beet Group), em sua
maioria de coloração branca e que são cultivadas nos Estados Unidos da América e no
continente europeu para produção de açúcar; beterrabas forrageiras (Fodder Beet Group),
cultivares destinadas à alimentação dos rebanhos das regiões já citadas; e beterrabas
hortícolas (Garden Beet Group), único grupo cultivado comercialmente no Brasil, formado
por cultivares que apresentam uma parte tuberosa comestível. Há poucas cultivares plantadas
no Brasil, a maioria delas é de origem norte-americanas ou europeias, sendo as sementes
importadas. A tradicional cultivar é a Early Wonder, da qual há algumas seleções
diferenciadas comercializadas, que se tornou padrão de qualidade. Atualmente estão sendo 33
introduzidas novas cultivares híbridas, o híbrido Rossete apresenta boa adaptação a regiões
serranas de altitude. A cultivar Itapuã 202 de verão é a única de origem nacional, sendo as
sementes produzidas no Rio Grande do Sul (FILGUEIRA, 2003).

O sistema radicular do tipo pivotante da beterraba pode atingir profundidade de até 60 cm,
com poucas ramificações laterais. A planta desenvolve raiz do tipo tuberosa púrpura, pelo
intumescimento do hipocótilo (caule localizado logo abaixo dos cotilédones). A coloração
vermelho-escura, típica das cultivares comerciais, deve-se ao pigmento antocianina, cor
presente também nas nervuras e nos pecíolos das folhas. As sementes popularmente
conhecidas, na verdade são frutos botânicos denominados de glomérulos ou sementes
multigérmicas. Essas sementes contêm de dois a seis embriões, que podem originar mais de
uma plântula por glomérulo. Na segunda metade da década de 80, foi introduzida no Brasil, a
semente descortiçada, que nada mais é do que o glomérulo quebrado mecanicamente visando
obter um único embrião por semente, ou a semente monogérmica. Essa tecnologia foi
desenvolvida na década de 60 na Europa para a beterraba açucareira. Existe também um

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caráter monogérmico condicionado por gene recessivo. Algumas empresas de sementes têm
desenvolvido cultivares com essa característica, utilizando como um dos pais no cruzamento,
durante o melhoramento genético, uma linhagem de beterraba açucareira com a característica
desejada. A obtenção de sementes através dessa técnica auxilia na semeadura direta, por
facilitar a operação de raleio.

Clima e época de plantio

A beterraba (Beta vulgaris L.) é uma hortaliça típica de climas temperados, produzindo bem
sob regimes de temperaturas amenas frias, com melhor desenvolvimento entre 10ºC e 20ºC
(FERREIRA, 1989 citado por CASTRO e outros, 2004). No Brasil é cultivada,
principalmente, nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e da Região Sul (CASTRO e outros,
2004). A semeadura da beterraba é feita de abril ate o mes de junho, principalmente em locais
baixos, com altitudes inferiores a 400 m. Em altitudes superiores a 800 m, a semeadura
podera ser feita de fevereiro a julho. No entanto, em locais que apresentam verões com
temperaturas amenas, pode ser semeado em todo o ano, com pequena redução de rendimento
no período do verão (SOUZA e RESENDE, 2003).

2.1.3.Produção de Beterraba em Moçambique e no mundo

No Brasil as regiões sudeste e Sul cultivam 77%da beterraba do que é produzido. O estado de
São Paulo planta em media 5000 hectares dessa hortaliça por ano, produzindo 115.000
toneladas. Os principais municípios produtores encontram-se nos escritórios de
Desenvolvimento Rural de Sorocaba, Mogi das Cruzes e São Paulo. Os meses mais frescos
são os preferidos para o seu cultivo (Tiveli, SW, Train, PE, 2008).

Em Moçambique mais de 80% das famílias pobres vivem em áreas rurais. A agricultura é a
principal fonte de alimento e renda, a produtividade agrícola é uma das mais baixas da África
Austral contribuindo para um acentuado défice na balança agrícola do pais e para escassez de
bens alimentares (Romeu da Silva, 2011)

A produção de beterraba em Moçambique tem sido um pouco fraca principalmente na zona


Norte do pais, isso devido ao conhecimento deste tubérculo e falta do conhecimento o quão o
tubérculo é bom para a nossa saúde e o nosso dia-a-dia. Muitas famílias dedicam-se á prática

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de agricultura urbana para sobreviver, e a prática de agricultura também tem sido feita nos
recintos escolares para um bom aprendizado.

2.1.5.Importância da beterraba

O pigmento que da beterraba sua cor roxa -avermelhado é a betacianina, um poderoso agentes
de combate ao câncer, principalmente o câncer de cólon. Os glóbulos sanguíneos absorvem a
betacianina e podem aumentar a capacidade de transporte de oxigénio em até 400%, possui
também um fitonutriente chamado proantocianidinas que é anticacerigenos (Valeria Viana
2005).

As beterrabas são ricas em vitaminas A do complexo B e C, no entanto, essa última só é


aproveitada quando as mesmas são consumidas cruas. A raiz também possui boas quantidades
de sais minerais, especialmente de Sódio, Magnésio, Potássio, Zinco, e Ferro, principalmente.
A beterraba ainda é rica em fibras, agentes anti-cancerigenos e anti-oxidantes. É
recomendável optar por beterrabas de tamanho médio e cor concentrada sua casca deve estar
lisa e sem ferimentos, é melhor que sejam consumidas cruas em saladas já que os seus
nutrientes são perdidos durante o cozimento.

As beterrabas são excelentes fontes de vitaminas do complexo B, tais como B1,B2, B5, B6,
B9. A B9, é chamada também de acido fólico, é importantíssimo para a mulher grávida, uma
vez que é utilizada para o desenvolvimento normal da coluna vertebral da criança (Valeria
Viana 2005).

Importância econômica

A beterraba desempenha um importante papel na composição de cultivo de hortaliças


praticados por pequenos produtores. Segundo a Associação Brasileira do Comércio de
Sementes e Mudas - ABCSEM (2013), a cultura representa uma das 18 hortaliças propagadas
por sementes de maior importância no mercado brasileiro. Os produtores de beterraba
movimentaram 192 milhões de reais no ano de 2012, no varejo a cadeia produtiva desta
hortaliça atingiu cerca de 618,8 milhões de reais, no levantamento para o mesmo ano.
Segundo a Central de Abastecimento de Minas Gerais S.A (CEASAMG, 2015), a produção
da beterraba no estado gira em torno de 23 mil toneladas 14 anual. Com destaque para a
mesorregião Campo das Vertentes no qual foi responsável por cerca de 62% da produção para

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o ano de 2015, esta região tem o destaque de possuir um clima favorável e vias de fácil acesso
para as grandes metrópoles de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

A beterraba é rica em açúcares. Quando em condição natural, a beterraba se conserva por até
uma semana, se mantida em local fresco e sombreado. Também é usada como combustível
alternativo na Europa, sendo usada para a preparação de etanol. A beterraba é recomendada
para situações de anemia, devido à riqueza em ferro e ácido fólico. As folhas de beterraba
possuem propriedades benéficas, semelhantes às folhas do espinafre, ambas sendo utilizadas
na indústria farmacêutica devido às suas qualidades terapêuticas. A beterraba tem valiosas
propriedades medicinais devido ao seu elevado conteúdo de sais minerais, vitaminas e
carboidratos (BALBACH e BOADIM, 1992).

As raízes de beterraba são de grande importância econômica devido ao seu alto valor nutritivo
e industrial sendo também uma planta de fácil cultivo. A propagação se faz diretamente pela
semente podendo-se transplantar. Os melhores solos para o cultivo da beterraba são
profundos, bem drenados soltos e com alto teor de matéria orgânica. É uma hortaliça sensível
à acidez, devendo o solo apresentar pH de 6,0 a 7,0. Tendo em vista a importância da cultura
para a região e a necessidade de maiores informações sobre a cultura nas condições de clima
quente e úmido, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a produtividade de
diferentes cultivares em semeadura direta e em transplantio. EMBRAPA(1986)

Beneficios da beterraba

Os médicos recomendam consumi-la crua, ralada, em salada. Se preferir comê-la cozida, a


sugestão é cozinhá-la inteira, com casca e com 5 cm do talo, acrescentando duas colheres de
vinagre na água para que mantenha intacta a cor vermelha. Tem ação neutralizadora de
ácidos, auxilia a formação de glóbulos vermelhos; por ser rica em ferro e cobre, auxilia na
produção de plaquetas, promove fortalecimento muscular devido à sua alta concentração de
potássio e manganês, fortalece tendões e tem ação anti-inflamatória (BALBACH e BOADIM,
1992). Ela fortalece o coração, aumenta a circulação sanguínea, purifica o sangue. Quando
utilizada junto com a cenoura tem ação na regulação hormonal. (PITCHFORD 2002)

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 Bom para diabéticos pois possui um alto teor em fibras que ajudam a controlar o nível
de açúcar no organismo.

 Melhora a digestão e previne constipação pois é rica em fibra alimentar que ajuda a
digestão e melhora a evacuação.

 Ajuda a desintoxicar o organismo.

 Manutenção dos tecidos cerebrais.

 Auxilia na formação dos ossos.

 Regula as funções musculares e nervosas.

 Previne problemas no baço e no fígado.

 Promove o descongestionamento das vias urinárias.

 Fortalecimento do sistema imunológico.

 Estimula a produção de glóbulos vermelhos.

 Estimula a concentração e aumenta a oxigenação do cérebro, protegendo-o contra


demências.

 Diminui riscos de doenças cardiovasculares

2.1.3.Doenças
O controle de pragas e doenças nas culturas é um desafio enfrentado frequentemente pelos
horticultores. Uma das pragas da cultura da alface é a Larva minadora (Liriomyza ssp.), que
se destaca como uma das pragas de maior importância econômica na horticultura mundial
(REITZ; GAO; LEI, 2013). A larva minadora coloca seus ovos na parte abaxial das folhas,
aproximadamente três dias após a postura, as larvas eclodem e já começam a se alimentar do
mesófilo foliar (GUIMARÃES et al., 2009). O ataque causa prejuízo nas folhas, acarretando
na redução da área fotossintética e a produção de metabólitos e parte da planta ficam
comprometidas A principal característica dessa praga é causar galerias nas folhas de alface,
causando danos graves, fazendo com que tenha uma depreciação do produto comercialmente
(PRATISSOLI et al., 2015)

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Na cultura da beterraba existem diversas doenças que podem causar prejuízo ao produtor
dependendo da intensidade que estas ocorrem. As principais doenças são a mancha das folhas
e os nematóides porque podem causar os maiores prejuízos. Evidentemente que em alguns
locais de produção, os fungos causadores de tombamento também são sinónimos de baixo
rendimento por área.

Tombamento ou “Damping-off”

O tombamento ocorre na fase inicial da cultura. O sintoma característico é o tombamento das


plântulas decorrentes do ataque dos fungos na base da plântula (coleto), rente ao solo. Em
condições de campo, a doença manifestase em sua fase inicial em reboleiras. O tombamento
ocorre em maior ou menor intensidade em função de diversos fatores, tais como: histórico de
cultivo da área, solos com problemas de drenagem e solos compactados. As perdas são
decorrentes do número de plantas atacadas, pois há redução no número final de plantas e,
consequentemente, na produtividade final por área. A doença é favorecida por condições de
alta umidade do solo, altas densidades de plantio, cultivos sucessivos e temperaturas entre 15
e 25 oC. A disseminação destes patógenos ocorre por implementos agrícolas, água de
irrigação (principalmente os zoósporos de Pythium e Phytophthora), sementes e mudas
contaminadas. Em geral, estes fungos sobrevivem no solo por vários anos, pois formam
estruturas de resistências (escleródios, clamidósporos e oósporos) bem como em restos de
culturas deixados no campo e em sementes. No controle desta doença as medidas devem ser
adotadas de forma preventiva. Portanto, o produtor deve fazer rotação de cultura; utilizar
matéria orgânica no plantio; evitar plantios em solos contaminados; utilizar sementes sadias;
evitar solos compactos e com problemas de drenagens; manejar adequadamente a irrigação na
fase inicial do cultivo.

2.1.3.1.Nematóides
Vários são os nematóides na cultura da beterraba no Brasil, dentre eles Meloidogyne arenaria,
Meloidogyne incognita, Meloidogyne javanica, Aplelenchus avenae e Helicotylenchus
dihystera, sendo os mais importantes aqueles causadores de galhas radiculares, ou seja, do
gênero Meloidogyne. Os nematóides causam maiores danos em locais onde são feitos plantios
sucessivos na mesma área, principalmente sob pivô-central e em solos arenosos.

Em plantas infectadas por nematóides do género Meloidogyne ocorrem diferentes sintomas,


como redução no crescimento, amarelecimento e murcha nas horas mais quentes do dia.
Contudo, os sintomas característicos da doença são observados nas raízes onde se tem a

12
formação de galhas. Quando a população de nematóides está alta, a raiz tuberosa pode
apresentar essas galhas, comummente chamadas de “pipoca”. O ataque de nematóides do
género Meloidogyne é favorecido por temperaturas entre 23-30 oC, solos de textura arenosa e
ausência de rotação de cultura. As medidas de controle devem ser adoptadas preventivamente,
pois geralmente pouco poderá ser feito na mesma estação de cultivo. Neste contexto,
recomenda-se a rotação de cultura com a inclusão da adubação verde com crotalária e evitar o
trânsito de máquinas agrícolas e pessoas em áreas infestadas. Outra medida alternativa para
reduzir a população de nematóides na área é a utilização de compostos orgânicos com o
intuito de fertilizar a cultura e aumentar a população microbiana do solo (Trani, P.E.;
Cantarella, H.; Tivelli, S.W 2005)

2.1.3.2.Mancha Bacteriana da Folha


Essa doença é causada por uma bactéria de nome Xanthomonas campestris pv. betae. Os
sintomas da doença aparecem, como pequenas lesões de aspecto encharcado nos limbos das
folhas que, ao se desenvolverem, adquirem contornos arredondados e anéis concêntricos.
Posteriormente, as lesões tornam-se translúcidas e coalescem com as vizinhas,
comprometendo extensas áreas do tecido foliar. Esporadicamente, as nervuras secundárias são
atingidas e se tornam enegrecidas. A doença tem sido verificada de forma endêmica em áreas
olerícolas. A bactéria penetra através de aberturas naturais, como estômatos e hidatódios, ou
através de ferimentos em folhas. As condições de alta humidade relativa do ar favorecem a
ocorrência da doença. Para o controle desta doença são recomendadas apenas medidas
preventivas. (Trani, P.E.; Cantarella, H.; Tivelli, S.W 2005)

Cercosporiose

A principal doença na cultura da beterraba é a cercosporiose, causada por Cercospora


beticola Sacc. É responsável pela destruição total do limbo foliar e, consequentemente,
redução na produtividade. Sua ocorrência generalizada pode representar redução na
produtividade de 15% a 45%. A doença encontra condições favoráveis quando há alta
umidade relativa do ar (acima de 90%) e sob temperatura entre 22ºC e 26 oC. Apesar do
controle químico disponível, a cercosporiose normalmente inviabiliza a comercialização das
plantas através de maços, em decorrência da aparência das folhas doentes e senescentes
(Tivelli et al, 2011; Puiatti & Finger, 2005). Esta doença é muito destrutiva, causando necrose
foliar intensa, enfraquecimento das plantas e redução dos rendimentos. Mundialmente, o

13
patógeno causa a principal doença foliar da cultura da beterraba, sendo especialmente
destrutor durante o verão úmido nas regiões mais cálidas da Europa. A mancha-de-Cercospora
está amplamente distribuída no mundo, com incidência em todas as regiões dedicadas à
cultura da beterraba-açucareira e beterreba-de-mesa. No Brasil, existem registros nos estados
do Amapá, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
São Paulo, no arquipélago de Fernando de Noronha e em várias regiões do Nordeste do país.
Cercospora beticola é um patógeno quase exclusivo de espécies da família Chenopodiaceae,
embora existam registros em alguns hospedeiros de outras famílias, como Malvaceae,
Pedaliaceae e Polygonaceae.

Os sintomas característicos são observados nas folhas mais velhas por serem mais suscetíveis
(Weiland & Koch, 2004). Inicialmente são pontuações que evoluem e tendem a alcançar de
4mm a 5mm, de formato mais ou menos arredondado, centro claro e bordas com perímetro de
coloração vermelho-púrpura. À medida que as lesões aumentam, se tornam com tonalidade
acinzentada, porém, com a necrose, o tecido lesionado cai e a folha torna-se perfurada. O
aumento do número de lesões e o crecimento da área induzem à senescência e à redução
significativa da área foliar. A planta repõe as folhas a partir de reservas do tubérculo, o que
pode causar a perda de rendimento e esse processo é repetido várias vezes durante o ciclo de
crescimento da planta

Podridão Branca ou Podridão de Sclerotium

Doença de ocorrência esporádica na maioria das lavouras, mas que em algumas áreas pode
ocasionar perdas, notadamente em solos muitocultivados, compactados e com baixo teor de
matéria orgânica. A temperatura ideal está na faixa de 23 a 30 oC. O Scleorotium rolfssi pode
causar o tombamento de mudas na sementeira assim como de plantas adultas no campo. Os
sintomas característicos são a murcha das plantas, principalmente nas horas mais quentes do
dia e a podridão de raízes. Observa-se também escurecimento na região do colo da planta e a
formação de micélio branco de aspecto cotonoso nas regiões atacadas e na superfície do solo.
Com o desenvolvimento da doença observa-se a formação de escleródios, que são estruturas
esféricas de aproximadamente 2 mm de diâmetro, rígidas, inicialmente de coloração branca e
que, posteriormente, tornam-se marrons. Geralmente, a doença ocorre em reboleiras no
campo. O fungo sobrevive no solo por meio de escleródios por vários anos e saprofiticamente
em restos de culturas em decomposição. Além das medidas preventivas relacionadas

14
anteriormente para outras doenças, no caso do Scleorotium rolfssi pode-se promover uma
aração profunda

Mancha de Phoma

A doença é causada pelo fungo Phoma betae Frank, que se desenvolve sobre condições de alta
umidade relativa (maior que 90%) e temperaturas médias entre 15 e 18 oC. A disseminação
do fungo ocorre por respingos de água de chuva e irrigação. Este fungo sobrevive em
sementes infectadas e em restos culturais. Os sintomas aparecem geralmente em folhas velhas
da cultura e às vezes nas raízes. Aparecem nas folhas lesões de formato circular, coloração
pardo-escura e diâmetro entre 1 e 2 cm. Em condições de alta umidade relativa do ar, observa-
se no centro das lesões a formação de pequenos pontos pretos que são as estruturas dos
fungos. Para o controle desta doença são recomendadas apenas medidas preventivas.

Murcha Bacteriana

A murcha bacteriana é causada por uma bactéria de nome Pseudomonas solanacearum, e os


sintomas são murcha acentuada dos folíolos mais velhos, seguido da murcha dos ponteiros;
amarelecimento, nanismo e produção de raízes adventícias. A Pseudomonas solanacearum é
uma bactéria tipicamente do solo. Sua disseminação em média e longa distância é feita por
meio de material de propagação contaminado. A bactéria penetra através de ferimentos
causado nas raízes por nematoides, insetos ou mesmo por tratos culturais realizados pelo
homem.As temperaturas elevadas e a alta umidade relativa do ar favorecem a ocorrência
dessa doença. Para o controle desta doença são recomendadas apenas medidas preventivas.

Pragas

As principais pragas na cultura da beterraba são cosmopolitas, que podem causar danos em
diversas culturas. No início do desenvolvimento da cultura no sistema de semeadura direta, a

15
lagarta rosca (Agrotis ipsilon) representa um potencial risco ao cultivo, especialmente em
rotações com milho. Essa lagarta tem hábito noturno e se alimenta da haste da planta,
provocando o seccionamento. A vaquinha (Diabrotica speciosa) e a mosca minadora
(Liriomyza sp.) também podem representar algum risco de dano econômico ao produtor, mas
a ocorrência desta pragas na cultura da beterraba é restrita a alguns locais e em anos em que a
população está desequilibrada. Observação semelhante é valida para ácaros. Em Abril de
2011, o AGROFIT não indicava um único insecticida registado para a cultura da beterraba
(SW ,Tevilli et al 2011).

Pulga de beterraba

A presença de pequenos percevejos de cor bronzeada nos canteiros é sinal do aparecimento de


uma pulga da beterraba, que, com o aparecimento de brotos de plantas jovens, se alimenta de
seus cotilédones e interfere no desenvolvimento normal da planta. Se não foi possível evitar o
aparecimento da praga com medidas preventivas na forma de desinfecção do solo e
eliminação de ervas daninhas, o agricultor deve prestar atenção a um método popular eficaz.
Sua essência está na introdução de uma solução aquosa de cinzas preparada a partir de uma
proporção de 1/10 para os leitos. Pulverizar sobre brotos de pó de tabaco também é eficaz.

Nematóide

Esta praga é perigosa não apenas para a beterraba, mas também para a maioria das outras
culturas hortícolas, portanto, as medidas para combatê-la devem ser sérias. Remover ervas
daninhas e manter a rotação de culturas ajudará a remover a praga do jardim

Práticas agrícolas inadequadas, especialmente a destruição prematura de ervas daninhas em


canteiros de beterraba e a não observância da rotação de culturas leva à derrota da beterraba
por várias pragas. Os mais comuns são os seguintes:

 mosca da beterraba - larvas amarelas causam danos, devorando grandes passagens nas
folhas da beterraba;

 mosca-mineira - da mesma forma "perfura" as folhas, mas suas larvas são brancas;

 pulgão da beterraba - localiza-se na parte inferior das folhas da beterraba e suga o suco
delas, impedindo o desenvolvimento de toda a planta;

16
 pulga da beterraba - suas larvas brancas de meio centímetro se alimentam de raízes de
beterraba;

 Beterraba - um inseto semelhante a um inseto danifica os brotos das beterrabas e faz


buracos nas folhas das plantas adultas.

2.1.6.Compassos da beterraba

Para a semeadura, mantenha espaçamento entre as linhas de 20 a 30 centímetros; no


transplante ou após o raleio, a recomendação é manter de dez a 15 centímetros entre plantas.
Para facilitar o cultivo inicial, o indicado é adquirir sementes descortiçadas. Elas já passaram
por um processo mecânico de quebra do glomérulo (Consultora 2006)

Os compassos da beterraba servem para distingui qual é o melhor a si usar para um bom
desenvolvimento do tubérculo da beterraba.

Segundo o (Tivelli 2015) diz que o melhor compasso a seguir-se seria de 20 a 30cm entre as
linhas, e 10 a 15cm entre plantas pois ira ajudar na hora da escarificação, e no crescimento do
tubérculo.

Outro compasso recomendado é de 30cm entre linhas e 5 a 10 cm entre plantas (autor


desconhecido)

O espaçamento definitivo geralmente deve ser de 25-30 e 10-15cm. Geralmente os


espaçamentos mais estreitos aumentam a incidência de beterrabas pequenas, de menor valor
comercial. Por outro lado, espaçamentos maiores diminuem a produtividade, não se
justificando (www.hortaeflores.com 2011).

CAPITULO III: MATERIAL E METEDOS


3.1.Local do ensaio
O ensaio foi realizado no distrito de Cuamba, o distrito de Cuamba está localizado na parte
Sul da Província do Niassa, a 295Km de Lichinga, confinando a Norte com os distritos de
Mandimba e Metarica, a Sul com os distritos de Mecanhelas e Gurué, este último da Província

17
da Zambézia, a Este com os distritos de Lalaua e Malema da Província de Nampula e com o
distrito de Gurué da província da Zambézia, e a Oeste com o distrito de Mecanhelas.

3.2.Material Experimental
Para este ensaio foi usado apenas as sementes de beterraba (Beta vulgari) usou-se sementes de
Beterraba, variedade avermelhada. A beterraba com cor roxa avermelhada tem como
característica de um caule meio longo e fino com as folhas abertas e de cor verde, o tubérculo
da beterraba tem uma cor roxa-avermelhada.

3.3.Métodos
3.3.1.Delineamento Experimental
O Delineamento experimental que foi usado, foi o de Blocos Completos casualizados com 3
blocos com 3 tipos de tratamentos, e com 3 repetições, integrando um total de 9 unidades
experimentais.

3.3.2.Preparação do terreno
Na preparação do solo foi efectuada uma limpeza, lavoura e gradagem do terreno. De forma a
respeitar princípios de conservação a que o programa rege, 80% dessa preparação do solo foi
manual, por ter sido uma area normal para o ensaio.

3.3.3Preparação do alfobre
Para a obtenção de plântulas para o campo definitivo será usado o sistema de alfobre semi
suspenso que contara com o seguinte material: 36 estacas (paus).

3.3.4.Sementeira
A sementeira no alfobre foi efectuada no dia 18.04.2021 com 2 pacotes de beterraba de
variedade beta vulgar (10g), as sementes serão enterradas a uma profundidade de 2 a 3 cm,
numa distância entre linhas de 0,5 metros.

18
3.3.5.Transplante
O transplante, foi realizado após as plântulas apresentarem 3 a 4 folhas verdadeiras, altura de
15 a 18 cm e diâmetro do talo de 4 a 5 mm objectivando a obtenção de uma densidade de
plantas adequada, e colocar uma plântula por covacho de modo a proporcionar bom
desenvolvimento da mesma.

3.3.6.Etiquetagem

O objectivo da etiquetagem era para facilitar a identificação dos blocos e dos tratamentos no
processo de controlo do ensaio assim como da coleta de dados.

3.3.7.Analise de dados
Para análise de dados foram feitos Análise de variância (Teste F); Teste de comparação de
médias (teste de Tukey). Uma vez que seram 3tratamentos estes testes iram facilitar na
comparação das médias e também porque é fácil.

19
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com especialização em Terapia Nutricional Clinica pelo Ganep no Hospital da Beneficência
Portuguesa de São Paulo SP 2005.

www.hortaeflores.com 2011.

22
Apêndices

23
Apêndice 1 Cronograma de Actividades

Actividades Meses

Marco Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Limpeza do
campo

Lavoura

Gradagem

Demarcação
do campo

Montagem
de alfobre

Sementeira

Arrumação
do terreno

Transplante

Regas

Retancha

24
Sacha e
escarificaçã
o

Amontoa

Pulverizaçã
o

Colecta de
dados

Análise de
dados

Elaboração
do relatório

Apêndice 2 Esquema do ensaio

8m

T2 T3 T2

5.5 m T2 1m T3 T1 1.5 m

T3 T2 T2

2m

T1: 15x15

T2: 30x30

T3: 30x20
25

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