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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE ENGENHARIA E AGRICULTURA
CURSO DE LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO AGRARIO
Estudante Tutor
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Índice
1. Introdução..............................................................................................................................4
2. Objectivos..............................................................................................................................4
3. Metodologia...........................................................................................................................4
5. Conclusão...............................................................................................................................9
6. Bibliografia..........................................................................................................................10
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1. Introdução
2. Objectivos
2.1. Objectivo geral
Falar acerca dos Mercados institucionais e as cooperativas em Moçambique.
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4. Mercados institucionais e as cooperativas em Moçambique.
A agricultura familiar tem hoje a possibilidade de acessar o mercado institucional, que é uma
alternativa de aproximar do consumidor a produção de base familiar por meio do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O
presente estudo visa descrever a trajetória do acesso a esses mercados no Município de
Mineiros, GO, identificando os principais desafios e dificuldades enfrentados e destacando os
atores sociais participantes do processo. Como metodologia, buscaram-se uma revisão
bibliográfica e uma pesquisa documental nos relatórios institucionais, documentos e sítios
oficiais das instituições ligadas à agricultura nesse município. Os resultados mostram que o
acesso ao Pnae deu-se, em 2012, de forma incipiente, com a venda de produtos às escolas
municipais na ordem de 0,63%; e, em 2013, os projetos de venda do Pnae e PAA alcançaram
a totalidade de 90.958 kg de alimentos. Ressaltase que há uma rede de cooperação local entre
as instituições ligadas à agricultura familiar e que há dificuldades e desafios a serem
enfrentados, como a organização da produção, focada na diversificação, com o objetivo de
atender à demanda, respeitar a cultura dos agricultores, atender às exigências sanitárias e
organizar a logística da produção.
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Até a década de 1990, a forma de tratamento para com os agricultores em Moçambique era a
mesma. Médios e grandes produtores sempre tiveram acesso ao crédito rural, sinônimo de
política agrícola no País, que se mostrou, até então, seletivo e concentrador de renda. Os
pequenos agricultores sempre ficaram à margem das políticas públicas. Esse fato começou a
mudar com a criação do Pronaf em 1995 (PERACI; BITTENCOURT, 2010). Outro ponto,
destacado por Schneider (2003), que merece destaque, pois elucida a formulação de políticas
públicas para o setor, é a ativa articulação e os movimentos sociais liderados pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), que congrega os Sindicatos de
Trabalhadores Rurais, principalmente com o evento Grito da Terra. Entre os principais
trabalhos que introduziram o conceito de agricultura familiar no Brasil, de acordo com
Guanziroli e Cardim (2000), destacam-se os estudos encomendados pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário ao Projeto de Cooperação Técnica Incra/FAO. O objetivo era
buscar a compreensão da lógica e dinâmica das unidades familiares e dos assentados, bem
como dos sistemas de produção por eles adotados nas diversas regiões do País. A agricultura
moçambicana apresenta uma grande diversidade em relação à situação dos produtores, aos
modos de vida, ao meio ambiente e à aptidão das terras, não apenas entre as regiões, mas
também dentro de cada região (GUANZIROLI; CARDIM, 2000). A agricultura familiar é
definida com base em três características centrais: a gestão da unidade produtiva; a maior
parte do trabalho fornecida pelos membros da família; e a propriedade dos meios de
produção, embora nem sempre da terra. De acordo com os dados do IBGE, do censo de 2006,
a agricultura familiar responde pela maioria dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros
(BRASIL, 2006; FRANÇA et al., 2009).
O PNAE é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos
de Alimentação Escolar (CAE), e também pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União
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(TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público. São atendidos
pelo programa os alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental,
ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas
e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público). Além de uma exigência
normativa, o cálculo do cardápio da alimentação escolar é de suma importância para a
garantia do direito à alimentação escolar adequada e da Segurança Alimentar e Nutricional
dos estudantes.
Ao final, é possível a impressão das fichas técnicas das preparações e dos cardápios
planejados, por faixa etária e etapa/modalidade de ensino, conforme determinação da
legislação. Permite, também, o cálculo de custos dos cardápios planejados e a verificação do
percentual de adequação de nutrientes.
A agricultura familiar, como forma específica de produção e trabalho nos espaços rurais,
pode ser entendida como um grupo social que compartilha um mesmo espaço (não
necessariamente uma habitação) e explora em comum uma unidade de produção em uma área
de terra específica. Esse coletivo está ligado por laços de parentesco e consanguinidade entre
si, podendo a ele pertencer, eventualmente, outros membros não consanguíneos
(SCHNEIDER, 2003). Adicionalmente a estas características, autores como Abramovay
(1998) e Ploeg (2008) reiteram a capacidade da agricultura familiar de se relacionar com os
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mercados e sua predisposição em acompanhar os principais avanços técnicos a partir dos
conhecimentos científicos.
A participação dos AFs nos processos de troca, visando escoar sua produção de fibras,
matérias-primas e alimentos para o abastecimento das cidades, é uma das estratégicas
econômicas clássicas de sua relação com a sociedade (VEIGA, 1991). Isso ocorre a partir da
construção social de mercados e canais de comercialização dos agricultores familiares com os
diferentes atores sociais atuantes no sistema alimentar, desde intermediários, indústrias,
cooperativas, varejistas, consumidores, entre outros. Alguns estudos ainda reiteram que o
futuro destes mercados será sua (re)localização, pois entendem que a tendência no século
XXI será a comida artesanal, diversificada, adaptada aos locais específicos e baseada nas
relações sociais de reciprocidade (PRA et al., 2016; ALBALA, 2017).
Segundo Schneider (2016), os mercados são relações sociais, que se estabelecem entre
agentes econômicos que podem ser produtores ou consumidores, que têm interesse em
transacionar bens, mercadorias, recursos ou outros ativos. A existência de uma relação de
mercado pressupõe a existência de trocas que, em geral, são motivadas por múltiplos
interesses dos agentes. Os mercados fazem parte dos processos sociais de produção e
reprodução das atividades econômicas e das unidades familiares, influenciam a vida das
pessoas, seus valores e sua cultura, moldam e modificam instituições e são motivo para
conflitos, protestos e disputas. Na medida em que as relações e as interações sociais passam a
ocorrer por meio da mediação dos mercados, estes assumem um papel decisivo na
organização do cotidiano econômico e da sociabilidade, influenciando atitudes, valores e a
ação individual.
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5. Conclusão
A agricultura familiar tem hoje a possibilidade de acessar o mercado institucional, que é uma
alternativa de aproximar do consumidor a produção de base familiar por meio do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O
presente estudo visa descrever a trajetória do acesso a esses mercados no Município de
Mineiros, GO, identificando os principais desafios e dificuldades enfrentados e destacando os
atores sociais participantes do processo.
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6. Bibliografia
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