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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE ENGENHARIA E AGRICULTURA


CURSO DE LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO AGRARIO

TEMA: MERCADOS INSTITUCIONAIS E AS COOPERATIVAS EM


MOÇAMBIQUE

Melque Melito Alexandre

Quelimane, 26 de Março de 2023

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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE ENGENHARIA E AGRICULTURA
CURSO DE LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO AGRARIO

TEMA: MERCADOS INSTITUCIONAIS E AS COOPERATIVAS EM


MOÇAMBIQUE

Trabalho de Campo submetido ao Curso de ... /Faculdade de Engenharia e Agricultura, como


requisito para obtenção do grau académico de licenciatura em Desenvolvimento Agrário

Estudante Tutor

Melque Melito Alexandre


____________________ _____________________

Quelimane, 26 de Marco de 2023

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Índice
1. Introdução..............................................................................................................................4

2. Objectivos..............................................................................................................................4

2.1. Objectivo geral....................................................................................................................4

2.2. Objectivo especifico............................................................................................................4

3. Metodologia...........................................................................................................................4

4. Mercados institucionais e as cooperativas em Moçambique.................................................5

4.1. Mercados institucionais para a agricultura familiar............................................................5

4.2. Programa nacional de alimentação escola...........................................................................6

4.3. Novas formas de comercialização e os mercados para a agricultura familiar....................7

5. Conclusão...............................................................................................................................9

6. Bibliografia..........................................................................................................................10

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1. Introdução

O presente trabalho de caráter individual da disciplina de Desenvolvimento Rural, pretende


fazer uma abordagem muito clara e aprofundada acerca dos Mercados institucionais e as
cooperativas em Moçambique, Mercados institucionais para a agricultura familiar, Programa
nacional de alimentação escolar e Novas formas de comercialização e os mercados para a
agricultura familiar. O mesmo trabalho está organizado ou constituído por elementos pre-
textais e textuais.

2. Objectivos
2.1. Objectivo geral
 Falar acerca dos Mercados institucionais e as cooperativas em Moçambique.

2.2. Objectivo especifico


 Descrever os mercados institucionais para a agricultura familiar;
 Caracterizar o Programa nacional de alimentação escolar;
 Identificar as novas formas de comercialização e os mercados para a agricultura
familiar.
3. Metodologia

Para a compilação do trabalho de campo em causa, foram usados manuais eletrônicos e


alguns artigos presentes na internet e na biblioteca virtual do ISCED, manuais estes que
abordam acerca do tema chave neste mesmo trabalho.

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4. Mercados institucionais e as cooperativas em Moçambique.

Os chamados mercados institucionais passaram a ser tema da agenda política e acadêmica


brasileira, a partir do ano de 20031, com a emergência do PAA. Em 2009, a temática foi
fortalecida diante da mudança ocorrida no PNAE, no qual foi definido que 30%, no mínimo,
dos produtos da alimentação escolar fossem provenientes da agricultura familiar. Dessa
forma, a novidade na construção dos mercados institucionais consistiu na articulação destas
políticas com a finalidade de incentivar a comercialização dos agricultores familiares em
torno de ações de segurança alimentar e nutricional, numa proposta de conexão do agricultor
junto ao consumidor na distribuição de alimentos. Segundo Grisa e Porto (2015), as
mudanças observadas, a partir da institucionalização dos programas que compõem os
mercados institucionais, foram que as aquisições dos alimentos fossem fundamentalmente
provenientes dos agricultores familiares e de seus empreendimentos coletivos. Com isso,
houve maior preocupação ao atendimento da diversidade socioeconômica e cultural da
categoria sociopolítica da agricultura familiar que abrange diferentes sectores.

4.1. Mercados institucionais para a agricultura familiar

A agricultura familiar tem hoje a possibilidade de acessar o mercado institucional, que é uma
alternativa de aproximar do consumidor a produção de base familiar por meio do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O
presente estudo visa descrever a trajetória do acesso a esses mercados no Município de
Mineiros, GO, identificando os principais desafios e dificuldades enfrentados e destacando os
atores sociais participantes do processo. Como metodologia, buscaram-se uma revisão
bibliográfica e uma pesquisa documental nos relatórios institucionais, documentos e sítios
oficiais das instituições ligadas à agricultura nesse município. Os resultados mostram que o
acesso ao Pnae deu-se, em 2012, de forma incipiente, com a venda de produtos às escolas
municipais na ordem de 0,63%; e, em 2013, os projetos de venda do Pnae e PAA alcançaram
a totalidade de 90.958 kg de alimentos. Ressaltase que há uma rede de cooperação local entre
as instituições ligadas à agricultura familiar e que há dificuldades e desafios a serem
enfrentados, como a organização da produção, focada na diversificação, com o objetivo de
atender à demanda, respeitar a cultura dos agricultores, atender às exigências sanitárias e
organizar a logística da produção.

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Até a década de 1990, a forma de tratamento para com os agricultores em Moçambique era a
mesma. Médios e grandes produtores sempre tiveram acesso ao crédito rural, sinônimo de
política agrícola no País, que se mostrou, até então, seletivo e concentrador de renda. Os
pequenos agricultores sempre ficaram à margem das políticas públicas. Esse fato começou a
mudar com a criação do Pronaf em 1995 (PERACI; BITTENCOURT, 2010). Outro ponto,
destacado por Schneider (2003), que merece destaque, pois elucida a formulação de políticas
públicas para o setor, é a ativa articulação e os movimentos sociais liderados pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), que congrega os Sindicatos de
Trabalhadores Rurais, principalmente com o evento Grito da Terra. Entre os principais
trabalhos que introduziram o conceito de agricultura familiar no Brasil, de acordo com
Guanziroli e Cardim (2000), destacam-se os estudos encomendados pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário ao Projeto de Cooperação Técnica Incra/FAO. O objetivo era
buscar a compreensão da lógica e dinâmica das unidades familiares e dos assentados, bem
como dos sistemas de produção por eles adotados nas diversas regiões do País. A agricultura
moçambicana apresenta uma grande diversidade em relação à situação dos produtores, aos
modos de vida, ao meio ambiente e à aptidão das terras, não apenas entre as regiões, mas
também dentro de cada região (GUANZIROLI; CARDIM, 2000). A agricultura familiar é
definida com base em três características centrais: a gestão da unidade produtiva; a maior
parte do trabalho fornecida pelos membros da família; e a propriedade dos meios de
produção, embora nem sempre da terra. De acordo com os dados do IBGE, do censo de 2006,
a agricultura familiar responde pela maioria dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros
(BRASIL, 2006; FRANÇA et al., 2009).

4.2. Programa nacional de alimentação escola

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação escolar e ações


de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica
pública. O governo federal repassa, a estados, municípios e escolas federais, valores
financeiros de caráter suplementar efetuados em 10 parcelas mensais (de fevereiro a
novembro) para a cobertura de 200 dias letivos, conforme o número de matriculados em cada
rede de ensino.

O PNAE é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos
de Alimentação Escolar (CAE), e também pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União

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(TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público. São atendidos
pelo programa os alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental,
ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas
e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público). Além de uma exigência
normativa, o cálculo do cardápio da alimentação escolar é de suma importância para a
garantia do direito à alimentação escolar adequada e da Segurança Alimentar e Nutricional
dos estudantes.

A partir de várias demandas dos nutricionistas da alimentação escolar pela disponibilização


de uma ferramenta de fácil utilização e sem custos para o profissional, que permita o cálculo
dos cardápios planejados, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por
meio da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional (COSAN), da Coordenação
Geral do PNAE (CGPAE), apresenta a ferramenta PLAN PNAE. O PLAN PNAE tem como
objetivo principal auxiliar os nutricionistas no planejamento de cardápios, levando em
consideração as normas e orientações vigentes no PNAE. É uma ferramenta de fácil
utilização, elaborado no programa Excel, que apresenta uma aba contendo uma tabela de
composição de alimentos e permite a elaboração de fichas técnicas, com os respectivos
cálculos nutricionais de energia, macronutrientes e micronutrientes prioritários para o PNAE.

Ao final, é possível a impressão das fichas técnicas das preparações e dos cardápios
planejados, por faixa etária e etapa/modalidade de ensino, conforme determinação da
legislação. Permite, também, o cálculo de custos dos cardápios planejados e a verificação do
percentual de adequação de nutrientes.

4.3. Novas formas de comercialização e os mercados para a agricultura


familiar

A agricultura familiar, como forma específica de produção e trabalho nos espaços rurais,
pode ser entendida como um grupo social que compartilha um mesmo espaço (não
necessariamente uma habitação) e explora em comum uma unidade de produção em uma área
de terra específica. Esse coletivo está ligado por laços de parentesco e consanguinidade entre
si, podendo a ele pertencer, eventualmente, outros membros não consanguíneos
(SCHNEIDER, 2003). Adicionalmente a estas características, autores como Abramovay
(1998) e Ploeg (2008) reiteram a capacidade da agricultura familiar de se relacionar com os

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mercados e sua predisposição em acompanhar os principais avanços técnicos a partir dos
conhecimentos científicos.

A participação dos AFs nos processos de troca, visando escoar sua produção de fibras,
matérias-primas e alimentos para o abastecimento das cidades, é uma das estratégicas
econômicas clássicas de sua relação com a sociedade (VEIGA, 1991). Isso ocorre a partir da
construção social de mercados e canais de comercialização dos agricultores familiares com os
diferentes atores sociais atuantes no sistema alimentar, desde intermediários, indústrias,
cooperativas, varejistas, consumidores, entre outros. Alguns estudos ainda reiteram que o
futuro destes mercados será sua (re)localização, pois entendem que a tendência no século
XXI será a comida artesanal, diversificada, adaptada aos locais específicos e baseada nas
relações sociais de reciprocidade (PRA et al., 2016; ALBALA, 2017).

Segundo Schneider (2016), os mercados são relações sociais, que se estabelecem entre
agentes econômicos que podem ser produtores ou consumidores, que têm interesse em
transacionar bens, mercadorias, recursos ou outros ativos. A existência de uma relação de
mercado pressupõe a existência de trocas que, em geral, são motivadas por múltiplos
interesses dos agentes. Os mercados fazem parte dos processos sociais de produção e
reprodução das atividades econômicas e das unidades familiares, influenciam a vida das
pessoas, seus valores e sua cultura, moldam e modificam instituições e são motivo para
conflitos, protestos e disputas. Na medida em que as relações e as interações sociais passam a
ocorrer por meio da mediação dos mercados, estes assumem um papel decisivo na
organização do cotidiano econômico e da sociabilidade, influenciando atitudes, valores e a
ação individual.

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5. Conclusão

A agricultura familiar tem hoje a possibilidade de acessar o mercado institucional, que é uma
alternativa de aproximar do consumidor a produção de base familiar por meio do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O
presente estudo visa descrever a trajetória do acesso a esses mercados no Município de
Mineiros, GO, identificando os principais desafios e dificuldades enfrentados e destacando os
atores sociais participantes do processo.

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6. Bibliografia

SEAD - Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário.


Dados de DAPS física e jurídica do Estado do Tocantins, ano de referência 2016. Brasília:
SEAD, 2017.

SILVA, R. R. M; PIRES, C. R. F; KATO, H. C. A; SOUSA, D. N; SANTOS, V. F.


Pescado na alimentação escolar: caracterização nutricional. Segurança Alimentar e
Nutricional, v. 24, p. 169-179, 2017.

SOUSA, D. N. Os estudos de extensão pesqueira nos Programas de Pós-Graduação em


Extensão Rural. Extensão Rural, Santa Maria, v. 21, p. 32-51, 2014

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