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UNIVERSIDADE ABERTA UNISCED

FACULDADE DE ENGENHARIA E AGRICULTURA


CURSO DE LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Tema do trabalho:

Modernidade Agrícola: Unidade Familiar de Produção e reforma agraria,


e Dificuldades no estabelecimento de padrões tecnológicos para agregados
familiares.

Elsa José Chale Renço

Tete, Maio de 2023


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UNIVERSIDADE ABERTA UNISCED


FACULDADE DE ENGENHARIA E AGRICULTURA
CURSO DE LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Tema do trabalho:

Modernidade Agrícola: Unidade Familiar de Produção e reforma agraria, e


Dificuldades no estabelecimento de padrões tecnológicos para agregados familiares

Trabalho de Campo submetido ao Curso de Licenciatura em Desenvolvimento Agrario


na Faculdade de Engenharia e Agricultura, como requisito para obtenção do grau
académico de licenciatura em Desenvolvimento Agrario

A Estudante o Docenete

Elsa Jose Chale Renço Plinio Osorio Fonseca

Tete, Maio de 2023


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INDICE
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4

1.1.Objetivos do trabalho ................................................................................................. 4

1.1.1.Objetivo geral .......................................................................................................... 4

1.1.2.Objetivos específicos ............................................................................................... 4

2.AGRICULTURA MODERNA ..................................................................................... 5

2.1.Conceito de Agricultura Moderna .............................................................................. 5

2.2.Impactos das novas tecnologias implementadas na agricultura moderna .................. 5

2.2.1.Impactos positivos ................................................................................................... 5

2.2.2.Impactos negativos .................................................................................................. 5

2.3.Reforma agrária e suas Dificuldades no estabelecimento de tecnologias para .......... 6

2.3.1.Fraco acesso aos mercados ...................................................................................... 6

2.4.Técnicas da agricultura moderna que constituem limitações para unidades .............. 7

2.5.O caminho para a agricultura sustentável para agregados Familiares ...................... 10

Conclusão ....................................................................................................................... 11

Referencias Bibliográficas .............................................................................................. 12


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1.INTRODUÇÃO
Em Moçambique o baixo nível de adopção de novas tecnologias agrárias é uma
das principais causas da baixa produtividade agrária e da pobreza generalizada. Contudo
para aumentar a adopção de tecnologias modernas os tomadores de decisão política
devem colocar ênfase em superar as deficiências de escolaridade através de outras
formas de aprendizagem; melhorar os mecanismos de acesso e gestão do FIL
combatendo a impunidade dos mutuários e dos gestores e garantir a transparência
orçamental; melhorar os aconselhamentos técnicos por meio de organização de extensão
e garantir a participação dos produtores em programas de transferência de tecnologias.

A adopção de novas tecnologias na agricultura tem atraído especial atenção no


desenvolvimento económico porque a maioria da população nos países em vias de
desenvolvimento sobrevive da agricultura de subsistência e as novas tecnologias
oferecem oportunidade de aumentar substancialmente a sua produção e a renda. A fraca
adopção das mesmas deve-se a um conjunto de factores/impedimentos como falta de
crédito, disponibilidade de insumos, deficiente sistema de investigação-extensão,
limitado acesso a informação, baixo índice de capital Humano, a oferta caótica de inputs
complementares, a falta de infra-estruturas e transportes (Feder et al., 1985). Ora,
considerando o dito acima, importa-nos através deste trabalho falar sobre a
Modernidade Agrícola, podendo olhar para a Unidade Familiar de Produção e reforma
agraria, assim como as Dificuldades no estabelecimento de padrões tecnológicos para
agregados familiares.

1.1.Objetivos do trabalho

1.1.1.Objetivo geral
Analisar a modernidade agrícola face a realidades da Unidade Familiar de
Produção e reforma agrária.

1.1.2.Objetivos específicos
Identificar as Dificuldades no estabelecimento de padrões tecnológicos para
agregados familiares.
Descrever as Dificuldades no estabelecimento de padrões tecnológicos para
agregados familiares.
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2.AGRICULTURA MODERNA

2.1.Conceito de Agricultura Moderna


Para ARTUR (2008), a “agricultura moderna é aquela em que o sucesso do
processo depende do uso de tecnologia, acesso a recursos, gestão, investimento,
características do mercado e apoio a nível governamental”. Este tipo de prática permite
um melhor controle dos fatores envolvidos nos processos de culturas agrícolas e
pecuária. Dessa forma, os resultados que serão obtidos dependerão do sucesso que é
obtido no manuseio desses fatores. No entanto, manter o solo fértil com uma quantidade
de nutrientes e irrigação adequada pode ser conseguido com a ajuda da tecnologia e das
máquinas adequadas para isso.

De um modo geral, a demanda global por alimentos representa um desafio real,


já que nos países desenvolvidos a população de classe média obtém renda melhor e, por
sua vez. Este tipo de atividade é compatível com a agricultura de subsistência, que
resiste em alguns estudos estimam que, entre 2010 e 2050, a população de países
desenvolvidos precisará de cerca de duas vezes mais produção agrícola. Como
consequência, será necessário aumentar a produção de alimento. (MINAG, 2011).

2.2.Impactos das novas tecnologias implementadas na agricultura moderna

2.2.1.Impactos positivos
 Grande aumento da produtividade de alimentos;
 Aumento da produtividade agrícola em países não industrializados;
 Desenvolvimento agrícola;
 Expansão da fronteira agrícola;
 Desenvolvimento tecnológico. (MUCAVELE, 2010).

2.2.2.Impactos negativos
 O aumento das despesas com o cultivo e o endividamento dos agricultores;
 O crescimento da dependência entre os países;
 Esgotamento do solo;
 Ciclo vicioso de fertilizantes;
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 Perda de biodiversidade;
 Erosão do solo;
 Poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes;
 Redução da mão de obra rural. (MUCAVELE, 2010).

2.3.Reforma agrária e suas Dificuldades no estabelecimento de tecnologias para


agregados familiares

SITOE (2005), as novas tecnologias trazem uma reforma agraria adotada para o
desenvolvimento das culturas trazem uma série de elementos, entre os quais podemos
citar: a variedade de sementes de alto rendimento, práticas adequadas de irrigação,
fertilizantes, pesticidas e plantio de vários tipos de culturas. O autor diz ainda que:

Ao mesmo tempo, o que é conhecido como rotação de culturas


etc. As principais razões têm sido as dificuldades em aumentar
a utilização de insumos e tecnologias modernas, limitada
disponibilidade de aconselhamento técnico, serviços de apoio e
a dispersão dos produtores.

2.3.1.Fraco acesso aos mercados


Os factores que concorrem para o baixo uso de insumos são a sua disponibilidade e
altos custos de aquisição e transacção. O acesso aos mercados tanto de insumos quanto
dos produtos é particularmente constrangido pela deficiência e por vezes ausência de:

 Serviços financeiros rurais;


 Estradas rurais de ligação mercados de consumo aos centros de produção; e
 Sistemas de informação agrários.

Apesar da produção da maior parte dos camponeses estar a registar aumento de


quantidades de ano para ano, muitas vezes estes resultados não chegam a compensar os
recursos individuais investidos no processo de produção, o que condiciona à
perpetuação da situação de miséria a que muitos camponeses se encontram. Além disso,
os poucos operadores comerciais licenciados, que estão espalhados pelas zonas de
produção, estão na sua maioria sem capacidades financeiras para operarem na
comercialização dos excedentes dos camponeses. E não existe nenhuma instituição
financeira capaz de estimular tal prática (Francisco et al., 2010).
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2.4.Técnicas da agricultura moderna que constituem limitações para unidades


familiares na reforma agraria.

Na perspectiva de MUCAVELE (2010), as novas tecnologias adotadas para o


desenvolvimento das culturas trazem uma série de elementos, entre os quais podemos
citar: a variedade de sementes de alto rendimento, práticas adequadas de irrigação,
fertilizantes, pesticidas e plantio de vários tipos de culturas. Ao mesmo tempo, o que é
conhecido como rotação de culturas etc. Cada uma destas técnicas implementadas por
este tipo de agricultura é detalhada abaixo:

 Sementes de alto desempenho

Este tipo de sementes possui características próprias que as tornam capazes de


aproveitar melhor a água de irrigação e seus nutrientes. A quantidade de produto que é
obtida por superfície plantada é superior em comparação com uma semente tradicional.
Para MUCAVELE (2010),

elas são muito delicadas e, a fim de obter os resultados desejados,


cuidados especiais devem ser tomados, já que qualquer mudança no
manejo da cultura causa redução na produção e produtividade,
ocasionando em uma colheita mal-sucedida.

 Práticas de irrigação

Sabe-se que a água é necessária para o cultivo das plantas, razão pela qual é chamada de
sangue da vida da agricultura. A água desempenha um papel decisivo no
desenvolvimento do padrão de cultivo, nas combinações de cultivos, na intensidade da
cultura e na extensão da terra semeada e no ritmo sazonal de cada cultura. Portanto,
deve-se levar em conta que, sem a irrigação adequada, não é possível usar sementes de
alto rendimento, e a fertilização adequada também não pode ser realizada. Para
MUCAVELE (2010),

 Fertilizantes

MUCAVELE (2010), diz que o uso de fertilizantes é um ingrediente importante para a


agricultura moderna. Com eles, você pode aumentar a produtividade de culturas de
sementes de alto rendimento. No entanto, é importante fazer a seleção de
biofertilizantes, uma vez que são sustentáveis e mais ecológicos. Em muitos casos, tal
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prática é alcançada com a adição de bactérias fixadoras de nitrogênio em sementes de


alto rendimento.

 Pesticidas

Os pesticidas são substâncias químicas usadas para controlar pragas que atacam as
culturas. No entanto, muitos deles contaminam as culturas e causam problemas de
saúde. Na agricultura moderna, os agricultores estão adotando o manejo integrado de
pragas (MIP) como uma alternativa sustentável ao uso de pesticidas. Segundo
MUCAVELE (2010),

Esse tipo de manejo permite a incorporação de uma série de técnicas de


controle de pragas que atacam as plantações, mas com menos danos ao
meio ambiente. Um exemplo dessa prática é o plantio de culturas
resistentes a pragas, o uso do controle biológico com insetos
alimentares, a destruição de áreas de nidificação, entre outros. Desta
forma, o uso de pesticidas químicos é um último recurso.

 Rotação de colheitas

A rotação de cultivo permite plantar diferentes tipos de culturas no mesmo local em que
o solo é permitido recuperar os nutrientes que foram removidos por uma cultura
anterior. Essa técnica é considerada uma das mais poderosas da agricultura moderna,
pois evita as consequências do mesmo tipo de cultivo na mesma área, ano após ano.

Outro dos benefícios da rotação de culturas é o controle biológico de pragas, já que


muitas delas gostam de uma cultura específica. Um exemplo de rotação de culturas
iniciado por alguns agricultores tem sido plantar soja e outras leguminosas. Graças a
esta prática, os agricultores conseguiram reabastecer os nutrientes no solo para que na
próxima estação, no mesmo espaço que já tem nutrientes suficientes, eles plantem
milho. (MUCAVELE, 2010).

 Pecuária

A agricultura moderna e a pecuária dependem uma da outra e fazem parte dos valiosos
recursos que a terra oferece. Cada planta ou animal tem um papel específico dentro
deste processo. Um elemento desse incentivo é o conhecimento biológico e práticas
agrícolas aplicáveis aos diferentes tipos de ecossistemas, regiões, tipos de solo e relevo.
Embora muitos problemas causados pela criação de gado sejam difíceis de controlar, a
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alocação de incentivos adequados pode ajudar a aumentar os benefícios da produção


agrícola para a sociedade.

Por esta razão, a participação coordenada dos escritórios ou ministérios da agricultura e


do meio ambiente é necessária para desenvolver um objetivo comum, que permita
alcançar o desenvolvimento sustentável ao abordar as preocupações de ambas as
entidades em relação ao uso e manejo da terra e dos recursos. No entanto, deve-se ter
em mente que, sem investimentos adequados, os ganhos percebidos com a produção
agrícola, bem como a proteção ambiental, podem ser insuficientes para alcançar a
transição para uma agricultura sustentável.

 Maquinário

Conforme MINAG (2011), esse é um elemento de grande importância na agricultura


moderna, pois, como os aspectos discutidos acima, sem eles, não é possível desenvolver
um bom processo agrícola. O acesso a máquinas e tecnologia modernas são fatores
decisivos para o sucesso da agricultura moderna.

Ambos os elementos fornecem uma grande ajuda, uma vez que cada um
desempenha um papel decisivo em um determinado estágio do processo agrícola. Para o
preparo do solo, irrigação, semeadura de sementes, colheita, adubação e controle de
pragas, cada uma dessas atividades requer a participação de maquinário moderno para
garantir o sucesso do processo.

 Tecnologia

A tecnologia agrícola é considerada uma das áreas mais marcantes e revolucionárias


deste campo, pois está focada na produção de alimentos suficientes para atender à
crescente demanda da população.

Embora não deva ser esquecido que a tecnologia evolui rapidamente, MINAG (2011),
defende que

“Os agricultores modernos podem fazer um trabalho melhor


em comparação com seus ancestrais. A tecnologia mudou a
forma como as máquinas operam, o uso de sistemas de
computador, sistemas de posicionamento global (GPS),
programas de gerenciamento automático, redução do
consumo de combustível, perda de sementes e
fertilizantes, entre outros”.
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2.5.O caminho para a agricultura sustentável para agregados Familiares


A agricultura moderna permite que os agricultores planejem suas metas com a
sustentabilidade de sua prática em mente. Isso envolve conservar e proteger os recursos
naturais, fornecendo alimentos e combustível para uma população em crescimento, tudo
de uma maneira financeiramente viável para produtores e consumidores. (MINAG,
2011).

No entanto, tudo depende da boa gestão que é feita de cada um dos elementos
que integram o sistema da agricultura moderna. Se algum deles falhar, não será possível
atingir o rendimento e a produtividade desejados e, como resultado, reduzirá a qualidade
e a quantidade de alimentos disponíveis.
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Conclusão
A tecnologia agrícola é considerada uma das áreas mais marcantes e
revolucionárias deste campo, pois está focada na produção de alimentos suficientes para
atender à crescente demanda da população. Embora não deva ser esquecido que a
tecnologia evolui rapidamente, os agricultores modernos podem fazer um trabalho
melhor em comparação com seus ancestrais. A realidade no país contrasta com esta
ambição visto que o potencial agrícola não é devidamente convertido na geração de
receitas e na criação de emprego de modo tangível. Em todo o país os níveis de
produção e de produtividade agrária são baixos, além de que não há condições de
conservação de produtos, e a rede de processamento, distribuição e comercialização de
produtos agrários é bastante fraca, devido à limitada rede de infra-estruturas básicas
(vias de acesso, armazenagem, industrias de processamento, etc.) assim, a pouca
produção dos pequenos agricultores, acaba por se deteriorar nas zonas de produção e
por outro lado agravam-se os custos de transporte para o escoamento dos produtos das
zonas excedentárias para as deficitárias e consequentemente o acesso aos alimentos é
reduzido. A maioria dos constrangimentos que o sector agrário Moçambicano apresenta
são estruturais e fundamentais para ultrapassar o desafio da pobreza e crescimento disto
resultam os vários dilemas.
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Referencias Bibliográficas
1. ARTUR, L. (2008). Manual de Desenvolvimento Rural. Faculdade de
Agronomia e Engenharia.
2. MINAG. (2011). Plano estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário
PEDSA (2011-2020). República de Moçambique.
3. MUCAVELE, F. (2010). Estratégia de Desenvolvimento Económico para o
Combate a Pobreza em Moçambique. Comunicação apresentada na Conferência
sobre à “Pobreza e Desenvolvimento Económico, caso de Moçambique”.
4. SITOE, T. (2005), Agricultura familiar em Moçambique estratégias de
desenvolvimento sustentável. Moçambique.

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