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LUCAS BIO MARTIN PRIETO

POTENCIAL DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA


AGROECOLÓGICO JUNTO AOS AGRICULTORES ASSOCIADOS À
COOPERATIVA COAFAS
Londrina
2017
LUCAS BIO MARTIN PRIETO

POTENCIAL DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA


AGROECOLÓGICO JUNTO AOS AGRICULTORES ASSOCIADOS À
COOPERATIVA COAFAS

Pré – projeto de Trabalho de


Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Agronomia da
Universidade Estadual de Londrina, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Agronomia.
Orientadora: Prof. Dra. Marla Alessandra
de Araujo

Londrina
2017
LUCAS BIO MARTIN PRIETO

POTENCIAL DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA


AGROECOLÓGICO JUNTO AOS AGRICULTORES ASSOCIADOS À
COOPERATIVA COAFAS

Pré – projeto de Trabalho de Conclusão


de Curso apresentado ao Departamento de
Agronomia da Universidade Estadual de
Londrina, como requisito parcial à obtenção do
título de Bacharel em Agronomia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________
_____
Orientadora: Prof. Dra. Marla Alessandra de
Araujo
Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________
_____
Prof. Dra. Gisele Silva de Aquino
Universidade Estadual de Londrina - UEL

____________________________________
_____
Engenheiro Agrônomo Hélio Fernandes
Ibanhes Neto
Universidade Estadual de Londrina - UEL

Londrina, 28 de abril de 2017.


PRIETO, Lucas Bio Martin. Potencial de implantação do sistema
agroecológico junto aos agricultores associados à cooperativa COAFAS. 2017.
XXp. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade
Estadual de Londrina, Londrina, 2017.

RESUMO

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Palavras-chave: Pequeno produtor; Agricultura familiar; Diagnóstico


socioeconômico; Difusão de tecnologia; Extensão rural.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO

O Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), no ano de 2006, aferiu que 84,4% dos estabelecimentos
agropecuários brasileiros são administrados por agricultores familiares. Estas
propriedades ocupam uma área de 80 milhões de hectares, o que corresponde a
24,3% da área ocupada pelos estabelecimentos agropecuários brasileiros, com uma
área média de 18,4 ha por propriedade familiar. Apesar da pequena área ocupada, a
agricultura familiar apresenta papel estratégico na segurança alimentar nacional,
respondendo por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de
feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 21% do trigo.
A atividade agrícola conduzida sob sistema convencional, por vezes, leva a
adoção de monocultivos, ausência de rotação de culturas e intenso revolvimento do
solo sem adoção de práticas conservacionistas, além de ser altamente dependente
da utilização de defensivos e demais agroquímicos. Esse conjunto de práticas
conduz a progressiva degradação física, química e biológica do solo, o que faz deste
sistema insustentável a médio e longo prazos.
Para pequenos produtores, a perda da capacidade produtiva do solo torna-se
ainda mais crítica, uma vez que estes não costumam possuir flexibilidade de
atividade e área, gerando significativo impacto na renda destas famílias. Diante da
impossibilidade de manter-se na atividade, estimula-se o êxodo rural, o qual, por sua
vez, acarreta no inchaço dos centros urbanos, onde pessoas acabam por fixar
moradia em locais muitas vezes sem condições mínimas de saneamento, saúde,
segurança e educação, vivendo a margem da sociedade.
Assim, há a necessidade de se buscar novos modelos de produção agrícola,
que tenham por características serem socialmente justos, ambientalmente aceitos e
economicamente viáveis. Nesse sentido, sistemas agroecológicos despontam como
uma alternativa de organização social e produtiva, de menor impacto ambiental e
que reduzem diferenças socioeconômicas no campo, por gerarem um produto
diferenciado e com valor agregado, cujo nicho de mercado encontra-se em plena
expansão.
Ainda, a agricultura familiar enfrenta desafios na comercialização e
organização de sua produção. Dentre as alternativas para o enfrentamento das
dificuldades e fortalecimento econômico dos agricultores familiares, o
cooperativismo tem se mostrado estratégico. Na região de Londrina-PR, destaca-se
a Cooperativa Solidária de Produção, Comercialização e Turismo Rural da
Agricultura Familiar do Norte do Paraná (COAFAS), fundada em 2008, inicialmente
com aproximadamente 33 famílias cooperadas e que hoje conta com cerca de 300
associados.
São muitos os desafios e conflitos na direção de uma agricultura e
desenvolvimento mais sustentáveis, tendo a agricultura familiar como um aliado
nesse processo para a prática da agroecologia, ou onde busca-se uma transição do
atual modelo de agricultura convencional para um alternativo. Além disso, a adoção
do sistema agroecológico por produtores familiares poderia proporcionar incremento
na renda destas famílias, reduzindo o risco de abandono da atividade.
O objetivo desse trabalho é avaliar o potencial de implantação do sistema
agroecológico nas propriedades associadas à cooperativa COAFAS, através de um
diagnóstico do perfil socioeconômico e do conhecimento técnico dos agricultores e
famílias associadas.
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 AGRICULTURA FAMILIAR

2.1.1 Conceito
Por seu um grupo social bastante heterogêneo encontramos na literatura e no
meio acadêmico diversos conceitos, aplicados por diferentes autores, visando
caracterizar o tema agricultura familiar (ALTAFIN, 2007). De acordo com o Grupo de
Interesses em Pesquisa para a Agricultura Familiar - GIPAF (1999 apud Funk, 2008)
não existe uma unanimidade sobre o conceito de agricultura familiar, na medida em
que se apresenta como categoria de análise, já que engloba desde o campesinato
tradicional até a pequena produção familiar modernizada.
No Brasil a agricultura familiar é caracterizada pelo cultivo da terra por
pequenos produtores rurais, onde a gestão da propriedade agrícola e a maior parte
da mão de obra é executada pelos próprios membros da família.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), criado em 1999,
“[...] A agricultura familiar tem dinâmica e características distintas em comparação a
agricultura não familiar. Nela a gestão da propriedade é compartilhada pela família e
a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda”. Ainda
segundo o MDA “[...] o agricultor familiar tem uma relação particular com a terra, seu
local de trabalho e moradia, sendo a diversidade produtiva também uma
característica marcante desse setor” (BRASIL 2016).
Tratando-se do cenário da agricultura brasileira (CARMO, 1999) se refere a
agricultura familiar como forma de organização produtiva em que:
[...] Os critérios adotados para orientar as decisões relativas à
exploração agrícola não se subordinam unicamente pelo ângulo da
produção / rentabilidade econômica, mas leva em consideração
também as necessidades e objetivos da família. Contrariando o
modelo patronal, no qual há completa separação entre gestão e
trabalho, no modelo familiar estes fatores estão intimamente
relacionados.

Buainaim e Romeiro (2000 apud TINOCO, 2008), afirmam que a agricultura familiar
desenvolve, em geral, sistemas complexos de produção, combinando várias
culturas, criações animais e transformações primárias, tanto para o consumo da
família como para o mercado.

Ao lado das classificações acadêmicas desponta a definição formal do


conceito de agricultura familiar, que: Segundo a Constituição brasileira,
materializada na Lei nº 11.326 de julho de 2006, considera-se: “[...] agricultor familiar
e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural,
atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos: I - não detenha, a qualquer
título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; II - utilize predominantemente
mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento
ou empreendimento; III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma
definida pelo Poder Executivo; IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento
com sua família” (Brasil, 2006). Tendo em conta o atendimento de tais requisitos,
inclui ainda “[...] silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que
promovam o manejo sustentável daqueles ambientes; [...] aqüicultores que explorem
reservatórios hídricos com superfície total de até 2 ha (dois hectares) ou ocupem
até 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em
tanques-rede; [...] extrativistas pescadores que exerçam essa atividade
artesanalmente no meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores” (Brasil, 2006).
Para (ALTAFIN 2007) tendo em vista as tipificações acadêmicas ou a
delimitação legal do conceito constata-se que:
[...] o uso do termo “agricultura familiar” no Brasil se refere a
um amplo guarda-chuva conceitual, que abriga distintos tipos e
situações, não apenas entre as regiões, mas dentro de cada região,
de cada estado, de cada município ou de um território. Conhecer e
compreender as especificidades de uma dada situação concreta
torna-se imprescindível para todos os envolvidos em processos de
desenvolvimento sustentável. Além de bases teóricas sobre
características comuns, estratégias globais e princípios gerais ao
conjunto da produção familiar, é fundamental a valorização do
conhecimento dos agricultores e a reflexão sobre as particularidades
de cada local.
3. MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho se classifica como pesquisa descritiva, de caráter


quantitativo e qualitativo. Os dados necessários para elaboração deste trabalho só
puderam ser coletados graças a uma parceria entre a COAFAS e a UEL, através de
um projeto de extensão coordenado pelo Prof. Dr. Luis Artur Bernardes da Rosa,
Engenheiro Agrônomo, que atua como professor adjunto no departamento de
administração da Universidade Estadual de Londrina- UEL, em Londrina Paraná.

3.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO INICIAL


O projeto em questão teve seu início no final do ano de 2014 e apresentava
como objetivo geral á “Assessoria aos agricultores familiares da cooperativa
COAFAS na implantação da agroecologia e comercialização de produtos
alimentícios com escolas e universidades públicas”. O projeto foi conduzido até o
ano de 2017 e contou com a participação de professores, técnicos, graduados e
discentes da UEL.
No decorrer do projeto foram realizadas oficinas , nas regiões atuantes da
cooperativa , no qual, através de palestras buscou-se abordar um panorama da
agricultura orgânica no Brasil. Posteriormente os agricultores interessados foram
levados para conhecer uma propriedade certificada com o sistema orgânico
consolidado, em Marilândia do Sul – PR .Também foi realizada uma unidade
demonstrativa em uma propriedade que se encontra no modelo de transição da
agricultura convencional para a orgânica , na chácara ‘Nossa Senhora de Aparecida”
no município de Rolândia – PR.
Contudo foi através de visitas feitas juntos aos agricultores da cooperativa –
COAFAS - nos anos de 2015 e 2016 que foi possível a realização dos diagnósticos
técnico e socioeconômico, que foram fundamentais para elaboração dessa
pesquisa.

3.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO


A área amostral contou com as principais regiões representativas para a
cooperativa COAFAS: Distritos de Guaravera e São Luis, Distrito de Lerroville,
ambos pertencentes ao município de Londrina - PR, e também o município de
Rolândia - PR.
Nos distritos de Guaravera e São Luis foram visitados 14 cooperados, 16 em
Lerroville e 24 cooperados no município de Rolândia.

3.3 COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA


Foram selecionados aleatoriamente 54 famílias de cooperados que
compunham uma amostra representativa de todas as famílias associadas à
cooperativa COAFAS.

3.4 DIAGNÓSTICO TÉCNICO E SOCIOECONÔMICO

3.4.1 Questionários
Para realização dos diagnósticos socioeconômico e técnico foram elaborados
questionários (ANEXOS 1 e 2, respectivamente), caracterizados por perguntas
diretas e alternativas, os quais foram aplicados junto a amostra de produtores
cooperados.

3.4.2 Dados levantados


Os dados levantados por meio de perguntas diretas foram: número de
produtores por família; idade dos produtores (considerando produtor todo aquele que
exerce atividade agrícola na propriedade); o estado civil; a escolaridade dos
produtores e escolaridade de suas esposas; quantidade de filhos que possuem,
especificando idade e escolaridade; além de relatar sobre a área, sobre os
empregados, e se possuem telefones e internet no local.
Foram também levantados dados através de perguntas com alternativa,
afim de se verificar o conhecimento dos agricultores sobre agricultura orgânica e a
possibilidade de substituição para esse sistema de produção. As perguntas
elaboradas acercavam: Grau de conhecimento do produtor sobre agricultura
orgânica; Grau de interesse em aprender sobre agricultura orgânica; Possibilidade
de transição para o sistema orgânico; Porcentagem do PAA e do PNAE na renda
familiar; Cultivo sem químicos e fertilizantes na propriedade. Além da opinião do
grupo avaliador sobre o potencial de transição do produtor para o sistema orgânico.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS


Utilizando planilhas eletrônicas, foram elaborados gráficos e tabelas para
melhor avaliar o perfil dos produtores associados e, a partir disto, verificar a
potencialidade de implantação do sistema de cultivo agroecológico junto aos
produtores.

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