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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO DE BIOMEDICINA

GABRIELLY LOSS LINO STRELOW


NATHALIA GOMES DA COSTA

CÂNCERES E AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA A


RESPEITO DE POSSÍVEIS RELAÇÕES EXISTENTES.

VILA VELHA
2022
GABRIELLY LOSS LINO STRELOW
NATHALIA GOMES DA COSTA

CÂNCERES E AGROTÓXICOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA A


RESPEITO DE POSSÍVEIS RELAÇÕES EXISTENTES.

Monografia apresentada à Coordenadoria do Curso


de Biomedicina do Instituto Federal do Espírito
Santo, Campus Vila Velha, como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em
Biomedicina

Orientadora: Dra. Mayara Loss Franzin.

VILA VELHA
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
DECLARAÇÃO DAS AUTORAS

Declaramos, para fins de pesquisa acadêmica, didática e técnico-científica, que este


Trabalho de Conclusão de Curso pode ser parcialmente utilizado, desde que se faça
referência à fonte e às autoras.

Vila Velha, 22 de novembro de 2022.

GABRIELLY LOSS LINO STRELOW

NATHALIA GOMES DA COSTA


AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar à Deus, qυе fez com que nossos objetivos fossem alcançados,
durante todos os anos de estudos.

Aos amigos e familiares, por todo o apoio e pela torcida, o incentivo foi primordial.

À nossa orientadora Dra. Mayara por todo o apoio e ajuda, que muito contribuíram
para a realização deste trabalho.

Aos membros da banca, professores Tatiana Oliveira Costa e Alexandre Krüguer


Zocolotti, pela atenção e disponibilidade em colaborar com a nossa formação.

A todos os professores e funcionários do IFES por todos os anos de contribuição, pela


simplicidade dos gestos, pela dedicação e paciência de sempre.
RESUMO

Principal impulsionadora da economia nacional e grande destaque internacional, a


agricultura brasileira, também utiliza em larga escala toxinas agrícolas para o manejo
de doenças que causam perdas econômicas nas lavouras. Como um dos países que
mais utiliza agrotóxicos, o Brasil ganhou espaço na importação. Apesar de ser uma
ferramenta fundamental para os produtores rurais, o uso indiscriminado de
agrotóxicos tem o potencial de aumentar a incidência de doenças crônicas, como o
câncer, principalmente nas áreas rurais. Diante deste cenário, o objetivo desta
pesquisa foi reunir estudos já publicados sobre a relação entre agrotóxicos e a taxa
de incidência de câncer em trabalhadores rurais expostos a esses produtos no Brasil.
A exposição múltipla, que ocorre através dos alimentos ingeridos com a presença de
contaminantes, pode resultar na intoxicação crônica de uma população. A literatura
consultada trouxe uma importante contribuição para a produção científica sobre os
efeitos do uso de pesticidas sobre o meio ambiente e a saúde humana, e a falta de
monitoramento da exposição a pesticidas. De acordo com os trabalhos levantados,
possíveis alterações hematológicas decorrentes da exposição a agrotóxicos tanto de
forma crônica quanto aguda, foram encontradas em moradores rurais no Sul do Brasil.

Palavras-chave: Agricultura. Cânceres. Agrotóxicos.


ABSTRACT

The main driver of the national economy and a major international highlight, Brazilian
agriculture also uses agricultural toxins on a large scale to manage diseases that cause
economic losses in crops. As one of the countries that most uses pesticides, Brazil has
gained space in imports. Despite being a fundamental tool for farmers, the
indiscriminate use of pesticides has the potential to increase the incidence of chronic
diseases, such as cancer, especially in rural areas. Given this scenario, the objective
of this research was to gather studies already published on the relationship between
pesticides and the incidence rate of cancer in farmers exposed to these products in
Brazil. Multiple exposure, which occurs through food ingested with the presence of
contaminants, can result in chronic intoxication of a population. The consulted literature
made an important contribution to the scientific production on the effects of pesticide
use on the environment and human health, and the lack of monitoring of exposure to
pesticides. According to the works surveyed, possible hematological changes resulting
from exposure to pesticides, both chronically and acutely, were found in rural residents
in southern Brazil.

Keywords: Agriculture. Cancer. Pesticides.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................... 10

2 OBJETIVOS....................................................................................................... 10

2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................... 10

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 11

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 12

3.1 AGROTÓXICOS ............................................................................................. 12

3.1.1 Definições e classificações .................................................................. 13

3.1.2 Agrotóxicos e agricultura: um breve panorama do cenário


brasileiro.............................................................................................................19
3.2 CÂNCER .........................................................................................................22
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 27
5 RESULTADOS: DISCUTINDO AS POSSÍVEIS RELAÇÕES ENTRE O USO DE
AGROTÓXICO E O SURGIMENTO DE CÂNCERES .......................................... 28
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 36
8

1 INTRODUÇÃO

A agricultura representa uma atividade econômica importante no Brasil, contribuindo


com cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) (CEPEA, 2020). Um marco nesta
atividade foi a Revolução Verde, ocorrida entre as décadas de 1960 e 1970 (Beaud,
1994). Este movimento contribuiu para a modernização da agricultura, trazendo novas
tecnologias agrárias que aumentaram a produtividade dos cultivos agrícolas, sendo,
uma delas a utilização de agrotóxicos para o controle de pragas, doenças e plantas
daninhas (Beaud, 1994).

A importação de agrotóxicos na agricultura fez com que, o Brasil, desde 2008 se


encontra entre os países que mais os utilizam (Grigori, 2019). Levantamentos feitos
apontam que o consumo de agrotóxicos vem aumentando no país, saindo de 170.000
toneladas em 2000, para mais de 600.000 toneladas de ingrediente ativo de
agrotóxico em 2019 (IBAMA, 2020). A introdução dos agrotóxicos contribuiu para uma
geração de lucros elevada, que resultou na liberação de muitos produtos considerados
extremamente tóxicos, e que são proibidos em outros países, pelo seu grau de
toxicidade (IPEA, 2019). O Agronegócio brasileiro é um grande destaque mundial,
sendo o maior responsável pela economia no país e impulsionando ainda mais a
liberação de agrotóxicos para os cultivos. A expressividade econômica, aliada ao
paradigma tecnológico de produção agrícola, com o intuito de “gerar alimentos a fim
de saciar a fome do mundo”, impulsiona cada vez mais a utilização demasiada de
agrotóxicos no Brasil.

No cenário mundial, o Brasil não possui grande destaque quanto ao uso de


agrotóxicos, se for levado em consideração a sua extensão territorial. Considerando
a área destinada à agricultura no país, o volume de agrotóxicos utilizados é menor do
que o de outros países (FAO, 2020). No Brasil são utilizados 4,31 kg de agrotóxico
por hectare (ha), o que o leva a ocupar a nona posição mundial. Os maiores números
são dos Países Baixos (9,38 kg/ha), Bélgica (6,89 kg/ha) e Itália (6,66 kg/ha) (FAO,
2020).
9

Entretanto, outro ponto que deve ser considerado é o limite máximo de resíduo de
agrotóxico permitido em alimentos. Utilizando o milho como exemplo, na União
Europeia, Japão e Estados Unidos é permitido 0,05 ppm de ingrediente ativo dos
agrotóxicos 2,4-D, clorpirifos e deltrametrina, já no Brasil, para esses mesmos
produtos, os limites são 0,2; 0,1 e 1 ppm respectivamente (Handford et al., 2015;
ANVISA, 2018). Diante destes dados, pode-se observar que, mais importante do que
ser o maior consumidor de agrotóxicos geral ou por hectare de cultivo, é o resíduo que
é permitido ir para a mesa dos consumidores rurais e urbanos. Desde 1972, o
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gesto no Brasil realiza estudos periódicos
sobre a previsão e monitoramento da produção agrícola, apresentando tabelas com
dados de produção esperada, produtividade média e áreas plantadas e colhidas, com
os municípios servindo como unidade coletora (Jardim, Andrade & Queiroz, 2009). O
Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos faz parte do
planejamento estratégico da Anvisa e é uma operação de fiscalização pós-
comercialização de alto sigilo devido à sua abrangência, representatividade no
consumo alimentar dos brasileiros e sua contribuição para a segurança alimentar. O
principal objetivo do programa é monitorar os resíduos de agrotóxicos em alimentos
de origem vegetal, buscando mitigar riscos à saúde decorrentes da exposição a
substâncias da dieta, avaliando a situação de irregularidades e riscos à saúde com
base nos resultados das análises (ANVISA, 2019).

Apesar dos agrotóxicos serem uma ferramenta importante para os produtores rurais,
quando usados de forma indiscriminada, podem causar diversos impactos negativos
ao meio ambiente e ao homem (Salmoria et al., 2016). Alguns agrotóxicos, ao
permanecerem no ambiente, oferecem riscos para espécies de animais bem como
contribuem para a contaminação do solo, aquíferos, lençóis freáticos, lagos e até do
ar (Montone, 2022). Além disso, com o uso desses agroquímicos, a incidência de
doenças crônicas, na população, como os cânceres, na população tem aumentado,
principalmente na zona rural (Soares, 2010). Indivíduos com ocupações agrícolas,
assim como aqueles que residem em comunidades rurais ou que estiveram expostos
a agrotóxicos, apresentam maiores riscos para algumas neoplasias específicas como
câncer de cérebro (Blair & Freeman, 2009).
10

A percepção que os agricultores têm sobre o risco que os agrotóxicos provocam na


sua própria saúde e sobre o ambiente, é central. Esta percepção de risco tem sido
analisada em várias comunidades agrícolas em sistema convencional (considerado
altamente dependente de insumos externos, sendo eles os fertilizantes químicos e
agrotóxicos) que utilizam agrotóxicos (Peres & Moreira, 1999).

Diante do grande impacto que o uso de agrotóxicos possui sobre a saúde humana, é
dado o destaque que o Brasil possui na utilização de tais produtos, optamos por
realizar uma revisão bibliográfica sobre a utilização de agrotóxicos no Brasil, os riscos
para a sociedade de forma direta e indireta (diretamente para quem realiza o manuseio
e indiretamente para quem consome alimentos tratados com agrotóxicos) e, de modo
particular, procurando relacioná-lo a taxa elevada de cânceres como consequência.
Neste levantamento bibliográfico foram reunidos dados que relacionam os agrotóxicos
aos cânceres, tornando-se um documento de pesquisa qualitativa robusto para
medidas de mitigação dos impactos negativos dos agrotóxicos sobre a saúde humana.
Gibbs (2009) afirma que a pesquisa qualitativa tem como conceito formular hipóteses
no início e posteriormente testá-las, sendo elas desenvolvidas para refinar as ideias
propostas, o que se fez objetivo para este trabalho.

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este trabalho foi motivado pelo desejo de esclarecer a relação do uso de agrotóxicos
com os cânceres que acometem a população brasileira. A motivação abrange
conhecer os efeitos tanto aos que estão mais expostos até aos que estão menos
expostos aos agrotóxicos.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


11

Apresentar uma revisão de literatura a respeito da taxa de incidência de cânceres em


trabalhadores rurais e sua relação com o uso de agrotóxicos, fazendo uma análise
dos trabalhos já publicados.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Adquirir conhecimentos sobre agrotóxicos e sobre o uso na cadeia agrícola


voltada à produção de alimentos;
• Aprofundar conhecimentos relativo aos cânceres que acometem os seres
humanos;
• Fazer levantamento de trabalhos científicos, em plataformas digitais, que
relacionem o uso de agrotóxicos e a incidência de câncer em trabalhadores da
agricultura;
• Definir critérios para selecionar os trabalhos a serem analisados;
• Selecionar, dentre os selecionados na etapa anterior, os trabalhos que serão
analisados;
• Definir um roteiro para a análise dos trabalhos selecionados;
• Analisar os trabalhos selecionados.
12

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 AGROTÓXICOS

A revolução verde estourou no Brasil, prometendo modernização rural, eliminar a


fome, aumentar a produção e, o mais importante, o início de uma nova era na
agricultura e no desenvolvimento de países subdesenvolvidos (Lazzari & Souza,
2017). Essa inovação ficou famosa nas décadas de 1960 e 1970 por melhorar a
produtividade agrícola. A inserção é geralmente chamada Tecnologia-Ciência-
Informação, a revolução verde primeiro se beneficiou de avanços científicos e
tecnológicos em biotecnologia. Difundida como uma solução para resolver o problema
da fome em escala global, a Revolução Verde afeta o espeço geográfico de diferentes
maneiras, tanto o meio ambiente, a economia e a sociedade (Rapacci, 2018). Assim,
todo esse sucesso na alimentação transformou a agricultura em um grande
empreendimento capitalista, exacerbando a concentração de terras no mundo em
desenvolvimento.

No Brasil, o estímulo à agricultura surgiu em meados da década de 1960, coincidindo


com a Revolução Verde. agrícolas (agrotóxicos) se beneficiou da regra do Governo
Brasileiro de que o financiamento bancário para compra de sementes só poderia ser
disponibilizado para quem comprasse, tanto fertilizantes, quanto defensivos (CropLife,
2020). Por conta dessa obrigação específica, os agricultores acabaram causando,
sem saber, uma enorme poluição ambiental. A longo prazo, o uso irresponsável
desses agrotóxicos está tirando vidas humanas e as chances de sobrevivência na
Terra (Lopes & Albuquerque, 2018). Os principais prejudicados por estes pesticidas
são os próprios trabalhadores expostos a essas substâncias tóxicas sem a devida
proteção, como máscaras, capacetes, roupas de proteção, luvas e outros
equipamentos. Apesar de já existirem campanhas de conscientização a respeito do
contato com resíduos e embalagens, ainda é grande o número de pessoas expostas.
Na visão de Pereira et al. (2017) um dos fatores que pode ter contribuído para
efetivação da relação de intoxicações com o uso desses agentes químicos do Plano
Nacional de Desenvolvimento. Nesse contexto, vários produtores agrícolas passaram
13

a utilizar esses produtos químicos de forma demasiada e indiscriminada, a fim de


terem sua produção aumentada e maior lucratividade.

A lei de agrotóxicos, Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, dispõe sobre a pesquisa, a


experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências. Entretanto, não há premissas para
proibir a venda desses produtos que são cancerígenos, teratogênicos e mutagênicos.
Este fato é ainda mais grave, quando há estudos que apontam, o uso exagerado de
agrotóxicos, como causadores de câncer, alergia e outras doenças semelhantes em
quem consome alimentos regados a esses itens químicos (Matias, 2022). Além disso,
segundo levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa
Agrícola (SINDAG), o mercado de produtos agroquímicos de defesa é estimado em
US $2,5 bilhões apenas no Brasil. Os dois principais segmentos de mercado são
herbicidas (52% das vendas) e inseticidas (27,5% das vendas). (Santos et al., 2007).

3.1.1 Definições e classificações

Os chamados agrotóxicos, também conhecidos como defensivos agrícolas, são


produtos químicos, físicos e biológicos utilizados na agricultura para aumentar a
produção e evitar que problemas sanitários afetem as lavouras (INCA, 2015). Com
relação às doenças que controlam, sua toxicidade, seu potencial de causar danos ao
meio ambiente e sua relevância para determinados grupos químicos, eles podem ser
categorizados de várias maneiras (Cabral, 2019).

Quanto às pragas que controlam, os agrotóxicos são classificados em: inseticida,


acaricida, herbicida, fungicida e bactericida (Sousa, 2022). Inseticidas são definidos
como substâncias químicas sintéticas, ou naturais, ou de origem biológica que
controlam insetos. O controle pode resultar em morte do inseto ou prevenir
14

comportamentos considerados destrutivos (Ware & Whitacre, 2012). Os acaricidas


são as substâncias utilizadas para controlar ácaros. Muitos inseticidas também têm
ação acaricida (IBAMA, 2010). Herbicidas são agentes biológicos ou substâncias
químicas que podem matar ou impedir o crescimento de determinadas espécies. Além
disso, são os agrotóxicos mais vendidos no Brasil (Tabela 1) Fungicidas são produtos
químicos capazes de impedir que a fitopatogênese fúngica infecte tecidos vegetais
vivos. Atualmente, a concepção mais difundida de agentes fungicidas é a de que são
compostos químicos utilizados no tratamento de doenças provocadas por fungos
(EMBRAPA, 1999). Em certos casos, esses compostos químicos não matam os
fungos; em vez disso, apenas impedem temporariamente que os esporos germinem.
O objetivo dos bactericidas é erradicar as bactérias do meio ambiente. Sua principal
função é prevenir a contaminação da área, reduzindo a atividade microbiana e
eliminando quaisquer vestígios de bactérias. Estes são empregados para eliminar as
bactérias que prejudicam o desenvolvimento das culturas locais (Roman et al., 2005).
A tabela indica os valores, em toneladas, com a venda de diferentes agrotóxicos.

Tabela 1. Vendas por classe de uso dos produtos formulados.


Vendas por Classes de Usos dos Produtos Formulados – 2020
Unidade de medida = toneladas de ingrediente ativo (IA)
Classe de Uso Qtde. (ton. IA) Perc. (%)
1 Herbicida 413.833,41 60,35%
2 Fungicida 108.366,05 15,80%
3 Inseticida 80.733,41 11,77%
4 Acaricida, Fungicida 35.635,48 5,20%
5 Inseticida, Acaricida 23.523,36 3,43%
6 Acaricida 6.922,76 1,01%
7 Inseticida, Acaricida, Fungicida 3.429,17 0,50%
8 Regulador de Crescimento 4.415,58 0,64%
9 Fungicida, Bactericida 2.161,75 0,32%
10 Inseticida, Fungicida 2.012,60 0,29%
11 Herbicida, Inseticida, Regulador de Crescimento 1.534,36 0,22%
12 Inseticida, Cupinicida, Formicida 1.198,34 0,17%
13 Algicida 650,10 0,09%
14 Inseticida, Nematicida 560,51 0,08%
Fungicida, Formicida, Herbicida, Inseticida,
15 Acaricida, Nematicida 469,28 0,07%
15

16 Protetor de Sementes 157,43 0,02%


Inseticida, Acaricida, Cupinicida, Formicida,
17 Fungicida 88,80 0,01%
18 Formicida, Inseticida 19,53 0,00%
19 Formicida 14,80 0,00%
20 Inseticida, Formicida, Fungicida, Nematicida 15,88 0,00%
21 Indutor de resistência e outras 1,87 0,00%
22 Moluscicida 1,21 0,00%
Total 685.745,68 100,00%

Perc. (%): percentual da quantidade comercializada segundo a classe de uso dos


produtos formulados.
Fonte: IBAMA / Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de
produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002.

Levando em consideração a toxicidade ao ser humano e animais, o Ministério da


Saúde, através da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), publicou os
critérios para a classificação toxicológica na Portaria no 03, de 16 de janeiro de 1992.
De acordo essa portaria, os agrotóxicos podem ser agrupados em classes de acordo
com sua toxicidade.

• Classe I – extremamente tóxica (faixa vermelha);


• Classe II – altamente tóxica (faixa amarela);
• Classe III – medianamente tóxica (faixa azul);
• Classe IV – pouco tóxica (faixa verde) (EMBRAPA, 2010).

A estrutura é baseada em testes em laboratório, expondo animais a doses de


pesticidas para determinar quais doses são letais (INCA, 2022a).

Em relação à periculosidade ambiental, os agrotóxicos são também distinguidos em


classes.

• Classe I: altamente perigoso ao meio ambiente;


• Classe II: Produto muito perigoso ao meio ambiente;
• Classe III - Produto perigoso ao meio ambiente;
• Classe IV - Produto pouco perigoso ao meio ambiente.
16

Para chegar a essa classificação são analisadas as composições dos agrotóxicos,


suas propriedades físico-químicas e interação com o ambiente (Batista, 2022). A
toxicidade da maioria dos agrotóxicos é expressa em valores referentes à Dose Média
Letal (DL50) que, corresponde a dose que por via oral, representada a quantidade em
miligramas do ingrediente ativo do produto, necessária por quilograma de peso vivo,
para matar 50% da população de ratos ou de outro animal teste. A DL50 é usada para
estabelecer as medidas de segurança a serem seguidas, a fim de reduzir os riscos à
saúde humana (Barrigosi, 2017). Portanto, para especificar medidas de segurança
contra riscos à saúde humana, os produtos são projetados com base na LD50 inerente
a cada produto, conforme tabela 2.

Tabela 2. Classificação toxicológica dos agrotóxicos em função do DL50.

Fonte: EMBRAPA, 2003

Quanto aos grupos químicos, os agrotóxicos podem ser classificados em diversas


categorias. A depender do grupo químico, o agrotóxico pode ser mais ou menos
perigoso ao homem e ao meio ambiente, devido ao seu grau de toxicidade e acúmulo
no solo e lençóis freáticos. As categorias mais utilizadas no Brasil, por ter um maior
número de produtos disponíveis no mercado são: organofosforados, piretroides,
neonicotinoides e carbamatos (IBAMA, 2016).

O primeiro agente de defesa agrícola, frequentemente conhecido como DDT, foi o


1,1,1-tricloro-2,2-di(-clorofenil) etano (Figura 1), que foi amplamente utilizado durante
a Segunda Guerra Mundial. É um composto causador de câncer que estava causando
17

sérios problemas de saúde. Possui características apolares que possibilitaram a


incorporação do composto no tecido adiposo humano (Cabral, 2019).

Figura 1. Fórmula estrutural de DDT.


Fonte: (Cabral 2019).

Outro tipo de defensivo agrícola empregado foi a classe dos organofosforados,


compostos por materiais facilmente hidrolisáveis, biodegradáveis e lipossolúveis.
Tetraetilpirofosfato, também conhecido como TEEP, foi uma das primeiras estratégias
de defesa agrícola a ser utilizada globalmente nesta classe (Figura 2). Este grupo é
mais perigoso que os compostos orgânicos, embora se degrade mais rapidamente
(Cabral, 2019). Pode-se destacar dentro deste grupo os herbicidas glifosato e 2,4-D,
os agrotóxicos mais utilizados no Brasil (IPEA, 2019). Devido ao seu potencial uso
como toxina agrícola, há um interesse crescente em novos organofosforados,
particularmente dos derivados penta valentes de fosforoamidatos e fosforotioatos.

Figura 2. Fórmula estrutural do TEEP.


Fonte: (Cabral 2019).

Os primeiros compostos orgânicos foram criados por alquimistas na Idade Média, mas
Lassaigne só começou a estudá-los de verdade no século XIX, em 1820, com a
esterificação de um ácido fosfórico. Thinard e colaboradores prepararam uma série
de derivados da fosfina vinte e cinco anos depois e, como resultado de seu trabalho,
o estudo das composições dos compostos de fosforo avançou rapidamente (Toy,
1976). Michaelis supervisionou seu desenvolvimento a partir da segunda metade do
18

século XIX. Ele foi sucedido por A. E. Arbuzov, seu filho B. A. Arbuzov e pesquisadores
britânicos e alemães, entre outros. Novos compostos organofosforados foram
desenvolvidos em uma variedade de indústrias como resultado da descoberta de
Shrader e colaboradores em 1930 das propriedades tóxicas e veneráveis de certos
compostos de fósforo (Santos et al., 2007).

Os representantes do grupo organoclorados, contra os quais as inserções já


desenvolviam resistência, foram substituídos pelos organofosforados como os
primeiros a intervir. Eles passaram por desenvolvimento na década de 1940. Possuem
uma grande variedade de produtos agrícolas e sanitários, desde os extremamente
perigosos até os pouco inofensivos, como o temefós, cujo uso é permitido em água
potável. Devido à sua eficácia, eles têm sido amplamente utilizados na área médica.
No entanto, esse grupo é responsável por uma parcela considerável das mortes e
intoxicações no país. (Sucen, 2022).

O interesse dos cientistas foi despertado pela descoberta dos piretróides porque eles
tinham capacidade letal muito melhor para invertebrados, propriedades físicas e
químicas superiores, maior estabilidade à luz e ao calor e volatilidades menores do
que as piretrinas naturais. Apesar de ser mais caro por quilo do que outros
praguicidas, os piretróides têm sido amplamente utilizados nas áreas de agricultura e
saúde desde sua introdução no mercado em 1976. Isso porque a alta eficiência exige
o uso de produto menos ativo, o que resulta em menor contaminação em as
aplicações. Assim, estamos substituindo rapidamente as espécies organofosforadas.
Outra vantagem desses praguicidas é que possibilitam a sinergia, ou seja, a
potencialização com a adição de um sinergista, levando a uma melhora na eficiência.
Embora a maioria das substâncias seja segura para mamíferos, algumas apresentam
alta taxa de mortalidade e alto fator de eliminação (Sucen, 2022).

Os neonicotinoides foram desenvolvidos na década de 1980, e o primeiro composto


comercialmente disponível, a imidacloprida, está em uso desde a década de 1990
(Kollmeyer et al.,1999). Devido aos seus benefícios, como baixa toxicidade para
vertebrados e alta toxicidade para roedores e aves, bem como sua adaptabilidade e
atividade simbiótica, os neonicotinóides rapidamente se tornaram um dos pesticidas
mais populares usado globalmente; eles são atualmente mais usados do que qualquer
19

outro tipo de inseticida e abrangem aproximadamente um quarto completo de todos


os inseticidas empregados. Estão autorizados a realizar uso em mais de 120 países
e tem um valor de mercado global de $2,6 bilhões, com imidaclopride respondendo
por 41% desses sendo o segundo produto químico agrícola mais utilizado no mundo
(Jeschke et al., 2011).

Outra família de moléculas recém-criada é conhecida como carbamatos, que são


derivados do ácido carbâmico (CH3NO2) (Figura 3). Este grupo é menos prejudicial à
saúde humana, pois é metabolizado pelos organismos vivos, em vez de se acumular
no tecido adiposo. (Cabral, 2019).

Figura 3. Fórmula estrutural do Ácido Carbâmico


Fonte: (Cabral 2019).

Os primeiros carbamatos foram introduzidos no mercado por volta de 1950. Eles se


envolvem em uma pequena quantidade de atividade não intencional. Esses pesticidas
orgânicos são derivados do ácido carbâmico. Essas composições são tipicamente
ilógicas. Numerosos fatores, incluindo umidade, temperatura, luz e leveza, influenciam
a rapidez com que os carboidratos se degradam. Os carboidratos são decompostos
por bactérias, plantas e animais, ou se decompõem na água e no solo, principalmente
pelo uso da alcalinidade. A decomposição ocorre como resultado da formação de
amônia, amina, oxidação do dióxido de carbono, fenol e álcool. (Sucen, 2022).

3.1.2 Agrotóxicos e agricultura: um breve panorama do cenário brasileiro

Quando uma ou mais substâncias tóxicas são expostas, podem ocorrer intoxicações
causadas pelo uso dos agrotóxicos listados acima. Essas exposições podem ser
intencionais (como tentativas de suicídio, homicídio ou aborto), não intencionais (como
a reutilização de materiais de embalagem ou fácil acesso de crianças aos produtos),
20

ocupacionais (como durante a execução de tarefas relacionadas ao trabalho) ou


abióticas (como exposição a água contaminada, ar, solo ou proximidade de áreas que
foram reduzidas a pó). (PEVASPEA, 2018).

A gravidade de uma intoxicação por agrotóxico depende:

• da via de contaminação;
• do tempo de exposição;
• dá toxicidade da substância;
• da concentração da substância;
• das condições ambientais;
• dá oportunidade de acesso ao serviço de saúde, quando o acesso precoce ao
serviço oportuniza tratamento adequado, diminuição de morbidade e
mortalidade.

As vias de exposição (ou pontos de entrada da substância no corpo) em casos de


intoxicações por agrotóxicos incluem:

• Dérmica/Cutânea: Um órgão mais frequentemente exposto a substâncias


químicas é a pele. Numerosas substâncias podem ser absorvidas por toda a
pele sem a necessidade de uma solução contínua; os efeitos podem ser locais
ou podem incluir absorção significativa e comprometimento sistêmico.

• Inalatória: Via muito comum e eficaz para absorção de gases, vapores e


aerossóis; podem ter lesões nas vias aéreas e comprometer a função
respiratória.

• Ocular: O contato ocular com substâncias químicas pode resultar em lesões


oculares graves com consequências a longo prazo.

• Aspiração: Quando uma substância líquida ou sólida é inalada diretamente pela


boca, nariz ou até mesmo pelo estômago, causando aspiração.

As intoxicações por agrotóxicos podem ser classificadas da seguinte forma:


21

• A intoxicação aguda é o resultado de muitas exposições a uma toxina agrícola


(ou mistura de toxina agrícola) ao longo de um período de 24 horas. De acordo
com o princípio ativo, os efeitos podem aparecer na hora ou demorar alguns
dias, no máximo duas semanas. A intoxicação pode ocorrer de forma leve,
moderada ou grave, dependendo da quantidade de substância absorvida.

• Intoxicação subaguda: Os sintomas são erráticos e irracionais e podem


aparecer horas ou dias após a exposição.

• Intoxicação crônica: início tardio, ocorrendo meses ou anos após a exposição,


muitas vezes resultando em danos irreversíveis. Os sintomas são subjetivos,
sendo difícil estabelecer um diagnóstico e uma relação causal.

De maneira geral costuma-se caracterizar como população exposta aos agrotóxicos


os seguintes grupos populacionais em especial: Trabalhadores do setor agropecuário,
trabalhadores que fazem manejo florestal e manejo de ecossistemas hídricos entre
outros (PEVASPEA, 2018). Segundo dados da FIOCRUZ em uma pesquisa feita no
ano de 2017, 2548 pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos de uso agrícola que
representa 3.35% das pessoas pesquisadas, já 1.09% das pessoas foram intoxicadas
por uso doméstico de agrotóxicos, como apresenta na tabela abaixo (Tabela 3).

Tabela 3. Evolução dos casos registrados de intoxicação humana por agente tóxico.
22

Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX


Atualizado em 25/05/2020.

A extensa quantidade de ingredientes ativos presentes no mercado e a falta de


conhecimento sobre o risco para a saúde e o meio ambiente estão diretamente
relacionados com problemas crônicos. A cada passo aparecem novos ingredientes
ativos no mercado sem que existam estudos suficientes sobre os danos crônicos
relacionados. Considerando que o agricultor, na sua prática, se expõe não somente a
um produto, mas a muitos deles, tornando ainda mais difícil a tentativa de avaliação
dos danos à saúde que essas combinações podem ocasionar (Moreira et al., 2002;
Faria et al., 2005; Guivant, 1994).

3.2 CÂNCER

O câncer é um nome genérico para um grupo de mais de 100 doenças, também


conhecido como neoplasia. Embora existam muitos tipos de câncer, todos começam
devido ao crescimento e multiplicação anormal e descontrolada das células (INCA,
2020). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2017), o câncer é a doença
não transmissível que mais causa óbitos no mundo, onde cerca de 8,8 milhões de
23

pessoas morrem de câncer por ano. A OMS informa que países de baixa renda estão
mais propícios a ter alta incidência da doença, devido à falta do diagnóstico e à falta
de tratamento, o qual leva à morte precoce. Segundo o INCA (2014), o câncer é uma
das doenças que mais causa morte no mundo, devido a fatores que contribuem para
o desenvolvimento dessa doença, como a predisposição genética, hábitos
alimentares, estilo de vida e condições ambientais. Por muito tempo a falta de
conhecimento sobre esta doença, trouxe muitas mortes e temor para sociedade, uma
doença desconhecida que causava tanto sofrimento às vítimas. A partir do século XX
começaram os estudos referentes a essa doença, resultando no surgimento de
tratamentos, que se mostravam cada vez mais eficazes. Entretanto, conforme
aumentava o conhecimento sobre o assunto, percebiam que a capacidade de deter a
doença era limitada, ocasionando angústia na sociedade, tornando assim um perigo
da modernidade. No século XVIII, o anatomista italiano Giovanni Batista Morgagni
(1662-1771) e o médico francês Marie François Xavier Bichat (1771-1802), passaram
a ver o câncer como uma doença local. Por isso, se mostrou fundamental o
desenvolvimento do conhecimento da anatomia patológica da doença, ressaltando
que a localização corporal das doenças passava a se caracterizar como uma entidade
específica, localizada em determinado órgão do corpo. Bichat, mostrou que os órgãos
são formados por diferentes tecidos, que as lesões apontavam a localização das
várias patologias, ou seja, cada órgão apresentou resultados diferentes um do outro
em relação à doença (Teixeira & Fonseca, 2007).

A neoplasia surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no


DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades. As
alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que a
princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes
tornam-se oncogenes, responsáveis por transformar as células normais em células
cancerosas (INCA, 2021). A célula animal é formada pela membrana celular, que é a
parte mais externa, o citoplasma, corpo da célula e o núcleo, que contém os
cromossomos, que são compostos pelos genes. Os genes são responsáveis por
guardar e fornecer instruções para a organização das estruturas, formas e atividades
das células no organismo, é um segmento de uma molécula de DNA (ácido
desoxirribonucleico), responsável pelas características herdadas geneticamente. É
através do DNA que os cromossomos passam as informações para o funcionamento
24

da célula (INCA, 2021). O processo de formação do câncer é chamado de


carcinogênese ou oncogênese que geralmente acontece devagar, podendo levar
vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e de origem a um tumor visível.
Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou carcinógenos são os
responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor (INCA, 2021). A
carcinogênese é determinada pela exposição a esses agentes, em uma certa
frequência e período de tempo, e pela interação entre eles. Esse processo é composto
por três estágios, denominados de iniciação, no qual os genes sofrem ação dos
agentes cancerígenos, quando o indivíduo entra em contato com substâncias tóxicas.
Em sequência ocorre o estágio de promoção, no qual os agentes oncopromotores
atuam nas células já alteradas; e por último o estágio de progressão, que é
caracterizado pela multiplicação desordenada das células (Figura 4) (INCA, 2011).

Figura 4. Estágios da carcinogênese.


Fonte: (INCA, 2011)

É importante ressaltar que a carcinogênese pode começar de forma espontânea ou


também pode ser provocada pela ação de agentes carcinogênicos (químicos, físicos
ou biológicos). Em ambos os casos, verifica-se a indução de alterações mutagênicas
e não mutagênicas ou epigenéticas nas células (Ministério da Saúde, 2008).

A incidência de câncer no Brasil, ou seja, o número de casos novos da doença foi de


576.000 casos alcançados em 2014 e 2015 (INCA, 2022b). O Brasil apresenta
diferentes fatores físicos, culturais e socioeconômicos que contribuem para a
incidência de cânceres heterogêneos. Quanto à incidência de câncer por uso indevido
dos agrotóxicos, distúrbios reprodutivos foram encontrados em 11 estados brasileiros,
como exemplos incluem o câncer de mama, testículo, próstata e ovário. De acordo
25

com Cocco (2002) a ocorrência de cânceres de mama, endométrio, ovário e próstata


também estão associados ao uso de pesticidas, ainda afirma que os derivados do
pesticida organoclorado Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT) são responsáveis pelo
risco de câncer dos órgãos reprodutivos.

Bastos et al. (2011) constatou que, no período de 1999 a 2009, foram registrados mais
de 9 mil casos de contaminação por defensivos agrícolas no Nordeste do Brasil. Em
cerca de 2.052 desses casos, houve óbito decorrente da intoxicação por esses
agentes químicos, sendo, só no ano de 2005, 1.200 casos registrados. A Organização
Mundial da Saúde (OMS), afirma que são registrados no mundo todo, 20 mil mortes
por câncer, a cada ano, devido a contaminação por agrotóxicos. A pesquisa confirmou
que os agrotóxicos estão fortemente ligados ao aumento do câncer, não apenas
nacionalmente, mas em todo o mundo, e que a toxicidade desses produtos químicos
pode causar alterações nas células. Os cânceres mais comuns são o câncer de
pulmão, câncer de colo de útero, câncer de esôfago, câncer de sangue, etc.

A literatura consultada trouxe uma importante contribuição para a produção científica


sobre os efeitos do uso de pesticidas sobre o meio ambiente e a saúde humana, e a
falta de monitoramento da exposição a pesticidas. Segundo Mateus (2021) possíveis
alterações hematológicas decorrentes da exposição a agrotóxicos tanto de forma
crônica quanto aguda, foram encontradas em moradores rurais no Sul do Brasil. Um
dos estudos citados na tabela 3 observou níveis elevados de eritrócitos e hemoglobina
em trabalhadores rurais em época de alto uso de agrotóxicos. Já a longo prazo, a
exposição crônica a agrotóxicos foi observada ser responsável por uma queda nos
níveis de linfócitos (Piccoli et al., 2019). Além das alterações nos hemogramas, existe
uma preocupação com os efeitos de longa duração com potencial carcinogênico. O
Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), organoclorado, por exemplo, foi citado na maioria
dos artigos por ser persistente no ambiente e por bioacumulação se encontra nos
tecidos em níveis elevados, este tipo de agrotóxico tem sido associado ao
desenvolvimento de câncer de fígado, no trato respiratório e linfomas (Peres &Moreira,
2003).

De acordo com Santana et. al (2011) em um estudo com o intuito de investigar entre
revisões bibliográficas se os polimorfismos estão relacionados ao câncer de bexiga
26

em meio à intoxicação por agrotóxicos, foram observadas as associações entre o risco


de câncer de bexiga e a exposição a pesticidas entre trabalhadores agrícolas do sexo
masculino, investigando potenciais interações entre tais exposições e polimorfismos
genéticos de NQO1 e SOD2. E a partir dos resultados verificou-se que, existe relação
significativa entre os polimorfismos propostos, a exposição a agrotóxicos e o
desenvolvimento de câncer de bexiga. Similar a este estudo, uma pesquisa realizada
com a população residente nos arredores de uma antiga fábrica de agrotóxicos –
contaminada com resíduos de HCH, DDT e pentaclorofenol – região conhecida como
Cidade dos Meninos, no município de Duque de Caxias, RJ, observou-se, ao longo
das décadas de 80 e 90, um aumento da mortalidade por câncer de pâncreas, fígado,
laringe, bexiga e tumores hematológicos em homens, e de câncer de pâncreas e
tumores hematológicos em mulheres. (Koifman & Meyer, 2002). Assim podemos
observar a nítida influência destes compostos químicos com o desenvolvimento de
câncer e a alta incidência em pacientes homens, a maioria dos estudos abordados
apresentou uma mortalidade média por câncer maior do que as mulheres no Brasil.
Considerando que este gênero possui uma exposição ocupacional maior do que a
mulher no que diz respeito ao trabalho na agricultura (plantio, aplicação de defensivos,
adubos, etc.), tal resultado seria esperado.
27

4 METODOLOGIA

Foram utilizadas as bases de repositórios bibliográficos LILACS, SciELO, Portal


Capes e Google acadêmico. A abordagem desta pesquisa foi qualitativa, a qual pode
ser definida como a utilização de bases teóricas e a ausência de instrumentos
estatísticos na análise de dados (Vieira, 1996). Assim, foi realizada uma busca sobre
a estruturação da cadeia agrícola e os agrotóxicos, bem como a gravidade do câncer,
que serviu de embasamento para entender a raiz do questionamento central deste
trabalho que é a ligação entre o uso de agrotóxicos e os cânceres humanos.

Tendo construído o acervo de conhecimentos básicos, foram realizadas buscas


referentes aos cânceres relacionados ao uso de agrotóxicos. Na busca inicial foram
considerados os títulos e os resumos dos artigos para a seleção ampla de prováveis
trabalhos de interesse, utilizando-se como palavras-chave os termos: câncer,
agrotóxicos, pesticidas, intoxicação, saúde humana e agricultura. Foram utilizados
como critérios de inclusão os textos que abordavam os casos dos usos de agrotóxicos
e índice de cânceres, publicados entre 2010 e 2022. Foram encontradas 52
publicações, sendo elas artigos, teses, dissertações e livros. Posteriormente, foi feito
um refinamento nas publicações, para excluir aquelas que não atendiam aos critérios
estabelecidos. Ao final, foram selecionados 15 artigos.
28

5 RESULTADOS: DISCUTINDO AS POSSÍVEIS RELAÇÕES ENTRE O USO DE


AGROTÓXICO E O SURGIMENTO DE CÂNCERES

De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2010),


são produzidas cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano de agrotóxicos no mundo,
enquanto no Brasil a produção de agrotóxicos é cerca de 250 mil toneladas. A
contaminação humana e ambiental, pelo uso de agrotóxicos, em muito é agravada
pela falta de compreensão dos riscos associados e desrespeito ao uso desses
contaminantes químicos. Contribuem para esse quadro a assistência técnica
insuficiente para o pessoal de campo, dificuldade nas inspeções e cumprimento das
leis.

Segundo Soares (2010), o uso incorreto de agrotóxicos está diretamente relacionado


com o desenvolvimento de doenças crônicas, sendo uma delas o câncer. Isso ocorre
devido às substâncias tóxicas presentes na composição desses produtos químicos,
que podem agir como iniciador e promotor tumoral; ou seja: são capazes de alterar o
DNA de uma célula, podendo resultar futuramente, na formação de tumor ou de
promotores tumorais, que estimulam a célula a se multiplicar desordenadamente.

Jobim (2007) existem três formas ou vias de absorção de agrotóxicos (e que resultam
em efeitos crônicos) a dérmica, digestória e a respiratória. A via respiratória é uma via
de absorção muito comum e muito eficaz Gás, vapor, aerossol com danos às vias
aéreas e perigos respirar. Também temos a ocular, que seria o contato com
substâncias químicas pode causar lesões oculares graves com efeitos duradouros. A
pele é o órgão mais frequentemente exposto a substâncias químicas. Numerosas
substâncias podem ser absorvidas por toda a pele sem a necessidade de uma solução
contínua; os efeitos podem ser locais ou envolver absorção significativa e
comprometimento sistêmico, essa é a absorção pela via dérmica (PEVASPEA, 2018).
Na via digestória a absorção acontece pelo consumo de alimentos e águas
contaminadas, levando também a contaminação.

A exposição múltipla, que ocorre através dos alimentos ingeridos com a presença de
contaminantes, pode resultar na intoxicação crônica de uma população. As
intoxicações estão ligadas à exposição contínua a tais defesas agrícolas. A gravidade
dessas intoxicações varia de intensidade dependendo de inúmeros fatores, incluindo
29

absorção da substância, tempo de exposição, toxicidade e intervalo entre a


intoxicação e o atendimento médico (Brasil, 2018). No Brasil, onde centenas de
milhares de trabalhadores estão envolvidos em atividades agrícolas, esta situação não
é única. Os riscos e a extensão dos malefícios da exposição prolongada ou cumulativa
a esses agrotóxicos nesse grupo de trabalhadores, porém, ainda são pouco
compreendidos. Evidências baseadas na ciência mostram que a exposição a
pesticidas pode resultar em problemas de saúde, muitas vezes irreversíveis, como a
neuropatia de início tardio causada pela superexposição a organofosforados. Uma
ampla gama de sintomas, bem como déficits significativos no funcionamento
neurocomportamental e anormalidades no funcionamento do sistema nervoso,
também está relacionada à exposição (Araújo et al., 2007).

Barros (2010) também afirma que o principal motivo de contaminação por agrotóxico
é resultado da manipulação inadequada dos mesmos. Porém, as intoxicações agudas
são mais comuns em pessoas expostas no ambiente de trabalho, que se caracterizam
pela presença de irritação da pele, coceiras, dificuldades respiratórias e pode até
mesmo levar à morte do indivíduo.

Os seguintes trabalhos foram selecionados na plataforma google acadêmico:

• Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a


Vigilância em Saúde. Pignati et al. (2017) observaram que o predomínio dos
cultivos de soja, milho e cana, que juntos corresponderam a 76% da área
plantada no Brasil em 2015. Pulverizou-se 899 milhões de litros de agrotóxicos
nessas lavouras, com Mato Grosso, Paraná e Rio Grande Sul tendo utilizado
as maiores quantidades. Os agravos à saúde apresentaram correlações
positivas e significativas com o uso de agrotóxicos.

• Uso de agrotóxicos no Brasil e problemas para a saúde pública. Rigotto et al.


(2014) descreveram que os agrotóxicos constituem hoje um importante
problema de saúde pública, tendo em vista a amplitude da população exposta
nas fábricas de agrotóxicos e em seu entorno, na agricultura. Diversas forças
vêm se somando no sentido da precaução e da promoção da saúde,
contribuindo com a emergência de novas perspectivas de futuro. Assim o
30

posicionamento crítico de pesquisadores, professores e profissionais de saúde


pode colaborar positivamente com os caminhos a serem trilhados.

• Trabalho rural e riscos à saúde: uma revisão sobre o “uso seguro” de


agrotóxicos no Brasil. O estudo observou que a abrangência da abordagem do
“uso seguro” na agricultura, e a própria abordagem das seis atividades de
trabalho que envolvem manipulação direta das substâncias biocidas, não vêm
sendo realizadas de forma ampla. Esta abordagem fragmentada e restrita pode
não ser suficiente para demonstrar a completa inviabilidade da existência de
“uso seguro” de agrotóxicos no contexto social, econômico, geográfico e
cultural geral da agricultura brasileira (Abreu & Alonzo, 2014).

• Análise dos casos de intoxicações e de câncer e sua possível relação com o


uso de agrotóxicos no sul do Brasil. Foi possível observar ao longo da pesquisa
e da literatura que os agrotóxicos são um risco considerável para a saúde
humana, e por isso devem ser usados corretamente e cautelosamente. Cabe
destacar que muitos fatores interferem para a utilização correta dos
agrotóxicos, como a baixa escolaridade da maioria das pessoas que utilizam
estes agentes químicos (Luz & Suelen, 2021).

• Câncer e agrotóxico: uma análise na região de saúde fronteira noroeste do Rio


Grande do Sul. O estudo analisou o perfil dos pacientes da UNACON,
localizada no município de Santa Rosa, pertencente a Região de Saúde
Fronteira Noroeste (14) do Rio Grande do Sul, área de maior consumo de
agrotóxicos com maior criticidade do Estado. Entre os principais achados,
encontrou-se que a categoria profissional com maior ocorrência de câncer
foram os trabalhadores rurais do sexo masculino (Kucharski & Karina, 2021).

• Se somos o que comemos, o que será de nós? O consumo de agrotóxicos no


brasil e suas repercussões na saúde humana. Mesmo que a legislação
imponha limites para o uso de agrotóxicos, esses limites não são suficientes
para garantir que os alimentos da dieta dos brasileiros sejam seguros. Outra
preocupação se dá pela falta de certeza entre os cientistas a respeito da
31

definição dos limites de ingestão que podem ser minimamente prejudiciais à


saúde (Mateus & Rebeca, 2021).

• Polimorfismos genéticos, câncer de bexiga e exposição a agrotóxicos: uma


revisão integrativa. Os polimorfismos associados com o câncer de bexiga
foram. A maioria dos estudos não descreveu claramente quais polimorfismos
foram associados com o desenvolvimento do câncer de bexiga em pessoas
expostas a agrotóxicos (Santana et al., 2021).

• O uso de agrotóxicos e a prevalência de neoplasias no município de


Vacaria/RS. Constatou-se sobre as intoxicações exógenas por agrotóxicos e
ocorrências de neoplasias na população do Estado do Rio Grande do Sul, que
o Rio Grande do Sul é o 4º Estado brasileiro em maior volume de vendas de
agrotóxicos, ultrapassando 50 mil toneladas em 2013. Os agrotóxicos que mais
causam intoxicações no Rio Grande do Sul são do grupo dos herbicidas,
responsáveis por 59,9% dos casos notificados, seguido dos inseticidas, com
25,9% (Bellei & Teresinha, 2017).

Já os seguintes trabalhos foram selecionados na base dados Lilacs:

• Exposição a agrotóxicos e desenvolvimento de câncer no contexto da saúde


coletiva: o papel da agroecologia como suporte às políticas públicas de
prevenção do câncer. Os sistemas alimentares convencionais são
caracterizados pelo uso de agrotóxicos, seja em aplicações individuais, seja
em misturas, aumentando o potencial de desenvolvimento de câncer. Os
agrotóxicos carcinogênicos atuam por meio de mecanismos celulares e
moleculares, como estresse oxidativo, imunossupressão, inflamação crônica,
entre outros (Sarpa, Marcia; Friedrich & Karen, 2022).

• Perfil epidemiológico de pacientes com câncer de uma área com alto uso de
agrotóxico. Os resultados revelaram que a incidência de câncer aumentou com
a idade e foi maior entre pessoas que residem em áreas rurais do que entre os
de áreas urbanas. Tanto na área urbana quanto nas áreas rurais, os homens
32

apresentaram maior taxa de incidência de câncer do que as mulheres. Este


estudo sugere que a maior taxa de incidência de câncer está relacionada
fatores da vida rural (Pluth et al., 2020).

No Scielo foram levantados os seguintes trabalhos:

• Uso de agrotóxicos e mortalidade por câncer em regiões de monoculturas. O


número de intoxicações por agrotóxicos no Espírito Santo tem aumentado,
assim como a letalidade dos casos, e que o uso de agrotóxicos como meio para
a tentativa de suicídio representou mais da metade dos casos de intoxicação e
praticamente a totalidade dos óbitos registrados (Carvalho et al., 2020).

• Uso de agrotóxicos e mortalidade por câncer em regiões de monoculturas. Os


dados advindos desta análise evidenciaram que a exposição ambiental tem
aumentado ao longo do tempo e influenciado, significativamente, na taxa de
mortalidade para os cânceres estudados na população dos estados analisados.
Cabe destacar que, em relação ao contexto brasileiro, é necessário que haja o
aprimoramento do controle do uso de agrotóxicos, associado a uma avaliação
rigorosa desses contaminantes no ambiente, incluindo alimentos, água potável,
ar e solo. Considerando que, no País, o comércio de agrotóxicos tem
apresentado crescimento exponencial nos últimos dez anos, o estabelecimento
de ações de vigilância referente a tais produtos torna-se ainda mais essencial
(Dutra et al., 2020).

Os seguintes trabalhos foram selecionados no banco de dados CAPES:

• Trabalhador rural: o agrotóxico e sua influência na saúde humana. Em uma


pesquisa sobre o perfil de morbimortalidade da população do baixo Jaguaribe
sugeriu-se que nos municípios com maior consumo de agrotóxicos houve uma
maior mortalidade por neoplasias. Tal processo é reflexo do modelo produtivo
químico-dependente aderido pelas empresas do agronegócio, aumentando a
vulnerabilidade da população rural (Espíndola, Mariana; Souza & Carlos, 2017).
33

• Morbimortalidade por câncer infanto-juvenil associada ao uso agrícola de


agrotóxicos no Estado de Mato Grosso, Brasil. Neste estudo, observou-se que
a média de uso de agrotóxicos nos municípios apresentou associação
estatisticamente significante tanto para morbidade (p=0,021), como para
mortalidade (p=0,005) por câncer infantojuvenil, com intervalo de confiança de
95%. Os resultados indicam que a exposição aos agrotóxicos está associada à
morbimortalidade por câncer na população infantojuvenil. Recomenda-se como
medida preventiva para evitar o câncer a redução do uso intencional dos
agrotóxicos (Curvo et al., 2013).

• Correlação entre produção agrícola, variáveis clínicas-demográficas e câncer


de próstata: um estudo ecológico. Foi encontrada uma correlação positiva entre
toneladas de soja plantada e mortalidade por câncer de próstata. Sendo
possível a existência de uma relação entre exposição a agrotóxicos e câncer
de próstata (Silva et al., 2015).

O presente trabalho traz uma abordagem geral o uso dos agrotóxicos e a incidência
de cânceres, e mostra as medidas corretas de controle, prevenção e vigilância do
câncer no uso de agrotóxicos no Brasil. O assunto abordado se mostra de extrema
relevância, visto que no Brasil alguns agrotóxicos já proibidos em outros países pelo
risco carcinogênico são permitidos no território nacional. A literatura consultada trouxe
uma importante contribuição para a produção científica sobre os efeitos do uso de
pesticidas sobre o meio ambiente e a saúde humana, e a falta de monitoramento da
exposição a pesticidas. Segundo Mateus (2021) possíveis alterações hematológicas
decorrentes da exposição a agrotóxicos tanto de forma crônica quanto aguda, foram
encontradas em moradores rurais no Sul do Brasil. Já a longo prazo, a exposição
crônica a agrotóxicos foi observada ser responsável por uma queda nos níveis de
linfócitos (Piccoli et al., 2019). Além das alterações nos hemogramas, existe uma
preocupação com os efeitos de longa duração com potencial carcinogênico. Portanto,
é possível demonstrar a presença do princípio ativo de pesticidas que induzem o
desenvolvimento do câncer. Os resultados dos artigos revelaram que a taxa de
incidência de câncer aumentou com a idade e foi maior entre as pessoas que residem
em áreas rurais do que entre aquelas de áreas urbanas. Tanto nas áreas urbanas
quanto nas rurais, os homens apresentaram maior taxa de incidência de câncer do
34

que as mulheres. Assim, o estudo sugere que a maior taxa de incidência de câncer
está relacionada a fatores da vida rural, que podem incluir a exposição a agrotóxicos,
uma vez que a área citada é conhecida por sua economia baseada na agricultura no
uso de agrotóxicos e na baixa fiscalização por parte das autoridades competentes em
relação ao uso desses agentes.
35

6 CONCLUSÃO

Ao final desta revisão bibliográfica pode-se concluir que há uma relação estreita entre
a incidência de canceres e os agrotóxicos. Os trabalhos levantados aqui trazem um
embasamento dos casos mais frequentes relatados no Brasil. Além disso, foi possível
observar a presença do princípio ativo de agrotóxicos que induzem o desenvolvimento
do câncer em um uso exacerbado no país. É de extrema importância o investimento
em serviços de saúde e a promoção de políticas de prevenção de doenças crônicas
não transmissíveis, devido à vulnerabilidade da população, principalmente dos
agricultores rurais, pelas doenças causadas pelos agrotóxicos.

Após esta revisão bibliográfica, vemos a necessidade de mais acompanhamento de


agricultores da zona rural, tanto no âmbito da saúde como na fiscalização das
atividades. Também é necessário a ampliação dos estudos nesta área, visto que está
atividade é uma das mais importantes do país e já a comprovação de que estes
agentes químicos causam danos à saúde humana e até mesmo ao ar que respiramos.
Este trabalho torna-se um referencial robusto, com informações importantes sobre
como o uso de agrotóxicos impacta na cadeia agrícola do país, bem como, na saúde
dos produtores rurais e consumidores. Através das informações levantadas aqui,
pesquisas futuras podem ser desenvolvidas no intuito de mitigar os impactos
negativos do uso de agrotóxicos no país.
36

REFERÊNCIAS

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revisão sobre o "uso seguro" de agrotóxicos no Brasil Ciência & Saúde
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PARA. 2019. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-
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37

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