INTRODUÇÃO
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: UMA ALTERNATIVA DE
PRODUÇÃO PARA A AGRICULTURA FAMILIAR
Verônica Aparecida da Silva Mantovani
Faculdade de Tecnologia de Mococa
Discente do Curso Superior de Tecnologia em Agronegócio
Mirina Luiza Myczkowski Gomes
Faculdade de Tecnologia de Mococa
Docente do Curso Superior de Tecnologia em Agronegócio
RESUMO
O presente trabalho consiste em um estudo bibliográfico e tem por objetivo apontar
aos representantes da Agricultura Familiar estratégias, vantagens e potencialidades
na adoção do Sistema de integração Lavoura-Pecuária. Foi realizado por Pesquisa
Bibliográfica baseada em materiais já elaborados como livros e artigos científicos.
Com a demanda cada vez mais crescente por alimentos verificada no mundo todo, a
Agricultura Familiar enfrenta desafios no sentido de intensificar sua produção, para
atender tal demanda ao mesmo tempo em que se preocupa com a obtenção da
lucratividade, capaz de assegurar novos investimentos no meio rural e mais
participação no Agronegócio local. O uso da monocultura tradicional, aliada a
técnicas inapropriadas de cultivo vem causando, ao longo do tempo, impactos
negativos no uso do solo e dos recursos naturais, queda na produtividade e
ocorrência de pragas e doenças. Desta forma, o Sistema de integração Lavoura-
Pecuária se apresenta ao agricultor familiar como uma alternativa de produção mais
benéfica, uma vez que propicia a geração de receita por meio da diversificação.
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Integração Lavoura-Pecuária;
Sustentabilidade; Agronegócio.
Nas últimas décadas, tem-se visto um processo de transformação acerca do
conceito de Agricultura Familiar no Brasil, o que antes era vista como uma atividade
básica, com propósito somente de garantir o próprio sustento. Atualmente o termo
Agricultura Familiar retém novas significações, sendo objeto de estudo no meio
acadêmico e recebendo um olhar mais atento por parte do governo, com a criação
de politicas públicas que visam fortalecer, incentivar e financiar os custos da
atividade, verificada a sua importância no âmbito social na garantia por segurança
alimentar (ALTAFIN, 2007).
Nesse sentido, o termo Agricultura Familiar tornou-se bastante abrangente,
podendo abarcar uma ampla diversidade de tipos e situações, que se diferencia
conforme cada região do país. Dada a heterogeneidade que a atividade apresenta,
alternativas de produção se mostram como grandes aliadas no sentido de
proporcionar bons resultados no campo. O Sistema de integração Lavoura-Pecuária
traz a oportunidade de unir dois componentes (lavoura e pecuária), ou seja, utilizar-
se do mesmo espaço para o cultivo de vegetais intercalando com a atividade
agropecuária. Essa junção confere ganhos maiores do que em sistemas de
produção isolados, além de conseguir conciliar o aumento da produtividade com a
preservação ambiental.
O presente trabalho buscou explorar o tema Agricultura Familiar em conjunto
com a Integração Lavoura-Pecuária sugerindo uma forma de produção que pode
contribuir com o desenvolvimento econômico e sustentável e o fortalecimento da
atividade no Agronegócio nacional.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa seguiu os
preceitos de estudo exploratório por meio de revisão bibliográfica. Foi realizado por
Pesquisa Bibliográfica baseada em materiais já elaborados como livros e artigos
científicos.
DISCUSSÃO
Conceito de Agricultura Familiar
A agricultura familiar é uma atividade econômica cuja principal característica
é o cultivo operado e gerenciado pelos próprios membros da família, possuindo
também as seguintes premissas: área de até 4 (quatro) módulos fiscais, percentual
mínimo de renda familiar originada de atividades econômicas do seu
estabelecimento ou empreendimento e utilização de pequenas propriedades. No
Brasil a agricultura familiar é regulamentada através da Lei nº 11.326/2006. A
Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais
possuem os princípios que elencamos a seguir:
I - descentralização;
II - sustentabilidade ambiental, social e econômica;
III - equidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de
gênero, geração e etnia;
IV - participação dos agricultores familiares na formulação e implementação
da política nacional da agricultura familiar e empreendimentos familiares
rurais (BRASIL, 2006).
A legislação apresenta também os objetivos que essa política pretende
atingir, bem como as áreas que serão compatibilizadas em consonância com o
planejamento e execução das ações: crédito e fundo de aval; infraestrutura e
serviços; assistência técnica e extensão rural; pesquisa; comercialização; seguro;
habitação; legislação sanitária, previdenciária, comercial e tributária; cooperativismo
e associativismo; educação, capacitação e profissionalização; negócios e serviços
rurais não agrícolas e agroindustrialização.
Existe ainda, um importante estudo realizado em parceria com FAO e
INCRA que define a agricultura familiar a partir de três características centrais:
a) Gestão da unidade produtiva e os investimentos nela realizados são
feitos por indivíduos que mantem entre si laços de sangue ou casamento;
b) A maior parte do trabalho é igualmente fornecida pelos membros da
família;
c) A propriedade dos meios de produção (embora nem sempre da terra)
pertence à família e é em seu interior que se realiza sua transmissão em
caso de falecimento ou aposentadoria dos responsáveis pela unidade
produtiva (FAO e INCRA, 1996).
A maior parte dos municípios do nosso país possuem menos de 20 mil
habitantes, sendo que a agricultura familiar representa a maior parcela da atividade
econômica da grande maioria dessas cidades, conforme observado no Censo
Agropecuário:
O Censo Agropecuário de 2017, levantamento feito em mais de 5
milhões de propriedades rurais de todo o Brasil, aponta que 77% dos
estabelecimentos agrícolas do país são classificados como da
agricultura familiar. Em extensão de área, a agricultura familiar ocupa
80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área total dos
estabelecimentos agropecuários brasileiros. De acordo com o
levantamento, a agricultura familiar emprega mais de 10 milhões de
pessoas, o que representa 67% do total de pessoas ocupadas na
agropecuária. A agricultura familiar também é responsável por 23%
do valor total da produção dos estabelecimentos agropecuários.
Conforme o Censo, os agricultores familiares têm participação
significativa na produção dos alimentos que vão para a mesa dos
brasileiros. Nas culturas permanentes, o segmento responde por 48%
do valor da produção de café e banana; nas culturas temporárias, são
responsáveis por 80% do valor de produção da mandioca, 69% do
abacaxi e 42% da produção do feijão (VITRINE DA CULTURA
FAMILIAR, GOVERNO FEDERAL, 2021).
Sendo a agricultura familiar uma atividade econômica de extrema
importância para nosso país, é essencial a criação de políticas públicas para
valorização, incentivo e acompanhamento dos agricultores familiares.
Reconhecendo essa importância, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento) criou o Selo Nacional da Agricultura Familiar, o SENAF, importante
ferramenta que permite identificar os produtos oriundos desses estabelecimentos,
além de ampliar sua visibilidade perante os consumidores. Existem selos específicos
para vários seguimentos desse tipo de produção, como de produções originalmente
feitas por mulheres, jovens e indígenas.
Para compreendermos o avanço da agricultura familiar no Brasil, é preciso
conhecer os aspectos históricos que legitimaram esse importante seguimento do
Agronegócio:
1988 Constituição Federal: marco legal que descentralizou políticas
públicas, abrindo as portas da sociedade para participação efetiva na
economia;
1990 Período em que ocorreu uma série de mudanças sociais,
econômicas e politicas;
 1993 O Brasil consolidou sua economia e passou a ter controle
efetivo da inflação com o Plano Real;
1996 Criação do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar);
2006 Aprovação da Lei nº 11.326/2006 que regulamenta a atuação
da Agricultura Familiar no Brasil;
2009 Aprovação da Lei nº 11.947/2009, em seu Artigo 14 estabelece
que no mínimo 30% (trinta por cento) da aquisição dos alimentos
destinados à alimentação escolar sejam advindos da agricultura
familiar (DELGADO e PEREIRA, 2017).
Em contrapartida com a definição apresentada pela legislação brasileira,
existe também a elaborada por Amílcar Baiardi (1999), que estabelece cinco
variações pertinentes à agricultura familiar, conforme podemos verificar a seguir:
Tipo A: tecnificado, com forte inserção mercantil. É predominante na
região de cerrado, geralmente ligado à produção de grãos;
Tipo B: integrado verticalmente em Complexos Agro-Industriais aves
e suínos, por exemplo e mais recentemente em perímetros irrigados
voltados à produção de frutas;
Tipo C: agricultura familiar tipicamente colonial Rio Grande do Sul,
Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais ligados à policultura
combinando lavouras, pomares com a pecuária e a criação de
pequenos animais;
Tipo D: agricultura familiar semimercantil predominante no Nordeste
e no Sudeste;
Tipo E: de origem semelhante ao tipo D, porém caracterizada pela
marginalização do processo econômico e pela falta de horizontes.
Considerando as definições legais e acadêmicas acerca da agricultura
familiar, concluímos que se trata de um seguimento que pode abrigar vários
conceitos, sendo essas variantes determinadas pelas especificidades existentes em
cada região, estados e municípios.
Além de caracterizar um tipo de produção agrícola, a agricultura familiar
também deve ser considerada no âmbito social. A mesma é o maior responsável
pela distribuição de alimentos no Brasil, sendo um dos principais pilares que atuam
em defesa da segurança alimentar em nosso país.
A produção que resulta da agricultura familiar se destina basicamente para
as populações urbanas locais, o que é essencial para a segurança alimentar
e nutricional. Segundo a Engenheira Agrônoma e diretora da unidade
IBSagro, do Instituto Biosistêmico, Priscila Terrazzan, os pequenos
produtores respondem hoje por grande parte das produções nacionais: mais
de 87% de mandioca, 70% de feijão, 58% de leite; 50% do plantel de aves.
Mesmo envolvendo números tão impactantes para um tema sensível como
a produção de alimentos, o setor sofre com a pobreza. O último censo
IBGE (2010) mostrou que a extrema pobreza atingia 25,5% da população
rural. O coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio
Vargas, Roberto Rodrigues, diz que a economia globalizada tem criado um
paradigma perigoso para a agricultura familiar mundial (ALIMENTAÇÃO EM
FOCO, 2016).
Segundo Guilhoto et al. (2007), embora a agricultura familiar enfrente
diversos obstáculos no que diz respeito ao acesso a tecnologias, assistência técnica
e aquisição de financiamento, ainda assim, a atividade mantém sua importância,
consolidando-se perante a geração de riqueza do País.
Apesar do reconhecimento legal e de políticas públicas direcionadas para a
agricultura familiar, é primordial que a união os estados e municípios identifiquem e
acompanhem esses produtores. O apoio investido na atividade mostra-se uma
ferramenta para superar a pobreza e assim garantir a segurança alimentar em nosso
país; muitas vezes esses produtores possuem pouco acesso às inovações
tecnológicas e crédito necessário para aumentarem a produtividade e continuarem
exercendo papel importante também na esfera social (INCRA/FAO, 2000).
Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária ILP e a Rotação de Culturas
Integrar é superficialmente combinar partes isoladas na formação de algo
como um todo. Dentro da agricultura os sistemas de integração são divididos em
quatro modalidades: Integração Lavoura-Pecuária ou Agropastoril; Integração
Pecuária-Floresta ou Silvipastoril; Integração Lavoura-Floresta ou Silviagrícola e
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta ou Agrossilvipastoril. Todos seguem o mesmo
princípio, que é a diversificação.
 Na ILP, são combinadas simultaneamente atividades agrícolas e pecuárias,
a fim de otimizar recursos, aproveitar o espaço em sua totalidade e assim visando
ganhos na produtividade e consequentemente na rentabilidade. Essa combinação
intensifica de forma sustentável o uso do solo, de tal maneira que haja maior
potencial produtivo, uma vez que essa diversificação também oferece ao produtor
redução de custos e possibilidade de minimizar os riscos, a exemplo do cultivo
consorciado: onde duas ou mais variedades vegetais são cultivadas de forma
simultânea em uma única área.
A integração Lavoura-Pecuária (ILP) define-se como a inserção de
diferentes formas de produção de grãos, carne, leite, fibras e outros, no mesmo
ambiente, em plantio consorciado, em sucessão ou em rotação. A terra é utilizada
de forma contínua, alternando-se entre lavoura, destinada a produção vegetal e
pecuária-produção animal. É na associação entre lavoura e pastagem que se
encontram grande parte das vantagens em se utilizar a ILP (ALVARENGA e NOCE,
2005).
Nesse sentido, a ILP também oferece aos produtores formas de amenizar
problemas enfrentados pelo uso de sistemas de produção isolados.
Em relação à pecuária, estima-se que pelo menos 50 milhões de hectares
de pastos da região central do Brasil estão sobre algum estágio de degradação, que
é ocasionada por processo evolutivo de perda de vigor, essa perda é consequência
de vários fatores, que vão desde o preparo incorreto do solo, má escolha da espécie
forrageira até o uso de sementes de baixa qualidade e manejo inadequado
(CARVALHO et al., 2017).
Na agricultura, o uso da monocultura tradicional, aliada a técnicas
inapropriadas de cultivo vem causando, ao longo do tempo, impactos negativos no
uso do solo e dos recursos naturais, queda na produtividade e ocorrência de pragas
e doenças (CORDEIRO et al., 2015).
Assim, conforme observado por Salton et al. (2015), em comparação com as
monoculturas, a adoção do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária, principalmente
a rotação lavoura-pasto, gera ganhos mútuos. A produtividade dos grãos cultivados
após a pastagem aumenta, e o solo adquire mais atributos para alimentação do
gado após a colheita dos grãos, resultando em ganho de peso para produção bovina
ou leiteira.
As fazendas que adotam a rotação lavoura/pasto como estratégia de
produção agrícola, além das melhorias nas propriedades de solo e
redução da incidência de pragas, doenças e plantas daninhas, podem se
beneficiar da melhor estabilidade de produção de forragem para alimentar
o rebanho durante o ano todo. No período das chuvas, em razão da
melhoria da fertilidade de solo na fase de lavoura, as pastagens são mais
produtivas. E, no período da seca, além da palhada e dos subprodutos de
colheita, os pastos recém estabelecidos permanecem verdes e com
qualidade e quantidade para conferir ganhos de peso positivos em vez de
perda de peso, comum nesse período do ano na maioria das fazendas da
região do Cerrado (VILELA et al.,2008).
O sistema de Integração Lavoura-Pecuária pode ser utilizado por pequenos,
médios e grandes produtores (agricultor e/ou pecuarista), mas é essencial que haja
estudo e planejamento, para que sejam definidas ações adequadas que tragam
benefícios ao longo do tempo. Isso garante o uso eficiente e racional de recursos
naturais e menos emissão de gases de efeito estufa, melhorias químicas, físicas e
biológicas do solo, mais produtividade (sem utilizar mais áreas) e mais renda para o
produtor rural. As melhorias ambientais classificam esse meio de produção como
sustentável (CORDEIRO at al., 2015).
Para Assmann at al. (2008), o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária pode
ser configurado como autônomo, econômico e o que mais respeita o meio ambiente.
Os autores apontam que o sistema pode ser agrupado em três características
principais:
i) Valoriza ao máximo os recursos naturais. De modo que ocorre a
reciclagem do material orgânico restantes das culturas ali cultivadas e das
criações. Esses mesmos materiais renovam a superfície do solo, uma
parte dos fertilizantes que foram aplicados e os minerais extraídos do
subsolo;
ii) Aproveita os processos naturais de regulação. O sistema busca desfrutar
ao máximo a diversidade de cultivos de forragens e culturas agrícolas que
promovem a diversificação dos organismos do solo, oferecendo uma dieta
variada aos mesmos, e com isso acaba por desfrutar também da matéria
orgânica proveniente de resíduos das forrageiras, culturas agrícolas e de
dejetos animais que fornecem alimentos para os organismos do solo;
iii) Busca reduzir a entrada de insumos na propriedade. A utilização do
sistema de Integração Lavoura-Pecuária ajuda em longo prazo a reduzir o
uso de insumos como pesticidas, e defensivos agrícolas, via manutenção
 ou aumento das porcentagens de leguminosas no sistema, minimizando universidades, prefeituras, sindicatos, associações de produtores entre outros
práticas que promovem a compactação do solo, pela aplicação de (ASSMANN et al., 2008).
fertilizantes e dejetos animais de acordo com planos e estratégias de As oportunidades de diversificação advindas destes sistemas oferecem aos
manejo de nutrientes . agricultores familiares alternativas para potencializar sua capacidade produtiva, uma
A rotação de culturas pode ser delineada como uma prática que consiste em vez que num mesmo espaço ele pode intercalar a produção de variedades de
alternar o cultivo de diversas variedades em uma mesma área. As variedades que vegetais com a pecuária, possibilitando a geração de várias fontes de renda além
irão compor um sistema de rotação de cultura devem atender aos seguintes dos inúmeros benefícios que podemos apontar em termos técnicos, como a melhora
princípios técnicos: dos atributos químicos, físicos e biológicos do solo (CORDEIRO et al., 2015).
A agricultura familiar aliada ao Sistema de Integração Lavoura-Pecuária
1) produzir quantidade suficiente de fitomassa da parte aérea e raízes
visando ao aumento do teor de MOS e à formação de cobertura morta para (ILP) pode mostrar sua força perante o Agronegócio Nacional. Portanto, observamos
controlar os processos erosivos, diminuir as oscilações de temperatura e
reduzir as perdas de água por evaporação; 2) promover condições que a ILP se mostra como uma boa alternativa a ser considerada pelos agricultores
favoráveis de solo que diminuam a suscetibilidade das plantas aos danos de familiares, trazendo benefícios de natureza ecológica e financeira, além de incentivar
pragas e doenças e/ou contribuam para a formação de um ambiente
supressor às mesmas; 3) apresentar exigências nutricionais e capacidade a permanência do homem no campo.
de aproveitamento de nutrientes diferenciadas (Ieguminosas e gramíneas,
por exemplo); 4) apresentar suscetibilidade a pragas e doenças diferentes,
evitando as espécies que sejam hospedeiras de pragas e doenças de
importância econômica para as culturas principais; 5) permitir a CONSIDERAÇÕES FINAIS
diversificação de princípios ativos e mecanismos de ação de herbicidas,
inseticidas e fungicidas, visando evitar a seleção de espécies/biótipos
tolerantes e resistentes; 6) reduzir o tempo em que a área permanece sem
culturas vivas, contemplando a inclusão, em alguma fase, de culturas Ao longo do estudo, observou-se que a Agricultura Familiar é um pilar
caracterizadas por alta produção de fitomassa e sistema radicular profundo,
extremamente importante na economia nacional, principalmente por ser a grande
agressivo e abundante, visando melhorar a qualidade do solo; 7) resultar
em renda direta pela produção de grãos, sementes ou forragem ou indireta responsável por garantir o abastecimento de alimentos para o consumo interno. Os
através de efeitos positivos sobre as culturas subsequentes (FRANCHINI at
al., 2011). dados que vem sendo obtidos através do Censo Agropecuário comprovam essa
importância, onde os números relativos à produção e geração de empregos no setor
A escolha das variedades que vão ser utilizadas na prática de rotação de
aumentam a cada pesquisa. Com isso, fica demonstrada a significativa participação
cultura deve seguir um plano definido que respeite as condições climáticas de cada
que o seguimento tem no Agronegócio brasileiro.
região, as características do solo, época de semeadura entre outros fatores
A utilização de técnicas que buscam aperfeiçoar o modo como os alimentos
importantes.
são cultivados no campo, a exemplo dos Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária
Em síntese, a Agricultura familiar pode se beneficiar com a adoção de
apresentados neste trabalho, nos permite verificar no âmbito econômico a sua
diversos Sistemas de Integração, podendo variar conforme as peculiaridades e
viabilidade, contribuindo com o aumento da renda do produtor, em consonância com
necessidades da região onde está inserida.
sua capitação, perante a execução do trabalho, no melhor uso da terra e dos
Conforme Assmann et al. (2008), é essencial que o produtor familiar procure
recursos disponíveis, além de estar contribuindo com práticas mais sustentáveis de
compreender que a entrada de animais em áreas de lavouras não prejudica no bom
agricultura.
desempenho das mesmas, desde que realizada de maneira adequada.
Vale destacar que, para um bom funcionamento do Sistema ILP no contexto
da agricultura familiar, é imprescindível a formação de grupos para buscar
informações e assistência, em parcerias com instituições públicas e privadas,
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