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Princípios da sociologia Rural

Agricultura Familiar

Alunos: Igor Lima de Oliveira


Carlos Eduardo Alves
Agronomia – SA1
O que é Agricultura Familiar?

De acordo com “SOCIOLOGIA RURAL”, (Flávio Sacco dos Anjos & Nádia
Velleda Caldas), Agricultura familiar é mais que um modelo de economia
agrária, que consiste no meio de organização das produções, que são
gerenciadas e operadas por uma família. E o que determina isso no cenário rural
é a mão de obra que deve ser predominantemente familiar. Na prática, é aquele
agricultor que conduz sua propriedade com a família. Os quais são responsáveis
por 53% dos alimentos que abastecem os habitantes do planeta.

Essa classe social é fruto de discussão através dos séculos, sendo foco de
observação de pensadores históricos da sociedade agrária como Marx, Lenin,
Kautsky e Chayanov, a qual passou por diversos modelos de modos de
produção. O uso da terra sempre esteve presente na história da sociedade
desde que o homem passou a se assentar em pequenas comunidades, deixando
de ser nômade caçador a se agrupar em assentamentos, passando a depender
da agricultura. Atravessou o período do feudalismo, ao qual o meio de
produção e tudo que era produzido era propriedade do senhor feudal, assim
como as comunidades sendo os camponeses seus servos, chegando à era do
capitalismo em que vivemos, sendo a terra uma ferramenta não só de cultura de
subsistência, mas também para a produção de riqueza sendo atualmente de
grande importância na matriz econômica.

A definição de agricultura familiar no Brasil está prevista de acordo com


o Art. 3º da Lei Nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Para os efeitos desta Lei,
considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que
pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes
requisitos:

I - Não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;

II - Utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades


econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;

III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades


econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida
pelo Poder ExecutivoIV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com
sua família.

Os autores do também mencionam sobre Módulo Fiscal e Rural, porém


não abordam detalhes. Em esclarecimento, o módulo rural deriva do conceito
de propriedade familiar, constituindo uma unidade de medida, expressa em
hectares, que busca exprimir a interdependência entre a dimensão, a situação
geográfica dos imóveis rurais e a forma e condições do seu aproveitamento
econômico. O Módulo rural é calculado para cada imóvel rural em separado, e
sua área reflete o tipo de exploração predominante no imóvel rural, segundo
sua região de localização. Já o Módulo fiscal, por sua vez, é estabelecido para
cada município, e procura refletir a área mediana dos Módulos Rurais dos
imóveis rurais do município. No Brasil, o valor do módulo fiscal varia de 5 a 110
hectares. Sua utilização na classificação dos imóveis rurais está presente na
definição de: pequena propriedade (imóvel de área compreendida entre 1 e 4
módulos fiscais);

A grande importância da Agricultura Familiar

A agricultura familiar é carente de políticas públicas específicas no país,


sempre foram insuficientes. O que se investe nas grande e média produções e o
que se aplica na agricultura familiar nunca passaram de 15% do orçamento
geral. Os trabalhadores informais, nem sempre conseguem ser visibilizados. São
os que vendem na própria comunidade, entre vizinhos, em feiras. Embora não
percebidos pelo Estado, têm impacto nas condições de vida das populações
locais. Ele vende seu serviço em alguns dias da semana, e, com isso, obtém mais
recursos do que na sua produção.

Apesar das grandes barreiras enfrentadas pelos agricultores familiares, seus


esforços têm um importante papel para o país. Que são:

• A agricultura familiar apresenta importante função para garantir a segurança


alimentar.

• Preserva os alimentos tradicionais, além de contribuir para uma alimentação


balanceada, para a proteção do agro biodiversidade e para o uso sustentável
dos recursos naturais.

• No cenário nacional, responde por 38% do valor bruto da produção


agropecuária.

• De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é


responsável por mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros,
mesmo esse ocupando apenas cerca de 23% da área total de estabelecimentos
agropecuários no Brasil.

• Considerando o número de estabelecimentos rurais, a Agricultura Familiar


consegue empregar três vezes mais do que a Agricultura não Familiar.

A agricultura familiar no Brasil apresenta diversidades e diferenciações


regionais, o que tornam importantes os estudos e análises de áreas específicas,
para a compreensão da organização e reprodução desse segmento. A
modernização da agricultura brasileira deu-se de forma conservadora e
excludente, uma vez que legitimou a agricultura empresarial moderna,
favorecendo o aumento dos problemas sociais, econômicos e territoriais dos
agricultores familiares.

Quais Políticas públicas podem otimizar a


agricultura familiar?

Face às dificuldades encontradas pela agricultura familiar, é necessário


que se faça presente o poder do estado como mediador dessa força motriz
econômica, sendo que haja políticas específicas, principalmente para
estabelecimentos muito pequenos em que a terra não é suficiente para poder
gerar excedente econômico agrícola, que poderia garantir receita adequada a
essas famílias.

Faz-se necessário encontrar alternativas e meios de vida para esse grupo,


incluindo acesso à qualificação profissional, que é uma barreira de entrada em
outros setores da economia. Acesso a crédito e custeio de investimentos de
caráter compensatório, fortalecendo as condições de produção que permitam
gerar excedentes econômicos e ações que facilitem o acesso a recursos, bens e
serviços, sendo importante a combinação de políticas agrícolas que
impulsionem o desenvolvimento rural.

O incentivo à diversificação das atividades não agrícolas também é de


grande importância, principalmente por meio da descentralização industrial de
setores que façam o uso extensivo da força de trabalho para regiões rurais, para
que se torne mais acessível o acesso a ao mercado de trabalho, fortalecendo
economias de cidades intermediárias, fazendo que ocorra a absorção do
excedente da mão de obra rural de regiões dos entornos onde é predominante
os estabelecimentos agropecuários muito pequenos, os quais são mais
vulneráveis. Não havendo essa opção, as famílias pobres deste setor irão
continuar a alimentar o fluxo de imigração para áreas urbanas metropolitanas,
favorecendo mais ainda a saturação, e sendo necessário maior qualificação para
poder ser uma mão de obra competitiva.

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