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VIOLA: ORIGENS E

TRAJETÓRIAS
Daniel Miranda
Geógrafo- Pesquisador e Músico
O Entendimento de que a variedade de manifestações relativas à Viola de Arame presente no
Brasil é o resultado híbrido de diversas influências culturais, trajetórias musicais, fluxos
migratórios, e, sobretudo, resultado da afirmação de identidades regionais expressas através da
Música norteia esse Atlas tocado!

Dessa forma, segue acesso a bibliografia utilizada na minha dissertação de mestrado. Neste
compêndio de publicações, geógrafos/sociólogos/historiadores/músicos/violeiros, de suma
importância para o desenvolvimento desta plataforma digital, poderão ser consultados, lidos e
ouvidos! No que tange a Viola de Arame em todo seu vigor inventivo/evolutivo atual, seguem
exemplos incontornáveis de se conhecer, ler, estudar e tocar:

Ivan Vilela, Paulo Freire, Tavinho Moura, Chico Lobo, Roberto Corrêa, Almir Sater e Marcus
Ferrer.

Inicialmente, um mapa-síntese dos principais ciclos de ocupação do território brasileiro está


igualmente disponível como instrumento de compreensão e incentivo à pesquisa sobre a relação
entres os citados períodos e o desenvolvimento da Viola de Arame no Brasil.
CAMPOS DE CASTRO, T. ‘A Paulistânia, o mineiro e o italiano: processo histórico, acesso à terra e a experiência histórica e cultural numa
Moda de Viola’, 2018.

CASTAGNA, Paulo. Fontes bibliográficas para a pesquisa da prática musical no Brasil nos séculos XVI e XVII. São Paulo, 1991.

CORRÊA, Roberto Nunes. Viola Caipira: das práticas populares à escritura da arte / Roberto Nunes Corrêa. – São Paulo: R. Corrêa, 2014 253 p.: il

CORREA, Roberto. A arte de pontear viola. Brasília, Curitiba: Ed. Autor, 2000.

CORRÊA, R.L “Espaço: um conceito-chave da Geografia”. in Geografia: conceitos e temas/ organizado por Iná Elias de Castro, Paulo Cesar da
Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa- 2º ed.- Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2000.

CLAVAL, Paul. “A VOLTA DO CULTURAL” NA GEOGRAFIA , Mercator Revista de Geografia, UFC, v. 1, n. 1, p. 19 – 28, 2002.

Documentário ‘Sou Viola Caipira’. Disponível em: https://goo.gl/5XxHKo (Acesso em 06/02/2021)

FREIRE, Paulo. Eu Nasci Naquela Serra--: A Vida De Angelino De Oliveira, Raul Torres, Serrinha. Editora Paulicéia. 1996.
VIOLAS DOS
AÇORES
VIOLAS DO
BRASIL
REGIÕES DA
VIOLA: REGIÃO
LITORÂNEA
REGIÕES DA
VIOLA: REGIÃO
LITORÂNEA

FANDANGO CAIÇARA:
EXPRESSÕES DE UM SISTEMA
CULTURAL

DOSSIÊ DE REGISTRO DO FANDANGO


CAIÇARA Atividade da Contratação
para a Execução de Trabalho Técnico
de Instrução para o Registro do
Fandango Caiçara (Contrato 01/2011)
IPHAN 2011
REGIÕES DA
VIOLA: REGIÃO
LITORÂNEA
Territorialidades e sociabilidades
fandangueiras:

Desde o final do século XIX toda essa região litorânea


passou por um processo de crise econômica, o que
causou certo isolamento das comunidades caiçaras em
relação aos grandes centros econômicos da região. A
partir dos anos 1950, os caiçaras foram vítimas de um
processo por vezes violento de expropriação de suas
terras, afetando profundamente seu modo de vida.
Habitando uma faixa da Mata Atlântica bastante
conservada, justamente pelas atividades tradicionais
que desenvolvem, foram presenciando seus territórios
serem transformados em áreas protegidas, cuja
legislação proibiu os cultivos de subsistência, a caça e o
extrativismo vegetal, tornando os caiçaras estrangeiros
em suas próprias terras (DIEGUES, 2004) APUD IPHAN
2011.
REGIÕES DA
VIOLA: REGIÃO
LITORÂNEA

Depoimento:

O violeiro Umberto Soares, nascido em Serra Negra


(Guaraqueçaba/PR) em 1940, afirma que uma das
razões do declínio do fandango foi o esvaziamento dos
diversos núcleos comunitários do município, já que
muitos moradores venderam suas terras por preços
baixos para tentar a vida nos centros comerciais da
região. Fonte: IPHAN (2011).
PAULISTÂNIA:
UMA REGIÃO
VIOLEIRA
Chama-se Paulistânia toda a
região povoada pelas
bandeiras, região essa que
coincide com as áreas de
acomodação do que
entendemos por cultura
caipira, ou
seja, são Paulo, sul de Minas
e triângulo Mineiro, Goiás,
Mato Grosso do sul, parte do
Mato Grosso, parte de
Tocantins e norte do Paraná.
1534 1572 1709 1990

Fonte: Atlas Histórico Escolar do MEC, p. 16.


O caipira paulista considera que "todas as danças são invenção diabólica
exceto o cateretê, porque esta foi abençoada e até praticada por Jesus,
quando em sua peregrinação histórica". Para Mário de Andrade, esta
superstição é uma sobrevivência histórica. Os jesuítas, no afã de retirar os
índios e primeiros mestiços de suas práticas pagãs (sempre coreográficas),
teriam enegrecido as danças ameríndias com o anátema divino menos o
cateretê, que adotaram, substituindo-lhe os textos pagãos por outros católicos
em tupi ( VILELA, 2012 )
OS CICLOS ECONÔMICOS CONSTROEM E DESCONSTROEM REGIÕES

síntese acerca do que possa ser a Paulistânia é o fato de que sua formação territorial,
demográfica, econômica, política, social e cultural foi resultado da “expansão
geográfica dos paulistas” (CANDIDO, 2001: 45) em direção ao interior da América
Portuguesa – e para além dela (GOES FILHO, 2015: Cap. V) - entre os séculos XVI e XVIII
e de sua posterior fixação ao solo. Expansão originalmente nômade e predatória
(CANDIDO, 2001: 46), que teve como propulsores primevos a preação de índios para
escravização e a busca pelo ouro, resultou, por fim, em povoamento (PRADO Jr., 2011:
68). A partir deste, originou-se um modo de vida e de relações sociais e econômicas
específicas, únicas e inéditas (RIBEIRO, 1995). Com "formas particulares de regulação
[destas relações], devidas ao atendimento dos imperativos oriundos" de sua
"configuração histórico-cultural" (Idem: 253), a cultura caipira engendrou e perpetuou
uma peculiar visão de mundo, introspectiva e com apreço ao “seu olhar para dentro”.
LINK PARA ACESSO TOTAL AO ATLAS DA VIOLA:

https://sites.google.com/view/atlasdaviola-ufrj/introdu%C3%A7%C3%A3o

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