Você está na página 1de 14

TOPÔNIMOS DE ORIGEM INDÍGENA NA CAPITANIA DE SÃO PAULO

Renata Ferreira Costa 1

RESUMO: O estudo da toponímia de São Paulo, desenvolvido neste artigo, tem como
objetivo principal o estudo significativo ou histórico-toponímico dos nomes indígenas
que configuram a terra paulista a partir de sua formação, em 1554, até o final do século
XVIII, mais precisamente em 1796. Como medida preliminar, a pesquisa compreende o
levantamento e seleção de nomes indígenas de acidentes geográficos da cidade de São
Paulo presentes no códice intitulado Memória Histórica da Capitania de São Paulo e
todos os seus Memoráveis Sucessos, de autoria contestada de Manoel Cardoso de
Abreu, a que se segue uma análise de natureza semântica das denominações e o
estabelecimento de uma sistematização de “classes” de tais topônimos.

PALAVRAS-CHAVE: Toponímia. Língua Portuguesa. Filologia. Edótica. História


Social.

1. INTRODUÇÃO

Em 1554, seguindo o projeto de Nóbrega, alguns padres da Companhia de


Jesus subiram a Serra do mar e fundaram no planalto o Colégio de São Paulo de
Piratininga, ao redor do qual se formaria a atual São Paulo.
A situação geográfica do planalto era favorável ao cultivo e à colonização,
uma vez que apresentava terrenos com relevo suave de colinas e extensas várzeas
marginais. Esse tipo de terreno, típico de campos, sem mata cerrada, valeu à região o
nome de Campo de Piratininga. Além disso, a presença de uma rede fluvial formada
pelo rio Anhembi (Tietê) e seus afluentes Tamanduateí e Pinheiros, oferecia alimentos e
possibilitava a navegação de curta extensão.
Nos primórdios de sua colonização, esses paulistas ficaram conhecidos na
América e na Europa como grandes sertanistas. Posteriormente, alguns historiadores os
batizaram de bandeirantes, os quais têm seu papel reconhecido na expansão geográfica
da América portuguesa.
Dentro desse papel de conquistador de terras insólitas, o bandeirante,
juntamente com o indígena, terá uma atitude espontânea ou não de nomear os lugares.
Nesse caso, os topônimos paulistanos inscrevem-se como medidas representativas do
habitante do Planalto, índio, branco ou mameluco.
Assim, o estudo da toponímia de São Paulo, desenvolvido neste artigo, tem
como objetivo principal o estudo significativo ou histórico-toponímico dos nomes
indígenas que configuram a terra paulista a partir de sua formação, em 1554, até o final
do século XVIII, mais precisamente em 1796. Como medida preliminar, a pesquisa
compreendeu o levantamento e seleção de nomes indígenas de acidentes geográficos da
cidade de São Paulo presentes no códice, a que se seguiu uma análise de natureza

1
Mestranda do Programa de Filologia e Língua Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da USP. E-mail: renataferreiracosta@yahoo.com.br

1
semântica das denominações e o estabelecimento de uma sistematização de “classes” de
tais topônimos.
No corpus, há referência a topônimos de outras Capitanias, mas nos
delimitaremos aqui aos topônimos da chamada Paulistânia, a região expandida a partir
de São Paulo, hoje contida em parte dos territórios de Minas Gerais, Goiás, Tocantins,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e parte do Rio Grande do
Sul.
O corpus utilizado é um livro manuscrito de fins do século XVIII, pertencente
ao Arquivo do Estado de São Paulo, cota E11571, composto de 323 páginas, escritas em
frente e verso, e em ótimo estado de conservação. Trata de um resgate da memória dos
paulistas através da história da Capitania de São Paulo, desde a sua fundação até o ano
de 1796. Essa obra é um importante legado da história, da cultura e dos hábitos do povo
paulista, constituído, em seus primórdios, por brancos, mamelucos, índios e jesuítas.

2. A LÍNGUA DO BRASIL DOS PRIMEIROS SÉCULOS


2. 1. A língua do Brasil: Tupi

A língua que predominava no Brasil antes da chegada do colonizador e que era


falada em quase todo o litoral, firmou-se sob o designativo de língua brasílica. Ela
tinha algumas variantes dialetais, entre elas o tupinambá, usado, segundo Anchieta
(apud NAVARRO, 1998, p. XV), “num trecho maior da costa (desde o Nordeste, até o
Rio de Janeiro) que a variante tupi”, cuja extensão abrangia a Capitania de São Vicente
e o planalto de Piratininga (no atual Estado de São Paulo).
Embora o tupi fosse um dialeto de menor uso que o tupinambá, recebe a
designação de “a língua do Brasil” devido a sua larga difusão, principalmente pelos
bandeirantes, sua grande aceitação pelo povo em geral e porque é um termo que entra na
composição de outros: tupinambá, tupiniquim, tupinaé, tupi. Além disso, os índios dessa
família, além de terem sido os primeiros e mais numerosos, ajudaram a levar escravos
para os aldeamentos, e boa parte da literatura de Anchieta (teatro e lírica) está nesse
dialeto.
O tupi, língua indígena de teor extremamente concreto, como salienta Head
(2002, p. 242), fazia parte de um povo que vivia preocupado com as realidades
presentes. Tudo o que faziam era voltado para o hoje, por isso não guardavam
alimentos, comiam aquilo que a terra oferecia. Eram nômades por natureza, sempre se
deslocando de um lado para outro, em busca de lugares melhores para sobreviver.
No seu alfabeto não há mais que dezenove letras, como afirma Sampaio (1928,
p. 14), não existindo f, l, j, z, r nem v, o que, como observa Gândavo, torna o gentil um
povo sem “Fé, nem Lei, nem Rei e, desta maneira, vivem sem justiça e
desordenadamente”. (In Tratado da Terra do Brasil, p.52, apud NAVARRO, 1998, p.
46).
Também é interessante observar que, na frase, o adjetivo qualificativo sempre
vem depois do substantivo, como por exemplo, em ypiranga, água vermelha, o que
explicará muitas composições de locativos.
Os indígenas tinham uma profunda relação com a natureza, vivendo em
harmonia com as florestas, as matas, o mar, os rios, os lagos e os animais. A
peculiaridade de cada região ou lugar refletia seu universo cultural, seus mitos,

2
costumes e crenças. O batismo e a denominação dos lugares acabavam refletindo tudo
isso.

2.2. Língua geral: contato índio x europeu

A primeira gramática do tupi foi feita por José de Anchieta, que viveu 44 anos
no Brasil, aprendendo o tupi com os índios guaianazes de São Paulo de Piratininga. Foi
nessa região que a língua tupi imperou, porém, deve-se a sua mais notável expansão aos
próprios conquistadores europeus, graças às expedições bandeirantes que penetraram
nos sertões para apresar índios e para a busca de metais preciosos, e principalmente aos
jesuítas, que, através da catequese, tornaram geral esse idioma e o cultivaram.
Segundo Sampaio (1928, p.5), a conquista do território foi feita tendo por
veículo a própria língua dos vencidos. As bandeiras praticamente só falavam o tupi.
Dessa forma, muitas regiões que iam sendo descobertas recebiam um nome indígena.
Na Capitania de São Paulo, diferentemente do que aconteceu nas colônias
nordestinas, houve um isolamento social e econômico. Os paulistas praticavam a caça
aos índios para vendê-los no mercado interno, o que contribuía para a expansão das
fronteiras, mas restringia seus contatos ao território brasileiro. Dessa maneira, ficavam
afastados da influência da Metrópole no que concerne à língua e aos costumes.
Ainda que o tupi fosse a língua dominante na Capitania de São Paulo, não se
pode excluir a importante presença da língua portuguesa, que, segundo Villalta (apud
OLIVEIRA, 2002, p. 3), estava restrita ao espaço público, pois era aprendida na escola
e usada nos documentos escritos. Esse fato é confirmado por Vieira (Obras Várias, I,
Lisboa, 1856, p. 249, apud NAVARRO, 1998, p. 174) quando escreve:

É certo que as famílias dos portugueses e índios de São Paulo


estão tão ligadas hoje umas às outras, que as mulheres e os filhos
se criam mística e domesticamente, e a língua que nas ditas
famílias se fala é a dos índios, e a portuguesa a vão os meninos
aprender à escola...

Do contato do tupi com a língua portuguesa, em especial na Capitania de São


Paulo, constituída por uma sociedade altamente miscigenada, nasceu uma língua de
comunicação, também chamada Língua Geral ou Língua Geral Paulista. É, como
salienta Rodrigues,

a língua que no século XVII falavam os bandeirantes que, de São


Paulo, saíram a explorar MG, GO, Mato Grosso e o Sul do Brasil.
Por ser a língua desses pioneiros e aventureiros, penetrou essa
Língua Geral em diversas áreas aonde nunca tinham chegado
índios Tupi-Guarani e aí deixou sua marca no vocabulário
popular e na toponímia. (Línguas Brasileiras – Para o
Conhecimento das Línguas Indígenas, pp. 101-102, apud
NAVARRO, 1998, p. 174).

Essa Língua Geral ganhou vida e difundiu-se por todas as camadas sociais,
irradiando-se do privado para o público, conforme salienta Oliveira (2002, p. 3),
formando o que hoje é a variante paulista da língua portuguesa.

2.3. A motivação toponímica indígena

3
TOPÔNIMO (do grego TOPOS, lugar, e ONYMA, nome) é o nome próprio
de lugar: identifica acidentes geográficos, povoações, logradouros, cidades, estados e
países. Enquanto TOPONÍMIA é o estudo lingüístico ou histórico da origem dos
topônimos.
À semelhança da Arqueologia, os topônimos são às vezes o único testemunho
de certa presença humana num local, principalmente quando se trata de fenômenos pré-
históricos. O topônimo carrega em si algo da expressão psicossocial e cultural de um
grupo humano.
O topônimo, embora seja em sua estrutura um significante animado por uma
substância de conteúdo, como todo e qualquer elemento do código lingüístico, o seu
emprego possui uma dimensão muito maior, já que está relacionada aos motivos
predominantes na formação dos nomes de lugares. Esses motivos são diversos, podendo
relacionar-se às características naturais na configuração do terreno ou acidente
geográfico, a eventuais semelhanças do local com outros, a características referentes à
economia, etc.
Dick (1990, p. 39) salienta que a motivação toponímica possui um duplo
aspecto: a intencionalidade do denominador, que o leva a eleger um determinado nome
para certo acidente geográfico, e a origem semântica da denominação, o seu
significado.
Esse duplo aspecto da motivação toponímica justifica, portanto, a existência de
uma relação analógica entre o topônimo e fatos do cotidiano indígena, de uma complexa
interação das condições do indivíduo e do ambiente em que se encontra.
Na toponímia paulista, encontra-se um grande número de locativos de origem
tupi, desde a denominação de cidades, até a de pequenos acidentes geográficos.
Entretanto, como afirma Dick (1996, p.13), quando o europeu aqui chegou, havia
poucos rios, aldeias e colinas denominados, sendo o próprio português o grande
condutor e desencadeador do processo nominativo. Isso significa que o domínio do solo
se deu juntamente com a necessidade da conquista do elemento de outra etnia,
significando, conseqüentemente, a participação indígena na própria cultura estrangeira e
vice-versa.

3. TOPÔNIMOS DE ORIGEM INDÍGENA NA CAPITANIA DE SÃO PAULO


PRESENTES NO CORPUS

3.1. Levantamento e sistematização de classes das ocorrências

Era comum ao índio empregar o mecanismo de nomeação de lugares tendo em


vista a importância da natureza que fazia parte de sua realidade cotidiana. Dessa forma,
é possível encontrar no corpus topônimos que refletem um forte apelo ambiental
retirados da vegetação circundante, do mundo animal, da hidrografia, da constituição do
terreno, do elemento humano e também, em menor número, topônimos que se inserem
em outra vivência, de ordem subjetiva, como por exemplo, Anhangabaú – rio dos
malefícios.
As ocorrências selecionadas são as seguintes:

1. Minas de/ Villa do CUYABA

4
Hoje capital do Estado do Mato Grosso, Cuiabá foi descoberta em 1718 por
alguns paulistas, entre eles Antônio Pires de Campos e Pascoal Dias. A povoação de
Cuiabá foi elevada à condição de vila, segundo Marques (1952, p.211), no dia 1° de
janeiro de 1727, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, pelo
governador de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, e à cidade, em 1818.
CUYABA seria constituído de CUÍ-ABÁ, o homem da farinha, o farinheiro
(SAMPAIO, 1928, p.195). Para Marques (1952, p. 211), teria origem pela grande
quantidade de árvores carregadas de cabaças, que se encontravam nesse território, e
que os paulistas chamavam CUIAS. Porém Mendonça se vale do testemunho
lendário de um escritor daquela região chamado Feliciano Galdino, que escreve:

Uma turma daqueles sertanistas havia descido à praia para tomar


água. E a cuia que um deles trazia, escapou-lhe da mão quando ia
enchê-la e lá se foi, levada pela correnteza sonora (...) E o
bandeirante desapontado:
– CUIA, BÁ... – Exclamou com sua pronuncia portuguesa,
trocando o v por b. (...)
E o belo e sereno rio, até então sem nome, recebeu a exclamação
do sertanista desapontado e Cuiabá é o seu nome. (apud
MENDONÇA, 1936, p. 190).

2. Villa de PARNAGUÁ
Parnaguá, forma sincopada de Paranaguá ou Paranagoá, foi uma povoação
fundada em 1647, que, depois de ser desligada da província de São Paulo, passou a
pertencer à comarca de Curitiba (MARQUES, 1952, p. 143).
Composto de PARANÃ (semelhante ao mar), de onde se tem Paraná por
desnasalação, e GUÁ ou GOÁ, a bacia, o seio, significa a bacia ou o seio
semelhante ao mar, que tem início ao sul de Cananéia (SAMPAIO, 1928, p. 282).

3. Povoação de/ Praya de/ Villa de/ Capitania da Conceição de/ Capitania de
Nossa Senhora da Conceiçam de/ Rio de ITÁNHEEN/ ITANHEEN
A Capitania de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, pequena povoação
no litoral, no sul de Santos, situada à margem esquerda do rio que lhe dá o nome, foi
habitada pela tribo tupi que deu nome ao rio e à povoação (MARQUES, 1952, p.
353).
Do tupi ITÁ-NHAĒ, significa bacia de pedra, vaso de metal ou ainda panela
de pedra ou ferro (SAMPAIO, 1928, p. 232).

4. Rio de/ Rio da / Reconcavo de/ Ilha de/ Villa de São João de CANANEA/
CANANÊA/ CANANEYA
Cananéia foi o primeiro ponto da Capitania de São Vicente, em que a esquadra
de Martim Afonso de Souza ancorou em 12 de agosto de 1531 (MARQUES, 1952,
p. 161).
Quanto a sua origem etimológica, há duas versões. Sampaio (1928, p. 138)
acredita que Cananéia tem origem tupi procedente de CANINDÉ e lusitanizada por
homofonia – CANÍNEE > CANDINDÉ > CANENÉ: espécie de arara. Já Derby
(apud CARDOSO, 1961, p. 220), pensa em uma procedência bíblica de CANÁ >
CANANEU > CANANÉA.

5
5. Terras de/ País ENGUAGUAÇÛ
Os índios guaianazes designavam com este nome a ilha de São Vicente vista
do alto da serra de Paranapiacaba (MARQUES, 1952, p. 243).
Pode ter vindo de INGÁ-GUASSÚ, o pilão grande, (MARQUES, 1952, p.
243), ou de YGUÁ-GUAÇÚ, a baía grande, o lagamar extenso (SAMPAIO, 1928,
p. 199).

6. Data de GERIBATYBA
Geribatyba, que a pronúncia corrompeu atualmente para Jurubatuba, dá nome
ao rio, afluente do Capivari, que tem origem nas proximidades da serra de Cubatão,
atravessando Santo Amaro, hoje Guarujá, para desaguar no rio Pinheiros. Conforme
Marques (1952, p.299), “é o mesmo que na estrada de São Paulo a Santos tem o
nome de Rio Grande”. Também tem esse nome o terreno fronteiro à ilha de São
Vicente.
Geribatiba é a forma composta de GERIVÁ-TYBA, significando abundância
de jerivás ou palmar de jerivás (DICK, 1996, p. 101).

7. Rio IUQUERIQUERÊ
Rio/ Rio de CURUPACÊ/ CARUPACÊ
Juqueriquerê é o rio que serve de limite entre os municípios de São Sebastião e
Caraguatatuba. Era chamado anteriormente de rio Curupacê (MARQUES, 1952, p.
67).
Iuqueriquerê vem de YUKERI- KER- Ê, o espinheiro muito propenso a
dormir; a planta dorminhoca (mimosa pudica – que se fecha à noite ou quando
tocada) (SAMPAIO, 1928, p. 250).
Curupacê ou Carupacê, de CURÚ-PACÉ, grande amontoado de pedras, o
cascalho destacado (SAMPAIO, 1928, p. 194).

8. Destricto de IUQUERY
Juquery é o rio afluente da margem direita do Tietê. Nasce nas imediações da
cidade de Atibaia (MARQUES, 1952, p. 67).
De YU-KER-I, o espinho propenso a dormir ou salmora, já que desta planta (a
mimosa pudica) o índio tirava uma espécie de sal com que temperava a sua comida
(SAMPAIO, 1928, pp. 82 e 250).

9. Villa de UBATUBA/ UBATYBA


Ubatyba ou Ubatuba é a baía ou povoação de mesmo nome, também chamada
Rio Grande (MARQUES, 1952, p. 292).
Pode ser corruptela de YUBA-TYBA, significando o sítio das flechas ou lugar
onde há muita cana para flechas, ou de YBÁ-TYBA, o sitio das frutas, o frutal, ou
ainda pode ter procedido de UBÁ-TYBA, abundância de canoas (SAMPAIO, 1928,
p. 334).

10. IPEROÝG
Era uma aldeia de índios Tamoios, situada entre as povoações de São
Sebastião e de Ubatuba (MARQUES, 1952, p. 344).
Pode ter procedido de YPIRÚ-YG, o rio ou água do tubarão; ou de IPERÓ-
YG, o rio das perobas (SAMPAIO, 1928, p. 226).

6
11. Rio da/ Forte da/ Torre da/ Barra da BERTIOGA
Era um canal histórico entre a ilha de Santo Amaro e a terra firme que
representou um papel importantíssimo nos primórdios da colonização da Capitania
de São Vicente (SAMPAIO, 1928, p. 130).
Segundo Sampaio (1928, p.131), Bertioga é um vocábulo tupi alterado pela
dicção portuguesa:
BERTIOGA/ BRITIOGA/ BERITIOGA/ PIRITIOGA/ BRIKIOKA/
BRICKIOKA/ BARTIOGA/ BURIQUIOCA.
Essas formas poderiam ter procedido de BURICI-OCA, casa de macacos,
antes aplicado a um monte fronteiro à barra do canal. Ou poderiam também ter
procedido de PIRATI-OCA, que quer dizer refúgio ou paradeiro das tainhas, o que
seria justificável, já que as pescarias eram importantes naquela região, cuja posse os
índios e os colonos portugueses disputavam.
Manoel Cardoso de Abreu diz que os índios apelidavam o lugar de Buriquioca,
mas depois esse nome foi transmutado para Bertioga.

12. Povoação de/ Porto de/ Ilha de/ Rio de Santo Amaro de/ Ilha de Santo Amaro
de GUAIBE
Guaibe é o nome indígena com que era conhecida a ilha de Santo Amaro, atual
Guarujá, ao norte da de Engaguaçu ou São Vicente.
A Capitania de Santo Amaro foi objeto de longa disputa entre os herdeiros de
Pedro Lopes e Martim Afonso de Sousa, que reciprocamente disputavam a sua
propriedade (MARQUES, 1952, p. 309).
Pode ter procedido de GUÁ-IBE, o lugar dos caranguejos.

13. Minas de GOYAS/ GOYAZES


Era o nome de nação indígena numerosa que ocupava o sertão da Capitania de
mesmo nome. Esses índios eram conhecidos por sua mansidão e pela cor mais clara
de sua pele. Goiás foi descoberto por Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, e
explorado pelo seu filho, de mesmo nome. Foi elevada à vila, com o título de Vila
Boa de Goiás, pelo governador e capitão general de São Paulo, Dom Luís de
Mascarenhas. Anteriormente, fazia parte da Capitania de São Paulo e dela foi
desmembrado e ficou independente em 1744 (MARQUES, 1952, p. 304).
Procedente do plural de GOIÁ (GUÁ/ GOÁ, gente e YÁ, semelhante), que
significa o indivíduo semelhante, gente da mesma raça ou terra dos que parecem
gente (SAMPAIO, 1928, pp. 88 e 204).

14. Minas de/ Rio PARANAMPANEMA


Pequena povoação, pertencente ao município de Itapetininga. Também é o rio
que tem suas nascentes na face Noroeste da serra de Paranapiacaba (MARQUES,
1952, p. 144).
Paranampanema, que atualmente aparece sem a nasalização, Paranapanema,
vem de PARANÃ-PANEMA, rio estéril, imprestável, ruim (SAMPAIO, 1928, p.
282).

15. Serra de/ do PARANÁPEACABA/ PARANAPEACABA

7
É a parte mais alta da serra do mar, que serve de divisa entre os municípios das
cidades de Santos e São Paulo (MARQUES, 1952, p. 145).
Proveniente do tupi PARANÃ-APIACABA, que significa a vista do mar, o
lugar de onde se pode avistar o mar; miramar (SAMPAIO, 1928, p. 283; DICK,
1990, p. 45) .

16. Porto de PIASSAGUERA


Piassaguera ou ainda Piaçagoera é o nome antigo do porto de Cubatão, onde
embarcavam e desembarcavam os viajantes entre São Paulo e Santos. Há ainda um
rio com esse nome, também chamado Cubatão-Mogi (MARQUES, 1952, p. 168).
Pode ser a forma plural de PIAÇABA, com o significado de ataduras, cordas,
ou a forma plural de PEAÇABA, significando portos, embarcadouros, travessias de
caminho. Entretanto, considerando-se composto de PEAÇÁ-GUÉRA ou PEAÇÁ-
GOÉRA, é traduzido por porto velho ou extinto (SAMPAIO, 1928, pp. 287-288).

17. Rio ANHENBÝ


Era o nome que os indígenas da Capitania de São Vicente davam ao rio Tietê
(MARQUES, 1952, p. 53).
Composto de Y-NHAMBUY, rio abaixo, ou corruptela de INHAMBU-Y, rio
das perdizes, ave galinácea outrora abundante nos campos de Piratininga ou de Serra
Acima (DICK, 1996, p. 46).

18. Rio TYETE/ TIETÊ


É o rio dos paulistas, denominado pelos indígenas Anhembi e pelos primeiros
colonos portugueses Rio Grande de Anhembi. Dick (1996, p.47) observa que Tietê
só começou a aparecer na cartografia (mapa de D’Anville), em 1748, suplantando o
antigo topônimo indígena Anhemby.
Nascendo nos contrafortes da Serra do mar, seu qualificativo de rio de São
Paulo prende-se ao fato de atravessar todo o território estadual, uma percentagem
muito pequena de sua bacia estando fora dele.
Seria proveniente de TIÊ-ETÊ, o verdadeiro tiê (ave); de TIÊ, voz
onomatopaica das aves da família traupidas, ou ainda do produto de TY-ETÊ, que
significa rio bastante fundo, rio verdadeiro (SAMPAIO, 1928, p. 324).
Essa última acepção, segundo Sampaio (1928, p.80), seria a mais adequada, já
que “era este o primeiro curso de água considerável que encontrava o forasteiro ao
penetrar de São Vicente, por Paranapiacaba, em direção ao sertão”.

19. Serra de IAGUAMIMBABA


Nome que era dado a serra da Mantiqueira (MARQUES, 1952, p. 10).
Vem de YAGUÁ-MIMBABA, a onça de criação, o cão manso, o cachorro
(SAMPAIO, 1928, p. 243).

20. Minas de CURITIBA


Cidade que teve origem pela aglomeração de exploradores de ouro, que de São
Paulo e Parnaíba saíam para descobrir esse metal. Foi elevada a província do Paraná
em 1853 (MARQUES, 1952, pp. 209-210).
Proveniente de CURÍ, pinhão ou pinheiro, e TYBA, muito, significa o pinhal
ou terra dos pinheiros (SAMPAIO, 1928, p. 194; MENDONÇA, 1936, p. 169).

8
21. Ribeyro/ Aldeya de/ Campos de/ Colonia de São Paulo de/ Campo de/
Campos/ São Paulo de PIRÁTININGA/ PIRATININGA
Ribeiro/ Rio TAMANDUATIÝ/ TAMANDUÁTIÝ
No corpus, o rio ou ribeiro de Piratininga é identificado como o rio
Tamanduateí, proveniente de TAMANDUÁ-TEÍ ou TEY, tamanduá grande ou
tamanduás em grande número (SAMPAIO, 1928, pp. 89 e 317), ou ainda rio do
tamanduá verdadeiro (DICK, 1996, p. 36).
Piratininga também identifica a aldeia dos índios guaianazes, de que era
soberano o cacique Tibiriçá.
São Paulo de Piratininga conservou esse nome até 1712, quando recebeu o
foro de Cidade e ficou só com o nome do seu padroeiro, São Paulo (DICK, 1996, p.
75).
Quanto à etimologia do topônimo, temos um composto de PIRÁ-TININGA, o
peixe a secar ou o lugar em que o peixe fica seco. “Designa rio que, por efeito dos
transbordamentos deita peixe fora e o deixa em seco, exposto ao sol. É a explicação
de Anchieta” (SAMPAIO, 1928, p. 292).

22. Ribeyro/ Rio ANHANGABAÝ/ ANHANGABOÝ


Ribeirão afluente do rio Tamanduateí, que rega uma parte da cidade de São
Paulo de Sul a Oeste (MARQUES, 1952, p. 53).
Provém de ANHANGABA-Ú, o bebedouro das diabruras, ou de
ANHANGABA-Y, água ou rio dos malefícios, onde habita o mau espírito, tendo
ANHANGABA como a ação do diabo, a diabrura, o malefício, e U ou Y como
água, rio (SAMPAIO, 1928, p. 153).

23. Barra de GUARATYBA


Rio que tem sua origem na serra de Paranapiacaba, no município de Santos.
Também foi uma povoação outrora pertencente à província de São Paulo e dela
desligada pela criação da do Paraná (MARQUES, 1952, pp. 307-308).
É proveniente de GUARÁ + TUBA/ TYBA, lugar abundante de guarás ou
garças em abundância, o sítio das garças (SAMPAIO, 1928, p. 210; MARQUES,
1952, p. 307).

24. Destricto da Conceição dos GUARULHOS


Numerosa tribo da nação guaianaz. Formou em 1560 a aldeia daquele nome, a
qual, em 1685, foi constituída freguesia com a denominação de Nossa Senhora da
Conceição dos Guarulhos (MARQUES, 1952, p. 308).
Guarulhos, proveniente de GUARÚ, é o nome de uma tribo indígena notável
por ser de gente barriguda (SAMPAIO, 1928, p. 211).

25. Sesmaria Tapera de CUNHANBEBA


Manoel Cardoso de Abreu faz referência ao lugar onde habitava Cunhambeba,
chefe dos índios tamoios, que, segundo Marques (1952, p. 209), conduziu em sua
canoa o padre José de Anchieta em direção a São Vicente, quando voltou da aldeia
de Iperoig, onde fora solicitar pazes com os Tamoios de Ubatuba e Laranjeiras.
Cunhanbeba vem de CÛ-NHÃ-BÉBA, o homem de fala mansa (SAMPAIO,
1928, p. 111).

9
26. Serra de IARAGUÂ
Na serra do Jaraguá se deu a primeira descoberta de minas de ouro, em 1590
(MARQUES, 1952, p. 12).
Pode ter vindo de YARA-GUÁ, a bacia do senhor, o vale do dono, ou ser
corrupção de YARA-QUÁ, que significa o dedo de Deus, a ponta do Senhor
(SAMPAIO, 1928, p. 246).

27. Praya de ITÁRARÊ


Foi um arraial situado nas margens do rio do mesmo nome. O rio é afluente da
margem esquerda do Paranapanema e serve de divisa entre São Paulo e Paraná
(MARQUES, 1952, p. 358).
Segundo Sampaio (1928, p. 235), provém de ITÁ-RARÊ, a pedra solapada;
pedra que surge d’água; o conduto subterrâneo; sumidouro. “Indicava os
sumidouros ou solapas feitas pela água através das rochas (...)” (p. 83).

28. Aldeya de YRIRITYBA


Situada no atual Estado do Espírito Santo, provém de RIRI-TYBA, o sitio das
ostras; ostras em abundância; a ostreira. Por corruptela teria se transformado em
Lerityba, Rirituba e Yrirityba (SAMPAIO, 1928, pp. 91 e 299).

29. Serra de VUTURUNA


Morro situado entre os municípios da Cidade de São Roque e a Vila de
Parnaíba (MARQUES, 1952, p. 313).
Vuturuna, que também pode assumir as formas Voturuna ou Buturuna, tem sua
origem em YBYTYR-UNA, o monte negro; a serra negra (SAMPAIO, 1928, pp. 68
e 171).

30. Destricto de CUTIA


Ribeirão afluente da margem esquerda do rio Tietê, onde está a povoação que
dele tirou o nome (MARQUES, 1952, p. 211).
De AGUTÍ ou A-CUTÍ, o indivíduo que come de pé, referência ao animal
deste nome que, segundo Sampaio, (1928, p. 195), tem o hábito “de tomar o
alimento com as patas dianteiras”.

31. Rio PARANÁ


Formado pela reunião dos rios Parnaíba e Rio Grande, deságua na bacia
chamada Rio Prata (MARQUES, 1952, p. 141).
PARÁ-NÃ, o que é semelhante ao mar; denominação dada aos grandes rios
(SAMPAIO, 1928, p. 282; MENDONÇA, 1936, p. 168). O vocábulo indígena, no
corpus e atualmente, sofreu a desnasalação da última sílaba.

Partindo-se do levantamento, seleção e posterior estudo semântico das


ocorrências, estas foram enquadradas na taxionomia proposta por Dick (1996),
totalizando onze classificações:

10
1. Geomorfotopônimos – referentes a formas de relevo terrestre (planícies,
serras, montanhas, montes, morros, planaltos, vales, etc.);
2. Litotopônimos – relativos a elementos minerais (areia, barro, pedra, terra,
lama, etc.);
3. Fitotopônimos – relativos à vegetação terrestre (mata, floresta, etc.);
4. Zootopônimos – referentes à presença de animais (peixe, macaco, porco,
garça, etc.);
5. Animotopônimos – encerram os topônimos relativos à cultura espiritual
(afeto, bondade, liberdade, etc.);
6. Ergotopônimos – relativos a elementos da cultura material do homem (balsa,
barco, anel, etc.);
7. Sociotopônimos – constituídos por aglomerados humanos (aldeia, bairro,
cidade, vila) e por atividades profissionais (boiadeiro, sapateiro, etc.);
8. Somatotopônimos – os relativos metaforicamente às partes do corpo humano
ou do animal;
9. Hidrotopônimos – os que se vinculam aos cursos d’água;
10. Antropotopônimos – os referentes aos nomes próprios individuais (prenome,
hipocorístico, prenome + alcunha, apelidos de família, prenome + apelido de
família);
11. Etnotopônimos – referentes a agrupamentos étnicos, a cidades, países, regiões
ou indicativos de procedência geográfica.

Os dados do corpus abrangem 33 topônimos classificados taxionomicamente


da seguinte forma:

Quadro I – Classificação dos topônimos por categoria toponímica

DENOMINATIVO TOPÔNIMO CLASSIFICAÇÃO


Serra/ Estrada Paranápeacaba/ Paranapeacaba Geomorfotopônimo
Terras/ País Enguaguaçû Geomorfotopônimo
Villa Parnaguá Geomorfotopônimo
Porto Piassaguera Geomorfotopônimo
Serra Vuturuna Geomorfotopônimo

Praya Itárarê Litotopônimo


Rio Curupacê/ Carupacê Litotopônimo

Rio Iuqueriquerê Fitotopônimo


Data Geribatyba Fitotopônimo
Destricto Iuquery Fitotopônimo
Minas Curitiba Fitotopônimo

Iperoýg Zootopônimo
Rio/ Ilha/ Villa/ reconcavo Cananea/ Cananêa/ Cananeya Zootopônimo
Rio/ Forte/ Torre/ Barra Bertioga Zootopônimo
Ilha/ Povoação/ Porto/ Rio Guaibe Zootopônimo
Rio Anhenbý Zootopônimo
Serra Iaguamimbaba Zootopônimo

11
Ribeyro/Colonia/ Campos/ Zootopônimo
Aldeya/ Campo/ Campos Pirátininga/ Piratininga
Aldeya Yrirityba Zootopônimo
Barra Guaratyba Zootopônimo
Destricto Cutia Zootopônimo
Ribeiro/ Rio Tamanduatiý/ Tamanduátiý Zootopônimo

Ribeiro Anhangabaý/ Anhangaboý Animotopônimo

Villa Ubatuba/ Ubatyba Ergotopônimo


Povoação/ Praya/ Villa/ Ergotopônimo
Capitania/ Rio Itánheen/ Itanheen

Villa Cuyaba Sociotopônimo

Serra Iaraguâ Somatotopônimo

Minas/ Rio Paranampanema Hidrotopônimo


Rio Tyete/ Tietê Hidrotopônimo
Rio Paraná Hidrotopônimo

Sesmaria Cunhanbeba Antrotopônimo

Minas Goyas/ Goyazes Etnotopônimo


Destricto Guarulhos Etnotopônimo

Quadro II – Distribuição percentual dos topônimos por categoria

12
10
8
6 Ocorrências
4
2
0
os

H opô os
Fi pôn s

Zo pôn s
os

Er pô os
os

An opô os

s
os
Et pô os
to i m o

to i m o

to m o
im

So oto m
im
m
go nim

ro nim

no nim

m
ci ôni
i

tro ni

ni
at ôn
Li pôn

ôn


So top

p
An top
to

to
ot

t
ot
fo

to

to

o
im
or

id
m
m
eo
G

12
A partir do gráfico acima, percebe-se que a quantidade de zootopônimos e de
ergotopônimos evidencia a importância da flora e da fauna nativas. Ou, melhor dizendo,
a importância que tinham para o indígena e a impressão que causaram no colonizador.
Esses topônimos expressam um forte apelo ao concreto, reflexo do mundo animal, da
constituição do terreno, da vegetação circundante, entre outros, menos constantes, mas
igualmente importantes.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa desenvolvida teve como medida preliminar o levantamento e


seleção de alguns topônimos, mais especificamente 33, relativos à chamada Paulistânia,
presentes no códice setecentista intitulado Memória Histórica da Capitania de São
Paulo e todos os seus Memoráveis Sucessos, de autoria, ainda que contestada, de
Manoel Cardoso de Abreu. O objetivo foi analisar as unidades lexicotoponímicas como
fatos culturais que deixam transparecer elementos significativos relacionados à História,
ao sistema de vida e à visão de mundo adotada pelo grupo, além de fazer uma
classificação taxionômica dos topônimos, observando a motivação que geralmente é
estimulada pela realidade circundante e valorizada pelo denominador no ato de
nomeação.
Ao finalizar este artigo, verifica-se que a difusão da língua tupi na província
teve uma importante contribuição na nomeação dos acidentes geográficos da região de
Serra Acima. A maioria dos topônimos indígenas estudados está originalmente
associada à fauna e à flora nativas e possui uma impressionante força descritiva
proporcionando definições sintéticas e expressivas dos acidentes e lugares que se
aplicam. Em sua maioria esses nomes pertencem a três classes fundamentais: os
zootopônimos, os ergotopônimos e os fitotopônimos.

REFERÊNCIAS

CARDOSO, Armando Levy. Toponímia Brasílica. Rio de Janeiro: Biblioteca do


Exército, 1961.

DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. A Motivação Toponímica e a Realidade


Brasileira. São Paulo: Arquivo do Estado, 1990.

___________________________________ A Dinâmica dos Nomes na Cidade de São


Paulo (1554-1897). São Paulo: Annablume, 1996.

HEAD, Brian Franklin. “Contributos da Arte de Grammatica para o Estudo da Fonética


Histórica Tupi-Portuguesa”. In: PINHO, Sebastião Tavares de, e FERREIRA,
Luísa de Nazaré (coord.). Anchieta em Coimbra (1548-1998). Actas do Congresso
Internacional. Tomo I. Universidade de Coimbra/ Fund. Eng. António de Almeida,
2002.

MARQUES, Azevedo. Apontamentos Históricos, Geográficos, Biográficos, Estatísticos


e Noticiosos da Província de São Paulo. São Paulo: Martins, 1952.

13
MENDONÇA, Renato. O Português do Brasil. Origens, Evolução, Tendências. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1936.

NAVARRO, Eduardo de Almeida. Método Moderno de Tupi Antigo: a língua do Brasil


dos primeiros séculos. Petrópolis: Vozes, 1998.

OLIVEIRA, Marilza de. “Para a história social da língua portuguesa em São Paulo:
séculos XVI-XVIII”. In: Lingüística, 14, 2002, pp.323-351 (versão informatizada).

SAMPAIO, Teodoro. O Tupi na Geografia Nacional. 3ª ed. Bahia: Escola de


Aprendizes Artífices, 1928.

14

Você também pode gostar