Você está na página 1de 10

CENTRO COMUNITÁRIO

DE CAMBURI
ACADÊMICA: YASMIN CAVENAGE SILVA
LOCALIZAÇÃO:

O centro comunitário foi construído em Camburi, uma cidade costeira a 50 km de Ubatuba. Situa-se na Mata
Atlântica, mais especificamente no Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba em São Paulo, onde há
mais de 150 anos, cerca de 50 famílias de quilombolas e caiçaras vivem.
Nesta região costeira, a construção da rodovia BR101 no início dos anos setenta atraiu grileiros de terra, empresas
imobiliárias e especuladores procurando desenvolver estes terrenos usando métodos nem sempre legais para expulsar
os habitantes originais da região. Logo, a sobrevivência da comunidade local, , foi afetada, em especial a
alimentação, dependente da coleta de frutas, agricultura e exploração de madeira, substituída pela pesca primitiva,
plantação de mandioca e turismo.
RESPONSÁVEIS PELO PROJETO:
Projeto de Sven Mouton, construído pelo
escritório CRU! architects em parceria com a ONG
belga Bamboostic, o projeto oferece ambientes
para reuniões, atividades escolares e eventos para
as comunidades locais.

PARTIDO ARQUITEÔNICO:

A premissa era unir a arquitetura com o contexto


histórico, emoldurados em belas edificações de
bambu e terra. Para que tudo saísse conforme o
desejado, os profissionais contaram com a ajuda e
a participação das famílias que residem no local. A
obra também teve o apoio do Instituto Florestal e
da Prefeitura de Ubatuba.
FASE PROJETUAL:
A projeção do Centro Comunitário Cambury
começou em 2004, mas com o passar dos anos
foram feitos alguns ajustes para ampliar o
complexo e comportar toda a população, que
cresce a cada ano.
Para o projeto, três requisitos principais foram
apresentados pela associação local de Camburi:
1. Fornecer um espaço comunitário para abrigar
reuniões, atividades escolares ou outros
eventos, e várias salas separadas para aulas e
para armazenamento de material.
2. Formar uma percepção de centro geográfico
do bairro
3. Integrar o edifício dentro da paisagem
circundante e a escola existente localizada no
mesmo terreno
A comunidade optou primeiramente pela
fundação do edifício administrativo, que
era apenas um espaço para reuniões. Os
anos seguiram e este setor ganhou uma
escola de surf e música, uma sala de
informática, uma biblioteca, um pátio para
a pré-escola, um compartimento para
armazenamento dos instrumentos de
construção e pranchas de surf e o
escritório da associação, onde são
realizados vários eventos.
Depois de um tempo, em 2016, as famílias
desejaram construir uma padaria e uma
cozinha comunitária – o intuito era
empregar as mulheres da aldeia e oferecer
o cardápio local da comunidade para
moradores e visitantes.
TÉCNICAS UTILIZADAS:
Bambu
Terra prensada
Tijolo de adobe

UTILIZAÇÃO DO BAMBU:
O bambu é uma alternativa útil como material
estrutural em substituição ao uso abusivo do aço e
do concreto. Em relação às suas propriedades, o
bambu apresenta grande resistência e boa
trabalhabilidade, além de possuir características
semelhantes às do aço, principalmente quanto à
resistência à tração. O bambu se torna uma
resposta para a construção sustentável, no que diz
respeito à utilização de materiais que contribuam
na redução da problemática vigente na construção
civil.
EXECUÇÃO:
O Centro Comunitário Cambury foi projetado
para ser totalmente ecológico. Sua estrutura se
resume em aproximadamente 500 toras de bambu,
cerca 1.300 garrafas PET, taipa e adobe
O complexo foi orientado na direção do mar para
receber boa ventilação, já que está localizado a
50 metros de terra para dentro da praia. Segundo
Mouton, o telhado foi bastante elevado para
evitar o uso de paredes perpendiculares que
bloqueassem o fluxo de ar no interior. A medida
proporcionou uma eficiência térmica ideal aos
ambientes internos.
“O CRU! ofereceu assistência técnica e
financeira para as obras. Porém, foram os
moradores que decidiram todo o conteúdo e
programa, mesmo com algumas construções sendo
realizadas em diferentes épocas”, revela o
arquiteto Sven Mouton.
RESULATDOS PARA A
COMUNIDADE:

Ao se propor como espaço de conscientização


política e ecológica, o Centro Comunitário oferece à
população local outros meios de autonomia
financeira, em especial o treinamento para a
construção ecológica e outras profissões, caso do
treinamento na padaria comunitária.
Um detalhe interessante é que a intenção da ONG
era treinar os nativos para serem construtores de
bambu, uma profissão com grande potencial na
região. Com isso, o projeto conseguiu tanto oferecer
treinamento educativo quanto melhorar a
infraestrutura comunitária ao redor do centro. Os
membros da comunidade que foram treinados são
frequentemente contratados para construir
estruturas de bambu nas cidades e vilas vizinhas
BIBLIOGRAFIA:

https://estacaomemoriacamburi.wordpress.com/2012/04/28/turismo-ecologico-em-ubatuba-sp/
https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v1i76p158-200
https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/19.217/7186
https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cru-architects
https://m.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/cru-architects_/centro-comunitario-cambury/5373
https://casa.abril.com.br/arquitetura/centro-comunitario-e-desenvolvido-junto-aos-moradores-de-
camburi
https://www.ecodebate.com.br/2019/07/04/uso-de-bambu-na-construcao-civil-artigo-de-roberto-
naime/
https://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/principia/article/viewFile/4366/1725

Você também pode gostar