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1. Apresentação
O empreendimento de intervenções para redução de risco de inundações nas bacias dos córregos
Cachoeirinhas, Pampulha e Onça, localizadas nas Regionais Norte, Nordeste e Pampulha, está
sendo executado pela Sudecap, em conformidade com o Plano Diretor de Drenagem Urbana de
Belo Horizonte – PDDU e o acompanhamento social, sob responsabilidade da Urbel, de acordo com
as normativas do Governo Federal e da Política Municipal de Habitação de Belo Horizonte.
A Urbel, por meio da ASP – Assessoria Social e Pesquisa, está executando o Projeto de Trabalho
Social - PTS e o Plano de Reassentamento e Medidas Compensatórias. As ações sociais propostas
no PTS foram planejadas e pautadas no fortalecimento da participação comunitária e na
minimização dos impactos inerentes às intervenções.
No caso do Ribeirão Onça destaca-se a ocupação irregular ao longo de suas margens, o que
compromete o curso d’água e a vegetação ciliar, pelo lançamento de água servida, lixo e entulho no
seu leito, provocando situações de inundações e alagamentos e expondo a população ao risco de
contágio por doenças de veiculação hídrica.
Para funcionalidade das intervenções no sistema de drenagem e redução dos riscos de inundação,
está em andamento o processo de remoção de aproximadamente 1.500 famílias, moradoras das
margens do Ribeirão Onça, nos Bairro Ouro Minas, Novo Aarão Reis e Ribeiro de Abreu. Para
definição das remoções foi elaborado pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Sudecap, um
projeto que identifica toda a mancha de inundação do Ribeirão Onça, caracterizando as áreas em
situação de risco.
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PAC BACIAS – PARQUE CILIAR DO RIBEIRÃO ONÇA
3. Ações Socioambientais
As ações socioambientais vêm acontecendo desde o início da execução do PTS com o objetivo de
promover mudanças de atitude e valores em relação à preservação do meio ambiente, ao
patrimônio e à vida saudável; buscando, portanto, permitir que o ser-humanio viva num ambiente o
mais equilibrado possível.
Nesta perspectiva, desde 2016 um conjunto de processos participativos e autogeridos vêm sendo
protagonizado pelas comunidades (especialmente Ribeiro de Abreu, Novo Aarão Reis e Conjunto
BCBTU) e apoiado pelo PAC Bacias, na perspectiva de garantir que as pessoas possam “Viver com
o Rio Vivendo”1. Isso significa dizer que no bojo da implementação desses processos participativos,
está a necessidade de morar em um ambiente adequadamente equibibrado e reconstituído (ou
reconfigurado?) a partir da percepção de todos que ali convivem.
Nesse percurso, a comunidade juntamente com o PAC assumiram esse processo e consensuaram
o rumo a seguir. À proporção que as famílias eram removidas das áreas de risco de inundação e os
espaços eram liberados com as demolições dos imóveis, o espaço foi reconfigurado e novos usos
foram garantiidos. No bairro Ribeiro de Abreu, exemplo, após diversos encontros com a comunidade
para definição de uso do espaço, foram executadas ações atinentes ao trabalho social que
contribuíram com as transformações desejadas: mutirão de limpeza das margens do Ribeirão;
cursos de manuseio e criação com bambu, matéria prima muito disponível na região, que
culminaram com a instalação de cercas e mobiliários urbanos e brinquedos; oficinas de jardinagem
que proporcionaram plantio de mudas; oficinas sobre uso de material reciclado que contribuíram
com a instalação de brinquedos, mesas e bancos ao longo da área liberada, entre outros.
De forma a dar continuidade a essas atividades e propor intervenções conjuntas nas áreas que vem
sendo desocupadas pelas remoções das famílias está sendo proposta a realização de oficinas com
moradores de todos os bairros afetados, para uma discussão mais ampla com relação à destinação
e uso de toda a margem do Ribeirão Onça, transformando as áreas de risco ocupadas em um
parque ciliar comunitário.
Essas atividades devem pautar-se nas diretrizes do trabalho social e uma proposta metodológica
que garanta o atendimento aos objetivos do projeto de trabalho social do empreendimento.
Ressalta-se que além de possibilitar a eliminação da situação de risco e a preservação das margens
do Ribeirão Onça, as ações coletivas ao longo da mancha de inundação favorece a apropriação
comunitária desses espaços e impede que novas ocupações irregulares se estabelecam.
Assim, que dentro de uma perspectiva participativa, espera-se que a comunidade coninue
protagonizando o trabalho de forma que as oficinas sejam, de fato, um trabalho útil contextualizado
com as expectativas das famílias e exequível do ponto de vista dos tempos e em relação aos
parceiros.
4. Suportes metodológicos
1
“Viver com o Rio Vivendo” é um lema (ou Bandeira de Luta) que as comunidades, especialmente Ribeiro
de Abreu, Novo Aarão Reis e Conjunto CBTU vem utilizando para salvaguardar as propostas do Ribeirão
Onça e pô-lo fora de perigo. Esse lema está estampado, também nos informes e peças publicitárias e de
marketing das iniciativas comunitárias.
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PAC BACIAS – PARQUE CILIAR DO RIBEIRÃO ONÇA
Apresentamos os suportes necessários ao fomento e realização das oficinas junto aos moradores
do Ribeirão Onça.
Neste sentido, seja qual for o ponto de chegada das atividades e os produtos que se queiram, é
importante assegurar o protagonismo comunitário como um condicionante para garantir os
elementos desejados.
4.2 Suporte 2: Identidade - Considerando a diversidade local e a extensão das áreas de remoções,
aliados aos novos contornos da Mancha de Inundação, precisa-se assegurar que todas as
propostas contemplem e considerem todas as especificidades e os contextos locais. Isso significa
dizer que todo o trabalho deverá, necessariamente, assegurar os sentimentos de pertencimento, as
identidades do lugar, suas características, as vivências e experiências acumuladas no tempo.
4.3 Suporte 3: Representatividade é uma dimensão que deve de ser considerada no percurso
metodológico das oficinas. Sem representatividade, não haverá identificação com os itens
propostos. Assim, devem-se garantir a particição dos seguintes entes: a) conselhos comunitáridos,
b) associações de moradores, c) escolas, d) igrejas, e) posto de saúde, pessoas ligadas ao esporte,
à cultura e ao lazer, etc.
4.4 Suporte 4: usos coletivos - Importante assegurar que a metodologia fomente a criação e
recriação de espaços de usos coletivos e inclusivos. Espaços esses que criam e fortalecem
conexões em diferentes níveis de influência.
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Devido à extensão da mancha de inundação e das áreas onde os trabalhos vem sendo realizados,
as comunidades em reunião no Comupra no dia 15/10/2019, decidiram dividir-se em dois grandes
grupos que seria metodologicamente chamado de GT1 e GT2. Após uma longa e proveitosa
discussão, ficou estabelecido que o Grupo de Trabalho 1 (GT1) seria composto pelos moradores
dos Bairros Ribeiro de Abreu, Conjunto Ribeiro de Abreu, Areia Branca e Conjunto CBTU e o Grupo
de Trabalho 2 (GT2) pelos moradores dos Bairros Novo Aarão Reis, Belmonte e Ouro Minas. Esses
grupos foram organizados a partir das proximidades locacionais e, também, pelas afinidades
comunitárias que já são vivenciadas nas didâmicas cotidianas dos lugares. O lugar como uma via
de referência do indivíduo, que transcende ao aspecto puramente locacional, assumindo
significados associados à história de vida de cada um, num particular momento da história, num
determinado padrão cultural. Nesse sentido, coube-se, apenas, atender a um pressuposto que já se
tem estabelecido nas margens do Ribeirão Onça.
GRUPO BAIRROS
Grupo de Trabalho 1 (GT1) Ribeiro de Abreu, Conjunto Ribeiro de
Abreu, Areia Branca e Conjunto
Grupo de Trabalho 2 (GT2) Novo Aarão Reis, Belmonte e Ouro Minas
Assim, o lugar no grupo serve para conferir noção de pertencimento ao indivíduo. A noção de
pertencimento implica em ações objetivadas no sentido de que o indivíduo não é passivo nem
tampouco alheio às circunstâncias. Ele age e reage de um modo efetivo e intencional. Significa uma
tomada de consciência sobre sua própria história, na perspectiva de sua participação. Nesse
sentido, coube-se, apenas, atender a um pressuposto que já se tem estabelecido nas margens do
Ribeirão Onça.
5. Detalhamento da metodologia
Para se chegar aos objetivos traçados, esse trabalho está metodologicamente dividido em QUATRO
ETAPAS e em SEIS encontros, distintos, mas que se interconectam pela importância e natureza
que possuem.
Todos os encontros deverão ser conduzidos em estreita colaboração com a equipe técnica social do
PAC Bacias/URBEL e com os órgãos municipais de planejamento, gestão e intervenção territorial.
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Sistematização das
Reunião Ampliada de 30/11/2019, às 8h30 -
Etapa I preparação
Encontro 1 - Ampliado Grupos 1 e 2
CRAS Novo Aarão Reis
falas, testemunhos e
proposições
5.1.5 Prazo:
07 dias após realização da atividade
A Elaboração dos Biomapas deve ocorrer a partir da observação da participação dos moradores e
sua percepção do local em que vivem, em relação ao meio ambiente e à melhoria das condições de
vida, a partir da mudança de valores, hábitos e atitudes. Também deve ser considerada a interação
entre os participantes e a capacidade de analise e tomada de decisão sobre os problemas.
Trata-se, em síntese, de identificar intenções e potencialidades para elaboração dos biomapas das
seis áreas que compõe o Parque Ciliar do Ribeirão Onça. O Biomapa se constituirá em uma
referência inicial para realização de propostas de uso e ocupação coletiva das áreas desocupadas
pela remoção das famílias da área de inundação.
b) construção de propostas concretas e exequíveis para uso coletivo das margens do Ribeirão
Onça: A construção das propostas têm como ponto de partida os biomapas que serão elaborados
no momento anterior.
Argumentação e definição em torno das alternativas propostas; avaliação das competências dos
diversos atores envolvidos, dos recursos e estratégias de implementação, cronogramas,
parâmetros de avaliação.
5.2.5 Prazo:
07 dias após realização da atividade
5.3.1 A Etapa III compreende, principalmente, a adequação e filtragem das propostas a partir de
uma analise mais técnica e pormenorizada da Urbel. filtragem construção das propostas de ação no
território, utilizando o Biomapa elaborado na etapa anterior, como instrumento de análise e
participação social em planejamento local. Devem ser considerados quesitos como funcionalidade,
exequibilidade, representatividade, sustentabilidade, dentre outros, na definição das propostas de
ocupação, uso e preservação das áreas que estão sendo desocupadas pelo processo de remoção e
reassentamento.
5.3.4 Prazo:
07 dias após realização da atividade
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Produto Final
Relatório final com descrição de todo o processo, das atividades realizadas, do cumprimento dos
objetivos, contendo uma avaliação sobre a metodologia utilizada, assim como da participação e
representatividade alcançada.
Subprodutos:
Lista de Presença
6. MATERIAIS NECESSÁRIOS:
Listas de presença (formato Urbel);
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Mapas impressos;
Papel kraft;
Folhas de papel, do tipo post it;
Caneta hidrocor, lápis, lápis de cor, lápis de cera;
Banner com biomapa proposto.
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