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OUTUBRO/2015
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Coordenação Técnica:
Arq. Cláudia Damasio
Econ. Gevaci Perroni
Arq. Jacqueline Menegassi
Responsabilidade Técnica:
Arq. Jacqueline Menegassi
Equipe Técnica:
Adm. Renato Gomes
Adm. Rodrigo Maica
Econ. Tiago Silveira
Acad. Pedro Hameister
Acad. Manoela Cagliari Tosin
Rodney Miranda
Prefeito
Mariana Bettatello
Assessora SEMDU
DIAGNÓSTICO
RELATÓRIO 1 – DIAGNÓSTICO DO SETOR HABITACIONAL
Sumário
APRESENTAÇÃO 10
1. ASPECTOS SOCIOECÔNOMICOS 12
1.1. CONTEXTO HISTÓRICO 13
1.2.5. Investimentos 36
2. TERRITóRIO E POPULAÇãO 39
2.1. ASPECTOS FÍSICOS E AMBIENTAIS DO TERRITÓRIO 40
3. NECESSIDADES HABITACIONAIS 83
3.1. NECESSIDADES HABITACIONAIS - ALTERNATIVAS DE CÁLCULO 84
3.2. CADASTRO DA DEMANDA HABITACIONAL (PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA) 105
4.2. AS AÇÕES REALIZADAS PELO MUNICÍPIO COM FINANCIAMENTO ESTADUAL E FEDERAL 122
Figuras
Figura 01 - Origens da Conurbação Urbana – Primeira e Segunda Ponte 16
Figura 02 - Ocupação Territorial do Município de Vila Velha, 1968 18
Figura 03 - Ocupação Urbana no período 1970-1978 20
Figura 04 - Ocupação Urbana no período 1998-2010 22
Figura 05 - Quantidade de projetos anunciados por município - Espírito Santo 2013-2018 37
Figura 06 - Uso do Solo RMGV 41
Figura 07 - Mapa APPs e Unidades de Conservação da RMGV 42
Figura 08 - Elementos naturais de destaque no município de Vila Velha 43
Figura 09 - Áreas de Interesse Ambiental no Município de Vila Velha 44
Figura 10 - Carta de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações município
de Vila Velha - ES 46
Gráficos
Gráfico 01 – Taxa de Urbanização Comparada 14
Gráfico 02 - Evolução da População nos municípios da RMGV 15
Gráfico 03 – PEA 2010 RMGV e Vila Velha 28
Gráfico 04 - Distribuição dos Domicílios segundo Região Administrativa. 73
Gráfico 05 - Distribuição dos DPP em Situação de Pobreza nas Regiões 74
Gráfico 06 - Distribuição dos DPP com Renda Domiciliar de até 3 SM nas Regiões 75
Gráfico 07 - Distribuição da Demanda Habitacional – Aglomerados Subnormais e
Cadastro Habitacional 76
Gráfico 08 - Distribuição da Demanda Habitacional – Cadastro Habitacional 76
Gráfico 09 - Déficit Habitacional RMGV 90
Gráfico 10 - Contribuição no Déficit Metropolitano 91
Gráfico 11 - Composição do déficit habitacional de Vila Velha (%) 92
Gráfico 12 - Déficit dos municípios da RMGV por renda 93
Gráfico 13 – Comparativo entre os dados da FJP de 2000 e 2010 referentes ao número de
domicílios com carência de serviços de infraestrutura 95
Gráfico 14 – Comparativo entre os dados da FJP de 2000 e 2010 referentes ao número de
domicílios com ausência de unidade sanitária domiciliar exclusiva 95
Gráfico 15 – Participação dos municípios no Déficit da RMGV 104
Gráfico 16 – Composição do Déficit 105
Gráfico 17 – Cadastro Habitacional por renda 106
Gráfico 18 - Síntese histórica da institucionalização da política de HIS no Estado do ES 119
Gráfico 19 - Distribuição das Unidades habitacionais produzidas pelo INOCOOP-ES com recursos do
SFH por Municípios (%) 124
Gráfico 20 - Evolução da produção Habitacional de Mercado 129
Gráfico 21 - Evolução das Unidades Concluídas nos Municípios Metropolitanos 130
Gráfico 22 – Receita município Vila Velha 149
Quadros
Quadro 01 - Reuniões Realizadas 11
Quadro 02 - Distribuição da População por bairros (%) e os dez bairros mais populosos 51
Quadro 03 - Distribuição dos Domicílios segundo Bairros (%) 52
Quadro 04 - Distribuição dos Domicílios segundo Renda Domiciliar (%) 54
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Tabelas
Tabela 01 – Dinâmica Demográfica Estados do Sudeste 23
Tabela 02 - População dos Municípios RM Grade Vitória 24
Tabela 03 – Dinâmica Demográfica RM da Grande Vitória 25
Tabela 04 – Taxa de Urbanização de Vila Velha 25
Tabela 05 – Migração interna no Espírito Santo: os 10 municípios que mais receberam habitantes
(%) 26
Tabela 06 – Migração interna no Espírito Santo: População Recebida 26
Tabela 07 – Migração interna no Espírito Santo: os 10 municípios que mais receberam habitantes –
Valores Absolutos 26
Tabela 08 – Domicílios Particulares Permanentes com renda domiciliar per capita menor do que
1/8 de salário mínimo 27
Tabela 09 – Domicílios Particulares Permanentes com renda domiciliar per capita menor do que
1/2 salário mínimo 28
Tabela 10 – Dinâmica da População Economicamente Ativa 29
Tabela 11 – Valor Adicionado Bruto Total – 2012 – Região Metropolitana da Grande Vitória 30
Tabela 12 – IDH Municipais Região Metropolitana da Grande Vitória 31
Tabela 13 – IDH Estados do Sudeste 31
Tabela 14 – índice de Gini dos Municípios da Região Metropolitana da Grade Vitória 32
Tabela 15 – índice de Gini dos Estados do Sudeste 32
Tabela 16 – Domicílios Particulares Permanentes Ocupados e Não Ocupados. 50
Tabela 17 - Domicílios com Rendimento Mensal Per Capita e Domiciliar 53
Tabela 18 - Atendimento dos serviços de infraestrutura básica. 56
Tabela 19 - Condições de Urbanização – Características do Entorno 59
Tabela 20 - População e Domicílios segundo Regiões Administrativas 72
Tabela 21 - Grau de Urbanização segundo Regiões Administrativas 73
Tabela 22 - Distribuição da População segundo renda e da demanda habitacional 74
Tabela 23 – Déficit no Estado do Espírito Santo (2010) 88
Tabela 24 – Componentes do Déficit no Estado do Espírito Santo (2010) 88
Tabela 25 – Déficit das Famílias sem Rendimento e com Renda de 0-3 SM (2010) 89
Tabela 26 - Déficit Habitacional do Espírito Santo 2012 (dados PNAD) 89
APRESENTAÇÃO
Este volume (1) apresenta o relatório do Diagnóstico do Setor habitacional que
consolida a segunda etapa do Plano Local de Habitação de Interesse Social de Vila Velha,
conforme Contrato 014/2015. Soma-se a este volume, um segundo (Volume 2) contendo o
Relatório de Levantamento e Análise de Dados e o Relatório da Participação Popular, como
especificado no Plano de Trabalho já apresentado e aprovado.
O Diagnóstico do Setor Habitacional consiste na Etapa 2 do processo de elaboração do
PLHIS, e abrange 3 procedimentos sequenciais que resultam em 3 relatórios
complementares, quais sejam:
I. as atividades de coleta, sistematização e análise de dados relacionados a
distintas temáticas relacionadas com a questão habitacional;
II. as atividades de busca e levantamento de dados junto aos representantes da
população do município, a capacitação destes quanto a Política Nacional de
Habitação e a necessária homologação destes quanto ao diagnóstico elaborado e
III. a elaboração de um Diagnóstico do Setor Habitacional do município que irá
subsidiar os debates para as tomadas de decisões quanto ao planejamento da
questão habitacional de Vila Velha.
As atividades sistematizadas nos relatórios descritos acima ocorreram entre os dias
13/05 e 03/09 de 2015 e contaram com o envolvimento não apenas dos técnicos da SEMDU
(Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Mobilidade) e consultoria, mas de muitos técnicos
da Prefeitura Municipal de Vila Velha que puderam compartilhar seus pontos de vistas sobre
a questão habitacional em Vila Velha através das entrevistas realizadas. Também foram
realizados reuniões com o movimento organizado de luta pela moradia, bem como os
representantes do Conselho Municipal de Habitação, fortalecendo uma visão mais ampla do
município.
1. ASPECTOS
SOCIOECÔNOMICOS
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1
Essa transformação se inseria em um projeto maior, dentro de um modelo de crescimento determinado pelo
governo federal e centrado na expansão dos setores produtores de bens intermediários industriais (aço,
minério de ferro aglomerado, celulose etc.). No Espírito Santo resultou principalmente da expansão da Cia.
Vale do Rio Doce e da implantação da Cia. Siderúrgica de Tubarão, da Samarco Mineração e da Aracruz
Celulose.
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Dados: IBGE
Dados: IBGE
Fonte: IJSN-ES/CAR-UFES
Vila Velha teve um crescimento lento e pouco representativo até a primeira metade do
século XX. A partir da segunda metade do século XX, as mudanças econômicas
proporcionaram à Vila Velha alterações significativas em sua dinâmica urbana.
No início da década de 1960 Vila Velha possuía o maior número de bairros e população
do Espírito Santo. Segundo documento pesquisado5 seu centro urbano concentrava-se na
sede municipal e possuía pequeno comércio em expansão. Ainda na década, Vila Velha
apresentou uma aceleração em seu crescimento estimulado pela conclusão e pavimentação
da Rodovia Carlos Lindemberg, que ligaria o município à capital e facilitaria o surgimento de
novos eixos de expansão urbano.
2
A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 foi delegado aos estados instituir regiões
metropolitanas.
3
Os dados para o resgate da instituição de um sistema de planejamento e gestão da RMGV foram retirados do
documento publicado pelo Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento – Jones Santos Neves-ES.
Região Metropolitana da Grande Vitória – Sistema gestor e Informações Básicas. Vitória. 2005.
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Os dados e mapeamentos que constam deste capitulo tem por principal referencia dissertação de mestrado
apresentada ao do Programa de Pos Graduação em Arquitetura e urbanismo da UFES, em 2013, de autoria de
Daniele Goldner Garcia, intitulada “Desafios da Expansão Urbana em Áreas Ambientalmente Frágeis – o
Entorno da Rodovia Darly Santos – Vila Velha; e artigo da autora publicado na internet – “Configurações
Urbana do Município de Vila velha/ES: Reflexões sobre Espaços Livres e Áreas Ambientalmente Frágeis.
5
Goldner Garcia, Daniele. “Desafios da Expansão Urbana em Áreas Ambientalmente Frágeis – o Entorno da
Rodovia Darly Santos – Vila Velha. UFES, Vitória, 2013.
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Todo o mapeamento apresentado e sua analise foi retirado de artigo publicado por Goldner Garcia,
conforme já citado em referencia anterior. “Configurações Urbana do Município de Vila velha/ES: Reflexões
sobre Espaços Livres e Áreas Ambientalmente Frágeis.. Acessado em:
https://silviomacedo.files.wordpress.com/2011/11/artigo-6.pdf
(...) “Vinte anos depois o mapeamento registra uma expansão no entorno das áreas
previamente consolidadas e também a expansão na direção sul do município,
transpondo o limite físico do Rio Jucu e iniciando a ocupação na direção Sul. É
perceptível que a ocupação dessa região ocorre em paralelo à consolidação da Rodovia
ES 060 - Rodovia do Sol, conectada à nova ponte Deputado Darcy Castello de
Mendonça conhecida como “Terceira Ponte”. A formação desse novo eixo viário
influenciou na ocupação do território ao longo de sua extensão.
Apesar da existência da Rodovia Darly Santos, seu entorno era pouco ocupado
reforçando sua função de ligação entre a área portuária e o sul do Estado. Vila Velha já
possuía, nesta década, áreas urbanas consolidadas como o centro municipal e a orla
marítima e também vazios urbanos concentrados especialmente na região de Barra do
Jucu/Ponta da Fruta e no entroncamento da Rodovia Darly Santos com a Rodovia do
Sol, sendo esta última uma área alagadiça composta pelas bacias do rio Jucu e Xuri
sendo consideradas na época, áreas de preservação.
Em 2010, percebe-se que a implantação da Rodovia do Sol, proporcionou um novo
eixo de ocupação urbana em Vila Velha, atraindo novos loteamentos e também uma
grande área de ocupação irregular pela população ávida por habitação e desprovida de
emprego.
O crescimento das atividades portuárias influenciou para que a Rodovia Darly Santos
se constituísse numa importante ligação entre o sul do estado e o porto localizado ao
norte do município sem a necessidade da circulação pelo centro de Vila Velha.
No mapa de concentração urbana, datada do ano de 2010, a expansão da cidade ainda
é evidente. Cortada por três importantes eixos viários, Vila Velha se consolida na área
norte e em seus entornos imediatos. As expansões se dão perante a extensão dos
novos eixos viários como a Rodovia ES 060 e a Rodovia Darly Santos. Atualmente, um
novo vetor está em fase de implantação, a denominada Rodovia Leste-Oeste, que
conectará o complexo portuário de Vila Velha a BR-262, em Cariacica, desviando das
áreas urbanizadas dos dois municípios”. (Goldner Garcia, 2011 e 2013)
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Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvovimento – Jones Santos Neves-ES. Região Metropolitana da Grande
Vitória – Sistema gestor e Informações Básicas. Vitória. 2005.
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O presente estudo tem como intuito de servir de subsídio para a Política de Habitação
de Interesse Social, ou seja, com foco na população mais
carente do município. Dessa forma, estaremos destacando principalmente a população que
possui menor renda, para tanto, daremos ênfase aos que possuem como renda domiciliar
per capita menor que 1/8 de salário mínimo, o que corresponderia à extrema pobreza; e
renda domiciliar per capita menor que 1/2 de salário mínimo, que representa o corte de
pobreza. Abaixo destacamos os municípios da região metropolitana que mais se sobressaem
quando tratamos dos Domicílios Particulares Permanentes (DPP) com renda domiciliar per
capita menor que 1/8 de salário mínimo e analisamos o caso de Vila Velha.
Dentre os sete municípios da região metropolitana, Vila Velha é o com menor
percentagem de domicílios particulares permanentes com renda domiciliar per capita até
1/8 de salário mínimo, cerca de 3% de DPP. Logo atrás dele vêm Vitória (3,3%) e Fundão
(4,1%). A região metropolitana como um todo também apresenta um percentual de 4,1% de
domicílios particulares permanentes com renda domiciliar per capita até 1/8 de salário
mínimo. Dos municípios analisados, aqueles que apresentam maior população
extremamente pobre em relação aos seu domicílios particulares permanentes, segundo o
critério adotado, são Viana (6,4%), Guarapari (5,2%) e Cariacica (4,8%).
Tabela 08 – Domicílios Particulares Permanentes com renda domiciliar per capita
menor do que 1/8 de salário mínimo
Municípios com maior percentual
Municípios Urbano Rural Total
Metropolitana 21.207 4,0% 532 6,7% 21.739 4,1%
Cariacica 4.938 4,7% 267 8,0% 5.205 4,8%
Serra 5.732 4,6% 26 4,1% 5.758 4,6%
Viana 1.163 6,5% 53 4,9% 1.216 6,4%
Vitória 3.600 3,3% 0 - 3.600 3,3%
Vila Velha 3.968 3,0% 28 5,6% 3.996 3,0%
Fundão 162 3,6% 54 6,6% 216 4,1%
Guarapari 1.644 5,2% 104 6,8% 1.748 5,2%
Fonte: IBGE.
O estudo também analisou aquela população pobre, domicílios cuja renda domiciliar
per capita até ½ salário mínimo. O município de Vitória concentra a menor população
pobre, de 12%, em relação aos domicílio particulares permanentes dentre os municípios da
Região Metropolitana da Grande Vitória. Seguida de Vila Velha, com 13,7%. Todos os outros
cinco município possuem uma porcentagem de pobres maior que a da região metropolitana
como um todo, que é de 17,8%. Viana é o município que apresenta a maior concentração de
domicílio particulares permanentes com renda domiciliar per capita de até ½ salário mínimo,
mais de ¼ (25%) dos domicílios encontram-se nessa situação.
Como podemos observar nos dois gráficos acima, as proporções da PEA de Vila Velha e
da Região Metropolitana da Grande Vitória são muito semelhantes, ambas possuem a PEA
ocupada em relação a população com mais de 18 anos com cerca de 70%, já a PEA
desocupada em ambos os casos é de 23%.
8
Segundo o IBGE: População Economicamente Ativa compreende o potencial de mão de obra com que pode
contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada, assim definidas: população
ocupada – aquelas pessoas que, em um determinado período de referência, estavam exercendo atividade
remunerada, ou que estavam empregadas sem trabalhar (por exemplo, em período de férias). População
Desocupada - aquelas pessoas que não estavam exercendo atividade remunerada, em um determinado
período de referência, mas estavam à procura de emprego (consultando pessoas, jornais, etc.).
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Tabela 11 – Valor Adicionado Bruto Total – 2012 – Região Metropolitana da Grande Vitória
R$ 1.000
PIB per
VAB
Nome do município INDÚSTRIA capita
AGRO SERVIÇOS munic./VAB
TOTAL (R$)
RM Vitória
Vila Velha 12.094 1.312.890 4.872.844 6.197.828 14,0% 17.732,35
Vitória 7.703 5.174.371 13.184.272 18.366.346 41,6% 86.009,28
Viana 22.640 336.950 652.385 1.011.975 2,3% 18.732,92
Serra 33.387 4.025.987 7.658.282 11.717.656 26,5% 35.144,20
Guarapari 36.947 140.109 945.826 1.122.882 2,5% 11.393,12
Fundão 25.187 150.279 131.902 307.368 0,7% 19.068,38
Cariacica 11.909 1.097.027 4.307.670 5.416.606 12,3% 19.212,59
Fonte: IBGE.
O segundo projeto estruturante com maior interface com o PLHIS é o Prevenção aos
Alagamentos (1 da área Desenvolvimento Sustentável) tem como objetivo “reduzir os
efeitos negativos que os alagamentos decorrentes de chuvas provocam na cidade”. Suas
prioridades todas tem grande interface com o tema das HIS:
Também destacamos devido sua relação com o PLHIS o projeto estruturante Meio
Ambiente e Sustentabilidade (3 da área Desenvolvimento Sustentável) que busca “preservar
áreas verdes da cidade e estimular atitudes sustentáveis”. Das suas três prioridades
destacamos a primeira:
i) Implantar parques urbanos;
ii) Implantar e revitalizar unidades de conservação existentes na cidade e
iii) Implantar plano de arborização da cidade.
O quinto projeto que merece destaque no PLHIS é o Urbanização das Grandes Santa
Rita e Terra Vermelha (7 da área Desenvolvimento Sustentável) que tem como objetivo
“dotar esses aglomerados urbanos de infraestrutura e serviços que permita melhorar a
qualidade de vida dos moradores”. Também, deste projeto estruturante, colocamos que
todas as suar prioridades tem grande relação com o tema:
i) Realizar serviços de drenagem, pavimentação e iluminação de vias;
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Outro projeto estruturante com maior interface com o Plano é o Mobilidade Urbana
(1 da área de Serviços à Cidade) que visa melhorar as condições de mobilidade. Destaca-se
as prioridades iii e iv:
i) Implantar sinalização de logradouros e bairros;
ii) Reabilitar a Rodovia Carlos Lindemberg;
iii) Reorganizar avenidas com implantação de binários;
iv) Melhorar a acessibilidade nos logradouros públicos e
v) Construir ciclovias interligando bairros da cidade.
Também da área Serviços à Cidades, o oitavo projeto que se destaca por uma maior
interface com o tema da Habitação de Interesse Social é o Infraestrutura Urbana com o
objetivo de “expandir a infraestrutura urbana da cidade”. Deste projeto destaca-se a
segunda prioridade.
i) Construir e adequar pontes;
ii) Realizar a pavimentação e drenagem de vias da cidade.
1.2.5. Investimentos
O Instituto Jones dos Santos Neves vem desde o ano de 2000 fazendo um estudo sobre
os investimentos anunciados para o estado do Espírito Santo. Em setembro de 2014
lançaram uma publicação que traz os principais investimentos para o período de 2013 a
2018. Com base nesse estudo podemos apontar aqueles projetos que mais podem impactar
o município de Vila Velha.
Levando em consideração aqueles investimentos superiores a 1 milhão de reais
(objeto do estudo do IJSN), no ano de 2013-2018 a carteira de investimentos anunciados
atingiu o montante de R$ 120,2 bilhões distribuídos em 1.278 projetos
Assim como em anos anteriores, o setor de Energia representa a maior parcela dos
investimentos dentre os 10 setores estudados, com 45% do montante anunciado
no período, seguido pelo setor Industrial, com 18,8%, e pelo setor de Terminal
Portuário/Aeroporto e Armazenagem, com 13,5%. (IJSN, 2014)
Fonte: IJSN
Como podemos observar, Vila Velha tem a maior população entre os municípios da
Região Metropolitana da Grande Vitória, também é o segundo município que mais recebe
habitantes de fora (muitos deles da própria RMGV). Embora em um ritmo de crescimento
menor que da década de 1991 a 2000 (censos), Vila Velha continua crescendo em sua
população, que exigirá mais serviços e infraestrutura urbana.
Do ponto de vista da produção, Vila Velha também é um gigante local, como colocado,
o município possuí grande participação do Valor Adicionado Bruto metropolitana, tem 2/3
de sua população em alguma atividade econômica e destes 70% em atividades formalizadas.
Possuí uma população pobre (rendimento domiciliar per capita até ½ salário mínimo) menor
percentualmente que a mesma população para a Região Metropolitana. Porém, devido a
grande população, o PIB per capita do município fica atrás de outros municípios com uma
dinâmica de produção menor que Vila Velha.
Os dados de desenvolvimento apontam que o município enquadra-se no nível alto
considerado pelo Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento, índice esse só
menor que Vitória, se comparado com o municípios da RMGV. Porém seu Índice de Gini, que
mede a desigualdade de renda, aponta para uma tímida melhora, ou seja, um pequeno
passo para uma renda mais igual, mas ainda um dos mais desiguais dos municípios
metropolitanos.
Vila Velha apresenta uma importante carteira de projetos em seu Planejamento
Estratégico, que devem ser observados para o planejamento da questão habitacional.
Somado a esses projetos locais, observa-se que o município é um grande polo receptor de
inúmeros investimentos privados que certamente terão no futuro influencia sobre as
características sócias econômicas do município.
2. TERRITÓRIO E POPULAÇÃO
responsável por quase todo abastecimento de água potável de Vila Velha que desemboca
no Oceano Atlântico e que praticamente divide o município. Os principais canais são o Canal
da Costa; Canal de Guaranhuns, Canal de Cobilândia e o Canal Bigossi.
Vila Velha esta dividida em quatorze sub-bacias de drenagem da cidade constituídas
por planícies fluvio-marinhas, com canais influenciados pela movimentação das marés,
sendo as bacias do Aribiri, do Canal da Costa e do Canal de Guaranhuns, e do Jucu as de
maior extensão.
Lagoas e nascentes também integram este sistema hídrico a ser preservado. Segundo
Código de Meio Ambiente as lagoas a serem preservadas no município são: Lagoa de
Jabaeté; Lagoa de Itanhangá; Lagoa de Interlagos; Complexo Lagunar de Jacuném; Lagoa
Grande e Lagoa Encantada. As nascentes correspondem à Nascente de Nossa Senhora da
Penha; Complexo de nascentes do Morro do Pão Doce; Nascente de Inhoá e Nascente do rio
Aribiri. A figura seguinte localiza de forma esquemática todos os elementos acima referidos.
Figura 08 - Elementos naturais de destaque no município de Vila Velha
Fonte: PDM/PMVV
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Pelas características físicas apresentadas (o predomínio das áreas planas, cortadas por
expressivo sistema hídrico - rios e canais sujeitos ao fluxo das marés), o território de Vila
Velha torna-se potencialmente alagável, particularmente em época de chuvas intensas e
prolongadas que levam ao transbordamento dos mesmos.
O crescimento desordenado da ocupação e as ações realizadas para conter o
transbordamento dos cursos d’águas ou para permitir a ocupação da planície de inundação e
áreas alagáveis, com a retificação do Leito dos cursos d’águas, aterro para construções das
estradas, o aumento das edificações e impermeabilização do solo, transformaram a
dinâmica hídrica natural agravando o quadro de inundações.
Apesar de inúmeras obras realizadas, o Plano Diretor Municipal de Drenagem Urbana
Sustentável (PDDUS/2011) expressa a impotência das obras corretivas como a construção do
dique de contenção de terra ao longo do Rio Jucu e o dispositivo de controle composto pela
bateria de comportas mecânicas na saída do canal Guaranhuns. Atualmente, outros estudos
vêm sendo desenvolvidos, de maior amplitude, pelo governo Estadual para o enfrentamento
dos alagamentos constantes – são ações para o controle dos Rios Marinho e Formate e das
Bacias Urbanas do município.
Além dos alagamentos, outras fragilidades ambientais podem oferecer risco à
ocupação. Estudos vêm sendo desenvolvidos em âmbito nacional para melhorar a atuação
dos gestores frente ao crescente quadro ocorrido de desastres naturais. O CPRM 9
desenvolve desde 2011 cartas territoriais de vulnerabilidade do solo e mapeamentos de
setores de risco, de caráter mais informativo que vem permitindo a ampliação e
aprofundamento das informações no âmbito Estadual e dos municípios com a elaboração
dos Planos de Redução de Risco, de Gestão dos Recursos Hídricos, e a implementação de
ações de capacitação e instrumentalização da defesa civil nos municípios.
As cartas mapeiam a vulnerabilidade do solo à deslizamentos, alagamentos, e outras
fragilidades. Tem caráter informativo e são elaboradas para uso exclusivo em atividades de
planejamento e gestão do território, apontando e hierarquizando setores quanto ao
desenvolvimento de processos do meio físico que podem ocasionar desastres naturais.
Em estudo realizado em vários municípios brasileiros considerados com maior
ocorrência de eventos associados ao deslocamento de massas, o CPRM mapeou no Espírito
Santo 528 setores, em 45 municípios, considerados de moderado, alto e muito alto grau de
vulnerabilidade para distintas tipologias de eventos (desmoronamentos, processos erosivos,
queda de blocos, enchentes, alagamentos, entre outras situações).
Os setores de maior vulnerabilidade com ocupações em situação de risco identificados
em Vila velha pela CPRM são apresentados neste capitulo – no item que caracteriza os
assentamentos precários.
9
O Serviço Geológico do Brasil ou CPRM, nome fantasia advindo da razão social Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais, é uma empresa pública que está diretamente ligada a Secretaria de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas e Energia.
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46
Fonte: CPRM
Fonte: SEMDU
10
Todo o mapeamento apresentado neste e demais itens deste capitulo, elaborados pela consultoria, estão
anexados ao final do documento em escala adequada a sua visualização.
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domicílios vagos pode estar indicando uma produção habitacional não absorvida pela
demanda.
Tabela 16 – Domicílios Particulares Permanentes Ocupados e Não Ocupados.
Espécie de domicílios 2000 2010
Com entrevista realizada 99.280 130.820
Particulares ocupados
Sem Entrevista realizada * 3.736
DPP Fechados 1.549 *
Particulares não ocupados De uso ocasional 3.472 5.035
Vagos 13.460 17.190
* Em 2000 os domicílios fechados foram considerados desocupados. Em 2010 os domicílios fechados foram
incluídos na categoria ocupados, e tiveram sua população estimada.
Dados: IBGE-SIDRA.
O território de Vila Velha na área urbana é subdividido em 91 bairros, o que faz com
que uma análise nesta escala não apresente muito significado. Apresentam-se
primeiramente os dados de população e domicílios mapeados sobre o território urbano com
destaque para os de maior concentração e algumas considerações. Na sequência dos dados
municipais, apresenta-se a síntese por região administrativa.
Os mapas representam a participação de população e domicílios sobre o total
correspondente à área urbana.
A partir dos mapeamentos realizados verifica-se que as maiores concentrações, tanto
de população como de domicílios, praticamente correspondem aos mesmos bairros. Nove
dos dez bairros destacados aparecem nas duas listagens de população e domicílios. Vila
Garrido e centro são as exceções que se alternam.
Verifica-se inicialmente que mais da metade dos bairros (53 para população e 51 para
domicílios) participam com contribuição igual ou menor do que 1% sobre o total da área
urbana, e que, se considerados os 10 maiores, estes representam cerca de 34% da
população e 35% dos domicílios. As maiores concentrações em termos absolutos estão
localizadas na região costeira e na região da Grande Terra Vermelha.
Os quadros seguintes apresentam o mapeamento realizado para verificação da
distribuição de população e domicílios e a listagem dos bairros mais populosos e com maior
numero de domicílios.
Quadro 02 - Distribuição da População por bairros (%) e os dez bairros mais populosos
O censo de 2000 não levantou os dados por bairros o que não permite uma verificação
dos principais vetores de crescimento. Entretanto os dados da produção habitacional
permitem observar que a HIS vem incrementando especialmente a região da Grande Terra
Vermelha – e mais particularmente o Bairro Jabaeté que tem historicamente recebido os
empreendimentos habitacionais de interesse social – terá novo incremento, de mais de 1400
novas UH produzidas pelo MCMV. A Grande Terra Vermelha é, sem duvidas, o grande vetor
de crescimento da HIS. Caberá na próxima etapa debater se tal tendência deve ser mantida e
fortalecida ou minimizada.
Em relação à distribuição dos domicílios segundo rendimento, retomam-se os dados
do IBGE de 2010 já apresentados no capitulo anterior, com destaque para os patamares de
rendimento domiciliar per capita de ate 1/2 salário mínimo, e de rendimento domiciliar de
até 3 salários mínimos. Assim, existem no município de Vila Velha 21.843 (16,3%) famílias
vivendo em condição de pobreza (com rendimento de até 1/2 salário mínimo per capita), e
cerca de 58.990 (43,8%) que percebem até 3 salários mínimos como renda domiciliar. Os
dados para a escala do Bairro foram espacializados em termos proporcionais, indicadores da
intensidade em que ocorrem no bairro. Apresenta-se junto ao mapa os bairros de maior
intensidade e maior concentração destes patamares de renda ocorrem.
Tabela 17 - Domicílios com Rendimento Mensal Per Capita e Domiciliar
Classes de Rendimento DPP Classes de Rendimento DPP
Nominal Mensal Familiar ABSOLUTO % Nominal Mensal Percapita ABSOLUTO %
Sem Rendimento 3.465 2,6 Sem Rendimento 3.465 2,6
Até 1/2 Salário Mínimo 794 0,6 Até 1/4 de SM 3.989 3,0
Mais de ½ a 1 SM 11.114 8,3 Mais de 1/4 SM a 1/2 SM 14.389 10,7
Mais de 1 a 2 SM 23.264 17,3 Total até 1/2 SM 21.843 16,3
Mais de 2 a 3 SM 20.353 15,1
Mais de 1/2SM a 1 SM 33.331 24,8
Total até 3 SM 58.990 43,8
Mais de 1 SM a 2 SM 36.840 27,4
Mais de 3 até 5 SM 28.182 21,0
Mais de 2 SM a 3 SM 15.534 11,6
Mais de 5 a 10 SM 27.141 20,2
20.154 15,0 Mais de 3 SM 26.916 20,0
Mais de 10 SM
*DPP – Domicílios Particulares Permanentes
Dados: IBGE
Grau de Urbanização
Rede geral de esgoto
Rede geral de Agua por rede
Bairro ou pluvial + Fossa Lixo Coletado Tinham Energia Elétrica
esgoto ou pluvial geral
Séptica
VILA VELHA 107.586 81% 116.080 87% 132.248 99% 132.654 99% 133.319 100%
Dados: IBGE
Dados: IBGE
O lixo tem menor atendimento nos bairros Pontal das Garças, Barramares, Morada da
Barra, Joao Goulart, e Morro da Lagoa, variando de 91 a 96% as taxas de atendimento.
Dados: IBGE
Obras e ações foram e estão sendo realizadas no âmbito do projeto pró-moradia para
melhoria das condições de habitabilidade na área de entorno dos principais canais
contemplando a bacia do Aribiri, Bacia do Rio Jucu e bacia do Rio Torquato. O Canal da Costa
também vem recebendo uma serie de intervenções incluindo obras para a macrodrenagem
As ZEIS são porções do território municipal ocupadas por população de baixa renda,
destinadas prioritariamente à regularização fundiária, à urbanização e à produção de
Habitação de Interesse Social (HIS). Dentre seus objetivos estão a ampliação do acesso à
habitação pelos setores de menor renda e o aumento da oferta de terra para o mercado
urbano de baixa renda. O PDM define 3 categorias de ZEIS segundo finalidades distintas,
quais sejam – aquelas destinadas à regularização fundiária e urbanística das ocupações
urbanas; a reserva de áreas subtilizadas e vazias para programas habitacionais, e áreas a
serem utilizadas para empreendimentos de HIS de forma articulada às operações urbanas.
Entretanto somente duas áreas foram identificadas pelo PDM – a Grande Terra Vermelha e a
ZEIS Dom João Batista- onde se empreendeu um projeto habitacional de urbanização e
regularização fundiária.
Grande parte destas ZEIS coincidem com os aglomerados subnormais e outras são
apontadas pelos técnicos como de menor precariedade. Considera-se que as ZEIS deverão
ser revistas no processo de revisão do Plano Diretor Municipal e este PLHIS pode determinar
diretrizes e/ou indicar novas demarcações. No item que trata das necessidades habitacionais
as ZEIS estão delimitadas e avaliados seus limites juntamente com os aglomerados
subnormais.
Em relação aos Aglomerados Subnormais o IBGE define e identifica os aglomerados de
Vila Velha. O IBGE define o aglomerado subnormal como:
“um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes, em
sua maioria, de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até
período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando
12
dispostas, em geral, de forma desordenada e densa.”
11
Segundo o IBGE, aglomerado subnormal é: “um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades
habitacionais carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até
período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de
forma desordenada e densa.”
12
IBGE. Censo Demográfico 2010 – Aglomerados Subnormais. Primeiros Resultados. http://www.ibge.gov.br/
home/estatistica/populacao/censo2010/aglomerados_subnormais/agsn2010
Latus Consultoria, Pesquisa e Assessoria de Projetos Ltda.
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62
O IBGE destaca ainda, que o conceito possui certo grau de generalização de forma a
abarcar a diversidade de assentamentos irregulares existentes no País, conhecidos como
favela, invasão, grota, baixada, comunidade, vila, ressaca, mocambo, palafita, entre
outros.”13 A metodologia adotada pelo instituto para identificação destes setores atende aos
seguintes critérios:
Ocupação ilegal da terra, ou seja, construção em terrenos de propriedade alheia
(pública ou particular) no momento atual ou em período recente (obtenção do
título de propriedade do terreno há dez anos ou menos); e
Possuírem pelo menos uma das seguintes características: urbanização fora dos
padrões vigentes - refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento
irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais e construções não regularizadas
por órgãos públicos; e
Precariedade de serviços públicos essenciais (abastecimento de água,
esgotamento sanitário, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica).
Apesar do conceito de aglomerado subnormal ter permanecido o mesmo de outros
censos realizados anteriormente, em 2010 foram adotadas algumas inovações
metodológicas e operacionais as quais fazem com que os resultados alcançados com o
último Censo não possam ser comparados diretamente com os dos anteriores. Na nova
metodologia foram utilizados recursos tecnológicos - imagens de satélite de alta resolução.
Tais imagens foram utilizadas para encontrar setores dos municípios que possuíssem
morfologia característica de aglomerados subnormais, posteriormente investigadas em
campo para a confirmação das características. Além disto, foi feita uma pesquisa específica,
sobre as características morfológicas das áreas, e realizadas reuniões sobre o tema nas
Comissões Municipais de Geografia e Estatística.
Apesar dos avanços da metodologia adotada pelo IBGE o que se observa, de modo
geral, é que os aglomerados subnormais reconhecidos ainda não representam o universo de
assentamentos precários existentes nos municípios. Contudo, trata-se de informação valiosa
para a gestão da política habitacional municipal, pois além de identificar o perímetro do
assentamento precário, fornece um perfil sócio-econômico de seus moradores e qualifica as
condições de urbanização desta parcela do território.
Em Vila Velha o censo de 2010 identificou 29 aglomerados subnormais onde habitam
61.479 moradores, em 17.925 domicílios. O IBGE apresenta o mapeamento destes setores e
um conjunto de dados que qualificam cada aglomerado. Os principais dados estão
sistematizados no capitulo que trata do quadro de necessidades habitacionais uma vez que
representam os setores de concentração do quadro de inadequação habitacional e por
muitas vezes também do déficit.
13
IBGE. Censo Demográfico 2010 – Aglomerados Subnormais. Primeiros Resultados.http://www.ibge.gov.br/
home/estatistica/populacao/censo2010/aglomerados_subnormais/agsn2010
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63
Por ora apresentam-se os quantitativos por bairro e região para fins de localização
territorial. O mapa foi produzido a partir dados territoriais fornecidos pelo IBGE no site:
http://www.censo2010.ibge.gov.br/agsn/
No quadro seguinte apresenta-se o mapeamento realizado e sua compatibilização com
bairros e regiões administrativas. A listagem apresenta os bairros onde ocorrem os
assentamentos e a proporção do numero de domicílios em relação ao total de domicílios do
bairro.
Apresenta-se na sequencia pequeno registro fotográfico para caracterização dos
Assentamentos Precários – sejam ZEIS e/ou Aglomerado subnormal.
ZEIS D JOAO BOSCO AREA URBANIZADA ARIBIRI-CANAL SANTA RITA ARIBIRI-CANAL SANTA RITA
AREA REMOÇAO MORADIAS 1º MAIO VISTA GRANDE SANTA RITA PRIMEIRO MAIO
OCUPAÇAO E EWERTON MONTE NEGRO TERRA VERMELHA CANALIZAÇAO CONGO- TERRA VERMELHA
GUIMARÃES
Além dos Aglomerados e das ZEIS, compõe a Leitura dos assentamentos precários – as
ocupações em situação de risco, ainda que nem toda situação de risco ocorra em setores
precários. O objetivo aqui e no capitulo das necessidades habitacionais é promover esta
compatibilização. Os dados foram obtidos junto a Defesa Civil do município e
Fonte: Geobases/IJSN
14
http://www.defesacivil.es.gov.br/conteudo/mapas/default.aspx
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67
Mangal
Descrição:
Canal paralelo a linha de costa (praia), com grandes áreas de
alagamentos. A região sofre forte influência das marés que
contribuem para a demora no retorno ao nível normal.
Parque da Mantegueira
Descrição:
Residências de alvenaria em região de encosta, c/deslizamentos
localizados, bem como grandes blocos encaixados no solo,
colocando algumas residências em risco de atingimento. Aguas
servidas descartadas incorretamente. Alguns taludes estão
parcialmente cobertos por lonas.
Descrição:
Residências de alvenaria, construídas na base da encosta, com
grandes problemas de drenagem, grandes blocos encaixados sem
estabilidade e ocorrência de deslizamentos em janeiro de 2012,
além de grande declividade e altura do talude superiora15 m.
Descrição:
Área de vale com vertentes recobertas por
blocos de rocha, alguns com grandes juntas de alívio. Região com
histórico de deslizamento. Vertentes com alta declividade,
urbanização irregular e desordenada além de construções sem
fiscalização ou fundações adequadas.
Descrição:
A área em questão possui diversos blocos rochosos, com mais de
50% aflorados. Parte destes blocos surgiram em decorrência de
fragmentação manual de matacões maiores por parte do
proprietário da área, (extração)
No relatório final algumas orientações são apresentadas: Em linhas gerais Vila Velha
tem ocupação não planejada das áreas de planície litorânea, principalmente na região de
influencia do Rio Jucu e seus afluentes, resultando em alagamentos e enchentes
potencializados pelo acúmulo de lixo, alterações no curso do córrego, cavas de extração de
areia, bem como ocupação em seus morros de forma irregular e não considerando no geral
a ocorrência de perfil de solo pouco espesso e presença constante de blocos de rocha.
As sugestões apresentadas incluem desde a remoção de famílias em situação de
emergência, como as residentes no Bairro Mangal (sobre antigo lixão) e em áreas de
encostas sob risco de deslizamentos e queda de blocos, além de obras e estudos geotécnicos
para avaliação em detalhe, até ações mais simples como trabalho conjunto com as
lideranças locais (bairros) para avisos e alertas de emergência em caso de chuvas mais
fortes. Tais são as recomendações:
I. Remoção imediata das famílias localizadas em: Mangal (área do lixão), Morro do
Jaburuna (porções sem acesso – escadarias), Ataíde x Aribiri (casa em área de
atingimento), Alecrins e Garrido (casas em área de encosta e na parte inferior do
talude), Cobi de Cima, São Torquato, Sagrada Família e Rio Marinho (porções
superiores dos morros) por conta do risco eminente de queda de blocos e
deslizamentos. As demais regiões devem permanecer sob monitoramento
constante.
II. Controle da ocupação das áreas de encosta, com a recuperação da mata local ou
projeto de novo uso destas áreas como, por exemplo, a criação de parques
municipais (áreas verdes e de lazer);
III. Campanhas de educação ambiental para a população, promovendo o
entendimento dos prejuízos causados pelo descarte irregular e o acumulo de lixo
nas encostas e drenagem.
Embora não tenham sido levantadas nem as áreas correspondentes a cada região, nem
suas densidades populacionais – é possível verificar pelo mapa que a região 5 é a de maior
área territorial – sendo portanto bem menos densa que as demais, com padrão de
ocupação horizontal e rarefeito, uma das tipologias típicas das áreas de HIS – periferias
rarefeitas.
Fonte: IBGE
Esta ultima tabela é sem duvidas a de maior importância nesta pequena síntese
territorial. Nela se somam os dados que permitem visualizar a distribuição da população
segundo renda – ou seja – áreas onde predominam as populações mais empobrecidas, assim
como aqueles setores que concentram maior precariedade doo habitar – os aglomerados
subnormais. O cadastro da habitação juntamente com os aglomerados subnormais também
pode contribuir enquanto um indicador da localização da demanda habitacional.
4.000 23%
2.000 11%
9%
1.000
0
Grande Grande IBES Grande Grande
Grande Grande Jucu Grande Jucu
Centro Aribiri Cobilândia
Combilandia (norte) (Sul)
Gráfico 06 - Distribuição dos DPP com Renda Domiciliar de até 3 SM nas Regiões
Distribuição dos DPP c/ renda Concentração (ABS) e Proporção (%) dos DPP com rendimento
domiciliar ate 3 SM domiciliar de até 3 SM
16.000 71%
14.000
59%
12.000 54%
46%
10.000
39%
8.000
28%
6.000
4.000
2.000
0
Grande Grande IBES Grande Grande Grande Jucu Grande Jucu
Grande
Centro Aribiri Cobilândia
Combilandia (norte) (Sul)
O Cadastro Habitacional tem maior contribuição dos inscritos nas regiões da Grande
Centro e Grande IBES – regiões que não se destacaram por indicadores mais desfavoráveis e
que tem esta forte contribuição por concentrarem maior população, mas provavelmente
também associada a demanda por moradia proveniente de situações de aluguel,
expectativas de constituir família, enfim – situações talvez menos associada às necessidades.
5.000
18%
4.000 15%
13%
3.000
9%
2.000 7%
1.000
0
Grande Grande IBES Grande Aribiri Grande
Grande Grande Jucu Grande Jucu
Centro Cobilândia
Combilandia (Norte) (Sul)
;
Dados: IBGE
Fonte: SEMDU/PMVV
3. NECESSIDADES
HABITACIONAIS
15
SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO, Ministério das Cidades. Sistema e Fundo Nacional de Habitação de
Interesse Social. Guia de Adesão para Estados, DF e Municípios. Brasília, 2006.
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85
16
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, Instituto Jones dos Santos Neves. Déficit habitacional nos
municípios do Estado do Espírito Santo. Vitória, 2009. (Disponível em:
www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_attachments)
17
Os microdados consistem no menor nível de desagregação dos dados de uma pesquisa, retratando, sob a
forma de códigos numéricos, o conteúdo dos questionários, preservado o sigilo estatístico com vistas à não
individualização das informações (http://www.ibge.gov.br)
18
Tais adaptações foram definidas a partir da experiência da consultoria técnica em trabalhos cujo objetivo
principal, era a quantificação dos problemas habitacionais para fins de formatação de uma política pública
habitacional específica, com foco na população mais carente.
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86
necessidade de uma reflexão sobre os objetivos que nos levam a fazer esta estimativa.
Muito embora haja hoje no Brasil o reconhecimento de que é através da metodologia da FJP
que se chega aos números considerados “oficiais”, no âmbito de um trabalho específico
como o PLHIS, pode-se construir uma estratégia de quantificação distinta, focada nos
objetivos do próprio plano.
Número de famílias urbanas com renda de até três salários mínimos que
ÔNUS EXCESSIVO COM ALUGUEL URBANO moram em casa ou apartamento (domicílios urbanos duráveis) e que
despendem 30% ou mais de sua renda com aluguel
Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Déficit Habitacional Municipal no Brasil 2010. Belo Horizonte, 2013
19
Destaca-se que as alterações na metodologia adotada pela FJP ao longo dos anos e das suas sucessivas
publicações, não permitem a construção de séries históricas do déficit.
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87
no próprio Censo – apenas através dos dados das PNADs é possível se fazer a estimativa
destes componentes.20
O quadro a seguir descreve cada componente do cálculo da inadequação habitacional,
segundo o documento da FJP com base no Censo de 2010:
Quadro 12 – Componentes da Inadequação habitacional urbana / FJP (2010)
Domicílios que não dispõem, ao menos, de um dos seguintes serviços:
DOMICÍLIOS URBANOS CARENTES DE esgotamento sanitário (rede geral ou fossa séptica); abastecimento de
SERVIÇO DE INFRAESTRUTURA água (rede geral); abastecimento de energia elétrica (de companhia
distribuidora) e coleta de lixo.
DOMICÍLIOS URBANOS SEM UNIDADE Domicílios que não dispõem de banheiro ou sanitário de uso exclusivo.
SANITÁRIA DOMICILIAR EXCLUSIVA
Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, Déficit Habitacional Municipal no Brasil 2010. Belo Horizonte, 2013
Os componentes que não puderam ser trabalhados a partir do Censo e que são,
tradicionalmente, trabalhados a partir dos dados das PNADs, são:
inadequação fundiária – quando pelo menos um dos moradores do domicílio
tem a propriedade da moradia, mas não, total ou parcialmente, a do terreno ou
da fração ideal de terreno onde ela se localiza;
cobertura inadequada - domicílios que, embora possuam paredes de alvenaria
ou madeira aparelhada, têm telhado de madeira aproveitada, zinco, lata ou
palha.
Os dados da FJP são relevantes porque permitem compreender-se a situação da
moradia no Espírito Santo em comparação a das demais Unidades da Federação. Segundo a
FJP, em seu estudo de 2010, o déficit do Estado do Espírito Santo é de 106.447 domicílios, o
que representa 9,6% do total dos seus domicílios21. Comparativamente às demais Unidades
da Federação, o Espírito Santo tem o 4º menor déficit total relativo. E, se compararmos às
demais Unidades da Federação da Região Sudeste, tem o segundo menor déficit total
relativo, logo após o Estado de Minas Gerais (9,2%). O déficit total relativo da Região
Sudeste é 10,6%.
20
Ao contrário do déficit, não é possível obter-se um número total de domicílios inadequados através da soma
dos componentes, pois um mesmo domicílio pode apresentar mais de uma condição de inadequação.
21
O cálculo do déficit relativo é feito pela FJP em relação ao total dos domicílios particulares permanentes
adicionados aos improvisados.
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88
Em relação à localização deste déficit, os dados apontam que 91,8% deste, está
localizado em zona urbana – 97.696 domicílios. E observando-se estes mesmos dados em
relação ao número de domicílios de cada zona, verifica-se que proporcionalmente também o
déficit é mais expressivo na zona urbana do Espírito Santo, conforme a tabela a seguir.
Quanto aos componentes do déficit, segundo a FJP, o ônus excessivo com aluguel é o
seu principal componente - responsável por 42,8% do déficit total do Espírito Santo –
seguido pela coabitação familiar. Quando analisados separadamente as realidades urbana e
rural, verifica-se a relevância do problema do aluguel na zona urbana e da coabitação na
zona rural.
Tabela 25 – Déficit das Famílias sem Rendimento e com Renda de 0-3 SM (2010)
DOMICÍLIOS SEM RENDIMENTO
E COM RENDA DE 0-3 SM
TOTAL DE DOMICÍLIOS
% em relação ao total
nº
do componente
DOMICÍLIOS PRECÁRIOS 11.031 9.118 82,7%
COABITAÇÃO FAMILIAR 43.586 16.277 37,4%
ÔNUS EXCESSIVO COM
45.515 45.515 100,0%
ALUGUEL
ADENSAMENTO EXCESSIVO
6.333 4.115 65,0%
EM DOMICÍLIOS ALUGADOS
TOTAL 106.447 75.025 70,5%
Dados: FJP, 2013.
Este número deverá ser utilizado por este PLHIS apenas como uma referencia em
relação a evolução do déficit do Estado, confirmando a tendência de redução identificada no
âmbito do PEHAB 2030. Entretanto, não ha como compará-lo como os números
especificados para 2010, particularmente em relação à sua composição posto que são
obtidos por fontes diferenciadas.
Os dados para o déficit habitacional de Vila Velha, calculados a partir dos dados do
censo de 2010 segundo publicação da FJP são avaliados na sequência, de forma
comparativa à RMGV e municípios que a compõem.
Dados: FJP.
Os dois municípios – Serra e Vila Velha representam juntos cerca de 54% do déficit
metropolitano. A contribuição de cada município na composição do déficit da região
metropolitana esta expressa no gráfico seguinte:
Dados: FJP.
Coabitação
Ônus excessivo Familiar
aluguel 36%
49%
Dados: FJP.
Dados: FJP.
***
Os componentes citados foram trabalhados pela FJP a partir das informações do Censo
de 2010 e podem ser agregados por municípios.
Segundo a FJP (2013), no Estado do Espírito Santo há 175.657 domicílios urbanos com
pelo menos umas das situações de inadequação habitacional. Tal montante representa
18,9% dos domicílios urbanos do Estado. Comparativamente às demais Unidades da
Federação, o Espírito Santo encontra-se em uma situação privilegiada, sendo a quarta com
menor proporção do Brasil e a terceira em relação à Região Sudeste. São Paulo, Distrito
Federal e Minas Gerais são as Unidades da Federação com menores proporções de
domicílios com pelo menos uma categoria de inadequação habitacional no Brasil.
Dados: FJP
Dados: FJP
Sob cobertura inadequada estão incluídos todos os domicílios que, embora possuam
paredes de alvenaria ou madeira aparelhada, têm telhado de madeira aproveitada, zinco,
lata ou palha. Na medida em que o Censo não inclui informações sobre o material da
cobertura dos domicílios, a FJP os trabalha com base nas PNADs.
Os dados da FJP a respeito das situações de cobertura inadequada revelam que não se
trata de um problema significativo no Espírito Santo. A tabela a seguir revela os
quantitativos referentes aos anos: 2007, 2008 e 2009. Mas este é um problema de pouca
incidência em quase todas as regiões brasileiras.
Por fim há que se avaliar os dados da inadequação habitacional fornecidos pela FJP
para Vila Velha e os demais municípios da RMGV. Quando a inadequação observa-se que
16%, ou 86.381 domicílios possuíam algum componente inadequado (infraestrutura urbana,
banheiro exclusivo ou adensamento em domicílios próprios. Em Vila Velha essa relação é um
pouco menos, apenas 14% dos domicílios apresentaram alguma inadequação. Para o
município, para a faixa de renda de até 3 SM, são 10.107 domicílios dessa situação.
RM
Grande 76466 10224 65504 2999 9748
Vitória
Viana 96 626
Em agosto de 2011, utilizando o banco de dados de julho do mesmo ano, o estudo foi
atualizado para apresentação interna do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
Observatório das Metrópoles. A atualização passava pela revisão de decisões metodológicas
a respeito de componentes desconsiderados no cálculo de 2009, justificadas na análise da
realidade social das famílias incluídas no CadÚnico. O trabalho foi revisto e atualizado e seu
resultado publicado em 2015.
22
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, as famílias de baixa renda são aquelas com renda familiar
mensal per capita de até meio salário mínimo e as que possuam renda familiar mensal de até três salários
mínimos. Podem ainda estar inscritas no CadÚnico, famílias com renda superior a três salários mínimos quando
esta esteja vinculada à seleção ou ao acompanhamento de programas sociais implementados por quaisquer
dos três entes da Federação. Sendo assim, as famílias com renda mensal total superior a três salários mínimos
só devem ser cadastradas por demanda para programas específicos, como os programas de habitação e
saneamento que utilizem os registros do Cadastro Único para a seleção das famílias.
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99
23
O Governo do Estado do Espírito Santo já vem utilizando o CadÚnico como base de dados para seus
programas sociais e a Secretaria Estadual de Ação Social tem realizado ações junto aos municípios para
qualificar o seu cadastro. Tais ações estão vinculadas ao Programa Incluir, da Estratégia de Combate à Pobreza
e à Exclusão.
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100
Os números estimados pelo IJSN para o déficit do estado do Espírito Santo a partir do
CadUnico foram os seguintes:
Partindo da análise dos métodos e dos resultados alcançados pela FJP e pelo IJSN e do
acúmulo alcançado por estas instituições, o PEHAB-ES elaborou estratégia específica para o
cálculo do déficit habitacional do Estado do Espírito Santo, buscando identificar e priorizar a
parcela do déficit habitacional de maior vulnerabilidade para classificá-la como demanda
publica prioritária das políticas a serem implementadas.
social, somente pode ser adotada quando considerado o conjunto de agentes de produção
da HIS. Para a política publica a ser implementada no âmbito Estadual o PEHAB deveria
estabelecer novo recorte.
Número de famílias urbanas com renda de até três Número de famílias urbanas com renda per capita
ÔNUS
salários mínimos que moram em casa ou de até 1/2 salário mínimo, que moram em casa ou
apartamento (domicílios urbanos duráveis) e que apartamento (domicílios urbanos duráveis) e que
despendem 30% ou mais de sua renda com aluguel despendem 30% ou mais de sua renda com aluguel
ALUGADOS
Número de domicílios alugados com número médio per capita de até ½ salário mínimo, com número
de moradores por dormitório (cômodos que servem médio de moradores por dormitório (cômodos que
de dormitório em caráter permanente e apenas para servem de dormitório em caráter permanente e
os moradores do domicílio) acima de três. apenas para os moradores do domicílio) acima de
três.
24
A FJP estimou o número de famílias que tinham intenção de constituir domicílio exclusivo a partir das da
média aritmética dos percentuais de famílias conviventes consideradas déficit, observados nas
Pnad 2009 e 2011.
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103
RMGV 31.782 5.132 16,1% 16.254 51,1% 8.700 27,4% 1.696 5,3%
Cariacica 6.705 1.401 20,9% 3.547 52,9% 1.490 22,2% 267 4,0%
Serra 9.353 1.256 13,4% 4.599 49,2% 2.990 32,0% 509 5,4%
Viana 1.449 369 25,5% 783 54,0% 232 16,0% 65 4,5%
Vitória 4.872 549 11,3% 2.658 54,6% 1.401 28,8% 264 5,4%
Vila Velha 7.035 1.266 18,0% 3.265 46,4% 2.008 28,5% 496 7,0%
Fundão 368 130 35,3% 145 39,4% 79 21,5% 14 3,8%
Guarapari 2.000 161 8,1% 1.257 62,9% 500 25,0% 82 4,1%
Dados: Latus Consultoria
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Dados: SEMDU
da Barra, e o são Conrado. Numa avaliação preliminar pode-se considerar que são estas as
ZEIS que não correspondem a situações de precariedade, devendo ser revisto tal gravame.
A tabela apresenta os Aglomerados Subnormais. Do total dos aglomerados
subnormais, o primeiro grupo (em rosa) 16 núcleos, com 5.774 domicílios, não são
demarcados como ZEIS, sendo que em 9 deles há correspondência com situações de risco.
Em nove núcleos do universo dos aglomerados subnormais (em verde), com 9.948
domicílios, há total correspondência com os limites demarcados como ZEIS; e os últimos 4
núcleos (com 2.225) que deverão ter os limites revistos e compatibilizados segundo
realidade da precariedade habitacional existente.
Quadro 15 - Compatibilização Aglomerados x ZEIS x Setores de Risco
ID AGLOMERADO SUBNORMAL (IBGE) DOMICILIOS HAB/DOM ZEIS RISCO
1 Alecrim 209 3,39 NÃO SIM
2 Argolas 798 3,21 NÃO SIM
6 Cobi de Baixo 335 3,23 NÃO SIM
7 Cobi de Cima 260 3,1 NÃO SIM
8 Cobilândia 331 3,39 NÃO NÃO
9 Darly Santos 189 3,1 NÃO NÃO
10 Ilha da Conceição 256 3,84 NÃO SIM
12 Jardim Guaranhuns 647 3,39 NÃO SIM
13 Jardim Marilândia 458 3,18 NÃO NÃO
16 Morro do Cruzeiro 183 3,81 NÃO SIM
17 Morro Jaburuna 675 3,31 NÃO SIM
21 Rio Marinho 90 3,41 NÃO NÃO
22 Santa Clara 136 3,57 NÃO NÃO
23 São Torquato 436 3,09 NÃO SIM
26 Vila da Vitória 193 3,42 NÃO NÃO
27 Vila Garrido 578 3,43 NÃO NÃO
3 Barramares 3.399 3,55 SIM
4 Cavaliere 72 3,6 SIM
5 Cidade da Barra 632 3,3 SIM
14 João Goulart 653 3,62 SIM
15 Morada da Barra 1.397 3,54 SIM
18 Normilha 557 3,74 SIM
20 Primeiro de Maio 1.219 3,27 SIM
24 Terra Vermelha (Ulisses Guimares) 205 3,62 SIM
25 Ulisses Guimarães 1.814 3,39 SIM
11 Ilha das Flores 683 3,28 AJUSTAR
19 Pedra dos Búzios 567 3,53 AJUSTAR SIM
28 Vinte e Três de Maio 180 3,35 AJUSTAR
29 Zumbi dos Palmares 795 3,44 AJUSTAR SIM
25
por abarcarem grande parte das outras duas situações analisadas e considerando-se que as ZEIS não
classificadas como aglomerados não apresentam precariedade.
Fonte: SEMDU
Fonte: Sartorio
Desta forma, apresenta-se a seguir dois cenários para esta estimativa futura de
demanda – ambos realizados com a projeção da população estabelecida pelo CEDEPLAR,
variando o recorte de renda – até 3 salários mínimos e ate 1/2 salário mínimo per capita.
26
O estudo contratado pela Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades no âmbito do processo
de elaboração do PlanHab é intitulado “Demanda Futura por moradia no Brasil 2003–2023: Uma Abordagem
Demográfica”. Apresenta metodologia para a estimativa da demanda habitacional futura a partir de uma
abordagem demográfica e caracterização socioeconômica. Diferenciando “demanda” de “necessidade
habitacional” projeta a “demanda demográfica” como uma demanda que se espera “de fato efetiva”,
estabelecendo o pressuposto de que a “necessidade” é baseada em evento demográfico. A demanda
demográfica por habitações é quantificada desagregada pela caracterização das moradias, segundo categorias
de carência habitacional, de renda e tamanho.
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115
Quando distribuídos por recorte de renda esta demanda por novos domicílios, nos
intervalos predeterminados na definição da demanda por HIS (1/2 salário mínimo per capita
e 3 salários mínimos domiciliar) podemos verificar o quanto esta demanda se diferencia.
Estes números deverão ser um balizador das metas e na definição das metas e das
prioridades a serem definidas na terceira etapa deste PLHIS.
Por fim agrega-se o déficit à demanda futura de habitações a serem construídas até
2030. São números bastante expressivos e na melhor situação, exigiria uma produção anula
em torno de 934 unidades. Na situação mais abrangente este número chegaria a mais de
2.100 unidades/ano.
Estas são estimativas iniciais para serem debatidas e definido o recorte de renda a ser
adotado para apolítica habitacional do município de Vila Velha. A terceira etapa tratara de
construir as alternativas de atendimento, considerados os distintos agentes da produção da
HIS.
4. POLÍTICA E PRODUÇÃO
HABITACIONAL
... Nesta fase, surgem, ao lado de intervenções tradicionais, programas que adotam
pressupostos inovadores como desenvolvimento sustentável, diversidade de
tipologias, estímulo a processos participativos e autogestionários, parceria com a
sociedade organizada, reconhecimento da cidade real, projetos integrados e a
articulação com a política urbana. Emerge, assim, o embrião de uma nova postura
de enfrentamento do problema habitacional adotada por gestões municipais de
vanguarda, que se tornaram referências nacionais para outros municípios e
também para o próprio governo federal.
A política estava sendo desenhada na década de 90, com nova concepção, mas com
bases institucionais e de financiamento insuficientes para sua efetivação. Foi com a
aprovação do Estatuto da Cidade em 2001, com novas ferramentas disponibilizadas para a
gestão municipal e, na sequência, com a instituição do novo SNH (Sistema Nacional de
Habitação) (em 2005) que promove um rearranjo institucional associado à larga
disponibilidade de financiamento, que são promovidas condições efetivas para a
institucionalização destas e de novas práticas.
No centro das mudanças, estão a regularização dos assentamentos informais e
precários de baixa renda, o financiamento da produção privada e social da HIS através do
programa MCMV, e os projetos estruturadores, de concepção mais abrangente e integrados,
financiados pelo PAC.
No estado do Espirito Santo este processo se institucionaliza através da COHAB-ES e
depois da sua liquidação, pelo IDURB.
Gráfico 18 - Síntese histórica da institucionalização da política de HIS no Estado do ES
27
A presença da FCP no Espírito Santo apresentou um registro mínimo de habitações, contando o número de
294 casas, executadas justamente em Vila Velha- com o núcleo residencial Alda Santos Neves inicio de
formação do bairro IBES.
Operando através COHAB até 2009 e a partir daí como IDURB são produzidas, através
do Programa Nossa Casa I, 5.900 unidades28, viabilizadas nas distintas possibilidades de
composições do investimento (execução e/ou complementação financeira). Com a
instituição do IDURB fica mais evidenciado o desempenho das suas atribuições de forma
vinculadas ao SNH e a política por ele estabelecida, quando o Programa Nossa Casa I passa a
atuar sob 3 modalidades: (i) com recursos do governo federal – através do Programa Pró
Moradia; (ii) com recursos da CEF, através da Resolução 460; (iii) e com recursos exclusivos
do Governo Estadual.
A partir de 2012, é instituído legalmente o programa Nossa Casa II, regulamentando a
atuação do Estado em sintonia com o programa federal MCMV. O decreto 3166 que
regulamenta o Programa Nossa Casa II estabelece 4 estratégias orientadoras da atuação
Estadual:
(i) A Estratégia I, é denominada, Infraestrutura de Acesso e disponibiliza recursos do
Programa Nossa Casa para os municípios com mais de 50.000 habitantes, direcionados
à execução/complementação de obras de infraestrutura e saneamento nos
empreendimentos contratados pela CEF e BB (Banco do Brasil) do Programa MCMV;
(ii) A Estratégia II promove Apoio Técnico e Financeiro aos municípios com população
menor do que 50.000 habitantes, disponibilizando recursos de contrapartida para
construção de unidades habitacionais, em complementação ao Programa MCMV –
Oferta Publica (Sub-50) do Governo Federal;
(iii) A Estratégia III viabiliza a transferência de recursos através da realização de
Convênios com os municípios visando a contratação de projetos ou implantação de
infraestrutura básica e pavimentação em áreas de HIS, e a construção de unidades
habitacionais;
(iv) A Estratégia IV se destina à complementação de recursos de produção da moradia
rural para os investimentos viabilizados pelo programa MCMV/PNHR e do Programa
Nacional da Reforma Agrária.
O PEHAB apontava na avaliação da produção habitacional da política do estado, que
no período de final de 2012 a 2014 mais de 10.000 UH tramitavam com pedido de recursos
no âmbito do financiamento Estadual nas distintas modalidades (segundo estratégias
28
Segundo os dados coletados em abril de 2014 junto ao IDURB.
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122
apresentadas), sendo que mais de 44% dos recursos estavam direcionados ao atendimento
da demanda da Estratégia I. Com a mudança de governo a política então vigente e as
instruções determinadas pelo PEHAB vêm sendo retomadas e revistas devendo ser
consideradas na formulação das propostas da próxima etapa deste PLHIS.
29
O período caracteriza-se por intervenções mais direcionadas aos assentamentos precários (urbanização,
regularização fundiária e reassentamento) sendo os quantitativos fornecidos por famílias beneficiadas e não
somente por unidades habitacionais construídas.
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123
Fonte: PEHAB-ES
Fonte: PEHAB-ES
Verifica-se que a produção publica da HIS em Vila Velha por parte da Prefeitura esta
vinculada a projetos de macrodrenagem e urbanização das áreas afetadas; como produção
de novas unidades para atendimento de uma demanda reprimida observa-se a centralidade
das ações desenvolvidas pelo Governo do Estado no Bairro Jabaeté.
Por fim, é importante ainda o registro dos recursos obtidos junto ao MC-OGU/PAC
obtidos pela Prefeitura Municipal de Vila Velha nas linhas de financiamento que viabilizam
infraestrutura urbana e equipamentos sociais qualificando os setores de habitação de
interesse social. Do montante obtido pelos municípios da RMGV junto às linhas financiadas
com recursos OGU- não PAC, Vila Velha recebeu o correspondente a 15% do financiamento
aprovado; no montante obtido junto ao PAC, Vila Velha ficou com 26% do montante da
RMGV. Foi o segundo município com maior financiamento aprovado junto ao PAC, ficando
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126
Tabela 52 - Ações realizadas com recursos OGU - PAC/MC – (Prefeitura Vila Velha)
Data_
Operações_Programa Operações_Modalidade Assinatura Investimento
DRE CT ER MA FL Apoio Sist Dren Urb Sust Manej De Ag Pluv 20/11/2009 R$ 55.501.385,90
DRE CT ER MA FL Apoio Sist Dren Urb Sust Manej De Ag Pluv 31/10/2011 R$ 10.700.000,00
Habitação De Interesse Social Elabor Plano Local Habit Interesse Social 30/12/2010 R$ 98.420,00
Intervenções em Favelas/PPI Urb.Assent.Prec E Habitacoes 23/12/2004 R$ 8.892.600,47
Intervenções em Favelas/PPI Urb.Assent.Prec E Habitacoes 28/12/2007 R$ 30.564.539,10
30
Sartorio, Fernando Domingos Vieira. Uma Geopolitica do Urbano – a Grande Terra Vermelha. Trabalho de
Conclusão de Curso – Departamento de Geografia/UFES. Vitória – 2012. Acesso pela internet in:
www.geo.ufes.br/sites/geografia.ufes.br/files/field/anexo/fersar.pdf
31
Sartorio, Fernando Domingos Vieira. Uma Geopolitica do Urbano – a Grande Terra Vermelha. Trabalho de
Conclusão de Curso – Departamento de Geografia/UFES. Vitória – 2012. Acesso pela internet in:
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Neste mesmo período foi adquirido pela prefeitura municipal, parte do loteamento do
bairro Ulisses Guimarães (500 lotes). Sem recurso para a execução da infraestrutura a
prefeitura entrega os lotes apenas com as ruas abertas e com a construção de embriões –
realizados com recurso do governo federal (COHAB).
A partir daí a região passa a ter sua ocupação intensificada com a venda clandestina de
lotes e/ou processos de grilagens, e ocupações promovidas pelo movimento organizado. Os
bairros João Goulart (loteamento Castanheiras) e Morada da Barra tem sua ocupação
originada nestes processos, já no inicio da década de 90.
O Bairro Jabaeté, segundo o documento analisado, está atrelado a luta de 15
movimentos organizados do estado do Espírito Santo, em busca de moradia para as famílias
moradoras de áreas de risco. A área foi adquirida pelo governo do estado – COHAB-ES para
atendimento desta demanda de forma regular e com a habitabilidade exigida.
A partir daí, e conforme apresentado no item anterior, são vários os projetos
habitacionais realizados no bairro pelo governo do estado, em parceria com o município,
dando origem e conformando o grande setor que hoje se caracteriza por concentrar o
conjunto das principais intervenções do governo municipal e Estadual na questão
habitacional, juntamente com os setores da Dom João Batista e 1º de Maio, anteriormente
relatadas. Mais recentemente, para a execução do MCMV – Residencial Vila Velha, a
prefeitura adquiriu área contigua ao empreendimento existente.
amplia o acesso de setores antes não inseridos na demanda de mercado, induzindo a uma
produção menos elitizada, onde ocorre a oferta de produtos de forma mais diversificada.
Para uma avaliação breve avaliação do mercado habitacional existente hoje no Estado,
recorreu-se às informações disponibilizadas e publicizadas pelas entidades que representam
os setores mais diretamente envolvidos – o SINDUSCON e a ADEMI.
30000 16000
25000 14000
20000
12000
15000
10000 10000
3 quartos
5000 8000
0
6000
4000
4 quartos
2000
1 quarto
0 Casas
1º e 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º
Censos Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo Censo
32
O Censo Imobiliário é uma pesquisa realizada a cada seis meses pelo Sindicato da Indústria da Construção no
Estado do Espírito Santo. O Censo abrange o universo de empreendimentos em construção, a partir de 800m²,
nos principais bairros dos municípios da Grande Vitória.
Estas Leituras servem tão somente para verificar que Vila Velha, no contexto
metropolitano, vem sendo, sim, localização de interesse do mercado habitacional.
Informações obtidas no relatório do PEHAB e em entrevista com empreendedores que
atuam na faixa do MCMV na faixa de zero a 3 salários mínimos são mais relevantes para
compreender oportunidades de potencializar a produção de interesse social com agentes do
mercado.
Do PEHAB retomam-se algumas considerações acerca do mercado e das dificuldades
para as empresas na produção de interesse social:
“... caracterizando a produção segundo classes de renda, o mercado de Vitória
dirige-se às classes AB e B; Vila Velha abarca as classes B e C, mas também esta
direcionada para a demanda AB. Já o mercado de Serra tem maior produção para
as classes D e C, mas também para a B...
I. Como experiências que vale conhecer: as PPP’s (Parcerias Público Privadas) de São
Paulo, a geo processo de chamamento das empresas para o MCMV via edital; a
COOHAPAR (Paraná) com experiência no banco de terras e banco de projetos;
II. Qualificação dos empreendimentos: empreendimentos mistos (nas atividades e nas
faixas de renda), espaços de lazer dos empreendimentos mantidos pelas empresas;
sustentabilidade – áreas comerciais para contribuir nos condomínios;
III. Quanto às principais dificuldades: preço da terra e localização; aprovações e tramitação
dos processos, principalmente na questão ambiental; desafio com empreendimentos
grandes fica para o poder publico (não se tornar uma favela);
IV. Propostas- que o PLHIS estabeleça os tempos e fluxos de aprovação; ter um banco de
projetos já aprovados; gestão para utilização do território de forma mais efetiva (terra);
chamamento publico para execução; PPP’s.
O Brasil tem dado passos importantes para a solução dos problemas urbanos, os quais
incluem a temática habitacional. No campo jurídico, destaca-se a aprovação do Estatuto da
Cidade, da Lei que institui o Sistema e o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e
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132
da Lei da Assistência Técnica Gratuita. No campo institucional, não se pode negar os avanços
advindos com a criação do Ministério das Cidades, o qual parte do reconhecimento da
situação urbana brasileira e integra os diversos temas afeitos a ela. Complementarmente,
destaca-se também a criação do Conselho Nacional das Cidades e de sua estrutura
descentralizada (conselhos e conferências estaduais e municipais), a qual garante a
participação democrática de diversos agentes. No campo estratégico e programático, há a
importante contribuição da PNH (Política Nacional de Habitação) e do PLANHAB (Plano
Nacional de Habitação), bem como de todos os PLHIS (Plano Local de Habitação de Interesse
Social) já realizados. E, no campo do investimento financeiro, os programas PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento) e dentro dele o Programa MCMV (Minha Casa Minha Vida).
Os Programas do Ministério da Cidade atuando através da transferência voluntaria de
recursos também tem oportunizado investimentos não somente para a intervenção, mas
especialmente para a qualificação e instrumentalização da gestão direcionada ao
atendimento dos princípios constitucionais e normativa especifica da promoção da função
social da cidade e da justa distribuição dos benéficos e ônus da urbanização, visando a
ocupação ordenada do território.
Todos estes fatos indicam que, após um longo período após a extinção do BNH, a
habitação volta à pauta brasileira, como um importante tema a ser trabalhado na caminhada
para um desenvolvimento mais equilibrado e socialmente inclusivo.
Nesta trajetória, há de ser destacada uma iniciativa concreta adicional que deu
materialidade ao objetivo de tornar o acesso à moradia como um vetor de inclusão – a
inserção do trabalho técnico social–TTS na produção de habitação popular. A relevância do
TTS se dá não só devido à incorporação do tema como uma estratégia no cumprimento das
diretrizes da PNH, mas sobremaneira à quantidade expressiva e abrangência de ações
vinculadas aos atuais programas do governo federal direcionado a uma população de maior
grau de vulnerabilidade.
Destacam-se a seguir, as linhas gerais do Programa de Aceleração do Crescimento nos
eixos e programas mais diretamente relacionados com a questão da moradia, quais sejam -
os Programas Minha Casa, Minha Vida e a Urbanização dos Assentamentos Precários.
33
Através da Lei 11.578/2007.
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federados, bem como conta com a participação da iniciativa privada. Os proponentes das
suas ações podem ser: Municípios, Estados, Distrito Federal, consórcios públicos e entidades
privadas sem fins lucrativos.
Em 2010, o Governo Federal lança a segunda etapa do PAC, ampliando suas áreas de
atuação e os investimentos previstos, os quais passam a ser organizados em seis grandes
eixos incorporando ainda mais ações de infraestrutura social e urbana para enfrentar os
problemas das grandes cidades brasileiras.
Os seis eixos são: Transportes, Energia, Cidade Melhor, Comunidade Cidadã, Água e
Luz para Todos, e o Minha Casa Minha Vida. Os dois eixos estão mais diretamente ligados
aos temas tratados neste diagnostico estão descritos segundo áreas de atuação e metas no
quadro seguinte.
Quadro 18 – Descrição dos Eixos Selecionados do PAC II
EIXO ÁREAS METAS
Saneamento, Prevenção em Áreas de Risco, Enfrentar os principais desafios das grandes
CIDADE
Mobilidade Urbana e Pavimentação. aglomerações urbanas, propiciando melhor
MELHOR
qualidade de vida.
MINHA Minha Casa, Minha Vida, Financiamento SBPE, Redução do déficit habitacional, dinamizando o setor
CASA, Urbanização de Assentamentos Precários de construção civil e gerando trabalho e renda.
MINHA VIDA
Fonte: www.pac.gov.br
34
Artigo 3º da Lei 11.578/2007.
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134
35
E regulamentado pelo Decreto n° 7.581 de 11 de outubro de 2011.
36
Regulamentado através da Lei 12.424/2011, Decreto 7.499/2011 e Decreto 7.825/2012.
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135
37
Segundo a Portaria Interministerial 1, de 24 de julho de 2013, as novas unidades habitacionais deverão ser
implantadas em áreas com nível de risco adequado, podendo ser, excepcionalmente na mesma área atingida
pelo desastre, desde que sejam aplicadas medidas que reduzam o risco a patamares aceitáveis. Nos casos de
inundações, o período de recorrência mínimo adotado no projeto deverá ser de 50 anos. A mesma portaria
ainda determina que o Ministério da Integração Nacional, poderá participar com até 30% dos recursos
financeiros necessários à implantação da infraestrutura pública associada aos empreendimentos
habitacionais e à reurbanização da área sinistrada, cabendo ao ente público local, a título de contrapartida:
os recursos financeiros complementares para a reurbanização da área sinistrada; a demonstração de
titularidade pública das áreas onde ocorrerão as obras e o montante complementar dos recursos financeiros
referentes à infraestrutura dos novos empreendimentos habitacionais.
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recursos do FAR (faixa 1), deverão estar cadastradas (nos cadastros municipais ou estaduais
do programa) e serem priorizadas de acordo com os critérios nacionais, podendo o Distrito
Federal, os Estados ou Municípios proporem até três critérios adicionais de seleção, desde
que harmonizados com os nacionais e aprovados pelos conselhos de habitação.
Tais são os critérios nacionais:
famílias residentes em áreas de risco ou insalubres ou que tenham sido
desabrigadas;
famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar; e
famílias de que façam parte pessoas com deficiência38.
As regulamentações emanadas pelo Ministério das Cidades ainda admitem que
famílias que tiverem que ser realocadas sejam dispensadas da aplicabilidade dos critérios de
seleção previstos, mas esta indicação limita-se a 50% das unidades habitacionais do
empreendimento39. É exigida ainda, a reserva de, no mínimo, 3% das unidades habitacionais
para atendimento dos idosos.
No caso das operações realizadas com os recursos transferidos ao FDS, a indicação dos
candidatos selecionados será de responsabilidade da entidade organizadora proponente.
Em relação aos valores dos imóveis subsidiados para famílias com renda de até R$
1.600,00 (faixa 1), a segunda etapa do programa ampliou de R$ 65.000,00 para R$ 76.000,00
o limite máximo, variando este segundo a Unidade da Federação e o perfil do Município. No
Estado do Espírito Santo estes valores ficaram definidos em R$ 60.000,00 para Vitória e
Região Metropolitana e R$ 58.000,00 para os Municípios com população maior ou igual a 50
mil habitantes40.
Para as operações vinculadas à projetos do PAC (que objetivam reassentamentos e
realocações de famílias) os valores se reduzem na capital e municípios da região
metropolitana para R$51.000,00 e municípios com população acima de 50 mil habitantes
para R$ 47.000,00.
Em relação aos valores máximos dos imóveis financiados com os recursos do FGTS, no
ano de 2012 a Resolução 702/2012 do Conselho Curador do FGTS41 definiu que os imóveis
objetos de financiamentos vinculados aos recursos alocados à área orçamentária de
Habitação Popular, observarão o limite de valor de venda ou de avaliação ou de
investimento de R$ 90.000,00, admitindo-se elevação destes valores nos seguintes casos:
38
Portaria 610, de 26 de dezembro de 2011 do Ministério das Cidades.
39
O Distrito Federal ou o Município deverá providenciar a inclusão ou atualização dos candidatos selecionados
no CadÚnico antes da indicação do candidato aos agentes financeiros.
40
Portaria 168 de 12 de abril de 2013 do Ministério das Cidades.
41
Artigo 20 da referida resolução.
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137
42
Criado a partir da publicação da Lei 11.977, de 07 de julho de 2009, na vigência da primeira etapa do
PMCMV. Regulamentado pela Resolução nº 194/2012, do Conselho Curador do FDS, e pela Instrução
Normativa nº 45/2012, do Ministério das Cidades.
43
Fica dispensada do processo de habilitação a Entidade Organizadora cujo projeto seja voltado ao
atendimento de refugiados, comunidades quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhos, indígenas e
demais comunidades socialmente vulneráveis, localizadas em áreas urbanas.
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138
O Estado atua desde 2009 através do IDURB com o Programa Nossa Casa. Com a
instituição legal do programa através da Lei 9899 de agosto de 2012 e seu decreto
regulamentador 3166 do mesmo ano. No marco legal instituído fica preservada a finalidade
original do Programa de operar na construção e reforma de unidades habitacionais, e na
melhoria e ampliação da infraestrutura, através de execução direta e/ou através de
convênios com os municípios, com recursos provenientes do Fundo Estadual de Habitação e
recursos dos programas federais.
44
PEHAB – Plano Estadual de Habitação
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O programa, a partir da sua instituição legal, passa a ser operado como Programa
Nossa Casa II, com o objetivo operacional de articular recursos do Governo Federal, Estadual
e dos Municípios. A prioridade do atendimento da demanda é estabelecida para famílias
incluídas no CAD-Único e inseridas no Programa INCLUIR, e/ou moradora de áreas de risco,
e/ou residente nos aglomerados identificados pelo programa Estado Presente. Também as
famílias rurais que integram os programas do governo e com aptidão ao PRONAF e Programa
da Reforma Agrária.
5. CAPACIDADES
INSTITUCIONAIS
A questão habitacional, conforme viso ao longo das analises deste diagnostico, tem
ocupado um espaço ainda tímido nas políticas municipais, especialmente se considerada a
magnitude do quadro a ser enfrentado pela política habitacional.
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Referentes aos empreendimentos Ewerton Montenegro e Residencial Zumbi dos Palmares.
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Ademais, tais intervenções tem forte demanda por trabalho social e de articulação a
outras políticas, como educação, saúde, transporte... Para a aprovação do financiamento os
projetos assinam o Termo de Compromisso de executar o Trabalho Técnico Social, sendo
necessária a elaboração do Projeto Técnico Social (PTS) pelo município, que deve ser
aprovado pela instituição proponente e executado pela equipe de Assistentes Sociais da
Coordenação de Habitação. Verificou-se através de entrevista realizada com a SEMDU
(presente no documento Relatório do Levantamento de Dados) a complexidade operacional
e financeira com que os Projetos Técnicos Sociais (PTS) que acompanham as obras do Canal
da Costa, Canal do Congo, Zumbi dos Palmares e o MCMV atuam, especialmente pela
precária estrutura com que a Coordenação opera.
A Lei 4749 também foi anteriormente alterada em 2010 pela Lei 4.958 que cria
subsecretarias, entre elas a Subsecretaria de Habitação na SEMDU, não alterada e vigente
com as seguintes atribuições e estrutura operacional, conforme artigo 2º e artigo 3º e
anexo IV:
Art. 2º: Ficam criadas e inseridas na estrutura organizacional básica da Prefeitura
Municipal de Vila Velha, instituída pela Lei nº 4.749, de 20 de janeiro de 2009, as
seguintes Subsecretarias:
...
Os dados demonstram que nos últimos 4 anos (2010-13) não houve investimento em
habitação. Nos anos anteriores foram bastante reduzidos não ultrapassando o
correspondente a 1,2% do total das despesas. O investimento em urbanismo varia de 16 a
22% do total das despesas.
Fonte:IJSN
Fonte: PEHAB
Fonte: IJSN
habitação. Este aparente descompasso, com a avaliação dos conteúdos se desfaz, posto que
muitos dos seus conteúdos deverão contribuir para este PLHIS.
A Lei formula a política habitacional do município, numa concepção ampla e
abrangente. Conceitua e estabelece os componentes desta política, princípios e diretrizes
que estão em plena sintonia com o Estatuto da Cidade e o Sistema Nacional de Habitação
nos aspectos da política e financiamento determinados no âmbito federal.
As diretrizes determinadas no artigo 4º referem conteúdos como: a promoção do
acesso a terra e à moradia digna, de acordo com o princípio da função social da propriedade;
o atendimento a população de baixa renda (c/prioridade para até 03 SM ); à execução de
intervenções articuladas no território; ao estimulo a processos participativos que envolvam
os beneficiários; a atuação articulada com ações de políticas de caráter tanto corretivo,
quanto preventivo; entre outras.
A Lei inova quando estabelece parâmetros e critérios bastante diferenciados dos
usualmente utilizados na definição das prioridades. O processo parece um pouco complexo,
mas ha que ser melhor entendido o proposto, para avaliação não terceira da sua viabilidade.
A Lei também estabelece um conjunto de programas a serem empreendidos no âmbito
municipal compreendendo todas as linhas usualmente apontadas; remete ainda à
elaboração de um plano de regularização fundiária; e cria o sistema de informações
habitacional do município.
A Lei é de fato, bastante completa e poderá contribuir e instruir os conteúdos mais
conceituais do PLHIS, devendo ser pauta de debate da próxima etapa.
As demais legislações são referentes ao Programa MCMV- e tratam de aspectos
operacionais do programa, de incentivos e aspectos facilitadores para a realização dos
empreendimento. São de extrema importância para garantir interesse e realização de
empreendimentos de interesse social; significam o compromisso e empenho do poder
publico para viabilizar a produção privada de HIS. Entretanto, são conteúdos de outra escala -
não são tão relevantes para o PLHIS pois estão mais relacionados ao detalhamento de
normas e procedimentos. As Leis são: a 4851, de 1 de dezembro de 2009; a 4904, de 17 de
março de 2010; e a 5525, de 20 de maio de 2014.
O município de Vila Velha teve seu Plano Diretor Municipal aprovado em 2007 e está
hoje em processo de inicio de sua revisão. No que se refere aos conteúdos relacionados com
a questão habitacional os seguintes pontos podem ser destacados:
(i) O PD apresenta extensa argumentação traduzida em princípios, diretrizes e
estratégias de desenvolvimento direcionadas à promoção do acesso à moradia e da
inclusão territorial. Dá especial ênfase ao tema na estratégia que trata da inclusão
territorial e promoção da moradia digna. Reforça as questões da integração das
políticas, da regularização fundiária e da justa distribuição dos ônus e benefícios da
urbanização;
(ii) Estabelece os mecanismos e instrumentos para a consecução dos objetivos
estabelecidos sendo a ZEIS de fundamental importância para os processos de
regularização fundiária, e de reserva de áreas para empreendimentos de HIS.
Entretanto, da época de aprovação do Plano a hoje, permanecem somente as duas
primeiras áreas instituídas pela própria Lei;
(ii) O Plano remete ainda à elaboração do PLHIS, e institui o Conselho e o Fundo
Municipal de Habitação e orienta quanto aos programas habitacionais;
(iv) O Plano incorporou os instrumentos do Estatuto da Cidade, sem condições de auto
aplicabilidade e a maioria não está regulamentada. As estratégias de reserva de áreas
para HIS e outras ações que facilitariam a promoção de empreendimentos de HIS
seriam fortalecidas com a regulamentação dos instrumentos indutores da ocupação
dos vazios urbanos e áreas subutilizadas, do consórcio imobiliário, do solo criado,
entre outros;
(v) a Lei do Plano Diretor Municipal ainda traz regras especiais para loteamentos de
interesse social e uma serie de mecanismos com o objetivo de promover condições
mais facilitadas e atrativas para os empreendimentos de interesse social.
Assim o que se verifica é que o Plano traz muitos do conteúdos necessários para a
consecução dos objetivos da política habitacional. Entretanto a regra sem adequado
processo de gestão e prioridade política não efetiva o proposto.
Não chegaram a formalizar propostas para o PLHIS, mas foi destacada a importância
do fortalecimento do conselho e da capacitação dos conselheiros após a aprovação do
PLHIS.
Não é demais destacar aqui a organização e a forte atuação do movimento pela luta
moradia, como co-autor histórico das ações habitacionais empreendidas em Vila Velha pelo
setor publico (município e estado), e sua atuação recente e crescente na produção
habitacional com o financiamento do governo federal. Esta é uma particularidade do
município de Vila Velha que lhe confere uma potencialidade rara, que deverá ser fortalecida,
no que couber, se ampliando as capacidades institucionais de enfrentamento das questões
habitacionais.
***
Por fim, o quadro diagnosticado através dos 5 eixos de analise deste diagnostico
habitacional permite algumas breves considerações de síntese:
Visualizou-se através do processo de ocupação e urbanização de Vila Velha, no
contexto de expansão da capital e formação da região metropolitana os
impactos sócio-ambientais gerados e a sua influencia na atual conformação das
questões habitacionais hoje encontradas;
Observou-se ainda os indicadores da continuidade do crescimento populacional
junto ao modelo de desenvolvimento que ainda não se mostrou capaz de dar
conta da inclusão habitacional e urbana dos setores mais vulneráveis e de menor
renda, demandando por políticas publicas que também ainda não alcançaram
resultados efetivos;
Visualizou-se que ao longo da historia da produção habitacional de interesse
social, Vila Velha ainda não apresentou uma política consistente para o
enfrentamento do quadro de necessidades habitacionais identificado;
Quantificou-se um quadro de déficit com dois recortes de renda, onde mesmo o
de menor magnitude vai exigir uma capacidade de produção habitacional que
extrapola as atuais condições institucionais dadas;
Encontrou-se, contudo, um quadro favorável na relação com os agentes sociais e
privados que hoje tem espaço e financiamento para a produção habitacional;
Verificou-se que a insuficiência da produção habitacional empreendida associada
a um processo histórico de produção informal do lote por agentes públicos e
privados resultou em grave quadro de irregularidade fundiária e de ocupação de
áreas inadequadas que vão demandar do município uma política consistente de
regularização fundiária que passa pela qualificação da gestão das ZEIS já
demarcadas e pela demarcação de novas ZEIS;
Os assentamentos precários, as ocupações em áreas fragilizadas e de risco, e
setores de precária urbanização e carência de serviços específicos como a
Grande Terra Vermelha e a Grande Santa Rita, áreas que tem sido priorizadas
MAPAS TEMÁTICOS