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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - MDA

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL - SDT


PLURAL COOPERATIVA DE CONSULTORIA,
PESQUISA E SERVIÇOS

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO

RURAL SUSTENTÁVEL DO

TERRITÓRIO PÓLO COLATINA - ESPIRÍTO SANTO

Versão Preliminar

Elaboração Técnica:
Manoel Ricardo Vilhena

São Paulo - SP
Novembro/2010
SUMÁRIO

Pág.

1. Resumo Executivo 4

2. Introdução 6

PARTE 1

1. A Dimensão Ambiental no Território Pólo Colatina 8

2. A Dimensão Social, Demográfica e Cultural 10


2.1. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH 10
2.2. Aspectos Históricos do Território Pólo Colatina 12
2.3. A População do Território Pólo Colatina 13
2.4. A Gestão Social 15

3. A Dimensão Socioeconômica no Espírito Santo e Território Pólo Colatina 15


3.1. O Emprego no Território Pólo Colatina 18
3.2. Sistemas Produtivos no Território Pólo Colatina 20
3.3. A Distribuição Regional do Investimento 23
3.4. A Estrutura Fundiária e o Uso da Terra 26

4. A Dimensão Político-institucional 28

PARTE 2

2. Planejamento do Desenvolvimento Territorial 29


2.1. Visão de Futuro 29
2.2. Eixos Estratégicos 30

PARTE 3

3. Gestão e Monitoramento do PTDRS 33


3.1. Formas de Gestão e Monitoramento do Planejamento 33

Bibliografia 35

Anexos 36

Anexo 1: Mapa das Regiões Administrativas do Espírito Santo 37


Anexo 2. Mapa dos Investimentos por Região Administrativa do Espírito Santo 38

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LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 1. População, IDH e PIB no Brasil, Espírito Santo e Microregiões 10

Tabela 2. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (1970-2005) 11

Tabela 3. Distribuição da População, Segundo o Censo Demográfico 2000/10 13

Tabela 4. Índices Demográficos no Estado do Espírito Santo 14

Tabela 5. Dez Principais Segmentos da Indústria Capixaba (1996-2006) 17

Tabela 6. Empregos Gerados por Setor da Economia no Pólo Colatina 19

Tabela 7. Investimentos Prioritários por Setor de Atividade no Pólo Colatina 24

Tabela 8. Investimentos, Segundo Setores, por Número de Projetos, Empregos e


Total de Investimentos (2005 - 2010) 24

Tabela 9. Principais Rebanhos no Território Pólo Colatina 25

Tabela 10. Número e Área de Estabelecimentos, por Grupos de Área Total 26

Tabela 11. Estrutura Fundiária, por Tamanho de Imóveis Rurais no Pólo Colatina 27

LISTA DE GRÁFICOS

Pág.

Gráfico 1. Rendimento per capita das Famílias em Salários Mínimos 18

LISTA DE QUADROS

Pág.

Quadro 1. Ciclos de Desenvolvimento da Economia do Espírito Santo 16


Quadro 2. Indústria do Vestuário no Território Pólo Colatina 21
Quadro 3. Colegiado do Território Pólo Colatina 34

LISTA DE FIGURAS

Anexo 1. Mapa das Regiões Administrativas do Espírito Santo 37


Anexo 2. Mapa dos Investimentos por Regiões Administrativas do
Espírito Santo 38

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1. Resumo Executivo

A construção de políticas tendo o desenvolvimento sustentável como elemento de


elaboração de políticas é um desafio de ordem técnica e prática difícil, porém bem mais
coerente. No Brasil a execução de políticas públicas receitando soluções homogêneas,
para diferentes e dinâmicas realidades, dificultou que tais políticas atingissem seus
objetivos. Essa prática gerou limitações à participação, à articulação e à integração das
políticas com os beneficiários imediatos.
A implantação de métodos participativos (não apenas representativos) foi
incorporada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que para este atingir tal
objetivo redefiniu o enfoque do planejamento para o âmbito territorial, permitindo uma
visão mais integradora de espaços, agentes, mercados e das políticas públicas.
Portanto território é: “um espaço físico, geograficamente definido, geralmente
contínuo, compreendendo cidades e campos caracterizados por critérios
multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política
e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se
relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode
distinguir um ou mais elementos que indicam identidade, coesão social, cultural e
territorial”. (MDA, 2004).
Atualmente existem 120 territórios rurais homologados pela SDT. Os Conselhos
de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável – CODETER, formados
paritariamente por representantes do poder público local e sociedade civil, são as
instâncias maiores de participação e deliberação no território. Para alcançar os resultados
esperados, a SDT fornece aos CODETER’s o apoio necessário para a construção de
alguns instrumentos importantes para subsidiar a gestão social nos territórios, tais como
o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS, os Estudos
Propositivos - EP e o Plano Safra Territorial – PST.
Os PTDR’s definem os eixos estratégicos multisetoriais, dos quais um resultado
buscado em todos os planos é a dinamização econômica dos territórios. Esses eixos são
apresentados de forma generalizada, sem oferecer todos os elementos necessários para se
estabelecer metas físicas e financeiras a serem alcançadas em cada um dos municípios. O
Plano Safra Territorial é um estudo concreto para instrumentalizar a efetivação dos eixos
econômicos orientados para os produtores familiares que formam o conjunto dos
beneficiários dos créditos do PRONAF e dos programas de ATER.

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O PTDRS do Território do Pólo Colatina é resultado do somatório dos diversos
momentos em que sociedade civil e poder público se integraram para a construção de um
planejamento estratégico participativo, pró-ativo e de uma agenda construtiva de ações e
eventos territoriais. O PTDRS resgata a trajetória de constituição do território, desde sua
elaboração até a execução e monitoramento propriamente dita quando estiveram
envolvidos o Colegiado e as Câmaras Técnicas.
O plano em seus principais componentes situa o território no contexto do
desenvolvimento rural do estado e mais especificamente do norte capixaba,
caracterizando a agricultura familiar e o conjunto de ações relacionado à sua dinâmica.
Em uma segunda etapa haverá refinamento do diagnóstico participativo e de elaboração
do Plano Territorial de Desenvolvimento com mais profundidade ampliando a qualidade
e quantidade de informações necessárias às ações decisórias das lideranças sociais
quanto aos rumos do desenvolvimento do território. As partes integrantes do PTDRS são
as seguintes:
Parte 1: Diagnóstico do Território: são destacados os dados
secundários identificados e sistematizados com os participantes da primeira jornada,
incluindo propostas de alterações. São abordadas as quatro dimensões do
desenvolvimento: 1. Dimensão Ambiental; 2. Dimensão social, demográfica e cultural;
3. Dimensão socioeconômica; 4. Dimensão Político-institucional.
Parte 2: Planejamento: é destacada a visão de futuro construída com os
participantes e em sintonia com o diagnóstico apresentado. Apresenta-se também, os
eixos estruturadores da política de desenvolvimento territorial. Nesta etapa, os itens
estão organizados em: 1. Visão de Futuro; 2. Diagnóstico do Ambiente Interno e Externo
ao Território; e 3. Eixos Estratégicos.
Parte 3: Gestão e Monitoramento: são indicadas as formas de gestão e
monitoramento do planejamento que foram discutidas com os participantes das oficinas.
Busca-se descrever a maneira como os atores sociais pretendem gerir o planejamento de
forma que ele represente, de fato, um instrumento norteador da política de
desenvolvimento do setor.

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2. Introdução

A reformulação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável -


PTDRS, está sendo reestruturada por meio de qualificação participativa de uma versão
que estava em execução (portanto, desatualizada). Uma oficina realizada no período de
11 e 12/11/10, em Colatina, mobilizou o Colegiado do Território, quando foi
desenvolvido um amplo e intenso debate crítico, através da intervenção de diversos
atores sociais do Território Pólo Colatina do Espírito Santo.
O PTDRS também é o resultado da integração de diversos momentos em que
sociedade civil e poder público se empenharam na construção de um processo
participativo, interativo e pró-ativo, a partir dos resultados das agendas de ações e
eventos territoriais. Até sua finalização, o PTDRS representará a trajetória da
constituição do território até sua fase de execução e monitoramento quando estiveram
envolvidos o Colegiado, Núcleo Técnico e as assessorias.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário traçou como meta para a Secretaria de
Desenvolvimento Territorial - SDT, estruturar efetivamente programas e projetos de
desenvolvimento dos territórios rurais. O centro de atuação é construir e executar
políticas sustentáveis para agricultores familiares e assentados da reforma e do
reordenamento agrário, quilombolas, pescadores artesanais, colaborando para a
ampliação das capacidades humanas, institucionais e da autogestão dos territórios.
Outro aspecto relevante das ações do SDT/MDA, que devem estar previstos na
reformulação do PTDRS é a definição de eixos estratégicos de desenvolvimento para
articulação das políticas do setor rural com políticas de desenvolvimento urbana. A
efetivação de um planejamento com atividades no território terá impacto bem mais
significativo se compreendida, integrada, executada e disseminada em toda a região,
contemplando as diversas particularidades sociais, econômicas, ambientais.
Uma condição para fortalecer políticas públicas orientadas ao desenvolvimento
sustentável é a estruturação de instâncias decisórias e executivas (Colegiados, Câmaras
Técnicas, etc.), efetivadas entre Estado e a Sociedade, estabelecendo políticas públicas
abrangentes e duradouras, apoiando a organização e o fortalecimento institucional dos
atores sociais locais na gestão participativa do desenvolvimento dos territórios rurais e
promovendo a implantação e integração de políticas públicas.

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O Censo Agropecuário (IBGE, 2006) passou a incorporar, de maneira inédita, a
agricultura familiar quando foram identificados 4.367.902 propriedades rurais que
representam 84,4% do total de 5.175.489 estabelecimentos, ocupando, no entanto,
apenas 24,3% (cerca de 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos
agropecuários. Apesar de ocupar apenas um quarto da área plantada (1/4), atinge cerca
de 38% do valor da produção (ou R$ 54,4 bilhões) desse total. Importante destacar que
mesmo cultivando uma área menor, a produção agrícola familiar garante a segurança
alimentar gerando os produtos da cesta básica, por exemplo. O valor bruto da produção
na agricultura familiar é R$ 677 reais por hectare/ano.
Os dados do IBGE indicam que em 2006, a agricultura familiar foi responsável
por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho,
38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30%
dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura
familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de
R$ 13,99 mil.
Portanto, os programas e projetos com abordagem territorial devem ter
capacidade de gerar efeitos multiplicadores não apenas no campo, também nas cidades,
através da construção, negociação e “concertação” das estratégias de desenvolvimento
territorial, por meio, da articulação das políticas nos diversos níveis de governo em
sintonia com as necessidades das populações territoriais.
O acesso aos serviços públicos básicos no campo e na cidade é condição para que
o desenvolvimento se converta em benefícios concretos para a população. Estas políticas
deverão apoiar a formação de infra-estruturas sociais e econômicas, programar
instrumentos de benefícios e proteção social, promover o ordenamento territorial,
incentivar a prática de inovações tecnológicas, sociais e institucionais e promover a
diversificação e dinamização econômica territorial.

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PARTE 1

1. A Dimensão Ambiental no Território Pólo Colatina

As zonas naturais e características do clima nos 12 municípios do Pólo Colatina


fazem parte de duas zonas naturais, uma com temperaturas quentes outra com
temperaturas amenas, sendo que a maioria dos municípios está localizada na zona
quente. A zona de maior abrangência é quente e seca, com relevos acidentados, esta
ainda se subdivide em subzonas que expressam a presença de nutrientes.
Os municípios de Colatina, Baixo Guandu, Itaguaçu, Itarana, São Roque do
Canaã, Laranja da Terra, estão dentro desta zona quente, seca, acidentada, porém fértil,
sendo que há algumas manchas com solos pouco férteis. Os municípios de São
Domingos, Marilândia, Governador Lindenberg, região de Pancas se situam nesta
mesma zona, porém com solos fracos em termos de nutrientes.
Uma parcela menor de municípios está situada em uma zona de terras de
temperaturas amenas, acidentadas e fracas em termos de nutrientes como é o caso de
Mantenópolis, Alto Rio Novo, regiões altas de Pancas e de Baixo Guandu. Os
municípios de Itaguaçu, Itarana, São Roque, Laranja da Terra, possuem regiões situadas
nesta zona, porém com transição entre estação seca e chuvosa e férteis em termos de
nutrientes.
Com relação aos recursos hídricos a bacia do rio Doce apresenta algumas
nascentes na região de Ressaquinha entre a Serra da Mantiqueira e a do Espinhaço, em
Minas Gerais. Deságua na região de Regência, no município de Linhares, percorrendo
até lá 853 km. Dos 222 municípios que fazem parte da bacia do rio Doce, 24 localizam-
se no Espírito Santo, destes 12 fazem parte do Pólo Colatina.
A área de drenagem da bacia é de 83.400 Km2, sendo que 11.700 km2 estão no
Espírito Santo, apresentando uma extensão de 157 km, entre a divisão do município de
Aimorés (MG) e Baixo Guandu (ES) até o seu desaguadouro em Regência/Linhares. Os
principais afluentes do rio Doce no Espírito Santo são os rios Guandu, Santa Joana e
Santa Maria do rio Doce pela margem direita, pela margem esquerda são os rios Panca,
São José (lagoa Juparanã) e as lagoas Terra Alta, Terra Altinha, Palmas, Juparanã Mirim,
Limão e Aviso.
A concentração da população em áreas impróprias, falta de coleta, tratamento e
disposição inadequados de resíduos sólidos e baixo índice de saneamento básico, o

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desmatamento acelerado, o manejo inadequado e não-sustentado das áreas agrícolas, o
uso de agroquímicos, a realização de queimadas de forma indiscriminada e a extração
mineral são fortes agentes de degradação da bacia.
A falta de planejamento ambiental na bacia hidrográfica, por meio de
intervenções políticas públicas e privadas agrava o problema. Alguns destes impactos
que afetam e limitam o desenvolvimento em termos mais sustentáveis são: a) Perda da
produtividade em sítios agrícolas, resultante da erosão e perda de solo; b) Assoreamento
do leito com diminuição do volume de água, comprometendo o abastecimento urbano,
industrial, agrícola, a navegação e a geração de energia; c) Poluição das águas com
queda na qualidade, tornando-as até mesmo impróprias para o consumo; d) Mudança no
regime hidrológico, com ocorrência de cheias e secas pronunciada.
Outro aspecto sócio-ambiental importante é o Parque Nacional dos Pontões
Capixabas. Está localizado nos municípios de Pancas e Águia Branca, na região
noroeste do Estado do Espírito Santo. Foi criado em dezembro de 2002, e abrange duas
áreas distintas, que somam 17.496 ha. Possui geografia e geomorfologia de aspectos
singulares, com presença de centenas de pontões rochosos. Na área se concentram os
últimos remanescentes da Mata Atlântica da região com uma variedade significativa de
espécies animais e vegetais. À área do Parque está incluída na região da ampliação da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, já reconhecida pela UNESCO.
Cerca de 400 famílias de agricultores que vivem há anos em propriedades
incluídas na área do Parque, reivindicam a revogação do decreto de criação da unidade e
a garantia de permanência em suas terras. O Conselho Nacional da Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica, autor da proposta da criação do Parque, reconhecendo a relevância de
manutenção da categoria de manejo “Parque Nacional”, propôs a revisão dos seus limites
a partir do levantamento fundiário e discriminatório das propriedades. Esta situação está
praticamente resolvida (ainda em 2010).

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2. Dimensão Social, Demográfica e Cultural

2.1. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH

O processo de industrialização do Estado do Espírito Santo privilegiou a


implantação dos grandes projetos na área de siderurgia, mineração e celulose. As grandes
empresas criadas a partir desses projetos se concentraram na região metropolitana e
litorânea do Estado, demandando que seus fornecedores também se aglutinassem nesta
região. Essa concentração influenciou aspectos sócio-econômicos, como a distribuição
de renda, verificada através do nível do PIB entre as microrregiões e a concentração
populacional na Grande Vitória.
A distribuição do PIB, analisando o ano de 2002, é consideravelmente elevada na
Região Metropolitana, com pouco mais de R$ 15,167 bilhões (61,35%) do PIB do
Estado. Observando a diferença entre as microrregiões, verifica-se que, aquelas onde
pelo menos um município é banhado pelo Oceano Atlântico (Metropolitana, Pólo de
Linhares, Litoral Sul, Litoral Norte e Pólo de Cachoeiro), somam juntas mais de R$
21,142 bilhões, representando 85,55% do PIB. As demais microrregiões: Sudeste
Serrana, Extremo Norte, Pólo de Colatina, Caparaó, Nordeste I e Nordeste II somam,
aproximadamente, R$ 3,851 bilhões, ou 14,45% do PIB.

Tabela 1. População, IDH e PIB no Brasil, Espírito Santo e Microrregiões

Região POP. (2000) IDH (2000) PIB* (2002)


Brasil 169.799.170 0,766 1.346.027.825
Espírito Santo 3.097.232 0,765 24.723.040
Região Metropolitana 1.048.187 0,784 15.167.947
Pólo Linhares 252.592 0,742 2.251.214
Metrop. Expandida Sul 118.524 0,752 1.061.274
Sudeste Serrana 124.675 0,727 459.732
Central Serrana 98.174 0,744 393.129
Litoral norte 139.454 0,695 1.173.421
Extremo Norte 50.746 0,700 206.162
Pólo Colatina 171.820 0,714 778.504
Nordeste 1 114.303 0,711 440.659
Nordeste 2 137.873 0,694 290.927
Pólo Cachoeiro 321.066 0,734 1.488.766
Caparaó 154.268 0,726 506.161
Fonte: IBGE, IDH, 2000 e 2002. Consolidação FCAA, 2005. * PIB x R$ 1.000

10
A comparação de evolução do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH,
quando confrontados os períodos de apuração, os indicadores revelam que o Espírito
Santo atingiu um patamar de alto desenvolvimento humano (IDH acima de 0,8),
localizando-se na 7ª colocação entre diversos estados do País.

Tabela 2. Índice de Desenvolvimento Humano (1970-2005)


Estados selecionados 1970 1991 2005* Ranking 2005
Distrito Federal 0,652 0,799 0,874 1º
Santa Catarina 0,477 0,748 0,840 2º
São Paulo 0,643 0,778 0,833 3º
Rio de Janeiro 0,657 0,753 0,832 4º
Rio Grande do Sul 0,541 0,753 0,832 5º
Paraná 0,440 0,711 0,820 6º
Espírito Santo 0,415 0,690 0,802 7º
Mato Grosso do Sul 0,437 0,716 0,802 8º
Piauí 0,267 0,566 0,703 25º
Maranhão 0,285 0,543 0,683 26º
Alagoas 0,286 0,548 0,677 27º
Brasil 0,462 0,742 0,794 -
Fonte: IPEADATA (2009a) e CEPAL/PNUD/OIT (2008), para os dados de 2005.

O desenvolvimento social, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem


Domiciliar (PNAD, 2007), com relação ao desempenho geral da socioeconomia,
demonstra uma redução da taxa de pobreza1, de 28,08% (2001) para 12,90% (2007), uma
queda de 54,0% no período. Na média nacional a redução foi de 30,3%.
A partir desse resultado o estado saiu da 16ª posição do ranking nacional de
menor taxa de pobreza, em 1970, para a 5ª, em 2007, atrás de Santa Catarina (7,03%),
São Paulo (10,61%), Mato Grosso do Sul (12,47%) e Goiás (12,85%), enquanto a taxa
foi de 23,0% para o Brasil. Como revelado pelos indicadores, o Espírito Santo cresceu
acima da média nas últimas décadas, situando-o entre os desenvolvidos do País.
Atualmente é perceptível que a inserção externa da economia capixaba apresenta
problema com relação à permanência (sustentabilidade) do pouco conteúdo inovativo das
atividades produtivas, a baixa intensidade tecnológica dos produtos de commodities.
Além dos produtos industriais minerais e da silvicultura, existe ainda uma
significativa diversidade de produtos não-industriais entre os quais: animais vivos,
produtos agrícolas e pecuários, pescados, minerais não-metálicos, minerais metálicos,
petróleo e gás natural, resíduos industriais e pedras preciosas em estado bruto.
1
Taxa de Pobreza: percentual de pessoas que recebem renda domiciliar per capita abaixo de R$
137,00/mês.

11
2.2. Aspectos Históricos do Território Pólo Colatina

Retratando a diversidade étnica presente no Espírito Santo, a região de Colatina


tem população multiétnica, porém, predominantemente descendente da colonização
européia, principalmente de italianos, alemães e portugueses. O município de Colatina, a
região mais dinâmica foi fundada em 30/12/1921, inicialmente compreendendo as terras
dos atuais municípios de Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Governador Lindenberg,
Linhares, Marilândia, Pancas, São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha. O nome
do município é uma homenagem a Colatina Soares de Azevedo, neta materna de
Joaquim Celestino de Abreu Soares, barão de Paranapanema, e esposa de José de Melo
Carvalho Muniz Freire, presidente do Espírito Santo de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904.
Outra situação típica no processo de colonização do norte do rio Doce é a ponte
Florentino Avidos, uma vez que a mesma foi a via principal que permitiu a gradativa
ocupação da região, principalmente em razão de ter sido construída para servir de
complemento a via férrea, a Estrada de Ferro Norte do Rio Doce que foi construída para
ligar o sul ao norte capixaba.
A importância econômica da obra é facilitar o escoamento da produção agrícola,
pois a ponte segue pelo Bairro Lacê, margeando o córrego Transylvânia (atual córrego
São Silvano) até a rodovia do Café, indo atingir Nova Venécia e São Mateus, onde já
existia, no final da década de 20, um trecho de via férrea. As metas principais: ocupação,
exploração e integração do norte do Rio Doce com as regiões mais desenvolvidas do
Espírito Santo.
Colatina foi o município escolhido para a construção da ponte e da estrada de
ferro, pois era um município que apresentava, já naquela época, uma economia próspera.
Depois de acertos técnicos e financeiros em 1926 a ponte começou a ser construída
juntamente com a Estrada de Ferro Norte do Rio Doce, ocasião em que foi dado início à
abertura da floresta rumo a Nova Venécia.
Como Colatina precisava se expandir para o norte, à expectativa gerada era
ocupar terras férteis, explorar madeira em abundância, além das terras disponíveis para
plantações de café e da pecuária extensiva que necessitava cada vez de mais espaço. A
construção da estrada de ferro resultou na criação de inúmeras e importantes vilas
colatinenses: Pancas, Marilândia, Águia Branca, São Gabriel da Palha, São Domingos,
hoje importantes municípios do Espírito Santo.

12
2.3. A População do Território Pólo Colatina

Atualmente, o estado do Espírito Santo está dividido em 78 municípios. As


microrregiões de gestão administrativa do Estado são as seguintes: Metropolitana, Pólo
Linhares, Metrópole Expandida Sul, Sudoeste Serrano, Central Serrana, Litoral Norte,
Extremo Norte, Pólo Colatina, Noroeste 1, Noroeste 2, Pólo Cachoeiro e Caparaó.
A ocupação do norte do Espírito Santo iniciou nas primeiras décadas do século
XX, e ganhou novo impulso depois da construção da ponte de Colatina sobre o rio Doce,
inaugurada em 1928. A economia capixaba contou com a migração de contingentes do
sul e do centro do país para aquela área, e assim firmou-se o cultivo do café, que
respondeu por 95% da receita em 1903.
A criação de bovinos utilizou terras no norte do estado, em terrenos desmatados.
Nessa área ainda se cria e engorda-se gado de corte, associado à implantação de
indústrias frigoríficas, cuja carne é vendida principalmente para o Rio de Janeiro, além
de abastecer a região de Vitória.

Tabela 3. Distribuição da população, segundo o Censo demográfico 2000/2010

Total da Total da Total da Total da


Total de Total de %
Município (s) população população população população
homens mulheres (2000/10)
2000 urbana rural 2010
Alto Rio Novo 6,964 3,658 3,645 4,239 3,064 7,303 4,86
Baixo Guandu 27,819 14,220 14,866 22,519 6,567 29,086 4,55
Colatina 112,711 54,303 57,491 98,395 13,399 111,794 -0,81
Governador
0 5,673 5,201 4,234 6,640 10,874 0
Lindenberg
Itaguaçu 14,495 7,197 6,937 8,054 6,080 14,134 -2,49
Itarana 11,425 5,455 5,426 4,095 6,786 10,881 -4,76
Laranja da Terra 10,934 5,523 5,302 3,527 7,298 10,825 -0,99
Mantenópolis 12,201 6,816 6,784 8,653 4,947 13,600 11,46
Marilândia 9,924 5,572 5,535 5,648 5,459 11,107 11,92
Pancas 20,402 10,995 10,525 10,082 11,438 21,520 5,47
São Domingos
7,547 4,172 3,844 3,439 4,577 8,016 6,21
do Norte
São Roque do
10,395 5,695 5,592 5,597 5,690 11,287 8,58
Canaã
TOTAL 244,817 129,279 131,148 178,482 81,945 260,427 6,37
TOTAL ES 3.097.232 1.729.670 1.783.002 2.928.993 583.679 3.512.672 1,27
Fonte: IBGE, Censo 2000/2010.

13
O comportamento da população do Espírito Santo revelado pelo Censo 2010
apresentou taxa de crescimento de 1,27%, ou seja, um aumento moderado, pois em
valores absolutos a variação na expansão da população em dez anos foi de 415.440, que
pode representar um incremento 41.544 pessoas/ano. Em 2010, é expressiva a
concentração populacional na região urbana, com 2.928.993 (83,3%) quando
confrontado com a população rural do total do Território com 583.679 (16,6%).
No Território Pólo Colatina para o conjunto de 12 municípios a taxa de
crescimento no período censitário foi maior que do Estado com 6,37% e, em termos
absolutos a variação ficou em 15.610 habitantes entre 2000 e 2010. O município de
Marilândia apresentou a maior taxa em 11,92%, e Governador Lindemberg com 10.874
habitantes não registrou percentual positivo ou negativo em razão de sua criação haver
ocorrido em menos de 10 anos.
Um fato revelador sobre o comportamento populacional é que quatro municípios
apresentaram taxas negativas de crescimento: Colatina (- 0,81%), Itaguaçu com (-
2,49%), Itarana (- 4,76%), Laranja da Terra (- 0,99%). Colatina, em termos absolutos
perdeu população, com redução de 917 habitantes no período censitário de 2000 a 2010.

Tabela 4. Índices Demográficos no Estado do Espírito Santo


Índices Demográficos
Estado / Densidade Demográfica Taxa de Urbanização Razão de
Período (Hab/Km² / %) (%) Dependência (%)
2010 2000 2009 2000 2009 2000
Espírito Santo 76,63 67,2 82,6 79,5 45,5 52,0
Fonte: IBGE, Censo 2000 e Contagem População 2009.

Em um período de 10 anos a densidade demográfica que é era de 67,2%,


aumentou para 76,6%, um aumento de 9,43%. A taxa demonstra: a) grau de
concentração da população/km2; b) desproporção na relação área x população
(distribuição das terras, ou seja, a concentração de terras e municípios Pólos) tendem a
estimular a migração da população rural-cidade, buscando opções de trabalho e renda.
A confirmação destes indicadores apresenta-se na identificação da taxa de
urbanização de 79,5% (2000), alta intensidade, aumentou ainda mais para 82,6% (2009),
com diferença a mais de 3,1%. A razão de dependência2 da população média de todos os

2
Segundo o IBGE, A razão de dependência significa o peso da população considerada inativa ( 0 a 14
anos e 65 anos e mais de idade) sobre a população potencialmente ativa (15 a 64 anos de idade)
www.ibge.gov.br.

14
municípios juntos era de 52,0% caiu para 45,5%, variando negativamente em 6,5%. A
relação de dependência demonstra a proporção de jovens e idosos em relação às pessoas
em idade ativa, (população potencialmente ativa - PIA) demonstra que a população sem
idade para ingressar no mercado de trabalho, ou com, idade avançada, depende menos
daquelas produtivas capazes de gerar riquezas.

2.4. A Gestão Social no Território Pólo Colatina

A implantação efetiva da abordagem territorial considera que a “gestão social é


entendida como um processo de gerir assuntos públicos por meio da descentralização
político-administrativa, redefinindo formas de organização e de relações sociais com a
sustentabilidade, transparência e efetiva participação da sociedade, o que implica a
ampliação dos níveis das capacidades humanas, sociais e organizacionais do
Território” (Guia para Planejamento, SDT/MDA, 2005)3.
Na prática dos territórios rurais, significa uma contínua execução do processo de
organização, planejamento, coordenação e controle social por parte da sociedade civil.
As oficinas realizadas no território demonstram a concretização de metodologias
participativas no processo de construção da gestão social.
A organização do Colegiado do Território Pólo Colatina ainda não está
suficientemente fortalecida em sua estrutura interna, como espaço de discussão de
instrumentos estratégicos participativos. A baixa participação de lideranças (associações,
cooperativas, sindicatos, etc.) prejudica o funcionamento do colegiado como espaço de
discussão e definição para absorção e prática da conceituação de gestão social, e seu
impacto na organização, planejamento e monitoramento de programas e projetos,
principalmente na efetivação dos eixos estratégicos previstos no PTDRS.
Esta situação ficou evidente na realização Jornada de Qualificação preliminar do
PTDRS realizado no município de Colatina (11 e 12/10/10), quando foi baixa a
participação de representantes do Colegiado.

3
Orientações Gerais para Elaboração e Qualificação do PTDRS, Brasília. Janeiro, 2010.

15
3. Dimensão Socioeconômica no Espírito Santo e Território Pólo Colatina

Estudos e análises sobre a economia capixaba indicam existir um caráter


contraditório no crescimento econômico: uma economia desenvolvida e ao mesmo
tempo periférica. Isto se deve ao desempenho das commodities (minério de ferro, aço,
celulose, e, mais recentemente, petróleo e gás). O alcance e abrangência territorial das
empresas e áreas de produção demonstram que o perfil produtivo acima destacado tem
limites ambientais e de espaço geográfico, o que já está ocorrendo.
Apesar de o Espírito Santo ser um dos Estados mais desenvolvidos do País,
verificado por indicadores econômicos e sociais: PIB per capita, IDH, etc. e a produção
de commodities ser decisiva neste processo, o desenvolvimento social e econômico
sustentados por conhecimento científico e tecnológico, amparado em alta agregação de
valor e diversidade de produtos, mostra que o estado ainda é uma economia periférica
em termos de geração de conhecimento e da sua incorporação ao processo produtivo.

Quadro 1. Ciclos de Desenvolvimento da Economia do Espírito Santo


Período Produto (s) Característica Geral
1º Ciclo de - Cafeicultura até os anos 1950:
Desenvolvimento Café - monocultura mercantil de base familiar; peq. propriedades.
Econômico (1850-1960) - urbanas: agrícola, comércio e beneficiamento de café.
- Transição da economia agrário-exportadora, centrada na
2º Ciclo de Café cafeicultura, para uma economia urbano-industrial.
Desenvolvimento Transição Economia . 1ª fase do 2° Ciclo (1960-1975): crescimento liderado por
Econômico (1960-1975) urbano-industrial empresas locais de pequeno e médio porte.
- Políticas públicas: expansão interna da economia local.
- 2ª fase do 2º Ciclo período (1975-1990):
2º Ciclo de Grandes Projetos - Crescimento de empresas: grandes projetos industriais4
Desenvolvimento Transição Economia - empreendimentos: metalurgia, papel e celulose e pelotização de
Econômico (1975-1990) urbano-industrial minério de ferro.
- produção das empresas: demanda do mercado externo
- Diversificação atividades: serviços de comércio exterior
3º Ciclo de Grandes Projetos: - exportação: rochas ornamentais, mobiliário e confecções;
Desenvolvimento Produção fornecimento setor de metal-mecânica: grandes empresas.
Econômico (1990 - .......) diversificada e - Concentração de atividades:
concentradora - centrada em commodities: grandes projetos ampliam a
capacidade de produção e a extração de petróleo e gás.

Fonte: baseada em CAÇADOR, Sávio B. e GRASSI Robson A., 2007.


Nota: Quadro elaborado pelo autor, Outubro de 2010.
Os ciclos de desenvolvimento econômico assinalados acima demonstram o
caminho trilhado entre a monocultura extensiva do café até a diversificação baseada em
4
Grandes Projetos: referem-se a investimentos em plantas industriais produtoras de commodities
realizadas no estado entre meados dos anos 1970 e início dos 1980. Estes projetos compreenderam a
construção da Aracruz Celulose, da Samarco e da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), atualmente
denominada ArcelorMittal Tubarão, e a ampliação das atividades da Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD).

16
produtos de commodities minerais (ferro, aço, etc.) e vegetais (eucalipto, pasta de
celulose, etc.) produzidos como manufaturas primárias ou intermediárias para
exportação.
A possibilidade de desenvolvimento para a economia capixaba é que, além de
continuar contando com a produção de commodities (limites de espaço físico e
ambiental) inserida de maneira moderna e diversificada, deve superar entraves críticos,
na expansão de produtos agroindustriais.
O excessivo grau de concentração em produtos de baixo valor agregados estão
destacados na tabela a seguir, através do indicador de VTI, para um período de 10 anos,
indicam a estabilidade e mesmo aumento das taxas de produção por segmentos da
indústria capixaba.

Tabela 5. Dez principais segmentos da indústria capixaba (1996 - 2006)


1996 2006
5
Segmentos % do VTI Segmentos % do VTI
Metalurgia 22,3 Extração de minerais metálicos 29,7
Alimentos e bebidas 19,0 Metalurgia 20,7
Extração de minerais metálicos 16,6 Papel e celulose 10,5
Papel e celulose 13,3 Extração de petróleo 9,8
Prod. minerais não-metálicos 8,3 Alimentos e bebidas 5,9
Metal-mecânico 4,5 Prod. minerais não-metálicos 7,2
Têxtil 2,0 Metal-mecânico 5,2
Vestuário 2,0 Extração de minerais não-metálicos 2,8
Edição, impressão e gravações 1,9 Produtos químicos 1,7
Produtos químicos 1,4 Vestuário 1,3
Total 91,3 Total 94,8
Fonte: baseado em CAÇADOR, Sávio B. e GRASSI Robson A., 2007 (in) IBGE (2009).

A tabela acima demonstra que o percentual do valor da transformação industrial


(VTI) dos produtos industriais (2006) nos itens de maior expressão: extração de minerais
metálicos e metalurgia totalizaram 50,4%, contra 38,9% (1996), ou seja, 10 anos depois
a produção extrativa mineral e de manufatura primária evoluiu em 11,5%.
A pauta de exportações em 2008 ocorreu da seguinte maneira: pelotas de minério
(45,8%), produtos siderúrgicos (25,2%), celulose (10,3%), mármore e granito (6,2%) e
café (5,8%), totalizando 93,3% do valor exportado naquele ano. Portanto, o predomínio
de commodities tende a aumentar nos próximos anos, inclusive a produção de petróleo,
além de outros investimentos que estão previstos.

5
VTI: Valor da Transformação Industrial: é a diferença entre valor bruto da produção industrial e o custo
das operações industriais.

17
As informações apresentadas nos últimos anos indicam que empresas como
Aracruz Celulose, Samarco e Arcelor Mittal, têm apresentado um padrão de crescimento
parecido e com ampliações sucessivas do parque produtivo. No entanto, existem entraves
sobre a sustentabilidade ambiental e impacto no espaço urbano que esses projetos de
expansão devem ter no longo prazo.

3.1. O Emprego no Território Pólo Colatina

O Espírito Santo possui localização estratégica com relação à logística e canais de


escoamentos da produção. É um dos estados da região Sudeste com grande mercado
consumidor, também, próximo ao Nordeste e a outros pólos de consumo. Tem uma área
litorânea extensa e que favorece a estrutura exportadora para expansão de atividades
portuárias.
No ano 2008, o trabalho e rendimento familiar per capita, através do percentual
acumulado de famílias com rendimento familiar superior a 1 salário mínimo passou de
44,6 % em 2006 para 48%. O segmentos dos sem rendimento até 1/2 (meio) salário
mínimo per capita alcançou 22%, mostrando uma redução de 2,9 % no comparativo com
o ano 2006.

Fonte: IBGE / PNAD 2008. * Exclusivo a categoria: sem declaração

Os empregos gerados por setor na economia dos municípios do Pólo Colatina, os


resultados demonstram uma economia diversificada (com maior expressão no setor
serviços e indústria) sem, no entanto, revelar a natureza do emprego. O município de

18
Colatina com 8.433 postos de trabalho, concentra 76,27% dos empregos na Indústria e
apenas 627 (40,32%) na Agropecuária e, o município de Baixo Guandu que apresenta
755 postos de trabalho (6,82%) de empregos na Indústria e 402 (25,85%) de ocupações
na Agropecuária, representa duas situações extremas no desempenho do emprego na
economia municipal do território.
Os setores industriais e agropecuários são importantes em razão do encadeamento
lógico de diferentes segmentos da cadeia produtiva, com fornecedores de matéria-prima,
equipamentos e acessórios, insumos de consumo intermediário e final, mão-de-obra
(qualificada e de baixa qualificação), consumo de energia, geração de impostos, etc.

Tabela 6. Empregos Gerados por Setor da Economia no Pólo Colatina

Município Indústria Comércio Serviços Agropecuária


Alto Rio Novo 7 41 377 24
Baixo Guandu 755 513 1.179 402
Colatina 8.433 6.058 7.723 627
Governador Lindenberg 0 0 0 0
Itaguaçu 227 230 554 133
Itarana 44 131 351 17
Laranja da Terra 16 58 335 5
Mantenópolis 5 111 483 6
Marilândia 395 115 166 91
Pancas 81 185 623 111
São Domingos do Norte 230 47 281 49
São Roque do Canaã 863 139 353 90
Total Território 11.056 7.628 12.425 1.555
Fonte: SNIU. Sistema Nacional de Indicadores Urbanos (2002).

O melhor resultado na geração de empregos foi de Colatina com 8.433 postos de


trabalhos gerados na Indústria e 627 no setor Agropecuário. Excluindo o município de
Governador Lindenberg que não apresentou resultados (emancipação recente), o pior
resultado ficou com Mantenopólis com 5 empregos no setor industrial e apenas 6 no
Agropecuário. No total Pólo Colatina, é expressiva a participação dos postos de trabalho
no setor industrial, principalmente com o resultado do município que representa 76,27%
de participação na indústria, e 40,32% na Agropecuária. Em Mantenopólis os resultados
são 0,04% na Indústria e 0,38% na Agropecuária.

19
3.2. Sistemas Produtivos no Território Pólo Colatina

O Espírito Santo ainda possui uma agricultura baseada fortemente no café,


fruticultura e pecuária. Nos diversos territórios do estado a produção é relativamente
bem distribuída sendo mais dinâmica em regiões com vocações específicas. Em outros
territórios há um significativo empenho para diversificação baseada na fruticultura,
silvicultura e floricultura.
Em breve caracterização percebe-se que no norte do estado, o café e a
fruticultura como produtos predominantes possuem áreas mais desenvolvidas,
empregam métodos de produção modernos, técnicas eficientes de irrigação e atividades
de pesquisa e desenvolvimento.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de cafés das variedades: conilon e
arábica. O cultivo ocorre em cerca de 60 mil propriedades rurais, onde são produzidos 9
milhões de sacas/ano. O Estado é destaque nacional e internacional na produção de cafés
especiais, com o “Café das Montanhas do Espírito Santo”, e nos cafés de qualidade:
“Conilon Capixaba – Robusta de Qualidade”. O Arábica é cultivado no território das
Montanhas, possui status de café especial, e é valorizado nas principais torrefadoras.
Entre os principais municípios produtores de café, no Estado, destacam-se os
municípios de Iúna, Brejetuba, Muniz Freire, Afonso Cláudio e Vargem Alta, na
produção de café arábica e os municípios de Jaguaré, Vila Valério, Sooretama, Nova
Venécia e São Gabriel da Palha, na produção de Conilon. Esses municípios são
responsáveis por cerca de 50% da safra cafeeira estadual.
No caso do café arábica, a área total atual plantada no Espírito Santo é de cerca
de 230 mil hectares, com estimativa de produtividade de 8,1 sc/ha, em ano de baixa
carga. A produção estadual estimada é de cerca de 1,8 milhões de sacas. As cooperativas
e associações têm papel fundamental na organização do produtor e da produção estadual,
estabelecendo parcerias com diversas entidades do agronegócio café e com as Salas de
Prova de Café, abrindo mercado para comercialização da produção de qualidade para
cafeicultores que não têm acesso ao mercado de cafés finos.
O café conilon, possui área plantada, de cerca de 313,8 mil hectares e tende a se
estabilizar ao redor de 300 mil hectares no estado, com melhoria substancial das
lavouras, por meio do uso intensivo de tecnologias como adensamento, variedades
superiores para produtividade e tamanho de fava, corretas adubações e calagens,

20
irrigação racional, conduções das lavouras com podas e número de hastes/ha.
A qualidade do conilon capixaba conquistou mercado de exportação como café “verde” e
apresenta maior participação no mercado do solúvel no cenário internacional.
A tendência é de uma maior produção e comercialização do conilon orgânico em
mercados específicos. As cooperativas e associações passam a ter papel de maior
abrangência e fundamental na organização do produtor e da produção estadual de
conilon, em parceria com as diversas entidades do agronegócio café.
A fruticultura é uma atividade econômica importante, gera trabalho e renda do
setor rural, responsável pela diversificação produtiva capixaba. O Estado é o maior
exportador de mamão papaia (Europa e Estados Unidos) e gengibre do Brasil e produtor
de diversas frutas, como coco, morango, abacaxi, banana, manga, goiaba e maracujá,
todas destinadas aos mercados regional e nacional. Empresas processadoras de frutas
estão instaladas em vários municípios, sendo as maiores localizadas em Linhares (Região
Norte), Domingos Martins (Região Serrana) e Guaçuí (Região Sul).
No município de Colatina, a indústria de vestuário está se tornando uma
atividade econômica mais sustentável e perene. O município e região estão passando de
maior produtor brasileiro de café do tipo robusta, para se tornar o principal centro da
indústria têxtil e de confecções do Estado.
Um investimento importante foi feito pela empresa PW Brasil, que comprou a
grife mineira Vide Bula, atraindo mão-de-obra para a cidade, que empregava no setor
quase 10% da população de 106,6 mil habitantes (IBGE, 2007). Neste contexto o
governo do Estado reduziu a alíquota do ICMS para vendas interestaduais de 7% para
5%. com objetivo de estimular o setor. A seguir algumas características da indústria do
vestuário:

Quadro 2. Indústria do Vestuário no Território Pólo Colatina


Características Emprego / Empresas Região
30 mil empregos gerados pelo setor de vestuário: Empregos: 16 mil na
Indústria Têxtil, Calçados e de Acessórios. Colatina: 9 mil empregos região entorno.
Colatina e arredores produzem 2,5 milhões de peças
de vestuário por mês, metade da produção estadual, + de 400 empresas: 12 Empresas: 720
que tem em Vila Velha, na grande Vitória, o empresas empregam entre empresas formais na
segundo maior pólo. 150 e 500 pessoas região
Concentra a maior parte Serviços terceirizados
Município Baixo Guandu (28,6 mil hab.), divisa da empresas que às firmas de menor
com Minas Gerais, produzem para as marcas porte.
consagradas
Fonte: Valor Econômico, 28/10/09. Elaboração do Autor, Novembro de 2010.

21
Um indicador que demonstra de maneira consistente o potencial da indústria de
vestuário, é que em 2007, são os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), o saldo de empregos formais no setor têxtil, de vestuário e
confecções de Colatina (janeiro a setembro) foi positivo em 197 vagas, resultado de
1.942 admissões e 1.745 demissões. O número é melhor do que o do mesmo período no
ano de 2006, quando foram admitidas 1.969 pessoas e demitidas 1.810, com saldo de
159 vagas. Em dezembro de 2007 o saldo do ano fechou em apenas 34 vagas.
Na formação da cadeia de valor do vestuário, os investimentos estão sendo
planejados. A Câmara de Diretores Lojistas (CDL) de Colatina avalia que o comércio da
cidade, centro de compras de uma região formada por até 15 municípios, emprega
aproximadamente 5 mil pessoas e que pouco mais de 50% das lojas são do setor de
vestuário e de confecções, muitas delas lojas das fábricas existentes na cidade.
A prefeitura municipal fez previsão para funcionamento de um shopping de
pronta entrega (Outubro/2010) para funcionar em um galpão do extinto Instituto
Brasileiro do Café (IBC). O shopping servirá de centro de vendas por atacado das
indústrias, com investimento avaliado em R$ 6 milhões. O objetivo é concentrar
compradores do comércio de artigos de grife, vindo das cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
O efeito sobre recolhimento de impostos do município terá maior impacto com
aumento do rateio da cota do ICMS do Espírito Santo, através do Valor Adicionado
Fiscal (VAF, base de cálculo da divisão do ICMS) que passou de R$ 280 milhões em
2001 para pouco mais de R$ 1 bilhão em 2007.
Um entrave que exige superação na indústria de confecção é a baixa escolaridade.
No entanto, há um programa em execução com objetivo de aumentar o grau de instrução
dos trabalhadores. Outro programa é voltado a pequenos fornecedores das grandes
empresas, e busca evitar mais que 50% das vendas dependam de um só comprador.
A PW Brasil, hoje com 510 empregados e 64 empresas prestadoras de serviços, e
é detentora de marcas como a Lei Básica e Fiorucci que emprega cerca de 250
empregados, além de terceirizados. Possui também uma fábrica moderna, com área de 70
mil metros quadrados (2003) construída ao custo de R$ 12 milhões.
A inovação é meta prioritária no planejamento estratégico da empresa, sendo que
mais de 80% dos empregados são mulheres, no entanto os salários são baixos. Uma
costureira, com ganhos de produtividade, recebe R$ 730/mês. Sem os ganhos de
produtividade, o salário cai para R$ 585/mês.

22
3.3. A Distribuição regional dos investimentos no Território Pólo Colatina

O contexto dos investimentos no processo de industrialização do Espírito Santo


iniciou-se nos anos sessenta estimulados por incentivos fiscais e creditícios, que
possibilitaram crescimento e modernização de atividades típicas do setor industrial:
produtos alimentícios, têxteis, minerais não-metálicos e madeira.
Em seguida, foram realizados investimentos na criação de empresas de
siderurgia, celulose e desenvolvimento de atividades de logística: portos, aeroportos,
rodovias, ferrovias, armazéns, etc. O processo de desenvolvimento econômico,
atualmente, configura-se através dos seguintes critérios:
1. ampliação dos grandes projetos: celulose, mineração e siderurgia.
2. evolução e maturação dos arranjos produtivos locais: adensamento da cadeia
de valor.
3. exploração e produção de petróleo e gás.
Os critérios prioritários listados acima estão focados no desenvolvimento
regional, com direcionamento para manejo ambiental, qualificação profissional e
desenvolvimento de empresas locais para atender novas demandas. Ou seja, a orientação
da política econômica estará focada para desenvolver arranjos produtivos locais. O
Instituto de Pesquisa do Espírito Santo (IPES) identificou, para o período 2005 a 2010,
441 projetos com valores acima de R$ 1 milhão, que somam investimentos prováveis
de R$ 43,0 bilhões e a geração de 98.727 postos de trabalho, abrangendo 11 setores da
economia.
No Pólo Colatina, os investimentos estão voltados para a potencialidade da região
como centro produtor de vestuário e alimentos. Em razão disso, dos valores
identificados, 27,1% são relativos à indústria de vestuário. Na indústria de alimentos em
22,4%, basicamente agroindústrias voltadas para a cadeia de café e de fruticultura, e a
ampliação da telefonia celular com 20,7% complementam, junto com vestuário, a maior
parte dos valores de investimento em 70,1%.
Outros investimentos importantes para a região são os destinados à área de saúde,
como a construção do primeiro apart hospital da Região Norte. Além disso, consolidam-
se os investimentos voltados para o beneficiamento de granito da região: serragem,
produção de ladrilhos e chapas polidas em 7,2%.

23
Tabela 7. Investimentos prioritários por setor de atividade no Pólo Colatina
No. Classificação Milhões (R$) %
1 Fabricação de produtos têxteis 157,0 27,1
2 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 129,7 22,4
3 Correio e telecomunicações 120,0 20,7
4 Saúde e serviços sociais 51,0 8,8
5 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 42,0 7,2
6 Metalurgia básica 35,0 6,0
7 Construção 19,7 3,4
8 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 18,1 3,1
Preparação de couros e fabricação de artefatos de
9
couro, artigos de viagem e calçados. 4,5 0,8
Fonte: Geres/Bandes, Invest-ES, Seama/Iema, diversas empresas, jornais e revistas. Elaboração: IJSN

Apesar do significativo crescimento no valor dos investimentos, a sua


distribuição é desigual, seja do ponto de vista setorial, seja do ponto de vista regional. No
aspecto setorial, concentra-se em três atividades: energia: R$ 16,1 bilhões ou 35,6%;
indústria, com R$ 15,1 bilhões ou 33,3%; e terminal portuário, aeroporto e
armazenagem, com R$ 6,8 bilhões ou 15% do valor global.
Os três setores correspondem a 83,9% do valor total dos investimentos previstos,
sendo 66,8% dos valores relativos à indústria referem-se aos chamados “grandes
projetos”: CVRD, CST, Aracruz Celulose e Samarco Mineradora S.A. Do total 89,8%
dos valores relativos à energia: atividades de extração, beneficiamento e distribuição de
petróleo e gás. Estes investimentos, mais a atividade de extração, beneficiamento e
distribuição de petróleo correspondem a 53,2% dos valores totais para o Espírito Santo.

Tabela 8. Investimentos, segundo setores, por números de projetos e empregos e


total do investimento 2005- 2010 (R$ 1 milhão)
Números de Números de Total do
Setores
Projetos Empregados Investimento
Indústria 132 32.523 14.473,8
Agroindústria 24 2.633 205,0
Energia 53 5.267 17.151,7
Comércio/Serviço e Lazer 75 19.306 1.715,9
Terminal Portuário/Aeroporto/Armaz. 50 34.769 7.131,1
Meio Ambiente 14 2.041 361,8
Saúde 15 1.552 181,9
Educação 17 228 215,6
Transporte 36 396 1.088,4
Saneamento 24 - 470,1
Irrigação/Barragem e Açudes 1 - 18,0
Total 441 98.727 43.013,3
Fonte: Ipes
Nota: Considerou-se investimentos de valor igual ou superior a R$ 1 milhão
Cotação Dólar USA – R$ 2,372 (Maio, 05).

24
A agricultura familiar é considerada de importância fundamental não apenas
pela fonte de trabalho e renda que representa, como por seu potencial de aproveitamento
da mão-de-obra não-qualificada e de manutenção do homem no campo. Um dos fatores
que se destacam é a preocupação com a necessidade de desconcentração das atividades
produtivas da faixa litorânea e da região da Grande Vitória. Entre os riscos da
continuidade das políticas concentradoras de renda, além do esvaziamento do campo, foi
apontado o do aumento da pobreza em torno de Vitória.
O Censo Agropecuário (IBGE, 2006) registrou o aumento do número de
estabelecimentos rurais capixabas e a diminuição de sua área total ocupada no período
1996-2006, entretanto, as distorções relacionadas à estrutura fundiária no Espírito Santo
permanecem. A pecuária demonstra por meio de dados secundários que o extremo norte
do território é onde se concentram os números mais expressivos do rebanho. A atividade
é uma das mais antigas e está intimamente relacionada com o processo de ocupação do
território sendo a primeira atividade econômica desenvolvida.
No território Pólo Colatina, nos anos de 2004 a 2005, a variação positiva de
bovinos em 9,4% foi motivada pela expansão no município de Alto Rio Novo que obteve
24,65%, entre outros. O rebanho bubalino teve resultado negativo de -4.88%
demonstrando redução significativa no período.

Tabela 9. Principais Rebanhos no Território Pólo Colatina

Bovino Bubalino Caprino


Município
2004 2005 (%) 2004 2005 (%) 2004 2005 (%)
Alto Rio Novo 5.577 6.952 24,65 0 0 0,00 45 48 6,67
Baixo Guandu 42.358 45.945 8,47 0 0 0,00 220 225 2,27
Colatina 52.078 60.883 16,91 21 20 -4,76 650 630 -3,08
Governador Lindenberg 7.336 7.961 8,52 0 0 0,00 250 245 -2,00
Itaguaçu 17.500 18.956 8,32 20 19 -5,00 265 274 3,40
Itarana 8.830 9.306 5,39 0 0 0,00 230 245 6,52
Laranja da Terra 13.104 12.138 -7,37 0 0 0,00 225 220 -2,22
Mantenópolis 9.748 11.102 13,89 0 0 0,00 110 115 4,55
Marilândia 7.674 7.738 0,83 0 0 0,00 65 70 7,69
Pancas 19.431 19.236 -1,00 0 0 0,00 450 430 -4,44
São Domingos do Norte 10.912 13.453 23,29 0 0 0,00 100 95 -5,00
São Roque do Canaã 7.257 7.100 -2,16 0 0 0,00 75 80 6,67
Total 201.805 220.770 9,4 41 39 -4,8 2.685 2.677 -0,3
Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal

25
3.4. A Estrutura Fundiária e Uso da Terra

A distribuição das terras no País demonstra que a grande maioria das terras ainda
é altamente concentrada. A concentração da propriedade da terra remonta ao período
colonial quando os portugueses se apropriaram de grandes extensões de terra e
desconsiderando as populações nativas existentes.
Os dados do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2006), indicam que 50% dos estabelecimentos agropecuários têm
menos de 10 hectares e ocupam somente 2,36 % da área total. Do outro lado do espectro
fundiário, menos de 1% dos estabelecimentos rurais (ou seja, 46.911 ha), tem área acima
de 1 mil hectares cada, ocupam 44% das terras.

Tabela 10. Número e Área de Estabelecimentos, por Grupos de Área Total

Variável
Número de Área dos
Grupos de área total
estabelecimentos % estabelecimentos %
(unidades) (hectares)
Menos de 10 hectares 2.477.071 47,86 7.798.607 2,36
10 a menos de 100 hectares 1.971.577 38,09 62.893.091 19,06
Menos de 100 hectares 4.448.648 85,96 70.691.698 21,43
100 a menos de 1000 ha 424.906 8,21 112.696.478 34,16
1000 ha e mais 46.911 0,91 146.553.218 44,42
Total 5.175.489 100,00 329.941.393 100,00
Fonte: IBGE (2009) - Censo Agropecuário de 2006

Os estabelecimentos com mais de 2.500 hectares são 15.012 e ocupam


98.480.672 hectares. Dezoito milhões de hectares a mais do que os pouco mais de quatro
milhões e meio de estabelecimentos familiares. Como se refere à tabela que deveria se
dizer em vez de estabelecimentos familiares, estabelecimentos com 100 hectares ou
menos.
A questão da concentração do patrimônio rural ainda está por ser resolvida. Uma
política agrária justa e coerente estará voltada a distribuir melhor esse patrimônio
agrário, pois avaliações secundárias indicam que cerca de 30 milhões de pessoas vivem
no meio rural em condições precárias de moradia, de acesso à saúde e à educação, com
reduzidos níveis de renda e de remuneração. Se essa população formasse um país, seria o
quadragésimo mais populoso do mundo, e terceiro da América Latina, atrás do Brasil e
da Argentina.

26
A agricultura familiar, além de responder por 70% dos alimentos produzidos no
país, é responsável ainda pela maioria das ocupações de terra (em torno de 70%) no meio
rural. O agronegócio atinge 3% das ocupações.
Os dados sobre distribuição fundiária mostram que, nas últimas duas décadas, no
Espírito Santo, houve uma fragmentação dos estabelecimentos menores de 100 ha,
principalmente por sucessão hereditária, o que tem inviabilizado muitos pequenos
produtores devido ao reduzido espaço para a produção. A questão então é viabilizar o
assentamento para os sem terra e também a terra para famílias com pouca terra.
Os resultados preliminares apurados na revisão do PTDRS (serão ampliados até a
versão final) indicam que em Colatina, os resultados demonstram que nas faixas de 0 a
99,9 hectares existe forte concentração de pequenos proprietários, em áreas restritas para
cultivo e diversificação de espécies.
A representatividade da produção agrícola familiar é indicada pelo total de
imóveis na faixa de 0 a 99,9 com 2.916 estabelecimentos ocupando uma área total de
76.530 ha. Nas faixas de 10 a menos de 49,9 ha existem 1.732 imóveis representando
54,32% dos imóveis e 32,72% da área ocupada.
No território, os municípios com menores hectares, apresentam, portanto,
restrições produtivas com relação a utilização da água (principalmente para irrigação).
Uma inferência que se pode fazer é sobre a co-relação entre a diversificação, valor anual
da produção agrícola e indicadores sociais, que reforçam a necessidade do território
identificar melhor sua matriz produtiva na agricultura familiar.

Tabela 11. Estrutura Fundiária, por Tamanho de Imóveis Rurais no Pólo Colatina

Faixas de Número de
Área (ha) Imóveis Área (ha)
0 a menos de 9,9 755 3.655,80
10 a menos de 49,9 1.732 43.882,10
50 a menos de 99,9 429 28.992,10
100 a menos de 199,9 189 25.953,70
200 a menos de 499,9 66 19.291,90
500 a menos de 999,9 15 10.057,10
Mais de 1.000 2 2.243,00
Total 3.188 134.075,70
Fonte: INCRA, 2002

27
4. A Dimensão Político-institucional

Nos últimos anos os indicativos demonstram que existem iniciativas


governamentais para promover estratégias de desenvolvimento social e econômico
baseada em programas de planejamento, inclusive articulado com algumas organizações
da sociedade civil e setor privado, ou seja, recuperar a auto-estima da população, e
fortalecer valores institucionais.
A recuperação do resgate e credibilidade e na modernização das suas ferramentas
gestão pública, eficiência e eficácia na ação governamental, baseada em regras claras e
transparentes, podem contribuir para atrair novos investimentos privados para o Estado.
O resultado será a ampliação das oportunidades de expansão da economia, geração de
empregos, com aumento da riqueza gerada e do PIB per capita.
Entre as instituições que estão precisando ser aprimoradas, os entrevistados do
norte incluíram o Poder Judiciário, considerado moroso, o sistema de previdência rural,
pelas injustiças que contém e a Polícia Rodoviária Federal. Em termos políticos, o
Espírito Santo tem um grande desafio pela frente, já que passou praticamente a última
década sem uma política governamental consistente, com um setor público fragilizado.
De maneira geral, as principais questões identificadas para caracterizar o
ambiente político-institucional, são os seguintes:
1. gestão pública: povo mais confiante no governo, com combate à redução da
corrupção, não totalmente resolvida;
2. capacidade de articulação com empresários: atração de bons investimentos;
3. falta de representatividade na bancada federal: dificulta a atração de
investimentos da União;
4. maior preocupação com os municípios e com a melhoria do padrão de vida
por meio de ações que visam o desenvolvimento;
5. dificuldades na excessiva política tributária: redução de impostos em geral. A
fiscalização mal feita, constitui um fator de redução de consumo e de estímulo à
atividades ilícitas e sonegação.
6. distribuição dos recursos do ICMS: considerada injusta e centralizadora.
7. choque de gestão pública: nos municípios o choque ético ainda não atingiu os
gestores e a máquina municipal. Em diversos lugares o poder é representado pelo
coronelismo, o que impede uma participação mais ampla da sociedade na resolução de
problemas e renovação das lideranças.

28
PARTE 2

2. Planejamento do Desenvolvimento Territorial

2.1. Visão de Futuro

Na oficina de reestruturação do PTDRS do Território Pólo Colatina do Espírito


Santo, não houve o exercício de revisão ou reconstrução da visão de futuro, na prática
desenvolveu uma análise crítica e pro-ativa da abordagem territorial. No entanto, ao final
foram revisadas e apresentadas sugestões por lideranças de associações, cooperativas,
representantes públicos, que concordaram sobre a necessidade de readequar a visão de
futuro e os rumos do desenvolvimento. Como a Visão de Futuro ainda é um processo em
construção, destaca-se a inserção da população urbana, a questão da economia solidária e
um papel mais participativo das grandes empresas.
1. A construção de pactos de “concertação” social entre os diversos atores sociais,
públicos e privados (grandes empresas): detalhamento do pacto em um plano de
desenvolvimento negociado.
2. A construção de institucionalidades que representem espaços de
compartilhamento do poder e da responsabilidade: entidades com controle social, que
viabilizem a gestão do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável -
PTDRS.
3. A visão compartilhada integral do território: exercício do diagnóstico
participativo que subsidia a tomada de decisões: planejamento participativo com visão
estratégica que orienta o processo de execução das ações.
4. O resultado da efetivação do PTDRS no Território Pólo Colatina garantirá:
a) organizações locais fortalecidas e pró-ativas;
b) atores sociais e agentes de desenvolvimento capacitados e atuantes;
c) políticas territoriais negociadas entre os agentes governamentais;
d) arranjos institucionais consolidados;
e) parcerias estabelecidas e atuantes;
f) agentes produtivos, instituições governamentais e organizações comunitárias
mobilizadas e participando do processo;
g) economia solidária e autogestão dos empreendimentos coletivos.

29
2.2. Eixos Estratégicos

Os eixos estratégicos foram analisados, criticados e revisados em oficina que


reuniu o colegiado do Território Pólo Colatina nos dias 11 e 12/11/10, no município de
Colatina. A formulação de prioridades em torno do Desenvolvimento Sustentável como
conceito central para elaboração de política pública orientadora, ocorreu em razão do
guia para elaboração do PTDRS, estabelecer a sustentabilidade como abordagem central.
O próprio espírito do desenvolvimento territorial prevê a sustentabilidade das
ações, programas e projetos. Em oficinas anteriores quando o Colegiado Territorial
definiu os eixos estratégicos, inclusive na elaboração do plano a economia solidária foi
citada, porém, não foi incorporado ao documento, por exemplo, não existe projeto que
contemple a autogestão das organizações. Os eixos estratégicos são:

Eixo 1: Produção Agrícola Sustentável: a formulação em torno da produção


agroecológica, foi reformulada visando direcionar atividades, programas e projetos
agrícolas (entre outros) para práticas sustentáveis. Os principais pontos que
fundamentaram construção do eixo, baseado em ações propostas foram:
a) Prática econômica sustentável: agricultura sustentável, para não excluir pequenos
agricultores (agroecologia) que não tem produção identificada com a
agroecologia. Caso isso ocorresse, haveria formação de grupos exclusivos. Como
exemplo: redução dos defensivos para produção mais limpa.

b) Organização de políticas que assegure a transição da agricultura tradicional para


a agroecológica: deverá ser insistente e gradual, pois se trata de um processo
contínuo de educação agrícola e empreendedorismo rural.

c) Formulação de estudos sobre viabilidade econômica: estudos e pesquisas podem


identificar a garantia da rentabilidade de faturamento para a agricultura familiar
sustentável. As análises e indicadores podem contribuir para orientação de
pequenos produtores agropecuários.

d) Reestruturação do atual “modelo” de produção agrícola: é fundamental a revisão


dos modelos de práticas produtiva da agricultura familiar sustentada no tripé:
adubo químico, máquinas, falta de gestão.

30
Eixo 2: Dinamização dos Mercados da Agricultura Familiar: houve substituição do
eixo denominado “comercialização”, em razão da definição sobre mercado ser mais
abrangente, refletindo melhor a dinâmica social e econômica da cadeia produtiva
integrada da agricultura familiar no Território Pólo Colatina. Os principais pontos que
fundamentaram a construção do eixo, baseado em ações propostas foram os seguintes:
a) Entraves na comercialização: existem diversas dificuldades enfrentadas no
momento de vender a produção agrícola.

b) Processo avançado de desertificação: entre os 12 municípios do território Pólo


Colatina, 7 (sete) localizam-se em Áreas Susceptíveis a Desertificação (ADS).
No total do estado são 24 municípios localizados em ADS’s, destes 7 pertencem
ao Pólo Colatina. Esta situação compromete de maneira crescente a qualidade do
solo, impactando negativamente a produtividade agrícola (exige cada vez mais
adubação química, uso de defensivos, etc.).

c) Cooperativismo como estratégia de ação: ainda falta muito espírito e prática


associativista entre os agricultores familiares. Uma conseqüência direta deste
entrave é a desorganização para comercialização, falta de formação de estoques
estratégicos (obtenção de melhor preço) e ação coletiva de compra conjunta de
insumos, máquinas, implementos agrícolas, entre outros.

d) Ausência de Infra-estrutura e gestão da comercialização: falta de estrutura para


dinamizar a comercialização, como armazéns para formação de estoques,
conhecimento sobre custos de produção, formação do preço de venda, elaboração
de contratos formalizados para venda a empresas (ou atravessadores).

e) Implantação de uma Central de Negócios Agrícolas: o desconhecimento na


gestão da produção diz respeito tanto aos insumos (compra vantajosa: refletida
em preço, quantidade, qualidade de insumos, acessórios, implementos agrícolas,
etc.) quanto aos produtos finais (estoque, formação do preço de venda, mercados
com melhor preço, etc.).

Eixo 3: Regularização da Questão Fundiária: em razão das permanentes dificuldades


sobre os procedimentos de regularização fundiária, refletida em burocracia (tempo
envolvido, custos e problemas do mercado de terras) dificultam o ordenamento agrário
que favoreça a elevação da produtividade agrícola familiar no Território Pólo Colatina.

31
Os principais pontos que fundamentaram a construção do eixo, baseado em ações e
propostas foram os seguintes:
a) Regularização das propriedades: muitas propriedades da agricultura familiar
ainda têm situação documental irregular. O processo de legalização é oneroso o
que provoca desinteresse nas famílias sobre o processo de regularização.

b) Preço superestimado das terras: o impacto imediato desta situação é a dificuldade


(e mesmo impedimento) de obtenção do crédito fundiário, pois o processo de
pagamento e todos os trâmites necessários para a legalização do processo são
extremamentes lentos.

c) Valorização de terras no Pólo Colatina: na região as terras são bastante


valorizadas e o valor mínimo disponível por programas de crédito fundiário para
operações de venda não resultam em um negócio justo para pequenos
agricultores que muitas vezes acabam vendendo pela metade do valor real.

Eixo 4: Capacitação da Gestão Social do Território: o colegiado e demais instâncias


de representação técnica, política, administrativa, coordenadores e executores do PTDRS
exigem capacitação técnica e política. Para isso é necessária a elaboração de um
programa intensivo de capacitação em gestão de projetos, gerenciamento de programas
agrícolas, construção de políticas de desenvolvimento econômico, orientação sobre
desenvolvimento regional, economia solidária, gestão de associações, cooperativas,
consórcios públicos. Os principais pontos que fundamentaram a construção do eixo,
baseado em ações e propostas foram os seguintes:
a) Reduzida participação social: colegiado do território passa por muita dificuldade
quanto à participação e representatividade nas reuniões. Os representantes dos
municípios participam quando há Edital Público de projeto.

b) Técnicas de mobilização social: recursos e estratégias de política para despertar


maior interesse de participação dos atores.

c) Integração de Políticas Públicas: existem diversas políticas públicas e privadas


sendo executadas no território e as lideranças, produtores da agricultura familiar
e demais atores desconhecem programas e ações que estão sendo realizadas. É
necessário então que os projetos do território estejam articulados e em sintonia
de complementaridade com outras ações.

32
PARTE 3

3. Gestão e Monitoramento do PTDRS

3.1. Formas de gestão e monitoramento do planejamento

A gestão social deve ser um instrumento norteador da política de


desenvolvimento do setor, pois “o controle social busca o equilíbrio dinâmico entre o
Estado, a Sociedade Civil e o Mercado estabelecendo o controle de uns sobre os outros.
O processo de monitoramento e avaliação, ao constituir um sistema de informações com
indicadores concertados entre os atores, contribui também para este processo. Na
monitoria é acompanhado o passo-a-passo da execução das ações dentro da gestão,
redirecionando-as em intervalos de curto prazo. A avaliação se refere a momentos de
aprofundamento da reflexão sobre os rumos do processo de desenvolvimento e a
necessidade de redireciona-lo”6.
Os instrumentos e procedimentos com essa finalidade podem ser vários,
dependendo de como foi concebida a própria avaliação no momento do planejamento,
que deve indicar como monitorar, aferir e acompanhar a execução das ações. Entre
alguns estão:
Plenária Geral: reunindo todos os participantes para compartilhar as informações
sobre a execução dos projetos ou do Plano, suas dificuldades, necessidades de ajustes,
decidindo sobre as melhores alternativas.
Grupos de Trabalho: grupos organizados para tarefas específicas relacionadas a
algum projeto em particular ou a alguma função do processo como um todo, por
exemplo, comunicação, pesquisa de programas de governo anteriores, etc.
Câmaras Técnicas: reúnem-se para tratar dos assuntos técnicos de execução do
Plano, gerando análises e proposições para a sua melhor condução. As elaborações das
câmaras técnicas devem ser levadas à assembléia geral para reflexão e deliberação
coletiva.
Equipe de Monitoria e Avaliação: acompanha a execução da agenda estipulada,
considerando se os cronogramas estão sendo cumpridos e as metas planejadas estão
sendo alcançadas, conferindo atenção especial aos problemas e outros imprevistos que
6
Orientações Gerais para Elaboração e Qualificação do PTDRS: 12, Janeiro, 2010.

33
requeiram a atuação das câmaras técnicas ou outros grupos de apoio. Essa equipe elabora
relatórios periódicos a serem debatidos na assembléia geral.
As ações de monitoramento e avaliação, em fases de elaboração ou de execução
das metas do PTDRS, podem envolver um conjunto amplo de participantes, tanto
membros das comunidades e municípios envolvidos no território, quanto parceiros com
capacidade técnica para facilitar o trabalho, no entanto, a autogestão da comunidade é
determinante na condução do seu próprio desenvolvimento territorial.
O Colegiado Territorial representa a instância de formulação e gestão do
PTDRS no Território do Pólo Colatina, sendo que em 2010, passa por sérias dificuldades
de representatividade, articulação política e condução compartilhada de programas e
projetos.
Para recuperar a representatividade territorial do Colegiado, assim como, a
legitimidade de suas decisões e encaminhamentos, tornando-os mais eficientes e eficazes
é necessária então, implantar medidas de reorganização de seu funcionamento e a divisão
de estratégica de ações, por meio de um novo (renovado) Colegiado Territorial.

Quadro 3. Colegiado do Território Pólo Colatina

Município (s) Entidade (s)

Mantenópolis CMDERS; INCAPER; Secretaria de Agricultura.


Escola Agroecológica; Escola Agrotécnica;
Colatina INCAPER; SANEAR; Secretaria
de Agricultura; STR.

Pancas CMDRS; INCAPER; Secretaria de Agricultura; STR.


Alto Rio Novo INCAPER; Secretaria de Agricultura
São Domingos do Norte CMDRS.INCAPER

Governador Lindemberg CMDRS; IDAF; INCAPER; Secretaria de Agricultura


APRG. Associação de pescadores; Cooperativa de
Baixo Guandu Pescadores
Itarana CMDRS; Secretaria de Agricultura
Itaguaçu CMDRS; Secretaria de Agricultura
Associação de Produtores do Assentamento Matutina;
Laranja da Terra Secretaria de Meio Ambiente; STR;
Organizações de atuação regional, APTA; Banco do Brasil; Banco do Nordeste; /CAF;
Estadual... DF/MDA/ES
Ministério da Aqüicultura e Pesca; SDT/MDA
Fonte: Oficina de revisão do PTDRS, Outubro de 2010.

34
BIBLIOGRAFIA

CAÇADOR. Sávio B. e GRASSI, Antonio R.: A Evolução Recente da Economia do


Espírito Santo: Um Estado Desenvolvido e Periférico? Vitória - ES, 2007.

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado de Economia e


Planejamento - SEP. Instituto Jones dos Santos Neves - IJSN. Investimentos previstos
para o Espírito Santo, 2006-2011. Relatório final. Março, 2007.

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado de Economia e


Planejamento - SEP Instituto Jones dos Santos Neves - IJSN. Matheus Albergaria de
Magalhães, Victor Nunes Toscano. Concentração de Investimentos e Interiorização do
Desenvolvimento no Espírito Santo (Texto para discussão 11). Vitória I 2010.

IPEADATA. Dados socioeconômicos dos estados e do Brasil para o período 1970-


2007. Disponível em: www.ipeadata.gov.br. Acesso em: 01 de maio de 2009a. ______.
Dados nacionais e estaduais sobre PIB para o período 1960-2006.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA). Plano Territorial de


Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) do Território Pólo Colatina: relatório de
qualificação, Convênio Nº. 13/2005 Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
Secretaria do Desenvolvimento Territorial (SDT). Plural Consultoria, Pesquisas e
Serviços, Novembro de 2006.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA). Plano Territorial de


Cadeias de Produção Cooperativa: Orientações metodológicas e operacionais para a
elaboração. Sandro Pereira Silva, Equipe GNC/SDT. BRASÍLIA, Novembro, 2007.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA). Plano Territorial de


Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) do Território Norte Capixaba: Relatório
de Qualificação. Novembro, 2006.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA). Guia de Elaboração do


PTDRS. Orientações Gerais para Elaboração e Qualificação do PTDRS. Brasília,
Janeiro, 2010.

SEBRAE, Projeto Observatório Competitividade Sistêmica das Micro e Pequenas


Empresas do Espírito Santo em regime de aglomeração móvel (versão 1). Vitória – ES
Abril de 2006.

SILVA, Demetrius de Oliveira. Relatório final, analítico e propositivo dos Estudos e


Planos realizados para o Território Norte Capixaba..... MDA, Secretaria de
Desenvolvimento Territorial, Gerência de Negócio e Comércio & Apoio ao
Associativismo e Cooperativismo. Setembro, 2005.
VALOR ECONÔMICO, Jornal, Caderno de Economia. 28/10/09.

Sites consultados
www.seag.es.gov.br

35
ANEXOS

36
Anexo 1

Mapa das Regiões Administrativas do Espírito Santo

37
Anexo 2

Mapa dos Investimentos por Regiões Administrativas do Espírito Santo

38

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