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1. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL E HISTÓRICO DA VILA
MUNICIPAL DE BOANE
1.1. Enquadramento Geográfico da Vila de Boane
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1.2. Enquadramento da Vila de Boane no Desenvolvimento Autárquico da Província
de Maputo
O Município de Boane integra o conjunto de 4 autarquias que a província de Maputo possui que
integram também os Municípios da Namaacha, Matola e Manhiça. O município de Boane é o
maior em termos de extensão, não somente em relação aos municípios da província, mas também
a nível do país. De salientar que o Município de Maputo goza de um estatuto especial, o de
Maputo desde 1980, embora a Cidade constitui administrativamente um município com um
governo eleito. Não deve ser confundida com a província de Maputo que ocupa a parte mais
meridional do território moçambicano, exceptuando a Cidade de Maputo. Na estrutura urbana da
Província de Maputo, a Vila de Boane pode ser considerada a terceira na hierarquia dos quatro
municípios onde sobressai a Cidade da Matola seguindo-se a Vila da Manhiça e, por último a
Vila de Namaacha.
A Vila de Boane constitui, na zona Sul do país, a segunda porta de entrada a partir do exterior
quer a partir da Suazilândia com as entradas em Namaacha e Goba quer a partir da África do Sul
com as entradas em Ressano Garcia e Ponta de Ouro. A ligação com outros Municípios da
província é mais forte com o município da Matola. A Vila de Boane serve de área contígua para
o desenvolvimento da área habitacional da Cidade da Matola.
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6.2. Enquadramento histórico do surgimento da Vila e Município de Boane
O território que hoje fazem parte do Município de Boane, até 1895 era uma área pertencente a
Chefatura da Matola, porém, no século XIX, os Guambe, família originais de Beluluane, foram
vítimas de ataque derivado dos Nguni (povos oriundos da região dos grandes Lagos) que
invadiram Moçambique, havendo desta forma uma fusão étnica com os povos locais. Desta feita,
costumes dos Nguni foram adquiridos pelo povo nativo, entre outros, a arte de criação de gado,
que tem um forte valor socioeconómico na região.8
Com a chegada dos colonos e após a construção da linha férrea que atravessa a Vila de Boane,
estes, pretendendo informar-se sobre o nome da região questionaram sobre o assunto ao Sr.
Mboene, cidadão muito popular na região. Este equivocadamente teria respondido dando o seu
próprio nome “Hi mine Mboene”, o que levou os Portugueses a designar a zona de “Boane”.
A Resolução 9/87 de 25 de Abril do Conselho de Ministros consagrou Boane como Vila. Em Maio de
2013 é elevado à categoria de Autarquia.
8
REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, Plano estratégico de desenvolvimento distrital ,2008-2012, pag. 20
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Tabela 1: Resumo das Localidades, Bairros e Povoações da Vila de Boane
Localidade Bairro/Povoação Habitantes Área (Ha) Km2
Estevele (Chipapa) 1,718 404.99 4
Estevele (Tinhalene) 937 503.78 5
Estevele (Muteve) 1,331 1,001.70 10
Matchume 1,704 823.61 8
Filipe S. Magaia 1,820 2,496.20 25
Rádio Marconi 3,615 2,684.71 27
Wacombo 1,057 1,951.97 20
Picoco 5,240 1,443.22 14
Gueguegue Belo Horizonte 3,120 1,048.95 10
Campoane Aldeia 7,573 964.25 10
Campoane Povoação 7,240 447.98 4
Bairro 2 (Fiche) 11,355 2,582.63 26
Bairros 1, 2, 3, 4, 5 e 7 26,000 1,217.19 12
25 de Setembro 2,727 616.95 6
Massaca II 10,987 1,090.63 11
Umpala 1,650 521.43 5
7 de Setembro/Gimo 1,806 5,338.00 53
Manguiza 376 358.40 4
Paulo S. Kankomba 1,190 635.90 6
Massaca I 5,074 1,892.46 19
Mahanhane 1,700 5,625.74 56
Saldanha 1,070 2,032.80 20
Eduardo Mondlane
25 de Junho 3,700 4,546.92 45
Marien Nguabi/Mahumbo 10 4,014 4,978.15 50
Ed.Mondlane 04 - Mahanhane 1,977 7,188.56 72
Jossias Tongogarra 1,987 3,846.13 38
Ambrósio 931 2,692.72 27
TOTAL 111,899.00 58,935.97 589.36
Fonte: Vocação Técnica 2019
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Planta 3: Divisão administrativa do Município de Boane
2. DINÂMICAS DEMOGRÁFICAS E
CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA
2.1. Dinâmicas Demográficas
2.1.1. População, sua Caracterização e Distribuição
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7.3. Caracterização Socioeconómica e Cultural
7.3.1. Desenvolvimento socioeconómico
Cerca de 70% da população de Boane vive na base da agricultura como sua principal fonte de
subsistência. Para a obtenção da renda dedicam-se à produção de hortícolas, frutas, produção de
viveiros de árvores de fruta e sombra, criação de animais de pequena espécie, assim como
desenvolvimento de indústrias de micro dimensão, tais como estaleiro para materiais de
construção. Na Vila de Boane podem ser alistadas como predominantes as actividades agro-
pecuárias. Nelas estão envolvidas cerca de meia centena de actores ocupando a agricultura 1088
hectares, a agro-pecuária 529.5 hectares e, a pecuária com 100.8 hectares..
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7.3.2. Oportunidades para o crescimento económico
Apesar dos actuais desafios, a Vila de Boane tem oportunidades de crescimento. A economia de
Moçambique foi uma das que mais cresceram em África nas últimas duas décadas 14. A província
de Maputo partilhou este crescimento, com taxas de crescimento real per capita acima dos 14 a
18% entre 2011 e 2013. O crescimento económico nacional foi liderado em grande parte pelo
sector de serviços, com a produção industrial e agrícola a contribuir também para o crescimento.
Pequenas cidades como Boane podem explorar as tendências econômicas positivas de várias
maneiras e também pelo facto de se localizar no corredor com África do Sul, Suazilândia e dos
seus intercâmbios comerciais com as capitais economicas como Maputo e Matola, esta que
possui um dos maiores parques industriais de Moçambique. Ligações com locais de crescimento
mais rápidos podem ajudar, (Cali & Menon, 2009), por exemplo África do Sul, Suazilândia,
Maputo e Matola. Para além disso, à medida que o conhecimento sobre boas práticas na
agricultura, agro-processamento e outras cadeias de valor desenvolvem-se a nível nacional e
provincial, elas pode se integrar em Boane e promover a produtividade. Isso já está acontecendo
em algum grau com os serviços de extensão agrícola na área.
À medida que a economia nacional cresce, com repercussões para Boane, o consumo também irá
aumentar, e estudos demonstraram que os padrões de consumo urbano diferem
significativamente do consumo rural, criando oportunidades para novos bens e serviços nas
cidades (UNECA, 2017). Muitas vezes, as áreas de urbanização geram novas oportunidades de
geração de empregos em finanças, comunicação, construção (infraestruturas e habitação, em
particular), transporte e alimentação. Padrões de consumo de alimentos orientam-se mais para
os produtos empacotados e processados, muitas vezes vendidos em supermercados. Embora
essas mudanças possam representar um risco para os produtores locais que podem ser expulsos
pelos grandes retalhistas internacionais, há também oportunidades para o desenvolvimento de
cadeias locais de valor de agro-processamento com empregos nos transportes, armazenamento,
processamento, embalagem, marketing e vendas a retalho.
14
Segundo dados do relatório "Enfrentando Decisões Difíceis: Actualidade Económica de Moçambique", do Banco
Mundial divulgado em 2016, Moçambique "está a atravessar uma crise complexa", marcada por uma recessão
económica, por sua vez provocada pelos baixos preços das matérias-primas, pelos desastres naturais e pelos ataques
armados que se vive no norte do país, e agravada pelas dívidas escondidas, em abril de 2016.
8
venda de produtos), melhorar a disponibilidade de mão-de-obra, compartilhar o custo de serviços
públicos urbanos e criar desdobramentos de conhecimentos de todos as componentes de
economias de aglomeração. Assim a medida que as cidades aumentam de tamanho, o potencial
de agrupamento também aumenta, mas, às vezes, a intervenção pública é necessária para
impulsionar os agrupamentos e ajudar o sector económico local específico a atingir o tamanho
ideal que possa gerar seu próprio impulso. Intervenções direccionadas, incluindo investimentos
públicos em infraestruturas e serviços e empréstimos através do fundo de desenvolvimento local,
é uma abordagem possível.
O PQG 2015-2019 tem sido traduzido para o Plano Económico e Social com programas para o
Distrito de Boane, onde o município integra-se, e monitorado regularmente. Igualmente o
Município de Boane elabora os seus Planos Económicos e sociais Anuais através dos pilares do
PQG 2015-2019. Actualmente, constitui um desafio para o Conselho Autárquico, que inicia um
novo ciclo de Governação, a elaboração do seu plano para o actual mandato, que previamente
definiu o Ordenamento Territorial como sendo o pilar da sua governação.
O Plano de Estrutura do Boane deverá apoiar o crescimento econômico inclusivo, em linha com
a visão nacional e o planeamento econômico, priorizando a infraestrutura e um desenvolvimento
espacial que apoie as metas do PQG e contribua para o Objectivo 11 do Desenvolvimento
Sustentável.
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7.4. Agricultura
7.4.1. O Desenvolvimento agrícola
Devido ao padrão de precipitação apenas é possível uma colheita por ano, considerando a
produção agrícola de sequeiro. A produção agrícola de regadio é realizada em duas épocas de
cultivo. A primeira época é destinada ao cultivo de cereais tais como: milho, mandioca, batata
doce e feijão-nhemba e, a segunda época é reservada ao cultivo de hortícolas, nomeadamente,
tomate, pimento, feijão-verde, repolho, cebola, e batata reno. A existência de bons solos e de um
microclima favorável se,por um lado, constitui um potencial para a produção de árvores de fruta,
por outro lado, a ocorrência com certa frequência de secas e a escassez de mudas ou sementes
limitam o desenvolvimento da fruticultura.
O Município, à semelhança de todo distrito, tem potencial para produção de outras culturas
alimentares, mas estas são as mais predominantes a nível do sector familiar.
Município de Boane tem sido alvo de uma procura para diferentes usos por parte de pessoas
singulares provenientes da cidade de Maputo com intenções de investimento. Esta pressão sobre
a terra está na origem de vários conflitos ligados à posse da terra, para os quais as autoridades
municipais em coordenação com anciãos influentes localmente têm estado a dirimir.
Existe uma diferença notável entre as várias zonas da Vila com relação a segurança alimentar. A
zona sul é mais estável em virtude de ser coberta por uma rede hidrográfica e, por conseguinte,
beneficiar de regadios e zonas baixas húmidas com grande potencial para hortícolas, banana e
citrinos. O fomento pecuário privado, tem estado em franca recuperação nos últimos dez anos.
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7.4.3. O Acesso e Maneio de Insumos Agrícolas
Devido a alguns constrangimentos ao acesso de insumos tais como preços elevados, falta de
transporte e vias de acesso para escoamento de produtos, os produtores da Vila de Boane tem
limitações no uso de insumos agrícolas.
Os insumos são adquiridos nos mercados locais com os agro-dealers assim como a partir de
algumas organizações (GVC). Por vezes recorre-se à Cidade de Maputo.
A maior parte da produção agrícola é feita por pequenos agricultores tendo como destino o
consumo próprio, no entanto, Boane tem alguns aspectos que diferem quando comparados com
outros municípios, que é a forte ligação com o mercado. Nesta perspectiva há uma produção
intensiva de vegetais devido à proximidade das cidades de Maputo e Matola15.
A maior parte das culturas produzidas a nível do Município é para a subsistência familiar. Uma
parte excedentária da produção é adquirida directamente nos campos agrícolas dos pequenos
produtores por revendedores formais e informais. A outra parte excedentária ou é
comercializada ao nível do mercado grossista local (2 a 5 Km dos locais de produção) ou é
colocada no Mercado Grossista do Zimpeto (50 Km de Boane) por agricultores empresariais.
15
As áreas de Boane, Moamba, Mahotas e Infulene são consideradas como o cinturão verde de Maputo ou seja, importante fonte de
vegetais frescos.
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Tabela 8: Lista de empresas de comercialização agrícola
Nome da Empresa Localização Área Prod. Nº de Ramo (s) de
No (ha) Média trabalhadores actividade
(ton)
H M Total
12
29 Vetagro LDA Bloco 2 968 22 1 23 Pecuária
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7.4.4. Os Desafios para a Comercialização agrícola Oportunidades e Constrangimentos
O Município apresenta um bom potencial para a produção entre os quais solos ricos para a
produção de culturas diversas, terras aráveis, fontes de água para irrigação próximas às zonas de
produção, no entanto a escassez de fontes de energia para uso de electrobombas nas zonas de
produção, a falta de armazéns para conservação pós-colheita, preços baixos e perdas pós
colheita, e preços altos para aquisição de insumos são alguns dos desafios para a
comercialização.
O Município conta com o apoio de algumas organizações tais como, Prosul/Gapi, GVC e Agro
Mozal na provisão de insumos, comercialização e treinamentos de práticas agrícolas.
Desde 2012 o Município vem desenvolvendo mudas para conservação da biodiversidade local, e
promove aproximadamente 20 florestas comunitárias.
Os produtos não madeireiros predominante são: Massala e Mafilo; A actualmente já não são
emitidos licenças de exploração da madeira por falta de área para a execução da mesma pelo que
não existem produtos madeireiros explorados neste distrito. Neste período não foram registrados
dados de morte e contaminação de fauna e flora. O último episódio de áreas afectadas por
queimadas descontroladas foi registrados somente em 2015 onde foram cerca de 10ha. No
Município de Boane estão registados 20 vendedores elegíveis de lenha, carvão e estacas.
A produção pecuária no ano de 2018 rendeu 208.9 toneladas de carne bovina num plano anual de
231 toneladas (90.4 % de realização) contra 120.62 toneladas do igual período anterior
representando um crescimento em 173.2%; 9,190 toneladas de frango de um plano de 11.900
toneladas (77.3% de realização) e um crescimento de 74.9 % relativamente ao igual período
anterior, produzidas 5.695.481 dúzias de ovos contra 5.267.425 uma realização de 108.1%, e um
crescimento em 8.1 % relativamente ao igual período anterior. Produzidos 27,757 litros de leite
numa realização de 133.5% e um crescimento de 27.4% relativamente ao igual período anterior.
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Quadro 9: Produção de Carne e produtos de origem animal
Produtos Plano 2018 Real 11 Real 11 % Cresc
Meses Meses Real .%
2017 2018
Carne Bovina (Ton) 231 120.62 208.9 90.4 173.2
P Ruminantes (Ton) 2.8 3.97 3.93 140.3 -1
A localização da origem dos produtos de origem animal não são existentes. O SDAE usa como
base os locais de abate dos animais localizados nas localidades de Gueguegue e Eduardo
Mondlane. Os frangos e ovos provém dos Bairros Mahanhane e Umpala.
A Vila de Boane conta, com seis jazigos de areias e uma pedreira. Funcionam na Vila 27
empresas sendo a pequena indústria local a mais expressiva distribuída pelas mais variadas
actividades como demonstra a Tabela 11.
15
Fronteira, Lda Produção de Bebidas Av. Namahacha
O comércio incide sobre a parte central da Vila sobretudo nos Bairros (1, 2 e 3), e na periferia
nos bairros Massaca e Campoane Aldeia. O Bairro de Massaca foi o registou maior número de
novos estabelecimentos no ano 2018. O registo de estabelecimentos comerciais tem sido
exercido de forma dinâmica sendo que nos últimos anos a registo de um crescimento
significativo nas áreas comercial formal e informal.
A rede comercial formal registou um crescimento significativo nos últimos anos, passando de
um registo de 42 estabelecimentos em 2000 para um registo de 105 em 2018, sendo 22 grossistas
e 83 retalhistas. Para além destas unidades há ainda 70 casas de comércio a título precário.
17
15 Campo de Saldanha Municipal Saldanha
16 Campo da Casa do Gaiato Particular Massaca I
01 Campo do IAB Particular Bairro 2
02 Campo do Jota Municipal Bairro 7
03 Campo da Escola Secundária Joaquim Chissano Particular Bairro 7
04 Campo do IPU Particular Bairro 7
05 Campo do Centro Piloto Municipal
06 Campo de Bloco II Municipal Campoane Povoação
Na Vila pontificam inúmeras congregações religiosas o que atinge uma centena de locais de
cultos religiosos. Existem cerca de 102 igrejas localizadas na sede do Município, Bairros 1, 2, 4
e 7, Rádio Marconi Mabanja, Bairro Gueguegue, Compoane, Eduardo Mondlane, Mahanhane,
Massaca II, Chipapa, Filipe Samuel Magaia, Wancombo, Matchume, Belo Horizonte, Umpala,
25 de Setembro. Existe apenas uma única mesquita localizada no Bairro 7.
18
3. CONDIÇÕES BIOFÍSICAS, RECURSOS E VALORES NATURAIS
3.1. Condições Biofísicas
3.1.1.Caracterização Geológica
1. Solos
17
fluviais de alta fertilidade que abundam principalmente ao longo das margens dos rios
Tembe e Umbelúzi, concretamente nos bairros de Belo Horizonte, Campoane e 25 de
Setembro;
2. Solos
arenosos de fertilidade muito baixa e baixa retenção de água;
3. Solos
18
argilosos vermelhos ocupam uma proporção espacial intermédia entre os dois tipos de
solos anteriormente apresentados, particularmente nos Bairros Filipe Samuel Magaia e
Massaca, (DINAGECA, 1997).
16
Op sit, perfil do distrito de Boane
17
Solos fluviais são formados quando os rios desgastam o relevo na sua parte mais elevada transportando os
solos para sua parte mais baixa.
Cada tamanho de grão será depositado num determinado ponto do rio, correspondente a uma determinada
velocidade. Solos muito finos, como as argilas, permanecerão em suspensão até decantar em mares ou lagos
parados.
18
Solo argiloso, também chamado de “solo pesado”, é uma terra húmida e macia, composto por mais de 30%
de argila, alumínio e ferro. Após a chuva, os terrenos de solos argilosos, que absorvem bastante água, ficam
encharcados. Por outro lado, na época de seca, esse tipo de solo tende a formar uma camada dura e pouco
arejada do terreno, prejudicando o desenvolvimento da vegetação.
19
O vale de Umbeluzi possui solos com bom potencial agrícola e pecuário que são explorados por
um vasto tecido de agricultura privada e familiar. Existe uma diferença notável entre as zonas do
Município em relação à produção e segurança alimentar.
20
Planta 06: Mapa Topográfico
3.1.3. Hidrografia
Os cursos de água do Município de Boane pertencem às bacias hidrográficas dos Rios Umbelúzi
Movene e Nwlate estes dois últimos de regime periódico (afluentes do Umbelúzi). Destes, o
mais importante é o Rio Umbelúzi, que nasce na Suazilândia e após 70 km de percurso deságoa
no Estuário do Espírito Santo. O caudal de água do Rio Umbeluzi depende da gestão e dos
acordos de partilha de águas entre Moçambique e Suazilândia. O rio Umbelúzi é a fonte
principal de abastecimento água potável às cidades de Maputo e Matola e, também se integra
numa estratégia de utilização das suas águas para irrigação e produção de energia elétrica local a
baixa escala. dos recursos naturais e de aproveitamento das potencialidades da região.
21
Imagem 3: Barragem Pequenos Libombos
Fonte: MOPHRH
No Rio Umbeluzi está construída a Barragem dos Pequenos Libombos com uma Potência de 2
MW. A barragem dos pequenos Libombos tem o escoamento médio anual de 240x10.000.000
m3.
22
8.2. Recursos e Valores Naturais
8.2.1. Caracterização da
Florestal
● Savana
e matagais de espinhos com ocorrência de acácias herbáceas Kraus Siana, Spirokarpa,
Dichrostaachys e trepadeiras suculentas como Sarcostemma, Ciscos e Ceropegia, Aloé e
Sanseviera, Estratogranuloso com domínio das especies Pinicum, Setaria, Chloric,
Urochloa e Eracrotes;
● Vegetaç
ão típica dos aluviões que compreende essencialmente savanas herbáceas e estepes com
predomínio de espécies de género sectária andropogónio e ischaepre verdes ou decíduo
para além de savanas arbóreas com abundância de espécies do género acácia,
Xanthophoca, Compilacantha, Spiracarpa, Nigrescers, Ficos, Combrutum, Borrassus,
Hiphene, etc;
● Estepes
Holófilas de gramíneas suculentas com espécies do género Esporobolus (Nitens, S,
Mabginatus e S. Virginicus).
Segundo (MAE 2005), As populações locais utilizam estacas, caniço e outros materiais locais
para a construção, onde são destacadas as espécies (Hyperthelia Dissoluta, Dichosta Chys
Terminaria Sericea e Cinereia).
Algumas árvores fornecem lenha e madeira para a produção de carvão, que são os combustíveis
mais utilizados pelas famílias. Algumas aldeias não têm acesso fácil a fontes de lenha, obrigando
os seus habitantes a percorrerem distâncias que variam de dois a sete quilómetros.
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Figura 11: Vegetação predominante na Vila
Devido ao desflorestamento já não estão a ser emitidos licenças para exploração florestal nas
imediações da Vila. Esta embarcou num processo de reflorestamento com apoio dos Serviços
Distritais de Actividades Económicas e da Mozal tendo já sido implantado até 2018 cerca de
30000 plantas diversas espécies nativas19, como forma de usar os recursos de uma forma racional
e sustentável, foram criados ao nível dos PA´s comités de gestão dos recursos naturais que velam
pela área da floresta e fauna bravia. Estas plantas foram distribuídas em 44,850 plantas diversas,
10500 Muringa, 9700 canhueiros, 7800 chanfuta 6600 acácias, 4550 tsintsiva.
19
Direcção Nacional Planeamento e Ordenamento Territorial - Estão incluídas micaias, chanfutas, moringa,
canhoeiros, entre outras especies.
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8 4 Micaias, Chanfuta
9 Marian Ngoambi 326 2 Micaias, Chanfuta
10 Saldanha 118 2,5 Micaias, Chanfuta
11 3 Micaias, Chanfuta
12 Umpala 415 1 Micaias, Chanfuta
13 7 de Setembro 442 2 Micaias, Chanfuta
14 Circulo Gimo 201 1,5 Micaias, Chanfuta
25 1,5 Micaias, Chanfuta
Subtotal 2 30
Fonte: SDAE 2012
A falta de um plano de gestão inerente ao uso racional dos recursos naturais tem criado
problemas principalmente no que concerne ao acesso de lenha aos seus beneficiários, obrigando
os a percorrer longas distâncias à procura destes recursos. O Mapa 8 apresenta a cobertura
vegetal da Vila de Boane despontando a maior parte do solo cultivado.
25
Planta 08: Distribuição da vegetação
A fauna bravia20 de Boane é constituída por uma diversidade de animais tais como pequenos
antílopes, coelhos, galinhas do mato, macacos, cobras, nhalas, impalas, hipopótamos, crocodilo
entre outros. O produto da caça tem importância como suplemento alimentar para os agregados
(MAE 2005).
20
Fauna é o conjunto dos animais de uma região geográfica. As espécies próprias de um período geológico ou de
um ecossistema determinado formam este grupo, cuja sobrevivência e cujo desenvolvimento dependem de factores
bióticos e abióticos. A fauna pode dividir-se em fauna bravia, que é aquela que não necessita do homem para a sua
alimentação e o seu desenvolvimento e em fauna doméstica que são as espécies submetidas ao controlo do homem.
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Nas margens dos rios tem ocorrido o conflito homem – fauna bravia que por vezes provoca luto
nas populações locais. Os animais mais problemáticos são o crocodilo e o hipopótamo que
provocam mortes.
A resiliência urbana é definida como sendo a capacidade de um sistema urbano, incluindo seus
residentes, de manter uma continuidade em face a choques e estresses, enquanto se adapta e
transforma positivamente para a sustentabilidade (UN-Habitat).
Entre as ameaças enfrentadas pelas cidades, estão eventos de origem natural (como chuvas,
ventos, ciclones), de ordem antropogênica (como queimadas, desflorestação, guerras) e biológica
(como epidemias), entre outros. Esta seção debruçar sobre os referidos eventos e como eles
podem afetar o desenvolvimento urbano do Município de Boane.
O clima do Distrito de Boane onde se localiza a Vila de Boane é sub-húmido com diferença de
chuvas na estação fria, induzidas pela alta pressão sub-continental e as incursões de ventos
húmidos do oceano. Vagas de frio podem trazer tempestades violentas e chuvas torrenciais de
curta duração. A temperatura média anual é de 22,9ºc, sendo os meses mais frios Junho e Julho e
os mais quentes Janeiro e Fevereiro. A amplitude térmica anual é de 8,8ºc. A humidade relativa
média anual é de 80,5%, variando de um valor máximo de 86% em Julho a um valor mínimo de
73,55%, em Novembro. A pluviosidade média anual (PMA) é de 677 mm variando entre os
valores médios de 563,6mm no período húmido e 43,6 no período seco, (Idem). O Distrito é
propenso a ciclones, depressões, cheias e secas.
Os meses mais quentes do ano são Janeiro e Fevereiro com uma temperatura média de 26.8 °C.
Com uma temperatura média de 18.1 °C, Junho e Julho são os meses com a mais baixa
temperatura ao longo do ano.
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Tabela 3: Temperaturas Médias Anuais na Vila de Boane (Fonte:)
Temperatu 26.8 26.5 25. 23. 20. 18. 1 19 21.8 23.5 24.6 26.1
ra média 3 7 8 2 8. .9
(°C) 1
Temperatu 21.2 21.1 20. 17. 13. 10. 1 12 14.9 17.2 18.8 20.3
ra mínima 1 7 8 6 0. .6
(°C) 2
Temperatu 32.4 31.9 30. 29. 27. 25. 2 27 28.8 29.9 30.5 31.9
ra máxima 6 7 8 8 6 .3
(°C)
Temperatu 80.2 79.7 77. 74. 69. 64. 6 67 71.2 74.3 76.3 79.0
ra média 5 7 4 8 4. .8
(°F) 6
Temperatu 70.2 70.0 68. 63. 56. 51. 5 54 58.8 63.0 65.8 68.5
ra mínima 2 9 8 1 0. .7
(°F) 4
Temperatu 90.3 89.4 87. 85. 82. 78. 7 81 83.8 85.8 86.9 89.4
ra máxima 1 5 0 4 8. .1
(°F) 8
Chuva 137 101 80 37 21 15 1 14 30 59 73 99
(mm) 1
A diferença entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais chuvoso é de 126 mm. 8.7 °C é
a variação das temperaturas médias durante o ano.
O mês mais seco é Julho com 11 mm de precipitação. A maioria da precipitação cai em Janeiro,
com uma média de 137 mm. Dado a este padrão da precipitação apenas é possível uma colheita
por ano, considerando a produção agrícola de sequeiro.
O balanço hídrico, segundo Thornthwaite, permite apurar que o período de excesso de água
ocorre no último mês do quarto trimestre e no trimestre Janeiro – Março, no qual a precipitação é
maior em relação aa quantidade de evapotranspiração. Durante a época fresca, a
evapotranspiração é superior, em todos os meses, à quantidade de precipitação.
28
9.1.2. Projeção Climática do Distrito e Município de de Boane (2020 – 2099)
A avaliação das projecções climáticas do Distrito e Conselho Autárquico da Vila de Boane, foi
baseada numa série de cenários e estudos produzidos pelo Banco Mundial no qual são descritos
os resultados mais recentes sobre possíveis cenários de mudanças e/ou alterações climáticas. Os
cenários baseiam-se em dados climáticos históricos de 114 anos (1901 – 2015), num conjunto de
cenários preliminares de gases de efeito de estufa preparados para o IPCC, e numa série de
simulações climáticas realizadas com 16 modelos de circulação global, cujos dados foram postos
à disposição pelo Banco Mundial.
As projecções indicam que a temperatura média anual para o território onde se localiza a Vila de
Boane poderá aumentar em 0,51ºC entre 2020-2039, de 1,0 até 1,8ºC entre 2040-2059, até 4,6 ºC
entre 2060-2079, chegando a atingir um aumento de 5,6ºC entre 2080-2099. Sob um único
cenário/modelo de projecções (ccsm4) a variação da temperatura será na ordem de 1.3 – 2.26 ºC
em cada década.
Fonte: http://sdwebx.worldbank.org/climateportal/Moz
Como é sabido, em Moçambique, a taxa projectada de aquecimento é mais rápida nas regiões do
interior do que nas áreas mais próximas da faixa costeira. As projecções indicam que no
território onde se localiza a Vila de Boane vai observar um aumento substancial na frequência de
dias e noites considerados "quentes" tendo em conta o clima actual.
Anualmente, as projecções indicam que dias "quentes" tendem em aumentar 20% dos dias até ao
ano de 2039; até 36% entre 2040-2059; chegando a atingir os 89% na década de 2090. Espera-se
que os dias considerados "quentes" pelos actuais padrões climáticos para sua estação ocorram
entre 20 e 100% dos dias até ao ano de 2099.
29
Os meses de Setembro a Dezembro, e de Janeiro a Março são os que poderão apresentar os dias
mais quentes do ano. Ou seja, as projeções indicam que nestes meses podemos observar um
incremento de até 11 dias mais quentes do que o normal.
As projecções de precipitação média anual para a área onde se localiza a Vila de Boane,
mostram mudanças substanciais na precipitação anual até antes da década de 2060. O intervalo
de projecções de diferentes modelos é grande e abrange mudanças negativas e positivas (−15.9 à
+34.17 mm). Sazonalmente, as projecções mostram um quadro mais coerente, com as projecções
tendendo a decréscimos das chuvas da estação seca (Abril à Setembro), compensadas
parcialmente pelo aumento das chuvas na estação chuvosa (Outubro à Março).
30
As mudanças projectadas na precipitação na época seca variam de -15.91 à -7.31 mm e na época
chuvosa (OND – JFM) os valores médios da precipitação chegam a atingir os 34.17 mm.
Os modelos consistentemente projectam para a zona onde se insere a Vila de Boane aumentos
nos máximos de precipitação cumulativa de 5 dias entre as décadas 2040 e 2090 sob os cenários
mais altos de até 113 mm em eventos de 1 à 5 dias, ou seja, nestas décadas projetam-se aumentos
da precipitação anual (aumento em DJF e MAM, mas diminuem em JJA e SON).
Para a projecção do índice médio de seca, foi usado o SPEI - Standardized Precipitation
Evapotranspiration Index (Índice Padronizado de Evapotranspiração por Precipitação). OSPEI é
projectado para levar em conta tanto a precipitação quanto a Evapotranspiração Potencial (ETP)
na determinação da seca. Ele pode ser usado para determinar o início, a duração e a magnitude
das condições de seca em relação a condições normais em uma variedade de sistemas naturais e
geridos, como culturas, ecossistemas, rios, recursos hídricos, etc.
31
Tabela 23: Intervalos e categorias do SPEI
SPEI Categoria
O gráfico abaixo mostra que para o caso da região onde o Município de Boane, se realiza o
índice médio de seca em todas as décadas até 2090 projecta-se a ocorrência de seca incipiente ou
próximo do normal, visto que os valores do SPEI variam entre -0.52 e 0.19.
Os modelos de projecções climáticas não possuem até agora dados fiáveis sobre ciclones
tropicais. Portanto, projecções sobre a intensidade e rastos de ciclones tropicais no futuro são
muito incertos.
Enquanto as evidências indicam que ciclones tropicais tendem a se tornar, no geral, mais
intensos sob um clima mais quente como resultado das temperaturas mais altas da superfície do
mar, há grande incerteza nas mudanças frequência, e mudanças para faixas de tempestade e suas
interacções com outras características do clima variabilidade (como o El Niño Oscilação Sul 21),
que introduz incerteza numa escala micro-regional (Christensen et al., 2007).
21
Quando acontece o El Niño, um fenômeno que ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, com uma média
de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos força ou mesmo invertem a direção em todo o centro, resultando numa
diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quentes.
32
9.2. Perfil histórico22 Climático da Vila de Boane
Esta ferramenta é usada para priorizar os problemas identificados durante o diagnóstico, segundo
sua importância e/ou urgência. O que permite estabelecer uma hierarquia dos problemas
identificados de forma a permitir que a comunidade se concentre nos que considera mais
importantes. E o objectivo principal é estabelecer uma hierarquia dos problemas identificados
que permita à comunidade se concentrar nos que considera mais importantes.
A estiagem é o evento climático adverso mais frequente no Município de Boane. Outros eventos
que também se pode observar alistados na Tabela 12 são, vendavais, chuvas, pragas agrícolas de
entre outros.
22
O perfil histórico é uma ferramenta do CVCA que permite entender ou explicar as tendências ou mudanças na
frequência de ocorrência dos eventos extremos ao longo de um determinado período de tempo.
33
abastecimento de água, bem como provocam a perda de
culturas agrícolas.
A tabela 13 apresenta a cronologia temporal dos diferentes eventos climáticos ocorridos na Vila
de Boane.
34
2000 CHEIAS ● Umpala ● Surgimento do bairro Picoco que resultou de
● Manguiza um campo de reassentamento;
● Gimo ● Destruição de várias infraestruturas públicas
● 7 de Setembro como pontes, estradas, escolas e também
● 25 de Setembro habitações das populações;
● Campoane-Aldeia ● Perda de vidas humanas;
● Campoane- ● Morte de animais (principalmente gado
Povoação bovino).
●
2004 CHEIAS ● Umpala ● Perda de produção agrícola e animal, com
● Manguiza destaque para a morte de cerca de 29000
● Gimo frangos em um aviário;
● 7 de Setembro ● Danificação das vias de acesso.
● 25 de Setembro
● Campoane-Aldeia
● Campoane-
Povoação
2015/16 SECA ● Localidade Eduardo ● Eclosão de problemas de fome no município;
Mondlane ● Morte de animais (bovinos e caprinos) devido
a falta de pastagens;
● Perda de culturas agrícolas
(principalmente mandioca e batata-doce).
No que concerne às ameaças climáticas mais severas, com base na leitura dos valores dos totais
acumulados pode-se concluir que a agricultura é a actividade ou sector mais vulnerável aos
impactos negativos das mudanças climáticas, pois apresenta um elevado índice de impactos
negativos em caso de ocorrência de estiagens, ventos fortes e chuvas fortes.
35
Tabela 14: Matriz de Vulnerabilidade Climática
EVENTOS ACTIVIDADES
Agricultura Comércio Pecuária Lenha e carvão Pesca Outros serviços
Estiagem 3 0 3 0 3 0
Ventos fortes 3 1 0 0 3 1
Pragas 2 0 2 0 0 0
Chuvas fortes 3 3 3 3 0 2
Erosão 1 0 0 0 0 0
Trovoada 0 0 1 0 0 1
TOTAL 12 4 9 3 6 4
Onde:
0 –evento climático sem nenhum impacto sobre a actividade;
1 – evento climático com baixo impacto negativo sobre a actividade;
2 – evento climático com impacto negativo moderado sobre a
actividade; 3 – evento climático com elevado impacto negativo sobre a
actividade.
Depois da agricultura, outras actividades que também mostram-se bastante vulneráveis aos
eventos climáticos e ambientais adversos são a pecuária e a pesca. A pecuária é gravemente
afectada pela ocorrência de estiagens e de chuvas fortes. A pesca é prejudicada pela ocorrência
de estiagens e de ventos fortes.
Quando se regista a ocorrência de ventos fortes as machambas ficam destruídas, e a pesca torna-
se inacessível. Contudo a pecuária e a produção de lenha e carvão não são afectadas.
As pragas e doenças constituem um constrangimento tanto para a agricultura assim como para a
produção pecuária. Felizmente é possível fazer face a esta ameaça por meio de pesticidas
agrícolas e vacinações para o gado. No entanto estas medidas de controle de pragas acarretam
custos financeiros, o que pode constituir uma limitação para os camponeses mais desfavorecidos.
A erosão representa uma ameaça para a agricultura devido à perda de solos, principalmente das
camadas superficiais que são as mais férteis. Outro aspecto importante relacionado com a erosão
é o risco iminente de desabamento de habitações nos bairros periféricos do município.
As trovoadas, que não são acompanhadas de chuvas constituem uma ameaça para a pecuária
onde tem-se registado a morte de algumas cabeças de gado bem como para outros serviços pois
podem resultar também na morte de pessoas.
36
A avaliação comunitária da vulnerabilidade às cheias e inundações
37
Tabela 15: Comparação aos Pares para apuramento da Vulnerabilidades às cheias na Localidade Municipal Eduardo Mondlane
Paulo Umpal Mangui Gim 7 de Saldanh 25 de Massac Massac Manhanha Marie Eduard Josia Ambrósi
Samuel a za o Setembr a Junh a1 a2 ni n o Tongoga o
Kankhomb o o Ngoua Mondla ra
a bi ne
Paulo 2 3 4 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Samuel
Kankhomb
a
Umpala 3 4 5 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Manguiza 0 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Gimo 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
7 de 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Setembro
Saldanha 0 0 0 0 0 0 0 0
25 de 0 0 0 0 0 0 0
Junho
Massaca 1 0 0 0 0 0 0
Massaca 2 0 0 0 0 0
Manhanha 0 0 0 0
ni
Marien 0 0 0
Ngouabi
Eduardo 0 0
Mondlane
Josia 0
Tongogara
Ambrósio
TOTAL 0 10 12 12 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0
75
b) Cheias na Localidade Municipal de Gueguegue
Segundo a matriz apresentada na Tabela 16, a Localidade Urbana de Gueguegue é relativamente mais vulnerável às cheias em comparação com a
localidade de Eduardo Mondlane. Sendo que os bairros mais vulneráveis, ao nível da localidade de Gueguegue e em ordem decrescente de
importância são: Bairro 7, 25 de Setembro, Campoane Aldeia, Campoane Povoação, Bairro 6, Bairros 4 e 5 (na mesma posição), Bairro 1 e
Bairro 3. Desta feita os restantes 10 bairros são vulneráveis a cheias e ou inundações resultantes de chuvas fortes.
76
Setembr
o
Campoa 10 10 10 10 10 10 10 10 10
ne
Aldeia
Campoa 11 11 11 11 11 11 11 11
ne
Povoaçã
o
Babanja 0 0 0 0 0 0 0
(Rádio
Marconi)
Filipe 0 0 0 0 0 0
Samuel
Magaia
Picoco 0 0 0 0 0
Wocomb 0 0 0 0
o
Tchuniss 0 0 0
a
Matchu 0 0
me
Xipapa 0
Mutefe
TOTAL 8 0 2 12 12 14 18 0 17 16 15 0 0 0 0 0 0 0 0
Onde:
77
Na Localidade de Municipal de Gueguegue a combinação dos Bairros e números é seguinte:
1. Bairro 1
2. Bairro 2
3. Bairro 3
4. Bairro 4
5. Bairro 5
6. Bairro 6
7. Bairro 7
8. Belo Horizonte
9. 25 de Setembro
10. Campoane Aldeia
11. Campoane Povoação
12. Babanja (Rádio
Marconi) 13.Filipe Samuel
Magaia
14. Picoco
15. Wocombo
16. Tchunissa
17. Matchume
18. Xipapa
19. Mutefe
78
A leitura comunitária é confirmada pelo Mapa 8 que apresenta as principais áreas susceptíveis à
inundação. A produção deste mapa é fruto da leitura das cotas mais baixa da vila e a formação
das presumíveis áreas de depressão.
Com base nos dados apresentados na tabela 17, pode-se observar que, a localidade Urbana de
Gueguegue é vulnerável a ventos fortes e vendavais. Ainda segundo a mesma tabela abaixo, os
Bairros mais vulneráveis a ventos fortes e vendavais nesta localidade Urbana, e em ordem
decrescente de vulnerabilidade, são: 25 de Junho, Marien Ngouabi e Mahanhane (na mesma
posição), Saldanha e Eduardo Mondlane (na mesma posição), Jossias Tongogara, Ambrósio, 7 de
Setembro e Umpala.
Tabela 17: Comparação Comunitária aos pares da intensidade dos ventos na Localidade de Eduardo Mondlane
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
1 2 0 0 5 6 7 0 0 10 11 12 13 14
2 2 2 5 6 7 0 0 10 11 12 13 14
3 0 5 6 7 0 0 10 11 12 13 14
4 5 6 7 0 0 10 11 12 13 14
5 6 7 5 5 10 11 12 13 14
6 0 6 6 0 0 0 6 6
7 7 7 0 0 7 7 7
8 0 10 11 12 13 14
9 10 11 12 13 14
10 0 10 10 10
11 11 1 11
12 2 12
13 13
14
TOTAL 0 3 0 0 6 9 10 0 0 10 10 9 8 7
Onde:
Na Localidade de Eduardo Mondlane a combinação dos Bairros e números é seguinte:
79
9.5 Análise dos Principais Riscos Climáticos
80
A morfologia e a característica dos solos, nas encostas dos rios, e nos locais de exploração dos
recursos minerais devem garantir uma protecção efectiva da superfície dos mesmos contra o
risco de ocorrência de erosão.
Na Vila de Boane verifica-se a ocorrência de recursos minerais como calcário, argila e rochas,
usados na construção civil, fabrico de tijolos e para a construção de estradas. A extracção desses
minerais constitui uma ameaça de erosão. Esta já se verifica em Boane-sede nas bermas dos rios
e nas encostas Este facto é agravado devido à ocupação desordenadas das zonas declivosas.
A contaminação dos solos e da água por disposição inadequada de resíduos (p. ex. produtos
utilizados em culturas agrícolas) é uma ameaça real uma vez que no município a agricultura é
uma prática activa. A outra ameaça está relacionada com o desmatamento embora as acções
anteriores de desmatação tenham já reduzido parte considerável da flora do município.
Os centros urbanos são intrinsecamente complexos devido a sua natureza estrutural onde se
devem capitalizar as oportunidades no reforço da competitividade para sustentar o
desenvolvimento e a equidade.
Neste capítulo, será abordado o tema mobilidade urbana que está relacionado com os
deslocamentos diários (viagens) de pessoas e bens no espaço urbano. Portanto, deve ser
considerado como o grau de liberdade com que nos podemos movimentar num determinado
espaço, com base em sistemas urbanos, assentes em três subsistemas principais, designadamente:
- Transporte público;
- Transporte individual; e
- Deslocações pedonais.
Deve ainda ser considerado que as variáveis como o tempo de viagem de um ponto a outro, custo
dessa viagem, modo de transporte que usamos e o conforto, são comuns neste binómio de
mobilidade e conectividade.
Neste contexto, a Vila de Boane é atravessada pela EN2, rodovia que permite a ligação de
Moçambique com os países vizinhos nomeadamente África do Sul e Suazilândia. Destaca-se
igualmente a estrada regional que liga a Vila de Boane à Ponta D’ouro, uma das zonas com
maior potencial turístico ao nível da Província de Maputo e que faz fronteira com a República da
África do Sul.
81
A rede rodoviária da Vila de Boane é composta por estradas regionais e vicinais, sendo na sua
maioria de terra batida, em estado de conservação mediano, ficando intransitáveis na época
chuvosa. Apenas no centro da Vila de Boane as estradas principais estão pavimentadas.
As ligações rodoviárias de maior importância são: Boane–Bela Vista, Boane- Catuane, Boane–
Maputo, devido ao desenvolvimento de várias actividades de turismo em Matutuine, Namaacha e
África do Sul. A Vila de Boane tem para além de estradas de terra batida e asfaltadas, pontes e
vias alternativas que ajudam na transitabilidade das estradas, tais como, uma ponte de linha
férrea que atravessa o Rio Umbelúzi, pontes metálicas no Ambrósio, e vias alternativas nas
estradas que ligam os vários pontos de distrito de Boane.
82
Figura 17 - Pólos de Desenvolvimento
Cada departamento de infraestrutura municipal (distrital) gere as estradas não administradas pela
ANE com o objectivo de garantir a respectiva manutenção. Os comprimentos totais das estradas
em cada município/distrito são os seguintes: Município de Maputo, 1.000 km; Município da
Matola, 580 km; Distrito de Marracuene, 240 km; e o Município de Boane, 190 km.
Embora as estradas estejam mais desenvolvidas na Cidade de Maputo, o sistema não funciona
adequadamente devido à falta de hierarquia clara da rede rodoviária sobretudo pela ausência de
estradas secundárias24, fraca manutenção das estradas, etc. Para além disso, como as estradas
23
O comprimento total no lado de Moçambique é de aproximadamente 100 km, enquanto que no lado sul-africano é
de cerca de 500 km
24
Para Marracuene e Boane, existe apenas uma estrada nacional ligando Maputo e Matola.
83
arteriais que correm norte-sul são poucas, a falta de estradas com desvio é um problema,
especialmente durante congestionamentos e desastres (Figura 3)25
Assim, as redes de estradas arteriais devem ser planeadas considerando esse aspecto. Espera-se
que o volume de tráfego seja disperso por estradas de distribuição locais, redes rodoviárias
ligando distritos, amplitudes de estradas expandidas, estradas não pavimentadas pavimentadas,
etc.26A nível da área metropolitana, existem serviços de transporte ferroviário conectados com o
Distrito e Vila de Boane, nomeadamente a linha de Goba com uma extensão de 69 Km ligando a
A cidade de Maputo aa Vila de Goba via Bairro da Machava passando pelo Distrito e Vila de
Boane (2 comboios diários em cada direcção).
Na Vila, a rede de estradas está classificada em primária (9%), secundária (3%) e terciária
(88%). A rede primária é composta pelas EN1 e EN200 que atravessam a Vila de Boane. Dos
9% das vias primárias, somente 8% estão pavimentadas. Isso corresponde basicamente a EN200
Moamba-Boane-Ponta de Ouro e Goba-Boane-Matola. Todavia estas carecem de alguma
sinalização vertical e horizontal, de sinais luminosos e reforço de medidas de segurança pois
estas cruzam locais com grandes aglomerados populacionais da vila.
25
A secção EN1 na área urbana está experimentando um congestionamento crônico com um volume de tráfego
superior a 30.000 veículos por dia.
26
Em 2012, o rácio de pavimento das estradas distritais era de cerca de 36% para a Cidade de Maputo, 32%
para a Cidade da Matola, 16% para a Cidade de Boane e cerca de 15% para a área de estudo do Distrito de
Marracuene.
84
Planta 10 - Rede viária
85
Figura 18: Estrada Namaacha Matola (Bairro 2)
A rede secundária liga o interior da vila ao centro urbano. Estas vias não estão pavimentadas, ou
seja, são terraplanadas. A rede de vias terciárias perfaz o grosso das vias. Estas ligam os bairros
entre si e estes com o centro urbano. Destas vias, somente 1% estão pavimentadas e as restantes
87% são em terra batida e de difícil acesso para modos motorizados, em particular na época
chuvosa. Como corolário da estrutura da urbe, maior parte do tráfego motorizado ocorre
basicamente nas vias primárias. Veja mapas 10, 11, gráfico 10 e as figuras 19.
86
10.1.1 Transportes
Gestão do Tráfego Urbano
De realçar que as mudanças urbanas resultantes do crescente movimento de pessoas das zonas
rurais para as áreas urbanizadas influenciam o desenvolvimento económico e social, levando
várias cidades e zonas metropolitanas do mundo a massificar a utilização do automóvel com
impactos sobretudo, no aumento das acessibilidades e a dispersão urbanística.
Os desafios do Governo Central centram-se assim, na coordenação das actuações das autarquias
locais e das administrações locais em matéria de deslocamento de pessoas e bens, na introdução
de políticas de mobilidade sustentável, no desenvolvimento dos planos locais de segurança viária
e nos planos da mobilidade e acessibilidades urbanas, no financiamento de sistema de transporte
de passageiros sustentáveis e na execução de estratégias para atingir uma mobilidade e
acessibilidade inclusiva para os nossos cidadãos.
Em Boane, o maior volume de tráfego urbano (agregado a todos modos de transporte) verifica-se
ao longo da EN200 e EN2. Na EN200, o maior tráfego regista-se no troço entre a sede da Vila de
Boane em direcção à Cidade de Matola. Pode-se registar um fluxo de 3422 veículos por dia. Na
Estrada Nacional 2 (EN2), maior tráfego regista-se no troço entre o Bairro Umpala e a Vila-sede
de Boane. O máximo de tráfego registado é de 3816 veículos. Veja mapa 13
87
Quadro da Gestão Municipal dos Transportes
A gestão partilhada dos transportes obriga a que os impostos sobre a radiodifusão, o manifesto
de circulação de veículos e outras obrigações legais sejam pagas ou no município ou fora da área
municipal. Os veículos particulares fazem os pagamentos dos impostos anuais ao município.
88
(i) Transporte de Passageiros no Modo Rodoviário
O transporte de Passageiros é garantido pela frota de autocarros gerida pelo município e pela
frota de autocarros gerida pela Associação dos Transportadores de Boane. Na Vila existem dois
tipos de terminais27 rodoviários: Os terminais de nível urbano (ligação dos bairros) e de nível
interurbano (ligação à outras cidades e distritos). Os transportadores de passageiros estão
distribuídos pelos diferentes terminais em combinação com as rotas.
Transporte Municipal
Picoco - Wacombo 15 Autocarros Um (1) Autocarro de 25
Picoco - Matchume 15 Autocarros Lugares
Transporte da Associação dos Transportadores de Boane.
Picoco-Wacombo 15 Mini-autocarros Em média 04 – Autocarros
Picoco-Matchume 15 Mini-autocarros de 15 lugares
Picoco-Tinhalene 15 Mini-autocarros
27
Os terminais rodoviárias não apresentam uma estrutura física especialmente construída para o
efeito.
89
Figura 21: Terminal de Picoco II II localizado no Bairro de Picoco-Aldeia
No município existe à entrada da vila no sentido Norte Sul uma importante terminal de
passageiros e de cargas servindo de local de baldeamento de cargas para os bairros afastados da
via principal que liga a Vila aos principais mercados.
90
Figura 22: Terminal de Mazambanine localizada no Bairro 25 de Setembro próximo do Mercado Grossista
de Boane
No centro da Vila, no principal nó de cruzamento das vias que dão acesso para a maioria dos
bairros pela estrada nacional número 2 existe uma terminal de passageiros e de cargas.
Tabela 21: Transportadores da Terminal Rodoviária Interurbano da Petromoc localizada na Av. Eduardo
Mondlane
91
Figura 23: Terminal Interurbano da Petromoc localizada na Av. Eduardo Mondlane (Bairro 2)
Para uso exclusivo dos transportes colectivos de passageiros está localizada no coração da vila
uma terminal improvisada destinada a apoiar transportadores para regiões fora do distrito de
Boane.
92
Figura 24: Terminal Interurbana de Passageiros da Shoprite
Orientado especificamente para a região a Sudoeste da Vila de Boane está localizada uma
terminal mista de passageiros e de carga quer para o interior do Município quer para a parte Sul
da Província de Maputo.
93
(iii) Transporte de Carga e de Passageiros no Modo Ferroviário
Pela Vila de Boane passa a via férrea que estabelece ligação entre a Cidade de Maputo e a Vila
de Goba e a vizinha República da Suazilândia. Parte das composições são mistas e parte são
específicas orientadas para produtos específicos como calcário extraído de Salamanga. Não está
quantificado o volume de passageiros e de cargas que tenham como destino ou partida a Vila de
Boane. A terminal ferroviária é composta por um edifício onde funcionam os escritórios do
provedor de serviços, da equipa de fiscalização, de segurança e de venda de bilhetes.
94
Planta 11: Rotas e Paragens da Vila de Boane
95
Fonte: Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT)
Nas cidades moçambicanas o uso de meios motorizados particulares para viagens intraurbanas
tem crescido rapidamente nos últimos anos (Kumar & Barrett, 2008), como resposta à
inoperância do sector de transporte público. Nas cidades de tamanho médio e pequeno como o
caso de Boane, o uso de modos privados é basicamente feito por motorizadas de baixa
cilindragem. Isso é reforçado pelas condicionantes topográficas que fazem de outros modos
como a bicicleta ou circulação pedonal, pouco atractivos. Actualmente a partilha de vias com
motorizadas no sistema de transporte e muito alta (acima de 30%).
Estas motorizadas partilham as vias principais, incluindo a estrada nacional com outros meios
de transporte como autocarros e camiões. Uma vez que maior parte dos motociclistas não possui
conhecimentos básicos de condução, a presença massiva deles na EN2 propicia acidentes e
fatalidades. Adicionalmente, as viagens intraurbanas registam uma partilha alta de peões.
Caminhar é muito frequente nesta vila autárquica apesar da ausência de facilidades e infra-
estruturas para o suporte deste meio não motorizado.
96
Geração de viagens
Nesta secção aborda-se o comportamento dos viajantes no que tange a hora de partida, os
propósitos de viagens e as características sociodemográficas. No fim da secção apresenta-se a
geração de viagem por bairro antecedido dos procedimentos técnicos para obtenção destes
resultados.
O pico matinal de viagens na Vila de Boane, regista-se no intervalo entre as 5-9 h. Segundo os
inquiridos 88% das viagens são produzidas neste intervalo sendo o ponto mais baixo o da tarde.
O pico da tarde é menos agudo, uma vez que a maior parte das viagens produzidas têm o
propósito de trabalho e visto que os horários de saída dependem de cada subsector laboral, a
curva de pico da tarde vislumbra-se menos acentuada. 6% das viagens registadas foram
realizadas durante o pico da tarde. Veja gráfico 7.
97
Propósitos das viagens
De acordo com o gráfico 8, verifica-se que na Vila de Boane são produzidas em média 3.14
viagens e por bairro produzidas 3.32 viagens. Os residentes têm como padrão de propósitos de
viagem os seguintes:
● No
primeiro grupo de destinos: 34.% das viagens são para o propósito de trabalho, seguindo
de 7% para outros propósitos tais como ir à igreja, mesquita etc., 3% para o lazer.
● No
segundo grupo de destinos, 14.3% dos residentes participam também em propósitos de
trabalho, 10% para outros propósitos e 6% para visitar família e amigos.
● No
terceiro grupo de destinos os residentes na vila de Boane têm igualmente o propósito de
trabalho 7.72%, 5% outros propósitos e 4% lazer.
98
Características dos viajantes
As famílias mais carentes vivem na periferia e longe dos centros urbanos. Estas devem
despender diariamente suportar mais despesas do transporte diário. Leia (Cervero, 1991, 2000,
2003, 2013; Cervero & Golub, 2011), como ilustrado no gráfico 13.
28
Modal= Menor que a média do salário mínimo nacional (menos ou igual a 3642.00Mts)
Modal = Os lotes de salário mais frequentes (Entre os 3642.01-25000.00Mts)
Modal= Acima dos salários mais frequentes (Acima dos 25000.00Mts)
99
Assim sendo, constata-se que na Vila de Boane o maior número de viagens é atraído pelas zonas
urbanizadas. Os bairros 1, 2, 3, 4, 5 e 6 geram mais viagens (aproximadamente 10.449,80
viagens por dia). Estes bairros possuem um elevado número de serviços se comparados com a
média dos bairros da vila, possuem ainda um elevado número de população.
O Bairro Massaca II, gera o segundo maior número de viagens (4.414,72) e possui o segundo
maior número de população. Detalhes mapa 14 e tabela 4.
A distribuição das viagens ilustrada na figura 9 mostra o comportamento dos viajantes na vila de
Boane. Verifica-e que o maior número de viagens acontece da periferia ao centro da vila (Bairros
1,2,3,4,5 e 6). O maior número de viagens verifica-se na ligação entre estes bairros com o bairro
Fiche (1059,22 viagens) e, o segundo maior número de viagens tem como destino o bairro
Massaca II (1014.23 viagens por dia).
Uso de veículos
Como constatado na sub-secção anterior, o maior número dos viajantes na Vila de Boane realiza
viagens a pé pois 63% da população não possui algum modo de transporte.seguem-se as viagens
com uso de viaturas pois 35% da população possui veículo próprio. Destas viagens, as pedonais
são maioritariamente para o trabalho seguido de compras. As viagens de carro são
maioritariamente para o trabalho também, seguido de lazer. O transporte público é usado com
muita frequência para o trabalho, seguido de compras, lazer e outros propósitos.
100
10.2.
O Município é alimentado pela rede nacional de energia elétrica a partir da subestação localizada
no Bairro 6. Em alguns bairros do Município onde a rede eléctrica não é abrangente são
utilizados meios alternativos como o caso de uso de geradores, painéis solares sobretudo em
locais principais como, centros de saúde e em alguns empreendimentos privados.
A maioria dos Bairro não possui iluminação pública (23 entre 33 bairros), especificamente
bairros que se encontram no extremo do centro da do Município (Bairros de Chipapa, Muteve,
Matchum, Tinhalene e Filipe Samuel Magaia na localidade de Guegeue e, Ambrósio, Jossias
Tongogara Magunza, Saldanha e 7 de Setembro na Localidade de Eduardo Mondlane) .
No âmbito da ampliação da rede elétrica cerca de 100 famílias na Povoação da Rádio Marconi
beneficiaram em 2003, de um projeto piloto a custo zero, que consistiu na instalação do sistema
Credelec. Para garantir a expansão da rede eléctrica de 2013 a 2014 com um total de 11 484
clientes foram realizadas um total de 1987 novas ligações, 4 316 Inspecções e detectadas cerca
de 441 fraudes.
Plano Real Plano Real Plano Real Plano Real Plano Real
2013 10309 9685 10.000 993 1080 982 1274 1099 0 142
2014 11602 11484 938 994 970 954 3251 3217 0 199
Exec. - 18,6 - 6.3 - 2,9 - -65,8 - 40,1
%
101
Planta 13: Distribuição da rede eléctrica
A Vila de Boane é servida actualmente por uma rede fixa e três redes de telefonia móvel, Mcel,
Vodacom, Movitel, e TDM para rede fixa para além de uma delegação dos correios de
Moçambique, que funciona no Município.
102
13. Referências Bibliográficas
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