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Cidade da Beira
DIAGNÓSTICO DA
SITUAÇÃO ACTUAL DA
CIDADE DA BEIRA
SERVIÇOS DE CONSULTORIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE ESTRUTURA URBANA
DA CIDADE DA BEIRA
MAIO DE 2020
VERSÃO FINAL
ENDEREÇO COWI Moçambique, Lda.
Av. Zedequias Manganhela, 95
1º andar (Prédio 33 andares)
C.P. 2242
Maputo
Moçambique
MAIO DE 2020
DIAGNÓSTICO DA
SITUAÇÃO ACTUAL DA
CIDADE DA BEIRA
SERVIÇOS DE CONSULTORIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE ESTRUTURA URBANA
DA CIDADE DA BEIRA
VERSÃO FINAL
PROJECTO Nº DOCUMENTO Nº
18035-A 4.B
R02 25/05/2020 Diagnóstico da Situação Actual Pedro Tomás e Erasmo José Forjaz
da Cidade da Beira Tamara Bhatt Nhachungue |
Vítor Tomás
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 5
FICHA TÉCNICA
Este trabalho foi elaborado pelo Ministério da Terra e Ambiente e pelo Conselho
Municipal da Cidade da Beira com a colaboração técnica da COWI, José Forjaz
Arquitectos e Vedor.
SUPERVISÃO
Albano Carige
Conselho Municipal da
Vereador para as Áreas de Construção e
Cidade da Beira
Urbanização
COORDENAÇÃO GERAL
José Forjaz
José Forjaz Arquitectos
Coordenador Geral
Carmeliza Rosário
Gestora do Projecto COWI
Gestora de Qualidade
6 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Vitor Tomás
José Forjaz Arquitectos
Coordenador de Produção
Erasmo Nhachungue
Coordenador de Produção COWI
Coordenador de Especialidades
Pedro Tomás
José Forjaz Arquitectos
Coordenador de Elaboração do Plano
Tamara Bhatt
José Forjaz Arquitectos
Urbanista
Arsénia Paulo
Especialista de Demografia e Equipamentos
Sociais e Serviços COWI
Manuel Santos
Especialista de Assuntos Económicos e
COWI
Financeiros, Capacidade Institucional,
Agronomia, Florestas e Agricultura Urbana
Ivone Uchoane
Especialista de Assuntos Económicos e COWI
Financeiros e Capacidade Institucional
Yara Barreto
COWI
Especialista de Geografia e Ambiente
Célia Macamo
COWI
Especialista de Geografia e Ambiente
COWI
Lucinda Cruz
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 7
Manuel Teles
Especialista de Infraestruturas Eléctricas e COWI
Telecomunicações
Isa Teles
Especialista de Infraestruturas de Água, COWI
Saneamento e Drenagem
EQUIPA DE MAPEAMENTO
Bruno Vedor
Vedor
Coordenador de Mapeamento
Osvaldo Luís
Vedor
Mapeador
Anisha Abdul
Vedor
Mapeadora
COLABORADORES
Ussene Mamed
Arquitecto e Planeador Físico José Forjaz Arquitectos
Suporte Local
Hagira Machado
COWI
Secretariado
8 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
LISTA DE ABREVIATURAS E
ACRÓNIMOS
AIAS Administração das Infraestruturas de Água e Saneamento
ANE Administração Nacional de Estradas
CDB Corredor de Desenvolvimento da Beira
CMCB Conselho Municipal da Cidade da Beira
CTEP Comissão Técnica de Elaboração do Plano
DINAGECA Direcção Nacional de Geografia e Cadastro
DNH Direcção Nacional de Habitação
DPTADER Direcção Provincial da Terra Ambiente e Desenvolvimento
Rural
DU Posto Administrativo
EDM Electricidade de Moçambique
ETA Estação de Tratamento de Água
FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água
FUNAE Fundo de Energia
GUHARLM Gabinete de Habitação e Urbanização da Região de Lourenço
Marques
IDA Agência Internacional de Desenvolvimento (International
Development Agency)
INPF Instituto Nacional do Planeamento Físico
IOT Instrumentos de Ordenamento do Território
LAM Linhas Aéreas de Moçambique
MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MITADER Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural
MOPHRH Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos
OBA Output Based Aid
ONG Organização Não Governamental
PEU Plano de Estrutura Urbana
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 9
CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO 22
1.1 Objectivos Gerais do PEUCB 23
1.2 Objectivos Específicos do PEUCB 23
1.3 Conteúdos do PEUCB 24
1.4 Metodologia Para a Elaboração do Diagnóstico da
Situação Actual 26
2 ENQUADRAMENTO LEGAL 28
8 CARACTERIZAÇÃO DE SERVIÇOS E
EQUIPAMENTOS 191
8.1 Educação 191
8.2 Saúde 199
8.3 Segurança Pública 204
8.4 Turismo 206
8.5 Equipamentos Desportivos 206
8.6 Mercados 210
8.7 Património classificado, em Vias de Classificação e
Espaços Museológicos 212
8.8 Equipamentos Culturais 212
8.9 Centros prisionais 212
8.10 Cemitérios e Crematórios 213
LISTA DE MAPAS
Mapa 3.1 – Mapa de localização da província de Sofala no País 33
Mapa 3.2 – Enquadramento Territorial da Província de Sofala 35
Mapa 3.3 - Mapa da Divisão Administrativa da Cidade da Beira, com uma superfície
gráfica de 649,8 km2 39
Mapa 3.4 – Mapa com a sobreposição dos limites do CENACARTA, INE e Resolução 3/18
de 2 de Setembro no qual se percebem as incongruências na definição dos limites, tando
do Município como dos Bairros 42
Mapa 3.5 – Mapa do Postos Administrativos do Chiveve, Munhava e Manga Loforte 44
Mapa 3.6 – Mapa do PA3 – Inhamízua 47
Mapa 3.7 – Mapa do PA5 – Nhangau Parte I 50
Mapa 3.8 – Mapa do PA5 – Nhangau Parte II 51
Mapa 4.1 – Mapa de uso e ocupação actual do solo da Cidade da Beira 69
Mapa 4.2 - Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizadas de Média Densidade
72
Mapa 4.3 – Mapa representando as Áreas Urbanizadas de Baixa Densidade 73
Mapa 4.4 – Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Planeadas de Alta
Densidade 75
Mapa 4.5 – Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Planeadas de Média
Densidade 76
Mapa 4.6 – Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Planeadas de Baixa
Densidade 78
Mapa 4.7 - Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas de
Alta Densidade 80
Mapa 4.8 – Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas de
Média Densidade 81
Mapa 4.9 – Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas de
Baixa Densidade 82
Mapa 4.10 – Mapa representando as Áreas Multifuncionais 83
Mapa 4.11 – Mapa representando Áreas Industriais 84
Mapa 4.12 – Mapa representando Áreas de Desenvolvimento Turístico 85
Mapa 4.13 – Mapa representando Áreas Agrícolas de Produção Familiar 87
Mapa 4.14 – Mapa representando Áreas Agrícolas Estruturadas 89
Mapa 4.15 – Mapa representando Áreas de Aquacultura 90
Mapa 4.16 – Mapa representando Áreas Húmidas Mistas 92
Mapa 4.17 – Mapa representando Áreas de Florestas de Mangal 93
Mapa 4.18 – Mapa representando Áreas Verdes Densas 95
Mapa 4.19 – Mapa representando Zonas de Praia 96
Mapa 4.20 – Mapa representando Zonas de Dunas 97
Mapa 4.21 – Mapa representando Áreas de Vegetação Ribeirinha 98
Mapa 4.22 – Mapa dos Equipamentos na cidade da Beira 99
Mapa 4.23 – Mapa de Condicionantes do Uso do Solo 103
Mapa 5.1 – Mapa topográfico e hidrográfico da cidade da Beira 124
Mapa 5.2 - Mapa das principais comunidades vegetacionais de Moçambique 128
Mapa 5.3 – Mapa de habitats de Moçambique, mostrando o Corredor da Beira e a cidade
da Beira como habitats modificados 132
Mapa 5.4 - Mapa de florestas de Moçambique, mostrando a região da cidade da Beira
como área não florestal 133
Mapa 5.5 - Mapa de cobertura vegetal natural da Cidade da Beira( ver também o capítulo
Dinâmica da Ocupação e Uso do Solo) 136
Mapa 6.1 - Mapa da Densidade Populacional na Cidade da Beira 172
Mapa 8.1 - Mapa do equipamento de educação e respectivas áreas de abrangência 198
Mapa 8.2 - Rede de equipamento de saúde na cidade da Beira e respectivas áreas de
abrangência 202
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 15
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 - Danos nas novas infraestruturas de apoio ao corredor verde do Chiveve pelo
Ciclone Idai 56
Figura 4.1 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizadas de Média
Densidade 71
Figura 4.2 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizadas de Baixa
Densidade 72
Figura 4.3 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Planeadas de
Alta Densidade 74
Figura 4.4 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Planeadas Urbanizáveis de
Média Densidade 75
Figura 4.5 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Planeadas de
Baixa Densidade 77
Figura 4.6 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas
de Alta Densidade 79
Figura 4.7 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas
de Média Densidade 80
Figura 4.8 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas
de Baixa Densidade 81
Figura 4.9 – Foto Aérea representando as Áreas Multifuncionais 82
Figura 4.10 – Foto Aérea representando Áreas Industriais 84
Figura 4.11 – Foto Aérea representando Áreas de Desenvolvimento Turístico 85
Figura 4.12 – Foto Aérea representando Áreas Agrícolas de Produção Familiar 86
Figura 4.13 – Foto Aérea representando Áreas Agrícolas Estruturadas 88
Figura 4.14 – Foto Aérea representando Áreas de Aquacultura 89
Figura 4.15 – Foto Aérea representando Áreas Húmidas Mistas 91
Figura 4.16 – Foto Aérea representando Áreas de Florestas de Mangal 92
Figura 4.17 – Foto Aérea representando Áreas Verdes Densas 94
Figura 4.18 – Foto Aérea representando Zonas de Praia 95
Figura 4.19 – Foto Aérea representando Zonas de Dunas 96
Figura 4.20 – Foto Aérea representando Áreas de Vegetação Ribeirinha 98
Figura 4.21 – População da Cidade da Beira em 2017 distribuída por Postos
Administrativos 106
16 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Definições de uso e ocupação do solo urbano 60
Tabela 4.2 – Classificação e quantificação do uso e ocupação do solo urbano da Cidade
da Beira 67
Tabela 5.1 - áreas ambientalmente sensíveis na cidade da Beira 137
Tabela 5.2 – Resumo dos impactos dos desastres naturais entre 1956 e 2008 143
Tabela 5.3 - Resumo dos eventos climáticos extremos que atingiram a cidade da Beira
nos últimos 19 anos (2000 – 2019) 151
Tabela 5.4 - Tendências climatéricas observadas no país, previsões até 2100 e seus
impactos no ambiente e na população humana 153
Tabela 6.1 – Bairros da Cidade da Beira, sua superfície (km2) e densidade populacional
(hab./há | hab./km2) 170
Tabela 7.1 - Explorações agrícolas na Cidade da Beira 185
Tabela 7.2 - Mercados Municipais 187
Tabela 7.3 - Número de estabelecimento e respectivo número de empregado na cidade
da Beira 189
Tabela 8.1: Distribuição de Alunos e professores por Escola EP1 192
Tabela 8.2: Distribuição de Alunos e professores por Escola EP2 194
Tabela 8.3: Distribuição de Alunos e professores por Escola EP2- Nocturno 195
Tabela 8.4: Distribuição de Alunos e professores por Escola ESG1- Diurno 196
Tabela 8.5: Distribuição de Alunos e professores por Escola ESG1- Nocturno 196
Tabela 8.6: Distribuição de Alunos e professores por Escola ESG2- Diurno 197
Tabela 8.7: Distribuição de Alunos e professores por Escola ESG2-Nocturno 197
Tabela 8.8: Unidades Sanitárias da Beira 199
Tabela 8.9: Número de doentes nas Consultas externas 200
Tabela 8.10: Quadro de Pessoal e especialidade 200
20 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Tabela 8.11: Estado de conservação das Unidades Sanitárias da Cidade da Beira 202
Tabela 8.12: Previsão de Construção de Unidades Sanitárias nos próximos 4 anos 203
Tabela 8.13: Equipamentos Desportivos sob Gestão do Município 206
Tabela 8.14: Lista de campos não geridos pelo Município 209
Tabela 8.15: Lista de mercados formais e sua localização 210
Tabela 8.16: Lista de Mercados adjacentes e sua localização 211
Tabela 9.1 - Capacidade actual de armazenamento e bombagem dos centros
distribuidores 222
Tabela 9.2 - Número de ligações existentes no Município da Beira 223
Tabela 9.3 – total de ligações por tipo de ligação e distribuição da população servida por
nível de serviço 224
Tabela 9.4 - Demanda média diária (2020 e 2035) 225
Tabela 9.5 - Demanda de água em 2019 e 2035 225
Tabela 9.6 - Intervenções de reabilitação e extenção da rede de saneamento da cidade
da Beira 249
Tabela 9.7 – Sistema financeiro da gestão de resíduos sólidos na cidade da Beira 257
Tabela 9.8 - Principais instituições do sector eléctrico em Moçambique 264
Tabela 9.9 - Principais dispositivos legais que regem o sector eléctrico nacional 265
Tabela 9.10 - Intervenções Previstas no Master Plan 2018-2043 268
Tabela 9.11 - Valores de carga a nível nacional para 2015 268
Tabela 9.12 - Consumo nacional de potência e de energia previstos 269
Tabela 9.13 - Consumo de potência e de energia previstos para a cidade da Beira 270
Tabela 9.14 - Previsão de aumento de potência de carga de consumo de energia eléctrica
para o Dondo e Beira até 2026 270
Tabela 9.15 – Discriminação dos investimentos para o estabelecimento da alimentação
em alta tensão à rede de distribuição de média tensão da cidade da Beira 274
Tabela 9.16 – Resumo dos investimentos para o estabelecimento da alimentação em alta
tensão à rede de distribuição de média tensão da cidade da Beira 275
Tabela 9.17 - Equipamento de compensação previsto para as subestações eléctricas da
cidade da Beira 275
Tabela 9.18 - Principais características dos cabos de alta tensão do tipo GIL 285
Tabela 9.19 - Capacidades instaladas das centrais térmicas previstas até 2026 286
Tabela 9.20 - Custos estimados envolvidos para centrais de energia renovável em
Moçambique para um mesmo valor de capacidade máxima instalada de 10MWatt 287
Tabela 9.21 - Tarifário de energias novas e renováveis 288
Tabela 9.22 - Cinco centrais solares que entrarão em funcionamento operacional nos
próximos anos 290
Tabela 9.23 - Zona Centro/Norte - Aumento da capacidade de produção de energia
eléctrica de 2017 a 2028 292
Tabela 9.24 - Fontes de energia utilizadas pelos agregados familiares na cidade da Beira
293
Tabela 9.25 - Consumo de PI por família de acordo com o rendimento 295
Tabela 9.26 - Proporção do consumo de PI de acordo com a zona na província de Sofala 295
Tabela 9.27 - Categorias de biomassa e sua utilização 297
Tabela 9.28 - Consumo diário per capita de combustível lenhoso na província de Sofala 298
Tabela 9.29 - Proporção do consumo de combustível lenhoso na província de Sofala 299
Tabela 9.30 - Centrais de telefonia móvel para as cidades da Ilha de Moçambique,
Nampula e Beira 301
Tabela 9.31 - Designação e dados da infraestrutura da TMCEL 302
Tabela 10.1 - Numeração e designação de estradas 319
Tabela 10.2 - Elementos de caracterização de oferta viária 323
Tabela 10.3 - Parque de estacionamento municipal L.C.X 327
Tabela 10.4 - Rafik's Parking Lot 328
Tabela 10.5 -Parque de estacionamento Sede do Partido Frelimo 329
Tabela 10.6 -Parque de estacionamento (sem nome) 329
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 21
1 INTRODUÇÃO
A actividade de planeamento físico no pós-independência, conheceu momentos marcantes
relacionados com a conjuntura política e arranjos institucionais e legais virados a dar
resposta aos desafios que se impunham ao Estado então emergente. Por outro lado, o
crescimento urbano acelerado não acompanhado com a respectiva infraestruturação e
provisão de serviços e de equipamentos sociais tem transformado as cidades e Vilas do
país em aglomerados incapazes de satisfazer as necessidades dos seus habitantes e de
planificar o seu desenvolvimento sustentável.
Nos últimos 20 anos foram implementadas inúmeras iniciativas para reverter o quadro
dramático de infraestruturação urbana em Moçambique, destacando-se para as cidades
da Beira, Nampula e Ilha de Moçambique, o Programa de Reabilitação Urbana (PRU) de
1988 a 1992, o Programa de Reforma dos Órgãos Locais (PROL) de 1992 a 2002, o P5,
P7, P13-Programa de Apoio aos Municípios do Centro e Norte, seguido do PRODEM-
Programa de Desenvolvimento Municipal cobrindo 26 Municípios do Centro e Norte e,
actualmente, o embrionário Programa Nacional de Desenvolvimento Urbano Local, que
têm em comum a vontade expressa de reverter o quadro de deficiências que ainda
caracterizam os centros urbanos e assentamentos humanos de Moçambique.
A autarcização introduzida no país através da Lei n°. 2/97, de 18 de Fevereiro, criou nos
Órgãos Autárquicos maiores responsabilidades para com os seus eleitores. São estes
factores todos que criam a necessidade de se elaborarem Planos de Estrutura Urbana que
possam ajudar os Órgãos Autárquicos a orientar o desenvolvimento físico, social e
económico das Cidade e vilas.
› O Regulamento do Plano;
› A Planta de Condicionantes
› A Planta de Mobilidade
2 ENQUADRAMENTO LEGAL
O presente PEU é elaborado à luz do ordenamento jurídico do planeamento e
ordenamento do território no país que está contido em três diplomas legais
principais:
2 A Lei n.º 19/2007 de 18 de Julho, Lei do Ordenamento do Território, foi publicada no Boletim
da República n.º 29, I Série de 18 de Julho de 2007
Para além do que já foi referido, importa mencionar que os Planos de Estrutura
Urbana, PEU, são elaborados por iniciativa do Presidente da respectiva autarquia
que emitirá um Despacho no qual devem constar:
› Os termos de referência;
Como acima foi já referido, o PEU deverá depois ser objecto de Aprovação pela
Assembleia Municipal sendo Ratificado pelo Ministro que superintende o sector da
Administração Estatal após obtido o Parecer de Conformidade do Ministério que
superintende o sector do ordenamento territorial.
Alguns dos diplomas legais citados, em especial, a lei de terras e seu regulamento
geral e do solo urbano, serão mais adiante apresentados e analisados, assim como
serão enunciados alguns outros que têm interesse para a actuação do Município.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 31
3 ENQUADRAMENTO TERRITORIAL,
HISTÓRICO E URBANO DA CIDADE DA
BEIRA
O nome de Sofala foi citado pela primeira vez nos relatos do persa Al-Masudi, no
século X, que descrevia as terras de Sofala como sendo de grande importância
tanto para as actividades de mineração como para as actividades comerciais entre
o Império de Mwenemutapa e árabes e indianos que ali se haviam estabelecido.
Nessa época, Sofala abrangia toda a costa centro e norte do actual Moçambique.
Início de transcrição
“A Cidade da Beira tem a superfície gráfica de 633 Km2. Tem como seus limites a
partir do Sul seguindo por Oeste definidos como se segue:
2 – a) Da Ponta Gea segue o rio Púnguè para montante, incluindo a ilha Utanhe,
até um ponto de latitude e longitude, respectivamente de 19º44’18” e 34º43’16”;
c) Deste ponto segue uma estrada de terra natural até um ponto de latitude
e longitude, respectivamente de 19º42’39” e 34º45’28”;
4 A Lei n.º 3/94 de 13 de Setembro foi publicada no Boletim da República n.º 37, I Série de
13 de Setembro de 1994, 2º Suplemento
5 A Lei n.º 2/97 de 18 de Fevereiro foi publicada no Boletim da República n.º 7, I Série de 18
de Fevereiro de 1997, 2º Suplemento
6 A Resolução n.º 3/81 de 2 de Setembro foi publicada no Boletim da República n.º 35, I Série
de 2 de Setembro de 1981
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 37
O polo referente à praia de Sengo tem uma superfície gráfica de 10km2, tem
como seus limites a partir do sul seguindo por Oeste, definidos como se segue:
c) segue este afluente, para jusante, até confluir com o rio Bumbo.
4 – a)segue o curso deste rio, para jusante até à sua foz de latitude e longitude,
respectivamente de 19º34’30” e 35º16’20”
Fim de transcrição
Mapa 3.3 - Mapa da Divisão Administrativa da Cidade da Beira, com uma superfície gráfica
de 649,8 km2
Mapa 3.4 – Mapa com a sobreposição dos limites do CENACARTA, INE e Resolução 3/18 de
2 de Setembro no qual se percebem as incongruências na definição dos limites, tando do
Município como dos Bairros
Leste e Sul com o Oceano Índico, a Oeste com a foz do rio Púnguè e a Norte com
os Postos Administrativos Nº2 - Munhava e Nº4 – Manga Loforte. Deste PA fazem
parte 8 bairros, dentre eles alguns dos mais emblemáticos e populosos da cidade,
nomeadamente os bairros de Chaimite, Chipangara, Esturro, Macurungo, Macuti,
Matacuane (o bairro mais populoso da Cidade da Beira), Pioneiros e Ponta Gea.
Este PA faz fronteira, a Oeste com o Estuário do rio Púnguè, a Sul e a Leste com
o PA Nº1 do Chiveve e a Norte com os PA Nº 3 – Inhamízua e PA Nº 4 – Manga
Loforte.
9 Para colocar em perspectiva, com 104km o Posto Administrativo de Inhamízua tem uma área
superior à da Cidade de Pemba, tendo também uma densidade populacional mais elevada.
10 Plano Director Beira Mozambique, produzido por Deltares e Witteveen + Bos em parceria
com Wissing, Vander Broek Consulting e Niras Moçambique em 2014
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 47
12 Áreas alagáveis (de baixa elevação), geralmente com um lençol freático superficial, podendo
conter água doce ou salobra. São colonizadas por vegetação típica (conforme água doce ou
salobra) ou convertidas em campos de produção de arroz
50 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
A actual cidade da Beira pode ser vista como uma continuação de Sofala noutro
espaço e tempo, conforme sugerido por (Liesegang, 1989).
A povoação (lugar povoado, sem estatuto de vila ou cidade) da Beira foi criada
em 1887, em Bangoè, no leste do riacho Chiveve, próximo ao mar, como
comando militar. O quartel de Aruângua foi fundado pelo Tenente Coronel, na
altura Capitão de Artilharia, Joaquim Carlos Paiva de Andrada, também chamado
Mafambisse (o que anda muito).
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 53
No início do séc. XX, à sede deste posto militar do Aruângua, foi dado, em 1907,
o nome de Beira, em homenagem a Dom Luís Filipe, Príncipe Herdeiro do Trono
de Portugal nascido na cidade portuguesa da Beira, o primeiro membro da família
real a visitar o território. Foi nesta data que a Beira foi elevada a categoria de
cidade, tendo os anos seguintes até 1930, sido caracterizados por importantes
transformações urbanas, e tendo a sua população passado de 700 habitantes
em 1891 para 20.000 habitantes em 1928.
Em 1943 a Câmara Municipal da Beira abre um concurso ganho pelo Arq. José
Porte e pelo Eng. Joaquim Ribeiro Alegre, para a produção de um plano que será
produzido após consulta do Gabinete de Urbanização Colonial. O projecto propõe
a ampliação da cidade, promovendo um conjunto de aterros e drenagem dos solos
e um traçado cujo objectivo é continuar as preexistências, ainda que inchado por
um desenho baseado em malhas ortogonais unidas por centros radiais.
Contudo, de acordo com (Magalhães & Gonçalves, 2009), seria nesta cidade que
se irão desenvolver alguns dos projectos mais interessantes e claramente
vinculados ao modelo moderno na África colonial portuguesa.
Com a descolonização e posterior guerra civil, a Beira veio a ser uma das cidades
que mais sofreu com a guerra, por ter albergado a sede da RENAMO, não só
devido ao forte fluxo migratório verificado, mas também devido ao bloqueio quase
total das suas principais infraestruturas económicas, o Porto e as linhas
Ferroviárias. Uma clara consequência disto é o aumento populacional de perto de
85% entre 1980 e 2007.
56 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Figura 3.1 - Danos nas novas infraestruturas de apoio ao corredor verde do Chiveve pelo
Ciclone Idai
Fonte: Acervo consultor
13 Este gabinete foi criado por decreto ministerial a 9 de Abril de 2019, e tem como missão a
coordenação e implementação dos vários projectos de reconstrução necessários para
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 57
Nestes documentos, produzidos pelo CMCB com o apoio do Governo dos Países
Baixos, UN Habitat, Shelter e UNDP, são reportados os danos e é efectuada a
listagem das intervenções necessárias para, não só reconstruir a cidade da Beira,
mas reconstruí-la melhor, através do princípio Build Back Better, BBB.
Uma questão fundamental a indicar é que o objectivo deste plano não se prende
apenas com a reconstrução dos elementos danificados pelo ciclone Idai, mas
aproveitar a oportunidade para repensar a cidade e, ao reconstruí-la, fazê-lo de
forma a melhorar consistentemente a resiliência da cidade frente aos eventos
extremos causados pelas mudanças climáticas, aos quais a Cidade da Beira se
encontra particularmente vulnerável.
Refira-se ainda que a produção deste documento esteve alinhado com a produção
de um documento mais holístico produzido pelo Gabinete de Reconstrução pós
Ciclones Idai e Kenneth, fundamentado na metodologia internacional Post
Disaster Needs Assessment Methodology, no qual se contemplava um plano
de acção não só para a região Centro, da qual a Cidade da Beira faz parte, mas
também para a região Norte, onde as províncias de Nampula e Cabo Delgado,
haviam recentemente sido fustigadas pelo ciclone Keneth, o Plano de
Recuperação Pós Idai e Kenneth, também analisado pela equipa de
consultores.
No que diz respeito à inter-relação entre os planos previstos para a região e para
a cidade da Beira especificamente, cabe referir que os planos de recuperação, nas
suas componentes de curto, médio e longo prazos, têm uma abrangência temporal
de, no máximo, cinco anos, considerado o regime emergencial no qual eles se
colmatar os impactos dos eventos naturais extremos Idai e Kenneth nas regiões Centro e
Norte de Moçambique.
58 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Tendo em conta que o presente plano tem como objectivo definir com detalhe a
forma de ordenamento do espaço público e as regras de gestão urbanística a
aplicar, o inventário e o diagnóstico da situação do município são fundamentais
para determinar e delimitar as diferentes classes e categorias de espaço que
caracterizam a actual utilização do solo urbano.
serviços.
comércio e serviços.
expansão planeadas.
expansão planeadas.
fundiária.
62 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
de regularização fundiária.
principais.
Indústria
turismo
exportação
14
Não foram definidas áreas agrícolas com base no tipo de cultura, visto que em quase toda
a área do Sector Familiar na zona da Beira cultiva-se arroz na época chuvosa. A diferenciação
está na forma como as famílias agrícolas usam a terra para a agricultura na base de 3
variáveis condicionantes: (níveis freáticos, distâncias ao centro urbano vs. grau de dispersão
dos assentamentos e o grau de salinidade vs. tipo, qualidade e nível de drenagem dos solos.
Assim, surgem áreas marginais, consideradas zonas húmidas, onde pode haver actividade
agrícola sazonal ou de transumância onde geralmente o arroz é tolerado, mas também se
pode cultivar bata-doce em camalhões, e até alguma hortícola na época seca, dependendo
do nível freático e do grau de salinidade.
64 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
arroz
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 65
Lagos e Represas
Rios e Riachos
Área definida pela morfologia dos edifícios
governamentais
equipamentos de saúde.
recreação
Reservas do Estado
Instalações Rodoviárias
Instalações Ferroviárias
Cemitérios
Telecomunicações
Instalações Prisionais
Infraestruturas de abastecimento e
drenagem de águas
Infraestruturas de electricidade
Instalações Militares;
Lixeiras;
O uso e ocupação actual do solo urbano da Cidade da Beira é definido pelo Mapa
de Uso e Ocupação Actual do Solo representado pelo Mapa 4.1, abaixo.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 69
De uma forma geral a área urbanizada15 da Cidade da Beira ocupa uma área
de aproximadamente 2.719ha, o equivalente a 4,2% do total da área da cidade
e de 25,5% da área de ocupação humana16. Os restantes 7.949ha do
16 Entenda-se como Área de Ocupação Humana como sendo toda aquela ocupada por
edifícios e equipamentos directamente relacionados com as actividades desempenhadas pelo
70 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
A Cidade da Beira permanece ainda com grande parte do seu território ocupado
por Áreas Agrícolas, que, com 22.492ha ocupam perto de 35% da área total
da cidade. Há, contudo, que referir o dado preocupante de as áreas agrícolas
terem sofrido reduções consideráveis na última década. A contínua redução da
área agrícola urbana constitui um problema, no sentido em que, e conforme
descrito no capítulo economia da cidade, a agricultura familiar é uma actividade
importante para subsistência alimentar e económica de grande parte da população
urbana.
homem sobre o território. Ainda que a agricultura seja uma actividade essencial à fixação do
homem sobre o território, pelas suas características específicas, esta mereceu uma
designação própria (Áreas Agrícolas), não estando aqui incluídas
Área com edificação consolidada, delimitada por vias asfaltadas, em espaços com
infraestruturas completas, onde predomina o uso residencial unifamiliar e
plurifamiliar em edifícios até 3 pisos, com uma densidade entre 20 e 60 habitações
por hectare. Podem ser encontradas funções não-residenciais tais como comércio
e serviços.
Área com edificação consolidada, delimitada por vias asfaltadas, em espaços com
infraestruturas completas, onde predomina o uso residencial unifamiliar em
edifícios, até 2 pisos isolados no lote, com uma densidade com menos de 20
habitações por hectare. Podem ser encontradas funções não-residenciais tais
como comércio e serviços.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 73
› Áreas não planeadas - aquelas que foram ocupadas sem terem sido
precedidas de intervenções de planeamento urbano observando-se uma
densificação acelerada em baixa altura, em locais carentes de
ordenamento urbano e infraestrutural, num processo descontrolado que
afecta negativamente a qualidade de de vida dos seus ocupantes.
74 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Área com edificação planificada em zonas com infraestruturas por completar, onde
predomina o uso residencial unifamiliar em talhões alinhados ao longo de vias de
terra batida, com uma ocupação de mais de 60 habitações por hectare,
geralmente com regularização fundiária e áreas de expansão planeadas.
Área com edificação planificada em zonas com infraestruturas por completar, onde
predomina o uso residencial unifamiliar em talhões alinhados ao longo de vias de
terra batida com uma ocupação entre 20 e 60 habitações por hectare, geralmente
com regularização fundiária e áreas de expansão planeadas.
Área com edificação planificada em zonas com infraestruturas por completar, onde
predomina o uso residencial unifamiliar em talhões alinhados ao longo de vias de
terra batida com uma ocupação até 20 habitações por hectare, geralmente com
regularização fundiária e áreas de expansão planeadas.
O conjunto das zonas que caracterizam esta categoria ocupa cerca de 456ha e
corresponde a 0,7% da área da cidade.
Figura 4.6 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas
de Alta Densidade
Mapa 4.7 - Mapa representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas de Alta
Densidade
Figura 4.7 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas
de Média Densidade
Figura 4.8 – Foto Aérea representando as Áreas Residenciais Urbanizáveis Não Planeadas
de Baixa Densidade
Área com edificação consolidada, delimitada por vias asfaltadas sem uso
dominante evidente, com habitações, comércio, serviços, pequenas fábricas, etc.
As Áreas Industriais, que não inclui as Áreas Portuárias, ocupam cerca de 971ha
correspondente a 1,5% da área da cidade.
Ocupam 4.168ha, perto de 6,5% da área total da cidade, que estão distribuídos,
principalmente pelos Postos Administrativos de Inhamízua, no extremo sudoeste
do Município, ao longo do estuário do rio Púnguè, e Nhangau, ao longo da costa
Leste.
18 Refira-se que as Áreas Agrícolas têm também população residente, contudo em baixíssimas
densidades (2 a 3 habitações por ha), que não entraram para a esta contabilização.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 101
De acordo com dados do III RGPH de 2007 (INE, 2010), na cidade da beira:
Para a realização do presente PEUCB não foi possível apurar a evolução deste
cenário nos últimos 20 anos. Contudo a relação entre a redução de área agrícola,
o aumento de assentamentos desordenados, com as direcções de crescimento de
áreas agrícolas antecedendo a ocupação residencial, indica uma clara existência
de um processo não só de evolução da ocupação territorial, mas também de
valorização monetária da terra, em que as áreas agrícolas passam a ter valor
comercial para a construção de residências, num mercado paralelo e desregulado.
Este fenómeno, já era referido no PEU Beira e Dondo de 1999 parece ter-se
agravado na última década.
› A Plataforma continental;
PA5 Nhangau
13,807
PA4 Manga
Loforte 80,979
PA1 Chiveve
174,243
PA3
Inhamízua
154,351
PA2 Munhava
110,445
9,943
8,579
3,375
3,066
1,482 1,639
1,079 791
18 34
PA1 CHIVEVE PA2 MUNHAVA PA3 INHAMÍZUA PA4 MANGA PA5 NHANGAU
LOFORTE
Figura 4.22 - Evolução das densidades populacionais nos Postos Administrativos da Cidade
da Beira entre os anos de 2007 e 2017
Fonte: INE 2017
PA1 Chiveve
3% PA2 Munhava
5%
PA3
Inhamízua
17%
PA4 Manga
Loforte
8%
PA5 Nhangau
67%
Figura 4.23 – Proporção do território ocupado por cada um dos Postos Administrativos da
Cidade da Beira em relação à Área Total da Cidade (%)
Fonte: INE, 2017
66%
33%
29%
21%
17%
15%
8%
5%
3% 3%
Figura 4.24 – Relação entre a área ocupada e a população dos Distritos Urbanos da
Cidade da Beira
Fonte: INE, 2017
14,000
12,000 12,743
10,000 11,052
9,851 10,200
9,592
9,140
8,000
6,000
4,000
2,000 8,684
8,684 8,684
0
CONSERVADOR ELEVADO (3,5%) MANUTENÇÃO
(1,2%) (2,25%)
19 Considerando uma densidade média de ocupação de 180 habitantes por ha e cada habitação
com 4,5 habitantes
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 111
5 CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA DA
CIDADE
5.1 Clima
5.1.1.1 Temperatura
O clima da cidade da Beira é tropical húmido, com duas estações do ano, sendo
uma estação fresca (de Abril a Outubro) e outra húmida (nos restantes meses do
ano). O clima é influenciado pelos ventos de monção da África Oriental, e se
caracteriza por temperaturas moderadas a quentes, com temperaturas variando
entre os 20 ᵒC na estação fresca e os 29 ⁰C na estação quente. Entre 1961 e 2004
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 113
Figura 5.1 - Temperaturas médias mensais da cidade da Beira registadas entre 1961 e 2004
Fontes: Ministério da Economia e Finanças et al, 2017; INE 2017
a pluviosidade variou entre 1 027 mm e 2 132 mm por ano, com uma média de
1 600 mm. Em 2017 foi registada uma queda pluviométrica de 1948.2 mm (INE,
2017. Em geral, os meses de Janeiro a Março registam os níveis mais altos de
queda de chuva, comumente entre 250 mm e 300 mm. Entretanto estes valores
podem variar grandemente, também sob a influencia de eventos ciclónicos que
são frequentes na região. A título de exemplo, em 1986 foram registados 386 mm
5.1.2 Ventos
Os ventos na cidade da Beira são em geral constantes (no que diz respeito à
direção e velocidade) e moderados, sendo ventos do sudoeste na época quente e
ventos de sul-sudeste na estação fresca. Ao fim do dia os ventos podem ser
reforçados por ventos marítimos que surgem devido à diferença de temperatura
entre a terra e o mar. A estação húmida regista em geral as velocidades médias
mais altas. A velocidade média mensal dos ventos situa-se entre os 11 km/h e os
16 km/h 30 km/h (média mensal máxima varia entre 30 km/h e 40 km/h).
Entretanto durante a passagem de ciclones e tempestades os ventos podem
ultrapassar os 200 km/h e são acompanhados de mar agitado. Tais casos foram
registados, por exemplo, durante a passagem do ciclone Eline em 2000 (rio Buzi)
e Idai em 2019 (Reason and Keibel, 2004; Probst e Annunziato, 2019)
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 115
Figura 5.4 - Velocidade média dos ventos entre 1961 e 2003 na cidade da Beira
Fonte: Rassul, 2017
116 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Na cidade da Beira o dia dura entre uma média de 10.9 e 13.3 horas (horas de
dia naturalmente iluminado), sendo os dias mais longos registados nos meses de
Novembro, Dezembro e Janeiro (com mais de 13 horas) e os mais curtos nos
meses de Maio a Julho com uma média de 11 horas. Entretanto o sol brilha em
média 8 a 9 horas ao longo de todo o ano (Weather Spark, s.d.). Entre Setembro
e Fevereiro a média diária de energia de ondas curtas incidente por metro
quadrado está acima de 6.7 kWh. O pico é registado entre Novembro e Janeiro.
Entre Maio e Julho a média diária de ondas curtas por metro quadrado está abaixo
de 5 kWh, normalmente com o pico mais baixo em Junho (Weather Spark, s.d.).
Figura 5.7 – Esquema estereográfico para a Cidade da Beira, mostrando o percurso solar
ao longo do dia e do ano
Fonte: SURE Africa, 2011
ordinário, originando uma inundação dos terrenos ribeirinhos (leito de cheia). As inundações
urbanas ocorrem em centros urbanos devido a sobrecarga dos sistemas de drenagem e são
em geral temporárias.
22https://tvi24.iol.pt/internacional/24-06-2017/sismo-de-5-8-abala-mocambique).;
122 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Nas zonas mais próximas do litoral e/ou do rio Púnguè ocorre vegetação do tipo
mangal, sapal e ou canavial consoante o teor em salinidade da água. Parte da
cidade da Beira foi construída sobre zonas dunares e outra sobre zonas
pantanosas.
No seu curso inferior, o rio forma margens de planícies aluviais ricas e irrigáveis,
na sua maioria destinados à cana sacarina no distrito de Dondo.
124 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
5.8 Flora
Em termos fitogeográficos a cidade da Beira está localizada na zona Regional de
Transição Swahiliana-Maputaland, onde foram identificadas mais de 3000
espécies vegetais, com centenas de géneros endémicos, incluindo os géneros
Stulhmania, Hymenaena e Bivinia (Figura 5.10). Num olhar mais detalhado, esta
zona é dominada por três comunidades vegetais principais (estendendo-se do
interior para a costa): os mosaicos costeiros, as terras húmidas mistas (água doce
e salobra) e as florestas de mangal (água salgada) (Mapa 5.2). Wild e Barbosa
(1967) identificaram como vegetação nativa nesta região a savana arbórea
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 125
As terras húmidas mistas são locais importantes para a conservação, dada a sua
potencial riqueza em espécies de pássaros, anfíbios, peixes e plantas. Estas zonas
e seu valor ecológico são ainda pouco estudadas, mas sabe-se que são
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 127
Junto aos rios pode crescer uma vegetação arbórea típica formando uma espécie
de galeria. Estas florestas são chamadas de vegetação ribeirinha ou floresta
galeria.
128 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
5.8.1.2 Florestas
5.9 Fauna
Sendo uma área que sofreu transformação intensa, espécies de mamíferos de
grande porte não são comuns na cidade da Beira e seus arredores. A fauna é
composta por espécies típicas das zonas urbanas, com destaque para roedores
(ratos Mus sp., Rattus spp.) e espécies domésticas como cães e gatos. Entre as
espécies de avifauna são comuns o pardal doméstico (Passer motitensis) e o corvo
malhado (Corvus albus). As terras húmidas, incluindo os arrozais, os mangais,
salinas abandonadas e a zona entre-marés no geral, são, no entanto, potenciais
focos de concentração de biodiversidade animal, com ênfase para a avifauna.
Espécies comuns nestas áreas e que já foram registadas incluem o bispo vermelho
(Euplectes órix), ave agreta (Egretta garzeta), andorinha de cauda longa
(Chlidonias hybrida) e pernaltas como o flamingo (Phoenicopterus roseus). Nas
florestas de mangal também são comuns espécies típicas de caranguejo, tais
como o caranguejo de mangal (Scylla serrata, espécie comestível), diversas
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 131
Esta modificação implicou também a destruição de grande parte das florestas, que
agora aparecem de forma muito fragmentada em volta da cidade. O IV Inventário
Florestal Nacional (2018) também classifica esta região como área não florestal.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 133
se a toda a extensão de costa que vai desde o delta do Rio Save até sul de Angoche
(ref). Duas zonas deltaicas podem ser encontradas ao longo desta extensão,
nomeadamente o delta do rio Save e o delta do Rio Zambeze, ambas áreas de
grande importância ecológica, tanto a nível nacional como regional. Uma das
principais características das costas lodosa e deltaica é a presença de florestas de
mangal extensas e bem estabelecidas, estando entre as mais importantes em
extensão, diversidade e estado de conservação na região ocidental do Oceano
Índico. As florestas de mangal são áreas de grande diversidade biológica, atraindo
também espécies de especial atenção, e com função primordial no equilíbrio
ecológico da região, e na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Embora
possa haver alguma transformação na cidade da Beira devido à expansão da
cidade e interferência humana no geral, o seu valor ecológico permanece
relevante. Abaixo são descritas algumas destas áreas.
23
O Mapa do EBSA Canal de Moçambique pode ser acedido através do website
https://www.cbd.int/ebsa/
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 135
Mapa 5.5 - Mapa de cobertura vegetal natural da Cidade da Beira( ver também o capítulo
Dinâmica da Ocupação e Uso do Solo)
Fonte: Mapeamento sobre foto aérea de 2019 do consultor
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 137
Área
Nível de ambientalmente
importância sensível Valores associados
temperaturas médias máximas mais altas que, por sua vez, aumentaram a
evaporação.
As províncias centrais, com destaque para a Cidade da Beira, são mais propensas
a cheias, ciclones tropicais e epidemias, seguidas pelas províncias do Sul e do
Norte. O Sul, com o seu clima de savana, tropical e seco, é mais propenso a secas
do que as regiões Centro e Norte, as quais são dominadas por um clima tropical
chuvoso e clima moderadamente húmido modificado pela altitude,
respectivamente.
Uma estimativa dos impactos dos desastres naturais entre 1956 e 2008 é
apresentada na Tabela abaixo, sendo notório que as secas afectam um maior
número de pessoas.
Tabela 5.2 – Resumo dos impactos dos desastres naturais entre 1956 e 2008
Nº de Total de Total de
Nº Tipo de desastre eventos mortos afectados
6 Terramoto 1 4 1 440
no futuro, nem para saber a que taxa (PIAC AR4, 2007). Contudo, devido às
temperaturas elevadas e às mudanças nas emissões, parece provável a ocorrência
de aceleração adicional no aumento do nível do mar ligado ao processo de
mudanças climáticas.
(milho, arroz, mapira) assim como mandioca, amendoim e feijão, são muito
baixas (aproximadamente de 1 tonelada por ha) e não mostram tendências de
aumentar. O período de 1997/98 a 2003/04 não registou virtualmente nenhum
aumento dos rendimentos no país como um todo. Grande parte do crescimento
da produção tem sido primeiramente o resultado de um aumento da área cultivada
e não de um aumento do rendimento (IIAM, 2008).
O maior aumento (47%) em área cultivada teve lugar nas planícies de inundação
férteis, principalmente na região Centro. Combinado com um crescimento da
população de 2%, esta situação aumentou consideravelmente a pressão sobre
estes solos e a continuação desta expansão não será sustentável. Será necessário
atingir resultados significativos no que diz respeito a aumentar a produção por ha,
mas sob condições cada vez piores como o aumento das temperaturas, a variação
da pluviosidade e a degradação dos solos. Actualmente, o fosso actual entre
rendimentos actuais e potenciais em Moçambique é grande.
O ciclone Idai foi o ciclone mais mortal registado na Bacia do Sudoeste do Oceano
Índico e o segundo mais mortal do hemisfério sul desde 1973. Em Moçambique
afectou mais de 1 850 000 pessoas, causando morte e destruição de várias
infraestruturas, incluindo estradas, pontes, escolas, hospitais, entre outros. As
cheias subsequentes também destruíram áreas agrícolas (879 000 ha a nível
nacional). Os danos são estimados em USD 773 milhões.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 147
Figura 5.17 - Inundações causadas pelo ciclone Idai com chuva (em cima) e sem chuva (em
baixo), tendo este ocorrido durante a fase de maré morta
Fonte: JICA
faixa estreita da linha de costa também sofreria um impacto muito maior do que
o que foi experienciado, Figura 5.18, abaixo.
Figura 5.18 - Modelo mostrando as inundações causadas pelo ciclone Idai caso este
acontecesse em período de maré viva com chuva (em cima) e sem chuva (em baixo)
Fonte: JICA
150 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Figura 5.19 - Mortalidade massiva dos mangais no estuário dos rios Púnguè e Buzi após o
ciclone Idai.
Fonte: Acervo pessoal do Consultor
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 151
Tabela 5.3 - Resumo dos eventos climáticos extremos que atingiram a cidade da Beira nos
últimos 19 anos (2000 – 2019)
Figura 5.20 - Chuvas induzidas pelo ciclone Japhet no centro e sul de Moçambique entre 1
e 4 de Março (2003)
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 153
Estudos conduzidos pelo INGC com base em modelos do IPCC fazem também uma
projeção das tendências de alteração do clima em Moçambique até 2100, Tabela
5.4, abaixo. Tal como as tendências observadas, as previsões não são uniformes
para todo o país. De acordo com este estudo, a cidade da Beira apresenta a maior
vulnerabilidade costeira ao impacto das mudanças climáticas em todo o país (Van
Logchem e Queface, 2012).
As previsões indicam que o centro do país poderá sofrer de forma mais acentuada
com a subida da temperatura. Sendo uma cidade costeira, Beira poderá se
beneficiar da amenidade térmica proporcionada pela proximidade ao oceano.
Contudo, em contrapartida estará mais vulnerável às inundações pela subida do
nível médio do mar, exacerbado ainda pela topografia natural da cidade. A subida
do nível do mar poderá causar a perda de áreas agrícolas devido à intrusão salina.
Além disso, uma reduzida época chuvosa com essencialmente o mesmo volume
de quedas pluviométricas também irá provocar cheias urbanas e expansão de
áreas permanentemente alagadas. A cidade da Beira já apresenta um risco
extremamente alto, e que, mesmo seguindo o modelo mais conservativo de
aumento do nível do mar, apenas uma pequena região a norte da cidade
apresenta risco baixo de inundação (Van Logchem e Queface, 2012).
Tabela 5.4 - Tendências climatéricas observadas no país, previsões até 2100 e seus
impactos no ambiente e na população humana
Tendências
observadas no
país Previsões futuras
Parâmetro (1960 – 2012) (2046 – 2100) Impactos
Temperatura Aumento da As temperaturas Expansão de
temperatura (máximas) vão doenças para
média máxima e continuar a subir até novas áreas (e.g.:
mínima (até 2.5°C – 3.0°C. No malária);
1.65°C), sendo centro de
mais significante Moçambique esta Insegurança
no centro e no sul subida pode atingir alimentar;
do país 6°C até 2100;
Perda de
Aumento do número biodiversidade
de dias quentes (17-
35%) e noites
quentes (25-45%)
Redução do fluxo
dos rios;
Intrusão salina
Ciclones Aumento na Aumento na Perda de vidas
frequência e intensidade e humanas, perdas
intensidade possivelmente na materiais em
frequência dos infraestruturas e
ciclones agricultura;
Perdas ecológicas
(destruição de
ecossistemas como
mangais, ervas
marinhas)
Fontes: INGC 2009; Banco Mundial, 2010; Van Logchem e Queface, 2012.
Uma das recomendações dadas pelo estudo como medida de mitigação do impacto
das mudanças climáticas é que toda a nova infraestrutura deve ser
implantada entre 8 e 10 metros acima do nível médio do mar, por forma a
mitigar o risco de inundação em caso de acção combinada de ciclone e maré alta.
Outras recomendações incluem a restauração de habitats como mangais e dunas
costeiras (infraestrutura verde), a construção e reparação de estruturas de
proteção costeira (infraestrutura cinzenta), o uso combinado de infraestrutura
verde e cinzenta; o abandono de áreas de risco; reforço e acomodação de
estruturas já existentes (ex.: elevação), entre outras (Van Logchem e Queface,
2012).
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 155
Importa referir que nesta secção são usadas diferentes fontes de informação,
desde os perfis distritais da Cidade da Beira, dados de Recenseamento Geral da
População e Habitação de 2007 e 2017. Saliente-se que os dados utilizados
do Censo de 2017 foram os dados PRELIMINARES, uma vez que os dados
definitivos disponibilizados à data da publicação do presente documento
não faziam referência à distribuição da população sobre o território,
nomeadamente, a população por bairro.
Mulheres, Homens,
268,780 , 265,045 ,
50.35% 49.65%
600,000
533,825
500,000
443,369
397,368
400,000
300,000
215,000
200,000
100,000
0
1980 1997 2007 2017
Anos
200,000 7%
182,368
180,000
6%
160,000
140,000 5%
120,000
4%
100,000 3.7% 90,456
3%
80,000
60,000 2%
46,001 1.9%
40,000
1%
20,000 1.1%
0 0%
1980-1997 1997-2007 2007-2017
6.3.1 Fecundidade
0.2
0.179 0.175
0.18
0.16 0.154
0.14
0.12 0.109
0.098
0.1
0.08
0.055
0.06
0.04 0.031
0.02
0
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49
6.3.2 Mortalidade
Homens,
113.3
Mulheres,
98.3
Homens Mulheres
44.7 45.7
43.6
6.3.3 Migração
6.3.4 Educação
27%
6.30%
Homens Mulheres
43.5 44.4
42.2
28.3
25.7
14.4
0.6
Figura 6.8 – Níveis de educação da população acima de 5 anos idade na Cidade da Beira
(%)
Fonte: Indicadores Socio económicos, INE, 2007
6.3.5 Religião
31.90%
24.20%
22.70%
8.80%
6.40%
4.20%
1.20%
80.00%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
80 e + 0.2% 0.3%
Mulheres Homens
75 - 79 0.2% 0.2%
70 - 74 0.3% 0.3%
65 - 69 0.5% 0.5%
60 - 64 0.7% 0.7%
55 - 59 0.9% 0.9%
50 - 54 1.3% 1.2%
45 - 49 1.4% 1.4%
40 - 44 1.9% 1.9%
35 - 39 2.7% 2.4%
30 - 34 3.7% 3.3%
25 - 29 4.9% 4.7%
20 - 24 6.1% 6.4%
15 - 19 6.0% 5.9%
10 - 14 5.7% 6.2%
5 - 9 6.6% 6.8%
0-4 6.8% 6.9%
Figura 6.11 - Pirâmide etária da Cidade da Beira de acordo com o RGPH de 2017
Fonte: INE, RGPH, dados preliminares, 2017
acima de 65 anos
2%
até 14 anos
39%
de 15 a 64
anos
59%
Figura 6.12 - Gráfico da distribuição da população da Cidade da Beira por grupos etários
Fonte: INE, RGPH, dados preliminares, 2017
Continua ainda o AIAS, 2017, afirmando que fazendo uma análise da distribuição
da população activa por ramo de actividade e por sexo, verifica-se que as
mulheres estão essencialmente ligadas às actividades agrícolas e da pesca,
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 167
Tabela 6.1 – Bairros da Cidade da Beira, sua superfície (km2) e densidade populacional
(hab./há | hab./km2)
Valores mínimos | Valores máximos
Total da Densidade27
População27 Superfícies (hab/ha |
DU | Nome do Bairro (hab) (km2) hab/km2)
PA1 - Chiveve 1°Bairro – Macuti 16.180 2,6 63 | 6.299
PA1 - Chiveve 2°Bairro - Chipangara 25.757 1,9 136 | 13.630
PA1 - Chiveve 3°Bairro - Ponta Gea 20.762 3,0 68 | 6.841
PA1 - Chiveve 4°Bairro - Chaimite 14.479 1,6 92 | 9.182
PA1 - Chiveve 5°Bairro - Pioneiros 8.433 2,4 23 | 2.299
PA1 - Chiveve 6°Bairro - Esturro 24.210 1,6 155 | 15.460
PA1 - Chiveve 7°Bairro – Matacuane 38.098 2,1 180 |
18.033
PA1 - Chiveve 8°Bairro – Macurungo 29.324 2,4 122 | 12.156
24 A Resolução n.º 3/81 de 2 de Setembro foi publicada no Boletim da República n.º 35, I Série
de 2 de Setembro de 1981
25 A Lei n.º 10/97 de 31 de Maio foi publicada no Boletim da República n.º 22, I Série de 31
de Maio de 1997, 4º Suplemento.
27 Dados Parciais do Censo de 2017, fornecidos pela Direcção Provincial do INE de Sofala
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 171
Total da Densidade27
População27 Superfícies (hab/ha |
DU | Nome do Bairro (hab) (km2) hab/km2)
PA2 – Munhava 9°Bairro - Munhava central 33.850 9,4 36 | 3.617
PA2 – Munhava 10°Bairro – Mananga 26.685 2,3 117 | 11.738
PA2 – Munhava 11°Bairro – Vaz 9.135 3,7 25 | 2491
PA2 – Munhava 12°A Bairro – Chota 19.284 14 13 | 1.338
PA2 – Munhava 13°Bairro – Maraza 21.491 3,0 71 | 7.138
PA3 – Inhamízua 14°Bairro - Alto da Manga 20.441 5,3 39 | 3.887
PA3 – Inhamízua 15°Bairro – Nhaconjo 31.712 4,8 4,7 | 467
PA3 – Inhamízua 16°Bairro – Chingussura 28.099 2,3 123 | 12.348
PA3 – Inhamízua 17°Bairro - Vila Massane 26.270 3,6 73 | 77.333
PA3 – Inhamízua 18°Bairro – Inhamízua 26.204 56 4,7 | 467
PA3 – Inhamízua 19°Bairro – Matadouro 21.625 32 6.7 | 673
PA4 – Manga Loforte 20°Bairro – Mungassa 11.358 6,1 19 | 1.860
PA4 – Manga Loforte 21ºBairro Ndunda 21.772 7,8 28 | 2.788
PA4 – Manga Loforte 22ºBairro - Manga 37.548 12 31 | 3.063
Mascarenhas
PA4 – Manga Loforte 23º Bairro - Muavi 10.301 23 4,4 | 443
PA5 – Nhangau 24ºBairro - Nhangau sede 7.786 242 0,3 | 32
PA5 – Nhangau 25ºBairro – Tchonja 3.805 70 0,5 | 54
PA5 – Nhangau 26°Bairro – Nhamgoma 2.217 92 0,2 | 24
TOTAL 533.825 608 28
8,8 | 878
Refira-se ainda que a média de pessoas por casa para a cidade da Beira é de 4,5
habitantes por casa, sendo que esta média varia de um mínimo de 3,7
habitantes por casa no Bairro de Nduda a 5,8 habitantes por casa no bairro da
Munhava.
28 As discrepâncias entre as áreas indicadas pelo INE, 2017 das apuradas pela equipa de
mapeamento do consultor estão descritas no capítulo Limites geográficos da Cidade da
Beira
172 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
De acordo com a AIAS, 2017, a realidade reportada a partir dos estudos técnicos
e pela análise da cobertura aerofotográfica confirma que, nos últimos 6 anos, o
maior incremento da população, sobretudo fora da zona habitacional consolidada,
se verificou no Alto da Manga e Inhamízua, correspondente à zona Norte da cidade
da Beira, na zona confinada entre a linha de caminho-de-ferro e a rodovia EN6.
Parte significativa da cidade encontra-se ocupada actualmente com extensas
áreas de habitação informal desordenada e em expansão acelerada, rodeada mais
a norte por áreas agrícolas sobretudo nas zonas de baixa, e a oeste com a
presença preponderante do porto e toda a área industrial em expansão.
› UN HABITAT;
› Programa de Desenvolvimento Local (PRODEL29);
› Programa de Desenvolvimento Municipal (PRODEM30);
› Programa de Desenvolvimento Integrado para as Autarquias (PRODIA31)
29 http://www.gon.gov.mz/index.php/fed/10-fed/prodel
30 http://www.prodem.org.mz/
Contudo a informação contida nos Censos de 1997, 2007 e 2017 indica que entre
2007 e 2017 a Taxa Média de Crescimento Anual (exponencial) foi de 1,9%, mais
que o dobro do previsto pelo INE, tendo a população da cidade crescido, nestes
10 anos, perto de 20%, para uma população total de 533.825 habitantes32.
Cabe realçar que este valor representa um aumento de cerca de 70% em relação
à TMCA de 1,1% verificada na década anterior (1997-2007).
1,000,000 991,574
900,000
806,646
800,000 779,247
697,202
700,000
653,834
615,978
600,000
500,000
Figura 6.14 – Previsão de crescimento populacional para a Cidade da Beira de 2017 a 2035
Fonte: Previsões do consultor com base na análise da evolução do crescimento
populacional da cidade da Beira
176 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
7 ECONOMIA DA CIDADE
arável e 300.000 são adequados para irrigação. 15% da terra arável (1,47 milhões
de ha) está ocupada pela agricultura familiar, com 25.000 ha usados para a
agricultura comercial, dos quais 88% são dedicados ao açúcar, produzido em
regime de irrigação. Actualmente as principais culturas produzidas no Corredor da
Beira são o milho, a batata-doce, o sorgo, o arroz (apenas em Sofala), o
amendoim, o feijão nhemba, o gergelim, a mandioca, o feijão e a soja.
2500 14,000
12,000
2000
10,000
1500 8,000
1000 6,000
4,000
500
2,000
0 -
33 PEA é a população que participa na actividade económica com 15 anos de idade e mais.
Compreende, pois, as pessoas que trabalham (ocupadas) e as que procuram activamente
um trabalho (desocupadas), incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez.
180 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
3500 30000
3000 25000
2500
20000
2000
15000
1500
10000
1000
500 5000
0 0
Terciario/Comercio
Primario/agricultura,
Terciario/Serviços
Secundario/ Industria
florestas, pesca, etc
Primario/agricultura,
florestas, pesca, etc
9%
Terciario/Serviços Secundario/
40% Industria/construç
ão/electricidade/a
gua
14%
Terciario/Comercio
37%
160,000 3,500
Produtividade (MT/Empregado)
140,000
Desempenho dos sectores económicos
3,000
Dimensão (MT/Empresa)
120,000
2,500
100,000
2,000
80,000
1,500
60,000
1,000
40,000
20,000 500
- -
Primario/agric Secundario/
ultura, Industria/con Terciario/Com Terciario/Serv
florestas, strução/electr ercio iços
pesca, etc icidade/agua
Dimensão 138,997 17,452 10,063 23,462
Produtividade 2,868 429 2,845 1,997
O Plano Director para a Beira 2035, indicava que a área industrial na Beira cobria,
em 2013, cerca de 580 hectares, em 2019 esta área passou para
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 183
36 De acordo com a análise do uso e ocupação do solo decorrentes da produção do PEUCB (ver
cartografia em anexo)
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
2014 2015 2016 2017 2018
Total provincia
2758 3808 3776 4854 6211
Sofala
Cidade da Beira 2379 3101 3284 4273 5550
O corredor da Beira é dominado por um clima de savana tropical com uma estação
chuvosa de Novembro a Abril, e precipitação média anual de 1.200 milímetros
(moderada a boa). Das actividades primárias desenvolvidas na Cidade da Beira,
a agricultura é predominantemente praticada em moldes de subsistência, em
Distrito da Cidade da
Beira Dist/Prov %
Área Nº de Área
Nº de Cultivada Explorações Cultivada
Tipo/Dimensão Explorações. (ha) (%) (%)
A actividade pecuária tem alguma expressão, ocupando uma área de 1500ha, com
129 criadores bovinos, dos quais 73 são de gado de corte e 56 de gado de leite.
186 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Mascarenhas Inhamizua
Chipangara Cerâmica
Macuti Vaz
Vilamassane Mecanagro
Chota
Matacuane Central
Esturro
Terminal do Aeroporto
Maquinino (Volvo)
Inhangau Sede
Nº Nº de
Descrição Estabelecimentos Empregados Nº Emp/Estab.
Estabelecimentos/Admin.
680 12,753 18,8
Publica
Total de Unidades
5,035 56,917 11,3
Estatísticas (UE)39
Fonte: INEP, 2018
Como já foi referido no capítulo 7.2, o sector de actividade que absorve mais
emprego formal na cidade da Beira é o terciário de serviços seguido do comércio.
O sector primário da agricultura, florestas e pescas e o secundário das indústrias
tem muito pouco significado no mercado de emprego formal.
O mesmo relatório indica que durante o ano 2018 foram criados na província de
Sofala 1771 postos de trabalho na sua maioria sazonais no sector primário
(agricultura) sendo na Beira somente 197 postos de trabalho.
39 Inclui Empresas, Estabelecimentos, Admin. Publica e Instituições Sem Fins Lucrativos (ISFL)
190 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
8 CARACTERIZAÇÃO DE SERVIÇOS E
EQUIPAMENTOS
8.1 Educação
O nível de escolarização da população é um dos factores mais importantes para o
seu crescimento individual e acesso a melhores condições qualitativas de vida. A
taxa de escolarização em Moçambique tem vindo a aumentar progressivamente,
com grande destaque para as áreas urbanas do país.
40
Revista África e Africanidades - Ano XI – n. 26, abr. 2018– ISSN 1983-2354,
www.africaeafricanidades.com.br
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 193
# Nome da Escola
Total 1ª a 5ª Classes - EP1
Actualmente a Cidade da Beira conta com 56 escolas EP2, que contam com
26,830 alunos, divididos em 13.828 mulheres e 13.002 homens. Em termos
percentuais existem mais alunas (51,53%) que alunos (48,46%) inscritos no EP2.
O EP2 conta com 434 turmas lecionadas por 588 professores, dentre eles 338
mulheres e 250 homens, havendo mais professoras (57,48%) que professores
(42,52%).
194 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
# Nome da Escola
6ª e 7ª Classes – EP2 Diurno
Totais Turmas Prof
M HM M HM
54 Escola Primária Completa de Milha 3 49 81 2 2 3
55 Escola Primária Completa da Manga Mascarenha 87 162 4 3 5
56 Escola Primária Completa Serra Campos 50 83 2 2 5
Total 13,828 26,830 434 338 588
Fonte: Direção Provincial de Educação de Sofala, 2019
No turno nocturno estão inscritos 5.529 alunos sendo 2.155 mulheres e 3.374
são homens. O número de mulheres inscritas é menor em relação aos homens.
Os alunos são lecionados por 269 professores 66 mulheres e 203 homens. No
que respeitas às percentagens os Professores são a maioria (75,46%) em relação
as professoras (24,53%). Os professores do curso diurno são os mesmos que
lecionam no curso nocturno, como se pode ver na tabela abaixo ilustrada.
Existem atualmente 6 Escolas ESG2. Estão inscritos neste grau de ensino 8.611
alunos, 4.307 são mulheres (50,01%) e 4.304 são homens (49,98%). Estes
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 197
Das Escolas que lecionam o ESG2, 4 lecionam no turno nocturno, onde tem 51
turmas para 3.966 alunos dos quais 1.663 mulheres (41,93%) e 2.303 homens
(58,08%) lecionados por 312 professores onde 80 são mulheres (25,65%) e
232 são homens (74,35%) . Estes professores são os mesmos que lecionam no
turno diurno, como se pode ver a tabela abaixo.
8.2 Saúde
A saúde é a condição essencial para o desenvolvimento dos indivíduos, das
comunidades e do país no geral. O Sistema Nacional de Saúde (SNS) estrutura-
se em quatro níveis de prestação de serviços: centros de saúde (CS) e postos de
saúde (PS) constituem o nível primário e prestam os serviços básicos de saúde,
que, contudo, incluem a maior parte dos programas prioritários. O nível
secundário é composto pelos Hospitais Distritais, Gerais e Rurais, que
habitualmente servem mais do que um distrito e representam o primeiro nível de
referência. Os níveis primário e secundário estão essencialmente vocacionados
para a prestação de Cuidados de Saúde Primários.
Localização
Posto
# Unidade Sanitárias Classificação Administrativo Localidade
1 H.C. Beira H.C. Urbano 1 Urbano 1
41 De acordo com o Decreto Ministerial 127/2002 de 31 de Julho, não existem mais Postos
de Saúde, sendo as categorias Centros de Saúde Rurais e Urbanos I, II, A, B e C
respectivamente. Informação a ser actualizada/esclarecida com a Direcção Província de
Saúde.
200 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Localização
Posto
# Unidade Sanitárias Classificação Administrativo Localidade
11 C.S. Marocanhe C.S.R.II Urbano 4 Urbano 4
42
Rácio do número de habitantes do CMB para cada Profissional da Saúde, considerada uma
população total de 533.825 habitantes em 2017 (INE 2019).
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 201
Rácio
# Especialidade Total PS/hab42
6 Especialistas de Saúde 1 533.825
7 Médico Dentista 10 53.382
8 Médico de Clínica Geral 51 10.467
9 Operários 13 41.063
10 Técnicos Administrativos 22 24.265
11 Enfermagem de SMI 97 5.503
12 Técnicos Superiores de relações Internacionais 2 266.913
13 Técnicos Superiores de Acção Social 2 266.913
14 Técnico Superior N1 52 10.266
15 Técnico Superior N2 2 266.913
16 Técnico Superior de Saúde N1 82 6.510
17 Técnico Superior de Estatística 1 533.825
18 Técnico Superior de Infância 1 533.825
19 Técnico Profissional de Administração Pública 21 25.420
20 Técnico Profissional 2 266.913
21 Técnico de Saúde 352 1.517
43 De acordo com a tabela acima o rácio de habitantes por Profissional da Saúde é de 1 PS/510
hab. estando, ainda assim, acima da média do país em 2014 de 1 PS/706 hab. de acordo
com o Plano Estratégico do Sector da Saúde 2014-2019.
202 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
De acordo com a Direcção Provincial de Saúde, prevê-se que nos próximos 4 anos
sejam construídas 5 novas unidades sanitárias, conforme a tabela abaixo.
8.4 Turismo
De acordo com a Direcção Provincial de Turismo de Sofala, em 2019 a Cidade da
Beira, contava com uma rede de 398 estabelecimentos de restauração e
hotelaria, os quais disponibilizam 3.711 postos de trabalho não estando claro
se este número refere-se a toda cadeia de turismo ou apenas à área de
restauração e hotelaria, especificamente. Os postos de trabalho estão distribuídos
da seguinte forma:
› Campo do Povo
› Campo do Matadouro
› Campo de Cirol
Para além dos campos de Futebol, existe um Ginásio aberto localizado no Posto
Administrativo Nº1, no Bairro Palmeiras. Contudo, este Ginásio estava em obras
aquando do Ciclone Idai e não chegou a entrar em funcionamento.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 209
Abaixo listamos os Campos não geridos pelo Município da Beira, estes campos
localizam-se nas escolas, empresas, entre outros locais, bem como os clubes
desportivos.
› Campo da Mobeira
› Campo de Majoni
› Campo da Sogere
8.6 Mercados
No Município da Beira existem 13 mercados formais e 27 mercados
adjacentes (Informais) conforme se pode ver na tabela abaixo.
5 Chipangara Chipangara
6 Macuti Macuti
10 Machipassa Munhava
› Cadeia Central;
› Cemitério Cerâmica.
Familiares e amigos apenas devem pagar uma taxa no valor de 50 meticais para
a retirada dos cadáveres da Morgue, ou seja, este valor é pago para a conservação
dos cadáveres. Porque não se cobram taxas de funeral, neste cemitério são
sepultados cadáveres de pessoas que vem, de outros locais, a trabalho ou
turismo, e para poder mostrar aos familiares dos falecidos, os amigos pedem
apoio ao Município, que os apoia com urnas e providenciando um funeral digno,
contudo, por serem pessoas de fora de Cidade, estas sepulturas acabam sendo
abandonadas.
9 CARACTERIZAÇÃO DAS
INFRAESTRURAS
9.1.2.1 Captação
44
Cadastro técnico dos sistemas de abastecimento de água – Região Centro, Beira, Julho 2017
e http://www.fipag.co.mz/index.php/pt/areas-de-actuacao/beira-e-dondo
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 219
9.1.2.3 Adutoras
Estas duas condutas adutoras partem de Mutua e ambas vão até ao Centro
distribuidor da Munhava, onde terminam. Logo à saída de Mutua, seguem em
paralelo, numa extensão de cerca de 14,2km, até ao Reservatório de Mezimbite.
Este reservatório em betão com capacidade de 900m³, localizado numa cota mais
alta, é constituído por 3 células de 300m3 cada, interligadas entre si. Deste
reservatório até ao Dondo, as duas condutas seguem ainda em paralelo, junto à
linha de caminho de ferro numa extensão de cerca de 7,2km. Neste troço, após a
derivação para o centro distribuidor do Dondo, a conduta antiga de betão passa a
ter DN600mm e a conduta nova passa a ter DN900. As condutas seguem em
1 x 350 m³/h; 25 m
Comercial/
Posto Industria
N° Nome do bairro Domiciliária Fontanário Publico/
Admnistrativo l
Municipal
Tabela 9.3 – total de ligações por tipo de ligação e distribuição da população servida por
nível de serviço
Dados preliminares população da Beira C enso 2017 533,825
Número de % do total de % de população
Tipo de ligação População servida
ligações ligações servida
Ligações comerciais,
3 1782 3%
públicas, municipais
4 Industriais 68 0%
45
Projecto de Reabilitação, Extensão e Operação do Sistema de Drenagem Pluvial da Cidade
da Beira, Adenda II: Infraestruturas Verdes do Rio Chiveve (AIAS 2017)
46
Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas
Residuais de Moçambique
47
Plano Director Beira Mozambique, Novembro 2013, elaborado por Deltares e Witteveen Bos
com a colaboração de Wissers, Niras e outros
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 225
Demanda doméstica
Ligacão domiciliária 125 52,497 49% 262,485 32,811 70% 578,900 72,363
Torneira de quintal 70 0 0% 0 0 0% 0 0
Fontanário 30 315 30% 157,500 4,725 30% 248,100 7,443
Demanda Demanda
% da população
população servida de água % da população total População servida de água
total
m3/dia m3/dia
Em termos gerais verifica-se que mesmo para o cenário mais baixo da população,
a actual capacidade instalada, mesmo com as beneficiações previstas quer a nível
226 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
de água captada quer a nível de água tratada, não será suficiente até ao ano
2035.
Nos últimos anos tem havido um grande esforço no sentido de controlar as perdas
de água, principalmente na rede de distribuição. A rede encontra-se dividida em
zonas de medição e controlo de perdas de água o que permite identificar as fugas
e, consequentemente planificar as intervenções.
9.1.6 Provedores
Para além deste sistema 'do FIPAG' não existem outros sistemas de abastecimento
de água do mesmo género nestas áreas. Ou seja, no Município da Beira não se
encontram, como na cidade de Maputo e outras cidades do país, provedores
privados de água.
Este programa visa reduzir as perdas, principalmente em áreas com rede tipo
spaghetti que é onde se verificam as maiores perdas, através de várias
intervenções, nomeadamente as seguintes;
A Beira não tem Plano Director de Águas, mas está previsto selecionar Consultores
para a realização do Plano Director da Beira para 2020 – 2030. O FIPAG prevê
assinar ainda este ano um contrato para o efeito.
232 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
48
Decreto nº 19/2019 de 13 de Maio.
234 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
A cidade da Beira apresenta uma topografia muito plana com depressões naturais
de onde não é fácil assegurar o escoamento gravítico dos caudais pluviais. Esta
morfologia associada à morfologia dos terrenos caracterizados por reduzida
permeabilidade e níveis piezométricos elevados não favorece a drenagem da área.
A maior parte das infraestruturas e habitações urbanas desenvolveu-se na zona
sul onde a altitude é muito baixa (altitude média de 5 metros) e a zona periurbana
desenvolve-se na zona norte da cidade onde a altitude média é de 10 m acima do
nível do mar. Em termos de hidrogeologia a cidade é caracterizada por ter uma
cobertura aluvionar arenosa, com água subterrânea a pequena profundidade o
que dificulta a sua drenagem. Isto associado ao seu clima do tipo tropical húmido,
chuvoso de savana, conduz a sérios problemas de inundações.
A altimetria da área que apresenta cotas muito baixas tornam difícil o escoamento
dos caudais pluviais devido à maré uma vez que a Beira se encontra situada à
beira mar e no estuário do rio Púnguè. Resulta em que como consequência disto,
sempre que ocorrem precipitações elevadas e/ou marés altas, associado ao
escoamento deficiente, devido ao baixo declive do terreno, dá origem a
inundações em grande parte da cidade. Esta situação verifica-se normalmente
durante a época chuvosa.
Estes problemas são agravados por outros factores relacionados com a actividade
humana na área, nomeadamente a construção desordenada, a instalação de
populações em zonas vulneráveis às inundações, ocupação dos terrenos marginais
aos canais, falta de manutenção destes e ocupação de terrenos necessários à
resolução dos problemas de drenagem; terrenos necessários à construção da rede
secundária e terciária de canais de drenagem e de bacias de retenção para
armazenar a água excedente no caso de coincidência de fenómenos de
simultaneidade de chuvadas intensas com maré alta.
236 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
› uma rede de canais a céu aberto, revestidos e não revestidos, nas zonas
periurbanas como é o caso do bairro da Chota.
› o canal que serve a zona da Chota (vala A1), passa entre o Macurungo
e Matacuane, e vem descarregar no canal das Palmeiras;
49
«Estudo de Viabilidade, Projecto Executivo, Construção e Supervisão da Reabilitação do
Sistema de Drenagem de Águas Pluviais na cidade da Beira» - TPF, FASE e Pro Sistemas
(FUR4), Fevereiro de 2014.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 237
A parte final do desaguador das Palmeiras, na sua descarga para o mar (saída A),
é munido de comportas de nível que operam função da maré, abrindo sempre que
a mesma esteja a um nível inferior ao da água no canal e fechando quando o nível
do mar é superior. Este tipo de dispositivo é utilizado em diversos outros pontos
de ligação dos canais.
Mapa 9.3 - Mapa da rede de drenagem de águas pluviais da Beira: Rede de colectores enterrada, canais a céu aberto e áreas inundáveis
Fonte: «Estudo de Viabilidade, Projecto Executivo, Construção e Supervisão da Reabilitação do Sistema de Drenagem de Águas Pluviais na cidade da
Beira» - TPF, FASE e Pro Sistemas (FUR4), Fevereiro de 2014.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 239
Figura 9.3 - Vista dos decantadores secundários e dos filtros biológicos da Estação de
Tratamento de Águas Residuais da Beira
Fonte: Acervo do consultor
Esta drenagem funciona desde o Goto, perto do campo de golfe, até ao Porto de
Pesca a cerca de 980m. De acordo com o projecto, 2 estações de controlo com 2
comportas e uma lagoa de estabilização da maré e das chuvas, garantem o caudal
ecológico.
Neste projecto o Rio Chiveve foi divido em quatro Bacias, em função das suas
características e potencialidades. Para cada uma delas foram identificadas
diferentes dominantes em termos de infraestrutura verde a ser desenvolvida,
sendo a continuidade das bacias assegurada pela continuidade do Rio e da
paisagem, bem como de uma ciclovia que percorre o espaço ao longo das
mesmas: desde a Bacia 1 até à Bacia 4. As funções dominantes de cada bacia são
as indicadas a seguir:
Isto adicionado às grandes áreas de retenção, parte das quais construídas, e aos
canais de drenagem constituem uma zona de reserva considerável por detrás das
dunas que deverá ser planeada e implementada devendo ser prevenido o
desenvolvimento urbano nesta zona.
244 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
A partir daí as águas são conduzidas por gravidade para a Estação Elevatória 1
(EE1). A meio do percurso desta tubagem descarrega nela as águas provenientes
da zona do Esturro (PB10) e de Matacuane (PB11) e que também seguem até à
EE1. Da EE1 a água escorre por gravidade até à EE2 recebendo, a meio do seu
percurso, as águas residuais provenientes das zonas da Ponta Gea e Chaimite,
servidas pelos PB7, PB8 e PB9. Da EE2 uma tubagem gravítica conduz a água até
à EE3, que finalmente liga à EE4, de onde é bombeada para a ETAR para
tratamento.
A ETAR está localizada no estuário do rio Púnguè, muito próximo da sua foz no
oceano Índico, numa zona onde a planície costeira se formou por acumulação de
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 245
material aluvial. A zona onde a ETAR está implantada é largamente afectada pela
flutuação periódica dos níveis da superfície de água, ou seja, as marés e cheias.
Mapa 9.6 - Mapa da rede de drenagem de águas residuais da Beira; rede de colectores enterrada, postos de bombagem e estações elevatórias
Fonte: CMCB
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 247
Esta ETAR foi construída com o apoio de um projecto financiado pela União
Europeia que decorreu de 2008 a 2013, tendo entrado em funcionamento em
2012. A construção deste equipamento representou um investimento de 62,65
milhões de euros.
A maior parte destas áreas está sujeita a inundações frequentes (já que a
drenagem das águas pluviais é insuficiente ou inexistente) o que torna o uso das
248 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Figura 9.4 - Vista do canal a céu aberto para a drenagem de águas pluviais junto ao
Desaguadouro das Palmeiras
Fonte: Acervo do consultor
252 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
No âmbito deste projecto está previsto um valor total de 11 milhões de USD que
dará apoio a nível Municipal aos 5 Municípios, incluindo o Município da Beira.
Cabe ainda realçar outras instituições que participam na gestão das condições de
saneamento, nomeadamente: a Direcção Provincial de Obras Públicas, Habitação
e Recursos Hídricos (DPOPHRH), o Ministério da Saúde (MISAU) e o Ministério da
Educação e Cultura (MEC), cujos orçamentos compreendem provisões para
projectos específicos de melhoria das condições de saneamento.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 255
9.3.1 Concentração
9.3.2 Recolha
9.3.3 Tratamento
53 http://www.3r-mozambique.com
54http://www.3r-mozambique.com/
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 261
9.4.1 Introdução
O “Plano Estratégico para o Sector de Energia” foi essencial para a utilização pela
DNEE (Direcção Nacional de Energia Eléctrica), nas suas relações com outras
entidades governamentais e instituições de financiamento, e para o
desenvolvimento de planos de acção e de programas nos subsectores de energia.
É também composto por uma linha aérea de 110 kV, 50 Hz, com extensão de 516
km, que estende da fronteira do Zimbabwe até à cidade costeira da Beira e, por
fim, por linhas a 66 kV com uma extensão de 273 km.
No global o sistema é composto por uma rede total de 1.115 km, com vinte e um
(21) pontos de entrega.
9.4.3 Organização
INST.
N ABREV. DESIGNAÇÃO TIPO
1 DNEE DIRECÇÃO NACIONAL DE ENERGIA ELÉCTRICA GOVERNO
9.4.4 Regulamentação
Tabela 9.9 - Principais dispositivos legais que regem o sector eléctrico nacional
Fonte: compilação do consultor
Resolução
2 Política Energética 03-Mar
05/1998
- uma (1) linha aérea em direcção à cidade Mutare no Zimbabwe (CL 76), e por;
- uma (1) outra linha aérea até à Subestação da Munhava (CL75) na Beira.
Para reforço de energia eléctrica a partir da produção local, uma outra linha aérea
a 110 kV (CL71), sai directamente da Central Eléctrica do Mavuzi (via
Nhamatanda), para as subestações do Dondo e da Munhava na Beira.
› 75 MVA - 60 MW
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 267
A Província de Sofala possui treze (13) distritos com uma área de 68.018Km2
(representando 8,5% do território nacional), possuindo uma população de
2.221.803 habitantes (representando 8,1 % da população nacional) ao que
corresponde, para esta província, uma densidade populacional de 32 habitantes
por quilómetro quadrado.
O crescimento a ter lugar nas imediações da área portuária, resultado dos planos
de expansão da área portuária e do polo industrial previsto, levará a um
significativo aumento de carga, que deverá ser acautelado.
268 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Nível máximo
acima do nível Potência a
do mar instalar
(metros) (MW)
a) As grandes centrais hidroeléctricas
CE de Cahora Bassa Sul Fase I (existente) 326 2075
CE de Cahora Bassa Norte Fase II
326 1245
(expansão)
CE de Mphanda Nkuwa Fase I 207 1500
CE de Mphanda Nkuwa Fase II (expansão) 207 1125
CE de Boroma 142 200
CE de Lupata 125 650
b) A “STE Transmission Line Project” (“Backbone Grid”- vulgo “Espinha
Dorsal”).
Fonte: Master Plan 2018-2043
Nos últimos anos, têm sido registados aumentos significativos de carga eléctrica
de consumo. Os valores de carga a nível nacional, que estas redes estão alimentar
(referente ao ano de 2015), encontram-se indicadas na Tabela 9.11, abaixo.
56 AAGR – Taxa de Crescimento Média Anual (em língua inglesa “Annual Average Growth Rate”)
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 269
O consumo nacional poderá assim ser dividido pela Rede Nacional de Transporte
(RNT), nos próximos dez (10) anos, de acordo com os valores apresentados na
Tabela 9.12, abaixo.
TAXA CRESCIMENTO
MEDIA ANUAL (AAGR)
(%)
ANO 2016 2021 2026
Com a implementação destas novas linhas a 220 kV, uma sobrecarga actualmente
previsível pelo estado de sobrecarga das linhas de 110 kV, não ocorrerá.
› Em 2021, deverá ainda ser concluída uma segunda nova linha a 220 kV,
entre a subestação do INCHOPE e a subestação do DONDO, que já se
encontra em construção.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 271
Para permitir transferir ainda mais potência para a rede de 110 KV, será a
subestação do INCHOPE equipada com um novo transformador de potência
trifásica de relação 220/ 110 kV.
A energia eléctrica produzida, pelos seus cinco (5) alternadores trifásicos de 415
MW cada, representa 75% da potência da carga de consumo de todo o país, ou
seja:
Este último valor de “Potência não firme” indica que, de acordo com o contrato
estabelecido, qualquer interrupção por avaria ou manutenção em uma das
unidades de produção geradoras existentes na Central Hidroeléctrica, implica de
imediato, o não fornecimento daquele valor de potência.
Apesar desta potência instalada já prevista e a ser recebida nas linhas, ela não
será suficiente para garantir ao sistema Centro os valores de potência de carga
de consumo previstos por um período de dez (10) anos.
Foi assim que, para assegurar estes valores de potência, serão instaladas várias
Centrais Termoelétricas (utilizando FONTES PRIMÁRIAS FÓSSEIS poluentes) que,
ao longo dos anos irão sendo construídas.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 273
C LA Dondo-Manga un 1 5.270
Subtotal 36.030
2 SE Nhangau
Subtotal 8.220
Dado que a carga da área Centro aumentará de 100 MW em 2011, para 440 MW
em 2026, na área da cidade da Beira derivada do Pólo Industrial, a compensação
de energia reactiva, através de Bancos Condensadores, permitirá reduzir o
problema, com um aumento de capacidade de 200 MW já em 2016, mas não será
suficiente.
Não será, pois, oportuno de imediato, discutir os projectos previstos, que poderão
reabilitar a potência de alimentação da rede eléctrica na cidade da Beira nas áreas
de maior desenvolvimento urbano, sem antes se corrigirem as tensões
normalizadas de média tensão da rede de distribuição.
› De 22 kV, 50Hz, que deverá ser corrigida para a tensão de 33 KV, 50Hz,
nas redes rurais e suburbanas, e;
› De 6,6 kV, 50Hz, que deverá ser corrigida para a tensão 11 KV, 50Hz,
na rede urbana da cidade.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 277
Neste contexto, terão de ser corrigidos também os valores das tensões dos quatro
(4) transformadores de potência de 40 MVA a instalar nas subestações:
2021
2026
Note-se que as cargas nas linhas de 110 kV, na área da cidade da Beira, são
dependentes da distribuição de carga nas subestações da Munhava, Manga e
Nhangau.
› Em 2026: 234 MW
Os trabalhos previstos para esta nova Subestação Eléctrica, englobará para além
da sua construção, o equipar desta com:
Dois (2) novos transformadores de 220/ 110 kV de 125 MVA – 200 MW, e;
Do lado da tensão de 110 kV, terá um barramento que irá permitir ligar:
Os trabalhos previstos para esta nova Subestação Eléctrica, englobará para além
da sua construção, o equipar desta com:
Está assim prevista ainda, para além da aquisição e montagem de mais duas (2)
Subestações de Alta Tensão, para as futuras áreas de EXPANSÃO da cidade, a
montagem de Linhas Aéreas.
Estas linhas aéreas, previstas no projecto, irão interligar estas duas (2) novas
subestações, às subestações já existentes, e são:
b) A segunda linha aérea é a 110 kV, com uma extensão de 8,3 km,
entre a nova subestação da Manga e a nova subestação da Nhangau
a 2,5 km do aeroporto da cidade da Beira, e;
Por motivos de risco no atravessamento das linhas aéreas com estes valores de
tensão e em zonas de elevada concentração de construções urbanas, foram
procurados diferentes percursos alternativos de melhoria; e para qualquer um dos
percursos de linha aérea, foram estudadas alternativas válidas, de forma a
aumentar a segurança da população e minimizar os custos de realização do
projecto. São os casos dos percursos entre:
Nota-se que estas áreas afetadas pelo projecto, desenvolvem-se em dois (2)
distritos com uma elevada densidade populacional.
A nova linha a 110 kV (da nova SE MANGA para a nova SE NHANGAU) deixará a
nova SE MANGA na direcção Este. Isto, através de uma área com construção e
com poucas áreas abertas.
A terceira alternativa proposta, seguindo o mesmo traçado das actuais LA 110 kV,
é a mais desfavorável. O seu desenvolvimento envolverá um comprimento de
16,2 km, o que representa, o dobro do comprimento das alternativas anteriores.
Com o desenvolvimento dos cabos de alta tensão do tipo GIL (“Gas Insulated
Line”), surge como uma solução para estas canalizações eléctricas, que são
adequadas para sistemas de transmissão de elevada capacidade de potencia e de
tensão, em áreas de grande densidade populacional.
284 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
A sua aplicação faz-se já há mais de trinta (30) anos, são cabos de baixas perdas
de potência e de baixa intensidade de campo magnético.
Estes cabos não são inflamáveis (não existindo risco de fogo no caso de falta),
são isolados em gás de mistura, composto essencialmente de gás natural (não
tóxico).
Tabela 9.18 - Principais características dos cabos de alta tensão do tipo GIL
9.4.12 Petróleo
A cidade da Beira possui desde 1988 e ainda em operação, para suprir as pontas
de carga de consumo da cidade, uma Central Térmica constituída por um grupo
gerador diesel designado de GT35 (OCGT) com 14 MW de capacidade instalada.
58 MTBF – Tempo Médio de Avaria, da língua inglesa “Mean Time Before Failure”
286 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Tabela 9.19 - Capacidades instaladas das centrais térmicas previstas até 2026
Poderá assim, se tal recomendação for levada em linha de conta, ser estudada a
viabilidade de construção de um “pipeline” (conduta de gás) para o gás natural e
a sua possível hipótese de utilização futura na cidade.
› BIOMASSA
› HIDRICA
› SOLAR
› EÓLICA
› GEOTÉRMICA
Custo de
Geração Produção investimento Custo Custo total
Nº tipo (GWh) (M USD) específico(USD/kW) (USD/kWh)
Inhambane
› O preço de compra deverá ser revisto de três (3) em três (3) meses pelo
MIREME, com o suporte do Ministério de Economia e Finanças (MEF).
9.4.15.1.1 Hídrica
as bacias dos rios Save e Zambeze, incluindo os rios Púnguè, Revué e Búzi –
estima-se em 1.150 MW.
Dentro desta previsão nacional, para junto da cidade da Beira está prevista, com
elevado grau de prioridade, a construção do aproveitamento hidroeléctrico da
central eléctrica de “TSATE HIDRO” de 50 MW.
Existem aplicações deste tipo de energia, mas em casos isolados, como são os da
alimentação eléctrica de estações de comunicações isoladas, postos de saúde
rurais, sistemas de bombagem de água e de alimentação eléctrica de algumas
habitações.
Tabela 9.22 - Cinco centrais solares que entrarão em funcionamento operacional nos
próximos anos
1 Solar 40 2019
2 Solar 40 2020
3 Solar 30 2024
4 Solar 30 2026
5 Solar 30 2028
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 291
Não está contemplado nenhum aproveitamento desta energia para a rede centro.
› ZONA SUL.
(MW) (MW) (MW) (MW) (MW) (MW) (MW) (MW) (MW) (MW) (MW)
2 2018 60
725 1500 2308 260 40 -102.5
11 2027 65
1646 1540 3506 80
60
Mocuba Solar (40 MW) e retirada da barcaça de Nacala Porto (102 MW)
62 Jindal Carvão (150 MW) | Nacala Carvão (200 MW) | Tete Carvão (300 MW)
Tabela 9.24 - Fontes de energia utilizadas pelos agregados familiares na cidade da Beira
5 Baterias 5,9
6 Velas 4,0
7 Outras 3,8
9 Gás 0,1
TOTAL 100
Fonte: INE, 2017
Cozinha
9.5.1.1 Consumo
O consumo médio diário por família, cifra-se de acordo com o tipo de família que
utiliza o Petróleo de Iluminação conforme a Tabela 9.25, abaixo:
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 295
4 horas de iluminação e
Baixo Rendimento 0,192 litros/dia
1 candeeiro66 por família
4 horas de iluminação e
Médio Rendimento 0,298 litros/dia
2 candeeiro por família
Também é possível, que outro factor que o agrega tanto às famílias, seja a sua
disponibilidade e fiabilidade no fornecimento deste combustível.
Combustível PI
Zona
(% sobre o consumo)
Rural 40%
Urbana 60%
9.5.1.2 Utilização
O fornecimento do PI por outras empresas está limitado aos centros urbanos. Isto
significa que fazem a distribuição nas áreas em que as condições de transporte e
comercialização tornam o abastecimento relativamente simples, e onde se torna
também mais fácil de comercializar.
Metanol
Utilização em veículos
9.5.2.1 Consumo
O uso final para utilização dado aos combustíveis lenhosos, em lenha e em carvão
vegetal, a nível de fonte de energia doméstica, pode ser indicado resumidamente
como se segue:
Cozinha
Tabela 9.28 - Consumo diário per capita de combustível lenhoso na província de Sofala
Só lenha ou só Simultâneo de
carvão lenha e carvão
Em lenha
16,6Mj/kg
Em carvão
29,6Mj/kg
esforço financeiro elevado para obter esta fonte de energia doméstica, chegando
a representar nas zonas urbanas, cerca de 50% do orçamento mensal familiar.
Valor
Combustível lenhoso
(% sobre o consumo)
Lenha 83%
Carvão 17%
Para a população rural é, a sua fonte de energia principal. Já nas áreas urbanas,
as estimativas indicam que, aproximadamente 70% da população, utiliza madeira
e carvão como principais combustíveis.
9.5.2.2 Utilização
› Que seja promovido o, não uso da biomassa lenhosa, nos sectores das
pequenas e médias agroindústrias, devido à maioria destas não aplicar
tecnologias de melhoramento (“Fogões Melhorados”), o que faz baixar
a eficiência dos aparelhos de queima.
São assim relevantes, para a zona urbana e para a zona rural, para além da
facilidade de transporte e de armazenagem, as vantagens na sua:
9.6 Telecomunicações
Os dados recolhidos para o trabalho, dizem apenas respeito à operadora nacional
TMCEL. Com respeito às restantes empresas VODACOM e MOVITEL, empresas
operadoras privadas em território nacional na especialidade de comunicações, não
nos foi possível obter ou colectar qualquer informação pedida.
A empresa TMCEL, que opera como empresa pública, resulta da fusão de duas
empresas nacionais, nomeadamente a ex-TDM, Telecomunicações de
Moçambique e da ex-MCEL, Moçambique Celular.
Central Estado de
Cidade em Estudo
sobrecarga
- Tráfeego
Cidade da Beira BRBSC02(Beira) 34.83655679
19.8327977 Normal
Fonte: TMCEL, 2019
› 26 Estações de Antena;
› 608 portadoras de sinal, e;
› 9 Estações de Tecnologia 3G.
A cidade da Beira possui uma cobertura de telefonia de rede fixa na zona urbana.
Esta rede a operadora nacional de comunicações TMCEL.
› TMCEL;
› Vodacom; e
› Movitel,
10 ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE
A cidade da Beira, capital da província de Sofala, localiza-se a cerca de 1.190 km
a Norte de Maputo, no centro da costa do Oceano Índico. É uma cidade portuária
do Canal de Moçambique que através do corredor logístico central serve, um vasto
“Hinterland” que integra o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, R. D. Congo e o Botswana,
para além das Províncias de Sofala, Manica e Tete.
› N280, com origem em Tica, que segue na direcção Sul até ao Búzi e à
povoação costeira de Nova Sofala e,
› Reparação de pontes;
68
Extraído de: CONTINGENCY EMERGENCY RESPONSE COMPONENTS (CERC) - Immediate
Response Mechanism, Document Prepared by The World Bank 2019
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 309
Como se pode depreender da Figura 10.2, abaixo, a via férrea com origem no
Porto da Beira e a Estrada Nacional N6 que corre em paralelo, desde a Praça dos
Continuadores (Av. Samora Machel), constituem uma porta de entrada e saída, a
partir da zona que foi o embrião da cidade, e, desenvolveu-se inicialmente em
redor do primeiro cais do Porto.
nem sempre planeado, até à divisão administrativa actual, que compreende cinco
Postos Administrativos e vinte e seis Bairros.
Para aferição da rede viária foi considerado o zoneamento por bairros, detalhando-
se em particular, as unidades territoriais que qualitativamente apresentam uma
rede estruturada de melhor nível em função do seu desenvolvimento.
Resulta assim que, no universo municipal, uma área do território superior a 90%
apresenta uma fraca densidade viária, com aproximadamente 50% da rede de
estradas das quais apenas 27% é asfaltada. Este facto é, em si, inversamente
proporcional ao índice demográfico, requerendo assim mais acesso às facilidades
urbanas, para a qualidade de vida que se impõe com a urbanidade.
Nhangau,
0.08
Manga, 1.40
Inhamizua,
0.98
Munhava,
1.27
Central,
7.64
69 Compreenda-se por Densidade da Rede Viária como sendo a extensão da rede viária, em
quilómetros, para cada km2 de área de território.
312 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Terra,
25,630,
19%
Terraplan
ada,
19,650,
15%
Revestida,
88,470,
66%
Vias
Primárias
7%
Vias
Secundárias
Vias de 23%
Acesso
Local
46%
Vias
Terciárias
24%
Figura 10.5 - PA1 Chiveve (Central): Caracterização da rede viária (%)
Fonte: Apuramento do consultor
Como se pode depreender da Figura 10.5, acima, este PA possui uma boa rede
de vias terciárias e de acesso local, que, somadas, correspondem a mais de dois
terços da extensão viária do PA.
O PA2 Munhava, localizado a Norte do PA1 Chiveve, tem uma superfície de 32,72
km2 e alberga uma população de 110.445 habitantes, distribuídos pelos Bairros
de Munhava Central, Chota, Maraza e Vaz.
314 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Terra,
6,580
Revestida,
21,860
Terraplana
da, 13,020
Vias
Terciárias
20%
Vias
Primárias
Vias 61%
Secundárias
19%
Revestida,
35,510
Terra,
42,455
Terraplana
da, 24,330
Vias
Primárias
15%
Vias de
Acesso
Local
43% Vias
Secundária
s
22%
Vias
Terciárias
20%
O Bairro Chingussura com uma rede viária em malha não ortogonal (a espaços)
reticulada, apresenta a maior densidade populacional do posto administrativo. E,
à semelhança de outros bairros da cidade da Beira que se desenvolveram
rapidamente com base em assentamentos informais, apresenta uma rede viária
débil, assente em vias em terra de perfil reduzido.
Este posto administrativo com uma superfície de 47,7 km2, engloba os Bairros de
Manga Mascarenhas, Muave, Mungassa e Ndunda, onde reside uma população de
80.979 habitantes.
Revestida,
5,000
Terra,
33,770
Terraplan
ada,
30,671
Vias
Vias de Acesso Primárias
Local 7%
20%
Vias
Vias Secundária
Terciárias s…
31%
Refira-se que uma larga maioria de vias de acesso local em terra, de carácter
irregular e perfil reduzido não fizeram parte da presente avaliação.
Revestida Terraplana
da, 5,090
Terra,
28,170
Designação Números
Estradas Primárias (a) N1 – N100
Estradas Primárias (b) N101 – N199
Estradas Secundárias N200 – N399
Estradas Vicinais R800 – em diante
a) Estradas que constituem itinerários principais
b) Outras estradas primárias
320 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
As vias urbanas também não são, na sua maioria, pavimentadas, sendo que dos
3.000 km de estradas em áreas urbanas, somente 30% encontram-se
revestidas72.
Dados de finais de 2017 indicam que para a Província de Sofala, dos 2.316 km de
estradas, 901 km estavam pavimentadas, sendo que em termos de
transitabilidade apenas 26% era considerada boa (abaixo da média nacional de
33%) e 38% eram referidas como estando em muito mau estado ou mesmo
intransitáveis(acima da média nacional de 36%), como se pode inferir do Gráfico
da Figura 10.13, abaixo.
Intransitáv
el
11% Boa
Muito Má 26%
5%
Má
22%
Razoável
36%
Como referimos o estudo teve o seu foco limitado às áreas dos Postos
Administrativos do Município da Cidade da Beira, onde existe uma rede viária de
certo modo regular e essencial.
Apesar de não reunir todos os requisitos, pela sua característica e função, são
também vias secundárias as Estradas Manga – Nhangau, Manga – Savane, Manga
– Muave (a Norte do Aeroporto), Macurungo – Chota, nos postos administrativos
“periféricos”, canalizando os fluxos de tráfego com origem e destino nos eixos
principais para os diversos bairros e garantindo assim acessibilidade aos espaços
adjacentes.
Sentidos de circulação
Regras de Prioridade
A Figura 10.14, acima ilustra a rede na sua capacidade de uso mais frequente nas
horas de ponta. Na Figura 10.15, abaixo, estão ilustrados os pontos de conflito.
Podemos constatar que os pontos de intersecção das avenidas Samora Machel e
Armando Tivane com a rotunda da praça 4 de Outubro são salientados como os
pontos mais sensíveis para a ocorrência de acidentes de viação. Estas intersecções
devem ser cuidadosamente sinalizadas para garantir a segurança rodoviária.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 325
Com base nas situações que se verificam actualmente na baixa da cidade, onde
se verificam constrangimentos à circulação, tanto de peões como de veículos,
decorrente da permanência de veículos estacionados em locais impróprios,
mostra-se essencial, para a melhoria da qualidade do espaço público, a alocação
de áreas destinadas ao estacionamento de veículos em locais estratégicos de
modo a colmatar as carências actualmente verificadas.
Txopela 2.438,00
Tarifas (MZN)
Turismo
Capacidade 59 Viaturas
Diária Mensal
Capacidade 52 Viaturas
Diária Mensal
A linha de Sena, com 357km de extensão, liga o Porto da Beira, via Dondo, ao
Malawi e tem onze estações. A linha inclui:
Tamanho comboio
450m 1,450m
crítico
Estado de
Razoável Bom
conservação
Frequência tráfego
Dois por semana
(passageiros)
360
282
Linha de Machipanda
377
322
2,105
2,515
Linha de Sena
2,492
4,805
Como fruto dos investimentos feitos pelos CFM na reabilitação Linha de Sena e
início de circulação dos comboios mistos (passageiros e carga geral), como se
pode depreender pela Figura 10.21, abaixo, nos últimos três anos o número de
passageiros transportadas por comboio quase triplicou, para um total de
1.341.833 passageiros, utilizadores do modal ferroviário em 2018.
689,874
555,139
Beira/Moatize
568,876
298,127
240,923
Beira/Marromeu
168,072
353,832
360,907
Beira/Dondo
170,654
1,341,833
1,156,969
Transp. Passag. (Un)
907,602
476,251
Dias de
Tarifário Tarifário Tarifário Vagões Lugares viagem Horário de
Local de 1ª classe 2ª classe 3ª classe por por na partida
partida Destino (MZN) (MZN) (MZN) locomotiva vagão semana (hh:mm)
Chavundira 103.00
Sinjal 110.00
Zimira 116.00
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 337
Dias de
Tarifário Tarifário Tarifário Vagões Lugares viagem Horário de
Local de 1ª classe 2ª classe 3ª classe por por na partida
partida Destino (MZN) (MZN) (MZN) locomotiva vagão semana (hh:mm)
Mapangal 120.00
Chueza 132.00
Pistas de Aterragem
Pista #1
Orientação 12/30
Superfície Asfalto
Pista #2
Orientação 17/35
Superfície Asfalto
Para além das luzes de pista, possui os seguintes sistemas de aterragem: NDB,
VOR/DME, ILS e ostenta a Categoria 7 de serviços de emergência.
27
2017 79
80
7
2016 94
95
27
2015 90
90
0 20 40 60 80 100
Em Trânsito Desembarcados Embarcados
Três vezes por semana parte um autocarro com 65 lugares para a capital
zimbabueana, Harare. Estes são operados por uma entidade privada com sede na
cidade da Beira, conforme a
Número
Número de
Custo da de partidas Horário Tipo de
Local de Distancia viagem partidas por de automóvel/
partida Destino (Km) (MZN) por dia semana partida lotação
(Paragem
do Harare Machimbombo
803 km 1100 1 3 05:00
Maquinino) (Zimbabwe) (65)
Beira
Número
Número de
Custo da de partidas Horário Tipo de
Local de Distancia viagem partidas por de automóvel/
partida Destino (Km) (MZN) por dia semana partida lotação
340 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
(Paragem
do Harare Machimbombo
803 km 1100 1 3 05:00
Maquinino) (Zimbabwe) (65)
Beira
› Beira - Maputo;
› Beira – Quelimane; e
› Beira-Nampula
Beira (Paragem
Mocuba 1500 04:30 ---
do Esturro,
Pioneiros e
C. Male 1350 04:30 ---
Matacuane)
Beira (Paragem
Autocarro
do Maquinino) Chimoio 300 7 49 05:00 204 km
(30)
Beira
Preço Viagens
Origem Destino (MZN) Tipo de veículo por dia Distância (Km) Hora de partida
Chemba - - - 555 -
Marromeu - - - 545 -
Cheringoma - - - 189 -
Muanza - - - 125 -
Beira
(Paragem da Machanga 580 Minibus (15) 1 450 04:30
Munhava)
O licenciamento da actividade, tanto dos chapa cem e dos táxis de viaturas, passa
por dois níveis de licenciamento de modo a estarem habilitados a operar na
cidade:
Por sua vez, sendo os TPB uma empresa municipal, estes são regidos por diplomas
próprios.
de Tete, apesar de não serem frequentes. Porém o custo para aluguer de táxi até
à cidade de Tete vai até aos 25.000,00MZN.
Tabela 10.14 - Lista das praças de táxi e respectivas tarifas aplicadas nos principais
destinos
Origem Destino (bairro) Preço (MZN)
Edifícios do Goto 100,00
Baixa 150,00
Chipangara 150,00
Munhava Semáforo 200,00
Massamba 200,00
Palmeiras 2 300,00
Macuti 250,00
Macurungo 300,00
Macuti 2, Muchatazina 300,00
Estoril, Chota, Macurungo (manganhe) 400,00
Manga Mascarenha 500,00
Estoril 2 (FHI) 500,00
Passagem de nível 500,00
Aeroporto, Mdjimane 700,00
Mobeira, Inhamizua 800,00
Cerâmica, AGPG 1.300,00
Maquinino (Praça de Táxis) - Beira Dondo 1.600,00
Dondo Balança 1.800,00
Mafambisse 2.000,00
Mutua 2.500,00
Tica 3..000,00
Lamego 3.500,00
Nhamatanda 4.500,00
Inchope 5.500,00
Gongola 6.500,00
Chimoio 9.000,00
Manica 10.000,00
Muchungue 12.000,00
Tete 25.000,00
Chemba 25.000,00
Buzi 15.000,00
Machaze 30.000,00
Maputo 40.000,00
344 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Serviços de Txopela
Figura 10.23 – Localização espacial das praças de txopelas e nível de acesso a este serviço
346 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
30%
29%
19%
14%
9%
Figura 10.24 – Distância entre praças de txopelas e população servida por estas
Os PrUT operam nas linhas que partem da Baixa para vários destinos como
Munhava, Aeroporto etc.;
a) Rota Baixa/Inhamízuavia 33
A performance dos TPB está descrita na Figura 10.29, abaixo, na qual constata-
se, por exemplo, que os transbordos entre as rotas Baixa/Madjamane e
Baixa/Passagem de Nível podem ocorrer entre a paragem de Santa Isabel e a
paragem de Tchan-Tchin. O transbordo entre as rotas Baixa/Madjamane e
HCB/Passagem de Nível podem ocorrer entre as paragens Cruzamento Chota
e a paragem 623 (sem nome).
As rotas que fazem a ligação a Inhamízua são as que registam menor afluência
de embarque de passageiros, conforme descrito na Figura 10.32, abaixo.
Uma vez que é o transporte pessoal o responsável por grande parte do tráfego
intraurbano, faz-se abaixo a avaliação de uma série de variáveis fundamentais
para a descrição das condições de mobilidade da cidade. Estas poderão e deverão
ser manipuladas de modo a maximizar a eficiência das condições de mobilidade
urbanas dos habitantes da cidade.
› 27% das viagens são iniciadas por outros propósitos, tal como visitas
a amigos ou familiares ou ir à igreja;
› Largo número dos viajantes para este propósito são adultos (idade entre
35-55 anos);
Género Idade
4% 4%
2% 2%
0% 0%
<10 min 10-20 min 20-30 min >30min <10 min 10-20 min 20-30 min >30min
10% 10%
8% 8%
6% 6%
4%
4%
2%
2%
0%
0% <10 min 10-20 min 20-30 min >30min
<10 min 10-20 min 20-30 min >30min
<3600 Solteiro
20%
Casal com fillhos
3600-25000 (modal)
18% Casal com fillhos e outros adultos
>25000 12% Soliteiro vivendo com filho
16% Casal sem filhos
14% 10%
12% 8%
10%
6%
8%
6% 4%
4%
2%
2%
0% 0%
<10 min 10-20 min 20-30 min >30min <10 min 10-20 min 20-30 min >30min
Estatísticas
76 Defina-se viagem produzida como sendo o número de viagens que partem de um bairro
específico.
77 Defina-se viagem atraída como sendo o número de viagens que se destinam a um certo
bairro.
362 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Geração de viagens
Nhangau 109 74
Nhangoma 41 50
Sengo 37 85
Tchonja 95 82
Estatísticas básicas
Min 37 50
Dado o vasto tamanho da cidade da Beira o tempo de viagem para os locais das
atividades diárias é considerado elevado. Conforme se pode verificar na Figura
10.39, abaixo, a distância entre os bairros da cidade da Beira é, na sua grande
maioria, superior a 4 km, factor este que induz em grande parte à motorização
das viagens intraurbanas, principalmente se for considerada a ausência de
alternativas aos meios rodoviários para responder às necessidades de mobilidade
urbana. Por exemplo, os bairros mais próximos um do outro são os bairros de
Matacuane e Esturro, a 1,68km um do outro, seguidos dos bairros Macurungo
e. Macuti a 1.92km um do outro. Contudo para ir do Matadouro ao Macuti o
viajante precisa de percorrer perto de 25km e para ir do Chaimite a Muave, o
viajante precisa de percorrer perto de 12km.
O bairro do Sengo, localiza-se mais distante da maioria dos bairros. Por exemplo,
este localiza-se a cerca de 76km de Inhamízua e a 70km do Matadouro.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 365
ambas com menos de 1 viagem por dia. O reduzido número de viagens entre a
maior parte dos bairros e o bairro Sengo poderá justificar-se pela longa distância
que os separa (perto de 70km), pelo tipo de uso e ocupação do solo que ocorre
no Sengo, inexistência de uma rota de transporte que faça ligação ao bairro ou à
precariedade das condições da estrada de acesso a este bairro.
Figura 10.40 – Distribuição das viagens por hora realizadas na cidade da Beira
Legenda de cores: A amarelo abaixo de 49 viagens entre si | a azul entre 50 e 99
viagens entre si | a laranja entre 100 e 299 viagens entre si | a vermelho acima de
300 viagens entre si
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 367
Conforme indicado acima, o maior número dos viajantes na cidade da Beira produz
viagens pedonais ou de transporte público. Estas viagens pedonais são, de um
modo geral, para trabalho e outros propósitos . Do universo dos inquiridos,
mais pessoas vão para o trabalho a pé do que de carro ou de transporte público,
contudo mais inquiridos utiliza os transportes públicos para ir às compras.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 369
Apesar de uma deficiente rede viária urbana, com uma Densidade Viária
Média de apenas 0,47km/km2, estão definidos percursos para o
transporte colectivo de passageiros que cobre quase a totalidade dos
bairros do município. Contudo, considerando que a procura de transporte
excede, em grande escala, a oferta, as viagens a pé assumem, um peso
significativo, no total das viagens realizadas pelos residentes.
Esta secção pretende ilustrar o fluxo dos diferentes modos dentro da rede
rodoviária da cidade da Beira.
372 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
A falta de áreas para o estacionamento de veículos tem sido uma das grandes
consequências do afunilamento do tráfego da cidade da beira. Esta resulta da
concentração de grande parte dos serviços na baixa da cidade, verificando-se no
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 373
11 CAPACIDADE INSTITUCIONAL
79 Este estudo abrangeu 8 Municípios (Beira, Ilha, Lichinga, Manzacaze, Nampula, Pemba,
Quelimane e Tete) e avalia o desempenho em vários serviços e comportamentos dos órgãos
autárquicos.
4%
10%
29%
43%
14%
Figura 11.1 – Gráfico do de satisfação dos Munícipes sobre o desempenho dos serviços
municipais
Fonte: IESE, 2017
Não Sabe
Muito Satisfeito
Satisfeito
Neutro
Muito Insatisfeito/Insatisfeito
Figura 11.2 – Gráfico do grau de comparação da avaliação da Beira com a média dos 8
Municípios
Fonte: IESE, 2017
ABAST. AGUA 57
SANEAMENTO 46
LIXO 43
MERCADOS 57
CEMITERIOS 67
JARDINS E PARQUES 55
ESTRADAS E
43
PASSEIOS
- 20 40 60 80
Figura 11.3 – Avaliação do desempenho da Cidade da Beira nos vários serviços (% satisfeitos
e muito satisfeitos)
Fonte: IESE 2017
b) Plano e Finanças
h) Juventude e Desportos
j) Educação e Cultura
Presidente 1
Vereador 10
Assessor 5
Director Departamento 17
Chefe de Posto Admin. Municipal 5
Chefe de Serviço 69
Chefe de Gabinete 6
Chefe de Secretaria 1
Secretario 1
Chefe da Policia 1
Chefe de Unidade de trabalho 15
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Juventude e Desportos 73
Gestão Urbana e
Qualificador Equipamentos
CHEFIAS
Presidente
Vereador 1
Assessor
Director Departamento 2
Chefe de Posto Admin.
Municipal
Chefe de Serviço 11
Chefe de Gabinete
Chefe de Secretaria
Secretario
Chefe da Polícia
Chefe de Unidade de
trabalho 13
Subtotal 27
CARREIRAS
Técnico Superior N1 15
Técnico Superior N2 1
Técnico Profissional (N
Medio) 11
Técnico 22
Assistente Técnico 10
Assistente Polícia
Agente técnico 2
Auxiliar Admin. 35
Operário 35
Agentes de Serviço 12
Auxiliar 130
Subtotal 273
Total 300
Fonte: CMCB, 2019
800,000,000
700,000,000
600,000,000
MZN
500,000,000
400,000,000
300,000,000
200,000,000
100,000,000
-
201 201 201 201 201 201
3 4 5 6 7 8
Transf. Estado 252,31 274,70 300,34 320,23 329,34 392,76
Receitas próprias 249,64 263,67 318,71 320,62 321,42 323,20
Receitas totais 523,08 581,42 619,06 655,72 703,34 737,06
Figura 11.7 – Evolução das receitas do CMCB e sua origem de 2013 a 2018 (valores
acumulados)
Fonte: Dados recolhidos CMCB, 2019
As receitas próprias têm duas fontes principais; (i) as receitas fiscais com um peso
de cerca de 25% da receita e (ii) receitas não fiscais contribuindo com 75% da
receita própria. Os gráficos seguintes mostram a estrutura das receitas próprias
nas duas categorias referidas.
IMPOSTO OUTROS
PESSOSAL IMPOSTOS
AUTARQUICO 11%
1%
IMPOSTO
AUTARQUICO IMPOSTO
DE SISA PREDIAL
12% AUTARQUICO
56%
IMPOSTO
AUTARQUICO
DE VEICULOS
20%
A análise da estrutura das receitas próprias mostra que: (i) Nas receitas fiscais o
imposto predial autárquico comparticipa com 56%, seguido do imposto sobre
veículos (20%); (ii) Nas receitas não fiscais, e que compreendem os rendimentos
obtidos por impostos e taxas cobradas pela autarquia, destaca-se a denominada
por taxa por actividade económica (21%) seguida por outras taxas (lixo,
mercados, etc.). Esta componente tem um peso significativo nas receitas próprias
(74%) e relaciona-se com as actividades económicas desenvolvidas na área do
município, sendo por isso um indicador do progresso económico e social do
mesmo.
TAXA POR
ACTIVIDADE
ECONOMICA
20.9%
DEMAIS
TAXAS
46.8% TAXA DE
MERCADOS
11.8%
TAXA DE
DUAT
0.6%
RECOLHA DE
LIXO
PUBLICIDADE
13.7%
6.2%
FRA
(OUTRAS)
JOGOS
OUTRAS 8%
TRANSFERENCIAS DO
ESTADO (FRPU)
6%
FUNDOS DE
ESTRADAS
3%
FCA
56%
FIIL
27%
FUNDO CAPITAL
0%
4,500,000,000
4,000,000,000
3,500,000,000
3,000,000,000
2,500,000,000
MZN
2,000,000,000
1,500,000,000
1,000,000,000
500,000,000
-
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Receitas
249,642 513,316 832,029 1,152,6 1,474,0 1,797,2
Proprias
Despesas 588,211 1,172,0 1,808,3 2,422,9 3,092,1 3,934,5
Anos
Figura 11.11 – Cobertura das despesas pelas receitas próprias (valores acumulados)
Fonte: Dados recolhidos CMCB, 2019
Despesas
de Capital
29%
Despesas
com Pessoal
39%
Outras
Despesas
Correntes
3%
Bens e
Servicos
29%
900,000,000
800,000,000
700,000,000
600,000,000
500,000,000
MZN
400,000,000
300,000,000
200,000,000
100,000,000
-
201 201 201 201 201 201
3 4 5 6 7 8
Desp. Correntes 309,62 349,52 444,93 448,03 483,17 594,54
Desp. Investimento 278,58 234,32 191,34 166,59 185,99 247,88
Despesas Totais 588,21 583,84 636,28 614,62 669,17 842,43
Anos
Rácios per
Indicadores de 2017 Unidade Quantidade capita (MZN)
Pop.
População Censo 533.82584
Residente
82
PIB per capita apontado pelo INE
83
Índice adoptado pelo Banco Mundial para definir o limite da pobreza absoluta, na base do
custo de um cabaz básico alimentar que garanta $1,25/dia.
84 (INE, 2019)
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 387
12 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE
DOCUMENTAÇÃO LEGAL RELEVANTE
EXISTENTE DE APOIO AO PEUCB
12.1 Introdução
A legislação mais relevante para a elaboração do PEU é a seguinte:
Sobre as mesmas, já foi referido nas secções anteriores sobre os pontos de maior
relevância relacionados com o processo de elaboração e aprovação dos Planos de
Estrutura Urbana.
› Interesse público:
› Necessidade pública:
Quando tiver como objectivo final, propiciar que a Administração Pública possa
atender situações de emergência, originadas por ocorrência ou possibilidade de
desastres ou calamidades naturais ou similares.
› Utilidade pública:
Como se referiu, este diploma legal será de extraordinária importância, caso seja
necessário proceder à expropriação de bens – quaisquer que sejam – no âmbito
da aprovação do Plano de Estrutura Urbana em causa.
12.2.3 Reassentamento
12.3.1 Introdução
12.3.2.1 Introdução
No entanto estabelece uma excepção muito importante para os casos em que haja
reserva legal ou que a terra tenha sido legalmente atribuída a outra pessoa ou
entidade.
Em resumo, em Moçambique:
› A terra não pode ser vendida ou por qualquer outra forma alienada, nem
hipotecada nem penhorada.
Esta determinação é reconhecida pelo Estado através dum direito que denominou
Direito de Uso e Aproveitamento ou abreviadamente DUAT.
A Lei de Terras estipula que nas denominadas “Zonas de Protecção” não poderá
ser concedido o DUAT, mas meramente poderá ser concedida uma “Licença
Especial” para o exercício de actividades determinadas.
De acordo com a Lei de Terras são Zonas de Protecção Total as áreas destinadas
a actividades de conservação ou preservação da natureza e de defesa e segurança
do Estado.
Teremos, aqui, que fazer um parêntesis, para anotar que este conceito de Zonas
de Protecção estabelecido na Lei e Regulamento da Lei de Terras terá que ser
interpretado, agora, e no que à Conservação da Biodiversidade respeita, à luz do
disposto na Lei da Conservação e do seu Regulamento.
› a plataforma continental;
Para além destas, o Regulamento da Lei de Terras veio especificar que decorre da
própria Lei, portanto, sem necessidade de declaração expressa, a classificação
como Zona de Protecção Parcial, a faixa de terreno que orla as águas fluviais e
lacustres navegáveis até 50 metros medidos a partir da linha máxima de tais
águas.
Apesar de não ser possível adquirir um DUAT nas Zonas de Protecção Total e
Parcial, é possível o exercício de certas actividades económicas, que será
licenciado pela entidade responsável nos termos da legislação em vigor.
O Regulamento da Lei de Terras, no entanto, vai para além daquilo que lhe é
permitido regulamentar, aparentemente permitindo que as pessoas singulares
nacionais possam obter o Direito de Uso e Aproveitamento da Terra nos
aglomerados urbanos nas zonas fronteiriças.
de certas actividades, tanto nas zonas de protecção parcial como nas zonas de
protecção total.
Para além destas, há que mencionar, pelo menos, mais três formas:
› Por herança;
A Lei de Terras consagra o papel das comunidades locais, no que se refere à sua
participação:
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 399
› Na resolução de conflitos;
› No processo de titulação; e
› Ao Conselho de Ministros:
Deste Regulamento importa destacar algumas das definições dadas no seu artigo
1º, tais como:
Apesar de se tratar dum regulamento, portanto, tendo que obedecer aos ditames
da Lei que pretende regulamentar, a Lei de Terras, no caso da atribuição do direito
de uso e aproveitamento da terra, o Regulamento prevê que o mesmo possa ser
concedido por sorteio, hasta pública e negociação particular, modalidades que não
estão previstas na Lei de Terras e que, portanto, extravasam a competência dum
regulamento.
› A Lei das Autarquias Locais aprovada pela Lei n.º 6/2018 de 3 de Agosto
alterada e republicada pela Lei n.º 13/2018 de 17 de Dezembro referida
com maior detalhe no ponto seguinte
› Polícia da autarquia; e
› Urbanização, construção e habitação.
Além disso conta com o Regulamento e Tabela das Taxas dos Cemitérios de
1971.
Tanto quanto se sabe, este Código ainda não está publicado em Boletim da
República, nem mesmo consta do website do Conselho Municipal da Beira, a saber
www.municipiobeira.gov.mz.
Como o título indica, este capítulo trata de todos os assuntos que possam ocorrer
na via pública.
86 www.municipiobeira.gov.mz
408 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Esta secção trata dos danos que os animais possam causar em lugares públicos,
tais como jardins, praças, largos, etc. Prevê, ainda, que o Conselho Municipal
determinará quais os lugares onde estacionar animais.
Apesar de conter um capítulo com esta denominação, o único artigo que contém,
o artigo 289, dispõe «Os mercados da Cidade da Beira, regem-se por Diploma
próprio e são considerados Repartições Municipais para todos os efeitos».
O Capítulo III trata dos Prémios a atribuir aos melhores edifícios do ponto de
vista estético estando previsto o Prémio Dr. Araújo de Lacerda.
Tanto quanto foi dado conhecer, não foram feitas nenhumas alterações a este
Regulamento após aquela data de 1971.
Este Regulamento tem anexo uma tabela de taxas. Algumas, pelo menos, deverão
ser consideradas já alteradas porque constam da tabela de taxas anexa ao Código
de Posturas. Outras, eventualmente, terão sido alteradas, também, mas de cuja
alteração não temos conhecimento.
O Capítulo VII é dedicado ao Uso e fruição de jazigos regulando a que título são
inumados os corpos nos jazigos, assim como, para além do uso e fruição, a sua
transmissão. Este capítulo abrange os artigos 37 a 50.
Ainda que este plano não diga directamente respeito à Cidade da Beira, a sua
referência neste momento torna-se relevante considerando a relação entre os
Municípios da Beira e Dondo, que vão reforçando cada vez mais uma relação
metropolitana.
Neste sentido, caberá aqui apenas uma breve descrição das linhas gerais de
desenvolvimento previstas para o Distrito:
› A acompanhar as estradas EN6, para Leste, e 213 para o Norte, que são
os eixos de ligação viária e ferroviária que conecta esta região, está
prevista uma zona de adensamento e desenvolvimento urbano,
indicando o possível estabelecimento de uma conurbação linear e
contínua de carácter metropolitano que compreendera as cidades da
Beira, Dondo e Mafambisse.
Caberá́ aqui fazer uma breve referência ao planos urbanísticos, realizados para a
Cidade da Beira, anteriores a 1845. Estes documentos não foram analisados em
profundidade, contudo torna-se importante a sua referência no sentido de
apresentar uma sequencia cronológica da gestão territorial da cidade.
Neste sentido, refiram-se (Morais, Lage, Carrilho, Joaquim, & Melheiro, 2016):
Relativamente à Economia:
A nível da Educação:
Em relação às Estradas:
Este IOT indica a direcção Sudeste, em direcção à cidade da Beira, como sendo
uma das direcções de crescimento orgânico que a Cidade do Dondo tem vindo a
verificar nos últimos 10 anos. Neste sentido, é apontado o Bairro de Canhandula,
junto à estrada Nacional, na fronteira entre o Dondo e a Beira como sendo um
Pólo de Desenvolvimento Proposto. Estas definições, aliadas à densificação
do bairro do Matadouro nos últimos 10 anos reforça o carácter simbiótico da
relação metropolitana entre as duas cidades.
O Plano Director para a Cidade da Beira 2035 foi produzido em 2013 com o
apoio da Agência de Cooperação Holandesa, pelo consórcio composto pela
Deltares, Witteveen + Bos, Wissing Urban Design Planning, Vanden Broek
Consulting e Niras Moçambique Lda.
Ainda que esta ferramenta não possa, de acordo com a legislação em vigor, ser
enquadrada como sendo um Instrumento de Ordenamento do Território, ela é
fundamental para fazer uma definição clara dos objectivos gerais do Município da
Beira até 2035.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 427
Este Plano Director indica uma série de projectos prioritários que visam o alcance
dos objectivos estabelecidos pela Autarquia, nomeadamente:
› Contribuir para a redução dos riscos das cheias dado que esta entidade
deverá proporcionar um mecanismo para a provisão eficiente e eficaz de
areia, para a provisão de terra seca, para o desenvolvimento urbano e
pra a provisão da infraestrutura de drenagem;
Habitação
Protecção costeira
Saneamento
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 431
Infraestrutura viária
Economia
Os resultados destes esforços por parte das autoridades municipais têm sido
positivos no sentido em que o CMCB consegue através deles proceder à atribuição
de DUATs, o que por sua vez resulta no alargamento da base de arrecadação da
cidade. Contudo, tem se verificado uma incapacidade por parte das autoridades
municipais no que diz respeito à implementação dos planos de loteamento sobre
o terreno, assim como de controlar os assentamentos humanos desordenados
sobre áreas já planeadas. Esta situação é agravada pela necessidade de
infraestruturação prévia88 na grande maioria dos lotes urbanos da cidade da Beira.
Áreas Residenciais
Demanda de lotes para uso 35.500 lotes (famílias)
residencial nos próximos 10 anos
Este pressuposto leva a um impasse em que, por um lado, os detentores de DUATs aguardam
pela realização das operações de infraestruturação para iniciar com o processo de edificação,
por outro as autoridades municipais, descapitalizadas, relegam a responsabilidade da
execução destas infraestruturas, ou de parte delas, para os munícipes. Entretanto o território
é ocupado de forma desordenada por uma terceira entidade, fora do controle das autoridades
municipais.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 433
Áreas Residenciais
Total de lotes disponíveis no futuro 75.300 lotes
Áreas Industriais
Demanda de lotes para uso 1.050 lotes89
residencial nos próximos 10 anos
Referimos abaixo os projectos do CMCB desta natureza a que tivemos acesso que
visam garantir o aprovisionamento de terra para usos variados:
Provisões Gerais
Utilização Prevista Predominantemente Residencial
Área de Implantação 500ha
89 Considerando lotes com 1ha, considerando uma taxa de crescimento médio anual de 6% da
área industrial, que representa um aumento de 1,6% em relação aos últimos 10 anos.
434 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Provisões Piloto
Utilização Prevista Predominantemente Residencial
Área de Implantação 10ha
Lotes Industriais 345 lotes
Densidade Resultante 34 lotes/ha
Status Não implementado
Lotes não atribuídos
Previsão de Implementação ---
Provisões Gerais
Utilização Prevista Predominantemente Residencial
Área de Implantação 3.250ha
Lotes Residenciais 41.000 lotes
Densidade Resultante 12 lotes/ha
Status Parcialmente implementado
--- lotes atribuídos
---lotes edificados
Previsão de Implementação ---
Provisões Gerais
Utilização Prevista ---
Área de Implantação ---
Lotes ---
Densidade Resultante ---
Status ---
Previsão de Implementação ---
Provisões Gerais
Utilização Prevista Industrial e de apoio logístico
Área de Implantação 310ha
Lotes Industriais 480 lotes
Densidade Resultante 2 lotes/ha
436 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Provisões Gerais
Utilização Prevista Industrial e de apoio logístico
Área de Implantação 1.900ha
Lotes Industriais 1.200 lotes
Densidade Resultante 1 lote/ha
Status Não implementado
Lotes não atribuídos
Previsão de Implementação ---
› Erosão costeira;
› Redução da capacidade de drenagem (sistema de drenos pobre,
obstrução do sistema natural de drenagem, estado do Rio Chiveve;
› Mudanças climáticas (aumento do nível do mar, precipitação mais
intensa e frequente, secas mais pronunciadas e ciclones);
› Nível do solo da cidade relativamente ao nível do mar;
› Fraco estado da protecção costeira.
13.1.3 Economia
13.1.7 GRSU
13.1.10 Legislação
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
DESENVOLVIMENTO ESPACIAL
Território e Assentamentos Humanos
A existência de um Plano A cidade não dispõe de terra A existência do Plano de Elevados riscos à integridade
Director para a Cidade da adequada para a construção Recuperação e Aumento de vários sistemas
Beira até 2035 determina com necessária para o seu da Resiliência da Cidade infraestruturais da cidade,
muita clareza a direcção que o crescimento da Beira Pós Ciclone Idai, assim como da segurança das
CMCB pretende tomar nos abre uma perspectiva comunidades e seus bens
próximos 16 anos. O PEUCB positiva e prioriza o decorrente do processo de
deverá servir como investimento dos fundos erosão costeira e subida do
ferramenta fundamental para disponibilizados em obras nível do mar
o alcance destes objectivos estruturais de melhoria e
construção de
infraestruturas urbanas
fundamentais. O PEUCB
deverá compreender as
possibilidades que se
desbloqueiam com a
implantação destes
projectos chave num
futuro próximo e
direcionar o
desenvolvimento da cidade
de acordo
A cidade tem acesso à linha Assentamentos desordenados Utilização dos Redução da qualidade de vida
de costa e a terras interiores caracterizam grande parte das Instrumentos de das comunidades decorrente
novas ocupações humanas Ordenamento do Território do aumento da distância entre
para antecipar e os centros de produção e
direccionar as ocupações comunidades
espontâneas, permitindo a
possibilidade de uma
melhoria gradual,
sistemática e eficaz das
condições das
comunidades ao longo do
tempo
Existem na cidade parcelas de Utilização do PEUCB pra a Redução das condições de
terra desocupadas definição de prioridades de saneamento e salubridade das
acordo com a comunidades decorrentes da
disponibilidade real das contínua densificação de
autoridades municipais assentamentos humanos e da
não implementação de
infraestruturas urbanas
básicas
Crescimento urbano com Perda de fonte nutricional e
uma visão metropolitana de rendimento pela
na relação entre as progressiva eliminação de
cidades da Beira e Dondo, áreas agrícolas
potenciando relações
simbióticas
Incapacidade das
infraestruturas urbanas de
acompanhar a necessidade de
crescimento das áreas
residenciais
448 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
Infraestrutura
Disparidade da distribuição A implementação dos O crescimento populacional
dos sistemas de infraestrutura projectos de reconstrução acelerado impede que o
da cidade, concentrados, na e aumento da resiliência processo de ocupação de
sua maioria no extremo sul, Pós Idai no princípio "Build novas áreas seja
nos DU do Chiveve e da Back Better" poderão ser acompanhado da
Munhava, dificulta a expansão utilizados para suprir implementação de sistemas
ou de criação de novas necessidades básicas há infraestruturais urbanos
centralidades muito identificadas pela básicos necessários
cidade
O ciclone Idai danificou
sistemas infraestruturais da
cidade
Abastecimento de água
O Rio Púnguè é o principal
recurso de água doce para o
abastecimento de água ao
Município da Beira, sendo as
outras fontes alternativas de
capacidade muito limitada
As perdas de água ainda são
elevadas, atingindo cerca de
50%, sendo necessário o seu
controlo e a melhoria da rede
de distribuição nos locais onde
se verificam maiores perdas.
A falta de pressão em
algumas áreas da cidade tem
de ser resolvida mediante o
melhoramento de centro
distribuidores, nomeadamente
do Centro Distribuidor do
Estoril.
Drenagem de águas pluviais
Operação e manutenção da
infraestrutura de drenagem de
águas pluviais, estritamente
ligada à capacidade de gestão
das instituições responsáveis
por ela, a AIAS e o Município.
Drenagem de águas residuais
A ETAR actualmente em Operação e manutenção da
funcionamento está neste infraestrutura de Drenagem
momento a operar a menos de Águas Residuais,
de 60% da sua capacidade estritamente ligada à
instalada capacidade de gestão das
instituições responsáveis por
ela, a AIAS e o Município
Necessidade de capacitação e
treino dos recursos humanos
das instituições ligadas à
gestão e operação dos
sistemas
Necessidade de promoção de
operadores privados dos
sistemas infraestruturais
Necessária a construção de
uma 2ª ETAR, dada a
expansão da cidade e a
necessidade de cobrir áreas
adicionais
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 449
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
Necessária uma melhoria da
rede de recolha e transporte
que neste momento se revela
aquém das necessidades. As
carências desta rede são o
motivo pelo qual a ETAR não
está a explorar a totalidade da
sua capacidade instalada
Gestão de resíduos sólidos urbanos
A GRSU é deficitária, havendo Existem oportunidades não
uma necessidade de aumentar exploradas na GRSU, no
a abrangência dos serviços de que diz sentido à
recolha, assim como da reciclagem e reutilização
construção de um aterro de resíduos. A produção
sanitário apropriado para a de composto orgânico é
gestão a longo prazo dos um exemplo típico,
resíduos. podendo também
explorar-se outras opções
como a reciclagem do
plástico
Mobilidade
Verificam-se melhorias no A via de acesso para o Porto Ainda que o tema da Assentamentos humanos
sector dos transportes nos da Beira constitui neste Mobilidade Urbana da desordenados e o
últimos 10 anos momento um problema para a cidade da Beira careça de incumprimento do
cidade. O forte fluxo de um Plano de Mobilidade estabelecido em Instrumentos
transporte de mercadorias a próprio, existe a de Ordenamento do Território
entrar e a sair do porto, causa oportunidade, de o PEUCB resultam que edifícios e
sistematicamente fazer a definição e demais elementos
constrangimentos no trânsito provisão de terra para a arquitectónicos criem grandes
urbano, para além de implementação de um constrangimentos à
comprometer as condições de sistema integrado de mobilidade e até mesmo à
serviços do próprio Porto mobilidade que seja eficaz acessibilidade de parcelas da
e de maior eficiência cidade
O sistema de transporte Oportunidade para
público é pouco eficiente potenciar os modos suaves
de mobilidade (pedonais e
cicláveis), apropriados à
topografia pouco ou nada
acidentada da cidade
Biodiversidade e Conservação
As comunidades começam a Verifica-se uma redução da Oportunidades para a A exploração mineira de areia,
ver os recursos naturais como capacidade de drenagem da implementação de saibro e argilas em áreas
uma fonte de renda, se cidade devido à obstrução dos iniciativas como o húmidas mistas contribui para
preservados. O que é um sistemas naturais de Pagamento pelos Serviços a destruição deste
aspecto fundamental para o drenagem, como foi o caso do dos Ecossistemas (PSE), ecossistema, agravando ainda
fomento da preservação dos aterro do rio Chiveve que têm sido bastante mais as condições de
recursos usadas em outros países, capacidade de drenagem dos
sendo um modelo inovador solos
de financiamento à
conservação de base
comunitária, em que uma
entidade privada
voluntariamente oferece
um beneficio (muitas
vezes monetário, mas não
obrigatoriamente) para
450 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
que uma dada comunidade
garanta a conservação de
determinado recurso (ou
manutenção de um serviço
ecológico de um
ecossistema) à sua gestão
Metade do território da cidade Recursos naturais são sobre Oportunidades de A grande procura por áreas
é ocupado por áreas afectas à explorados ou não são usadas exploração do turismo para habitação e serviços
estrutura ecológica natural prácticas sustentáveis, ecológico e/ou exerce grande pressão sobre
reflectido na cidade através comunitário. A as áreas afectas à estrutura
da ocupação das dunas, corte comunidade de Nhangau ecológica da cidade
descontrolado de florestas desenvolveu um programa
terrestres e de mangal, fraca de restauração e gestão
gestão dos resíduos sólidos e comunitária de florestas
perda ou transformação das de mangal, ao qual se
Áreas Húmidas Mistas poderia associar uma
componente de turismo de
mangal, ou cultural
Está em processo a A agricultura, a mineração, As Florestas Densas e Risco de se acelerar a
implementação do Projecto de bem como outros usos de Áreas Húmidas em volta degradação ambiental
Infraestruturas Verdes água a montante dos rios Búzi da cidade da Beira decorrente da não
Urbanas na Cidade da Beira, e Púnguè têm gerado oferecem oportunidades implementação de
que visa a recuperação do rio problemas ambientais no para o desenvolvimento do infraestruturas urbanas que
Chiveve, assim como das suas sistema estuarino turismo ecológico (ex. visem colmatar as carências
respectivas áreas húmidas e (ecossistema) devido às observação de pássaros), existentes
inundáveis. Este projecto vazões de produtos educação e valor
permitirá a recuperação de agroquímicos que são paisagístico.
área inundáveis no centro da efetuadas na Baía de Sofala e
cidade, ao mesmo tempo em à intrusão salina
que proverá a cidade de
infraestruturas de lazer
relacionadas com Áreas
afectas à estrutura ecológica
Progressiva redução de Áreas As zonas húmidas à volta Risco de extinção de áreas
Húmidas Mistas, decorrente da cidade da Beira afectas à estrutura ecológica
do aumento tanto de Áreas também podem ser para acomodar novas áreas
Agrícolas como de Áreas de restauradas e potenciadas de ocupação humana
Assentamentos Humanos. para o turismo É
importante referir que
estas áreas são cruciais
para o controle das cheias
urbanas, e podem ser
convertidas em áreas de
proteção urbanas.
Oportunidades para a Eliminação de áreas de
melhoria da qualidade Floresta de Mangal para
urbana da cidade através permitir o crescimento da
da recuperação, área industrial no Posto
preservação e integração Administrativo de Inhamízua
de áreas afectas à
estrutura ecológica à
malha urbana
Efeito cascata positivo das
intervenções urbanas
relacionadas com o
Projecto de Infraestruturas
Verdes Urbanas da Beira,
junto ao Chiveve
Resiliência Urbana
Está em curso a A elevada vulnerabilidade da A implementação dos A tendência das intempéries
implementação de um Cidade da Beira perante projectos de reconstrução mostra que cada vez mais se
projecto que visa uma eventos extremos decorrentes e aumento da resiliência aproximam do país, ciclones
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 451
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
melhoria considerável do das mudanças climáticas, Pós Idai no princípio "Build mais severos tornando-se na
sistema de drenagem de nomeadamente o aumento do Back Better" poderão ser maior ameaça para a costa,
águas pluviais nível do mar e a incidência de utilizados para suprir aliado ao aumento paulatino
ciclones e depressões tropicais necessidades básicas há do nível médio das águas do
cada vez mais severas, muito identificadas pela mar o que está a representar
colocam a cidade e as suas cidade um grande perigo
populações em risco
A linha de protecção costeira
apresenta problemas,
agravados com a incidência
do Ciclone Idai, que precisam
de ser adereçados com
urgência
A delicada situação
topográfica da cidade da
Beira, aliada a uma
insuficiente rede de drenagem
de águas pluviais, são
responsáveis por cheias
recorrentes durante períodos
chuvosos, em comunidades
localizadas a cotas inferiores.
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
mais carga e maiores onshore a menos de 50km
embarcações da cidade actualmente
operacionais
A dimensão e capacidade do
Porto da Beira é insuficiente
para realizar o seu total
potencial
Agricultura
Disponibilidade de terras O aumento da mancha dos Oportunidade de mitigar
agrícolas férteis para a assentamentos humanos, os efeitos da pobreza
práctica da agricultura planeados ou não, sobre urbana através da
Áreas Agrícolas tem vindo a agricultura urbana,
provocar uma redução aproximando as
sistemática destas comunidades dos centros
importantes áreas de de produção, aumentando
produção familiar, a produtividade das áreas
fundamentais para a agrícolas. A produção da
subsistência de muitas agricultura urbana é vista
famílias da cidade da Beira. A sob três pontos de vista:
densificação excessiva dos reforço nutricional das
bairros de ocupação comunidades,
desordenada contribui para complemente financeiro às
um afastamento cada vez comunidades de menor
maior entre as áreas de renda e encurtamento de
produção e as populações, distâncias para o
que, por conseguinte, vêem- abastecimento do mercado
se cada vez mais distantes local
dos pontos de produção
Verifica-se a falta de energia Zona interior com
eléctrica para as áreas potencial para tornar-se
agrícolas num corredor agrícola
Deficiente sistema de
reservatórios/barragens que
possam armazenar água
durante a estação chuvosa e
garantindo a provisão de água
para irrigação na estação seca
Agricultura predominante
assente em pequenos
agricultores usando métodos
tradicionais, resultando na
baixa produtividade
Progressiva redução de Áreas
Agrícolas decorrente da
expansão de Áreas de
Ocupação Humana
Indústria
Nos últimos 6 anos a Área Procura por mão de obra Incapacidade das
Industrial da cidade aumentou qualificada que deveria se infraestruturas urbanas de
75%, tendo passado de 580ha preenchida por população acompanhar a necessidade
em 2013 para 995ha em 2019 local, necessitando,
de crescimento das áreas
contudo, a sua apropriada
formação industriais
Decorrente das condições
específicas da terra
disponível para a
construção, existe e
deverá crescer a
necessidade do
fornecimento de solos de
empréstimo para as
operações de aterro
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 453
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
necessárias para a
indústria da construção
civil em grande parte do
território da cidade. Este
fornecimento poderá ser
compatibilizado com as
operações de dragagem do
canal do porto da beira,
recorrentemente
necessárias
Grandes possibilidades de
expansão de áreas
industriais, acompanhando
o crescimento do Porto da
Beira
Comércio
Presença em peso de
empresas de escala regional
Turismo
A estrutura urbana e consunto Potencial para o aumento
arquitectónico da cidade é do turismo corporativo
relevante para o conjunto da
obra modernista em
Moçambique
Potencial para o turismo
de sol e praia ao longo da
linha costeira
Serviços e Equipamento de Utilidade Pública
Possui um dos 3 portos mais Insuficiência na rede de Insuficiência na rede de
importantes do país equipamentos de saúde, equipamentos de saúde,
educação, segurança pública, educação, segurança pública,
cultura e recreação cultura e recreação
Possui um aeroporto
internacional
Possui 8 universidades e 2
institutos Técnicos
Profissionais
Capacidade Institucional
A percepção pública sobre o A política de descentralização Oportunidade de melhoria Fuga de cérebros das
desempenho da autarquia é estabelece a coexistência de das condições das instituições municipais para
positiva de acordo com o dois tipos de governos locais comunidades, entendendo companhias privadas que
estudo realizado pelo Instituto no espaço urbano, a autarquia que os Instrumentos de oferecem melhores condições
de Estudos Sociais e que goza de autonomia Ordenamento Territorial
Económicos em 2017 financeira, administrativa e são ferramentas abertas
patrimonial, e o distrito, de uso diário, tanto das
hierarquicamente autoridades municipais,
subordinados ao governo como dos líderes
provincial e central numa comunitários, que
abordagem de precisam de ter o acesso e
desconcentração. Este modelo a compreensão do seu
de dupla subordinação a atuar conteúdo de modo a
no mesmo espaço territorial difundi-los pelas duas
(municipal) muitas vezes gera comunidades. A divulgação
conflitos na distribuição de e apropriação dos
funções e recursos entre Instrumentos de
454 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
municípios e OLEs afetando o Ordenamento do Território
desempenho na prestação de pelas camadas de base
serviços. Além disso, das comunidades é
intervêm outras entidades do fundamental para o
Estado no espaço municipal, sucesso da implementação
em áreas de interesse das do PEUCB.
autarquias. São empresas e
fundos públicos com
autonomia financeira e
administrativa – legalmente
com o mesmo estatuto que as
autarquias que prestam
serviços públicos na área de
abastecimento de água e
saneamento, transporte
público, habitação, etc.
Necessárias melhorias no Aumento da base da Não implementação do PEUCB
nível de planificação e arrecadação da cidade e de outros Instrumentos de
coordenação de tendo como base o Ordenamento Territorial por
implementação de programas cadastro de lotes e falta de interesse político
e projectos de Ordenamento edifícios dentro dos limites
do Territorial do município
Fraca divulgação e Oportunidade para a Não implementação do PEUCB
implementação de melhoria do desempenho e de outros Instrumentos de
Instrumentos de da prestação das Ordenamento Territorial por
Ordenamento Territorial autoridades municipais incapacidade técnica e
decorrente do número de através da apropriação, financeira das autoridades
quadros qualificados, assim divulgação, municipais
como do deficiente quadro implementação e
jurídico-legal acompanhamento do
PEUCB e demais
Instrumentos de
Ordenamento Territorial
Sistemas Legais
É opinião comum que existe São necessários recursos
legislação suficiente para a humanos e capacitados no
regulamentação de diversas conhecimento da legislação
actividades, entre elas para o relevante, interpretação e
ordenamento territorial. aplicação
Contudo, a existência de
legislação não é suficiente
para a sua aplicação.
Existência da zona económica Para terem conhecimento da
especial de manga-mungassa legislação em vigor, será
necessário haver recursos
financeiros que permitam, por
exemplo, a assinatura do
Boletim da República nas suas
três séries
Necessários recursos
financeiros para se proceder
ao pagamento da publicação
dos instrumentos de
ordenamento territorial no
Boletim da República e
posteriormente para a
divulgação destes
instrumentos no seio das
comunidades
Os recursos humanos
precisam de estar capacitados
para interpretar e aplicar a
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 455
S W O T
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
legislação aplicável e, em
especial, os Instrumentos de
Ordenamento Territorial que
forem aprovados ao nível,
tanto da autarquia, como a
nível nacional
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14507. [S.l.]. 1948.
464 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Lei n.º 2030 de 1948 parcialmente colocada em vigor em Moçambique pela Portaria n.º
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Boletim do Arquivo Histórioco de Moçambique, Maputo, n. nº 6 especial, Outubro 1989.
77-126.
TPF. Relatório Técnico ode Visita aos Bairros de Chamanculo, George Dimitrov
(Maputo) e Ponta-Gea, Goto (Beira). AIAS; MOPRHH. Maputo, p. 13. 2018.
WILD, H.; BARBOSA, L. A. G. Vegetation Map (1: 2,500,000 in Colour) of the Flora
Zambesiaca Area, Descriptive Memoir. Supplement to Flora Zambesiaca. Salisbury: M.O.
Collins Ltd., 1967.
16 ANEXO I – CARACTERÍSTICAS
ESPECÍFICAS DAS VIAS DA CIDADE DA
BEIRA
É uma via primária bastante retilínea que se estende por uma extensão de 3.280
m, interligando a Praça dos Continuadores, a Sul com o PA2, da Munhava, a Norte.
Esta artéria coincide com a Estrada Nacional N6 e é uma via colectora principal
canalizando os fluxos de tráfegos de, e para o centro da Cidade.
Tem uma função estruturante no Posto Administrativo, pois o seu percurso cruza
várias vias de natureza funcional diferenciada, apresentando as seguintes
características principais:
Conflitos e Deficiências:
Avenida 24 de Julho
Conflitos e Deficiências:
Via paralela à Av. Samora Machel (Estrada Nacional N6), é uma via secundária
que transcende os limites do PA, em particular interligando à Estrada 2349 do
PA2, Munhava, a Norte, de características similares, que permite o
encaminhamento de tráfego de entrada e saída do PA1, ao servir em complemento
à cintura logística adstrita ao Porto da Beira para a saída da Cidade no PA3, de
Inhamízua. Serve igualmente para a distribuição de fluxos a nível local,
destacando-se como principais características:
Conflitos e Deficiências:
Esta via é um eixo retilíneo, igualmente com disposição paralela à Av. Samora
Machel (Estrada Nacional N6), que corre a Oeste desta. Trata-se de uma via
secundária, que permite a interligação da Av. Armando Tivane (com origem na
Praça dos CFM) a Sul, com a Rua Capitão Barreto, que a Norte desemboca na
Estrada Kruss Gomes, no limite com o PA2, da Munhava.
478 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Conflitos e Deficiências:
canalizando os fluxos de tráfego de, e para a Praça dos CFM a partir de três vias
do Bairro Chaimite que nela desembocam.
Conflitos e Deficiências:
Pela sua pequena extensão e boa largura de via praticamente não existem
conflitos senão o parqueamento indevido em plena via obstruindo os veículos
estacionados. Porém registam-se as seguintes deficiências:
É uma das vias que, a partir da Praça do Município, na Baixa da Cidade, permite
o acesso à Ponta-Gea. Esta via colectora secundária de distribuição, permite o
encaminhamento dos fluxos de tráfego de, e para o Bairro Pioneiros, Ponta-Gea e
Macuti. Serve igualmente para a distribuição de fluxos de tráfego de proximidade
a nível local, destacando-se como características principais:
Conflitos:
Esta via é um eixo retilíneo, com disposição paralela à Rua Correia de Brito que
corre a Norte desta. Trata-se de uma via secundária, que permite igualmente da
Praça do Município a Oeste com a Praça da Independência, no coração da Ponta
Gea.
Conflitos:
Rua de Maputo
Localizada no Bairro do Esturro, é uma rua paralela à Av. Samora Machel (Estrada
Nacional N6) que corre a Leste desta. Trata-se de uma via de acesso local, que
permite a interligação da Av. Alfredo Lawley a Sul, com a Rua Nº 1544, outra via
de acesso local a Norte que permite distribuição dos fluxos locais de tráfego no
coração do Bairro Esturro, já que esta última apesar de ser em terra permite a
ligação da Av. Samora Machel à Av. 24 de Julho, ainda que, em condições muito
precárias, devido à sua condição de transitabilidade.
Conflitos de Deficiências:
Esta via é um eixo retilíneo, que também funciona como “Bypass F.P.L.M.” a
Oeste, e a Estrada Carlos Pereira que segue em direcção ao Aeroporto.
Conflitos e Deficiências:
Esta artéria é um eixo retilíneo, que permite a interligação entre o Largo dos
Caminhos de Ferro (CFM) a Oeste e os Bairros de Chipangara e Macuti.
486 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Conflitos e Deficiências:
488 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA
Rua do Condestável
Conflitos e Deficiências:
Rua 1779
Rua Frei João dos Santos 1278 VA 260 Revestida 2 1 15 3.0 2.2
A Estrada Carlos Pereira (Nº 2001 na Munhava) é uma via primária, sendo uma
artéria estruturante com função dominante na colecta e encaminhamento de
tráfegos entre a zona Sul do Município e o PA4, da Manga Loforte, em particular
o Aeroporto, destacando-se como características principais:
Conflitos e Deficiências:
Estrada da Chota
A Estrada da Chota (Rua Nº 2006), é igualmente uma via primária, com a função
dominante de colecta e distribuição do tráfego na zona Centro – Sul do Município
para o Nordeste através da Estrada Carlos Pereira supra, sobre a qual podemos
destacar como principais características:
Para além das vias primárias em destaque, como se pode depreender da Tabela
16.2, em anexo, existem ainda outras vias terciárias em terra, que facilitam o
acesso directo aos bairros do PA2 Munhava.
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL DA CIDADE DA BEIRA 515
Nas zonas mais periféricas, há ainda algumas vias de distribuição em terra, que
apresentam alguma regularidade nas áreas planeadas e estão obstruídas ou até
mesmo interrompidas nas áreas de crescimento espontâneo por diversos
obstáculos:
› Cursos de água;
Para além das vias primárias em destaque, como se pode depreender da Tabela
16.3, anexo, existem ainda outras vias terciárias em terra, que facilitam o acesso
directo aos bairros de posto administrativo.
› Cursos de água;
› Algumas Habitações no meio da rua;
› Acumulação de resíduos sólidos (lixo); e
› As ruas vão se estreitando.
› Cursos de água;
› Algumas Habitações no meio da rua;
› Acumulação de resíduos sólidos (lixo); e
› As ruas vão se estreitando.
› Cursos de água;
› Algumas Habitações no meio da rua;
› Acumulação de resíduos sólidos (lixo); e
› As ruas vão se estreitando.