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UNIVERSIDADE WUTIVI (Unitiva)

DIRECÇÃO PEDAGÓGICA E CIENTÍFICA

FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E PLANEAMENTO FÍSICO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DAS DEGRADAÇÕES DA RODOVIA AVENIDA 4 DE OUTUBRO, CIDADE


DA MATOLA, TROÇO DA EDM- PIQUETE Á PARAGEM DA ZONA VERDE.

Trabalho Submetido em Cumprimento dos Requisitos para a Obtenção do Grau de Licenciatura

Discente: Lárcio Zacarias Langa


Supervisora: Engª Graciete Gomes

Boane, Maio de 2019


UNIVERSIDADE WUTIVI (Unitiva)
DIRECÇÃO PEDAGÓGICA E CIENTÍFICA

FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E PLANEAMENTO FÍSICO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DAS DEGRADAÇÕES DA RODOVIA AVENIDA 4 DE OUTUBRO,


CIDADE DA MATOLA, TROÇO DA EDM- PIQUETE Á PARAGEM DA ZONA
VERDE.

Trabalho submetido em cumprimento dos requisitos para a obtenção do Grau de licenciatura

Discente: Lárcio Zacarias Langa


Supervisora: Engª Graciete Gomes

Boane, Maio de 2019


UNIVERSIDADE WUTIVI
Direcção pedagógica

Curso de Engenharia Civil

DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que esta monografia, que no presente momento submeto a
Universidade Wutivi-Unitiva, em cumprimento dos requisitos para obtenção do grau de
Licenciatura em Engenharia Civil, nunca foi apresentada para obtenção de qualquer outro grau
académico e que constitui o resultado da minha investigação pessoal, tendo indicado no texto
as fontes que usei.

O Candidato A Supervisora

________________________ ________________________

(Lárcio Zacarias Langa) (Engª Graciete Gomes)


Dedicatória
Aos meus pais, Zacarias Augusto Langa, Bela Armando Cunbana Langa, meus irmãos Nétria
Langa, Laisley Langa e Belza Langa pela presença iluminada em todos os momentos do
desenvolvimento das actividades do curso.

i
Agradecimentos

À Deus em primeiro por me guiar, pela força, coragem e motivação para superar todas as
barreiras; tem protegido me em toda trajectória que percorro e por presentear-me com os meus
maiores bens, ou seja, minha vida, família e amigos.

A Supervisora deste trabalho, Engª Graciete Gomes pelas excelentes orientações, instruções,
criticas e sugestões positivas que foram úteis, durante a realização do presente trabalho.

Agradeço desta forma a universidade Wutivi por ter-me recebido e aberto um espaço o para
desenvolvimento profissional e ter criado ambiente aberto para a aprendizagem.
Ao laboratório da Universidade Wutivi-Unitiva que contribuiu na realização do presente
trabalho e os técnicos do laboratório.

A todos docentes do curso de Engenharia Civil, pela instrução e pelos sábios conhecimentos,
habilidades, capacidades e aptidões por mim adquiridas, aos colegas de turma e a todos que
participaram directa ou indirectamente durante o período da minha formação.

Ao Conselho Municipal da Cidade de Maputo pelo facto de ter me recebido para estagiar e
conduzido de forma a poder concluir este trabalho com sucesso desejado.

ii
Resumo

Avenida 4 de Outubro ocupa uma posição de destaque no Município da Matola, por ela liga
inúmeros bairros nomeadamente Ndhavela, Zona verde, Benfica e Infulene A.
Uma rodovia que atenda as necessidades do trânsito vai além do uso de bons materiais e um
dimensionamento calculado correctamente no projecto. Sem um sistema de drenagem
eficiente, acaba afectando directamente a vida útil de toda a estrutura e promovendo o
aparecimento de degradações.
Sabe se que uma via que apresenta degradações constantes pode provocar inúmeros prejuízos
como congestionamento, acidentes, consequentemente gasto de dinheiro e outros.
Portanto o presente trabalho tem como objectivo em analisar as degradações da Avenida 4 de
Outubro e dar proposta de drenagem.

Palavras chaves: Avenida 4 de Outubro, degradações, solo, lençol freático, precipitação,


granulometria e sistema de drenagem

iii
Abstract

Avenida 4 de Outubro occupies a prominent position in the Municipality of Matola, because it


connects countless neighborhoods namely Ndhavela, Zona verde, Benfica and Infulene A.
A highway that meets the needs of traffic goes beyond the use of good materials and a sizing
calculated correctly in the project. Without an efficient drainage system, it directly affects the
life of the entire structure and promotes the appearance of degradations.
It is known that a road that presents constant degradations can cause countless damages like
congestion, accidents, consequently spent of money and others.
Therefore, the present work has as objective to analyze the degradations of Avenida 4 de
Outubro and to give drainage proposal.

Key words: Avenida 4 de Outubro, degradations, soil, water table, precipitation, granulometry
and drainage system

iv
Lista de Abreviaturas e Símbolos Usados

AASTHO - American Association of State Highway and Transportation Officials


ANE - Administração Nacional de Estradas
ASTM –American Society for Testing and Materials
BGS – Brita Graduada Simples
CBR – California Bearing Ratio
DER – Departamento de Estrada
DNA – Direcção Nacional de Água
DNIT- Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes
EDM – Eletricidade de Moçambique
HRB – Highway Research
INAM- Instituto Nacional De Meteorologia
JAE – Junta Autónoma de Estradas
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
SATCC – The Southem Africa Transport And Communications Commission
SUCS – Sistema Unificado de Classificação de Solos

v
Índice
Dedicatória .................................................................................................................................. i

Agradecimentos .........................................................................................................................ii

Resumo .................................................................................................................................... iii

Abstract ..................................................................................................................................... iv

Lista de Abreviaturas e Símbolos Usados ................................................................................. v

Índice de Tabelas ....................................................................................................................... x

Índice de Figuras ....................................................................................................................... xi

1. Introdução ........................................................................................................................... 1

2. Problema de pesquisa ......................................................................................................... 1

2.1. Hipótese....................................................................................................................... 2

2.2. Objectivos.................................................................................................................... 2

2.2.1. Gerais ....................................................................................................................... 2

2.2.2. Específicos .................................................................................................................. 2

2.3. Justificativa ..................................................................................................................... 3

Capitulo I: Revisão da Literatura ............................................................................................... 4

3. Definição do Pavimento .................................................................................................. 4

3.1. Camadas constituintes de um pavimento .................................................................... 4

3.2. Caracterização dos pavimentos ................................................................................... 5

3.3. Pavimento rígido ......................................................................................................... 5

3.4. Pavimento flexível....................................................................................................... 6

3.5. Defeitos funcionais ...................................................................................................... 7

3.5.1.1.1. Exsudação de asfalto ............................................................................................ 7

3.5.1.1.2. Subida de finos ..................................................................................................... 7

3.5.1.1.3. Desgaste ............................................................................................................... 8

3.5.1.1.4. Escorregamento do revestimento betuminoso ..................................................... 9

3.5.1.1.5. Fendas ou fendilhamento: fissura e trinca ......................................................... 10

vi
3.5.1.1.6. Afundamento...................................................................................................... 12

3.5.1.1.7. Corrugações ou ondulações ............................................................................... 13

3.5.1.1.8. Panela ou buraco ................................................................................................ 13

3.5.1.1.9. Remendo ............................................................................................................ 14

3.6. Materias usados nos pavimentos rodoviários ............................................................ 15

3.6.1. Brita Graduada Simples ..................................................................................... 15

3.6.2. Macadame Hidráulico ........................................................................................ 15

3.6.3. Macadame Seco ................................................................................................. 16

3.6.4. Solo Agregado ................................................................................................... 16

3.6.5. Rachão................................................................................................................ 16

3.6.6. Asfalto ................................................................................................................ 16

3.6.7. Betume ............................................................................................................... 16

4. Dispositivos de drenagem para obras rodoviárias ........................................................ 17

4.1. Drenagem............................................................................................................... 17

4.2. Classificação de drenagens .................................................................................... 17

4.2.1. Drenagem superficial ......................................................................................... 17

4.2.2. Drenagem profunda ou subterrânea ................................................................... 17

4.3. Dispositivos de drenagem ...................................................................................... 18

4.3.1. Valas de infiltração ............................................................................................ 18

4.3.2. Sarjetas ............................................................................................................... 18

4.4. Pavimentos permeáveis ......................................................................................... 19

4.4.1. Tipos de pavimentos permeáveis ....................................................................... 19

4.4.1.1. Classificação segundo a composição ............................................................. 19

4.4.1.1.1. Pavimento de blocos de betão vazado ............................................................ 19

4.4.1.2. Classificação segundo infiltração ................................................................... 20

4.4.1.2.1. Pavimento com infiltração total ..................................................................... 20

4.4.1.2.2. Pavimento sem infiltração .............................................................................. 21

vii
4.4.1.2.3. Pavimento com infiltração parcial.................................................................. 22

Capitulo II: Metodologia do Trabalho ................................................................................. 23

5. Classificação de pesquisa .............................................................................................. 23

5.1. Quanto a natureza ...................................................................................................... 23

5.2. Quanto a abordagem.................................................................................................. 23

5.3. Quanto a procedimentos ............................................................................................ 23

5.4. Delimitação da pesquisa ............................................................................................ 24

5.5. Colheita das amostras ................................................................................................ 26

5.5.1. Solo ........................................................................................................................ 26

5.5.1.1. Análise da Curva granulométrica....................................................................... 26

5.5.1.2. Ensaio de limite Atterberg ................................................................................. 27

Capitulo III: Apresentação dos Resultados .......................................................................... 30

6. Resultados da análise granulométrica ........................................................................... 30

6.1. Curva granulométrica ................................................................................................ 31

6.2. Classificação do solo ................................................................................................. 31

7. Resultados de limite atterberg ....................................................................................... 34

8. Dados Recolhidos ......................................................................................................... 35

8.1. Curvas de níveis ........................................................................................................ 35

8.2. Cálculo dos desníveis ................................................................................................ 36

8.3. Dados do lençol freático ............................................................................................ 39

8.4. Cálculo da profundidade do lençol freático .............................................................. 40

8.5. Dados de precipitação ............................................................................................... 41

8.6. Cálculo da vazão do projecto .................................................................................... 41

8.6.1. Determinação da vazão do projecto....................................................................... 43

9. Dimensionamento de canais livres................................................................................ 46

9.1. Cálculo do canal ........................................................................................................ 47

9.2. Velocidades máximas e mínimas .............................................................................. 53

viii
9.3. Análise das degradações das vias .............................................................................. 54

9.4. Análise económica .................................................................................................... 55

Capitulo IV: Discussão dos resultados ................................................................................. 56

Capitulo V: Conclusão ......................................................................................................... 58

Capitulo VI: Recomendações ............................................................................................... 59

Capitulo VII: Referências Bibliográficas ............................................................................ 60

Anexos.................................................................................................................................. 63

ix
Índice de Tabelas
Tabela 1:Tabela dos resultados da Análise Granulométrica .................................................... 30
Tabela 2:Descrição dos códigos usados no sistema SUCS ...................................................... 32
Tabela 3: Tabela de SUCS ....................................................................................................... 33
Tabela 4: Tabela de HRB ......................................................................................................... 34
Tabela 5:Dados de furos do Infulene ....................................................................................... 40
Tabela 6:Precipitação total mensal .......................................................................................... 41
Tabela 7: Tabela da Secção Rectangular ................................................................................. 48
Tabela 8: Tabela da Secção Trapezoidal ................................................................................. 50
Tabela 9: Tabela da Secção Triangular .................................................................................... 52
Tabela 10:Valores de Coeficiente de Rugosidade ................................................................... 64
Tabela 11:Elementos Geométricos Diversos ........................................................................... 65
Tabela 12:Valores de C para várias superfícies, declividade e tempo de retorno ................... 66
Tabela 13:Velocidade mínima em função da água conduzida no canal .................................. 67
Tabela 14:Velocidade máxima em função do material da parede do canal ............................. 67
Tabela 15: Estabilidade dos lados ............................................................................................ 68

x
Índice de Figuras
Figura 1:Configuração da distribuição de tensões verticais no solo de fundação de um
pavimento flexível e rígido ........................................................................................................ 4
Figura 2: Esquema das camadas de um pavimento ................................................................... 5
Figura 3:Pavimento rígido - Secção típica ................................................................................. 6
Figura 4: Pavimento flexível – Secção típica ............................................................................ 6
Figura 5: Exsudação ................................................................................................................... 7
Figura 6: Subida de finos ........................................................................................................... 8
Figura 7:Desgaste....................................................................................................................... 9
Figura 8:Escorregamento ......................................................................................................... 10
Figura 9:Tipos de Trincas ........................................................................................................ 10
Figura 10: Trinca isolada longitudinal .................................................................................... 11
Figura 11: Trincas interligadas jacaré ...................................................................................... 11
Figura 12:Esquema (a) e fotografia do afundamento local (b) e por consolidação em trilha de
roda (c) ..................................................................................................................................... 12
Figura 13:Ondulações .............................................................................................................. 13
Figura 14:Panela ou buraco ..................................................................................................... 14
Figura 15: Remendo mal executado ........................................................................................ 14
Figura 16:Vala de infiltração ................................................................................................... 18
Figura 17: Sarjeta ..................................................................................................................... 19
Figura 18: Blocos Vazados ...................................................................................................... 20
Figura 19: Blocos de betão ...................................................................................................... 20
Figura 20: Infiltração total ....................................................................................................... 21
Figura 21: Pavimento sem infiltração ...................................................................................... 21
Figura 22: Infiltração parcial ................................................................................................... 22
Figura 23: Mapa de localização geral ...................................................................................... 25
Figura 24:Mapa da Descrição do Local de Estudo desenhado pelo Google Earth .................. 26
Figura 25:Curvas de níveis ...................................................................................................... 35
Figura 26: Pontos críticos ........................................................................................................ 36
Figura 27: Mapa de Declividades ou elevação ........................................................................ 36
Figura 28: Esquema de representação do desnível .................................................................. 37
Figura 29: Delimitação da bacia do infulene ........................................................................... 44
Figura 30: Secção rectangular .................................................................................................. 48
Figura 31: Secção transversal do canal rectangular ................................................................ 49
Figura 32: Secção aberta trapezoidal ....................................................................................... 50
Figura 33: Secção trapezoidal .................................................................................................. 51
Figura 34: Secção triangular ................................................................................................... 52
Figura 35:Secção Triangular .................................................................................................... 53
Figura 36: Degradações da rodovia ......................................................................................... 55

xi
Índice de anexos

Anexo 1:Preparação da balança e máquina de crivar para elaboração do ensaio .................... 63


Anexo 2: Preparação da amostra com a mão de borracha e peneiramento da amostra ........... 63
Anexo 4: Problemas causados pela degradação da via. Por exemplo congestionamento ....... 64

xii
1. Introdução
A presente pesquisa tem como objectivo abordar as degradações que se encontram na rodovia,
que tem gerados impactos negativos. Nesta pesquisa é feita uma abordagem das degradações
que se encontram nas diferentes literaturas associadas.

As vias de comunicação são elementos de extrema importância para que ocorra o


desenvolvimento socioeconómico de uma determinada região. Através da mobilidade de
mercadorias, sejam produtos de exportação ou importação, e da acessibilidade a todas as partes
de um território, os meios de transporte tornam se fundamentais a sociedade.

A reabilitação de pavimentos é de essencial importância na manutenção das infra-estruturas


rodoviárias existentes no país. No actual contexto macroeconómico o seu relevo é ainda mais
acentuado, pelo que o estudo da génese das patologias nestas infra-estruturas e respectiva
solução é devidamente contextualizado. O conhecimento dos processos responsáveis por estas
degradações que resulta dos estudos desenvolvidos a nível mundial é fundamental para a
obtenção da catalogação das mesmas. (Maia, 2012)

Na caracterização dos diferentes tipos de pavimento, de acordo com a sua estrutura: flexíveis,
rígidos e semi-rígidos, com vista à análise dos efeitos do tráfego, das condições atmosféricas,
e outros factores responsáveis pela degradação destas infra-estruturas, existe a necessidade de
reabilitação destas vias, proporcionando lhes, um aumento da vida útil.

2. Problema de pesquisa
Moçambique é um país vasto e pouco povoado, cuja principal actividade económica é a
agricultura. O transporte rodoviário é o principal modo de transporte e garante a movimentação
de cerca de 10% de cargas e 90% de passageiros e constitui o meio de acesso aos restantes
modos de transporte. Como consequência as estradas são infra-estruturas de transporte nas
quais se concentra na actualidade o principal esforço de investimentos do país. (ANE,
2018,Abril 30)

Os meios de transporte são elementos de extrema importância para que ocorra o


desenvolvimento socioeconómico de uma determinada região. Através da mobilidade de
mercadorias, sejam produtos de exportação ou importação, da acessibilidade a todas as partes
de um território, os meios de transporte tornam se fundamentais á sociedade.

1
As principais causas dos grandes danos em estradas em Moçambique são as obstruções das
passagens hidráulicas por sedimentos, erosões por falta de perfis horizontais e valas
longitudinais, falta de capacidade na vazão de perfis horizontais e valas, infra escavação de
encontros de pontes, galgamento de estradas, taludes sem protecção, empoçamento, saturação
dos solos, nível elevado da água subterrânea, excesso de carga, projecto de construção
deficiente. (Drenagem de estradas, 2018)

Tendo muitas infra-estruturas rodoviárias degradadas e com a situação económica actual que
impossibilita novos projectos no âmbito rodoviário, a manutenção e a reabilitação das vias
existentes assume um papel determinante.

Com base na problemática apresentada acima, levanta-se a seguinte questão:

Qual é a causa de aparecimento de degradações de forma frequente na Avenida 4 de Outubro?

2.1. Hipótese

a. A norma do traçado JAE foi seguida correctamente seguindo princípios básicos,


métodos e valores limite e de referência para o projecto de estradas.

b. A norma do traçado JAE não foi seguida correctamente seguindo princípios básicos,
métodos e valores limite e de referência para o projecto de estradas.

2.2. Objectivos
2.2.1. Gerais
 Analisar o pavimento da rodovia Avenida 4 de Outubro, Cidade da Matola no troço da
EDM-Piquete á paragem da Zona Verde.

2.2.2. Específicos
 Identificar as principais degradações do pavimento desta rodovia;
 Investigar as causas dos problemas apontados em campo;
 Propor possíveis soluções ou estratégias a serem empregadas para minimização ou
eliminação das patologias;

2
2.3. Justificativa

O presente tema é de extrema importância pois contribui principalmente na melhoria das


condições de vida dos utentes da via. Este surgiu no âmbito das constatações feitas sobre varias
conotações na rodovia que tem sofrido degradações fora do comum, sendo que esta via é
bastante usada pelos utentes de vários bairros para o acesso a Cidade de Maputo e a Cidade da
Matola.

O estado de conservação da rede de estradas em grande medida, reflexo das guerras que
afectaram o País, tem impacto extenso e profundo nas demais actividades socioeconómicas,
cujo desenvolvimento deve tomar em consideração a política de estradas, para que não sejam
afectadas por problemas de transporte rodoviário. (ANE, 2018,Abril 30)

Assim, economicamente abrem-se novos horizontes para o desenvolvimento, pela circulação


rápida de produtos, possibilitando a exploração de regiões até então abandonadas. A ligação de
polos potencialmente ricos através de estradas permite a consolidação da economia regional.
O turismo actualmente exige rodovias bem estruturadas, que façam fluir o tráfego, evitando
acidentes, perda de tempo em filas e trânsito lento.

Ao nível académico esta pesquisa irá despertar mais interesse sobre as degradações das
rodovias moçambicanas e consequentemente criação de métodos eficazes para a minimização.

Social e política, pode-se dizer que a abertura de novas estradas possibilita o alargamento das
fronteiras internas formando novos aglomerados humanos que, futuramente, transformar-se-ão
em cidades que constituirão as células do desenvolvimento nacional.

Este estudo trará um impacto positivo para a comunidade facilitando a circulação dos utentes,
assim como facilita a escoação das populações vizinhas. Sendo que com a estrada degradada
os utentes são obrigados a usar a via Avenida de Moçambique que lhes cria mais problemas
pois esta é uma via com muito tráfego.

3
Capitulo I: Revisão da Literatura

3. Definição do Pavimento
“É uma estrutura não perene, composta por camadas sobrepostas de diferentes materiais
compactados, adequada para atender estrutural e operacionalmente ao tráfego, de maneira
durável e ao custo mínimo possível, considerando diferentes horizontes para serviços de
manutenção preventiva, correctiva e de reabilitação obrigatórios”. (Balbo, 2007)

“É designada por pavimento a estrutura construída sobre a terraplenagem de um terreno, que


suporta as cargas provenientes do tráfego, redistribui essas cargas para a infra-estrutura e
proporciona as condições satisfatórias de conforto, economia e segurança a quem utiliza a
estrutura.” (Almeida, 1986)

Figura 1:Configuração da distribuição de tensões verticais no solo de fundação de um


pavimento flexível e rígido

Fonte: (Pinto, 2003)

3.1. Camadas constituintes de um pavimento


De acordo com (Balbo, 2007), “Cada camada do pavimento possui uma ou mais funções
especificas, que devem proporcionar aos veículos, em qualquer acção, climática, condições
adequadas de rolamento e suporte”.

4
“Camada de material construída em cima da sub-base, ou na ausência desta, sobre o leito do
pavimento (camada de material seleccionado). A base pode estender-se para além da faixa de
rodagem”. (SATCC, 1998)

Figura 2: Esquema das camadas de um pavimento

Fonte: (Faleiros, 2005)

3.2. Caracterização dos pavimentos


O pavimento pode ser classificado e caracterizado de acordo com sua constituição principal,
sejam constituídos com cimento Portland, sejam constituídos à base de ligantes betuminosos.

Quanto a classificação do pavimento rodoviário, (Bernucci, 2006) divide-o em dois tipos


básicos: rígidos e flexíveis.

3.3. Pavimento rígido


“Os pavimentos rígidos são constituídos basicamente por três camadas revestimento, base e
subleito. A existência da placa de concreto praticamente absorve toda a solicitação,
distribuindo-a em uma grande área. Ao chegar ao subleito, terreno em que se assenta o
pavimento, seja ele resultante de corte ou aterro, a carga encontra-se suficientemente
amortecida”. (Horonjeff, 1966)

“Os pavimentos de betão cimento são aqueles em que o revestimento é uma placa de betão em
cimento Portland, com a espessura fixada em função da resistência a flexão das placas e das
resistências das camadas subjacentes”. (BERNUCCI, 2008)

5
“O pavimento rígido é, aquele que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação as
camadas inferiores, absorvendo praticamente todo carregamento imposto a estrutura”. (DNIT,
2006)

Figura 3:Pavimento rígido - Secção típica

Fonte: (Balbo, 2007)

3.4. Pavimento flexível


“O pavimento flexível possui várias camadas de suporte, as quais devem ser executadas em
conformidade com as normas e mantendo o grau de compactação de projecto”. (Júnior, 2014).

“A estrutura de um pavimento flexível pode ser descrita como um revestimento betuminoso


apoiado sobre uma base granular ou de solo estabilizado mecanicamente”. (Medina, 1997).

Figura 4: Pavimento flexível – Secção típica

Fonte: (Balbo, 2007)

6
3.5. Defeitos funcionais
A cada tipo de defeito são associadas algumas causas prováveis para seu aparecimento na
superfície.

Segundo (Bernucci, 2006) “O importante a ser ressaltado é que o diagnóstico da situação geral,
envolvendo a compressão das causas dos defeitos é a etapa mais importante do levantamento
da condição funcional para fins de projecto de restauração ou de gerência de manutenção”.

3.5.1.1.1. Exsudação de asfalto


“Exsudação do asfalto é a formação de película de material betuminoso na superfície,
reduzindo sua aderência. É causado pela migração do ligante através do revestimento. Pode ser
ocasionado pelo excesso de ligantes ou baixo índice de vazios do revestimento”. (DNIT D. N.,
2003)

Figura 5: Exsudação

Fonte: (Bernucci L. B., 2008)

 Causas prováveis – falhas de dosagem provocando excesso de ligante em alguns pontos


ou de maneira generalizada; pode ocorrer por segregação de massa, com concentração
de ligante em alguns pontos e falta em outros; ou ainda por cravamento de agregados
em base e ascensão de ligante:

3.5.1.1.2. Subida de finos


“A subida de finos ocorre quando da movimentação de materiais constituintes das camadas.
Ocorre quando, na presença de água oriunda de problemas de drenagem e infiltração, são
expulsos do interior do pavimento através de fendas. A expulsão dessa água ocorre pelos
veículos que exercem compressão no momento da sua passagem na rodovia”. (Pinto, 2003)

7
Figura 6: Subida de finos

Fonte: (Pinto, 2003)

 Causas prováveis – subida á superfície por meio de fendas de material fino devido á
presença de água sob pressão causada pela acção do trafego e rapidamente aliviada após
solicitação provocando a ascensão dos finos.

3.5.1.1.3. Desgaste
“O desgaste ou ainda desagregação decorre do desprendimento de agregados da superfície ou
ainda da perda de mástique junto aos agregados e é caracterizado por esforços tangenciais o
que ocasiona arrancamento progressivo do ligante e do agregado do pavimento, o tornado mais
áspero”. (Bernucci L. B., 2008)

8
Figura 7:Desgaste

Fonte: (Bernucci L. B., 2008)

 Causas prováveis – falhas de adesividade ligante – agregado; presença de água


aprisionada e sobre pressão em vazios da camada de revestimento gerando
deslocamento de ligante; problemas de dosagem – deficiência no teor de ligante; falhas
de bico em tratamentos superficiais; problemas executivos ou de projecto de misturas
– segregação de massa específica.

3.5.1.1.4. Escorregamento do revestimento betuminoso


“Caracteriza-se pelo deslocamento horizontal do revestimento causado por frenagem e
aceleração dos veículos, produzindo ondulações em forma de meia-lua. Essa patologia se
estabelece no pavimento devido à má compactação das camadas superiores juntamente com
aumento da temperatura da superfície do pavimento, e alto índice de fluxo de tráfego”.
(Bernucci L. B., 2008)

“Os veículos são os responsáveis por sua formação quando causam deslizamento ou a
deformação da massa asfáltica na área de frenagem”. (SILVA, 2008)

9
Figura 8:Escorregamento

Fonte: (Bernucci L. B., 2008)

 Casas prováveis – escorregamento do revestimento asfáltico por falhas construtivas e


de pintura de ligação.

3.5.1.1.5. Fendas ou fendilhamento: fissura e trinca


“As fendas são aberturas na superfície asfáltica e podem ser classificadas como fissuras,
quando a abertura é perceptível a olho nu apenas à distância inferior a 1,5m, ou como trincas,
quando a abertura é superior à da fissura”. (Bernucci L. B., 2008)

Figura 9:Tipos de Trincas

Fonte: (DNIT D. N., 2003)

10
Figura 10: Trinca isolada longitudinal

Fonte: (Bernucci, 2006)

 Causas prováveis – falham na execução, na temperatura de compactação ou mesmo na


dosagem a mistura asfáltica. Envelhecimento de ligante asfáltico.

Figura 11: Trincas interligadas jacaré

Fonte: (DNIT D. N., 2003)

 Causas prováveis – várias causas podem gerar o tricamento jacaré, entre elas: acção da
repetição de cargas do trafego; acção climática – gradientes térmicos; envelhecimento
do ligante e perda de flexibilidade seja pelo tempo de exposição seja pelo excesso de
temperatura na usinagem; compactação deficiente do revestimento; deficiência no teor

11
de ligante asfáltico; sub – dimensionamento; rigidez excessiva do revestimento em
estrutura com elevada deflexão; reflexão de trincas de mesma natureza; recalques
diferencias; entre outros. As trincas ´´ couro de jacaré´´ representam o estágio actual
avançado de fadiga.

3.5.1.1.6. Afundamento
Segundo (SILVA, 2008), “pode ser do tipo afundamento plástico ou de consolidação. O
primeiro ocorre por causa das deformações plásticas das camadas do pavimento e apresentam
também elevações que contornam o afundamento. Quando possuem até 6 metros de extensão,
são ditos de plástico local, mas se maiores, são ditos de plástico da trilha. O do tipo
consolidação existe pelo fato de a consolidação diferencial ocorrer em camadas do pavimento
e/ou do subleito. Quando tem até 6 metros de extensão, são chamados de consolidação local;
quando maiores que 6 metros, consolidação na trilha”.

Segundo (DNIT D. N., 2003), “afundamento é a deformação permanente caracterizada por


depressa da superfície do pavimento podendo apresentar – se sob a forma de afundamento
plástico ou de consolidação”.

 Plástico – afundamento causado pela fluência plástica de uma ou mais camadas do


pavimento ou do subleito.
 Consolidação – é causada pela consolidação diferencial de uma ou mais camadas do
pavimento ou subleito

Figura 12:Esquema (a) e fotografia do afundamento local (b) e por consolidação em trilha de
roda (c)

Fonte: (Bernucci, 2006) (SILVA, 2008)

 Causas prováveis – problemas ou deficiências construtivas, falhas de compactação,


presença de solo ´´ borrachudo’’, problemas de drenagem; rupturas por cisalhamento
localizadas.

12
3.5.1.1.7. Corrugações ou ondulações
De acordo com (SILVA, 2008), “isso se deve à base instável resultante de má execução e à
baixa resistência da massa asfáltica, resultando excesso de asfalto ou finos. Esta patologia está
associada às tensões cisalhantes horizontais que se formam em áreas submetidas à aceleração
dos veículos”.

“As corrugações são deformações transversais ao eixo da pista, em geral compensatórias, com
depressões intercaladas de elevações, com comprimento de onda entre duas cristas de alguns
centímetros ou dezenas de centímetros”. (Bernucci L. B., 2008)

Figura 13:Ondulações

Fonte: (Bernucci L. B., 2008)

 Causas prováveis – as corrugações são ondulações transversais ao eixo da via, devido


á má execução (base instável), excesso de asfalto (baixa resistência da massa asfáltica)
ou finos. As corrugações estão associadas às tensões cisalhantes horizontais geradas
pelos veículos em áreas submetidas á aceleração ou frenagem, estes são comuns em
subidas, rampas, curvas e intersecções.

3.5.1.1.8. Panela ou buraco


“É a cavidade que se forma no revestimento por diversas causas (inclusive por falta de
aderência entre camadas superpostas, causando separação das camadas) podendo alcançar as
camadas inferiores do pavimento, provocando a desagregação dessas camadas”. (DNIT D. N.,
2003)

13
Figura 14:Panela ou buraco

Fonte: (DNIT D. N., 2003)

3.5.1.1.9. Remendo
“É a panela preenchida com uma ou mais camadas de pavimento na operação denominada de
tapa – buraco”. (DNIT D. N., 2003)

Figura 15: Remendo mal executado

Fonte: (Bernucci, 2006)

 Causas prováveis – preenchimento de depressões ou panelas com massa asfáltica;


apesar de ser uma actividade de conservação é considerado um defeito por apontar um
local de fragilidade do revestimento e por provocar danos ao conforto ao rolamento.

14
A detioração de um pavimento por fadiga caracteriza se pelo rompimento da camada de betão
asfáltico quando esta é solicitada continuamente por cargas que provocam tensões menores do
que a resistência á tracção do revestimento. (Albano, 2005)

3.6. Materias usados nos pavimentos rodoviários


Os materiais utilizados na pavimentação podem variar conforme o tipo de pavimento ou tipo
de camadas necessárias em cada obra.

3.6.1. Brita Graduada Simples


“É um material bem graduado com diâmetro nominal máximo de 38mm, porém é mais usual
com diâmetros nominais menores, mais possui poucos finos passantes na peneira #200.
Geralmente apresenta índice de suporte Califórnia (CBR) maior que 60% e expansão nula ou
muito baixa. A distribuição do material deverá ser realizada preferencialmente com vibro
acabadora e ser compactada logo após o espalhamento do material na pista”. (ODA, 2016)

“Mistura em usina, de produtos de britagem de rocha sã que, nas proporções adequadas, resulta
no enquadramento em uma faixa granulométrica contínua que, correctamente compactada,
resulta em um produto final com propriedades adequadas de estabilidade e durabilidade”.
(DNIT, 2009)

3.6.2. Macadame Hidráulico


“É composto por agregado graúdo, agregado miúdo e água. Foi um material muito utilizado
antigamente, antes do aparecimento da BGS, ainda é utilizado em locais que não apresentam
usinas de BGS. Primeiramente o agregado graúdo é distribuído na pista, devendo ser
compactado. Após a realização dessa etapa, deverá ser adicionado o agregado miúdo que irá se
localizar nos vazios existentes entre os agregados graúdos. Por fim, para preencher qualquer
outro vazio são adicionados os agregados finos e a água que irão se alojar nos vazios e formar
uma estrutura firme da camada” (ODA, 2016).

“Camada de pavimento constituída por uma ou mais camadas de agregados graúdos com
diâmetro variável de 3 ½ pol a 1/2 pol (88,9 mm a 12,7 mm), compactadas, com as partículas
firmemente entrosadas umas às outras, e os vazios preenchidos por material de enchimento,
com ajuda lubrificante da água”. (DNIT, 2009)

15
3.6.3. Macadame Seco
“É similar ao macadame hidráulico, porém a diferença é que nesse caso não há presença de
água para realizar o preenchimento dos vazios na camada” (ODA, 2016)

“É a camada granular composta por agregados graúdos naturais ou britados, preenchidos a seco
por agregados miúdos, cuja estabilidade é obtida pela acção mecânica energética de
compactação”. (DER\PR, 2005)

3.6.4. Solo Agregado


“Composto por agregados, solo e água. Esses materiais podem ser misturados em usinas e são
aplicados directamente no solo e compactados posteriormente por rolo liso ou pé de carneiro”
(ODA, 2016).

“As partículas individuais constituintes das fracções areia, silte e argila se encontram ligadas
umas às outras, pela acção de agentes cimentantes e de forças de coesão e adesão que se
estabelecem nas interfaces entre as partículas e entre as partículas e substâncias presentes no
meio”. (Cooper, 2018, Abril, 29)

3.6.5. Rachão
“O rachão é um material mais bruto e utilizado em camadas onde há a necessidade de aumentar
a resistência, basicamente são pedregulhos de grandes dimensões que são aplicados no solo
sem que sejam compactados. Normalmente utilizado para reforço do subleito ou sub-base”
(ODA, 2016).

“Camada final de terraplenagem executada com pedras provenientes do britador primário,


mecanicamente espalhada e comprimida, sobre a qual será espalhado pó de pedra ou areia
vibrados até preencher os vazios, alcançando-se o imbricamento do material pétreo. A camada
inferior do rachão deverá ser constituída de material drenante de espessura mínima de 0,05m”.
(Ecivil, 2018)

3.6.6. Asfalto
Asfalto é um material betuminoso, escuro, de estrutura sólida, sendo resíduo da destilação a
vácuo do petróleo bruto. (Ecivil, 2019)

3.6.7. Betume
Betume pode referir-se a uma mistura natural de vários líquidos orgânicos, também chamado
betume bruto, ou um resíduo, originando no processo de destilação de carvão ou de petróleo,
chamado betume refinado. É um produto de cor castanho-negro, extremamente viscoso, sendo

16
um material de tipo alcatrão que era o produto do óleo utilizado devido às suas propriedades
adesivas e coesivas. Seu uso contemporâneo está na pavimentação de estradas. (Civil, 2019)

4. Dispositivos de drenagem para obras rodoviárias


4.1. Drenagem
Segundo (Ratton & Blasi, 2007) drenagem consiste no controle das águas a fim de se evitar
danos à estrada construída. Efectua-se este controle por meio da interceptação, captação,
condução e desagúe em local adequado das águas que:

 Existem no subleito;
 Penetrem por infiltração no pavimento;
 Precipitem-se sobre o corpo da estrada;
 Cheguem ao corpo da estrada provenientes de áreas adjacentes;
 Cheguem através dos talvegues aos aterros.

4.2. Classificação de drenagens


4.2.1. Drenagem superficial
“O sistema de drenagem superficial tem por objectivo a captação ou interceptação e remoção
das águas precipitadas, sobre as estradas e áreas adjacentes, que escoam superficialmente. A
água superficial é a água que resta de uma chuva após serem deduzidas as perdas por
evaporação e por infiltração. As águas superficiais devem ser removidas ou conduzidas para
fora do corpo da estrada, ou para locais apropriados de desagúe seguro, para evitar a sua
acumulação na estrada, bem como visando proporcionar estabilidade aos maciços de terra que
constituem a infra-estrutura e não causar erosão nos terrenos marginais”. (Ratton & Blasi,
2007)

4.2.2. Drenagem profunda ou subterrânea


“O sistema de drenagem profunda objectiva interceptar fluxos das águas subterrâneas e
rebaixar o lençol freático, em cortes em solo ou rocha, captando e escoando as águas, de forma
a impedir a deterioração progressiva do suporte das camadas dos terraplenos e pavimentos. Os
drenos variam conforme seus elementos constituintes bem como suas classificações”. (Ratton
& Blasi, 2007)

17
4.3. Dispositivos de drenagem
4.3.1. Valas de infiltração
“As valas de infiltração são técnicas compensatórias mais antigas, sendo inicialmente utlizadas
ao longo de ruas, rodovias e estradas rurais, com a finalidade de transportar a vazão afluente
ao mesmo tempo em que facilitam a sua infiltração”. (Pinto L. , 2011)

Figura 16:Vala de infiltração

Fonte: (Pinto L. , 2011)

Vantagens

 Eficiência na diminuição dos picos de cheias, com o aumento no empo de concentração


em consequência da baixa velocidade;
 Recarga do lençol freático;
 Integram a paisagem urbanística
 Eficiência na retirada de poluentes do escoamento superficial.

Desvantagens

 Não deve ser implantada em terrenos íngremes ou onde o lençol freático estiver a menos
de 1,20m abaixo do fundo da vala;
 Necessidade de manutenção periódica, do contrario, seu funcionamento será
prejudicado;
 Facilitam o acumulo de lixo.

4.3.2. Sarjetas
“Dispositivos de drenagem longitudinal construídos lateralmente ás pistas de rolamento e ás
plataformas dos escalamentos destinados a interceptar os deflúvios, que escoando pelo talude
ou terrenos marginais podem comprometer a estabilidade dos taludes, a integridade dos

18
pavimentos e a segurança do trafego e geralmente tem, por razões de segurança, a forma
triangular ou rectangular”. (DNIT, 2004)

Figura 17: Sarjeta

Fonte: (Google, 2018)

4.4. Pavimentos permeáveis


“Pavimentos permeáveis são definidos como sendo aqueles que possuem espaços livres em sua
estrutura por onde a água pode escoar, podendo infiltrar no solo ou ser transportada através de
sistema auxiliar de drenagem. Este tipo de pavimento busca reduzir o volume de água referente
ao escoamento superficial e, por consequência, reduzir a solicitação do sistema de drenagem
urbana e a probabilidade de enchentes. Como efeitos complementares, tem-se a melhora da
qualidade de água infiltrada por carrear menor quantidade de poluição difusa e a contribuição
para a recarga”. (Filho & Martins, 2014)

4.4.1. Tipos de pavimentos permeáveis


4.4.1.1. Classificação segundo a composição
4.4.1.1.1. Pavimento de blocos de betão vazado
“Os blocos de concreto vazado são assentados sobre material granular, como areia, e
preenchidos com vegetação rasteira, como grama. Filtros geotêxtis, as serem colocados sob a
camada de areia, são importantes para prevenir o carreamento de areia fina para as camadas
granulares inferiores”. (Filho & Martins, 2014)

19
Figura 18: Blocos Vazados

Fonte: (Filho & Martins, 2014)

4.4.1.1.2. Pavimento de blocos de betão

“Os blocos interligados de betão também possuem permeabilidade, cuja magnitude depende
da permeabilidade do concreto do bloco em si e da granulometria do material de assentamento
e das juntas (granulometrias mais abertas favorecendo a infiltração). Contudo, a
permeabilidade desse tipo de pavimento, que já é menor que a dos demais tipos de pavimento
permeável, diminui com o tempo (ou seja, com a passagem de tráfego) e chega a metade do
valor original após apenas cinco anos de vida em média”. (Madrid, 2010)

Figura 19: Blocos de betão


Fonte: (Autor, 2018)

4.4.1.2. Classificação segundo infiltração


4.4.1.2.1. Pavimento com infiltração total
“Todo o volume colectado infiltra no solo. Pavimento implantado quando o solo do subleito
apresenta alta permeabilidade ou o nível do lençol freático for suficientemente baixo”. (Filho
& Martins, 2014)

20
Figura 20: Infiltração total

Fonte: (Filho & Martins, 2014)

4.4.1.2.2. Pavimento sem infiltração


“Todo o volume colectado é colectado por sistema de drenagem com drenos (tubos) perfurados
e espaçados de 3 a 8 m para a condução da água à rede de drenagem. Condição quando solo da
subleito apresenta baixa permeabilidade ou o nível do lençol freático encontra-se elevado”.
(Filho & Martins, 2014)

Figura 21: Pavimento sem infiltração

Fonte: (Filho & Martins, 2014)

21
4.4.1.2.3. Pavimento com infiltração parcial
“Situação intermediária das condições de solo ou do lençol freático, permitindo infiltração
parcial (apesar da necessidade de sistema de colecta por dreno)”. (Filho & Martins, 2014)

Figura 22: Infiltração parcial

Fonte: (Filho & Martins, 2014)

22
Capitulo II: Metodologia do Trabalho
Para o presente trabalho recorreu-se á vários métodos e técnicas.

5. Classificação de pesquisa
5.1. Quanto a natureza
 Aplicada
“Caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados,
imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade”. (Lakato & all, 2008)

Espera –se que os resultados da análise da rodovia Avenida 4 de Outubro sejam aplicados no
melhoramento da estrada.

5.2. Quanto a abordagem


 Pesquisa quantitativa
“Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de
regressão, etc.)”. (Silva, 2005)

Para a realização da pesquisa quantitativa houve a recolha de dados de precipitação fornecidos


pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e recolha de dados da profundidade dos
lençóis freáticos do distrito de Infulene fornecidos pela Direcção Nacional de Águas (DNA).

5.3. Quanto a procedimentos


 Pesquisa bibliografia
“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de
fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas
bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das
diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas”. (GIL A. C., 1991)

Nesta etapa foram usados vários tipos de livros, normas e trabalhos de licenciatura.

23
 Pesquisa experimental
“De modo geral, o experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica.
Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em determinar um objecto de estudo,
seleccionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de
observação dos efeitos que a variável produz no objecto”. (GIL A. C., 1991)

Nesta fase para melhor estudo do objecto, recorreu-se a análise dos dados de precipitação
fornecidos pelo INAM, dados do lençol freático fornecidos pela DNA, análise do solo da área
da rodovia e dados de cota nível fornecidos pelo programa Global Mapper 20.

5.4. Delimitação da pesquisa


a) Temporal
“Isto é, o período em que o fenómeno a ser estudado será circunscrito. Podemos definir a
realização da pesquisa situando nosso objecto no tempo presente, ou recuar no tempo,
procurando evidenciar a série histórica de um determinado fenómeno”. (GIL A. , 2009 )

O estudo foi realizado no período de 2017 a 2018.

b) Espacial
“Um primeiro critério é o espacial. Por ser a pesquisa social eminentemente empírica, é preciso
delimitar o local onde o fenómeno em estudo ocorre. Um estudo que trate da violência urbana,
por exemplo, pode comportar diversos recortes espaciais (um município, uma área
metropolitana, uma região, etc.). Certo é que o parâmetro espacial escolhido implicará no
resultado dos dados obtidos e nas conclusões do estudo”. (GIL A. , 2009 )

A avenida 4 de outubro esta localizada no distrito de Infulene, Município da Matola, província


de Maputo.

24
Figura 23: Mapa de localização geral
Fonte: ArcGIS 10.3.1

25
Figura 24:Mapa da Descrição do Local de Estudo desenhado pelo Google Earth
Fonte: Google Earth 2019

5.5. Colheita das amostras


5.5.1. Solo
Para a elaboração do ensaio foi necessário a recolha de uma amostra no local da implantação
da rodovia.
5.5.1.1. Análise da Curva granulométrica
Para tornar possível a elaboração deste ensaio, recorreu se ao laboratório da Universidade
Wutivi Unitiva seguindo a norma LNEC E 233.

Granulometria: é a distribuição, em percentagem, dos diversos tamanhos de grãos. É a


determinação das dimensões das partículas do agregado e de suas respectivas percentagens de
ocorrência.

26
 Objectivo

Análise da curva granulométrica tem como objectivo conhecer a distribuição granulométrica


do agregado e representa-la através de uma curva. Possibilitando assim, a determinação de suas
características físicas.

 Instrumentos e utensílios

Para a elaboração desde ensaio foram usados os seguintes instrumentos e utensílios:

 Série de peneiros ASTM de malha quadrada;


 Almofariz com mão de borracha;
 Balança para pesagem com margem de erro de 1g;
 Balança para pesagem com margem de erro de 0,10g;
 Repartidores.

 Procedimentos

Seguindo a norma LNEC E 233.

Tara-se a balança e pesam-se inicialmente 500g da amostra e passa-se as 500g pelo


esquartejador (almofariz) para desfazer os torrões.

Das 500g, separam-se 100g que são posteriormente usadas para se fazer a peneiração.

Passa-se a amostra pela série de peneiros e coloca-se no agitador mecânico (vibrador) durante
3 minutos.

Retiramos a amostra retida em cada peneiro, colocamos em repartidores (recipientes) e


pesamos na balança de margem de erro de 0,01g.

5.5.1.2. Ensaio de limite Atterberg


O ensaio foi realizado no laboratório da Universidade Wutivi Unitiva seguindo a norma LNEC
NP 143.

Limite de liquidez: é o teor de água correspondente a 25 pancadas obtido por interpolação


numa curva que relaciona o teor de água de cada um de 4 provetes da amostra com o número
de pancadas para o qual os bordos inferiores de um sulco aberto de um provete se unem uma
extensão de 1cm, quando o ensaio é feito na concha de casa grande.

27
 Objectivo

O ensaio de Limite de Liquidez tem como objectivo verificar a humidade abaixo da qual o solo
se comporta como material plástico, e a humidade de transição entre os estados liquido e
plástico do solo ou até que ponto o solo pode conter a água.

 Aparelhos e utensílios
 Concha de Casa-grande;
 Riscador;
 Estufa de secagem capaz de manter 110º - 115ºC
 Almofariz com mão de borracha ou de outro material macio;
 Peneiro de malha de quadrada de 420µ (peneiro nº 40 da ASTM);
 Cápsula de porcelana ou recipiente de vidro com cerca de 10cm de diâmetro;
 Espátula para preparar a pasta do solo com água destilada;
 Repartidores.

 Procedimentos

Seguindo a norma LNEC NP 143.

Tara-se a balança e pesam-se 500g iniciais da amostra, que se pisam no almofariz com mão de
borracha com objectivo de desfazer os torrões;

Passam-se posteriormente as 500g pelo peneiro e do material retido no peneiro separam-se


100g que se amassa com água destilada até formar uma pasta homogenia e consistente;

Depois de verificar se a Concha de Casa-grande esta limpa, calibramos (regulamos a altura da


queda) a concha e colocamos nela 1/3 da amostra com a superfície nivelada com espessura
máxima de 1cm.

Passamos a seguir o riscador ao meio da massa que esta sobre a concha, fizemos 10 pancadas
inicialmente e retiramos com a ponta da espátula uma amostra considerável da zona do sulco
em que se deu a união.

Continuamos com o procedimento a seguir acrescentando arreia em pequenas quantidades,


com 20 pancadas, a posteriori 30 e terminamos com 40 pancadas respectivamente.

28
Depois disto, passamos as amostras na balança para retirar o seu peso e levamos as amostras a
estufa onde permanecem lá 24h. Por fim, retiramo-las e voltamos a pesar.

29
Capitulo III: Apresentação dos Resultados

6. Resultados da análise granulométrica

Após se pesar o material retido em cada peneiro, preenche-se a tabela abaixo, fazendo o uso de
fórmulas para calcular as massas acumuladas, as massas passantes, a percentagem passante, e
a percentagem que passa.

 Cálculo da percentagem retida (% retida)


Formula: %retida = (peso retido/ peso da amostra) *100

 Cálculo da percentagem passada (% passada)


Formula: %passada = Percentagem passada– percentagem retida

Tabela 1:Tabela dos resultados da Análise Granulométrica

# Peneiros Massa Massa Massa %Passante %que


(mm) retida (g) acumulada passante passa
1 4.75 1.52 1.52 98.48 1.52 98.48
2 3.35 0.35 1.87 98.13 1.87 98.13
3 2.0 0.46 2.33 97.67 2.33 97.67
4 1.18 0.88 3.21 96.76 3.21 96.76
5 600 2.38 5.59 94.41 5.59 94.41
6 425 4.69 10.28 89.72 10.28 89.72
7 300 13.66 23.94 76.06 23.94 76.06
8 250 13.82 37.76 62.24 37.76 62.24
9 150 53.49 91.25 8.75 91.25 8.75
10 75 8.03 99.28 0.72 99.28 0.72
11 Base seca 0.71 99.99 0.01 99.99 0.01
Fonte: (Autor 2018)

30
6.1. Curva granulométrica

Curva granulométrica é um gráfico resultante do ensaio tecnológico de peneiramento do solo,


onde são depositados diversos formatos de grãos de certa amostra em peneiras que sofrem
vibração, transferindo as partículas de peneira em peneira, de acordo com a abertura da malha
destas.

Gráfico 1:Curva granulométrica


Fonte: (Autor 2018)

6.2. Classificação do solo


 Classificação SUCS

O Sistema Unificado de classificação de solos foi criado pelo Engenheiro Arthur Casagrande
para aplicação em obras de aeroportos, contudo seu emprego foi generalizado sendo muito
utilizado actualmente pelos engenheiros geotécnicos, principalmente em barragens de terra.

No sistema unificado os tipos de solos são representados pelo conjunto de duas letras conforme
a tabela 2. A primeira letra indica o tipo principal e a segunda a descrição complementar.

31
Tabela 2:Descrição dos códigos usados no sistema SUCS
Código Descrição
G Cascalho ou Seixo
S Areia
M Silte
C Argila
O Solo Orgânico
W Bem Graduado
P Mal Graduado
H Alta compressibilidade
L Baixa Compressibilidade
Pt Turfas
Fonte: (Player, 2019)

Formulas necessárias

𝑫𝟔𝟎
𝑪𝒖 =
𝑫𝟏𝟎

(𝑫𝟑𝟎)𝟐
𝑪𝒄 =
𝑫𝟏𝟎 . 𝑫𝟔𝟎

Onde:

Cu- Coeficiente de uniformidade: Pode ser encontrado pela curva de distribuição


granulométrica, sendo definido pela razão entre o diâmetro que 60% do material passa no
peneiramento e o diâmetro efectivo.

Cc-Coeficiente de curvatura: Utilizado na identificação de descontinuidades na distribuição


granulométrica.

D10- Diâmetro efectivo: É o ponto característico da curva granulométrica para medir a finura
do solo, que corresponde ao ponto de 10%, tal que 10% das partículas do solo possuem
diâmetro inferiores a ele.

32
Dados
#P200= 0.72% - mais de 50% de material retido logo – Solo Granular

#P4= 98.48% - mais de 50% passam na peneira logo – Areia (S)

D60 = 0.25

D10 = 0.150

D30 = 0.170

𝑫𝟔𝟎 𝟎. 𝟐𝟓
𝑪𝒖 = = = 𝟏. 𝟔𝟕
𝑫𝟏𝟎 𝟎. 𝟏𝟓𝟎

(𝑫𝟑𝟎)𝟐 (𝟎. 𝟏𝟕𝟎)𝟐


𝑪𝒄 = = = 𝟎. 𝟕𝟕
𝑫𝟏𝟎 . 𝑫𝟔𝟎 𝟎. 𝟏𝟓𝟎 . 𝟎. 𝟐𝟓

Como:

Cu <6 e 1> Cc> 3 — o nosso solo é areia mal graduada (SP)

Usando a tabela seguinte teremos:

Tabela 3: Tabela de SUCS

Fonte: (Player, 2019)

33
 Classificação Rodoviário HRB

O Sistema Rodoviário de Classificação é um sistema de classificação de solos, baseado na


granulometria e nos limites de consistência do material. É bastante empregado em todo o
mundo pela engenharia rodoviária tendo sido originado nos Estados Unidos.

Dados

#P200 (0.075mm) = 0.72% - 35# ou menos passando – Solo Granular

#P4 (4.75mm) = 98.48%

#P10 (2.0mm) = 97.67%

#P40 (0.42mm) = 89.82%

Usando a tabela vamos classificar o nosso solo, teremos A-3

Tabela 4: Tabela de HRB

Fonte: (Sondagens e Investigações, 2019)

7. Resultados de limite atterberg


Depois de análises feitas verificou se o que o solo não segue os parâmetros do ensaio logo o
solo não é plástico. Quando o solo não é plástico recorre-se ao ensaio granulométrico apenas.

34
8. Dados Recolhidos
8.1. Curvas de níveis

Uma curva de nível refere-se a curvas altimétricas ou linhas isoípsas (ligam pontos de mesma
altitude), essa é a mais eficiente maneira de representar as irregularidades da superfície terrestre
(relevo).

Figura 25:Curvas de níveis


Fonte: Global Mapper 20 (Satélite Aster GDEM)

35
8.2. Cálculo dos desníveis

Figura 26: Pontos críticos


Fonte: Google Earth 2019

Figura 27: Mapa de Declividades ou elevação


Fonte: Google Earth 2019

36
Fórmulas necessárias
 Desnível

𝐝𝐡
𝐃=
𝐝𝐇

Onde:

𝐝𝐡 − Diferença de altura BC
𝐝𝐇 − Diferença horizontal BC

Figura 28: Esquema de representação do desnível


Fonte: (Autor 2018)

 Escala

𝐝
𝐄=
𝐃

onde:

𝐄 − Escala do mapa
𝐝 − Distância do mapa na folha em cm
𝐃 − Distância real do desenho em m

 1º ponto:

Dados:

Ponto A = 50 m

Ponto B = 40 m

dH = 1,5 cm

37
Escala: 1/10 000

Fórmula/ resolução

1º Passo: Ajustar a escala

𝐝
𝐄=
𝐃
𝟏 𝐝
=
𝟏𝟎 𝟎𝟎𝟎 𝐃
𝟏 𝟏, 𝟓
=
𝟏𝟎 𝟎𝟎𝟎 𝐃
𝐃 = 𝟏𝟓𝟎𝟎𝟎 𝐜𝐦 = 𝟏𝟓𝟎𝐦

2º passo: Calcular a diferença de altura

𝐝𝐡 = 𝐏𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐁 − 𝐏𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐀
𝐝𝐡 = 𝟓𝟎𝐦 − 𝟒𝟎 𝐦
𝐝𝐡 = 𝟏𝟎 𝐦
3º Passo: Calcular o declive

𝐝𝐡
𝐃=
𝐝𝐇
𝟏𝟎𝐦
𝐃=
𝟏𝟓𝟎 𝐦
𝐃 = 𝟎, 𝟎𝟔𝟕 𝐦

O desnível nos pontos A e B é de 0,067 m

 2º ponto:

Dados:

Ponto A = 30 m

Ponto B = 40 m

dH = 2,2 cm

Escala: 1/10 000

38
Fórmula/ resolução

1º Passo: Ajustar a escala

𝐝
𝐄=
𝐃
𝟏 𝐝
=
𝟏𝟎 𝟎𝟎𝟎 𝐃
𝟏 𝟐, 𝟐
=
𝟏𝟎 𝟎𝟎𝟎 𝐃
𝐃 = 𝟐𝟐𝟎𝟎𝟎 𝐜𝐦 = 𝟐𝟐𝟎𝐦

2º Passo: Calcular a diferença de altura

𝐝𝐡 = 𝐏𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐁 − 𝐏𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐀
𝐝𝐡 = 𝟒𝟎𝐦 − 𝟑𝟎 𝐦
𝐝𝐡 = 𝟏𝟎 𝐦

3º Passo: Calcular o declive

𝐝𝐡
𝐃=
𝐝𝐇
𝟏𝟎𝐦
𝐃=
𝟐𝟐𝟎 𝐦
𝐃 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟓 𝐦
O desnível nos pontos A e B é de 0,045 m

Por questões de segurança vamos usar o desnível do primeiro ponto.

8.3. Dados do lençol freático


Lençol freático é camada onde se acumulam as águas subterrâneas, formado pela infiltração da
água das chuvas no solo que ocupa os seus poros e as fendas de rochas.

Os dados do lençol freático foram fornecidos pela Direcção Nacional de Águas.

39
Tabela 5:Dados de furos do Infulene

Código Localidade Longitude Latitude Profundidade Profundidade Nível Caudal Caudal Nivel Nivel Caudal
nacional de revestida (m.) Estático recomend (m3/h) dinámico est咜ico Específico
do furo sondagem (m.-sup) ado (m.-sup.) (m.-sup.) (m3/h/m)
(m.) (m3/h)

11907237 D.U. 32:32:24 25:54:30 60 60 25 0 18 28 25 2.98

11907243 D.U. 32:32:48 25:52:54 51.45 51.45 14.25 0 36 26.34 14.25 2.82

11907250 D.U. 32:32:42 25:52:54 50.83 49.7 23.75 0 24 32.27 23.75 2.67

11908204 D.U. 32:32:48 25:52:54 42.77 42.59 22.25 0 24 31.25 22.25 0.69

11899100 D.U. 32:30:00 25:53:00 45 0 5.2 0 15 27 5.2 1.33

D.U. 32:34:00 25:52:54 29.2 0 13.45 0 0 0 0 0

11899218 MATOLA 32:34:05 25:53:40 38 38 15.5 0 15.9 0 0 0

11899220 D.U. 32:33:30 25:51:18 52.5 52.5 23 0 0.64 36 23 0

11899250 D.U. 32:33:30 25:51:18 58 0 6 0 9 0 0 0.1

11904339 INFULENE 32:31:30 25:54:17 33 30.44 11 4.58 4.58 16.53 11 0.07

11904029 INFULENE 32:34:05 25:51:45 27.5 27.5 3.85 0 0 0 0 1.21

11904035 INFULENE 32:30:00 25:50:00 20 0 13.34 0 3 18.5 5 1.3

11904036 INFULENE 32:30:00 25:50:00 38.5 30 5 0 16 17.3 0 0

11904040 INFULENE 32:30:00 25:50:00 20 20 12.5 0 2.4 17 6.15 0.76

11904042 INFULENE 32:30:00 25:50:00 23 23 11 0 2 19 0 0

11904359 INFULENE 32:31:43 25:53:45 35 35 7.21 6 8 10.81 9.3 0.28

Fonte: DNA 2018

8.4. Cálculo da profundidade do lençol freático

Para determinação da profundidade do lençol freático vamos fazer a média do nível estático

M=(25+14.25+23.75+22.225+5.2+13.45+15.5+23+6+11+3.85+13.34+5+12.5+11+7.21)/16

M=11.50 m

40
8.5. Dados de precipitação

É a quantidade de chuva que cai numa região. É medida pela altura em milímetros, da água
acumulada em um copo especialmente graduado para esse fim. Os dados podem ser
apresentados, por dia, por mês ou por ano, para efeito de dimensionamento de dispositivos de
drenagem e outros.

Os dados de precipitação foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM)

Tabela 6:Precipitação total mensal


Estação: Maputo/Mavalane Período: 2013-2017
Elemento: Precipitação total mensal (das 9 as 9 horas em
mm)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2013 396,5 77,2 49,0 55,9 11,6 2,2 12,1 1,8 5,3 50,7 170,8 141,3
2014 145,4 53,8 323,1 49,9 0,0 0,0 0,0 33,2 1,2 365,7 62,6 472,2
2015 130,5 81,2 20,3 26,8 8,4 0,0 6,5 25,2 14,3 23,1 56,5 10,1
2016 31,9 39,3 42,3 15,9 55,9 1,6 34,4 10,1 17,0 59,2 116,3 96,9
2017 144,0 150,6 99,8 22,9 60,2 0,0 10,8 56,3 28,6 14,6 83,6 96,9
Fonte: INAM 2018

8.6. Cálculo da vazão do projecto

Fórmulas necessárias
 Tempo de concentração

Tempo de concentração (Tc) é o tempo necessário par que toda a área da bacia contribua para
o escoamento superficial na secção de saída.

Em pequenas bacias, o que é o caso, o tempo de concentração é o tempo após o qual todos os
pontos dela estão a contribuir para o escoamento e após o qual este escoamento permanece
constante enquanto a chuva for constante.

41
Equação de picking
𝟏
𝟐 𝟑
𝐋
𝐭𝐜 = 𝟓𝟏, 𝟕𝟗 ( )
𝐒𝐨
Onde:
𝐭𝐜 − Minutos
𝐋 − Comprimento em Km
𝐃 − Declive

 Tempo de retorno
Tempo de retorno é escolhida com base em vários aspectos, levando-se em conta a segurança
da obra e seus custos, inclusive de manutenção. Quando se conhece a vida útil da obra a ser
projetada e o risco máximo permissível, o tempo de retorno pode ser assim calculado

𝟏
𝐓𝐑 = 𝟏
𝟏 − (𝟏 − 𝐊)𝐧
Onde:
𝐧 − Vida útil ou número de anos
𝐊 − Risco assumido para a obra a ser projectada

 Intensidade da chuva
Intensidade da chuva ou pluviométrica é quantidade de chuva que cai por unidade de tempo.
Essa quantidade é o volume de chuva que é dado em mm no sistema internacional de unidades.

𝟖𝟒𝟐, 𝟕𝟎𝟐 × 𝐓𝐑𝟎,𝟏𝟕𝟗


𝐈=
(𝟏𝟎, 𝟑𝟗 + 𝐭𝐜)𝟎,𝟕𝟑𝟔
Onde:

𝐓𝐑 − Tempo de retorno em anos


𝐭𝐜 − Tempo de concetração em minutos

42
 Cálculo da vazão
Vazão ou caudal é o volume ou massa de um determinado fluido que passa por uma
determinada seção de um conduto livre ou fechado, por unidade de tempo. Ou seja, vazão é a
rapidez com a qual um volume ou massa escoa.

𝐐= 𝐂×𝐈×𝐀
Onde:

𝐂 − Coeficiente de escoamento
𝐈 − Intesidade da chuva (mm⁄h)

𝐀 − Área a ser drenada( Km2 )

8.6.1. Determinação da vazão do projecto

Para a determinação da vazão do projecto são necessários dados da área da bacia e


cumprimento que nos foram obtidos na ARA-Sul.

Esta pequena bacia hidrográfica de uns 20 Km de comprimento e com uma largura média de
500 m, desemboca na baia da cidade de Maputo. A principal origem da sua água é a das
infiltrações das encostas arenosas, sendo bastante explorada pelo sector familiar, privado e
cooperativo (Zonas Verdes da Cidade de Maputo), para irrigação de hortofrutícolas.
principalmente pelo método de valas de regulação do lençol freático. Verifica-se um
considerável aumento de salinidade e poluição pelas águas de esgoto de jusante para montante.
(Kauffman J.H, 1980)

43
Figura 29: Delimitação da bacia do infulene
Fonte: Google Earth 2019
Dados:

𝐋 = 20 km (ARA-Sul)
Á𝐫𝐞𝐚 𝐝𝐚 𝐛𝐚𝐜𝐢𝐚 = 185 km2 (ARA-Sul)
𝐃 = 0,067 m
Á𝐫𝐞𝐚 𝐚 𝐬𝐞𝐫 𝐝𝐫𝐞𝐧𝐚𝐝𝐚 = 0,119 = 0,20 km2

A área ser drenada obtém se multiplicando a largura da estrada e o cumprimento da rodovia


em estudo.

Resolução
1º Passo: Calcular o tempo de concentração
Dados
𝐋 = 20 km
𝐃 = 0,067 m
𝐭𝐜 = ?

44
Fórmula/ resolução
𝟏
𝟐 𝟑
𝐋
𝐭𝐜 = 𝟓𝟏, 𝟕𝟗 ( )
𝐒𝐨
𝟏
𝟐 𝟑
𝟐𝟎
𝐭𝐜 = 𝟓𝟏, 𝟕𝟗 ( )
𝟎, 𝟎𝟔𝟕
𝐭𝐜 = 𝟓𝟏, 𝟕𝟗 × 𝟏𝟖. 𝟏𝟒𝟏𝟎
𝐭𝐜 = 𝟗𝟑𝟗, 𝟓𝟐𝐦𝐢𝐧𝐮𝐭𝐨𝐬

2º Passo: Calcular tempo de retorno


Dados
𝐧 = 10 anos
𝐊 = 0,5
𝐓𝐑 = ?

Fórmula/ resolução
𝟏
𝐓𝐑 = 𝟏
𝟏 − (𝟏 − 𝐊)𝐧
𝟏
𝐓𝐑 = 𝟏
𝟏 − (𝟏 − 𝟎, 𝟓)𝟏𝟎
𝐓𝐑 = 𝟏𝟒, 𝟗𝟑 𝐚𝐧𝐨𝐬
3º Passo: Calcular a intensidade da chuva
Dados
tc = 939,52 minutos
TR = 14,93 anos
I=?

Fórmula/resolução
𝟖𝟒𝟐, 𝟕𝟎𝟐 × 𝐓𝐑𝟎,𝟏𝟕𝟗
𝐈=
(𝟏𝟎, 𝟑𝟗 + 𝐭𝐜)𝟎,𝟕𝟑𝟔
𝟖𝟒𝟐, 𝟕𝟎𝟐 × 𝟏𝟒, 𝟗𝟑𝟎,𝟏𝟕𝟗
𝐈=
(𝟏𝟎, 𝟑𝟗 + 𝟗𝟑𝟗, 𝟓𝟐)𝟎,𝟕𝟑𝟔
𝐈 = 𝟖, 𝟕𝟗 𝐦𝐦/𝐡

45
4º Passo: Calcular a vazão ou caudal
Dados
𝐋 = 20 km
𝐃 = 0,067 m
Área da drenagem = 0.20 km2
𝟏𝐡𝐚 ↔ 𝟎, 𝟎𝟏 𝐤𝐦𝟐
𝐱 ↔ 𝟎, 𝟐𝟎𝐤𝐦𝟐
𝟎, 𝟐𝟎 𝐤𝐦𝟐 × 𝟏𝐡𝐚
𝐗=
𝟎, 𝟎𝟏𝐤𝐦𝟐

𝐗 = 20 ha
Area da bacia = 185 km2
𝐂=?
Para se ter o valor de C (coeficiente de escoamento superficial) vai se recorrer a tabela 12 em
anexo, que vai ser de 0,81.

𝐐=?

Fórmula/resolução
𝐂×𝐈×𝐀
𝐐=
𝟑𝟔𝟎
𝟎, 𝟖𝟏 × 𝟖, 𝟕𝟗 × 𝟐𝟎
𝐐=
𝟑𝟔𝟎
𝐦𝟑
𝐐 = 𝟎, 𝟑𝟗𝟓𝟓
𝐬

9. Dimensionamento de canais livres

Fórmulas necessárias
 Equação de Manning Strickler
𝟐 𝟏
𝐐 = 𝐀 × 𝐊 × 𝐑 𝟑 × 𝐊 × 𝐃𝟐
Onde:
3
𝐐 = Vazão (m ⁄S)

𝐀 = Área da Seção molhada (m2 )

46
1⁄
𝐊 = Coeficiente de rugosidade de Strickler (m 3⁄
s) ;
1
𝐊= = Coeficiente de rugosidade de Manning;
n
𝐕 = Velocidade de escoamento (m⁄s);
𝐑 = Raio Hidráulico(m)
𝐃 = Declividade do fundo (m⁄m).

a) Tabelas necessárias (anexos)


1⁄
 Valores de coeficientes de rugosidade, 𝐾𝑠 (𝑚 3⁄
𝑠) da formula de Strickler

 Elementos geométricos

9.1. Cálculo do canal


Canal é uma vala artificial, que pode ou não estar revestida de material que lhe dê sustentação
e que se destina a passagem da água.

Dados:
m3
𝐐 = 0,3995
S
𝐀 =?
𝐑 =?
𝐃 = 0,067
1
m3
𝐊 𝐬 = 67 (Tabela 87 – A. Lencastre)
s

A secção por definir pode ser de retangular, trapezoidal ou triangular.

1º Caso: Rectangular
Dados:
m3
𝐐 = 0,3995
S
𝐀 =?
𝐑 =?
𝐃 = 0,067

47
1
m3
𝐊 𝐬 = 67 (Tabela 87 – A. Lencastre)
s

Fórmulas necessárias

𝐀
Á𝐫𝐞𝐚 = 𝐥 × 𝐛 ; 𝐏𝐞𝐫í𝐦𝐞𝐭𝐫𝐨 𝐦𝐨𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨 = 𝐥 + 𝟐 × 𝐡 ; 𝐑𝐚𝐢𝐨 𝐡𝐢𝐝𝐫á𝐮𝐥𝐢𝐜𝐨 = 𝐏 ;

𝐋𝐚𝐫𝐠𝐮𝐫𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 = 𝐥

Figura 30: Secção rectangular


Fonte: (Autor 2018)
Resolução
𝟐 𝟏
𝐐 = 𝐀 × 𝐊 × 𝐑𝟑 × 𝐉 𝟐
𝟐 𝟏
𝟎, 𝟑𝟗𝟓𝟓 = 𝐀 × 𝟔𝟕 × 𝐑𝟑 × 𝟎, 𝟎𝟔𝟕𝟐
𝟎, 𝟑𝟗𝟓𝟓 𝟐
𝟏 = 𝐀 × 𝐑𝟑
𝟎, 𝟎𝟔𝟕𝟐 × 𝟔𝟕
𝟐
𝐀 × 𝐑𝟑 = 𝟎, 𝟐𝟐𝟖

Usando o método de tentativa:

Tabela 7: Tabela da Secção Rectangular


H L A R P 𝟐
𝑨 × 𝑹𝟑
0,1 1,5 0,15 0,12 1,17 0,029
0,5 0,2 0,1 0,083 1,2 0,01892
0,5 0,5 0,25 0,166 1,5 0,075
0,5 0,4 0,2 0,25 0,8 0,079
0,5 0,3 0,15 0,115 1,3 0,035
0,4 0,3 0,12 0,109 1,1 0,027
Fonte: (Autor 2018)

48
 Folga do canal
Folga: é a distância na vertical entre a superfície da água e o topo do canal nas condições do
projecto.

Objectivo: Evitar que o canal seja galgado (o que poderia provocar erosões) devido a ondas e
flutuações provocados por: Vento, ressalto hidráulico, assoreamento, aumento de altura em
curvas, aumento de rugosidade

De acordo com o manual de hidráulica 2:


Q = 0,4 < 1; folga = 0,5 m; Altura do revestimento acima da superfície da água: 0.15 m

Figura 31: Secção transversal do canal rectangular


Fonte: (Autor 2018)

2º Caso: Trapezoidal
Dados:
m3
𝐐 = 0,3995
S
𝐀 =?
𝐑 =?
𝐃 = 0,067
1
m3
𝐊 𝐬 = 67 (Tabela 87 – A. Lencastre)
s

m=1,5 (Tabela 124 – A. Lencastre)

49
Fórmulas necessárias

Á𝐫𝐞𝐚 = (𝐥 + 𝐦 × 𝐡) × 𝐡 ; 𝐏𝐞𝐫í𝐦𝐞𝐭𝐫𝐨 𝐦𝐨𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨 = 𝐥 + 𝟐 × 𝐡√𝟏 + 𝐦𝟐 ;


𝐀
𝐑𝐚𝐢𝐨 𝐡𝐢𝐝𝐫á𝐮𝐥𝐢𝐜𝐨 = 𝐏 ; 𝐋𝐚𝐫𝐠𝐮𝐫𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 = 𝐥 + 𝟐𝐦𝐡

Figura 32: Secção aberta trapezoidal


Fonte: (Autor 2018)

Resolução
𝟐 𝟏
𝐐 = 𝐀 × 𝐊 × 𝐑𝟑 × 𝐉 𝟐
𝟐 𝟏
𝟎, 𝟑𝟗𝟓𝟓 = 𝐀 × 𝟔𝟕 × 𝐑𝟑 × 𝟎, 𝟎𝟔𝟕𝟐
𝟎, 𝟑𝟗𝟓𝟓 𝟐
𝟏 = 𝐀 × 𝐑𝟑
𝟎, 𝟎𝟔𝟕𝟐 × 𝟔𝟕
𝟐
𝑨 × 𝑹𝟑 = 𝟎, 𝟐𝟐𝟖
Usando o método de tentativa:

Tabela 8: Tabela da Secção Trapezoidal


L H A P R 𝟐
𝑨 × 𝑹𝟑
0,5 0,5 0,625 2,30 0,271 0,26
0,3 0,5 0,525 2,10 0,25 0,207
0,3 0,3 0,225 1,38 0,16 0,066
0,3 0,2 0,12 1,02 0,11 0,029
0,25 0,2 0,11 0,97 0,113 0,026
0,2 0,2 0,1 0,92 0,10 0,023
Fonte: (Autor 2018)

50
Figura 33: Secção trapezoidal
Fonte: (Autor 2018)

 Folga do canal

De acordo com o manual de hidráulica 2:

Q = 0,4 < 1; folga = 0,5 m; Altura do revestimento acima da superfície da água: 0.15 m

3º Caso: Triangular
Dados:
m3
𝐐 = 0,3995
S
𝐀 =?
𝐑 =?
𝐃 = 0,067
1
m3
𝐊 𝐬 = 67 (Tabela 87 – M. Lencastre)
s

m=1,5 (Tabela 124 – M. Lencastre)

Fórmulas necessárias

𝐀
Á𝐫𝐞𝐚 = 𝐦 × 𝐡𝟐 ; 𝐏𝐞𝐫í𝐦𝐞𝐭𝐫𝐨 𝐦𝐨𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨 = 𝟐𝐡 × √𝟏 + 𝐦𝟐 ; 𝐑𝐚𝐢𝐨 𝐡𝐢𝐝𝐫á𝐮𝐥𝐢𝐜𝐨 = 𝐏 ;

𝐋𝐚𝐫𝐠𝐮𝐫𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 = 𝟐𝐦𝐡

51
Figura 34: Secção triangular
Fonte: Autor 2018

Resolução

𝟐 𝟏
𝐐 = 𝐀 × 𝐊 × 𝐑𝟑 × 𝐉 𝟐
𝟐 𝟏
𝟎, 𝟑𝟗𝟓𝟓 = 𝐀 × 𝟔𝟕 × 𝐑𝟑 × 𝟎, 𝟎𝟔𝟕𝟐
𝟎, 𝟑𝟗𝟓𝟓 𝟐
𝟏 = 𝐀 × 𝐑𝟑
𝟎, 𝟎𝟔𝟕𝟐 × 𝟔𝟕
𝟐
𝐀 × 𝐑𝟑 = 𝟎, 𝟐𝟐𝟖

Usando o método de tentativa:

Tabela 9: Tabela da Secção Triangular

H A P R 𝟐
𝑨 × 𝑹𝟑
1 2,25 3,60 0,625 1,649
0,5 1,125 2,80 0,40 0,61
0,2 0,45 0,72 0,625 0,32
0,1 0,225 0,36 0,61 0,072
Fonte: (Autor 2018)

52
Figura 35:Secção Triangular
Fonte: (Autor 2018)

 Folga do Canal

De acordo com o manual de hidráulica 2:

Q = 0,4 < 1; folga = 0,5 m; Altura do revestimento acima da superfície da água: 0.15 m

9.2. Velocidades máximas e mínimas


Os limites de velocidade são bastante complexos e requer experiência do projectista na escolha
adequado dos valores. Entretanto para evitar que se depositem materiais temos que levar em
conta a velocidade mínima e máxima para evitar a erosão das paredes.

a) Secção quadrática
Área = 0,12 m
m3
Q = 0,4
s
V=?

𝐅ó𝐫𝐦𝐮𝐥𝐚/𝐫𝐞𝐬𝐨𝐥𝐮çã𝐨
Q= VXA
m
V = 3,3 s

53
b) Trapézio
Area = 0,1 m
m3
Q = 0,4
s
V=?
𝐅ó𝐫𝐦𝐮𝐥𝐚/𝐫𝐞𝐬𝐨𝐥𝐮çã𝐨

Q= VXA
m
V=4 s

c) Triangular
Área = 0,225 m
m3
Q = 0,4
s
V=?
𝐅ó𝐫𝐦𝐮𝐥𝐚/𝐫𝐞𝐬𝐨𝐥𝐮çã𝐨

Q= VXA
m
V = 1,7 s

 De acordo com as tabelas 13 e 14 que constam em anexo, as velocidades estão dentro


dos parâmetros aceites como as paredes serão de betão.

9.3. Análise das degradações das vias


A cada tipo de defeito são associadas algumas causas prováveis para seu aparecimento na
superfície e a vida útil do revestimento.

Dentre quais foi possível constatar as seguintes degradações, burracos, desgaste, exsudação de
asfalto, subida de finos e remendos.

 Causas do aparecimento
Burracos -falta de aderência entre camadas sobrepostas, vida útil do revestimento e como
consequência causando separação das camadas. (DNIT D. N., 2003)

54
Desgaste - presença de água aprisionada e sobre pressão em vazios da camada de revestimento
gerando deslocamento de ligante, problemas de dosagem, deficiência no teor de ligante,
problemas executivos ou de projecto de misturas. (Bernucci 2008)

Remendos - preenchimento de depressões ou panelas com massa asfáltica; apesar de ser uma
actividade de conservação é considerado um defeito por apontar um local de fragilidade do
revestimento e por provocar danos ao conforto ao rolamento. ( Bernucci 2006)

Subida de finos - subida á superfície por meio de fendas de material fino devido á presença de
água sob pressão causada pela acção do trafego e rapidamente aliviada após solicitação
provocando a ascensão dos finos. ( Pinto 2003)

Figura 36: Degradações da rodovia


Fonte: (Autor 2018)
9.4. Análise económica

 Secção adoptada
Secção triangular é a melhor porque tem um perímetro molhado reduzido que resulta em maior
velocidade de escoamento por causa da redução do atrito entre as paredes canal e o líquido, no
que resulta na autolimpeza da vala e aumenta a durabilidade da vala.

 Revestimento
A vala será revestida por betão porque tem uma elevada resistência a compressão, boa
resistência ao desgaste mecânico como choques e vibrações, o custo de manutenção é baixo,
rapidez na construção e não exige mão de obra qualificada.

55
Capitulo IV: Discussão dos resultados

O solo arenoso possui cerca de 70% de areia em relação ao total de partículas sólidas. Ele
possui uma textura leve e granulosa, sendo composto, em grande parte, por areia (70%) e, em
menor parte, por argila (15%). Apresenta poros grandes entre os grãos de areia pelos quais a
água e o ar circulam com relativa facilidade. Por isso, nos solos arenosos em geral o escoamento
de água através dos poros costuma ser rápido e seca rápido após as chuvas. Nesse escoamento,
a água pode levar consideravelmente sais minerais, contribuindo para tornar o solo pobre
desses nutrientes. (Greenwood, 1998).

Pode se afirmar que:

O solo do troço analisado é arenoso e facilita no processo de escoamento das águas pluviais.

A permeabilidade conduz a alguns problemas para as aplicações em engenharia, sobretudo os


que dizem respeito à dissipação de pressões neutras e à percolação da água no solo. Inadequada
dissipação de pressões neutras pode conduzir a deslizamentos em obras de terra enquanto
elevados fluxos de água podem provocar fenómenos como o “piping” ou o “levantamento
hidráulico”. Além disso, em regiões com precipitação intermitente, a permeabilidade do solo
constitui um problema durante a construção, visto que nas áreas onde houver estratos
impermeáveis de argila podem surgir complicações com a drenagem e com a capacidade de
carga. Em contrapartida, solos granulares ou argilas próximas do limite de retracção podem
causar fugas a partir de estruturas de retenção de água ou movimentos diferenciais à superfície
relacionados com a expansibilidade do solo. (Ingles & Metcaff, 1972).

Solo analisado não apresenta argilas e facilita a permeabilidade das águas pluviais.

Em toda obra de engenharia civil é de vital importância conhecer a posição do lençol freático,
bem como suas variações em decorrência de precipitações e outros agentes climáticos.
(Vitorino & Gehling, 2003)

O posicionamento do nível de água em relação à superfície é uma informação importante


durante a execução da obra, pois sendo comprovado que ele irá interferir na etapa de escavações
do terreno.

O lençol freático do troço em análise não constitui nenhum perigo a obra implantada por ela
ter uma profundidade de 11,50 m.

56
De acordo com a norma JAE de Portugal, as valetas destinam se a colectar as águas superficiais
para fora da estrada devendo por isso ser convenientemente dimensionadas para os caudais a
escoar.

A estrada não apresenta nenhum sistema de drenagem, não cumprindo com a norma,
consequentemente surgem varias degradações na estrada.

57
Capitulo V: Conclusão

Sendo objectivo desta pesquisa analisar o pavimento da rodovia Avenida 4 de Outubro, Cidade
da Matola no troço da EDM-Piquete á paragem da Zona Verde, pode se tirar as seguintes
conclusões.

 A rodovia realmente encontrava-se em um estado crítico. As degradações eram das


mais diversas e podiam ser identificadas facilmente.
 O solo esta saturado devido a falta de planeamento da urbanização descontrolada,
pressionada por aspectos económicos, o êxodo rural e a industrialização, que resulta em
altas taxas de impermeabilização do solo e consequentemente ausência de espaços
urbanos, como jardins e parques que ajudam na infiltração da água no solo e a recarga
do lençol freático.
 Não há nenhum sistema de drenagem, sabe-se que maiores problemas de manutenção
de uma estrada são oriundos dos efeitos negativos da água, que tem por consequência,
a redução da capacidade de suporte do subleito e demais camadas do pavimento, por
saturação, contudo o troço em análise não apresenta sistema de drenagem,
 As construções desordenadas ao redor da via comprometem os escoamentos das águas
pluviais.

58
Capitulo VI: Recomendações

Sendo objectivo desta pesquisa analisar o pavimento da rodovia Avenida 4 de Outubro, Cidade
da Matola no troço da EDM-Piquete á paragem da Zona Verde:

 Que se coloque o sistema de drenagem, dimensionado na rodovia nesse caso a secção


triangular que foi escolhida por ser mais viável;
 Que se crie um plano de manutenção da estrada;
 Melhor controlo de qualidade de materiais a serem empregues na rodovia;
 Antes de implantação de qualquer rodovia, deve se fazer um estudo profundo para se
saber o tipo de solo predominante, profundidade do lençol freático para que se possa
usar a técnica apropriada para a implantação da rodovia evitando gastos.

59
Capitulo VII: Referências Bibliográficas
Livros

1. Albano, J. F. (2005). Efeitos dos excessos de carga sobre a durabilidade de pavimentos


. Rio do grande sul, Porto alegre.
2. Almeida. (1986). Análise Estrutural de Pavimentos Rígidos pelo Método dos elementos
Finitos. Lisboa.
3. Aster, S. (s.d.). Elevação do Satélite Terra .
4. Balbo, J. T. (2007). Pavimentação Asfáltica: Materias, Projectos e restauração.
5. Bernucci, L. B. (2008). Pavimentação asfáltica. Rio de Janeiro.
6. BERNUCCI. (2008). Pavimentação asfáltica: formação base para engenheiro. Rio de
Janeiro: Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto.
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flexíveis e semi-rígidos. Rio de janeiro.
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13. DNIT. (2009). Pavimentos flexíveis Macadame hidráulico. Rio de Janeiro.
14. Faleiros, L. (2005). Estradas: Pavimento. São Paulo.
15. Filho, P. K., & Martins, P. J. (2014). Pavimentos permeáveis e sua influência sobre a
drenagem. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
16. GIL, A. (2009 ). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Ed. Atlas.
17. GIL, A. C. (1991). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.
18. Greenwood, P. (1998). O livro definitivo de dicas & sugestões de jardinagem. NBL
Editora.
19. Horonjeff, R. (1966). Planning and Design of Airports. New York: USAID.
20. Ingles, O., & Metcaff, J. (1972). Soil Stabilization - Principles and Practice. Sidney:
Butterworths.
21. Júnior, E. (2014). Manual de obras rodoviárias e pavimentação urbana: execução e
fiscalização. São Paulo: PINI.
22. Kauffman J.H. e CD. Konstapel, (1980). Os solos do Vale do Infulene, avaliação
preliminar de aptidão para a horticultura, INIA.
23. Lakato, E. M., & all, e. (2008). Técnicas de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas S.A.

60
24. Lencastre, A. (1996). Hidráulica Geral . Lisboa.
25. Madrid, G. (2010). Pavimento intertravado: mais ou menos perméavel. Revista Pisma.
26. Maia, I. M. (2012). Caraterização de patologias em pavimentos rodoviários. Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto.
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28. ODA, S. (2016). Notas de aula de Pavimentação. Rio de Janeiro.
29. Pinto, L. (2011). O desempenho de pavimentos permeáveis como medida mitigadora
da impermeabilização do solo urbano. São Paulo.
30. Pinto. (2003). Caracterização superficial de pavimentos rodoviários. Dissertação
(Mestrado em Vias de Comunicação). Porto.
31. Ratton, E., & Blasi, G. F. (2007). Dispositivos de drenagem para obras rodoviárias.
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32. Silva, E. L. (2005). Metodologia da pesquisa e Elaboração de Dissertação.
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34. Tomaz, E. P. Fórmula de Manning e canais. Curso de Manejo de águas pluviais.
35. UEM ,( 2007). Manual Teórico Hidráulica 2. Maputo
36. Vaz, Á. c. (2018). Drenagem de estradas em moçambique problemas e perspectivas.
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37. Vitorino, D., & Gehling, W. (2003). Congresso regional de iniciação científica e
tecnológica. Porto Alegre: UFGRS.

Normas:

1. Especificação LNEC E 197 --- Compactação dos proctor’s


2. Especificação LNEC E 233 --- Análise granulométrica
3. Junta Autónoma de Estradas--- Norma de Traçado 1994
4. SATCC--- Draft Especificações Técnicas para obras de Estradas e Pontes, Setembro de
1998
5. Especificação LNEC NP 143--- Determinação de limites de consistência

61
Website:

1. ANE. (30 de Abril de 2018). Obtido de ANE- Administração Nacional de Estradas:


www.ane.gov.mz\pdfs\poliEstradas
2. ANE. (30 de Abril de 2018). Obtido de ANE- Administração Nacional de Estradas:
www.ane.gov.mz\pdfs\poliEstradas
3. ARA-Sul. (Consultado em 13 de Julho de 2010) Obtido de http://www.ara-
sul.co.mz/subindex.asp?lang=pt&page=ugbu#7
4. Civil, P. M. (5 de Janeiro de 2019). Obtido de http://wwwo.metalica.com.br/o-que-e-
betume
5. Cooper, M. (29 de Abril de 2018). Obtido de
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/292047/mod_resource/content/2/Aula%203
%20-%20Estrutura%20e%20Agrega%C3%A7%C3%A3o%20do%20Solo.pdf
6. Ecivil. (29 de abril de 2018). Ecivil descomplicando a engenharia. Obtido de
http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-rachao.html
7. Ecivil. (29 de Abril de 2018). Ecivil Descomplicando a engenharia. Obtido de
http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-rachao.html
8. Ecivil. (5 de Janeiro de 2019). Obtido de https://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-
e-asfalto.html
9. Educalingo. (16 de Setembro de 2018). Obtido de https://educalingo.com/pt/dic-
pt/desnivel
10. Escolar, R. (16 de Setembro de 2018). Obtido de
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12. Player, S. (14 de Janeiro de 2019). Obtido de https://slideplayer.com.br/slide/1613106/
13. Sondagens e Investigações. (14 de janeiro de 2019). Obtido de
http://www.suportesolos.com.br/blog/classificao-hrb-ensaios-geotcnicos-o-mtodo-e-
os-ensaios-necessrios/63/

62
Anexos

Anexo 1:Preparação da balança e máquina de crivar para elaboração do ensaio


Fonte: (Autor 2018)

Anexo 2: Preparação da amostra com a mão de borracha e peneiramento da amostra


Fonte: (Autor 2018)

63
Anexo 3: Problemas causados pela degradação da via. Por exemplo congestionamento
Fonte: (Autor 2018)

Tabela 10:Valores de Coeficiente de Rugosidade


Natureza do leito K

Betão

Liso 75

Rugoso 59

Terra

Muito regular 60

Irregular 45

Irregular com vegetação 35

Alvenaria

Cascalho cimentado 40

Cascalho 31

Asfalto

Liso 77

Rugoso 63
Fonte: (Lencastre, 1996)

64
Tabela 11:Elementos Geométricos Diversos

Fonte: (Lencastre, 1996)

65
Tabela 12:Valores de C para várias superfícies, declividade e tempo de retorno
Superfície Tempos de Retorno (anos)

2 5 10 25 50 100 500
Asfalto 0,73 0,77 0,81 0,86 0,90 0,95 1,00
Betão/telhado 0,75 0,80 0,83 0,88 0,92 0,97 1,00
Vegetação (Cobrimento de

50% da área)

- Plano (0-2%) 0,32 0,34 0,37 0,40 0,44 0,47 0,58

- Média (2-7%) 0,37 0,40 0,43 0,46 0,49 0,53 0,61

- Inclinado 0,40 0,43 0,45 0,49 0,52 0,55 0,62


(>7%)
Vegetação (Cobrimento de
50 a 70% da área)
- Plano (0-2%)
0,25 0,28 0,30 0,34 0,37 0,41 0,53
- Média (2-7%)
0,33 0,36 0,38 0,42 0,45 0,49 0,58
- Inclinado
0,37 0,40 0,42 0,46 0,49 0,53 0,60
(>7%)
Vegetação (Cobrimento
maior que 75% da
área)
0,21 0,23 0,25 0,29 0,32 0,36 0,49
- Plano (0-2%)
0,29 0,32 0,35 0,39 0,42 0,46 0,56
- Média (2-7%)
0,34 0,37 0,40 0,44 0,47 0,51 0,58
- Inclinado
(>7%)
Campos cultivados

- Plano (0-2%) 0,31 0,34 0,36 0,40 0,43 0,47 0,57

- Médio (2-7%) 0,35 0,38 0,41 0,44 0,48 0,51 0,60

- Inclinado 0,39 0,42 0,44 0,48 0,51 0,54 0,61


(>7%)

66
Pastos

- Plano (0-2%) 0,25 0,28 0,30 0,34 0,37 0,41 0,53

- Médio (2-7%) 0,33 0,36 0,38 0,42 0,45 0,49 0,58

- Inclinado 0,37 0,40 0,42 0,46 0,49 0,53 0,60


(>7%)
Florestas/Reflorestamentos

- Plano (0-2%) 0,22 0,25 0,28 0,31 0,35 0,39 0,48

- Médio (2-7%) 0,31 0,34 0,36 0,40 0,43 0,47 0,56

- Inclinado 0,35 0,39 0,41 0,45 0,48 0,52 0,58


(>7%)
Fonte: (Autor 2018)

Tabela 13:Velocidade mínima em função da água conduzida no canal

Tipo de água a ser conduzida Velocidade média mínima


(m/s)
Água com suspensões finas 0,30

Águas carregando areias finas 0,45

Águas de esgoto 0,60

Águas pluviais 0,75


Fonte: (Tomaz, 2011)

Tabela 14:Velocidade máxima em função do material da parede do canal

Material da parede do canal Velocidade máxima


(m/s)
Canais arenosos 0,30

Saibro 0,40

Seixos 0,80

Materiais aglomerados consistentes 2,00


Alvenaria 2,50

67
Canais em rocha compacta 4,00

Canais de betão 4,50


Fonte: (Tomaz, 2011)

Tabela 15: Estabilidade dos lados

Fonte: (Lencastre, 1996)

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