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DECLARAÇÃO DE HONRA

Abdul Amide Juízo Momade, declaro por minha honra, que este trabalho intitulado
‟Avaliação da eficiência operacional dos equipamentos de carga e transporte na Clean Tech
Mining Lda., Penhalonga-manica” nunca foi apresentado na sua essência ou parte do mesmo
para a obtenção de qualquer grau académico e que o mesmo constitui resultado da minha
inteira investigação, sob orientação do meu supervisor, estando indicadas no texto todas as
fontes consultadas para a elaboração deste trabalho.

_________________________________________

Abdul Amide Juízo Momade

I
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Juízo Muhamad e Maria Alice Ernesto domingos.

II
EPÍGRAFE

“Um gênio é feito com 1% de talento e 99% de trabalho”


Albert Einstein

III
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a deus pela vida concedida, e por sempre iluminar meus passos.

Aos meus pais Juízo Muhamad e Maria Alice Ernesto domingos, pelo apoio incondicional e
pela motivação que me tem dado para com os meus estudos.

Ao meu supervisor Eng Pedro Amade pelo apoio incondicional que por ele me foi dado na
elaboração do presente trabalho.

Ao corpo de docentes da divisão de Engenharia do I.S.P.T, em particular de Engenharia de


Mineral, pela partilha de conhecimentos durante a minha formação académica.

A empresa Clean Tech Mining Lda., e ao Eng Chimukoko pela oportunidade de estágio que
me foi dada e a partilha de informação para composição deste trabalho.

Aos meus amigos Francildo, Bechane e a todos que directa ou indirectamente contribuíram
para a realização deste trabalho.

IV
ÍNDICE DE FIGURAS

Figure 1: Mapa de localização do distrito de Manica ............................................................................. 5


Figure 2: Ciclo de operações na lavra a céu aberto ................................................................................. 9
Figure 3: Ciclo básico de operações unitárias de carga e transporte ..................................................... 10
Figure 4: Escavadeira de caçamba invertida (retro-escavadeira). ......................................................... 12
Figure 5: Escavadeiras com balde de arrasto (Dragline) ....................................................................... 13
Figure 6: Distância de transporte carregado para sistemas móveis. ...................................................... 15
Figure 7: gráfico de tempos de transporte carregado e vazio para um determinado modelo de camião.
............................................................................................................................................................... 23
Figure 8:Compatibilidade entre carregadeiras e caminhões .................................................................. 27
Figure 10: Operação corte e carregamento por intermedio da escavadeira CAT 330D ........................ 34
Figure 11: Operação de transporte do material através de camião 730D .............................................. 36
Figure 12: Camião parado devido a avaria no pneu. ............................................................................. 38
Figure 13: Filas de espera de camiões na praça de carregamento ......................................................... 39
Figure 14: Exemplo de forma de carregamento proposto pelo autor. ................................................... 45
Figure 15: Grafico de comparação entre dados anteriores e dados propostos pelo autor ..................... 47

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Fator de enchimento em função do tipo de material ................................................ 17


Tabela 2: Lista de equipamentos usados no carregamento e transporte na Clean Tech Mining
Lda., 2018. ................................................................................................................................ 33
Tabela 3: Tempos de Ciclo da escavadeira CAT 330D durante a operação de carregamento. 35
Tabela 4: Tempos operacionais e ociosos da escavadeira Durante o Carregamento ............... 35
Tabela 5: Tempos de espera e tempo de ciclo dos Camiões transportadores ........................... 36

V
LISTA DE ABREVIATURAS

NE Nordeste EDM Electricidade de Moçambique

NW Noroeste EN Estrada Nacional

n° Número Eng.º Engenheiro

SE Sul – Este Eq. Equação

SW Sudoeste Fig. Figura

h Hora % Percentagem

m³ Metros cúbicos ° Graus

Kgf Quilograma força MAE Ministério da Administração Estatal

Km Quilómetros mm Milímetro

Lda. Limitada 𝑇𝑐 Tempo de carga

m Metros 𝑇𝑑 Tempo de descarga

𝑡𝑔 Tangente TDM Telecomunicações de Moçambique

𝑇𝑔𝑐 Tempo de giro carregado Cw Clima temperado húmido com inverno

𝑇𝑔𝑣 Tempo de giro vazio °C Graus centígrados

𝑇𝑝 Tempo de posicionamento min Minuto

𝑇𝑟 Tempo de retorno carregado s Segundos

𝑇𝑟𝑣 Tempo de retorno vazio

ISPT Instituto Superior Politécnico de Tete

VI
RESUMO
É um trabalho que trata de avaliação da eficiência operacional dos equipamentos de carga e
transporte da Clean Tech Mining Lda., na qual o mesmo objetiva em estabelecer mecanismos
que permitam melhorar a eficiência de operação destes equipamentos. O estudo foi centrado
na operação de carregamento e transporte do material, que é realizado por intermedio de
Retro-escavadeiras e camiões articulados na qual observou-se uma ineficiência de operação
dos equipamentos, influenciando no baixo ritmo de productividade dos mesmo ao ponto de
não alcançar as metas de produção desejadas. Esta baixa na eficiência é na sua maioria
originada pelos excessivos tempos de paradas dos camiões ocasionados pela fraca
manutenção dos equipamentos, péssimas condições das vias de acesso a falta de supervisão
rigorosa nas actividades, treinamento dos operadores, as condições da praça de carregamento
o estado mecânico dos equipamentos. E, como mecanismo de reduzir os tempos de paradas
com vista a melhoramento da eficiência de operação dos camiões e a escavadeira, estratégias
como manutenção programada rotineira, alargamento da largura da via, a implementação de
um método adequado de carregamento que possa maximizar a utilização da escavadeira e
redução dos tempos de espera dos camiões na fila. são alguns dos mecanismos estabelecidos
pelo autor com vista a sanar este problema.

Palavras chaves: Eficiência operacional; Carregamento e transporte;

VII
ABSTRACT
It is a work that deals with the evaluation of the operational efficiency of the cargo and
transport equipment of Clean Tech Mining Lda., In which it aims to establish mechanisms
that allow to improve the efficiency of operation of these equipment’s. The study focused on
the loading and transport of the material, which is performed by means of retro-excavators
and articulated trucks in which there was an inefficiency of equipment operation, influencing
the low productivity rate of the same to the point of not reaching production goals. This drop
in efficiency is mostly due to the excessive downtime of the trucks caused by the poor
maintenance of the equipment, poor access conditions to the lack of strict supervision in the
activities, training of the operators, the conditions of the loading square the mechanical
condition of equipment. And, as a mechanism to reduce stopping times to improve truck and
excavator operation efficiency, strategies such as routine scheduled maintenance, widening of
the track width, implementation of an appropriate loading method that can maximize
excavator and reduction of waiting times of lorries in the queue. are some of the mechanisms
established by the author with a view to remedying this problem.

VIII
ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE HONRA ....................................................................................................I


DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ II
EPÍGRAFE ............................................................................................................................... III
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................IV
ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................. V
ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................................ V
LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................................................VI
RESUMO ............................................................................................................................... VII
ABSTRACT .......................................................................................................................... VIII
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. Formulação do Problema ............................................................................................. 2
1.2. Justificativa .................................................................................................................. 3
1.3. Objectivos .................................................................................................................... 4
1.3.1. Geral: .................................................................................................................... 4
1.3.2. Específicos: ........................................................................................................... 4
1.4. Hipóteses ...................................................................................................................... 4
1.5. CARACTERÍSTICAS FÍSICA-GEOGRÁFICA DA ÁREA DE ESTUDO .............. 5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 9
2.1. Lavra a céu aberto ........................................................................................................ 9
2.2. Operação de carregamento e transporte em lavras a céu aberto ................................ 10
2.3. Carregamento na lavra a céu aberto ........................................................................... 10
2.4. Escavadeiras ............................................................................................................... 11
2.4.1. Escavadeiras com balde Frontal (Shovel) .......................................................... 11
2.4.2. Escavadeiras com balde invertido (Retro-escavadeira) ...................................... 12
2.4.3. Escavadeiras com balde de arrasto (Dragline) ................................................... 13
2.4.4. Escavadeira com caçamba de mandíbula (“clam-shell”) ................................... 13
2.4.5. Ciclo operacional das escavadeiras .................................................................... 13
2.5. Operação Transporte na lavra a céu aberto ................................................................ 14
2.5.1. Lavra com transporte por caminhões ................................................................. 15
2.5.2. Resistência ao rolamento .................................................................................... 15
2.6. Estimativa de produção dos equipamentos de carga e transporte .............................. 16
2.6.1. Volume da caçamba ou concha (Vc) .................................................................. 17
2.6.2. Fator de Enchimento da Caçamba (QU)............................................................. 17
2.6.3. Empolamento (𝜀) ................................................................................................ 18
2.6.4. Fator de Disponibilidade do Equipamento ......................................................... 18
2.6.5. Fator de Utilização do Equipamento .................................................................. 19
2.6.6. Eficiência Operacional ....................................................................................... 20
2.7. Tempos de ciclo ......................................................................................................... 20
2.8. Formula básica da produção de um equipamento ...................................................... 24
2.9. Vias de acesso em lavra a céu aberto ......................................................................... 24
2.10. Dimensionamento de equipamentos na lavra a céu aberto .................................... 25
2.10.1. Seleção de Equipamentos de Carga e Transporte ............................................... 25
2.10.2. Compatibilização de Equipamentos ................................................................... 26
2.11. Sistemas de despacho ............................................................................................. 28
2.11.1. Despacho manual ................................................................................................ 28
2.11.2. Despacho semiautomático: ................................................................................. 28
2.11.3. Despachos automáticos....................................................................................... 28
2.12. Políticas de manutenção de equipamentos ............................................................. 30
2.12.1. Manutenção preventiva....................................................................................... 30
2.12.2. Manutenção Correctiva....................................................................................... 30
2.13. Técnicas e boas práticas no carregamento e transporte na lavra a céu .................. 30
3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 32
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ............................ 33
4.1. Apresentação de dados ............................................................................................... 33
4.1.1. Descrição da empresa ......................................................................................... 33
4.1.2. Equipamentos utilizados no carregamento e transporte ..................................... 33
4.1.3. Operação de carregamento e transporte.............................................................. 34
4.1.4. Vias de acesso ..................................................................................................... 37
4.1.5. Manutenção dos equipamentos........................................................................... 37
4.1.6. Produção planeada .............................................................................................. 37
4.2. Análise de dados ........................................................................................................ 37
4.2.1. Analise da Manutenção dos equipamentos. ........................................................ 37
4.2.2. Analise do dimensionamento e compatibilização .............................................. 38
4.2.3. Analise das condições da praça de carregamento ............................................... 39
4.2.4. Analise das condições da via de acesso .............................................................. 40
4.2.5. Treinamento de operadores ................................................................................ 40
4.2.6. Analise da eficiência e estimativa de produção .................................................. 40

2
4.3. Discussão de dados .................................................................................................... 43
4.4. Estratégias propostas para melhorar a eficiência dos equipamentos ............................. 44
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 48
5.1. Conclusão................................................................................................................... 48
5.2. Recomendações ......................................................................................................... 49
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 50
7. ANEXOS ........................................................................................................................... 53
APÊNDICE .............................................................................................................................. 55

3
1. INTRODUÇÃO
A busca pela melhoria da eficiência operacional em processos produtivos por parte de
empresas mineiras, é um desafio que desde a antiguidade as empresas vêm enfrentado com
finalidade de viabilizar suas operações, isto é, aumentar o ritmo de produção em curtos
prazos, com baixos custos de operação. Actualmente com os avanços tecnológicos que o
mundo da mineração regista, é possível adoptar estratégias ou técnicas que possibilitem a
melhoria da eficiência de determinado processo operacional. A eficiência operacional é, de
acordo com Jaworski (1997), a relação entre o número de horas efectivamente trabalhadas e o
número de horas que o equipamento fica à disposição da obra para a execução de uma tarefa.
Este termo é de estrema relevância, pois todo o ritmo produtivo da mina pode ser afectado
quando se tiver uma baixa eficiência, por este facto é importante que este termo seja
cuidadosamente avaliado.

Este trabalho trata da avaliação da eficiência operacional dos equipamentos de carga e


transporte na empresa Clean Tech Mining Lda. Penhalonga-Manica ano de 2018, entretanto
devido aos inconvenientes da ineficiência observada no decorrer do carregamento e transporte
do material, e devido aos altos custos que a operação de carga e transporte apresenta (60% dos
custo total mina), o mesmo objetiva-se em estabelecer técnicas que possam melhorar a
eficiência operacional dos equipamentos de carga e transporte naquela empresa, reduzindo os
custos de operação e maximizando a produção.

O mesmo está organizado em capítulos da seguinte maneira: 1. Introdução, 2. Revisão


Bibliográfica, 3. Metodologias, 4. Apresentação, análise e discussão de resultados, 5.
Referências bibliográficas, 6. Conclusões e recomendações, 7. Apêndices e 8. Anexos.

1
1.1.Formulação do Problema

As operações de carregamento e transporte em minas, estão de facto directamente ligadas com


o ritmo de produção da mina, estas operações devem assegurar que o minério seja
transportado a tempo e hora para assegurar a continuidade do bom funcionamento da mina.

Na empresa Clean Tech Mining Lda., o carregamento e transporte é efectuada por intermedio
de escavadeira e camiões Articulados respetivamente, porém, durante esta operação, o autor
constatou alguns inconvenientes como frequentes ociosidade da escavadeira, filas de espera
de camiões para o carregamento, excessivos números de passes da escavadeira durante o
carregamento, e altos tempos de ciclo dos camiões. Praticamente, esta ineficiência
operacional destes equipamentos de carga e transporte contribui de forma significativa para o
baixo rendimento da empresa, pois o transporte do minério da frente até a planta não é
efectuado a tempo e hora, comprometendo assim com o cumprimento do plano de produção
(diário, mensal e anual) da empresa. Neste contexto, o autor coloca a seguinte pergunta de
partida:

Como melhorar a eficiência de operação dos equipamentos de carga e transporte na Clean


Tech Mining, Penhalonga-Manica?

2
1.2.Justificativa

A escolha deste tema foi incentivada pelo facto de se observar o problema de baixa eficiência
operacional dos equipamentos de carga e transporte na Clean Tech Mining Lda., no decorrer
do processo de carregamento e transporte do material, por se tratar de um factor muito
relevante, que afeta directamente o índice de productividade dos equipamentos, e devido aos
altos custos envolvidos na operação de carregamento e transporte ( cerca de 60% do custo
total de lavra), ), é extremamente importante tomar decisões que visem alocar os recursos
disponíveis de forma económica possível, sob o risco de se obter baixos índices de
productividade, e altos custos operacionais, oque pode futuramente influenciar para a fraca
competitividade da empresa no mercado, ou até mesmo levar a falência, neste caso, o autor
achou convenientemente necessário que algumas estratégias devem ser tomadas para que este
problema seja corrigido.

3
1.3.Objectivos
1.3.1. Geral:
Estabelecer mecanismos que possam melhorar a eficiência operacional dos equipamentos de
carga e transporte na Clean Tech Mining Lda. durante o carregamento e transporte do
material.

1.3.2. Específicos:
 Analisar a operação de carregamento e transporte de minério;
 Identificar os factores que contribuem para os tempos inefectivos nos equipamentos de
carga e transporte;
 Identificar as causas que influenciam na baixa eficiência operacional dos
equipamentos de carga e transporte;
 Pesquisar mecanismos que possam optimizar o tempo de ciclo dos equipamentos de
carga e transporte;

1.4.Hipóteses
Face ao problema exposto são apresentadas as seguintes hipóteses:

 Alargando as dimensões da praça de carregamento, de modo a se obter menor tempo


de manobra e posicionamento dos camiões;
 Adequando as condições da via de acesso, de modo a obter o menor tempos de ida e
volta possível dos camiões;
 Treinando as habilidades dos operadores de forma a obter maior rendimento
operacional dos equipamentos;
 Necessidade da compatibilização dos equipamentos de carga e transporte;
 Execução eficiente de manutenção preventiva nos equipamentos;

4
1.5.CARACTERÍSTICAS FÍSICA-GEOGRÁFICA DA ÁREA DE ESTUDO
1.5.1. Localização, Superfície e População

O distrito de Manica que dista sensivelmente a 50 km do município de Chimoio, localiza-se


na parte central a Oeste da Província de Manica, com um formato bastante alongado e
estreito. É limitado a norte pelo distrito de Bárue, a Sul pelo Distrito de Sussundenga, a Este
pelo distrito de gondola e a Oeste, em toda a sua extensão pela República de Zimbabwe.

Figure 1: Mapa de localização do distrito de Manica

Fonte: MAE, (2014)

5
O distrito apresenta uma área superficial de 4.400𝐾𝑚2 , e uma população estimada em 257 mil
habitantes à data de 1/7/2012. A densidade populacional é de 58,5 habitantes/𝐾𝑚2 , e prevê-se
que o distrito em 2020 venha a atingir os 324 mil habitantes.

A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1, isto é,
por cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade activa. Com uma população
jovem (47%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 78% (por cada 100
pessoas do sexo feminino existem 78 do masculino) e uma taxa de urbanização de 30%
concentrada na Cidade de Manica e nas zonas periféricas de matriz semiurbana.

1.5.2. Clima e Hidrografia

Segundo a classificação climática de Köppen (Ferro e Bouman, 1987), o clima do distrito de


Manica é do tipo temperado húmido (Cw).

A região montanhosa de Manica regista valores médios anuais na ordem dos 1000 e 1020 mm
de chuva. Em geral, a repartição das chuvas é desigual ao longo do ano, observando-se
claramente a existência de duas estações bem distintas, a estação chuvosa e a seca. A estação
chuvosa tem início no mês de novembro e término no mês de abril, com evapotranspiração
média anual de 1220 – 1290, sendo este superior ao valor da precipitação média anual. O
balanço hídrico permite apurar que o período de excesso de água ocorre no mês de novembro
a março, no qual a precipitação é maior em relação a quantidade de evapotranspiração.

A temperatura média anual do distrito é de 21,2ºC, na qual a média anual dos valores
máximos é de 28,4ºC e dos valores mínimos é de 14,0ºC.

A região de Manica é drenada pelo rio Revuè e seus afluentes. Por sua vez, este drena as suas
águas no rio Búzi que é a bacia hidrográfica principal.

1.5.3. Solos e Relevo

Os solos do distrito de Manica mostram uma estreita relação com a geologia e o clima da
região e, são localmente modificados pela topografia e o regime hídrico. Em geral, os solos
são desenvolvidos sobre materiais do Soco do Pré-câmbrico, rochas ácidas como granito e
gnaisse.

6
O distrito apresenta basicamente solos argilosos vermelhos óxicos ou castanhos
avermelhados, profundos, bem drenados, a topografia é suavemente ondulada; nos declives
superiores e os cumes das montanhas e nos afloramentos rochosos os solos são líticos, com
textura franco arenosa, pouco profundos e drenagem excessiva.

Quanto ao relevo, o distrito de Manica é constituído por cadeia montanhosas ocorrendo de Sul
a Norte da província numa faixa fronteiriça com o Zimbabwe constituindo o denominado
“Cratão de Zimbabwe”. Esta formação compreende especialmente basaltos, riólitos e lavas
alcalinas. A maior parte dos afloramentos formam cristas e cadeias montanhosas. Algumas
montanhas chegam a atingir cerca de 1500 – 2000 metros de altitude. Existe uma certa
correlação entre a topografia, especialmente a altitude e condições agroclimáticas.
Geralmente, quanta altitude for maior, maior é a precipitação anual e com o período chuvoso
longo.

1.5.4. Fauna e Flora

As características do habitat no distrito fazem com que abundem várias espécies faunísticas.

A fauna predominante é constituída por elefantes, búfalos, crocodilos, hienas, leopardos,


leões, chacais, diversos antílopes, hipopótamos, pangolins, para além de variadas espécies de
répteis, de entre os quais a jibóia africana. A floresta predominante é do tipo miombo onde se
destacam a Umbila, Panga-Panga, Paupreto, Muonha, Chanfuta, dentre outras.

1.5.5. Recursos Minerais

O Distrito de Manica é constituído por rochas eruptivas e terciárias (mesozoicas) e pré-


câmbricas, com predominância nas zonas de encostas montanhosas (escarpa de Manica)
estendendo-se no sentido norte - sul.

Na área de Vanduzi, encontram-se rochas metamórficas (primárias, paleozoicos) e câmbricas,


sendo algumas eruptivas. Devido a estas características geológicas, o distrito de Manica é
muito rico em recursos minerais, ocupando uma posição de destaque em relação aos outros
distritos da província.

Um terço do território do distrito dispõe de ferro, titânio, ouro, cobre, níquel, asbesto, bauxite,
diatomite, ciassite, urite, monte- morilinite, mica e caulinita, encontrando-se a maior parte
destes minerais em Mavonde e Machipanda.

7
1.5.6. Infraestruturas e vias de Acesso

Este distrito é servido pelo Corredor da Beira, Estrada Beira - Manica e pela via-férrea
ligando Beira à República de Zimbabwe, na fronteira de Machipanda. As infraestruturas de
telecomunicações incluem rede de telefone, telégrafo e postos de rádio. O distrito possui
actualmente uma rede rodoviária de 879km, sendo 500km de estradas classificadas e 379 de
estradas não classificadas, sob gestão da Administração Nacional de Estradas (ANE).

Operam no distrito de Manica 3 empresas de comunicação telefónica que prestam serviços às


populações, sendo 1 de telefonia fixa e 2 de telefonia móvel. Em termos de cobertura, a rede
fixa abarca 3 dos 4 Postos Administrativos, com excepção de Mavonde, enquanto que as
redes móveis cobrem as zonas atravessadas pelos corredores da Beira e Tete. Actualmente a
Movitel também opera com telefonia móvel no distrito. O distrito dispõe de energia eléctrica
com uma cobertura que abrange quase toda população de manica, energia esta que é fornecida
vinte e quatro horas por dia.

1.5.7. Economia e Serviços

O distrito de Manica é dotado de solos férteis. A existência de um bom clima, de recursos


hídricos e o uso de adubos orgânicos (estrume de animais e restolhos de plantas e detritos
armazenados) complementam significativamente a fertilidade dos solos. Dos 438 mil hectares
da superfície do distrito, estima-se que em cerca de 200 mil hectares o potencial de terra
arável deste distrito, dos quais só 30 mil são explorados pelo sector familiar (7% do distrito).

Têm ocorrido disputas sobre a posse de terras no distrito de Manica, com maior ênfase na
zona do corredor da Beira e junto a fronteira com o Zimbabwe. Considerando a fertilidade dos
solos do distrito, facilmente se pode esperar a convergência de mais agricultores interessados
em cultivar a área, pelo que se pode esperar o agravamento dessas disputas e uma maior
pressão sobre os recursos.

8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.Lavra a céu aberto
Segundo Girodo (2005) a lavra a céu aberto nada mais é do que uma escavação ampla da
superfície do terreno com o propósito de extrair minerais metálicos e não metálicos, em
qualquer tipo de rocha, podendo ser desde pequenas raspagens manuais na superfície do
terreno até gigantescas escavações que alcançam centenas de metros em profundidade,
podendo ocupar dezenas ou eventualmente até centenas de quilômetros quadrados em
superfície. É um tipo de lavra que possibilita ampla flexibilidade na produção, inclui a
habilidade de se extrair 100% do minério existente dentro do corte, tal extração é feita até o
ponto onde a relação estéril/minério sobe consideravelmente, tornando-se inviável.

Em concordância com o mesmo autor, este método apresenta principais vantagens como alta
flexibilidade possibilitando mudanças no esquema produtivo em curto tempo, facilidade no
controle de teor, e custos iniciais de investimento bastante reduzidos em comparação com a
lavra subterrânea.

Geralmente, as principais operações unitárias na lavara a céu aberto envolvem a perfuração,


desmonte, carregamento e transporte. O empregue das duas primeiras operações citadas acima
depende de aspectos como tipo de rocha, a consistência do material e o método de lavra,
sendo que, para rochas de fraca consistência (2 ª,3ª categoria) não é necessário a perfuração
pode-se aplicar o desmonte do tipo mecânico, como ilustra a figura 3.

Figure 2: Ciclo de operações na lavra a céu aberto

Fonte: Couto (1990)

9
2.2.Operação de carregamento e transporte em lavras a céu aberto
As operações de carregamento e transporte consistem em transportar o material extraído da
jazida até diferentes pontos de descarga. Os locais de extração e remoção são denominados
frentes de lavra ou áreas de escavação (COUTINHO, 2017).

Quevedo (2009) afirma que em minas a céu aberto as actividades se iniciam com a preparação
da área a ser lavrada para que possa ser perfurada e detonada caso necessário. Neste caso, os
camiões são direcionados até uma determinada frente de lavra, os equipamentos de carga
(podem ser pás carregadeiras ou escavadeiras) que estão alocados nas frentes retiram o
material e o carregam nos camiões. Os camiões carregados transportam o material até um
determinado ponto de descarga (britador, pilha de estéril ou pilha pulmão) e em seguida
voltam para frente de lavra disponível, onde repetiram as mesmas operações. É uma operação
que requere bastante cuidado na tomada de decisões, pois para além de envolver elevados
custos de operação (60% dos custos totais da lavra), são responsáveis por manter o
funcionamento de toda mina.

Figure 3: Ciclo básico de operações unitárias de carga e transporte

Fonte: Richards e West (2003).

2.3.Carregamento na lavra a céu aberto


Por Coutinho (2017), carregamento entende-se como sendo a retirada e carga do material já
desmontado da frente de lavra (ponto de origem) conduzindo-o por algum sistema de
transporte (por exemplo, caminhões ou correias) para o seu destino final que pode ser o
britador, uma usina de concentração, uma pilha de estacagem ou o próprio mercado
consumidor diretamente, entre outros.

10
A operação de carregamento representa uma parte substancial dos custos da operação de
mineração, e influenciam diretamente em todo o ciclo de produção da mina, porque o
processo de transporte depende do carregamento, uma baixa eficiência no carregamento reduz
gradualmente a produção das minas.

Segundo (RICARDO & CATALANI, 2007), as operações de escavação e carregamento


podem ser feitas pelo mesmo equipamento ou por equipamentos distintos, sendo o primeiro
caso chamado de unidades escavo-carregadoras, mais comum para corpos de minério friáveis.

A escavação e o carregamento em minas a céu aberto, é geralmente feito por equipamentos de


carga (pás carregadeiras ou escavadeiras) que ficam alocados nas frentes de lavra, cuja sua
função é retirar o material e o carregar nos equipamentos de transporte (caminhões, correias
transportadoras e vagões, etc.).

2.4.Escavadeiras
Segundo Jaworski (1997), as escavadeiras são equipamentos que possuem a característica de
executar a escavação com a máquina estacionada, isto é, operam sem se deslocarem na fase
do carregamento do seu implemento escavador (caçamba), escavam em terrenos brandos e em
alguns casos duros, descarregam o material ao lado e podem proceder a descarga em unidades
de transporte. Na sua base de apoio, podem ser montadas sobre esteiras, rodas ou trios. Na sua
composição, apresentam um braço, uma lança, e um balde.
Estes equipamentos, segundo a maneira de proceder a escavação e devido à forma construtiva
do implemento escavador (caçamba), podem ser agrupadas em Pás Mecânicas (escavadeiras
com caçamba frontal e escavadeiras com caçamba invertida), e Dragas Escavadeiras
(escavadeiras com caçambas de arrasto e escavadeiras com mandibula).

2.4.1. Escavadeiras com balde Frontal (Shovel)


São na sua maioria usados para proceder a escavação e carregamento de materiais em minas a
céu aberto. É uma máquina automotora ou estacionária, que pode ser acionada a cabo ou
hidraulicamente, provida de lança articulada, (também chamada de torre, em algumas
publicações), com braço igualmente articulado, tendo na sua extremidade uma caçamba de
fundo móvel. A combinação do movimento da lança e do braço giratório, permite que a
escavação se faça no sentido de baixo para cima e para frente e que a caçamba seja levantada.

11
O giro da lança permite que a caçamba seja deslocada no plano horizontal para uma posição
de descarga que é executada com a abertura do fundo da caçamba, (JAWORSKI, 1997).

São equipamentos que escavam acima do nível de sua base e em certos casos, em um nível
um pouco inferior, devido a sua grande força de escavação obtida na borda cortante da
caçamba e grande segurança que possui em movimentos, são ideais para executar trabalhos
pesados.

2.4.2. Escavadeiras com balde invertido (Retro-escavadeira)


Equipamento de escavação e transporte de material em minas a céu aberto, equipada com
implemento frontal, constituído de lança segmentada que articula na sua extremidade uma
caçamba, em posição inversa à do “shovel”, ou seja, ao invés do implemento de escavação
(Caçamba) estar virada para cima como as shovel, este encontra-se virado para baixo.
(JAWORSKI, 1997).

O processo operacional é semelhante ao dos “shoveis”, diferindo apenas quanto à descarga da


caçamba, onde em shoveis, o carregamento é feito pela boca e a descarga pela boca traseira da
caçamba, enquanto nas retros, o carregamento e a descarga são feitas ambos pela boca da
caçamba. As retros são mais eficientes quando escavam a um nível inferior ao de apoio de sua
base, devido a posição invertida da sua caçamba.

Figure 4: Escavadeira de caçamba invertida (retro-escavadeira).

Fonte: https://www.catmodels.com/p/diecast-models/construction/excavators/cat-330d-l-hydraulic-
excavator-85199/

12
2.4.3. Escavadeiras com balde de arrasto (Dragline)
As escavadeiras do tipo “Dragline” têm uma longa lança acoplada a polias e cabos de aço que
arrastam a caçamba (pá de arrasto) sobre o material que está sendo escavado. Quando cheia a
caçamba, esta é levantada e girada no ar até o ponto de descarga. Nesse ponto, pela ação de
um cabo de controlo, a caçamba é invertida, ficando com sua boca para baixo, despejando
assim do seu interior, o material. São equipamentos pesados de grandes portes, utilizados
quando o volume de material a ser movido é extremamente maior e não satisfaça as
exigências de outros equipamentos de carga.

Figure 5: Escavadeiras com balde de arrasto (Dragline)


Fonte: http://www.miningfunda.com/p/dragline-excavator.html

2.4.4. Escavadeira com caçamba de mandíbula (“clam-shell”)


Esse tipo de escavadeira é semelhante à escavadeira com caçamba com pá de arrasto,
diferenciando-se pelo tipo de caçamba e pelo seu modo de operação. Escava pelo impacto de
queda da caçamba sobre o solo e segura a carga com o fechamento de suas mandíbulas.
Depois, a caçamba é levantada e deslocada ao ponto de descarga com giro da lança e com a
abertura de suas mandíbulas, controlada por cabos de aço, se procede a descarga.

2.4.5. Ciclo operacional das escavadeiras


O ciclo operacional das escavadeiras é composto por escavação, giro carregado,
descarregamento, giro vazio, e posicionamento. O ciclo total da operação será dado pelo
somatório dos tempos elementares dos ciclos já mencionados.

13
i) Escavação: é o movimento à frente efetuado pelo braço até a caçamba encontrar o
talude a escavar. A seguir a caçamba é elevada pelo braço, nessa operação é
raspado o talude e o material assim escavado vai preenchendo o bojo da caçamba.
ii) Giro: Compreende o movimento giratório efectuado pelo equipamento até um
ponto de descarga, logo após completar-se a carga da caçamba. O ponto de
descarga pode ser no terreno ao lado da escavadeira ou sobre unidades de
transporte.

iii) Descarga: A caçamba deve ser abaixada sobre o terreno (ou veículo de transporte)
e através de um meio mecânico ou hidráulico é aberta a parte inferior da caçamba
(fundo), para a descarga.
iv) Retorno: É a fase improdutiva, quanto menor o giro, menor será o tempo de
retorno para o início de novo ciclo de trabalho.

Observação: o processo operacional das escavadeiras é basicamente o mesmo, sendo que o


seu ciclo consiste sempre dos mesmos movimentos; a única diferença entre as escavadeiras
está no modo de escavação, ou seja, o tipo de balde, que por parte influencia no
posicionamento do equipamento em relação ao material a escavar e também na aplicação de
cada escavadeira.

2.5.Operação Transporte na lavra a céu aberto


Segundo Coutinho (2014), a operação de transporte tem como finalidade movimentar o
material carregado da frente de lavra de minério ou estéril até o seu destino, podendo ser o
britador, pilha de estéril ou outro destino específico.

Na mineração a céu aberto, existem vários métodos e sistemas de transporte de material,


entretanto, Segundo Borges (2013), esta operação de transporte na mineração é comumente
realizada pelo método convencional por caminhões, mas também pode ocorrer por correias
transportadoras. Cada método possui características diferentes, os caminhões, por exemplo,
necessitam de estradas com requisitos tais como largura, inclinação, qualidade de piso e
condições adequadas para que se trafegue com segurança e baixo custo. As correias
transportadoras devem ser projetadas com capacidade produtiva adequada e operadas com
condições de limpeza, alinhamento e proteção, para que sejam evitadas paradas não
14
programadas. Refere salientar que nesta obra, apenas foram destacados transporte de material
por meio de camiões.

2.5.1. Lavra com transporte por caminhões


A lavra com transporte por camiões consiste em movimentar o material que é carregado nas
frentes de lavra, ate o seu destino final por intermedio de camiões. Este método de transporte
é basicamente o mais utilizado em todo o mundo (DARLING, 2011).

O empregue de camiões no transporte de material, é geralmente adoptado, quando as


distâncias de transporte são de tal grandeza que o emprego de “motoscrapers” ou “scraper”
rebocando se torna antieconômico. Assim, para grandes distâncias devemos optar pelo uso de
equipamentos mais rápidos, de baixo custo, que tenham maior produção, ainda que com
emprego de número elevado de unidades (RICARDO e CATALANI, 2007)

Figure 6: Distância de transporte carregado para sistemas móveis.

Fonte: Caterpillar (2012)

Ferreira (2013) sintetiza que geralmente, os camiões mais utilizados nas minerações com o
método a céu aberto, são os caminhões basculantes comuns (anexo 1), os caminhões
articulados (anexo 2) e os caminhões fora de estrada ou “off-roads” (anexo 3).

2.5.2. Resistência ao rolamento


Resistência ao rolamento é a força paralela ao terreno que se opõe ao rolamento das rodas de
um equipamento, sobre a superfície de um terreno ou pavimento. Essa resistência é
consequência dos atritos internos, associada a flexão dos pneus e a penetração dos pneus no
solo. A resistência ao rolamento é obtida em função do peso do equipamento, em toneladas,
15
multiplicado pelo fator de resistência ao rolamento extraído da Tabela III. O resultado é dado
em quilogramas.

𝑅𝑟 = (20 + 6 + 𝐴)𝑥𝑃 (1)

Onde:

𝑅𝑟 -Resistência ao rolamento;

𝐴 -Afundamento do pneu;

𝑃-Peso total do equipamento;

Resistência da rampa

É uma medida da força, devido à gravidade, que é preciso superar para movimentar a máquina
em rampas desfavoráveis (aclives). A resistência da rampa é uma medida da força, devido à
gravidade, que ajuda na movimentação da máquina em rampas favoráveis (declives). Via de
regra, as rampas são medidas em percentagem de inclinação, que é a relação entre a ascensão
ou queda vertical e a distância horizontal em que ocorre essa ascensão (+) ou queda (−),
segundo SILVA (2009).
A formula para calcular a resistência da rampa é:

𝑅𝑟𝑎 = 10 𝑥 𝑃 𝑥 𝑖 (2)
Onde:
𝑃 − Peso do equipamento em toneladas;
𝑖 – É o aclive em percentagem;

2.6.Estimativa de produção dos equipamentos de carga e transporte


Segundo Ricardo e Catalani (2007), a estimativa de produção dos equipamentos
Terraplanagem, não é um processo completamente preciso, pois para além de depender de
diversos parâmetros de determinação difícil ainda existem outros factores aleatórios que
influem de forma decisiva no desempenho das máquinas. Neste caso, para os cálculos de
estimativa de produção, somos obrigados a recorrer, muitas vezes, a julgamentos ou opiniões
pessoais baseadas em experiencia anterior para a obtenção de resultados corretos, se
comparados posteriormente com a realidade.

16
Para efectuar os cálculos de estimativa de produção, devem ser considerados antes alguns
conceitos fundamentais tais como (SILVA,2009):

2.6.1. Volume da caçamba ou concha (Vc)


Refere-se ao volume de material que um equipamento pode carregar ou transportar. A
capacidade de carregamento e transporte pode ser rasa, quando a capacidade nominal não é
atingida devido a fatores de operação que não permitem o completo preenchimento da
caçamba, e coroada, quando se explora ao máximo a capacidade de um equipamento, mesmo
que seja pouco provável ser operacionalmente viável;

Cmax
𝐕𝐜 = (3)
Pesp

Onde:
Vc = Volume da concha ou caçamba do equipamento em 𝒎𝟑

Cmax = Carga máxima admissível na caçamba;

Pesp = Peso específico do material solto;

2.6.2. Fator de Enchimento da Caçamba (QU)


Fator de enchimento da caçamba: fator aplicável sobre a capacidade operacional da caçamba e
que, basicamente, apresenta-se em função das características do material, e ou das condições
do desmonte, da altura da bancada e da forma de penetração do equipamento, determinando o
percentual de enchimento da caçamba depende do material escavado e corresponde à razão
entre o volume real contido na caçamba e volume da concha; (GONTIJO, 2009).

Material 𝐹𝐸𝐵 − 𝐹𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑐ℎ𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜


Argila úmida e argilas
A-100-110%
arenosas
Areia e cascalho B-95-110%
Argila dura, resistente C-80-90%
Rocha, bem fragmentada 60-75%
Rocha, Mal fragmentada 40-50%

Tabela 1: Fator de enchimento em função do tipo de material

Fonte: jaworki (1997)

17
2.6.3. Empolamento (𝜺)
É o aumento do volume aparente de um material que ocorre quando é fragmentado e
removido de seu estado natural, mais compacto, para um estado mais solto
(desagregado/fragmentado). Pode ser expresso pela seguinte equação:

γ γ
E = (λ − 1)x100%, onde λ = λc e Vs = Vc x λc = λ x Vc (4)
s s

Onde:
λ é o factor de empolamento;

𝛾𝑐 é o peso especifico do material no corte;

𝜆𝑠 é o peso especifico do material empolado ou solto;

𝑉𝑐 é o volume originalmente no corte ou in situ;

𝑉𝑠 é o volume do material rochoso apos a fragmentação;

2.6.4. Fator de Disponibilidade do Equipamento


Segundo Gregory (2000), a palavra de disponibilidade é extremamente flexível e a sua correta
determinação é primordial para os cálculos de rendimento em longo prazo. Os fatores tais
como má organização da mina, condições de trabalhos adversas, operações em vários turnos e
manutenção preventiva e corretiva inadequadas poderão reduzir a disponibilidade do
equipamento. A disponibilidade do equipamento se divide em dois:

Disponibilidade mecânica calculada pela equação:

𝐻𝑇−(𝑀𝑃+𝑀𝐶+𝑇𝑃)
𝐷𝑀 = 𝑥100% (5)
𝐻𝑇

Disponibilidade física que corresponde a parcela das horas programadas em que o


equipamento esta apto para operar, isto é, não esta em manutenção:

𝐻𝑃−𝐻𝑀
𝐷𝐹 = 𝑥100% (6)
𝐻𝑃

Onde:
HT é total de horas teóricas possíveis no período, exemplo, por ano;

18
MP é manutenção preventiva, compreendendo todo o serviço programado, conservação e
inspeção dos equipamentos, executados com a finalidade de manter o equipamento em
condições satisfatórias de operação;

MC é manutenção corretiva. Significa o serviço executado no equipamento com a finalidade


de corrigir deficiências que possam acarretar a sua paralisação;

TP é o tempo perdido correspondente à locomoção da máquina por motivos de desmonte de


rocha ou outros intervalos de operação (almoço, café, troca de turno, entre outros).

DF é a disponibilidade física que representa a percentagem do tempo que o equipamento fica


à disposição do órgão operacional para a produção;

HP corresponde às horas calculadas por ano, na base dos turnos previstos, já levando em
conta a disponibilidade mecânica e/ou elétrica;

HM corresponde às horas de reparos na Oficina ou no Campo, incluindo a falta de peças no


estoque ou falta de equipamentos auxiliares.

2.6.5. Fator de Utilização do Equipamento


É o fator aplicável sobre as horas disponíveis do equipamento. Corresponde à parcela em que
o equipamento está efetivamente em operação. Os fatores tais como número de unidades ou
porte compatível, maior ou menor que o requerido; paralisação de outros equipamentos; falta
de operador; deficiência do operador; condições climáticas que impeçam a operação dos
equipamentos; tipo de desmonte de rocha na mina e preparação das frentes de lavra influencia
na utilização de um equipamento. O fator de utilização é calculado pela equação:

HT
U= x100% (7)
HP−HM

Onde:

HT é total de horas efectivamente trabalhadas;

HP corresponde as horas calculadas por ano na base dos turnos previstos, levando em conta a
disponibilidade mecânica e ou eléctrica;

HM são as horas de reparos na oficina ou no campo, incluindo a falta de pecas no estoque de


equipamentos auxiliares.

19
2.6.6. Eficiência Operacional
É de máxima importância que a produção seja mantida em ritmo estável. É esta eficiência de
trabalho que resulta em maior lucratividade. Fatores devido às paradas, atrasos ou deficiências
em relação ao máximo desempenho do equipamento devem-se, entre outros, aos motivos tais
como características do material, supervisão no trabalho, esperas no britador, falta de
caminhão, maior ou menor habilidade do operador, interrupções para a limpeza da frente de
lavra, desmontes de rochas, capacidade da caçamba e pequenas interrupções devido aos
defeitos mecânicos, não computados na manutenção.

De acordo com souza (2012), a eficiência operacional de um equipamento representa o


percentual das horas realmente trabalhadas pelo equipamento em relação às horas
programadas, em termos matematicos é expresso:

𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 1
𝐸= = = ∑ 𝑡𝑝 (8)
𝑡𝑐𝑒𝑓 𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 +∑ 𝑡𝑝 1+
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛

Se ∑ 𝑡𝑝 =0; E=1 ou 100%

Se ∑ 𝑡𝑝 ≠ 0; E<1 ou < 100%

Para Ricardo e Catalani 2017, podemos ainda usar a equação abaixo para o calculo da
eficiência:

𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜.


𝐸= (9)
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜.

2.7.Tempos de ciclo
As operações de uma mina são compostas de tarefas básicas que compõem um ciclo de
operações. Em geral, tarefas como carregamento, transporte, descarregamento e retorno são
repetidas continuamente. A contabilização do tempo necessário para a realização de cada
tarefa faz com que o somatório dos tempos necessário para completar um ciclo seja chamado
de “tempo de ciclo”; (HARTMAN, 1992 apoud RACIA, 2016)

Por outra, Catalani e Ricardo (2007), define ciclo como sendo o conjunto das operações que
um equipamento executa num certo lapso de tempo, voltando em seguida, à sua posição

20
inicial para recomeça-las, e, tempo de ciclo corresponde ao intervalo decorrido entre duas
passagens consecutivas da máquina por qualquer ponto de ciclo.

Tempo elementares: corresponde a duração de cada movimento elementar. O ciclo produtivo


pode ser dividido em seis componentes: carregamento, transporte, descarga, retorno,
posicionamento e atraso. Analisando-se as seis operações básicas que compõe o ciclo,
verifica-se que este pode ser decomposto numa sequência de movimentos elementares
repetidos através dos ciclos consecutivos:

Tempos elementares
a) Tempos fixos (tf):

 Tempo de carga;
 Tempo de descarga
 Tempo de manobra

b) Tempos variáveis (tv):

 O tempo de transporte carregado ou vazio, varia em função das distancias de


transporte.

c) Tempo de ciclo mínimo:

é a somatória de todos os tempos elementares, de que resulte o menor tempo de ciclo, em que
a tarefa pode ser executada.

𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = ∑ 𝑡𝑣 + ∑ 𝑡𝑓 (10)

2.7.1. Tempo de ciclo de escavadeiras

Para uma escavadeira, o tempo de ciclo de trabalho normalmente consiste em tempo de


carregamento (TC), tempo de rotação com caçamba carregada (TRC), tempo de descarga ou
basculamento (TD) e tempo de rotação com caçamba descarregada (TRD). O ciclo só estará
concluído quando a máquina estiver posicionada de forma a iniciar um novo ciclo, ou seja,
pronta para iniciar o carregamento. O tempo de ciclo total de uma escavadeira é dado através
da soma de todos os elementares segundo a equação a baixo:

Tciclo = TC + TRC + TD + TRD (11)

21
O tempo total do ciclo da escavadeira depende do tamanho da máquina (máquinas pequenas
podem completar o ciclo mais depressa que máquinas grandes) e das condições operacionais.
Em condições operacionais muito boas, a escavadeira pode completar o ciclo com rapidez. À
medida que as condições do trabalho se tornam mais severas (escavação mais dura,
profundidade de escavação, mais obstáculos etc.), a escavadeira diminui a velocidade. O
tempo para o enchimento da caçamba aumenta à medida que a escavação se torna difícil em
função da consistência do solo. À medida que a vala se torna mais profunda e o monte do
despejo maior, a caçamba tem que percorrer um deslocamento mais longo e a estrutura
superior tem que oscilar a uma distância maior a cada ciclo de escavação.

2.7.2. Tempo de ciclo dos caminhões

Segundo a Caterpillar (2012), o estudo dos tempos e movimentos característicos dos


caminhões, é dividido em fixos e variáveis, sendo o primeiro composto por: tempo de carga,
tempo de descarga e tempo de manobras. (soma de manobras para carregamento e manobras
para descarga). Já os tempos de transporte, carregado e vazio, somados formam o tempo de
ciclo variável. Os manuais de produção dos fabricantes dos equipamentos de construção civil
e mineração como o caso da Caterpillar, Volvo e Komatsu, fornecem uma estimativa de
tempos de ciclo (Tciclo) para os equipamentos que são apresentados na forma de tabela. Nas
tabelas são esboçados, para cada equipamento, dependendo da categoria de peso operacional,
os limites dos tempos de ciclo frequentemente observados.

No caso do manual da Komatsu (2006), são apresentados dois métodos distintos para a
estimativa do tempo de ciclo (Tciclo). O manual faz distinção, entre trabalhos de construção e
de mineração, levando em conta, as condições operacionais de cada tipo de trabalho e o peso
operacional dos caminhões, acima das 300 toneladas para trabalhos de mineração. Para casos
de trabalhos de construção, este método admite que o tempo de ciclo é igual ao “tempo de
ciclo padrão”, em segundos, vezes um “fator de conversão”. O primeiro depende do modelo
de máquina e do ângulo de rotação, 45 a 90º ou 90 a 180º, e o segundo depende das condições
de carregamento e descarregamento. Este fator pode variar entre 0,7 e 1,8 (ver anexo A2) O
tempo de ciclo de trabalho normalmente consiste em tempo de manobra e posicionamento
(TMP) que depende da configuração de operação e do espaço operacional; tempo de
carregamento (TC); tempo de transporte carregado (Ti); tempo de manobra e basculamento

22
(TMB); e tempo de transporte vazio (TV). A duração do tempo de ciclo é igual à soma dos
cinco tempos, segundo a equação 6.

Tciclo = TMP + TC + Ti + TMB + TiV (12)

Por sua vez, o tempo de carga, número de passes e tempo de transporte carregado pode ser
calculado pelas equações 7, 8 e 9 respectivamente:

TC = Tciclo da escavadeira x Numéro de passes (13)

V
Numéro de passes = Vcamião (14)
concha

𝑑
TTC = (15)
𝑉𝑐

Onde:

 𝑑 é a distância de transporte;
 𝑉𝑐 é a velocidade do caminhão;

Quase todos os fabricantes dos equipamentos fornecem nos seus manuais os tempos de
transporte carregado e de transporte vazio dos caminhões que podem ser lidos em curvas de
desempenho de acordo com as velocidades típicas dos equipamentos em diferentes condições
de declividade de rampa e/ou resistência ao rolamento, como ilustra a imagem da Figura 17 e
nos anexos A1 e A2.

Figure 7: gráfico de tempos de transporte carregado e vazio para um determinado modelo de camião.

Fonte: Caterpillar 2009

23
A distância de transporte está diretamente ligada ao tempo de ciclo por viagem dos caminhões
que por consequência determina a produtividade da frota. A Figura 18 relaciona a distância de
transporte carregado para sistemas móveis usados na mineração ao céu aberto. São muitos os
sistemas que podem atender as necessidades de distância, condições do solo, inclinação, tipo
de material e taxa de produção. Uma vez considerados todos os diversos fatores, geralmente
há um único sistema de transporte que proporciona melhor desempenho e maior potencial
para que se obtenha o menor custo por tonelada.

2.8.Formula básica da produção de um equipamento


A produção equipamentos de terraplanagem, é directamente influenciada pelo factor de
eficiência de trabalho e o tempo de ciclo, ou seja, quanto menor for o tempo de ciclo, e maior
o factor de eficiência, maior será a productividade do equipamento.

Segundo Ricardo e Catalani (2007), a produção de qualquer equipamento de terraplanagem


pode ser estimada pela seguinte expressão:

1
𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸 (16)
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛

Onde:

𝑄𝑒𝑑 −Produção efetiva, medida no corte (m³/h);


𝐶 − Capacidade da caçamba, em volume solto (m³);
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 − Tempo de ciclo mínimo (horas ou minutos ou segundos);
𝐸 − Coeficiente de rendimento da operação ou fator de eficiência.

2.9.Vias de acesso em lavra a céu aberto


Em lavras a céu aberto, as vias de acesso são, comumente, simples estradas principais,
convenientemente construídas para possibilitar a lavra dos diversos bancos, e o fluxo do
material do pit ate o destino final (SENAI, 2013).

Em mineração, as vias desempenham um papel muito importante, pois o todo o processo de


transporte por meio de camiões para que seja realizado de forma eficiente depende muito das
condições desta e a forma como é construída. Segundo Torres (2013) a largura da via pode
ser obtida levando-se em consideração a largura do maior veículo que trafega na via.

24
𝐿𝑣 = 𝐿𝑐 𝑥 ( 0,5 + 1,5 𝑥 𝑛) (17)

Onde:
𝐿𝑣- Largura da via;
𝐿𝑐 - Largura do maior veículo de transporte utilizado;
𝑛- Número de vias de uma mina.

2.10. Dimensionamento de equipamentos na lavra a céu aberto


A partir do momento que se determina o método a ser utilizado para a explotação de uma
jazida e seus respetivos ciclos básicos de operação, são realizadas as tarefas de
dimensionamento dos equipamentos de lavra e beneficiamento necessários para se atingir as
metas de produção (LOPES, 2010).

Para o correto dimensionamento dos equipamentos em uma mina a céu aberto, é necessário,
primeiramente, a definição e conhecimento de alguns termos técnicos que tratam de
características importantes de cada equipamento de carregamento e transporte. Dentre as
principais características pode-se citar (RICHARDS & WEST, 2003):

Taxa de produção;
Eficiência;
Disponibilidade Mecânica e fisica;
Utilização;
Capacidade;
Desenho das estradas e acessos.

2.10.1. Seleção de Equipamentos de Carga e Transporte


O principal objetivo na seleção de equipamentos é o de assegurar, na medida do possível, que
a mina esteja provida de recursos para capacitá-la a fornecer minério da melhor qualidade a
um baixo custo por tonelada, para a usina de beneficiamento por um longo e contínuo
período. Em suma, é necessário que a mina forneça à usina o que ela precisa, quando precisa,
dentro de um menor custo possível.

É um dos fatores de primordial importância nas etapas de transformação da lavra de um bem


mineral numa operação econômica, pois devido aos altos custos envolvidos na perfuração,
desmonte, e carregamento e transporte, a seleção destes equipamentos deve ser tratada com
25
muito cuidado, visto que decisões incorretas podem afetar a produção de uma mina (Qing-Xia,
1982).

O processo de seleção destes equipamentos pode ser dividido nos seguintes estágios: tipo de
equipamento exigido; tamanho e/ou número de equipamentos; tipo específico e especificações
dos equipamentos; seleção dos fabricantes ou fornecedores.

Equipamentos de carregamento são tipicamente selecionados para corresponder às condições


de minas em termos de capacidade necessária, às condições climáticas, exigências de
mobilidade e número de frentes de lavra, ao mesmo tempo. (AMARAL, 2008).

Para Borges (2013), a seleção de equipamentos de transporte, como caminhões, por exemplo,
algumas empresas contam com o auxílio do fabricante para apresentá-los uma proposta de
aplicação baseada em requisitos de produção determinados. Em seguida as empresas
selecionam o tipo e a capacidade do caminhão a partir das diferentes propostas com base em
alguns dos seguintes critérios:

 Geologia do depósito;
 Metas de produção;
 Vida útil do projeto;
 Disponibilidade de capital;
 Custo de operação;
 Parâmetros geotécnicos;
 Retorno de investimentos;
 Interferências com o meio ambiente.

Porém, para uma escolha acertada na seleção de equipamentos de carregamento e transporte,


esses devem ser selecionados de forma integrada, a fim de aumentar a compatibilidade entre
estes, otimizando a produtividade e principalmente minimizando os custos de produção.
(BORGES, 2013).

2.10.2. Compatibilização de Equipamentos


A compatibilidade entre os equipamentos de lavra de toda a frota é um dos fatores chave para
que se alcance um menor tempo de ciclo, uma maior produtividade e um menor custo
operacional (CURI,2017). Existem diversos fabricantes, tamanhos e modelos de
equipamentos de carga e transporte disponíveis no mercado mundial. Desde o

26
dimensionamento dos equipamentos, deve-se procurar, na medida do possível, a integração e
a padronização da frota de equipamentos na lavra, ajustando-se os desempenhos, modelos e
quantidades de equipamentos segundo a produção requerida.

Ao selecionar os modelos de equipamentos que iram ser empregados, atendendo as condições


específicas de trabalho, deve-se também selecionar a capacidade desses equipamentos, que
iram desenvolver os trabalhos em conjunto, buscando uma maior eficiência geral (SILVA,
2012).

No ato da compatibilização de equipamentos de carga e transporte, deve-se sempre buscar


uma boa relação de número de passes entre escavadeiras e camiões, que não ocasione altos
tempos de ciclo e filas de carregamento, com isso, PERONI (2015) afirma que a relação ótima
do número de passes não deve ser menor do que 3 e nem maior do que 6. Quando isto ocorrer,
a adequação do equipamento de carregamento ou transporte deve ser revista para aperfeiçoar
o tempo de ciclo do sistema de carregamento e transporte.

Figure 8:Compatibilidade entre carregadeiras e caminhões

Fonte: Caterpillar, 2013.

27
2.11. Sistemas de despacho
Para viabilizar a lavra em diferentes frentes, uma mina conta com uma frota de equipamentos
de carga, os quais devem ser alocados de acordo com suas disponibilidades de operação e
produtividade. Os sistemas de despacho vêm desde muito proporcionando melhorias desde a
sua implementação no mundo da mineração, Rodrigues (2006), a operação eficiente de
camiões e equipamentos de carga em minas depende da alocação de camiões aos
equipamentos de carga e aos pontos de descarga. Em consequências das paradas programadas
e não programadas dos equipamentos, assim como como variações nas condições de
escavação, capacidade de camiões, características da mistura, a realocação de camiões é
realocação de camiões é requerida para manter a operação eficiente. Os sistemas de despacho
de camiões são agrupados em três grupos:

2.11.1. Despacho manual


Este sistema vem sendo utilizado desde início dos anos 60, trata-se de uma prática padrão de
alocação de camiões, na qual o despachador, que fica em um ponto estratégico da mina (onde
possa ter boa visão da operação), toma decisões com base em suas experiencias e envia
instruções por meio de rádios aos camiões. É um método indicado para minas de pequena
escala na qual o numero de equipamentos é menor.

2.11.2. Despacho semiautomático:


Neste sistema, o computador (que grava o status dos equipamentos e a localização dos
camiões) é programado para auxiliar o despachador no processo de tomada de decisão
referente a alocação dos camiões. É chamado semiautomático porque o computador não tem
contacto directo com o equipamento, sendo necessário o despachador para decidir (conforme
a sugestão do computador ou não) e comunicar as instruções.

2.11.3. Despachos automáticos


É um sistema moderno, e vem sofrendo melhorias dia a dia, este sistema permitem ao
computador tomar decisões referentes ao despacho dos camiões (e envia-las para os mesmos)
sem a intervenção de um despachador.

Em minerações, alocação de caminhões é um processo importante e complexo, e uma


alocação ótima pode resultar em significante economia. É reconhecido que a operação de

28
caminhões e equipamentos de carga contribui significante mente para o custo da operação
como um todo.

a) Alocação Dinâmica

Neste tipo de alocação os equipamentos de transporte não ficam fixos a uma única frente de
lavra, apos cada descarga eles podem ser direcionados a diferentes frentes de lavra de acordo
com a disponibilidade do equipamento de carga na frente, e é usado principalmente quando se
visa o aumento de productividade ou redução de variância dos teores do rom, empregue
geralmente com sistema de despacho eletrónico.

Camião 1

Escavadeira 1
Camião 2

Escavadeira 2
Camião 3

Figura 8: Ilustração do processo de alocação dinâmica

b) Alocação estática
Nesse sistema, cada caminhão é alocado a uma única rota, ou seja, permanece se deslocando
entre dois pontos fixos, um de carga e outro de descarga. 1Os caminhões devem ser alocados a
um ponto de carga que possua um equipamento de carga compatível. Essa compatibilidade
está relacionada, principalmente, com o número de passes necessários para encher a caçamba
do caminhão.
Camião 1
Escavadeira 1

Camião 2

Escavadeira 2
Camião 3

Figura 9: Ilustração do processo de alocação estática

1
Informação acessada de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672005000100013

29
2.12. Políticas de manutenção de equipamentos
Moubray (1997) definiu as actividades de manutenção de equipamento como as ações
necessárias a manter as condições de operações e seu desempenho pelo restabelecimento de
eventuais deteriorações. A manutenção em equipamentos é bastante importante, pois para
além de previr falhas inesperadas que podem afetar a eficiência de operação do equipamento,
permitem deixar o equipamento sempre em bom estado para executar as actividades. Os
tempos regulares a que os equipamentos devem ser submetidos a manutenção e tipo de
manutenção a se fazer são fornecidos nos catálogos pelos fabricantes dos mesmos.

Existem basicamente dois tipos de manutenção que são: manutenção corretiva (não planejada
e planejada), que pode ser de emergência ou não, manutenção preventiva.

2.12.1. Manutenção preventiva


Fernandes e Souza (2012), definem como sendo a atuação realizada de maneira a reduzir ou
evitar a falha ou a queda no desempenho do equipamento, obedecendo a um plano de
manutenção preventiva previamente elaborada, baseado em intervalos definidos de tempo,
isso é, manutenção baseada no tempo.

2.12.2. Manutenção Correctiva


É também chamada de manutenção não programa, é aplicada ao equipamento apos haver
ocorrido a falha. É uma actividade voltada para corrigir falhas resultantes de defeitos ou
desgaste de um ou mais componentes do equipamento. A manutenção correctiva programada
é efectuada em intervalos de tempos já estabelecidos, mesmo que a máquina não tenha falhas,
enquanto a não programada é efectuada quando se registar uma falha de tal grandeza que
impossibilite a operação do equipamento.

2.13. Técnicas e boas práticas no carregamento e transporte na lavra a céu


aberto

As técnicas e boas práticas no carregamento e transporte são basicamente algumas formas de


efectuar a operação, que são geralmente empregues com o principal objectivo de garantir
segurança ao operador na execução da actividade e garantir a melhoria da eficiência de

30
operação, redução de tempos de ciclos, redução dos custo e otimização da productividade
(COUTINHO,2013).

De acordo com o mesmo autor, as condições existentes na praça de carregamento são muito
importantes para que se tenha uma manobra adequada, eficiente e produtiva. A largura da
praça deve ser adequada ao tamanho das carregadeiras e caminhões, estabelecendo assim um
padrão de largura para cada mina. Tais condições têm como vantagens menor tempo de
manobra e posicionamento dos camiões, evita congestionamento de equipamentos, segurança
na manobra evitando acidentes, maior conforto para o operador, menor esforço e menor risco
de dano ao equipamento e aos pneus e maior produtividade devido ao menor tempo de
manobra.

Com o objetivo de se obter um menor tempo de ciclo no carregamento e um melhor


enchimento da caçamba é muito importante que se tenha uma padronização do método de
manobra e que sejam feitos treinamentos intensivos para se melhorar a habilidade dos
operadores.

Segundo Hartmann & Mutmansky (2002) os caminhões devem estar devidamente


posicionados em relação à escavadeira para que se tenha um menor angulo de giro possível.
Isto influencia nos tempos de ciclo da escavadeira assim como o camião, pois ângulos de giro
maiores condicionam a elevados tempos de giro da escavadeira.

31
3. METODOLOGIA
O presente trabalho é de carácter exploratório, explicativo e descritivo, baseando-se na
observação do processo de carregamento e transporte de material da empresa Clean Tech
Mining Lda., foi possível identificar o problema em estudo.
Para compreender o procedimento de como o carregamento e transporte é executado na frente
de lavra, o autor fez uma pesquisa de campo, tendo participado nas actividades laborais da
empresa. Para a realizacao do presente trabalho consistiu em seguintes procedimentos
metodologicos:

Consultas bibliográficas em livros e na internet foram levadas a cabo na perspectiva de buscar


informações relevantes ao assunto discutido no presente trabalho para que este seja
desenvolvido teoricamente de forma mais clara possível, buscando as formas actualizadas de
se conduzir o assunto em questão.

Foram efectuadas entrevistas baseiadas em perguntas e respostas do autor para os


trabalhadores da Clean Tech Mining Lda., com a finalidade de recolher informações sobre o
desenvolvimento das operações para possibilitar a compreensão das causas envolvidas no
problema proposto e outras informações relacionadas com o tema em estudo.

Coletaram-se tempos de ciclos durante um total de 15 dias, onde os mesmos foram


compilados e apresentados sob a forma de tempos médios. Os tempos de ciclos colectados são
referentes a tempos de carregamento da escavadeira, de transporte dos camiões, e tempos
inefectivos provenientes de esperas dos camiões nas filas e ociosidade da escavadeira, e
avarias durante a operação. As ferramentas de colecta utilizadas neste trabalho foram uma
maquina fotografica, Cronómetro, Caderno e esferográfica e fita metrica.

32
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4.1.Apresentação de dados
4.1.1. Descrição da empresa
A Clean Tech Mining Lda., é uma empresa dedicada a extração de ouro aluvionar, está
localizada na localidade de Penhalonga, Distrito de Manica, Província de Manica.

O minério é explorado a céu aberto através do método de lavra por tiras (strip Mining), onde
se destacam as seguintes operações principais: remoção do solo vegetal e decapeamento,
escavação e carregamento, transporte, e reposição da área.

O material explorado é classificado como sendo da terceira categoria, e o desmonte empregue


é do tipo mecânico recorrendo-se ao uso de escavadeiras.

A mina opera em 2 turnos de trabalho, dividido de 12 h de trabalho de cada turno por dia,
começando o primeiro turno as 6 h até 18 h, e o segundo das 19h as 5h do dia seguinte.

4.1.2. Equipamentos utilizados no carregamento e transporte


Actualmente, A Clean Tech Mining Lda., dispõe um total de 10 equipamentos em estado
operacional. A tabela 2 apresenta uma lista dos equipamentos da empresa, suas
especificações, assim como sua função.

Capacidade
Nome do equipamento Modelo Unidades Função
(𝑚3 )

1.decapeamento
2.reposição da área;
CAT 336D 4 0,9 3.separar rochas maiores;
Escavadeira 4.construção das bacias de contenção
de rejeito;
Corte e Carregamento dos camiões na
CAT 330D 1 1,5
frente de Lavra.
Transporte de Minério da frente até a
CAT 730D 4 16,9
planta.
Camiões Transporte de rejeito Granular, e
VOLVO 1 16 construção da Bacia de contenção de
rejeito

Tabela 2: Lista de equipamentos usados no carregamento e transporte na Clean Tech Mining Lda.,
2018.

33
4.1.3. Operação de carregamento e transporte
As operações de escavação e carregamento do material são desenvolvidas em uma única
frente de lavra, são executadas por intermédio de uma única escavadeira do tipo retro (com
balde invertido) de acionamento hidráulico, de modelo CAT 330D com capacidade do balde
de 1,9 𝑚3 .A escavadeira procede o desmonte do material (desmonte mecânico) e efectua o
carregamento do mesmo sobre os camiões, em seguida o material é transportado ate o seu
destino final.

Figure 9: Operação corte e carregamento por intermedio da escavadeira CAT 330D

Através da figura, pode observar-se que a escavadeira efectua um carregamento numa praça
bastante confinada, o corte do material é em recuo, ângulo de giro da escavadeira é de
praticamente 180º. A máquina compreende um ciclo operacional de corte ou escavação, giro
carregado, descarga, e giro vazio, levando em media aproximadamente 42,02 min para um
ciclo completo. São efectuados em média 9 passes para o enchimento de um camião, com
uma duração media de aproximadamente 7 min. A tabela 3 representa os tempos médios do
ciclo da escavadeira:

34
Passes Tc(s) Tgc(s) Td(s) Tgv(s) Total

1º 26,23 6,17 3,25 5,06 40,71


2º 30,2 5,32 4,22 4,34 44,08
3º 26,5 7,58 3,44 4,48 42
4º 31,08 5,36 2,55 4,49 43,48
5º 28,02 6,30 4,02 5,24 43,58
6º 24,31 5,30 4,25 3,54 37,4
7º 26,23 8,22 3,58 5,11 43,13
8º 28,65 5,56 4,22 4,46 42,89
9º 27,06 6,25 3,43 4,2 40,94
Tempo Medio 27,6 5,5 3,7 5,02 42,02

Tabela 3: Tempos de Ciclo da escavadeira CAT 330D durante a operação de carregamento.

A seguir, são apresentados tempos médios operacionais e não operacionais da escavadeira,


cronometrados durante uma hora de trabalho, os tempos não operacionais (ociosidade),
representam tempos de espera da escavadeira por motivo de falta de camião na frente.

Tempos ocioso da
Tempo operacional (min) Camião a ser carregado
escavadeira (min)
8.07 OMD5
1,32
7.28 OMD2
1,49
7.46 OMD4
3,10
7.08 OMD3
6,02
8.27 OMD5
3,29
6.52 OMD2
44,68 14, 22

Tabela 4: Tempos operacionais e ociosos da escavadeira Durante o Carregamento

O transporte do material é efectuado com o uso de camiões articulados fora de estrada, num
total de 4 camiões, todos da marca Caterpillar de modelo 730D com a capacidade coroada de
16,9 𝑚3 . O material é transportado da frente de lavra até a planta de processamento (destino
final), que distam entre si 3,4 km de distância.

35
A vigem de ida, ou seja, o tempo de transporte da frente de lavra até a planta de
processamento com o camião carregado leva em média cerca de 13 minutos. O retorno vazio,
leva cerca de 9 minutos de tempo medio

Figure 10: Operação de transporte do material através de camião 730D

O material a ser transportado é muito empolpado, fazendo com que este transborde durante a
viagem e chegue em uma quantidade menor em relação a inicial. Os camiões na mina operam
sem que que haja qualquer tipo de alocação, e durante o carregamento, são notáveis filas
constantes de espera dos camiões na praça, os tempos inefectivos destes é de praticamente
11,02 minutos. A tabela 5 representa os tempos de ciclo dos camiões.

𝑇𝑚𝑝 𝑇𝑐 𝑇𝑖 𝑇𝑚𝑏 𝑇𝑣
Camião
(𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛)

OMD5 1,22 7,23 10,34 1,11 8,46


OMD2 0,52 6,48 11, 23 1,24 10,11
OMD4 1,20 8,28 14,02 1,06 11,02
OMD3 0,55 7, 12 12,48 1,24 9,54
OMD5 1,31 7,51 16,23 1,02 10,22
OMD2 1,23 6,21 10,53 1,09 9,22
OMD3 1,02 7,44 12,04 0,48 11,08
10,56
OMD4 0,45 8,28 11,22 1,21
Media 1,38 7,31 13,2 1,18 10,3

Tabela 5: Tempos de espera e tempo de ciclo dos Camiões transportadores

36
4.1.4. Vias de acesso
A mina dispõe de uma única via, a mesma que interliga a planta de processamento dá frente
de lavra. Apresenta dimensões de largura não uniforme em todos os pontos, sendo que
medições efetuadas de 50/50 m, constataram uma largura média da via de 5,2 m. Também
apresenta obstruções como covas (apêndice 4), rio que intercepta a via.

4.1.5. Manutenção dos equipamentos


Na Clean Tech Mining Lda., as manutenções dos camiões e da escavadeira são efectuada de
uma forma não programada, ou seja, é feita apenas a manutenção correctiva, na qual o
equipamento é submetido a manutenção apenas quando este apresentar uma avaria que
interfira no seu funcionamento no acto operacional.

Quanto ao abastecimento de combustível, de graxas lubrificantes, e óleos de motor, estes são


efectuado uma vez por dia, em todos os dias no período das 5 h, com duração de 1h.

4.1.6. Produção planeada


Neste capítulo são apresentados apenas dados de produção na qual foram planeados pela
empresa, dados estes que foram fornecidos pela própria empresa. A produção é apresentada a
curto prazo, ou seja, produção diária e mensal.

Primeiramente a empresa planeia movimentar 135,2 𝑚3 de volume de material por hora. Para
este efeito, a empresa estabelece que, os camiões transportadores devem executar 2 viagens
por cada hora, movimentando teoricamente cerca de 33,8 𝑚3 por hora.

4.2.Análise de dados
4.2.1. Analise da Manutenção dos equipamentos.
Como antes referido, a manutenção de equipamentos é um conjunto de procedimentos que
tem como objetivo garantir que equipamentos de um processo produtivo sejam sempre
capazes de executar as tarefas necessárias sem que hajam avarias indesejadas. A falta
manutenção preventiva dos equipamentos de carga e transporte na Clean Tech Mining Lda., é
um dos factores que condiciona a baixa eficiência operacional dos equipamentos no seu
processo produtivo. Observaram-se durante o período de estágio, avarias como furo nos

37
pneus de camiões, problemas de funcionamento nas esteiras da escavadeira, problemas de
desenvolvimento do motor, problemas estes que faziam com que sejam interrompidas as
actividades do equipamento para o mesmo ser submetido a manutenção. A figura 15 demostra
um camião basculante, que teve uma avaria inesperada enquanto efetuava o transporte, a
avaria resultou num furo inesperado sobre um dos pneus da parte de trás, onde o mesmo teve
logo que ser substituído para dar continuidade com suas actividades. Este processo durou
praticamente 30 minutos.

Figure 11: Camião parado devido a avaria no pneu.

4.2.2. Analise do dimensionamento e compatibilização


No dimensionamento de equipamentos procura-se estabelecer o número de frota de camiões e
escavadeiras adequados para mover o volume de material em tempos previstos segundo os
planos de lavra, em seguida os mesmos equipamentos de carga e transporte devem ser
adequadamente compatibilizados de modo que estes possam trabalhar em conjunto de
maneira mais eficiente possível. Este é um dos fatores chave para que se alcance um menor
tempo de ciclo, uma maior produtividade e baixos custo operacional, quando é devidamente
executado, resultando numa boa eficiência operacional. A fraca compatibilidade observada
entre os camiões e a escavadeira da Mina da Clean Tech Mining Lda., influencia directamente
nos tempos de espera dos camiões, devido ao grande numero de passes que são pela
escavadeira efectuados, que varia em tornos de uma média de 9 passes para o enchimento de
um camião. Este valor contradiz o Gontijo (2009) e Coutinho (2013), que afirmam que para se
38
estabelecer um bom equilíbrio, o número de passes do equipamento de carregamento para
encher o equipamento de transporte, deve ser considerado entre 3-6 passes (caçambadas).
Resultado disto, são as constantes filas de camiões na praça de carregamento, como ilustra a
figura 15.

Figure 12: Filas de espera de camiões na praça de carregamento

Desta forma a produtividade e a utilização dos equipamentos diminuem consideravelmente e


consequentemente os custos operacionais aumentam e a companhia fica sujeita a penalizações

4.2.3. Analise das condições da praça de carregamento


A Clean Tech Mining Lda., dispões de uma praça de carregamento bastante confinada. Praças
de carregamento devem geralmente ser de dimensões tal que as operações sejam efectuadas
eficientemente e de forma seguras (COUTINHO, 2013). Devido ao confinamento da praça,
equipamentos de transporte apresentam dificuldades quanto a execução das manobras, onde
em certos casos estas manobras chegam a atingir até 2 minutos. Outro fator é o angulo de giro
da escavadeira, que é influenciado pelas condições da praça, chegando a atingir 180˚. Estes
factores influenciam nos tempos de ciclos dos camiões assim como da escavadeira, sendo
assim uma das proveniências da baixa productividade e eficiência de trabalho dos mesmos.

39
4.2.4. Analise das condições da via de acesso
As vias de acesso devem adequar a passagem continua dos equipamentos de transporte sem
que interfiram o seu desempenho operacional de acordo com o estabelecido pelo fabricante. A
mina apresenta uma única via que liga a frente da planta, com aspectos praticamente não
favoráveis, as dimensões, a presença de esburacaços, a falta de manutenção rotineira desta
via, a forma de construção, são alguns dos problemas que a via apresenta. Problema com a
pequena dimensão da largura da via, impede a passagem de 2 camiões simultâneos em
sentidos contrários, sendo que um precisa manobrar e parar para dar espaço a passagem do
outro, estas manobras tem uma media de 2,3 min, contribuindo para o alto tempo inefetivo
dos camiões e consecutiva baixa eficiência.

4.2.5. Treinamento de operadores


É de estrema importância treinar operadores de equipamentos em matérias referentes a
rendimentos máximos dos equipamentos. Há falta de treinamento de operadores da Clean
Tech, dados colectados por meio de entrevistas e observação demostram que existe um
desconhecimento em relação a velocidades requisitadas, este problema contribui directamente
para a baixa eficiência dos equipamentos, pois operadores interrompem actividades para
atender suas necessidades.

4.2.6. Analise da eficiência e estimativa de produção


A eficiência operacional é um factor chave ligado directamente ao índice de productividade
do equipamento, para atingir metas de produção em tempos estabelecidos, e baixos custos
operacionais, ela é influenciada por diversos factores, na Clean tech, o factor mais
influenciador da baixa eficiência são os tempos de paradas não programas. Os cálculos de
eficiência apresentados aqui baseiam-se nos tempos cronometrados apresentados nas tabelas 4
e 5, e representam a eficiência de operação dos equipamentos em 1 hora de trabalho, de
acordo com o estabelecido pela empresa. Começou-se primeiramente com o calculo dos
tempos de ciclo mínimo e efectivo dos equipamentos para auxiliar o calculo da eficiência
operacional posteriormente.

40
Equipamentos de transporte (Camiões)

Dados:

𝑇𝑐 = 7, 31𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑐𝑚𝑖𝑛 = ∑ tf + ∑ tv ;

𝑇𝑚𝑝 = 1,38 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑚𝑖𝑛 = 7,31 + 1,32 + 1,38 + 13,2 + 10,3

𝑇𝑚𝑏 = 1,18𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑚𝑖𝑛 = 33,51𝑚𝑖𝑛

𝑇𝑖 = 13,2 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑒𝑓 = 𝑇𝑚𝑖𝑛 + ∑ 𝑡𝑝

𝑇𝑉 = 10,3 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑒𝑓 = 33,51 + 13, 02

∑ 𝑡𝑝 = 11,02 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑒𝑓 = 50,61 𝑚𝑖𝑛

Neste caso, após os cálculos acima e com a ajuda da equação 8, podemos então calcular a
eficiência de operação dos equipamentos de transporte:

𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛
𝐸=
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 + ∑ 𝑡𝑝

33,51𝑚𝑖𝑛
𝐸=
33,51 min + 11,02

𝐸 = 0,71

A produção dos camiões calculou-se com base na equação 16, a formula de produção de
qualquer equipamento de terraplanagem:

Dados:

1
𝐶 = 16,9 𝑚3 𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛

60 𝑚𝑖𝑛
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 = 33,51𝑚𝑖𝑛 𝑄𝑒𝑓 = 16,9 𝑚3 𝑥 𝑥 0,72
33,51 𝑚𝑖𝑛

𝑄𝑒𝑓 = 21, 7𝑚3 /ℎ

A produção apresentada acima, representa a média da produção teórica unitária de cada


camião em uma hora operacional.

41
Equipamento de Carga (escavadeira CAT 330D)

Com base na equação 9, estimou-se a eficiência de operação da escavadeira durante uma de


operação.

Dados:

𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜


𝐶 = 1,9 𝑚3 𝐸=
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠

44,68 𝑚𝑖𝑛
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = 44𝑠 𝐸=
44,68 𝑚𝑖𝑛 + 14,22 𝑚𝑖𝑛

𝑇𝑚𝑖𝑛 = 58, 9 𝑚𝑖𝑛 𝐸 = 0,76

∑ 𝑡𝑝 = 14,22 𝑚𝑖𝑛

1
𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛

3600
𝑄𝑒𝑓 = 1,9 𝑥 𝑥 0,76
44

𝑄𝑒𝑓 =118,14 𝑚3 /ℎ

42
4.3.Discussão de dados
A eficiência operacional de equipamentos de terraplanagem como escavadeiras e camiões
basculantes, para ser considerada excelente deve de acordo Ricardo e Catalani (2007) estar no
mínimo em tornos dos 75%, isto implica que o equipamento opera 45 minutos efectivamente
trabalhados sem que haja interrupções ou paradas durante uma hora de trabalho. Assim, com
os dados apresentados e descritos no capítulo anterior e as diferenças verificadas na
produtividade dos equipamentos de carga em relação a produtividade planeada pela Clean
Tech Mining Lda. são resultados da baixa eficiência de operação dos camiões durante o
processo operacional, rondando em torno dos 71%.

Esta baixa, é condicionada pelos excessivos tempos de parada não programados que os
equipamentos registam, originados principalmente pela ausência da manutenção preventiva,
acabando por ocasionar avarias durante o processo operacional, elevando deste modo o tempo
inefetivo dos mesmos, outro factor é a via, que condiciona a baixa eficiência de transporte
devido a sua largura e as más condições que esta apresenta, isto influencia os camiões nos
altos tempos de viagens e paragens no cruzamento com o outro equipamento. Um outro factor
que origina a baixa eficiência destes é a forma de como os operadores operam e a ausência de
uma rigorosa supervisão. A má configuração da praça de carregamento é também um dos
factores que influencia em altos tempos de manobra dos camiões ocasionando de vez em
quanto ociosidade a escavadeira e direcionando um angulo de giro de 180˚ que influencia nos
tempos de giro.

Na maioria dos autores, recomendam que para uma operação eficiente de camiões e
escavadeiras, primeiramente as vias devem dispor de uma largura de 3,5 vezes ao maior
equipamento de transporte existente para um tráfego eficiente, os trabalhadores devem ser
treinados e supervisionados aos trabalhos de modo que operem aos equipamentos com a
máxima capacidade produtiva possível procurando sempre dispor dos menores ciclo possível
na operação.

43
4.4. Estratégias propostas para melhorar a eficiência dos equipamentos

Para um trafego eficiente, que ocorra sem interrupções como paradas, o autor propõe uma via
com uma largura igual em todos os pontos, esta largura deve ser 3,5 vezes a largura do camião
CAT 730D, assim as paradas de em média 2,3 minutos de manobras e espera para a passagem
de um outro camião seriam eliminadas. Os cálculos da largura da via recomendada são abaixo
demonstrados:

Dados:
𝐿𝑐 𝐶𝐴𝑇 730𝐷 = 3,5𝑚 𝐿𝑣 = 𝐿𝑐 𝑥 ( 0,5 + 1,5 𝑥 𝑛)
𝑛=2 𝐿𝑣 = 3,5 𝑥 ( 0,5 + 1,5 𝑥 2)
𝐿𝑣 =? 𝐿𝑣 = 12,25𝑚

Uma vez as condições da via já em perfeitas condições, e considerando o estado mecânico dos
camiões em perfeitas condições, o autor propõe uma velocidade de ida de 25km/h e de volta
de 30km/h, sendo estas velocidades consideradas pelo autor excelentes, em função de critérios
de segurança, neste caso, teremos os seguintes tempos de viagem:

Dados:

𝐷𝑖𝑠𝑡𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑉𝑖𝑑𝑎 = 25𝑘𝑚/ℎ 𝑉= 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜

3,4 𝑘𝑚
𝑉𝑣 = 30𝑘𝑚/ℎ 𝑡𝑖 = 20𝑘𝑚/ℎ = 8,2𝑚𝑖𝑛

3,4 𝑘𝑚
𝐷𝑖𝑠𝑡𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎 = 3,4𝑘𝑚 𝑡𝑣 = 30𝑘𝑚,ℎ = 6,8 𝑚𝑖𝑛

𝑇𝑖 =? 𝑒 𝑡𝑣 =?

Para evitar filas de esperas resultantes de demoras no carregamento, o autor propõe 6 passes
no carregamento, reduzindo assim o tempo de carregamento de 7 minutos (antes, quando era
efectuado com 9 passes) para 4,3 minutos com 5 passes.

Para eliminar os tempos de manobra dos camiões e maximizar o factor de utilização da


escavadeira, o autor propões um método de carregamento que é apresentado na figura 14, e
uma praça com dimensões praticamente alargadas, na qual o método de carregamento deve
condicionar a escavadeira, um angulo de giro de no máximo 90˚, neste caso, o tempo de giro
44
carregado que antes era de 5.5 segundos e giro vazio de 5,02, passam a reduzir para 2,75 s e
2,51 segundos respectivamente, sendo assim o tempo de ciclo da escavadeira de 3,8. A figura
abaixo, exemplifica o método de carregamento proposto pelo autor.

Figure 13: Exemplo de forma de carregamento proposto pelo autor.

Fonte: Cat Surface Mining Primary Loading Tool Selection guide.

Assim, com os dados já propostos pelo autor, podemos então calcular a eficiência de operação
dos equipamentos e sua consecutiva productividade:

Para camiões:

𝑇𝑖 = 8,2 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = ∑ 𝑡𝑓 + ∑ 𝑡𝑣

𝑇𝑣 = 6,8 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = 8,2𝑚𝑖𝑛 + 6,8 min + 3,8 𝑚𝑖𝑛 + 1,18𝑚𝑖𝑛 + 1.38 𝑚𝑖𝑛

𝑇𝑚𝑝 =1,38min 𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = 21,36 𝑚𝑖𝑛.

𝑇𝑚𝑏 = 1,18 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑒𝑓 = 𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 + ∑ 𝑡𝑝

𝑇𝑐 = 3,8 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑒𝑓 = 21,36 min + 5,52 𝑚𝑖𝑛

∑ 𝑡𝑝 = 5,52 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑒𝑓 = 27,28 𝑚𝑖𝑛

𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛
𝐸=
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 + ∑ 𝑡𝑝

21,36 𝑚𝑖𝑛
𝐸= = 0,78
21,36 𝑚𝑖𝑛 + 5,52 𝑚𝑖𝑛

45
Neste caso, a produção de cada camião durante uma hora de trabalho será então dada da
seguinte maneira:

1
𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛

60
𝑄𝑒𝑓 = 16,9 𝑥 𝑥 0,78 = 37,02 𝑚3 /ℎ
19,98

Efetuando os mesmos cálculos para a escavadeira, uma vez que a eficiência da escavadeira é
de 76%, sendo assim considerada como boa, a produção horaria será dada:

Dados:

1
𝐶 = 1,9 𝑚3 𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛

3600
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = 36,76𝑠 𝑄𝑒𝑓 = 1,9 𝑥 𝑥 0,76
36,76

𝑄𝑒𝑓 =141,4 𝑚3 /ℎ

46
140
138.32
120
118.14
100
78
80 71

60

40 37.02
21.7
20 33.51
21.3
0 9
6
Eficiencia do
camiao (%) Productividade
camioes (m^3/h) Numero de
passes Cicclo efectivos
(min) Productividade
escavadeira
(m^3/h)

Dados actuais Dados propostos

Figure 14: Grafico de comparação entre dados anteriores e dados propostos pelo autor

47
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1.Conclusão
Ao longo das pesquisas levadas a cabo durante a realização deste trabalho, constatou-se que
os valores obtidos através de cálculos de eficiência operacional dos equipamentos de carga e
transporte pertencentes a Clean Tech Mining Lda., são relativamente baixos comparados com
valores estabelecidos por alguns autores, sendo que, esta ineficiência de trabalho interfere
naquilo que é a produção destes equipamentos, fazendo com que os mesmos não alcancem
metas de produção planeadas pela empresa. O fraco bombeamento das frentes de lavra é um
dos factores que também condiciona ao alto numero de passes da escavadeira, devido ao
estado empolpado do material, dificultando assim para um bom factor de enchimento da
concha. Logo, como conclusões dos factores causadores da baixa eficiência, abaixo estão
listados os seguintes:

 A fraca manutenção preventiva dos equipamentos;


 A fraca supervisão nas operações de carregamento e transporte e a forma de como os
equipamentos são operados;
 As condições da via de acesso (dimensão da largura, esburacaços, forma de
construção)
 A forma ou técnica de carregamento e as condições da praça de carregamento;
 A falta de capacitação dos operadores em matérias sobre produtividades desejadas e
velocidades requeridas;
 O bombeamento ineficiente das frentes de lavra;

48
5.2.Recomendações
A fim de melhorar a eficiência de operação dos equipamentos de carga e transporte na Clean
Tech Mining Lda., originada por factores já mencionados acima e garantir segurança aos
trabalhadores, o autor propõem algumas recomendações que são descritas abaixo:

 Alastrar as dimensões da largura da via para 12.25 m, de modo a se obter de um


trafego eficiente evitando paragens desnecessárias para dar espaço a passagem de
outro camião;
 Dispor de bombas capazes de bombear devidamente as aguas presentes nas frentes de
lavra.
 Implementar um sistema manual de controlo de processos.
 Executar manutenções rotineiras das vias de acesso.
 Executar devida manutenção correctiva e preventiva de todos equipamentos em
intervalos de tempos regulares.
 Disponibilizar equipamentos de proteção quer sejam individuais ou coletivos aos
trabalhadores, para garanti-los seguros.
 Treinar intensivamente trabalhadores em matérias de habilidades de operação com os
equipamentos de carga e transporte.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sistemas Minero-Metalúrgico. Monografia, UFOP, 2009.
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(Dissertação de Mestrado).
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13 de Fevereiro de 2018

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7. ANEXOS

Anexo 1: Caminhão basculante comum empregado na mineração.

Fonte: (SCANIA, 2013).

Anexo 2: Caminhão articulado empregado na mineração.

Fonte: (CATERPILLAR, 2013 m)

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Anexo 2: Caminhão “off-road” empregado na mineração.

Fonte: (CATERPILLAR, 2013 n).

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APÊNDICE

Apêndice 1: Condições da via;

Apêndice 2: caçamba com dentes desgastados

55
Apêndice 3: Presença de agua nas frentes de lavra

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