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Abdul Amide Juízo Momade, declaro por minha honra, que este trabalho intitulado
‟Avaliação da eficiência operacional dos equipamentos de carga e transporte na Clean Tech
Mining Lda., Penhalonga-manica” nunca foi apresentado na sua essência ou parte do mesmo
para a obtenção de qualquer grau académico e que o mesmo constitui resultado da minha
inteira investigação, sob orientação do meu supervisor, estando indicadas no texto todas as
fontes consultadas para a elaboração deste trabalho.
_________________________________________
I
DEDICATÓRIA
II
EPÍGRAFE
III
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a deus pela vida concedida, e por sempre iluminar meus passos.
Aos meus pais Juízo Muhamad e Maria Alice Ernesto domingos, pelo apoio incondicional e
pela motivação que me tem dado para com os meus estudos.
Ao meu supervisor Eng Pedro Amade pelo apoio incondicional que por ele me foi dado na
elaboração do presente trabalho.
A empresa Clean Tech Mining Lda., e ao Eng Chimukoko pela oportunidade de estágio que
me foi dada e a partilha de informação para composição deste trabalho.
Aos meus amigos Francildo, Bechane e a todos que directa ou indirectamente contribuíram
para a realização deste trabalho.
IV
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
V
LISTA DE ABREVIATURAS
h Hora % Percentagem
Km Quilómetros mm Milímetro
VI
RESUMO
É um trabalho que trata de avaliação da eficiência operacional dos equipamentos de carga e
transporte da Clean Tech Mining Lda., na qual o mesmo objetiva em estabelecer mecanismos
que permitam melhorar a eficiência de operação destes equipamentos. O estudo foi centrado
na operação de carregamento e transporte do material, que é realizado por intermedio de
Retro-escavadeiras e camiões articulados na qual observou-se uma ineficiência de operação
dos equipamentos, influenciando no baixo ritmo de productividade dos mesmo ao ponto de
não alcançar as metas de produção desejadas. Esta baixa na eficiência é na sua maioria
originada pelos excessivos tempos de paradas dos camiões ocasionados pela fraca
manutenção dos equipamentos, péssimas condições das vias de acesso a falta de supervisão
rigorosa nas actividades, treinamento dos operadores, as condições da praça de carregamento
o estado mecânico dos equipamentos. E, como mecanismo de reduzir os tempos de paradas
com vista a melhoramento da eficiência de operação dos camiões e a escavadeira, estratégias
como manutenção programada rotineira, alargamento da largura da via, a implementação de
um método adequado de carregamento que possa maximizar a utilização da escavadeira e
redução dos tempos de espera dos camiões na fila. são alguns dos mecanismos estabelecidos
pelo autor com vista a sanar este problema.
VII
ABSTRACT
It is a work that deals with the evaluation of the operational efficiency of the cargo and
transport equipment of Clean Tech Mining Lda., In which it aims to establish mechanisms
that allow to improve the efficiency of operation of these equipment’s. The study focused on
the loading and transport of the material, which is performed by means of retro-excavators
and articulated trucks in which there was an inefficiency of equipment operation, influencing
the low productivity rate of the same to the point of not reaching production goals. This drop
in efficiency is mostly due to the excessive downtime of the trucks caused by the poor
maintenance of the equipment, poor access conditions to the lack of strict supervision in the
activities, training of the operators, the conditions of the loading square the mechanical
condition of equipment. And, as a mechanism to reduce stopping times to improve truck and
excavator operation efficiency, strategies such as routine scheduled maintenance, widening of
the track width, implementation of an appropriate loading method that can maximize
excavator and reduction of waiting times of lorries in the queue. are some of the mechanisms
established by the author with a view to remedying this problem.
VIII
ÍNDICE
2
4.3. Discussão de dados .................................................................................................... 43
4.4. Estratégias propostas para melhorar a eficiência dos equipamentos ............................. 44
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 48
5.1. Conclusão................................................................................................................... 48
5.2. Recomendações ......................................................................................................... 49
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 50
7. ANEXOS ........................................................................................................................... 53
APÊNDICE .............................................................................................................................. 55
3
1. INTRODUÇÃO
A busca pela melhoria da eficiência operacional em processos produtivos por parte de
empresas mineiras, é um desafio que desde a antiguidade as empresas vêm enfrentado com
finalidade de viabilizar suas operações, isto é, aumentar o ritmo de produção em curtos
prazos, com baixos custos de operação. Actualmente com os avanços tecnológicos que o
mundo da mineração regista, é possível adoptar estratégias ou técnicas que possibilitem a
melhoria da eficiência de determinado processo operacional. A eficiência operacional é, de
acordo com Jaworski (1997), a relação entre o número de horas efectivamente trabalhadas e o
número de horas que o equipamento fica à disposição da obra para a execução de uma tarefa.
Este termo é de estrema relevância, pois todo o ritmo produtivo da mina pode ser afectado
quando se tiver uma baixa eficiência, por este facto é importante que este termo seja
cuidadosamente avaliado.
1
1.1.Formulação do Problema
Na empresa Clean Tech Mining Lda., o carregamento e transporte é efectuada por intermedio
de escavadeira e camiões Articulados respetivamente, porém, durante esta operação, o autor
constatou alguns inconvenientes como frequentes ociosidade da escavadeira, filas de espera
de camiões para o carregamento, excessivos números de passes da escavadeira durante o
carregamento, e altos tempos de ciclo dos camiões. Praticamente, esta ineficiência
operacional destes equipamentos de carga e transporte contribui de forma significativa para o
baixo rendimento da empresa, pois o transporte do minério da frente até a planta não é
efectuado a tempo e hora, comprometendo assim com o cumprimento do plano de produção
(diário, mensal e anual) da empresa. Neste contexto, o autor coloca a seguinte pergunta de
partida:
2
1.2.Justificativa
A escolha deste tema foi incentivada pelo facto de se observar o problema de baixa eficiência
operacional dos equipamentos de carga e transporte na Clean Tech Mining Lda., no decorrer
do processo de carregamento e transporte do material, por se tratar de um factor muito
relevante, que afeta directamente o índice de productividade dos equipamentos, e devido aos
altos custos envolvidos na operação de carregamento e transporte ( cerca de 60% do custo
total de lavra), ), é extremamente importante tomar decisões que visem alocar os recursos
disponíveis de forma económica possível, sob o risco de se obter baixos índices de
productividade, e altos custos operacionais, oque pode futuramente influenciar para a fraca
competitividade da empresa no mercado, ou até mesmo levar a falência, neste caso, o autor
achou convenientemente necessário que algumas estratégias devem ser tomadas para que este
problema seja corrigido.
3
1.3.Objectivos
1.3.1. Geral:
Estabelecer mecanismos que possam melhorar a eficiência operacional dos equipamentos de
carga e transporte na Clean Tech Mining Lda. durante o carregamento e transporte do
material.
1.3.2. Específicos:
Analisar a operação de carregamento e transporte de minério;
Identificar os factores que contribuem para os tempos inefectivos nos equipamentos de
carga e transporte;
Identificar as causas que influenciam na baixa eficiência operacional dos
equipamentos de carga e transporte;
Pesquisar mecanismos que possam optimizar o tempo de ciclo dos equipamentos de
carga e transporte;
1.4.Hipóteses
Face ao problema exposto são apresentadas as seguintes hipóteses:
4
1.5.CARACTERÍSTICAS FÍSICA-GEOGRÁFICA DA ÁREA DE ESTUDO
1.5.1. Localização, Superfície e População
5
O distrito apresenta uma área superficial de 4.400𝐾𝑚2 , e uma população estimada em 257 mil
habitantes à data de 1/7/2012. A densidade populacional é de 58,5 habitantes/𝐾𝑚2 , e prevê-se
que o distrito em 2020 venha a atingir os 324 mil habitantes.
A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1, isto é,
por cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade activa. Com uma população
jovem (47%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 78% (por cada 100
pessoas do sexo feminino existem 78 do masculino) e uma taxa de urbanização de 30%
concentrada na Cidade de Manica e nas zonas periféricas de matriz semiurbana.
A região montanhosa de Manica regista valores médios anuais na ordem dos 1000 e 1020 mm
de chuva. Em geral, a repartição das chuvas é desigual ao longo do ano, observando-se
claramente a existência de duas estações bem distintas, a estação chuvosa e a seca. A estação
chuvosa tem início no mês de novembro e término no mês de abril, com evapotranspiração
média anual de 1220 – 1290, sendo este superior ao valor da precipitação média anual. O
balanço hídrico permite apurar que o período de excesso de água ocorre no mês de novembro
a março, no qual a precipitação é maior em relação a quantidade de evapotranspiração.
A temperatura média anual do distrito é de 21,2ºC, na qual a média anual dos valores
máximos é de 28,4ºC e dos valores mínimos é de 14,0ºC.
A região de Manica é drenada pelo rio Revuè e seus afluentes. Por sua vez, este drena as suas
águas no rio Búzi que é a bacia hidrográfica principal.
Os solos do distrito de Manica mostram uma estreita relação com a geologia e o clima da
região e, são localmente modificados pela topografia e o regime hídrico. Em geral, os solos
são desenvolvidos sobre materiais do Soco do Pré-câmbrico, rochas ácidas como granito e
gnaisse.
6
O distrito apresenta basicamente solos argilosos vermelhos óxicos ou castanhos
avermelhados, profundos, bem drenados, a topografia é suavemente ondulada; nos declives
superiores e os cumes das montanhas e nos afloramentos rochosos os solos são líticos, com
textura franco arenosa, pouco profundos e drenagem excessiva.
Quanto ao relevo, o distrito de Manica é constituído por cadeia montanhosas ocorrendo de Sul
a Norte da província numa faixa fronteiriça com o Zimbabwe constituindo o denominado
“Cratão de Zimbabwe”. Esta formação compreende especialmente basaltos, riólitos e lavas
alcalinas. A maior parte dos afloramentos formam cristas e cadeias montanhosas. Algumas
montanhas chegam a atingir cerca de 1500 – 2000 metros de altitude. Existe uma certa
correlação entre a topografia, especialmente a altitude e condições agroclimáticas.
Geralmente, quanta altitude for maior, maior é a precipitação anual e com o período chuvoso
longo.
As características do habitat no distrito fazem com que abundem várias espécies faunísticas.
Um terço do território do distrito dispõe de ferro, titânio, ouro, cobre, níquel, asbesto, bauxite,
diatomite, ciassite, urite, monte- morilinite, mica e caulinita, encontrando-se a maior parte
destes minerais em Mavonde e Machipanda.
7
1.5.6. Infraestruturas e vias de Acesso
Este distrito é servido pelo Corredor da Beira, Estrada Beira - Manica e pela via-férrea
ligando Beira à República de Zimbabwe, na fronteira de Machipanda. As infraestruturas de
telecomunicações incluem rede de telefone, telégrafo e postos de rádio. O distrito possui
actualmente uma rede rodoviária de 879km, sendo 500km de estradas classificadas e 379 de
estradas não classificadas, sob gestão da Administração Nacional de Estradas (ANE).
Têm ocorrido disputas sobre a posse de terras no distrito de Manica, com maior ênfase na
zona do corredor da Beira e junto a fronteira com o Zimbabwe. Considerando a fertilidade dos
solos do distrito, facilmente se pode esperar a convergência de mais agricultores interessados
em cultivar a área, pelo que se pode esperar o agravamento dessas disputas e uma maior
pressão sobre os recursos.
8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.Lavra a céu aberto
Segundo Girodo (2005) a lavra a céu aberto nada mais é do que uma escavação ampla da
superfície do terreno com o propósito de extrair minerais metálicos e não metálicos, em
qualquer tipo de rocha, podendo ser desde pequenas raspagens manuais na superfície do
terreno até gigantescas escavações que alcançam centenas de metros em profundidade,
podendo ocupar dezenas ou eventualmente até centenas de quilômetros quadrados em
superfície. É um tipo de lavra que possibilita ampla flexibilidade na produção, inclui a
habilidade de se extrair 100% do minério existente dentro do corte, tal extração é feita até o
ponto onde a relação estéril/minério sobe consideravelmente, tornando-se inviável.
Em concordância com o mesmo autor, este método apresenta principais vantagens como alta
flexibilidade possibilitando mudanças no esquema produtivo em curto tempo, facilidade no
controle de teor, e custos iniciais de investimento bastante reduzidos em comparação com a
lavra subterrânea.
9
2.2.Operação de carregamento e transporte em lavras a céu aberto
As operações de carregamento e transporte consistem em transportar o material extraído da
jazida até diferentes pontos de descarga. Os locais de extração e remoção são denominados
frentes de lavra ou áreas de escavação (COUTINHO, 2017).
Quevedo (2009) afirma que em minas a céu aberto as actividades se iniciam com a preparação
da área a ser lavrada para que possa ser perfurada e detonada caso necessário. Neste caso, os
camiões são direcionados até uma determinada frente de lavra, os equipamentos de carga
(podem ser pás carregadeiras ou escavadeiras) que estão alocados nas frentes retiram o
material e o carregam nos camiões. Os camiões carregados transportam o material até um
determinado ponto de descarga (britador, pilha de estéril ou pilha pulmão) e em seguida
voltam para frente de lavra disponível, onde repetiram as mesmas operações. É uma operação
que requere bastante cuidado na tomada de decisões, pois para além de envolver elevados
custos de operação (60% dos custos totais da lavra), são responsáveis por manter o
funcionamento de toda mina.
10
A operação de carregamento representa uma parte substancial dos custos da operação de
mineração, e influenciam diretamente em todo o ciclo de produção da mina, porque o
processo de transporte depende do carregamento, uma baixa eficiência no carregamento reduz
gradualmente a produção das minas.
2.4.Escavadeiras
Segundo Jaworski (1997), as escavadeiras são equipamentos que possuem a característica de
executar a escavação com a máquina estacionada, isto é, operam sem se deslocarem na fase
do carregamento do seu implemento escavador (caçamba), escavam em terrenos brandos e em
alguns casos duros, descarregam o material ao lado e podem proceder a descarga em unidades
de transporte. Na sua base de apoio, podem ser montadas sobre esteiras, rodas ou trios. Na sua
composição, apresentam um braço, uma lança, e um balde.
Estes equipamentos, segundo a maneira de proceder a escavação e devido à forma construtiva
do implemento escavador (caçamba), podem ser agrupadas em Pás Mecânicas (escavadeiras
com caçamba frontal e escavadeiras com caçamba invertida), e Dragas Escavadeiras
(escavadeiras com caçambas de arrasto e escavadeiras com mandibula).
11
O giro da lança permite que a caçamba seja deslocada no plano horizontal para uma posição
de descarga que é executada com a abertura do fundo da caçamba, (JAWORSKI, 1997).
São equipamentos que escavam acima do nível de sua base e em certos casos, em um nível
um pouco inferior, devido a sua grande força de escavação obtida na borda cortante da
caçamba e grande segurança que possui em movimentos, são ideais para executar trabalhos
pesados.
Fonte: https://www.catmodels.com/p/diecast-models/construction/excavators/cat-330d-l-hydraulic-
excavator-85199/
12
2.4.3. Escavadeiras com balde de arrasto (Dragline)
As escavadeiras do tipo “Dragline” têm uma longa lança acoplada a polias e cabos de aço que
arrastam a caçamba (pá de arrasto) sobre o material que está sendo escavado. Quando cheia a
caçamba, esta é levantada e girada no ar até o ponto de descarga. Nesse ponto, pela ação de
um cabo de controlo, a caçamba é invertida, ficando com sua boca para baixo, despejando
assim do seu interior, o material. São equipamentos pesados de grandes portes, utilizados
quando o volume de material a ser movido é extremamente maior e não satisfaça as
exigências de outros equipamentos de carga.
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i) Escavação: é o movimento à frente efetuado pelo braço até a caçamba encontrar o
talude a escavar. A seguir a caçamba é elevada pelo braço, nessa operação é
raspado o talude e o material assim escavado vai preenchendo o bojo da caçamba.
ii) Giro: Compreende o movimento giratório efectuado pelo equipamento até um
ponto de descarga, logo após completar-se a carga da caçamba. O ponto de
descarga pode ser no terreno ao lado da escavadeira ou sobre unidades de
transporte.
iii) Descarga: A caçamba deve ser abaixada sobre o terreno (ou veículo de transporte)
e através de um meio mecânico ou hidráulico é aberta a parte inferior da caçamba
(fundo), para a descarga.
iv) Retorno: É a fase improdutiva, quanto menor o giro, menor será o tempo de
retorno para o início de novo ciclo de trabalho.
Ferreira (2013) sintetiza que geralmente, os camiões mais utilizados nas minerações com o
método a céu aberto, são os caminhões basculantes comuns (anexo 1), os caminhões
articulados (anexo 2) e os caminhões fora de estrada ou “off-roads” (anexo 3).
Onde:
𝑅𝑟 -Resistência ao rolamento;
𝐴 -Afundamento do pneu;
Resistência da rampa
É uma medida da força, devido à gravidade, que é preciso superar para movimentar a máquina
em rampas desfavoráveis (aclives). A resistência da rampa é uma medida da força, devido à
gravidade, que ajuda na movimentação da máquina em rampas favoráveis (declives). Via de
regra, as rampas são medidas em percentagem de inclinação, que é a relação entre a ascensão
ou queda vertical e a distância horizontal em que ocorre essa ascensão (+) ou queda (−),
segundo SILVA (2009).
A formula para calcular a resistência da rampa é:
𝑅𝑟𝑎 = 10 𝑥 𝑃 𝑥 𝑖 (2)
Onde:
𝑃 − Peso do equipamento em toneladas;
𝑖 – É o aclive em percentagem;
16
Para efectuar os cálculos de estimativa de produção, devem ser considerados antes alguns
conceitos fundamentais tais como (SILVA,2009):
Cmax
𝐕𝐜 = (3)
Pesp
Onde:
Vc = Volume da concha ou caçamba do equipamento em 𝒎𝟑
17
2.6.3. Empolamento (𝜺)
É o aumento do volume aparente de um material que ocorre quando é fragmentado e
removido de seu estado natural, mais compacto, para um estado mais solto
(desagregado/fragmentado). Pode ser expresso pela seguinte equação:
γ γ
E = (λ − 1)x100%, onde λ = λc e Vs = Vc x λc = λ x Vc (4)
s s
Onde:
λ é o factor de empolamento;
𝐻𝑇−(𝑀𝑃+𝑀𝐶+𝑇𝑃)
𝐷𝑀 = 𝑥100% (5)
𝐻𝑇
𝐻𝑃−𝐻𝑀
𝐷𝐹 = 𝑥100% (6)
𝐻𝑃
Onde:
HT é total de horas teóricas possíveis no período, exemplo, por ano;
18
MP é manutenção preventiva, compreendendo todo o serviço programado, conservação e
inspeção dos equipamentos, executados com a finalidade de manter o equipamento em
condições satisfatórias de operação;
HP corresponde às horas calculadas por ano, na base dos turnos previstos, já levando em
conta a disponibilidade mecânica e/ou elétrica;
HT
U= x100% (7)
HP−HM
Onde:
HP corresponde as horas calculadas por ano na base dos turnos previstos, levando em conta a
disponibilidade mecânica e ou eléctrica;
19
2.6.6. Eficiência Operacional
É de máxima importância que a produção seja mantida em ritmo estável. É esta eficiência de
trabalho que resulta em maior lucratividade. Fatores devido às paradas, atrasos ou deficiências
em relação ao máximo desempenho do equipamento devem-se, entre outros, aos motivos tais
como características do material, supervisão no trabalho, esperas no britador, falta de
caminhão, maior ou menor habilidade do operador, interrupções para a limpeza da frente de
lavra, desmontes de rochas, capacidade da caçamba e pequenas interrupções devido aos
defeitos mecânicos, não computados na manutenção.
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 1
𝐸= = = ∑ 𝑡𝑝 (8)
𝑡𝑐𝑒𝑓 𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 +∑ 𝑡𝑝 1+
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛
Para Ricardo e Catalani 2017, podemos ainda usar a equação abaixo para o calculo da
eficiência:
2.7.Tempos de ciclo
As operações de uma mina são compostas de tarefas básicas que compõem um ciclo de
operações. Em geral, tarefas como carregamento, transporte, descarregamento e retorno são
repetidas continuamente. A contabilização do tempo necessário para a realização de cada
tarefa faz com que o somatório dos tempos necessário para completar um ciclo seja chamado
de “tempo de ciclo”; (HARTMAN, 1992 apoud RACIA, 2016)
Por outra, Catalani e Ricardo (2007), define ciclo como sendo o conjunto das operações que
um equipamento executa num certo lapso de tempo, voltando em seguida, à sua posição
20
inicial para recomeça-las, e, tempo de ciclo corresponde ao intervalo decorrido entre duas
passagens consecutivas da máquina por qualquer ponto de ciclo.
Tempos elementares
a) Tempos fixos (tf):
Tempo de carga;
Tempo de descarga
Tempo de manobra
é a somatória de todos os tempos elementares, de que resulte o menor tempo de ciclo, em que
a tarefa pode ser executada.
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = ∑ 𝑡𝑣 + ∑ 𝑡𝑓 (10)
21
O tempo total do ciclo da escavadeira depende do tamanho da máquina (máquinas pequenas
podem completar o ciclo mais depressa que máquinas grandes) e das condições operacionais.
Em condições operacionais muito boas, a escavadeira pode completar o ciclo com rapidez. À
medida que as condições do trabalho se tornam mais severas (escavação mais dura,
profundidade de escavação, mais obstáculos etc.), a escavadeira diminui a velocidade. O
tempo para o enchimento da caçamba aumenta à medida que a escavação se torna difícil em
função da consistência do solo. À medida que a vala se torna mais profunda e o monte do
despejo maior, a caçamba tem que percorrer um deslocamento mais longo e a estrutura
superior tem que oscilar a uma distância maior a cada ciclo de escavação.
No caso do manual da Komatsu (2006), são apresentados dois métodos distintos para a
estimativa do tempo de ciclo (Tciclo). O manual faz distinção, entre trabalhos de construção e
de mineração, levando em conta, as condições operacionais de cada tipo de trabalho e o peso
operacional dos caminhões, acima das 300 toneladas para trabalhos de mineração. Para casos
de trabalhos de construção, este método admite que o tempo de ciclo é igual ao “tempo de
ciclo padrão”, em segundos, vezes um “fator de conversão”. O primeiro depende do modelo
de máquina e do ângulo de rotação, 45 a 90º ou 90 a 180º, e o segundo depende das condições
de carregamento e descarregamento. Este fator pode variar entre 0,7 e 1,8 (ver anexo A2) O
tempo de ciclo de trabalho normalmente consiste em tempo de manobra e posicionamento
(TMP) que depende da configuração de operação e do espaço operacional; tempo de
carregamento (TC); tempo de transporte carregado (Ti); tempo de manobra e basculamento
22
(TMB); e tempo de transporte vazio (TV). A duração do tempo de ciclo é igual à soma dos
cinco tempos, segundo a equação 6.
Por sua vez, o tempo de carga, número de passes e tempo de transporte carregado pode ser
calculado pelas equações 7, 8 e 9 respectivamente:
V
Numéro de passes = Vcamião (14)
concha
𝑑
TTC = (15)
𝑉𝑐
Onde:
𝑑 é a distância de transporte;
𝑉𝑐 é a velocidade do caminhão;
Quase todos os fabricantes dos equipamentos fornecem nos seus manuais os tempos de
transporte carregado e de transporte vazio dos caminhões que podem ser lidos em curvas de
desempenho de acordo com as velocidades típicas dos equipamentos em diferentes condições
de declividade de rampa e/ou resistência ao rolamento, como ilustra a imagem da Figura 17 e
nos anexos A1 e A2.
Figure 7: gráfico de tempos de transporte carregado e vazio para um determinado modelo de camião.
23
A distância de transporte está diretamente ligada ao tempo de ciclo por viagem dos caminhões
que por consequência determina a produtividade da frota. A Figura 18 relaciona a distância de
transporte carregado para sistemas móveis usados na mineração ao céu aberto. São muitos os
sistemas que podem atender as necessidades de distância, condições do solo, inclinação, tipo
de material e taxa de produção. Uma vez considerados todos os diversos fatores, geralmente
há um único sistema de transporte que proporciona melhor desempenho e maior potencial
para que se obtenha o menor custo por tonelada.
1
𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸 (16)
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛
Onde:
24
𝐿𝑣 = 𝐿𝑐 𝑥 ( 0,5 + 1,5 𝑥 𝑛) (17)
Onde:
𝐿𝑣- Largura da via;
𝐿𝑐 - Largura do maior veículo de transporte utilizado;
𝑛- Número de vias de uma mina.
Para o correto dimensionamento dos equipamentos em uma mina a céu aberto, é necessário,
primeiramente, a definição e conhecimento de alguns termos técnicos que tratam de
características importantes de cada equipamento de carregamento e transporte. Dentre as
principais características pode-se citar (RICHARDS & WEST, 2003):
Taxa de produção;
Eficiência;
Disponibilidade Mecânica e fisica;
Utilização;
Capacidade;
Desenho das estradas e acessos.
O processo de seleção destes equipamentos pode ser dividido nos seguintes estágios: tipo de
equipamento exigido; tamanho e/ou número de equipamentos; tipo específico e especificações
dos equipamentos; seleção dos fabricantes ou fornecedores.
Para Borges (2013), a seleção de equipamentos de transporte, como caminhões, por exemplo,
algumas empresas contam com o auxílio do fabricante para apresentá-los uma proposta de
aplicação baseada em requisitos de produção determinados. Em seguida as empresas
selecionam o tipo e a capacidade do caminhão a partir das diferentes propostas com base em
alguns dos seguintes critérios:
Geologia do depósito;
Metas de produção;
Vida útil do projeto;
Disponibilidade de capital;
Custo de operação;
Parâmetros geotécnicos;
Retorno de investimentos;
Interferências com o meio ambiente.
26
dimensionamento dos equipamentos, deve-se procurar, na medida do possível, a integração e
a padronização da frota de equipamentos na lavra, ajustando-se os desempenhos, modelos e
quantidades de equipamentos segundo a produção requerida.
27
2.11. Sistemas de despacho
Para viabilizar a lavra em diferentes frentes, uma mina conta com uma frota de equipamentos
de carga, os quais devem ser alocados de acordo com suas disponibilidades de operação e
produtividade. Os sistemas de despacho vêm desde muito proporcionando melhorias desde a
sua implementação no mundo da mineração, Rodrigues (2006), a operação eficiente de
camiões e equipamentos de carga em minas depende da alocação de camiões aos
equipamentos de carga e aos pontos de descarga. Em consequências das paradas programadas
e não programadas dos equipamentos, assim como como variações nas condições de
escavação, capacidade de camiões, características da mistura, a realocação de camiões é
realocação de camiões é requerida para manter a operação eficiente. Os sistemas de despacho
de camiões são agrupados em três grupos:
28
caminhões e equipamentos de carga contribui significante mente para o custo da operação
como um todo.
a) Alocação Dinâmica
Neste tipo de alocação os equipamentos de transporte não ficam fixos a uma única frente de
lavra, apos cada descarga eles podem ser direcionados a diferentes frentes de lavra de acordo
com a disponibilidade do equipamento de carga na frente, e é usado principalmente quando se
visa o aumento de productividade ou redução de variância dos teores do rom, empregue
geralmente com sistema de despacho eletrónico.
Camião 1
Escavadeira 1
Camião 2
Escavadeira 2
Camião 3
b) Alocação estática
Nesse sistema, cada caminhão é alocado a uma única rota, ou seja, permanece se deslocando
entre dois pontos fixos, um de carga e outro de descarga. 1Os caminhões devem ser alocados a
um ponto de carga que possua um equipamento de carga compatível. Essa compatibilidade
está relacionada, principalmente, com o número de passes necessários para encher a caçamba
do caminhão.
Camião 1
Escavadeira 1
Camião 2
Escavadeira 2
Camião 3
1
Informação acessada de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672005000100013
29
2.12. Políticas de manutenção de equipamentos
Moubray (1997) definiu as actividades de manutenção de equipamento como as ações
necessárias a manter as condições de operações e seu desempenho pelo restabelecimento de
eventuais deteriorações. A manutenção em equipamentos é bastante importante, pois para
além de previr falhas inesperadas que podem afetar a eficiência de operação do equipamento,
permitem deixar o equipamento sempre em bom estado para executar as actividades. Os
tempos regulares a que os equipamentos devem ser submetidos a manutenção e tipo de
manutenção a se fazer são fornecidos nos catálogos pelos fabricantes dos mesmos.
Existem basicamente dois tipos de manutenção que são: manutenção corretiva (não planejada
e planejada), que pode ser de emergência ou não, manutenção preventiva.
30
operação, redução de tempos de ciclos, redução dos custo e otimização da productividade
(COUTINHO,2013).
De acordo com o mesmo autor, as condições existentes na praça de carregamento são muito
importantes para que se tenha uma manobra adequada, eficiente e produtiva. A largura da
praça deve ser adequada ao tamanho das carregadeiras e caminhões, estabelecendo assim um
padrão de largura para cada mina. Tais condições têm como vantagens menor tempo de
manobra e posicionamento dos camiões, evita congestionamento de equipamentos, segurança
na manobra evitando acidentes, maior conforto para o operador, menor esforço e menor risco
de dano ao equipamento e aos pneus e maior produtividade devido ao menor tempo de
manobra.
31
3. METODOLOGIA
O presente trabalho é de carácter exploratório, explicativo e descritivo, baseando-se na
observação do processo de carregamento e transporte de material da empresa Clean Tech
Mining Lda., foi possível identificar o problema em estudo.
Para compreender o procedimento de como o carregamento e transporte é executado na frente
de lavra, o autor fez uma pesquisa de campo, tendo participado nas actividades laborais da
empresa. Para a realizacao do presente trabalho consistiu em seguintes procedimentos
metodologicos:
32
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4.1.Apresentação de dados
4.1.1. Descrição da empresa
A Clean Tech Mining Lda., é uma empresa dedicada a extração de ouro aluvionar, está
localizada na localidade de Penhalonga, Distrito de Manica, Província de Manica.
O minério é explorado a céu aberto através do método de lavra por tiras (strip Mining), onde
se destacam as seguintes operações principais: remoção do solo vegetal e decapeamento,
escavação e carregamento, transporte, e reposição da área.
A mina opera em 2 turnos de trabalho, dividido de 12 h de trabalho de cada turno por dia,
começando o primeiro turno as 6 h até 18 h, e o segundo das 19h as 5h do dia seguinte.
Capacidade
Nome do equipamento Modelo Unidades Função
(𝑚3 )
1.decapeamento
2.reposição da área;
CAT 336D 4 0,9 3.separar rochas maiores;
Escavadeira 4.construção das bacias de contenção
de rejeito;
Corte e Carregamento dos camiões na
CAT 330D 1 1,5
frente de Lavra.
Transporte de Minério da frente até a
CAT 730D 4 16,9
planta.
Camiões Transporte de rejeito Granular, e
VOLVO 1 16 construção da Bacia de contenção de
rejeito
Tabela 2: Lista de equipamentos usados no carregamento e transporte na Clean Tech Mining Lda.,
2018.
33
4.1.3. Operação de carregamento e transporte
As operações de escavação e carregamento do material são desenvolvidas em uma única
frente de lavra, são executadas por intermédio de uma única escavadeira do tipo retro (com
balde invertido) de acionamento hidráulico, de modelo CAT 330D com capacidade do balde
de 1,9 𝑚3 .A escavadeira procede o desmonte do material (desmonte mecânico) e efectua o
carregamento do mesmo sobre os camiões, em seguida o material é transportado ate o seu
destino final.
Através da figura, pode observar-se que a escavadeira efectua um carregamento numa praça
bastante confinada, o corte do material é em recuo, ângulo de giro da escavadeira é de
praticamente 180º. A máquina compreende um ciclo operacional de corte ou escavação, giro
carregado, descarga, e giro vazio, levando em media aproximadamente 42,02 min para um
ciclo completo. São efectuados em média 9 passes para o enchimento de um camião, com
uma duração media de aproximadamente 7 min. A tabela 3 representa os tempos médios do
ciclo da escavadeira:
34
Passes Tc(s) Tgc(s) Td(s) Tgv(s) Total
Tempos ocioso da
Tempo operacional (min) Camião a ser carregado
escavadeira (min)
8.07 OMD5
1,32
7.28 OMD2
1,49
7.46 OMD4
3,10
7.08 OMD3
6,02
8.27 OMD5
3,29
6.52 OMD2
44,68 14, 22
O transporte do material é efectuado com o uso de camiões articulados fora de estrada, num
total de 4 camiões, todos da marca Caterpillar de modelo 730D com a capacidade coroada de
16,9 𝑚3 . O material é transportado da frente de lavra até a planta de processamento (destino
final), que distam entre si 3,4 km de distância.
35
A vigem de ida, ou seja, o tempo de transporte da frente de lavra até a planta de
processamento com o camião carregado leva em média cerca de 13 minutos. O retorno vazio,
leva cerca de 9 minutos de tempo medio
O material a ser transportado é muito empolpado, fazendo com que este transborde durante a
viagem e chegue em uma quantidade menor em relação a inicial. Os camiões na mina operam
sem que que haja qualquer tipo de alocação, e durante o carregamento, são notáveis filas
constantes de espera dos camiões na praça, os tempos inefectivos destes é de praticamente
11,02 minutos. A tabela 5 representa os tempos de ciclo dos camiões.
𝑇𝑚𝑝 𝑇𝑐 𝑇𝑖 𝑇𝑚𝑏 𝑇𝑣
Camião
(𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛) (𝑚𝑖𝑛)
36
4.1.4. Vias de acesso
A mina dispõe de uma única via, a mesma que interliga a planta de processamento dá frente
de lavra. Apresenta dimensões de largura não uniforme em todos os pontos, sendo que
medições efetuadas de 50/50 m, constataram uma largura média da via de 5,2 m. Também
apresenta obstruções como covas (apêndice 4), rio que intercepta a via.
Primeiramente a empresa planeia movimentar 135,2 𝑚3 de volume de material por hora. Para
este efeito, a empresa estabelece que, os camiões transportadores devem executar 2 viagens
por cada hora, movimentando teoricamente cerca de 33,8 𝑚3 por hora.
4.2.Análise de dados
4.2.1. Analise da Manutenção dos equipamentos.
Como antes referido, a manutenção de equipamentos é um conjunto de procedimentos que
tem como objetivo garantir que equipamentos de um processo produtivo sejam sempre
capazes de executar as tarefas necessárias sem que hajam avarias indesejadas. A falta
manutenção preventiva dos equipamentos de carga e transporte na Clean Tech Mining Lda., é
um dos factores que condiciona a baixa eficiência operacional dos equipamentos no seu
processo produtivo. Observaram-se durante o período de estágio, avarias como furo nos
37
pneus de camiões, problemas de funcionamento nas esteiras da escavadeira, problemas de
desenvolvimento do motor, problemas estes que faziam com que sejam interrompidas as
actividades do equipamento para o mesmo ser submetido a manutenção. A figura 15 demostra
um camião basculante, que teve uma avaria inesperada enquanto efetuava o transporte, a
avaria resultou num furo inesperado sobre um dos pneus da parte de trás, onde o mesmo teve
logo que ser substituído para dar continuidade com suas actividades. Este processo durou
praticamente 30 minutos.
39
4.2.4. Analise das condições da via de acesso
As vias de acesso devem adequar a passagem continua dos equipamentos de transporte sem
que interfiram o seu desempenho operacional de acordo com o estabelecido pelo fabricante. A
mina apresenta uma única via que liga a frente da planta, com aspectos praticamente não
favoráveis, as dimensões, a presença de esburacaços, a falta de manutenção rotineira desta
via, a forma de construção, são alguns dos problemas que a via apresenta. Problema com a
pequena dimensão da largura da via, impede a passagem de 2 camiões simultâneos em
sentidos contrários, sendo que um precisa manobrar e parar para dar espaço a passagem do
outro, estas manobras tem uma media de 2,3 min, contribuindo para o alto tempo inefetivo
dos camiões e consecutiva baixa eficiência.
40
Equipamentos de transporte (Camiões)
Dados:
𝑇𝑐 = 7, 31𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑐𝑚𝑖𝑛 = ∑ tf + ∑ tv ;
Neste caso, após os cálculos acima e com a ajuda da equação 8, podemos então calcular a
eficiência de operação dos equipamentos de transporte:
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛
𝐸=
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 + ∑ 𝑡𝑝
33,51𝑚𝑖𝑛
𝐸=
33,51 min + 11,02
𝐸 = 0,71
A produção dos camiões calculou-se com base na equação 16, a formula de produção de
qualquer equipamento de terraplanagem:
Dados:
1
𝐶 = 16,9 𝑚3 𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛
60 𝑚𝑖𝑛
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 = 33,51𝑚𝑖𝑛 𝑄𝑒𝑓 = 16,9 𝑚3 𝑥 𝑥 0,72
33,51 𝑚𝑖𝑛
41
Equipamento de Carga (escavadeira CAT 330D)
Dados:
44,68 𝑚𝑖𝑛
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = 44𝑠 𝐸=
44,68 𝑚𝑖𝑛 + 14,22 𝑚𝑖𝑛
∑ 𝑡𝑝 = 14,22 𝑚𝑖𝑛
1
𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛
3600
𝑄𝑒𝑓 = 1,9 𝑥 𝑥 0,76
44
𝑄𝑒𝑓 =118,14 𝑚3 /ℎ
42
4.3.Discussão de dados
A eficiência operacional de equipamentos de terraplanagem como escavadeiras e camiões
basculantes, para ser considerada excelente deve de acordo Ricardo e Catalani (2007) estar no
mínimo em tornos dos 75%, isto implica que o equipamento opera 45 minutos efectivamente
trabalhados sem que haja interrupções ou paradas durante uma hora de trabalho. Assim, com
os dados apresentados e descritos no capítulo anterior e as diferenças verificadas na
produtividade dos equipamentos de carga em relação a produtividade planeada pela Clean
Tech Mining Lda. são resultados da baixa eficiência de operação dos camiões durante o
processo operacional, rondando em torno dos 71%.
Esta baixa, é condicionada pelos excessivos tempos de parada não programados que os
equipamentos registam, originados principalmente pela ausência da manutenção preventiva,
acabando por ocasionar avarias durante o processo operacional, elevando deste modo o tempo
inefetivo dos mesmos, outro factor é a via, que condiciona a baixa eficiência de transporte
devido a sua largura e as más condições que esta apresenta, isto influencia os camiões nos
altos tempos de viagens e paragens no cruzamento com o outro equipamento. Um outro factor
que origina a baixa eficiência destes é a forma de como os operadores operam e a ausência de
uma rigorosa supervisão. A má configuração da praça de carregamento é também um dos
factores que influencia em altos tempos de manobra dos camiões ocasionando de vez em
quanto ociosidade a escavadeira e direcionando um angulo de giro de 180˚ que influencia nos
tempos de giro.
Na maioria dos autores, recomendam que para uma operação eficiente de camiões e
escavadeiras, primeiramente as vias devem dispor de uma largura de 3,5 vezes ao maior
equipamento de transporte existente para um tráfego eficiente, os trabalhadores devem ser
treinados e supervisionados aos trabalhos de modo que operem aos equipamentos com a
máxima capacidade produtiva possível procurando sempre dispor dos menores ciclo possível
na operação.
43
4.4. Estratégias propostas para melhorar a eficiência dos equipamentos
Para um trafego eficiente, que ocorra sem interrupções como paradas, o autor propõe uma via
com uma largura igual em todos os pontos, esta largura deve ser 3,5 vezes a largura do camião
CAT 730D, assim as paradas de em média 2,3 minutos de manobras e espera para a passagem
de um outro camião seriam eliminadas. Os cálculos da largura da via recomendada são abaixo
demonstrados:
Dados:
𝐿𝑐 𝐶𝐴𝑇 730𝐷 = 3,5𝑚 𝐿𝑣 = 𝐿𝑐 𝑥 ( 0,5 + 1,5 𝑥 𝑛)
𝑛=2 𝐿𝑣 = 3,5 𝑥 ( 0,5 + 1,5 𝑥 2)
𝐿𝑣 =? 𝐿𝑣 = 12,25𝑚
Uma vez as condições da via já em perfeitas condições, e considerando o estado mecânico dos
camiões em perfeitas condições, o autor propõe uma velocidade de ida de 25km/h e de volta
de 30km/h, sendo estas velocidades consideradas pelo autor excelentes, em função de critérios
de segurança, neste caso, teremos os seguintes tempos de viagem:
Dados:
𝐷𝑖𝑠𝑡𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑉𝑖𝑑𝑎 = 25𝑘𝑚/ℎ 𝑉= 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜
3,4 𝑘𝑚
𝑉𝑣 = 30𝑘𝑚/ℎ 𝑡𝑖 = 20𝑘𝑚/ℎ = 8,2𝑚𝑖𝑛
3,4 𝑘𝑚
𝐷𝑖𝑠𝑡𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎 = 3,4𝑘𝑚 𝑡𝑣 = 30𝑘𝑚,ℎ = 6,8 𝑚𝑖𝑛
𝑇𝑖 =? 𝑒 𝑡𝑣 =?
Para evitar filas de esperas resultantes de demoras no carregamento, o autor propõe 6 passes
no carregamento, reduzindo assim o tempo de carregamento de 7 minutos (antes, quando era
efectuado com 9 passes) para 4,3 minutos com 5 passes.
Assim, com os dados já propostos pelo autor, podemos então calcular a eficiência de operação
dos equipamentos e sua consecutiva productividade:
Para camiões:
𝑇𝑣 = 6,8 𝑚𝑖𝑛 𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = 8,2𝑚𝑖𝑛 + 6,8 min + 3,8 𝑚𝑖𝑛 + 1,18𝑚𝑖𝑛 + 1.38 𝑚𝑖𝑛
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛
𝐸=
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 + ∑ 𝑡𝑝
21,36 𝑚𝑖𝑛
𝐸= = 0,78
21,36 𝑚𝑖𝑛 + 5,52 𝑚𝑖𝑛
45
Neste caso, a produção de cada camião durante uma hora de trabalho será então dada da
seguinte maneira:
1
𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛
60
𝑄𝑒𝑓 = 16,9 𝑥 𝑥 0,78 = 37,02 𝑚3 /ℎ
19,98
Efetuando os mesmos cálculos para a escavadeira, uma vez que a eficiência da escavadeira é
de 76%, sendo assim considerada como boa, a produção horaria será dada:
Dados:
1
𝐶 = 1,9 𝑚3 𝑄𝑒𝑓 = 𝐶 𝑥 𝑥𝐸
𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛
3600
𝑇𝑐𝑚𝑖𝑛 = 36,76𝑠 𝑄𝑒𝑓 = 1,9 𝑥 𝑥 0,76
36,76
𝑄𝑒𝑓 =141,4 𝑚3 /ℎ
46
140
138.32
120
118.14
100
78
80 71
60
40 37.02
21.7
20 33.51
21.3
0 9
6
Eficiencia do
camiao (%) Productividade
camioes (m^3/h) Numero de
passes Cicclo efectivos
(min) Productividade
escavadeira
(m^3/h)
Figure 14: Grafico de comparação entre dados anteriores e dados propostos pelo autor
47
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1.Conclusão
Ao longo das pesquisas levadas a cabo durante a realização deste trabalho, constatou-se que
os valores obtidos através de cálculos de eficiência operacional dos equipamentos de carga e
transporte pertencentes a Clean Tech Mining Lda., são relativamente baixos comparados com
valores estabelecidos por alguns autores, sendo que, esta ineficiência de trabalho interfere
naquilo que é a produção destes equipamentos, fazendo com que os mesmos não alcancem
metas de produção planeadas pela empresa. O fraco bombeamento das frentes de lavra é um
dos factores que também condiciona ao alto numero de passes da escavadeira, devido ao
estado empolpado do material, dificultando assim para um bom factor de enchimento da
concha. Logo, como conclusões dos factores causadores da baixa eficiência, abaixo estão
listados os seguintes:
48
5.2.Recomendações
A fim de melhorar a eficiência de operação dos equipamentos de carga e transporte na Clean
Tech Mining Lda., originada por factores já mencionados acima e garantir segurança aos
trabalhadores, o autor propõem algumas recomendações que são descritas abaixo:
49
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672005000100013 aos
13 de Fevereiro de 2018
52
7. ANEXOS
53
Anexo 2: Caminhão “off-road” empregado na mineração.
54
APÊNDICE
55
Apêndice 3: Presença de agua nas frentes de lavra
56