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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4
II. OBJECTIVOS .......................................................................................................................... 5
III. METODOLOGIA ................................................................................................................. 6
IV. CONCEITO DAS TRINCHEIRAS ..................................................................................... 7
6.3. Trincheiras Inclinadas ou principais ..................................................................................... 8
6.4. Trincheiras exteriores ........................................................................................................... 8
6.5. Trincheira horizontal ou de Corte ......................................................................................... 9
6.6. Trincheiras externas ............................................................................................................ 10
6.7. Trincheiras Internas ............................................................................................................ 11
VII. PROCESSO DE IMPLANTACAO E ABERTURA DAS TRINCHEIRAS ........................ 13
7.1. Material utilizado na abertura de Trincheiras ..................................................................... 13
VIII. PLANEAMENTO DAS TRINCHEIAS .............................................................................. 14
8.1. Levantamentos preliminares e escolha de área. .................................................................. 15
8.2. Critérios ambientais na a escolha da área para colocação da trincheira nas zonas
mineralizadas ............................................................................................................................. 15
8.3. Critério principais para seleção de área .............................................................................. 15
8.4. Localização da trincheira, instalação de piquetes e/nivelamento ....................................... 16
8.5. Empregabilidade das Trincheiras nas Investigacões em Subsuperficie .............................. 16
8.6. Amostragem de Trincheira ................................................................................................. 17
IX. TRINCHEIRAS DE INFILTRAÇÃO .................................................................................... 17
9.1. Critérios de Dimensionamento ............................................................................................... 17
9.2. Dimensionamento de Trincheiras de infiltração na mineração........................................... 18
9.3. Outro método para Dimencionamento das Trincheiras ...................................................... 20
Cálculo da vida útil da trincheira ................................................................................................... 21
9.5. VOLUME DE LÍQUIDOS PERCOLADOS .......................................................................... 21
9.6. COLOCAÇÃO DE UMA TRINCHEIRA DE DRENAGEM NA MINERAÇÃO ............... 22
X. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 23
XI. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................... 24
PRINCÍPIOS DE TRAÇADO E COLOCAÇÃO DAS TRINCHEIRAS Março ,
2018

INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordará em torno do tema, Princípio de traçado e Colocação das trincheiras
em zonas mineralizadas. Sendo o desenvolmento de um empreendimento mineiro que envolve
um investimento muito grande é de grande importância fazer um estudo detalhado e certeiro de
toda actividade mineira, daí vem a importáncia de se estudar sobre Princípio de traçado e
Colocação das Trincheiras em zonas mineralizadas e também o tema em questão debroça
assuntos como o planejamento e execução das trincheiras, não só, da os critérios ambientais no
que concerne a escolha do local apropriado para a colocação das mesmas.

O presente trabalho aborda assunto relacionado com trincheiras é importante conceituar o termo
Trincheira, são designadas Trincheiras as escavações a céu aberto, frequentemente com largura
variável entre 1m e 3m, profundidade que varia desde poucos centímetros em áreas pouco
intemperizadas até 5m a 6m em terrenos bastante alterados, com comprimento que pode ser
estendido por dezenas de metros.

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I. OBJECTIVOS

1.1.Objectivo Geral
 Debruçar em torno de Princípio de Traçado e Colocação das Trincheiras em zonas
mineralizadas.

1.2.Objectivos Especificos
 Ilustrar os mecanismo de colocação das trincheiras na zona mineral;
 Dar a conhecer os mecanismos da sua execução(manualmento e mecanicammente);
 Dar a conhecer os criterios usados na selecção da área para colocação das trincheiras;
 Determinação dos volumes de cada trincheira;

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II. METODOLOGIA

A primeira fase para a elaboração e realização deste trabalho de pesquisa foi a colecta de
informação em manuais escritos, consultas de manuais electrónicos e consulta de materiais
obtidos na cadeira de Planificação Mineira I (com Engᵒ. Ginja).

Feita a colecta de informação seguiu-se a fase de análise da mesma que consistiu na leitura,
realização de sínteses de acordo com pontos considerados mais pertinentes, e em seguida seguiu
se a fase de organização da informação, interpretação da mesma e por ultimo a fase de digitação e
revisão do trabalho.

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III. CONCEITO DAS TRINCHEIRAS


 Trincheiras: são escavações a céu aberto, frequentemente com largura variável entre 1m e
3m, profundidade que varia desde poucos centímetros em áreas pouco intemperizadas até
5m a 6m em terrenos bastante alterados, com comprimento que pode ser estendido por
dezenas de metros.
 Trincheira: é uma escavaçao geralmente vertical, ao longo de uma determinada linha ou
secção de modo a se obter uma exposição contínua do terreno, com dimensões variáveis,
sendo as mínimas suficientes para permitir o acesso de um observador, visando a inspeção
das paredes de fundos, e retirada deamostras representativas.
 Trincheira: é uma obra de secção trapezoidal limitada lateralmente pelas suas paredes
inclinadas e seu fundo na parte inferior.

Fig. 1: Trincheira
Font:https://www.google.co.mz/search?q=trincheiras+de+sondagem&biw=988&bih=619&espv=2&tbm=isch&tbo
=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjq4vHO6JXLAhWCGA8KHUEXC2IQsAQIIA&dpr=1#imgrc=1BldJxQA
oxg_JM%3A

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6.1. A escolha do processo de escavação das trincheiras depende:


 Das dimensões da secção transversal.
 De relevo da zona.
 Da possibilidade de colocar os desaterros retirados durante a escavação das trincheiras.
 Dos tipos e das características dos escavadores usados.

6.2. Segundo à posição no fundo as trincheiras podem ser distinguidas em:


 As trincheiras Inclinadas (Trincheiras de acesso ou trincheiras principais)

 As trincheiras horizontais ou trincheiras de corte (Talho) para a exploração

6.3. Trincheiras Inclinadas ou principais


Estas trincheiras são obras de secção trapezoidal e têm um perfil longitudinal e transversal
particular. Elas permitem o acesso ao jazigo, a obtenção das frentes iniciais de trabalho e
asseguram o transporte dos produtos. Elas são conservadas por muito tempo ou durante toda a
vida da exploração e podem ser fora ou dentro do campo da mina.
Quando estiverem destinadas ao transporte com engenhos a rodas, sao chamadas de Trincheiras
de acesso. As suas rampas médias são geralmente inferiores 10%.
Quando estiverem destinado a instalação dos elementos (Skip) sua rampa é forte, e chamam-se
trincheiras em rampa forte ou rígida.
6.4. Trincheiras exteriores
Elas têm um volume muito superior que as trincheiras interiores. É por isso que são usadas pela
abertura do campo de exploração menos fundo. Estão escavadas a partir da superfície do solo
fora do campo da carreira até ao seu limite no nível da plataforma (terraço) de trabalho.

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Fig. 2:

Trincheiras interiores

São usadas pela abertura dos campos de exploração mais fundo.


Elas estão escavadas seguindo o limite da carreira a partir da superfície do solo ou a partir do
horizonte a qual elas dão acesso. Elas são geralmente dispostas (realizadas) nas bordas não
exploradas da carreira.

6.5. Trincheira horizontal ou de Corte


Quando se inicia a exploração da bancada, uma ou as duas paredes das trincheiras de acesso são
abatidas (fragmentadas) e estas trincheiras de acesso viram para ser as trincheiras horizontais de
corte.
As trincheiras de corte preparam o campo mineiro à exploração. Suas escavações são feitas a
partir do limite do campo mineiro. Depois da realização das trincheiras de corte, usa-se vários
engenhosmineiros (sondador ou pesquisador, escavador, camião basculante) pelo meio dos quais
realiza-se a extensão do trabalho.
O conjunto das trincheiras principais e das trincheiras de corte permitem finalmente assegurar
a descobertura (abertura) e a exploração do Jazigo.

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Os esquemas de acesso numa mina a céu aberto podem ser classificados em 4 grupos:
1. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais separadas, quer dizer cada bancada é
(descoberta) aberta por uma trincheira independente.
2. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais comuns (gerais), quer dizer todas as
bancadas são abertas por único sistema de trincheira dependentes
3. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais agrupadas, quer dizer que um grupo
de bancadas sucessivas são abertas por meio de trincheiras dependentes ou vários grupos
de bancadas são abertas de modo independente
4. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais acopladas, quer dizer o primeiro,
segundo e terceiro processos com o uso das duas trincheiras pela abertura de cada
bancada ou de várias bancadas ou de todas as bancadas da carreira.

6.6. Trincheiras externas

6.6.1. Trincheiras Externas Separadas


Este esquema é usado no caso da exploração dos jazigos ligados, sob horizontais ou horizontais,
situados a uma pequena profundidade (20 a 30m), quer dizer um esquema dando acesso a duas
bancadas cuja altura não ultrapassa 15m. O transporte do minério e do estéril faz-se com
diferentes trajectórias. Os domínios de aplicação são reduzidos.

6.6.2. Trincheiras Externas Gerais (comuns)


Estas trincheiras permitem aceder a todas as bancadas de modo dependente. Neste caso, os
trabalhos mineiros diminuem em relação ao esquema precedente.
Isto permite o aumento de número de bancadas em exploração sem investimentos suplementares.
O domínio de aplicação é geralmente o mesmo que no primeiro caso mas com uma profundidade
um pouco mais grande (40 à 50m).

6.6.3. Trincheiras Externas Agrupadas


Este esquema é usado na exploração dos jazigos horizontais ou de fraca inclinação cuja
profundidade pode atingir 60 a 80m.

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6.7. Trincheiras Internas


As trincheiras principais internas são geralmente situadas nas bordas inexploradas da carreira
para permitir uma circulação fácil dos meios de transporte. As vezes, estão colocadas nas bordas
exploradas (bordas de trabalho).
Neste caso, as vias feitas devem periodicamente ser deslocadas por mais que se deslocam as
bordas. Isto implica um aumento dos custos de exploração e apresenta certas dificuldades tanto
no regime de circulação das unidades de transporte como para o trabalho de escavação.

6.7.1. Trincheiras internas separadas


Cada bancada é acedida por uma trincheira independente, isto facilita a organização dos trabalhos
de mina e o uso racional dos vários meios de transporte(locomotiva, camiões, bandas
transportadoras). Em contra parte, os investimentos dos principais trabalhos são importantes.
O esquema aplica-se aos jazigos potentes, de rampa maior que 25º, cuja profundidade não
ultrapassa 100m.

6.7.2. Trincheiras internas comuns

Trincheira interna comum directa


A trincheira interna comum encontra-se nas bordas inexploradas da carreira.
Neste caso, uma única trincheira inclinada permite aceder a todas as bancadas da carreira. Este
esquema aplica-se ao jazigos levantados ou semi levantados cuja profundidade não ultrapassa
100m mas com investimentos um pouco mais fracos do que no caso das trincheiras internas
separadas. Em contra parte, o jazigo deve ser mais extenso que o antecedente. Usa-se também
este esquema quando a rampa do jazigo não ultrapassar 30º e que os meios de transporte usados
são os camiões e os engenhos derivados dos camiões (reboques).

Trincheira inclinada comum com uma plataforma


É um esquema de acesso por meio de trincheira inclinada comum que tem uma plataforma
circular no ponto de mudança de direcção dentro da carreira. Esta plataforma artificial é destinada
às manobras dos meios de transporte usados.

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No feito, no caso de jazigos de rampa superior a 30º, existe uma versão especial da trincheira
principal de acesso para o transporte com camiões.
Esta trincheira principal comporta duas vias inclinadas com mudança de direcção principal de
transporte numa plataforma circular.
Este esquema é bastante simples pois o aumento da profundidade da carreira se realiza sem
reconstrução custosa das trincheiras principais.
A Desvantagem maior é o aumento considerável das despesas destinadas à constituição da
plataforma artificial.

Trincheira interna comum em forma de beco sem saída


É uma trincheira com muitos troços inclinados e horizontais alternados sucessivamente e que
estão colocados no interior do campo de mina.
O aprofundamento deste tipo de trincheira é acompanhado de mudança da sua direcção para cada
troço inclinado.
A trincheira é situada na borda inexplorada da carreira e usa-se este esquema pelos jazigos semi-
levantados e levantados de grande potencia e de qualquer profundidade.

Trincheira interna comum em espiral


Cada vez que se ataca uma nova bancada, a trincheira principal deve ser prolongada com uma
rampa que desce e que é suficiente para a circulação fácil dos meios de transportes adaptados. O
desenvolvimento (progressão) dos trabalhos de exploração efectua-se em forma de leque
(ventarola) incomodando também a extracção simultânea de muitas bancadas.
Assim para descobrir uma nova bancada mais abaixo, deve-se extrair quase completamente a
bancada anterior. Em pratica, este esquema aplica-se aos jazigos semi levantados e levantados
duma grande profundidade na condição tal que a configuração do jazigo em plano seja mais ou
menos redonda enquanto que a superfície horizontal seja vasta.

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VII. PROCESSO DE IMPLANTACAO E ABERTURA DAS TRINCHEIRAS

Podem ser abertas por meio de ferramentas manuais em áreas de difícil acesso, embora seja mais
frequente o uso de retroescavadeira. As trincheiras podem ser abertas em quaisquer direções,
embora seja usual a abertura em direções ortogonais a estruturação local, com o objetivo de
cruzar feições como veios e filões potencialmente mineralizados.
Pode ainda ultrapassar os limites da área com indícios de mineralização, com o objetivo de
definir claramente as máximas dimensões da área mineralizada. Numa etapa posterior ao
reconhecimento de feições ou estruturas mineralizadas, é possível ainda a abertura de trincheiras
paralelas a estruturação local, ou seja, ao longo de filões ou veios, com o objetivo de verificar seu
traçado e continuidade.

As trincheiras são indicadas para a prospecção de corpos lineares, quando são necessárias
informações sobre as variações estruturais ou litológicas nas áreas adjacentes ao corpo
mineralizado as trincheiras podem cortar transversalmente grandes faixas de terreno.
Quando há anormalidades detectadas, como por exemplo, afloramentos raros, devem-se abrir
trincheiras transversais que vão informar sobre o caráter das rochas subjacentes.
Também são utilizadas as trincheiras transversais para definições de comportamento tectônico
das rochas.

7.1. Material utilizado na abertura de Trincheiras


Na abertura das trincheiras podem ser usados:

 Ferramentas Manuais: pá, picareta, barra-mina.


 Equipamentos mecânicos: Tratores de lamina, retroescavadeiras, pás escavadeira
(trincheiras mais profundas)

O espaçamento entre as trincheiras depende da regularidade do minério, do comprimento do filão


e da área a ser prospectada. Podendo atingir 50m em grandes áreas contendo minério regular e
menos de 10m em áreas reduzidas ou em zonas com minério irregular.

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São abertas trincheiras longitudinais, que acompanham o filão em superfície, quando se prospecta
um veio de pequena espessura (até 2m), com a forma e mineralização muito irregular. Este
método torna possível o traçado exato da morfologia do filão e permite testá-lo em cada ponto,
locando suas irregularidades, por isso, é preferível ao de interceptar o veio por uma sucessão de
trincheiras transversais.

VIII. PLANEAMENTO DAS TRINCHEIRAS

O planejamento da Trincheira é baseadonas informações disponíveis de campo, como Mapa


Geológico, Geofísica, Geoquímica e dos objectivos que se pretende alcançar com a realização
desses serviços. O planejamento inclui a localização, e consequentemente a orientação em
relação ao “trend” (paralelo ou perpendicular), a profundidade, o espaçamento entre os piquetes
na trincheira, a escala do levantamento, a distância entre as Estações e o que será mapeado (piso
ou parede). Uma etapa de campo para validar o planejamento deve ser realizada.

Com auxílio de programas SIG/GIS(MapInfo, ArcGis, Idrisi, Geosoft etc.), sao definedas as
coordenadas de localização das trincheiras (início e fim) ainda no escritório. A locação da
trincheira em campo pode ser feita com GPS, tomando-se as coordenadas do início e do final da
vala e também dos piquetes, após a piquetagem. Se a área está levantada topograficamente com
piquetes, a Trincheira pode ser locada a partir destes, tomando o rumo e a distância do piquete até
o início e final da vala. Ou, após aberta, a equipe de topografia faz os devidos levantamentos.

As trincheiras devem ser abertas com o monitoramento de sua direção, uma vez que devem ser
retilíneas. Esse monitoramento pode se dar visualmente, com GPS, com bússola, teodolito, nível
ou mira. Na abertura das trincheiras é muito importante o posicionamento do material
desmontado. Este não pode ficar alojado de forma a propiciar o soterramento da vala. Portanto,
verificar a direção dos ventos, a inclinação do terreno, entre outros aspectos é muito importante
para que o retorno do material não corra para a vala ou, pelo menos, seja dificultado até que os
serviços de pesquisa mineral estejam concluídos.
As trincheiras perpendiculares ao “trend” têm por objetivo verificar relações de contato,
continuidade de uma sequência de rochas e relações estratigráficas. Aquelas paralelas ao “trend”
visam principalmente verificar a continuidade do corpo mineralizado.

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A decisão entre mapear o piso ou a parede depende do mergulho das rochas cortadas pela
Trincheira. Geralmente, se a estrutura é horizontalizada, mapeia-se a parede e se é verticalizada o
mapeamento é do piso.

8.1. Levantamentos preliminares e escolha de área.


Antes de mais e necessario que se faça estudos na area em vista de modo a garantir que os
trabalhos de implantação das trincheiras seja bem sucedido.

É importante que se tenha condições favoráveis, tanto no que se refere aos aspectos ambientais,
quanto aos construtivos. Assim, o tipo de solo e a profundidade do lençol freático, são elementos
decisivos na escolha da área; pois terrenos com lençol freático aflorante ou muito próximos da
superfície são impróprios para a construção deste tipo de aterro.
O espaço mínimo, recomendado entre o lençol freático e o fundo da trincheira escavada, é de
3,0m (três metros).

8.2. Critérios ambientais na a escolha da área para colocação da trincheira nas zonas
mineralizadas
 Mapa de localização da actividade e do seu contorno com raio de 1.500m, a partir do
perímetro da área;
 200m distante de rios e nascentes do perímetro da área;
 1500m de distância da população, a partir do perímetro da área;
 Deve ser observada a profundidade do lençol freático e tipologia de solo;
 300m de distância do perímetro da área de residências insoladas.

8.3. Critério principais para seleção de área


 Integração com o sistema de colecta e disposição;
 Estudos topográficos;
 Estudos geotécnicos;
 Estudos hidrológicos;

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8.4. Localização da trincheira, instalação de piquetes e/nivelamento

A amostragem em trincheiras frequentemente é feita nas paredes por meio de canaletas


(amostragem de canal), que cruzam a faixa mineralizada. Podem ser verticais ou horizontais, com
profundidade centimetrica e largura entre 5cm e 10cm.

Figura2. Posição de canaletas em relação a estruturação local

Fonte: www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Mineral_exploration#Stages_of_mineral_exploration

Uma vez aberta a trincheira, o passo seguinte é o seu levantamento. Este consiste de locação da
trincheira, instalação de piquetes/nivelamento, mapeamento topografico e geológico.
O mapeamento de trincheiras pode ser efetuado para elaboração de seções geológicas das paredes
ou piso, por meio de pequenos piquetes para posterior divisão da área em quadriculas por meio
linha ou barbante, em distância compatível com a escala de mapeamento (1/50, 1/100).
Conforme mencionado anteriormente a localização da Trincheira pode ser planejada em
escritório ou ainda, no campo, tendo como base os objetivos pretendidos (a serem alcançados
com a Trincheiras) e os dados de campo.

8.5. Empregabilidade das Trincheiras nas Investigacões em Subsuperficie


 Verificar a rocha sobrejacente em regiões de afloramento escasso ou a pequenas
profundidades;
 Verificar contatos do corpo mineralizado;
 Composição do minério;
 Informações sobre variações estruturais e litológicas em áreas adjacentes ao corpo de
minério;

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 Amostragem representativa.

8.6. Amostragem de Trincheira


Envolve 3 etapas:
1. Coleta de amostras
2. Redução das amostras recolhidas
3. Análises em laboratório

IX. TRINCHEIRAS DE INFILTRAÇÃO

As trincheiras de infiltração são dispositivos formados por uma escavação de terra preenchida
com matérias granulares como pedras de mão, brita, areia, e é destinada a coletar, armazenar e
infiltrar as águas de chuva. Além disso, tem uma boa interação com o meio urbano, podendo ser
construída em casas, avenidas e vários outros lugares.

Essas estruturas de infiltração trabalham tanto na redução das vazões máximas, funcionando
como reservatórios de amortecimento, quanto na redução dos volumes escoados, através da
infiltração das águas drenadas, podendo desempenhar um importante papel na remoção e controle
de poluentes do escoamento superficial bem como na recarga das águas subterrâneas.

9.1. Critérios de Dimensionamento


O dimensionamento pode ser divido em etapas:

 Escolha do risco hidrológico: para se definir a intensidade da chuva a ser adotada


devemos levar em consideração o tempo de retorno considerado.
 Definição das dimensões iniciais: de acordo com a área disponível para implantação da
trincheira é que definimos o comprimento dela, a largura é pré-determinada a principio
para efeito de cálculo e a profundidade é pré-definida através dos ensaios de capacidade
de infiltração.
 Vazão de descarga: a vazão de descarga é obtida em função da capacidade de infiltração
do solo.

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9.2. Dimensionamento de Trincheiras de infiltração na mineração


Uma vez determinado o período de retorno a ser atendido por um sistema de trincheiras de
infiltração, deve-se proceder aos demais critérios de projecto pertinentes. Uma das etapas a ser
cumprida é o dimensionamento das trincheiras. Por tanto, a literatura apresenta vários métodos,
que, em geral, baseiam-se no balanço hídrico no interior da trincheira. Desta forma, o volume de
armazenamento é obtido subtraindo-se o volume de saída e de entrada.

As principais variações entre os métodos encontrados na literatura consistem na forma de


obtenção dos volumes de entrada e saída, seja pelo método do hidrograma unitário, seja pelo
método racional, ou, no caso dos volumes de saída.

O modelo baseia-se na substituição da Equação de Darcy-Buckingham para a quantificação do


movimento da água em meio não saturado (Equação 1) na Equação da Continuidade (Equação 2),
originando uma equação diferencial que descreve o movimento da água no solo em função da
condutividade hidráulica não saturada K(θ).

Equação 1
𝒒 = 𝒌(𝝋) × 𝝋𝒕

Em que:
k(θ) é a condutividade hidráulica em função da umidade, e
φt = potencial total da água no solo, dado pela soma dos potenciais de pressão (φp), pneumático
(φn), mátrico (φm), gravitacional (φg), de temperatura (φT) e osmótico (φO).

Equação 2
𝜕𝜃
= ∇𝑞
𝜕𝑡
Em que:
t é tempo;
θé a humidade volumétrica, e
q é a densidade de fluxo (relação entre a vazão que passa pelo solo e a área efectiva de
escoamento, com dimensão LT-1);

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Substituindo 1 em 2 tem-se:
𝜕𝜃
= ∇𝑘𝜃 × ∇𝜑𝑡
𝜕𝑡
O volume de entrada na trincheira adoptado em projecto é estimado em função da intensidade e
tempo de precipitação e da área de drenagem, e é expresso pela equação abaixo:

103
𝑉𝑝 = 3,6
𝑖 × 𝑡𝑑 × 𝐴𝑑

Em que:
Vp = volume de projecto, em m³
i = intensidade de precipitação, em mm/h
td = tempo de precipitação, em s
Ad = área de drenagem conectada à trincheira de infiltração, em m²

Figura 4 Domínio do modelo de infiltração bidimensional.


Fonte: Tabuada et al (1995).

A profundidade é uma das limitações das trincheiras, haja vista que as mesmas não podem ser
muito profundas. Não existe uma profundidade máxima rigorosa, pois varia muito dependendo da

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região, consistência das litologias a serem cortadas, etc. Entretanto, não se tem mencionado
trincheiras com profundidade maior que três metros, sendo este o limite que poderia ser
considerado como máximo. Para situações onde a prfundidade é maior que 3,0 m deve ser aberto
o poço de pesquisa.

9.3. Outro método para Dimencionamento das Trincheiras

Parâmetros:
Valores adotados para cálculo
Li = Largura inferior da trincheira
Ls = Largura superior da trincheira
H = Profundidade da trincheira = 3,0 m à 5,00 m, dependendo da profundidade do lençol freático
e da tipologia do solo
δ = Peso específico do lixo no interior da trincheira = 0,5 t/m³
P = Produção diária de lixo por habitante (0,6 Kg/hab.dia x população atendida).

Considerações
Produção diária de lixo = 0,6 x população - Kg/dia - ton/dia
 C = Comprimento de cada etapa de uma trincheira
 VL = Volume diário de lixo gerado na área minerada
 Vt = Volume de terra para cobertura de resíduos
 Taxa de cobertura = 15%

Cálculos

Volume diário das trincheiras


𝑉𝐿 = 𝑃 ÷ 𝑇𝑀

Volume Total Diário (VT)


VT = 1,15 x VL

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9.4. Comprimento das etapas das Trincheiras


O comprimento das etapas das trincheiras é decorrente do volume diário total de lixo, podendo
ter uma vida útil de 60 a 180 dias.
𝑉𝑇
𝐶=
𝐻 × (𝐿𝑖 + 𝐿𝑠) ÷ 2

Cálculo da vida útil da trincheira


𝑪 × 𝑯 × (𝑳𝒊 + 𝑳𝒔) ÷ 𝟐
𝑽𝒖 =
𝑽𝑻

9.5. VOLUME DE LÍQUIDOS PERCOLADOS

1
Para a determinação do volume de líquidos percolados, é adoptado o método do balançohídrico.
Este método procura expressar o fluxo de água num aterro, considerando:
 A quantidade de água precipitada sobre o aterro;
 A fracção que escoa superficialmente, em função do tipo de cobertura e da declividade;
 A parte devolvida de água que se infiltra;
 A quantidade de água que fica na camada de cobertura, em função da espessura e do tipode
solo utilizado;
 A quantidade de água que atinge os resíduos, podendo gerar líquidos percolados.
Os elementos componentes do cálculo devem ser calculados mês a mês, a partir de valores
médios mensais, para o maior número possível de anos de observação.

Parâmetros a serem utilizados:

P = Índice de Precipitação Pluviométrica (mm),


EP = Evapotranspiração Potencial.
Obs: Os dados de P e EP podem ser obtidos através das estações climatológicas da COPEL (caso
sua empresa município não tenha uma estação, utilizar os dados do município mais próximo).
ES = Escoamento Superficial. É obtido aplicando-se o escoamento superficial (C’), às médias
mensais de precipitação.
ES = C’ x P,

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Onde:
C’ = α x C, sendo que C depende do tipo do solo, da declividade e da estação do ano.

9.6. COLOCAÇÃO DE UMA TRINCHEIRA DE DRENAGEM NA MINERAÇÃO

As trincheiras drenantes são feitas com drenos enterrados usados para recolher a água que
percore pelo maciço de solo e conduzi-la até pontos de captação.

Em taludes de cortes e na preparação da fundação de aterros, as trincheiras drenantes também


podem ser usadas em trechos húmidos. Nesses casos, captam a água percolada pelo maciço,
evitando que ela aflore e escoe na superfície o que poderia causar erosões ou rupturas.

São executadas, normalmente, com tubos drenantes instalados em um núcleo de brita. O conjunto
é envolvido com um geotécnico.
Uma variação desse processo, conhecido como "método invertido" é utilizada quando a ocupação
temporária da superfície precisa ser abreviada devido às condições locais

Fig 6 . Construção das estruturas definitivas como paredes, e pilares de uma trincheira na
mineração de grande escala;
Fonte: CAVALCANTI NETO, Mário T. de O. Pesquisa Mineral para Técnicos de Geologia e
Mineração. http://www.pesquisamineralcefet.hpg.com.br.

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X. CONCLUSÃO

Chegado ao fim do presente trabalho, concluiu-se que as trincheiras num contesto geral são
escavações a céu aberto, frequentemente com largura variável entre 1m a 3m, profundidade que
varia desde poucos centímetros em áreas pouco intemperizadas até 5m a 6m em terrenos bastante
alterados, com comprimento que pode ser estendido por dezenas de metros.

Quanto ao mecanismo de colocação, podem ser abertas em quaisquer direções, embora seja usual
a abertura em direções ortogonais a estruturação local, com o objetivo de cruzar feições como
veios e filões potencialmente mineralizados. Numa etapa posterior ao reconhecimento de feições
ou estruturas mineralizadas, é possível ainda a abertura de trincheiras paralelas a estruturação
local, ou seja, ao longo de filões ou veios, bem como trincheiras perpendiculares em relação a
estrutura local, com o objectivo de verificar seu traçado e continuidade bem como verificar os
contactos, continuidade de uma sequência de rochas e relações estratigráficas.
Quanto ao mecanismo da sua execução as trincheiras são executadas manualmente usando
ferramentas como: pás, picaretas e barra-mina, não só como também equipamentos mecanizados
tais como: Tratores de lamina, retroescavadeiras, pá escavadeira (para profundidades maiores). E
quanto aos critérios usados na selecção da área para colocação das trincheiras concluiu-se que a
área selecionada para a cocação das trincheiras deve ser observada a profundidade do lençol
freático e tipologia de solo, fazer estudos topográficos, geotécnicos bem como estudos
hidrológicos.

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XI. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

1. GRACIOSA, M.C.P. (2005). Trincheiras de infiltração como tecnologia alternativa em


drenagem da mineração;
2. GRACIOSA, M.C.P., MENDIONDO, E.M., CHAUDHRY, F.H.(2008). Simulação
hidráulica de trincheiras de infiltraçãode águas pluviais. Revista Brasileira de
RecursosHídricos, revisado e aceito para publicação,em preparação.
3. CAVALCANTI NETO, Mário T. de O. Pesquisa Mineral para Técnicos de Geologia e
Mineração.
4. http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Trincheira/43020553.html,
5. http://www.pesquisamineralcefet.hpg.com.br,
6. http://www.ocw.unicamp.br/fileadmin/user_upload/cursos/GE901/aula_12_Prospecao_ge
ologica_subsuperficie_profundidade_2011.pdf,
7. www.scribd.com/doc/134362309/Carvalho-Salo-Nas-Trincheiras-zonasmineralizadas;
https://www.google.co.mz/search?q=trincheiras+de+sondagem&biw=988&bih=619&esp
v=2&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjq4vHO6JXLAhWCGA8K
HUEXC2IQsAQIIA&dpr=1#imgrc=1BldJxQAoxg_JM%3A
8. http://www.mgamineracao.com.br/pordentro/noticias/GrupoMGA.htmll.

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