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Universidade Jean Piaget de Moçambique

Curso: Geologia e Minas 4ª Ano

Cadeira: Tecnologia de Minas

Tema: Clarificação e Espessamento – Filtragem e Secagem

Discentes

Alves Rute Armando Nhavoto……………… 3492

Leonildo Massada Zacarias Jermildo…………3433

Beira

Abril, 2023
Universidade Jean Piaget de Moçambique

Curso: Geologia e Minas 4ª Ano

Cadeira: Tecnologia de Minas

Tema: Clarificação e Espessamento – Filtragem e Secagem

Discentes

Alves Rute Armando Nhavoto……………… 3492

Leonildo Massada Zacarias Jermildo………..3433

Trabalho de investigação científico a ser

apresentado ao Curso de Geologia e Minas,

4ª ano. Lecionado pela Docente: Maibeque

Francisco João

Beira

Abril, 2023
Índice
I. Introdução ................................................................................................................................... 5

1.1 Contextualização ................................................................................................................. 6

1.2 Objetivos ............................................................................................................................. 6

1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 6

1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 6

1.3 Metodologia ........................................................................................................................ 7

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 8

2.1 Tratamento de minério ........................................................................................................ 8

2.2 Operações recuperação dos minerais .................................................................................. 8

2.3 Separação por tamanho ....................................................................................................... 9

2.4 Separação sólido líquido ..................................................................................................... 9

2.5 ESPESSAMENTO ............................................................................................................ 12

2.5.1 Descrição do equipamento ....................................................................................... 13

2.5.2 Os principais parâmetros que afetam a eficiência de um espessador ................. 13

2.5.3 Dimensionamento de espessadores .......................................................................... 14

2.5.4 Dimensionamento da zona de clarificação .............................................................. 14

2.5.5 Dimensionamento da zona de espessamento .......................................................... 15

2.6 Filtragem ........................................................................................................................... 17

2.6.1 Tipos de Filtro ........................................................................................................... 19

2.7 Tipos de secadores ............................................................................................................ 22

2.7.1 Secador Rotativo ........................................................................................................ 22

2.7.2 Secador de Leito Fluidizado ...................................................................................... 23

2.7.3 Secador de tambor...................................................................................................... 25

2.7.4 Características ............................................................................................................ 26

2.7.5 Secador de leito fixo .................................................................................................. 26

3 Conclusão ................................................................................................................................. 28

4 Referencia bibliografias ............................................................................................................ 29


Índice de figuras

Figura 1- Fluxograma típico de tratamento de minério ................................................................................. 10


Figura 2- Fluxograma simplificado do beneficiamento de minério de ferro – Carajás ................................. 11
Figura 3- Espessador ...................................................................................................................................... 12
Figura 4- Princípio de filtragem ..................................................................................................................... 17
Figura 5- de uma unidade de Secagem .......................................................................................................... 18
Figura 6- ilustração da parte interna de tipos de filtros .................................................................................. 19
Figura 7- Filtro tambor rotativo ..................................................................................................................... 20
Figura 8- Filtro a disco ................................................................................................................................... 21
Figura 9- Filtro prensa ................................................................................................................................... 21
Figura 10- Secador Rotativo. ......................................................................................................................... 22
Figura 11- Secador de Leito Fluidizado......................................................................................................... 24
Figura 12- Secador de Leito Fluidizado na interna ........................................................................................ 24
Figura 13-secador tambor .............................................................................................................................. 25
CAPÍTULO I

I. Introdução
A indústria de mineração é um dos principais setores da economia mundial, responsável pela
extração de minerais que são utilizados em diversos produtos e processos industriais. Para tornar a
mineração mais eficiente e econômica, muitas técnicas foram desenvolvidas ao longo dos anos,
incluindo a clarificação e o espessamento de minerais.

A clarificação e o espessamento são processos fundamentais no beneficiamento mineral, que


visam separar os minerais desejados da ganga e concentrar o produto final. Esses processos são
realizados por meio de sedimentação e filtração, que permitem a remoção de sólidos em suspensão
de um líquido e a concentração de sólidos em uma suspensão líquida.

A etapa de secagem e filtragem dos materiais é de extrema importância para garantir a qualidade
do produto final e a eficiência do processo. Para isso, são utilizados diferentes tipos de
equipamentos, como os secadores e filtros, que empregam diferentes princípios físicos para
realizar a separação e secagem dos sólidos. Com o objetivo de maximizar o desempenho desses
equipamentos e otimizar o processo de mineração, é fundamental compreender as características
de cada tipo de secador e filtro, bem como suas vantagens e desvantagens em relação aos demais.
Nesse contexto, este trabalho visa apresentar uma visão geral sobre os principais tipos de
secadores e filtros utilizados na indústria de mineração, descrevendo seus princípios físicos e
aplicações práticas.

Neste trabalho, abordamos o processo de clarificação e espessamento em detalhes, incluindo a


descrição dos equipamentos utilizados, dos princípios físicos envolvidos e das aplicações práticas
na indústria de mineração.

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1.1 Contextualização

Desde os tempos primórdios, o homem sempre esteve dependente dos minerais, seja para caça ou
para fabricação de armamento. Com o passar do tempo, o homem foi descobrindo novas
utilizações para os minerais e aprimorando sua utilização. Atualmente, os minerais são utilizados
em praticamente todas as áreas da vida moderna, desde a construção de edifícios e infraestruturas
até a fabricação de eletrônicos e medicamentos.

Segundo alguns autores, os egípcios já realizavam processos de beneficiamento de minérios no


período de 2000 a.C. Eles utilizavam técnicas rudimentares, como a separação manual do minério
em pedaços menores para remover impurezas. Já no século V a.C., os gregos desenvolveram
processos de separação por gravidade, utilizando a água para separar os minerais mais densos dos
menos densos.

Clarificação e espessamento são processos utilizados na indústria de mineração para separar


sólidos de líquidos e obter um produto concentrado. Esses processos são particularmente
importantes em operações de beneficiamento mineral, onde os minerais precisam ser separados da
ganga (materiais indesejáveis). E importante realçar para obter um produto de mineral e
necessários passar por várias etapas.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral


➢ Compreender a Clarificação e espessamento – filtragem e secagem no âmbito de
tratamento mineral.

1.2.2 Objetivos Específicos


➢ Definir os principais conceitos de tratamento mineral;
➢ Mencionar as principais fases de separação de líquidos sólidos.;
➢ Descrever o funcionamento do equipamento espessador;
➢ Descrever o dimensionamento dos espessadores;
➢ Descrever os processos de filtragem e secagem;
➢ Identificar as características e principais aplicação dos secadores;

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1.3 Metodologia

A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica em manuais e
páginas de internet, além de debates realizados em sala de aula concretamente nas aulas “2 a 3”. O
objetivo deste estudo é compreender a importância dos processos de clarificação e espessamento,
filtragem e secagem na indústria mineral, uma vez que estes processos são fundamentais para
obtenção de produtos da mineração. Ao longo deste trabalho, serão apresentados os principais
conceitos relacionados a esses processos e sua aplicação na indústria mineral, bem como a
importância dos mesmos para o mundo atual. É importante ressaltar que, para garantir a clareza e a
objetividade deste trabalho, foram revisadas as questões de gramática e pontuação.

Por fim, espera-se que este trabalho contribua para a compreensão da importância dos processos
de clarificação e espessamento, filtragem e secagem na indústria mineral, e seu impacto na
obtenção de produtos importantes para a sociedade.

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CAPÍTULO II

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Tratamento de minério

Mineral

É toda matéria inorgânica que possua uma composição química e propriedades físicas definidas,
tenha uma estrutura cristalina ordenada e seja de origem natural.

Minério

É toda rocha constituída de um mineral ou agregado de minerais contendo um ou mais minerais


valiosos, possíveis de serem aproveitados economicamente. Esses minerais valiosos, aproveitáveis
como bens úteis, são chamados de minerais-minério. O mineral ou conjunto de minerais não
aproveitados de um minério é denominado ganga.

Segundo Luz et al. (2010) e Valadão et al. (2007) “Tratamento, Beneficiamento ou Processamento
de Minérios são termos bastante utilizados como sinônimo em literaturas especifica sobre o
assunto’’.

O tratamento de minério consiste de operações básicas − aplicadas aos bens minerais − visando
modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais presentes ou a forma,
sem, contudo, modificar a identidade química ou física dos minerais Luz et al. (2010). Dentre os
diversos conjuntos de operações aplicadas no processamento mineral há de se destacar por suas
funções e importância as seguintes.

2.2 Operações recuperação dos minerais

Fragmentação ou cominuição

É a redução do tamanho de blocos e/ou partículas para promover a liberação adequada dos seus
minerais. As operações geralmente empregadas são de britagem e/ou moagem que reduzem o
minério em tamanhos que variam de centímetros até micrômetros. Por se tratar de operações
relativamente caras devido ao consumo energético, corpos moedores/revestimentos, etc. Deve-se
fragmentar o estritamente necessário para as fases posteriores;

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2.3 Separação por tamanho

Consiste em colocar os materiais dentro de uma faixa adequada de tamanho. São empregadas
operações de peneiramento e classificação por ciclagem.

Valadão et al. (2007) ressalta a importância da distribuição granulométrica (distribuição de


tamanho de partículas). Esta operação afeta o desempenho das demais operações, pois partículas
diferentes têm respostas diferentes ao processo a que estão submetidas, pelo simples fato de
possuírem tempos de residência diferentes que são função dos seus tamanhos;

Concentração

Separação de espécies mineralógicas de valor econômico (o mineral de interesse) das demais não
aproveitados;

2.4 Separação sólido líquido

Recuperação da água utilizada nas operações e disposição de rejeito. Na maioria das vezes, as
operações de concentração são realizadas a húmido. Antes de se ter um produto para ser
transportado, ou mesmo adequado para a indústria química ou para a obtenção do metal por
métodos hidro-pirometalúrgicos (áreas da Metalurgia Extrativa), é necessário eliminar parte da
água do concentrado. Estas operações compreendem desaguamento (espessamento e filtragem) e
secagem.

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Figura 1- Fluxograma típico de tratamento de minério

Fonte: Usinas de Beneficiamento de Minérios do Brasil – CETEM/ 2001

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Figura 2- Fluxograma simplificado do beneficiamento de minério de ferro – Carajás

Fonte: Usinas de Beneficiamento de Minérios do Brasil – CETEM/ 2001.

Embora todas as etapas de tratamento de minério sejam interferentes entre si, este estudo faz uma
abordagem à etapa de concentração mais direcionada ao estudo do processo de flotação.

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2.5 ESPESSAMENTO

Espessamento é a operação de separação sólido líquido baseada na sedimentação, utilizada para:


recuperação de água de polpas contendo rejeitos para descarte, preparação de polpas com
densidades mais adequadas para operações subsequentes (filtragem, moagem, flotação, lixiviação,
preenchimento de cavidades), separação das espécies dissolvidas dos resíduos lixiviados.

Clarificação e espessamento são processos utilizados na indústria de mineração para separar


sólidos de líquidos e obter um produto concentrado. Esses processos são particularmente
importantes em operações de beneficiamento mineral, onde os minerais precisam ser separados da
ganga (materiais indesejáveis).

E importante realçar que Polpas com menos de 1% até cerca de 50% de sólidos (em massa) são
espessados para 10 a 75% tendo a fase clarificada concentração da ordem de “ppm” (partes por
milhão).

É importantante salientar que O espessamento é o método preferido para desaguamento de polpas devido
ao seu custo relativamente baixo e simplicidade de operação. O espessador, apresentado na é,
essencialmente, um tanque ou reservatório onde a suspensão de sólidos é colocada para permitir a
sedimentação das partículas. Nesse caso, o espessador é alimentado continuamente com a suspensão a
uma taxa suficientemente baixa para permitir o tempo necessário à sedimentação da fase sólida e à
limpeza da fase líquida.

Figura 3- Espessador

Fonte: Espessamento e filtragem, ( Departamento de Engenharia de Minas)


12
2.5.1 Descrição do equipamento

Em geral os espessadores são constituídos de um tanque de sedimentação cuja área e volume


possuem dimensões suficientes para permitir a sedimentação de todas as partículas alimentadas. A
capacidade do espessador é diretamente proporcional à sua área e é, geralmente, determinada em
função da taxa de sedimentação dos sólidos na suspensão, o que independe da altura. A área da
unidade determina o tempo que ocorre a sedimentação das partículas sólidas para uma dada
taxa de alimentação. Por outro lado, a altura influencia o tempo necessário para o espessamento
da polpa a uma dada taxa de alimentação.

2.5.2 Os principais parâmetros que afetam a eficiência de um espessador

❖ A densidade, a viscosidade e a temperatura da polpa;

❖ O tamanho e a forma das partículas sólidas;

❖ A presença de agregantes;

❖ A diferença de densidade entre as partículas sólidas e a fase líquida;

❖ os métodos de aplicação dos agregantes;

❖ A distribuição granulométrica dos sólidos;

❖ As características de molhabilidades das partículas;

❖ Os sistemas de alimentação da polpa e de retirada do underflow;

❖ A presença de correntes de convecção

❖ A perturbação de ventos e a evaporação.

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Estes fatores em conjunto devem ser analisados e considerados com a finalidade de
otimização da operação de um espessador.

2.5.3 Dimensionamento de espessadores

Como visto anteriormente, embora haja equações que podem prever a evolução da sedimentação
para sistemas expandidos (onde a concentração é insuficiente para que a polpa se comporte
como uma massa una), essas falham ao prever o comportamento de suspensões em um espessador.
Assim a praxe é utilizarem-se ensaios de sedimentação em proveta e extrair os critérios de
projeto a partir do comportamento observado.

O comportamento reológico da polpa também vai mudando em função do aumento gradual da


concentração volumétrica de sólidos (por conseguinte, da interação interarticular).

Por exemplo, em se tratando de água como fluido, a viscosidade dinâmica (em Pa.s), sob
diluição infinita, pode ser expressa por:

ℎ2 𝑂 =0,002488 - 0,00049567 ´ ln(t - 273)

Onde:

• t – Temperatura absoluta da água [K].

O comportamento reológico de polpas aquosas foi estudado por Heiskanen e Laapas, os quais
obtiveram a seguinte equação para a viscosidade dinâmica de uma polpa com concentração
volumétrica dada:

h p (cv) = hH O´ {1 + 2,5 ´ c+ 14,1´ c 2 + 0,00273´ exp[-16 ´ c


2 ]}
2.5.4 Dimensionamento da zona de clarificação

Essa zona é dimensionada a partir do balanço de massas, onde o transbordo deve ser
virtualmente isento de sólidos (ou seja: a vazão de sólidos no espessado é igual à da
alimentação).

A equação de balanço de volumes em um espessador (“entrada = saída no transbordo +


saída no espessado”) é dada por:

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Onde:

• Qsa – vazão mássica de sólidos na alimentação [kgs-1];

• Qsu – vazão mássica de sólidos no espessado (underflow) [kgs-1];

• ρa – massa específica da polpa de alimentação [kgm-3];

• 𝜌𝑎 – Massa específica da polpa espessada [kgm-3];

• Cma – concentração mássica na alimentação [-];

• Cmu – concentração mássica no espessado [-]

2.5.5 Dimensionamento da zona de espessamento


Em operação ideal de um espessador a zona crítica deve ser virtualmente inexistente, isto
é: deve ser uma zona de espessura desprezível (início da zona de compressão).

O método pioneiro de dimensionamento dessa zona foi desenvolvido por Coe e Clevenger.
Esse método utiliza uma série de ensaios de sedimentação em proveta, variando- se a
quantidade de sólido na suspensão inicial. A partir de cálculos simples, calculam-se os fluxos
específicos para cada caso e seleciona-se o mais crítico, o qual vem a ser o fluxo unitário
mínimo (Gi mínimo) na zona de espessamento.

Analogamente ao mostrado anteriormente, para uma concentração inicial 𝐶𝑎𝑖 , tem-se:

Daqui, rearranjando os termos, tem-se a expressão clássica de Coe-Clevenger para um fluxo


unitário (𝐺𝑖 ):

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A velocidade de sedimentação é obtida no gráfico de altura versus tempo, como a inclinação
média entre o início do regime de sedimentação por zona e o ponto de compressão. Ou
seja:

Onde:

• ℎ𝑎𝑖 – Altura da interface no tempo inicial de sedimentação por zona, Tai [m];

• ℎ𝑐𝑜𝑚𝑖 – Altura da interface no tempo início de compressão, 𝑇𝐶𝑜𝑚𝑖 [m];

Naturalmente os valores de tempo Tai devem ser próximos de zero ou iguais a zero (não são
iguais a zero quando existe uma acomodação natural do sistema, no início do ensaio, devida
à turbulência necessária para a homogeneização inicial).

2.5.5.1 Vantagens e desvantagem

Embora existam muitas vantagens na utilização de espessadores com seção transversal


retangular, a forma mais encontrada é a de um tanque cilíndrico baixo, com o fundo cônico,
provido de raspadores que têm a função de levar os sólidos sedimentados para o orifício de
descarga da fase sólida, localizado no centro do fundo do espessador. O fluxo principal é radial
sendo o overflow descarregado pela parte superior em uma calha desenhada para esse objetivo.

Os espessadores apresentam a desvantagem de ocupar mais área que os demais métodos de


separação sólido-líquido, tais como a filtragem ou a centrifugação. Além disso, sua construção
envolve uma quantidade significativa de material o que, muitas vezes, significa um elevado
custo de capital para implantação. Por outro lado, os espessadores apresentam uma elevada
capacidade de estacagem e podem ser muito úteis em manter a produção por períodos longos.

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2.6 Filtragem

A filtragem é o processo de separação sólido-líquido através de um meio poroso que retém


os sólidos permitindo a passagem do líquido. Usualmente os poros do meio filtrante são
maiores que o tamanho de partícula a ser separado e, portanto, esses sistemas só operam de
maneira eficiente depois que a deposição de material obstrui parcialmente o meio.

A filtragem pode ser feita pela pressão hidrostática da suspensão sobre o meio filtrante,
denominada filtragem por gravidade, ou através de uma força externa. Nesse caso são possíveis as
seguintes alternativas:

➢ filtragem a vácuo, em que é criada uma pressão negativa (sub-atmosférica) abaixo do


meio filtrante;
➢ filtragem sob pressão, em que uma pressão positiva é aplicada do lado da torta;

➢ filtragem centrífuga, em que se utiliza a força centrífuga para forçar a passagem do


líquido;
➢ filtragem hiperbárica, em que se combinam vácuo e pressão;

➢ filtragem capilar, em que são utilizados meios cerâmicos poroso.

Figura 4- Princípio de filtragem

Suspensão Suporte do meio filtrante


Torta

Filtrado

Um filtro contínuo deve ser capaz de realizar o conjunto de tarefas descritos a seguir:

➢ suportar o meio poroso e a torta;

➢ transportar a torta desde o ponto de alimentação até o ponto filtrante;

➢ permitir a passagem do filtrado e o remeter ao ponto de destino;

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➢ permitir a lavagem da torta com recuperação da fase líquida;

➢ manter a pressão diferencial entre os dois lados do meio.

Para que um filtro contínuo seja capaz de executar todas essas tarefas foram desenvolvidas
sistemas, usualmente rotativos, que acionam válvulas de linhas de vácuo e ar comprimido.

Figura 5- Sistema de controle das funções


da filtragem

Segmentos
Sopro individuais

Flange de topo

Formação de torta

Torta soprada Sopro de ar

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O ciclo de filtragem é composto das seguintes fases, conforme apresentado na Figura
4.3:

a) formação da torta: consiste na acumulação de um volume de minério junto ao


meio filtrante.

b) Secagem: consiste na aspiração da água contida na torta através do meio filtrante.

c) Descarga: consiste em descarregar a torta após a sua formação.

O descarregamento da torta pode ser feito de através da inversão do sentido do fluxo de ar


na tela, ou seja, em filtros a vácuo utiliza-se um sopro de ar comprimido. Assim, ao mesmo
tempo em que os poros são desobstruídos, a torta é desprendida da tela.
Figura 6- ilustração da parte interna de tipos de filtros

2.6.1 Tipos de Filtro

2.6.1.1 Filtros Tambor

Os filtros tambor a vácuo são os mais utilizados na indústria mineral sendo aplicados em
situações onde a lavagem da torta é necessária ou não. Na Figura 4.4 tem-se uma representação
desse tipo de filtro. O tambor é montado horizontalmente e encontra-se parcialmente submerso
no tanque de base onde polpa é alimentada e mantida em suspensão por meio de agitadores.
A parte externa do tambor contém uma série de linhas de drenagem que passam pela parte
interior do tambor e terminam como anéis cobertos pelas válvulas rotativas nas quais o vácuo é

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aplicado. O meio filtrante é instalado sobre a superfície do tambor que gira em baixa
velocidade, usualmente na faixa de 0,1 a 0,3 rotações por minuto.
Figura 7- Filtro tambor rotativo

2.6.1.2 Filtro de Disco

Os filtros de disco têm princípio de operação similar ao de tambor. O meio filtrante é


instalado envolvendo os ambos os lados da seção circular dos discos verticais, montados com os
centros sobre um mesmo eixo horizontal, perpendicular aos planos dos discos.
A torta é formada pela aspiração da polpa para junto da tela e pela manutenção dos sólidos
junto a ela pela aspiração continuada. O filtrado passa através da tela para dentro do setor
e deste, para o tubo interno ao eixo, de onde é encaminhado para o sistema de drenagem.

Os discos podem ser localizados ao longo do eixo a uma distância de aproximadamente 30


centímetros e, em função disso, uma grande área de filtragem pode ser acomodada numa
pequena área de piso, fazendo com que o custo por unidade de área seja menor que nos filtros
tambor. Por outro lado, esse tipo de filtro não permite a lavagem da torta e é bem menos
flexível que o filtro tambor.

20
Figura 8- Filtro a disco

2.6.1.3 Filtro Prensa

Considerando a incompressibilidade dos sólidos, a filtragem pode também ser feita sob
pressão. Os filtros prensa, consistem de placas e molduras arranjadas de forma alternada. A
parte côncava da moldura é separada da placa através de um tecido filtrante.

A compressão do tecido de filtro entre as placas e as molduras ajuda a prevenir


vazamentos. Uma pequena câmara é formada entre cada par de placas. A polpa é introduzida
no espaço vazio das molduras nos canais formados pelos orifícios localizados nos cantos das
placas de molduras. O filtrado passa através do tecido e flui por gravidade para a parte
inferior da moldura onde é recolhido por canais contínuos. A torta permanece na moldura
e, quando o espaço é preenchido, é descarregada acionando cada uma das placas. Caso
necessário, antes de descarregar, a torta pode ser lavada.
Figura 9- Filtro prensa

f o n t e : Metson Minerals

A polpa é bombeada para dentro do filtro, com as placas travadas, utilizando uma bomba

21
de deslocamento positivo capaz de pressurizar o sistema. A pressão obriga o filtrado a
atravessar as telas e a escorrer pelos espaços existentes nas placas. Após o tempo de
secagem, as placas são descarregadas individualmente. Finalmente as telas são lavadas,
novamente uma a uma, juntadas e travadas e o filtro está pronto para ser realimentado,
repetindo o ciclo.

2.7 Tipos de secadores

2.7.1 Secador Rotativo


Esse tipo de secador é amplamente utilizado na indústria de mineração para secagem de materiais
granulares ou em pó. Ele consiste em um cilindro rotativo onde o material é alimentado e seco
enquanto é transportado pelo cilindro. Uma das principais vantagens desse tipo de secador é a sua
alta capacidade de processamento.

Figura 10- Secador Rotativo.

Fonte: s h a n d o n g tianli energy co., ltd.

2.7.1.1 Características
➢ É um tipo de secador que utiliza um tambor rotativo para secar o material a ser processado.
➢ O material é alimentado na extremidade do secador e é movido gradualmente até a outra
extremidade pelo movimento de rotação do tambor.
➢ Aquecedores são instalados em contato com o tambor, o que permite o aquecimento do ar
que entra em contato com o material a ser seco.
➢ A velocidade de rotação do tambor é ajustável para controlar o tempo de residência do
material dentro do secador.
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➢ É possível utilizar diferentes tipos de gases de secagem, como ar quente, gases de
combustão ou gases inertes.
➢ Os secadores rotativos são comuns na indústria de mineração, sendo utilizados para
secagem de minérios, agregados e outros materiais.

2.7.1.2 Principal vantagem


➢ Secador rotativo são sua capacidade de processar grandes volumes de material, sua
facilidade de operação e manutenção e a possibilidade de controle do tempo de residência
do material dentro do secador.

2.7.1.3 Principais desvantagens


➢ Destaca-se o alto consumo de energia e a necessidade de sistemas de controle de emissão
de poeira e gases poluentes.

2.7.1.4 Aplicação

➢ Amplamente utilizado na química,

➢ Mineração,

➢ Metalurgia,

➢ Agricultura,

➢ Rações,

➢ Fertilizantes e outros campos industriais.

2.7.2 Secador de Leito Fluidizado


Nesse tipo de secador, o material é fluidizado por meio de ar quente, o que permite uma secagem
mais uniforme. Esses secadores são especialmente úteis para materiais sensíveis ao calor, pois o
processo é realizado em baixas temperaturas. Outra vantagem é a alta taxa de transferência de
calor, o que permite um processo de secagem mais rápido.

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Figura 11- Secador de Leito Fluidizado

Figura 12- Secador de Leito Fluidizado na interna

2.7.2.1 Características
➢ Utiliza um fluxo de ar aquecido para fluidizar um leito de partículas;

➢ As partículas são mantidas suspensas no ar por um fluxo de ar ascendente;

➢ O ar quente aquece e seca as partículas suspensas;

➢ As partículas secas são removidas do leito fluidizado por um ciclone ou outro dispositivo
de separação de sólidos;

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➢ Permite o controle da temperatura e da umidade do ar de secagem para garantir a qualidade
do produto final;

➢ Possibilita a secagem de partículas com tamanhos variados e formatos irregulares;

➢ É eficiente na secagem de materiais com alta umidade e teor de água, como lodos e
suspensões;

➢ Pode ser utilizado em processos contínuos ou em bateladas;

➢ Tem baixo risco de incêndio e explosão, pois não utiliza gases inflamáveis ou explosivos.

2.7.2.2 Matérias aplicáveis


➢ Amplamente aplicado nas indústrias química,
➢ Mineração,
➢ Farmacêutica,
➢ Alimentícia, de ração,
➢ Industrial e de tratamento de lodo municipal.

2.7.3 Secador de tambor


O secador de tambor é um tipo de secador rotativo que utiliza o calor para secar o material
enquanto é transportado pelo tambor. Ele é especialmente útil para materiais mais viscosos, que
não podem ser secos em outros tipos de secadores. Uma das principais vantagens desse tipo de
secador é a sua capacidade de controlar a temperatura e a velocidade de secagem.

Figura 13-secador tambor

Fonte: andritz ag

25
2.7.4 Características
➢ Consiste em um tambor rotativo que aquece e seca o material à medida que gira.

➢ Pode ser aquecido por diferentes fontes de energia, como gás natural, vapor, óleo térmico
ou eletricidade.

➢ É capaz de lidar com uma ampla variedade de materiais, incluindo minérios, concentrados,
escórias e rejeitos.

➢ Permite o controle preciso da temperatura e do tempo de residência, garantindo uma


secagem uniforme e eficiente.

➢ É um equipamento robusto e de fácil manutenção, com baixa necessidade de peças de


reposição.

➢ Pode ser projetado com sistemas de coleta de poeira para reduzir a emissão de particulados
para o ambiente.

➢ Possui diversas aplicações na indústria de mineração, desde a secagem de minérios para a


etapa de concentração até o tratamento de rejeitos para disposição final.

2.7.5 Secador de leito fixo


Esse tipo de secador é utilizado para materiais em pequenas quantidades e é composto por uma
caixa isolada com uma esteira transportadora. O material é alimentado em um leito fixo e, em
seguida, é transportado por meio da esteira enquanto é aquecido. Uma das principais vantagens
desse tipo de secador é a sua simplicidade e facilidade de operação.

2.7.5.1 Características:
➢ Possui um leito de material fixo onde o ar quente é insuflado;

➢ O material a ser seco é alimentado no topo do leito e desce gradualmente até a saída do
equipamento;

➢ Pode ser utilizado com diferentes tipos de materiais, como partículas sólidas, granulados,
pastas e suspensões;

➢ É eficiente na remoção de umidade de materiais com baixo teor de umidade;

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➢ Pode ser operado em regime contínuo ou intermitente;

➢ É uma opção mais econômica em relação a outros tipos de secadores.

2.7.5.2 Aplicações:
➢ Secagem de minérios, como bauxita, fosfato, ferro e outros;

➢ Secagem de carvão;

➢ Secagem de resíduos sólidos;

➢ Secagem de produtos agrícolas, como grãos e sementes;

➢ Secagem de produtos químicos e farmacêuticos.

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CAPíTULO III

3 Conclusão
A indústria de mineração é um dos principais setores da economia mundial, responsável pela
extração de minerais que são utilizados em diversos produtos e processos industriais. Para tornar a
mineração mais eficiente e econômica, muitas técnicas foram desenvolvidas ao longo dos anos,
incluindo a clarificação e o espessamento de minerais.

A clarificação e o espessamento são processos fundamentais no beneficiamento mineral, que


visam separar os minerais desejados da ganga e concentrar o produto final. Esses processos são
realizados por meio de sedimentação e filtração, que permitem a remoção de sólidos em suspensão
de um líquido e a concentração de sólidos em uma suspensão líquida.

Neste trabalho, foi abordado os processos de clarificação e espessamento em detalhes, incluindo a


descrição dos equipamentos utilizados, dos princípios físicos envolvidos e das aplicações práticas
na indústria de mineração.

Importa frisar que escolha do tipo de secador e filtro mais adequado para cada processo de
mineração depende das características do material a ser processado, das especificações do produto
final e das condições de operação. Cada tipo de equipamento possui vantagens e desvantagens,
além de empregar diferentes princípios físicos para realizar a separação e secagem dos sólidos.
Dentre os principais tipos de secadores e filtros utilizados na indústria de mineração, destacam-se
os secadores rotativos, secadores de leito fluidizado, filtros prensa, filtros a vácuo e filtros de
disco.

É fundamental que os profissionais da área de mineração estejam familiarizados com esses


equipamentos e suas aplicações práticas, a fim de garantir a eficiência do processo e a qualidade
do produto final. Além disso, a constante busca por inovação e melhoria dos processos de secagem
e filtragem é fundamental para aumentar a eficiência da indústria de mineração e reduzir o impacto
ambienta

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4 Referencia bibliografias
OLIVEIRA, Maria; MEDEIROS DA LUZ, José; LACERDA, Carla. Espessamento e filtragem.
Universidade Federal de Ouro Preto - Escola de Minas: 2004
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PENG, Y., et al. Secadores rotativos para processamento de sólidos particulados: uma revisão da
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SANTOS, Edvânia. Aplicação da gestão por processo em tratamento de minério flotação de zinco e chumbo.
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