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Discentes
Beira
Abril, 2023
Universidade Jean Piaget de Moçambique
Discentes
Francisco João
Beira
Abril, 2023
Índice
I. Introdução ................................................................................................................................... 5
3 Conclusão ................................................................................................................................. 28
I. Introdução
A indústria de mineração é um dos principais setores da economia mundial, responsável pela
extração de minerais que são utilizados em diversos produtos e processos industriais. Para tornar a
mineração mais eficiente e econômica, muitas técnicas foram desenvolvidas ao longo dos anos,
incluindo a clarificação e o espessamento de minerais.
A etapa de secagem e filtragem dos materiais é de extrema importância para garantir a qualidade
do produto final e a eficiência do processo. Para isso, são utilizados diferentes tipos de
equipamentos, como os secadores e filtros, que empregam diferentes princípios físicos para
realizar a separação e secagem dos sólidos. Com o objetivo de maximizar o desempenho desses
equipamentos e otimizar o processo de mineração, é fundamental compreender as características
de cada tipo de secador e filtro, bem como suas vantagens e desvantagens em relação aos demais.
Nesse contexto, este trabalho visa apresentar uma visão geral sobre os principais tipos de
secadores e filtros utilizados na indústria de mineração, descrevendo seus princípios físicos e
aplicações práticas.
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1.1 Contextualização
Desde os tempos primórdios, o homem sempre esteve dependente dos minerais, seja para caça ou
para fabricação de armamento. Com o passar do tempo, o homem foi descobrindo novas
utilizações para os minerais e aprimorando sua utilização. Atualmente, os minerais são utilizados
em praticamente todas as áreas da vida moderna, desde a construção de edifícios e infraestruturas
até a fabricação de eletrônicos e medicamentos.
1.2 Objetivos
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1.3 Metodologia
A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica em manuais e
páginas de internet, além de debates realizados em sala de aula concretamente nas aulas “2 a 3”. O
objetivo deste estudo é compreender a importância dos processos de clarificação e espessamento,
filtragem e secagem na indústria mineral, uma vez que estes processos são fundamentais para
obtenção de produtos da mineração. Ao longo deste trabalho, serão apresentados os principais
conceitos relacionados a esses processos e sua aplicação na indústria mineral, bem como a
importância dos mesmos para o mundo atual. É importante ressaltar que, para garantir a clareza e a
objetividade deste trabalho, foram revisadas as questões de gramática e pontuação.
Por fim, espera-se que este trabalho contribua para a compreensão da importância dos processos
de clarificação e espessamento, filtragem e secagem na indústria mineral, e seu impacto na
obtenção de produtos importantes para a sociedade.
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CAPÍTULO II
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Mineral
É toda matéria inorgânica que possua uma composição química e propriedades físicas definidas,
tenha uma estrutura cristalina ordenada e seja de origem natural.
Minério
Segundo Luz et al. (2010) e Valadão et al. (2007) “Tratamento, Beneficiamento ou Processamento
de Minérios são termos bastante utilizados como sinônimo em literaturas especifica sobre o
assunto’’.
O tratamento de minério consiste de operações básicas − aplicadas aos bens minerais − visando
modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais presentes ou a forma,
sem, contudo, modificar a identidade química ou física dos minerais Luz et al. (2010). Dentre os
diversos conjuntos de operações aplicadas no processamento mineral há de se destacar por suas
funções e importância as seguintes.
Fragmentação ou cominuição
É a redução do tamanho de blocos e/ou partículas para promover a liberação adequada dos seus
minerais. As operações geralmente empregadas são de britagem e/ou moagem que reduzem o
minério em tamanhos que variam de centímetros até micrômetros. Por se tratar de operações
relativamente caras devido ao consumo energético, corpos moedores/revestimentos, etc. Deve-se
fragmentar o estritamente necessário para as fases posteriores;
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2.3 Separação por tamanho
Consiste em colocar os materiais dentro de uma faixa adequada de tamanho. São empregadas
operações de peneiramento e classificação por ciclagem.
Concentração
Separação de espécies mineralógicas de valor econômico (o mineral de interesse) das demais não
aproveitados;
Recuperação da água utilizada nas operações e disposição de rejeito. Na maioria das vezes, as
operações de concentração são realizadas a húmido. Antes de se ter um produto para ser
transportado, ou mesmo adequado para a indústria química ou para a obtenção do metal por
métodos hidro-pirometalúrgicos (áreas da Metalurgia Extrativa), é necessário eliminar parte da
água do concentrado. Estas operações compreendem desaguamento (espessamento e filtragem) e
secagem.
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Figura 1- Fluxograma típico de tratamento de minério
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Figura 2- Fluxograma simplificado do beneficiamento de minério de ferro – Carajás
Embora todas as etapas de tratamento de minério sejam interferentes entre si, este estudo faz uma
abordagem à etapa de concentração mais direcionada ao estudo do processo de flotação.
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2.5 ESPESSAMENTO
E importante realçar que Polpas com menos de 1% até cerca de 50% de sólidos (em massa) são
espessados para 10 a 75% tendo a fase clarificada concentração da ordem de “ppm” (partes por
milhão).
É importantante salientar que O espessamento é o método preferido para desaguamento de polpas devido
ao seu custo relativamente baixo e simplicidade de operação. O espessador, apresentado na é,
essencialmente, um tanque ou reservatório onde a suspensão de sólidos é colocada para permitir a
sedimentação das partículas. Nesse caso, o espessador é alimentado continuamente com a suspensão a
uma taxa suficientemente baixa para permitir o tempo necessário à sedimentação da fase sólida e à
limpeza da fase líquida.
Figura 3- Espessador
❖ A presença de agregantes;
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Estes fatores em conjunto devem ser analisados e considerados com a finalidade de
otimização da operação de um espessador.
Como visto anteriormente, embora haja equações que podem prever a evolução da sedimentação
para sistemas expandidos (onde a concentração é insuficiente para que a polpa se comporte
como uma massa una), essas falham ao prever o comportamento de suspensões em um espessador.
Assim a praxe é utilizarem-se ensaios de sedimentação em proveta e extrair os critérios de
projeto a partir do comportamento observado.
Por exemplo, em se tratando de água como fluido, a viscosidade dinâmica (em Pa.s), sob
diluição infinita, pode ser expressa por:
Onde:
O comportamento reológico de polpas aquosas foi estudado por Heiskanen e Laapas, os quais
obtiveram a seguinte equação para a viscosidade dinâmica de uma polpa com concentração
volumétrica dada:
Essa zona é dimensionada a partir do balanço de massas, onde o transbordo deve ser
virtualmente isento de sólidos (ou seja: a vazão de sólidos no espessado é igual à da
alimentação).
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Onde:
O método pioneiro de dimensionamento dessa zona foi desenvolvido por Coe e Clevenger.
Esse método utiliza uma série de ensaios de sedimentação em proveta, variando- se a
quantidade de sólido na suspensão inicial. A partir de cálculos simples, calculam-se os fluxos
específicos para cada caso e seleciona-se o mais crítico, o qual vem a ser o fluxo unitário
mínimo (Gi mínimo) na zona de espessamento.
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A velocidade de sedimentação é obtida no gráfico de altura versus tempo, como a inclinação
média entre o início do regime de sedimentação por zona e o ponto de compressão. Ou
seja:
Onde:
• ℎ𝑎𝑖 – Altura da interface no tempo inicial de sedimentação por zona, Tai [m];
Naturalmente os valores de tempo Tai devem ser próximos de zero ou iguais a zero (não são
iguais a zero quando existe uma acomodação natural do sistema, no início do ensaio, devida
à turbulência necessária para a homogeneização inicial).
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2.6 Filtragem
A filtragem pode ser feita pela pressão hidrostática da suspensão sobre o meio filtrante,
denominada filtragem por gravidade, ou através de uma força externa. Nesse caso são possíveis as
seguintes alternativas:
Filtrado
Um filtro contínuo deve ser capaz de realizar o conjunto de tarefas descritos a seguir:
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➢ permitir a lavagem da torta com recuperação da fase líquida;
Para que um filtro contínuo seja capaz de executar todas essas tarefas foram desenvolvidas
sistemas, usualmente rotativos, que acionam válvulas de linhas de vácuo e ar comprimido.
Segmentos
Sopro individuais
Flange de topo
Formação de torta
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O ciclo de filtragem é composto das seguintes fases, conforme apresentado na Figura
4.3:
Os filtros tambor a vácuo são os mais utilizados na indústria mineral sendo aplicados em
situações onde a lavagem da torta é necessária ou não. Na Figura 4.4 tem-se uma representação
desse tipo de filtro. O tambor é montado horizontalmente e encontra-se parcialmente submerso
no tanque de base onde polpa é alimentada e mantida em suspensão por meio de agitadores.
A parte externa do tambor contém uma série de linhas de drenagem que passam pela parte
interior do tambor e terminam como anéis cobertos pelas válvulas rotativas nas quais o vácuo é
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aplicado. O meio filtrante é instalado sobre a superfície do tambor que gira em baixa
velocidade, usualmente na faixa de 0,1 a 0,3 rotações por minuto.
Figura 7- Filtro tambor rotativo
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Figura 8- Filtro a disco
Considerando a incompressibilidade dos sólidos, a filtragem pode também ser feita sob
pressão. Os filtros prensa, consistem de placas e molduras arranjadas de forma alternada. A
parte côncava da moldura é separada da placa através de um tecido filtrante.
f o n t e : Metson Minerals
A polpa é bombeada para dentro do filtro, com as placas travadas, utilizando uma bomba
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de deslocamento positivo capaz de pressurizar o sistema. A pressão obriga o filtrado a
atravessar as telas e a escorrer pelos espaços existentes nas placas. Após o tempo de
secagem, as placas são descarregadas individualmente. Finalmente as telas são lavadas,
novamente uma a uma, juntadas e travadas e o filtro está pronto para ser realimentado,
repetindo o ciclo.
2.7.1.1 Características
➢ É um tipo de secador que utiliza um tambor rotativo para secar o material a ser processado.
➢ O material é alimentado na extremidade do secador e é movido gradualmente até a outra
extremidade pelo movimento de rotação do tambor.
➢ Aquecedores são instalados em contato com o tambor, o que permite o aquecimento do ar
que entra em contato com o material a ser seco.
➢ A velocidade de rotação do tambor é ajustável para controlar o tempo de residência do
material dentro do secador.
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➢ É possível utilizar diferentes tipos de gases de secagem, como ar quente, gases de
combustão ou gases inertes.
➢ Os secadores rotativos são comuns na indústria de mineração, sendo utilizados para
secagem de minérios, agregados e outros materiais.
2.7.1.4 Aplicação
➢ Mineração,
➢ Metalurgia,
➢ Agricultura,
➢ Rações,
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Figura 11- Secador de Leito Fluidizado
2.7.2.1 Características
➢ Utiliza um fluxo de ar aquecido para fluidizar um leito de partículas;
➢ As partículas secas são removidas do leito fluidizado por um ciclone ou outro dispositivo
de separação de sólidos;
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➢ Permite o controle da temperatura e da umidade do ar de secagem para garantir a qualidade
do produto final;
➢ É eficiente na secagem de materiais com alta umidade e teor de água, como lodos e
suspensões;
➢ Tem baixo risco de incêndio e explosão, pois não utiliza gases inflamáveis ou explosivos.
Fonte: andritz ag
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2.7.4 Características
➢ Consiste em um tambor rotativo que aquece e seca o material à medida que gira.
➢ Pode ser aquecido por diferentes fontes de energia, como gás natural, vapor, óleo térmico
ou eletricidade.
➢ É capaz de lidar com uma ampla variedade de materiais, incluindo minérios, concentrados,
escórias e rejeitos.
➢ Pode ser projetado com sistemas de coleta de poeira para reduzir a emissão de particulados
para o ambiente.
2.7.5.1 Características:
➢ Possui um leito de material fixo onde o ar quente é insuflado;
➢ O material a ser seco é alimentado no topo do leito e desce gradualmente até a saída do
equipamento;
➢ Pode ser utilizado com diferentes tipos de materiais, como partículas sólidas, granulados,
pastas e suspensões;
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➢ Pode ser operado em regime contínuo ou intermitente;
2.7.5.2 Aplicações:
➢ Secagem de minérios, como bauxita, fosfato, ferro e outros;
➢ Secagem de carvão;
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CAPíTULO III
3 Conclusão
A indústria de mineração é um dos principais setores da economia mundial, responsável pela
extração de minerais que são utilizados em diversos produtos e processos industriais. Para tornar a
mineração mais eficiente e econômica, muitas técnicas foram desenvolvidas ao longo dos anos,
incluindo a clarificação e o espessamento de minerais.
Importa frisar que escolha do tipo de secador e filtro mais adequado para cada processo de
mineração depende das características do material a ser processado, das especificações do produto
final e das condições de operação. Cada tipo de equipamento possui vantagens e desvantagens,
além de empregar diferentes princípios físicos para realizar a separação e secagem dos sólidos.
Dentre os principais tipos de secadores e filtros utilizados na indústria de mineração, destacam-se
os secadores rotativos, secadores de leito fluidizado, filtros prensa, filtros a vácuo e filtros de
disco.
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4 Referencia bibliografias
OLIVEIRA, Maria; MEDEIROS DA LUZ, José; LACERDA, Carla. Espessamento e filtragem.
Universidade Federal de Ouro Preto - Escola de Minas: 2004
LUZ. A. B., SAMPAIO, J. A., ALMEIDA, S. L. M. Tratamento de minérios. 4.ed.rev.amp. Rio de
Janeiro: CETEM/MCT, 2004
PENG, Y., HUANG, J. e ZHU, Z. Tecnologias de secagem para processamento de carvão e minerais.
2018.
PENG, Y., et al. Secadores rotativos para processamento de sólidos particulados: uma revisão da
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YAZDANI, H., et al. Uma revisão sobre secagem em leito fluidizado: mecanismo, projeto e operação.
2019.
SANTOS, Edvânia. Aplicação da gestão por processo em tratamento de minério flotação de zinco e chumbo.
Universidade Federal de Goiás: 2015
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