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I

Declaração

Declaro que o presente projecto de monografia como requisito de conclusão do curso de


Licenciatura em ensino de Física é genuinamente meu e é resultado da minha investigação,
pesquisas bibliográficas e consultas, sob orientação do supervisor, dr. Fernando Tembo.

Seu conteúdo é original e todas fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas
notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
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Resumo
É muito comum ouvir nos dias de hoje falar - se da Física e seus conceitos como um “bicho-de-
sete-cabeças”. Esta consideração concebida na sua maioria pela classe estudantil de que a Física
retracta temas constituídos por leis, definições e cálculos pode ser uma concepção originária do
modo como a Física é leccionada nas nossas escolas, pois não se interliga o que se aprende com
o que se vive ou com o que se pretende para além de simples aquisição de conhecimento para a
avaliação. Vários factores, estão por de trás da má qualidade de ensino que preocupa a sociedade
moçambicana no geral e aos profissionais da educação em particular.
Apesar de esforços empreendidos quase por toda sociedade na busca de uma educação e
instrução de qualidade esta, vê se abaixo das expectativas.
Como se não bastasse, culpas se descarregam mutuamente ora ao próprio currículo que se julga
inadequado, ora a má formação dos professores, ora ao tipo de aluno que não se preocupa para
desenvolver o seu próprio saber.
Deste modo, o presente projecto de monografia científica obedece o seguinte guião:
Aspectos primordiais relativos a pesquisa, que vão desde o presente resumo, introdução,
definição do tema e dos objectivos, a formulação do problema, a justificação da escolha do tema,
as hipóteses, procedimentos metodológicos, a delimitação da pesquisa, a população e
amostragem e a fundamentação teórica dos temas em estudo, onde se dá primazia as abordagens
de conceitos, "estática dos Sólidos” e "máquinas simples"
Pretende-se com isto, fazer se a ligação da teoria e da pratica como forma de motivação no
processo de ensino e aprendizagem da Física.
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Introdução
A Física é uma disciplina na qual os alunos estão acostumados a estudar de forma mecânica, ou
seja, de uma forma que quando estudam, o fazem exclusivamente para as avaliações,
acostumando-se a olhar os assuntos ou conteúdos de maneira somente a memorizar as fórmulas e
os exercícios já resolvidos em sala de aula que, na maioria das vezes, estão totalmente alheias as
suas experiências quotidianas. Em geral, esses alunos não fazem uma conexão entre a Física
aprendida e o mundo dos fenómenos que rodeiam a natureza.
A percepção de um fenómeno físico, por exemplo, seja de forma directa num experimento real
de laboratório ou através da manipulação de modelos que simulam o fenómeno em questão, tem
um significado bem mais profundo do que uma simples resposta operante automática a um dado
conjunto de estímulos.
Por isso, faz-se uma necessária busca de novas estratégias de ensino que que tragam facilidades
na aprendizagem do aluno, para que o próprio processo de ensino e aprendizagem tenha um
referencial para a organização, desenvolvimento e avaliação do aprendiz. Acredita-se que, o uso
de uma ferramenta que possa descrever os processos e fenómenos dinamicamente, permitindo ao
aluno interagir com fenómenos físicos poderia vir a facilitar a sua compreensão, além da
motivação para aprender proporcionada por este tipo de interacção.
As teorias de aprendizagem têm demonstrado, cada vez mais, a necessidade da experiência
prática contextualizada, pois, além de ilustrar as matérias, as aulas com esse tipo de ferramenta
educacional formam os alunos no manejo de instrumentos e dão-lhes um gosto de pesquisador.
Quando ocorre essa ligação de uma nova informação relacionada com o conhecimento já
existente do aluno chama-se a este fenómeno de aprendizagem significativa.
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Formulação do problema

Na percepção científica, “ problema é qualquer questão não solvida e que é objecto de discussão,
em qualquer domínio do conhecimento” (Gil,1999,p.49)

A física na nossa sociedade é vista não só actualmente bem como desde os tempos antigos como
uma disciplina que trás grandes dificuldades ao PEA, tanto para os alunos como aos professores
envolvidos no mesmo.

No âmbito do estudo em questão, tem-se por finalidade demonstrar de uma forma inequívoca o
impacto da ligação entre a teoria e prática nas aulas de física. Das diferentes unidades temáticas
do programa de Física para o ensino secundário do 1º ciclo, a unidade temática “Estática dos
Sólidos” é uma das que se debruçam sobre matérias de muita aplicação na técnica e que dá uma
enorme contribuição para o desenvolvimento das capacidades do aluno para que este por sua vez
possa estar em altura de ajudar de certa maneira a resolver os problemas do dia-a-dia no seio da
sociedade.

Para a percepcao de alguns conceito de fisica deve se recorrer a algumas experiencias ou


amostragens. Factos que resultam de vivencias do dia-a-dia. A intetpretacao eficaz de alguns
fenómenos como a queda livre dos corpos, a dinâmica dos corpos e a estática dos solidos em
particular deve ser feita com base de conhecimentos prévios de vivencias ou experiencias
caseiras e de baixo custo. Como por exemplo a colocaçao de andaimes para a construção, a
colocação de objectos na mesa entre outras.

O homem, para tornar as suas actividades cada vez mais fácil recorre com frequência ao uso de
máquinas simples que se dividem em três grandes grupos, nomeadamente: Alavancas,
exemplos: tesouras, alicates, carrinhos de mão, etc. Roldanas, exemplos: roldana fixa, roldana
móvel, roldanas fixa e móvel e talha e Plano Inclinado.
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Este projecto de pesquisa visa propor medidas que possam acrescer não só o melhoramento das
orientações metodológicas, mas também para facilitar o ensino na criação de um espírito de
gosto pelas experiencias pois entende-se que as enumeras dificuldades encontradas na
compreensão destes surge através da deficiente transmissão de conhecimentos por parte dos
professores.

Delimitação do tema

Durante a realização das práticas pedagógicas na Escola Primária Completa com 10ª de Mazoe, o
autor deparou se com várias situações de incoerência e dificuldades por parte dos alunos, e não
só, na introdução de um conceito novo tendo como base os conceitos já abordados e sua ligação
ás experiencias como forma de despertar interesse e motivação da nova aprendizagem aos
alunos. Os professores das turmas assistidas, pouco exploravam o conhecimento prévio do aluno
e sua ligação com as experiencias do seu dia-a-dia e outros fenómenos naturais relacionados,
factores que desempenham um papel importantíssimo para a aquisição de uma nova
aprendizagem e com sucesso.

Justificativa do tema
A escolha do problema para Rudio,(apud Minayo, 1999), merece indagações, isto é, a escolha
do tema é motivada por uma inquietação que pode ser solucionada através da implementação
ou acréscimo de ideias, pensamentos ou actos que tendem a solução deste mesmo problema
ou inquietação. A escolha do tema “Ligação entre Teoria e Prática nas aulas de Física”
mais concretamente nos temas “Estática dos sólidos e máquinas simples" da 9ª classe,
consiste em tornar o aluno cada vez mais capaz de assimilar a matéria facilmente. Daí que
tendo em consideração ao facto de haver um distanciamento no processo de ensino e
aprendizagem, sobretudo na ligação entre a teoria e a prática na abordagem dos conceitos de
Física associada a falta de meios concretizadores a nível da planificação das aulas e
laboratórios, fenómeno este observado pelo autor durante todo o processo de práticas
pedagógicas de Física realizadas na Escola Primária Completa com 10ª de Mazoe, anexa da
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Escola Secundária Emília Daússe-Changara, levou o mesmo a propor a pesquisa do tema


acima citado, como forma de ilustrar as vantagens desta combinação e minimizar as enormes
dificuldades enfretadas pelos professores em motivar o aluno para a aprendizagem, devido a
ausência de ligação teoria-prática.

Acredita o autor que com a implementação de experiencias de baixo custo pode se


relacionar e interligar conceitos nas aulas de Física, á realidade social dos factos e dos
fenómenos naturais como forma de despertar e suscitar o interesse do aluno no gosto pela Física
através da relação entre os conhecimentos pré-adquiridos e novas abordagens de conceitos e
fenómenos físicos da natureza, ilustrados em experiencias. A maior parte dos alunos desta escola
iam afirmando que a Física é uma disciplina difícil, pois baseia-se em conceitos abstractos.

Mas que através de aulas experimentais este aluno podia desenvolver de forma consciente e
autónoma as suas capacidade em aulas de física. Este aluno estabeleceria uma excelente ligação
entre o que aprendeu, o que vai aprendendo no presente e posteriormente. Assim acabaria por ter
iniciativas que pudessem ajudar a resolver cientificamente os problemas no seio da sociedade,
tais como:
 A irrigação dos campos usando a água dos poços a partir de roldanas e alavancas;
 Prever o tempo através das características ambientais e físico-atmosféricas;
 O tempo que a pessoa possa levar duma cidade a outra conhecendo a distância e
velocidade com que o carro deve andar;
 O levantamento de grandes cargas usando alavancas, plano inclinado e roldanas;
 Desmontar e montar pneus de carro, desapertar e apertar parafusos, entre outras e
tarefas do dia-a-dia

Em suma, o aluno através dos conceitos físicos que conhece e sua interpretação na prática,
torna se consciente do que acontece na natureza e dai pode tornar medidas para estancar o que
constitui perigo e procurar desenvolver o que possa constituir benefício para a sociedade.
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Questões Cientificas

 Como pode a ligação da teoria e pratica tornar o ensino centrado no aluno?


 De que maneiras pode se motivar o aluno, a desenvolver o gosto pela Física?
 Sendo a Física uma ciência ligada a natureza, como se explica a sua má interpretação por
parte dos alunos?
 Reflectindo sobre o ensino de Física em Moçambique, quem e como deve leccionar as
aulas de Física?
 Quais as sugestões metodológicas para uma aula e professor ideal de Física?

Objectivos

Libaneo, (2002), citando outros autores diz que os objectivos “ são fins que antecipam os
resultados de um trabalho, expressando a aplicação de métodos”.

Objectivo geral

 Explicar o aluno e o professor, a importância das experiencias nas aulas de Física


como forma de tornar o PEA mais interactivo e centrado no aluno.

Objectivos específicos

 Tornar o aluno, o elemento chave nas experiências estimulando a sua iniciativa


criadora e experiência individual;
 Planificar, realizar de forma independente as aulas experimentais para posteriores
investigações qualitativas e quantitativas das leis físicas;
 Adaptar os objectivos às orientações metodológicas dos programas do ensino de
Física as condições concretas da escola através de aproveitamento de recursos locais
para a realização de pequenas experiências;
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Hipóteses
São suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa.
Barreto e Honorato (1999), considera “hipóteses como uma espectativa de resultados a serem
encontrados ao longo da pesquisa, é a categoria ainda não completamente comprovada ou
opiniões vagas, oriundas do censo comum que ainda não passaram crivo de exercício cientifico”
As hipóteses irão orientar a planificação dos procedimentos metodológicos necessários a
execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências
que comprovem, sustentem ou refutem a afirmação feita na hipótese. Segundo Lakatos e
Marconi “as hipóteses definem até aonde você pretende chegar e, por isso, serão as directrizes de
todo o processo de investigação”. A hipótese é sempre uma afirmação, uma possível resposta ao
problema proposto.
Para a pesquisa em causa levantou se as seguintes hipóteses:
 Acredita-se que a ligação teoria-pratica, auxilia ou optimiza, o processo de ensino
e aprendizagem, através da ligação, relação e interligação dos conceitos com
experiências.
 A aprendizagem é significativa quando esta decorre de forma coerente e
conjugada á outras modalidades de aprendizagem (EXPERIÊNCIAS).
 Existência de um laboratório de Física na escola é a condição primordial para a
realização de experiências continuamente;
 A iniciativa de exemplificar recorrendo a pequenas demonstrações em função das
situações criadas, produzindo experiências de demonstração com base em
materiais locais;
 A capacidade de fabricar materiais de baixo custo que possam ser necessários
para experiências
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Metodologia de pesquisa
Método bibliográfico
A revisão bibliográfica irá constituir-se na leitura de algumas obras que debruçam sobre a
estática dos Sólidos com enfoque ao tema Maquinas Simples. Pelo que citando Gil, (2002) diz
que a consulta bibliográfica consiste no seguinte: esta é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente por livros ou obras literárias, artigos científicos e outros.
Mais adiante o autor frisa ainda que, a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no
facto de permitir ao investigador a cobertura de uma vasta gama de fenómenos muito mais
amplos, do que aquela que poderia pesquisar directamente (Gil, 2002:44). Deste modo far-se-á a
busca e leitura, analise e selecção de obras que se referenciem ao tema em estudo, permitindo
assim a aquisição de informações teóricas e dados que tornarão possível a realização desta
pesquisa

Cronograma do presente projecto de pesquisa


Actividades Período Local Observações
Observação e constatação Escola Primária Completa Práticas
2014 e 2015
do tema com 10ª de Mazoe Pedagógicas
Elaboração do projecto de Agosto de Universidade Pedagógica-
pesquisa 2016 Tete
Setembro e Escola P. Completa com
Trabalho de campo Outubro de 10ª de Mazoe
2016
Organização, analise, Biblioteca da UP-tete,
interpretação de dados Novembro pesquisas do Google e
colectados e consultas 2016 outras fontes
literárias

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Teorias de aprendizagem

 Teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel

A aprendizagem significativa apresentada por Ausubel na década de 60 (AUSUBEL, 2003) tem


por base a interacção cognitiva do aprendiz em relacionar o novo conhecimento com o
conhecimento já existente. O conhecimento prévio é a base para a introdução para novos
conceitos, pois para Ausubel só pode-se aprender a partir daquilo que já se tem na estrutura
cognitiva. Conclui-se então que aprendizagem significativa é progressiva, isto é, ela é construída
através de novos significados captados relacionando-os com as informações pré-existentes.

 Teoria de aprendizagem de Levi Vygotsky

“Levi Semenovich Vygotsky nasceu em 1896 na cidade de Orsha, na Rússia, e morreu em


Moscou em 1934, com apenas 38 anos. Formou-se em Direito, História e Filosofia nas
Universidades de Moscou e A. L. Shanyavskii, respectivamente. Segundo Vygotsky, o
desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interacção social, ou seja, de sua
interação com outros indivíduos e com o meio. A aprendizagem é uma experiência social,
mediada pela utilização de instrumentos e signos, de acordo com os conceitos utilizados pelo
próprio autor. A aprendizagem é uma experiência social, a qual é mediada pela interação entre a
linguagem e a ação, ou seja resulta da interação da teoria e da pratica. Para ocorrer a
aprendizagem, a interação social deve acontecer dentro da zona de desenvolvimento proximal
(ZDP), que seria a distância existente entre aquilo que o sujeito já sabe, seu conhecimento real, e
aquilo que o sujeito possui potencialidade para aprender, seu conhecimento potencial.O
professor deve mediar a aprendizagem utilizando estratégias que levem o aluno a tornar-se
independente e estimule o conhecimento potencial, de modo a criar uma nova aerea de
aprendizagem a todo momento. Essa teoria mostra-se adequada para atividades colaborativas e
de aprendizagem conjunta. http://www.dfi.ccet.ufms.br/prrosa/Pedagogia/Capitulo_5.pdf.
MOREIRA, Marco Antônio; Teorias de Aprendizagens, EPU, São Paulo, 1995. acessado a 5
de Setembro de 2016.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Estática dos sólidos – é um ramo da física que estuda as condições de equilíbrio de um corpo
sujeito a um sistema de forças. Certamente todos os dias lidamos com corpos em equilíbrio por
exemplo: as pontes que atravessam os rios, as casas e os prédios onde vivemos, a balança que na
loja pesa os produtos que compramos. Muitos outros exemplos de corpos em equilíbrio poderiam
ser dados.

Centro de Gravidade de Um Corpo- é o ponto de aplicação de força de gravidade. Todos os


corpos sofrem a acção da força da gravidade que é a força com que a Terra atrai os corpos para o
seu centro (Menesses e Maleiane, P. 49).
Podemos determinar experimentalmente o centro de gravidade de um corpo suspendendo-o
de modo que fique em equilíbrio.
a) Se o corpo for homogénio o seu centro de gravidade coincide com o centro da figura.
b) Se o corpo não for homegénio o seu centro de gravidade fica ao seu lado mais próximo
do pesado.
Ex1: para o caso de a) temos:

Fig. 1.1. Centro de gravidade de um corpo. Fonte:(Autor, 2016).


Ex2: para o caso de b) temos: martelo, enxada, machado.
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Condições de equilíbrio de um corpo

Importa primeiro referir que: o equilíbrio de um corpo estabelece-se quando este está em
repouso em movimento uniforme.
Sobre as condições de equilíbrio, consideremos um corpo apoiado num plano nos casos
seguintes:

Corpos apoiados num plano com a vertical que passa pelos respectivos centros de gravidade.
Fonte: (Meneses e Maleiane, 2000).

1º caso – está apoiado totalmente, mantém-se em equilíbrio.


A vertical que passa pelo centro de gravidade cai dentro da base de sustentação.

2º caso – O corpo não está totalmente apoiado no plano A. Neste caso o corpo tende a regressar a
sua posição inicial de equilíbrio.

3º caso – Neste caso acontecerá o mesmo que o segundo ocaso. O corpo perderá equilíbrio,
deslocando-se no sentido indicado pela seta.

Da 2ª lei de Newton, se a resultante das forças que actuam num corpo não for nula, o
corpo deslocar-se-à com uma aceleração “a”. Nestas condições o corpo não estará em
equilíbrio.
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Entretanto, para que um corpo esteja em equilíbrio é indispensável que a resultante das
forças que actuam sobre o corpo seja nula.
A resultante das forças que actuam no corpo seja nula.

Fg= N
Fr = 0
F1= F2

Condições de equilíbrio de um corpo. Fonte: (Meneses e Maleiane, 2000).

Tipos de equilíbrio

Consideremos agora uma esfera colocada em posicao como indicam as figuras que se segue:
Diz se que o corpo esta
em equilíbrio estável.
Fonte: (Autor, 2016).

Na figura a seguir se deslocarmos um pouco a esfera ela não volta à posição iniciai. Então
dizemos que o corpo está em equilíbrio instável.
Equilíbrio instável. Fonte: (Autor, 2016).

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Ao deslocarmos a esfera o seu centro de gravidade não sobe e nem desce. Qualquer que seja a
posição em que se coloque a esfera. Dizemos que ela está em equilíbrio indiferente.

Equilíbrio indiferente.
Fonte: (Autor, 2016).

Momento de uma força

Usemos uma chave inglesa para apertar uma porca. A força que actua sobre a chave
inglesa produz um efeito de rotação. A chave inglesa e a força giram em torno dum ponto
conhecido por ponto de rotação ou fulcro. Este ponto é imóvel.

Momento de uma força. Fonte: (Holmen e Rufino, 2001).


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A distância perpendicular ao ponto de rotação e a recta ao longo da qual actua a força


(linha de acção da força) chama-se braço da força (b).
À medida do efeito de rotação produzida por um conjunto de forças tem o nome de
momentos de forças (∑M). E geralmente é dada pela fórmula:
∑M = F1b1 + F2b2 + F3b3 + Fnbn

A medida do efeito de rotação produzida por uma força chama-se momento de força
(M). E é dada pela fórmula:

M= F.b

Onde:
M – Momento de força;
F – Força e b – braço da força.

A unidade de momento de força é Newton x metro (Nm).


1Nm = [M] no S.I.

Máquinas Simples

Quando se fala de máquinas, imagina-se em instrumentos muito complicados com


centenas de peças cujas funções são difíceis de entender. Do ponto de vista físico, máquinas
simples são dispositivos que servem para transmitir forças facilitando a realização do trabalho.
As máquinas simples classificam-se em três grupos:
- Plano inclinado;
- Alavanca e;
- Ronaldana.

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Alavanca

É uma barra rígida móvel em torno dum eixo chamado fulcro.


Numa alavanca chama-se força potente (Fp) ou potência, a força que se aplica para
vencer ou equilibrar a força resistente (Fr).
Força resistente ou resistência (Fr) é a força que deve ser equilibrada ou vencida.
Braço de potência (bp) é o comprimento de segmento perpendicular que vai do fulcro
até ao ponto de aplicação da força potente.
Braço de resistência (br) é o comprimento de segmento perpendicular que vai do fulcro
até ao ponto de aplicação da força de resistência.
Fulcro é o ponto de apoio ou de rotação de alavanca

Exemplo:
Exemplo de alavanca.
Fonte: (Autor, 2016)

Legenda:
Fp – Força potente, bp – braço de potência.
FR – Força resistente, bR – braço de resistência.

Condições de equilíbrio nas alavancas

Para que uma alavanca fique em equilíbrio é necessário que o momento da potência seja
igual ao momento da resistência.
∑M = 0
Mp = Mr ou Fp.bp = Fr.br (1.2)
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Tipos de alavanca

Existem três tipos de alavancas:

 Alavanca inter-fixa
 Alavanca inter-potente
 Alavanca inter-resistente

Alavanca inter-fixa – é aquela em que o fulcro fica entre a força potente e a força resistente.
Ex: Tesoura

Alavanca inter-potente – é aquela em que a força potente fica entre o fulcro e a força resistente.

Berbequim
Ex: Pinça manual

Alavanca inter-potente. Fonte: (Meneses e Maleiane, 2000).


Legenda:
Fp – Força potente, bp – braço de potência. FR – Força resistente, bR – braço de resistência.
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Alavanca inter-resistente – é aquela em que a força resistente fica entre o fulcro e a força
potente.

Ex: Carrinho de mão.


Legenda:
Fp – Força potente
bp – braço de potência
FR – Força resistente
bR – braço de resistência Alavanca inter-resistente. Fonte: (Autor, 2016)
Fr
Vm = Fp
onde: Vm – vantagem mecânica, Fr – Força resistente, Fp – Força potente.

Roldana
É um pequeno disco que pode girar em torno de um eixo, tendo na periferia uma gola por onde
passa a corda. Ou uma corrente, com uma alça ligada ao eixo
Roldana fixa e roldana móvel

Roldana fixa é aquela cujo eixo está fixo.


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Roldana móvel é aquela que se desloca ao mesmo tempo com o corpo a se elevar. A roldana
móvel associa-se a uma roldana fixa. Na roldana móvel o eixo de rotação é móvel.
A aplicação de uma roldana móvel permite usar uma força potente igual à metade da
força resistente (peso do corpo a elevar). Assim o comprimento da corda puxada é o dobro da
altura a que se elevou o corpo.

Roldana móvel. Fonte: (Holman e


Rufino, 2001)
Condição de equilíbrio de uma roldana
móvel:
Fr Fr Fr
Fp = 2 n, para n = 1 tem-se Fp = 2 (1.4) Vantagem = Fp (1.5)

A vantagem mecânica da roldana móvel, é maior que a unidade.


O seu uso permite a poupança de força. Do ponto de vista mecânica, ela é vantajosa.

Sarilho é constituido por um cilindro resistente (que pode ser madeira ou de metal), móvel em
torno de um eixo horizontal (assente a dois suportes) e associonado a uma manivela. O sarilho é
usado para extrair água dos poços.
Sarilho. Fonte: (Meneses e Maleiane, 2000).
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Rm - raio ou cumprimento da manivela


Fp - e o braço potente (bp)
Rc - raio do cilindro
Fr – força resistente
Condição de equilíbrio do sarilho:
∑M = 0 = Mp – Mr = 0 = Mp = Mr

Plano inclinado – é uma superfície plana que forma um certo ângulo com o plano horizontal.
Serve geralmente para fazer deslocar ao longo dele corpos com o emprego de uma força potente
inferior ao peso desses corpos ou a força resistente. Parte do peso é, com efeito, anulado pela
resistência do plano.

Plano inclinado. Fonte: (Holmen e Rufino, 2001).

Onde FE = Fg ou FE = P (Peso do corpo);


FD = Px (Componente horizontal de peso P).
FG = Py (Componente vertical de peso P).

Sobre o corpo actua a força de gravidade que se decompõe em duas componentes: uma
paralela ao plano inclinado e outra vertical a este.
Além da força de gravidade, actua também a reacção normal do plano sobre o corpo. A
componente da força de gravidade vertical ao plano e a reacção normal anulam-se (o corpo fica
no plano inclinado).
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Para calcularmos a intensidade da componente paralela ao plano inclinado, consideremos


os triângulos ABC e DEF que são semelhantes da seguinte maneira:

DF AC DF 1
EF = BC Ex: AC = 1, BC = 20 e EF = 1000, assim teremos 1000 = 20 =
DF = 50N
Respostas: A intensidade da componente da força de gravidade paralela ao plano
inclinado é de 50N.
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Referências Bibliográficas

 Manual de Práticas Pedagógicas


 MAVANGA, Gil. Didáctica de Física I e II, 1992.
 COLECTIVO DE PROFESSORES da disciplina de Física do BUSC (EP). Manual
Teórico.
 MENESES, João e MALEIANE, Gabriel Afonso. Editora escolar e autores. Física 9ª
classe, Maputo (pág. 53-71).
 IDALINA, Marta. Planificação e gestão escolar, S. Paulo editora Atlas. 1993.
 http://www.dfi.ccet.ufms.br/prrosa/Pedagogia/Capitulo_5.pdf. MOREIRA, Marco
António; Teorias de Aprendizagens, EPU, São Paulo, 1995. (acessado aos 5 de Setembro
de 2016).

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