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Universidade católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Centro de Recurso de Chimoio

PROJECTO DE BARRO (PANELA)

José João Matongue Muchanga Burca - 708210015

Curso: Licenciatura em Ensino de Desenho


Ano de Frequência: 2º Ano
Disciplina: Tecnologia II
Docente: Carlos Capote

Chimoio, Novembro de 2022


Índice

1. Introdução................................................................................................................................. 3

1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 4

1.1.1. Objectivo geral .......................................................................................................... 4

1.1.2. Objectivos específicos ............................................................................................... 4

1.2. Metodologia ...................................................................................................................... 4

2. Projecto de barro (panela) ........................................................................................................ 5

2.1. Barro (aspectos históricos) ................................................................................................ 5

2.2. Fases de preparo do barro ................................................................................................. 6

2.3. Panela de barro.................................................................................................................. 7

2.4.1. Fases de produção da panela de barro ....................................................................... 7

2.4.1.1. Extracção da Argila................................................................................................ 7

2.4.1.2. Modelagem ............................................................................................................ 8

2.4.1.3. Primeira Secagem .................................................................................................. 9

2.4.1.4. Raspagem ............................................................................................................... 9

2.4.1.5. Polimento e Secagem Final .................................................................................. 10

2.4.1.6. Queima e Açoite .................................................................................................. 10

3. Conclusão ............................................................................................................................... 13

4. Referências bibliográficas ...................................................................................................... 14


1. Introdução

Segundo Morigi (2012) a transmissão de uma tradição cultural, através da memória, possibilita a
produção dos sentidos que são compartilhados, como um processo activo e dinâmico, fruto das
relações de poderes já instituídas que constrói aquilo que reconhecemos como parte da cultura
humana, sendo estas festas, comidas, produção artesanal dentre outros aspectos.

A representação das culturas nem sempre são perpetuadas entre os povos, as gerações vão
evoluindo e com isso o modo de produzir e ou de cultuar uma festa se modificam
significativamente, sendo que os valores culturais e da tradição ocorre através da memória social
dos grupos que compartilham um mesmo tempo e um mesmo espaço geográfico, assim uma vez
que esse tempo e esse espaço são modificados os agentes culturais se modificam (MORIGI,
2012).

O presente trabalho tem como tema “Projecto de barro (panela) ”, o trabalho compõe três partes.
A primeira parte consta as notas introdutórias, os objectivos divididos em geral e específicos e a
metodologia do trabalho, na segunda parte esta a fundamentação teórica, isto é, o
desenvolvimento do trabalho e por fim a terceira e ultima parte, estão as considerações finais ou
conclusão e as referências bibliográficas das obras consultadas durante o desenvolvimento do
trabalho.

Factor ainda mais agravante é que a presente actividade apesar de sua relevância cultural, e
artesanal não tem um reconhecimento por parte da comunidade em que está inserido, o que vem
ainda mais acarretar na desvalorização do produto final, bem como do trabalho realizados

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1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Fabricar uma panela de barro.
1.1.2. Objectivos específicos
 Conhecer a descrição histórica do barro;
 Explicar as fases da moldagem da panela de barro;
 Apresentar as evidências ilustrativas da panela já feita.

1.2.Metodologia

Segundo (PRODANOV & DE FREITAS, 2013, p. 14) a metodologia é a aplicação de


procedimentos e técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o
propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade.

Quanto à abordagem, o trabalho é de carácter qualitativo. Porem, o método usado neste trabalho é
bibliográfico que consistiu na busca dos conteúdos nos manuais, módulo da cadeira; artigos,
blogues e websites.

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2. Projecto de barro (panela)
2.1.Barro (aspectos históricos)

Desde que a agricultura começou a ser desenvolvida, fez-se necessária a criação de utensílios
para armazenar alimentos, originando assim, a produção regular de artigos em cerâmica. Estudos
sobre a humanidade apontam peculiaridades neste processo.

Em períodos longínquos, homens e mulheres desempenhavam funções sociais distintas,


determinantes para a vida doméstica e para o trabalho. Às mulheres, geralmente eram atribuídas
as funções de plantio e colheita, bem como a produção de peças para comportar os alimentos que
eram colhidos.

Antigamente, a confecção de potes, jarras, moringas (chamadas no


Nordeste de quartinhas) e outros utensílios domésticos era uma tarefa
restrita às mulheres e às crianças. As técnicas utilizadas por elas eram
muito semelhantes a dos indígenas e a tradição era transmitida de mãe
para filha nas atividades domésticas (GASPAR, 2011, meio eletrônico).
As “louceiras”, como eram conhecidas as mulheres que desenvolviam louças de barro no Alto do
Moura, na primeira metade do século XX, conservaram técnicas das índias da região (LIMA,
2001). Também despontaram no empreendedorismo, quando pouco se falava sobre essa
qualidade na esfera dos negócios. Comercializavam suas peças quando recebiam encomendas,
nas bancadas das feiras e/ou nas portas das suas residências, onde expunham seus trabalhos. Não
por acaso, numa representação significativa dessa tradição, memórias afetivas da população de
Caruaru e reverberadas em registros de grandes escritores e cronistas, referem a iniciação do
Mestre Vitalino na arte do barro por meio da observação ao ofício da sua mãe, Josefa Maria da
Conceição, que produzia com argila, utensílios para uso doméstico (RIBEIRO, 1972).

A partir das sobras da matéria-prima na pequena e utilitária fabricação artesanal existente em sua
casa, Vitalino experimentou moldar figuras que representavam seu quotidiano e o seu imaginário,
em um contexto lúdico que estimulava suas capacidades.

Assim, foi desenvolvendo percepções de habilidades que se transformaram em técnicas únicas.


Para muitas crianças, o barro era um instrumento de fruição, sendo comum a utilização do
insumo encontrado nas margens do rio Ipojuca para a modelagem de bonecos e outras formas que
serviam como brinquedos (RIBEIRO, 1972), que também escreveu sobre a vida do mestre,
destaca que Vitalino suscitou maiores perspectivas comerciais para a produção diversificada da
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cerâmica no Alto do Moura, a partir da projecção das suas obras no meio artístico. Intensificou-se
assim, uma actividade económica que se revelou lucrativa e que promoveu a adesão de muitas
famílias ao ofício, substituindo uma economia basicamente agrícola.

2.2.Fases de preparo do barro

Para adquirir o barro, pode-se recorrer a um oleiro ou no mercado da especialidade barro para se
trabalhar no atelier, mas também se pode começar pela sua extracção numa jazida de argila. Para
este efeito deverão seguir-se os seguintes passos:

1º - Desagregação da argila: para tal há que bater com um martelo nos blocos de argila até a
reduzir a pequenas partículas que se devem deixar secar bem ao sol;

2º - Limpeza: retirar manualmente todas as impurezas que possam estar misturadas (pedrinhas,
húmus, folhas, pequenos galhos, areias de outro tipo, etc.) e peneirá-la com uma peneira de rede
fina;

3º - Lavagem: deitar a argila, tal como está, num recipiente com água, deixando-a repousar
durante vários dias. Não é conveniente que se mexa esta mistura ou que se tente amassar, pois
que interessa que ela se possa desagregar completamente, repousando no fundo e deixando as
impurezas a boiar;

4º - Peneirar: retira-se a pasta de argila e passa-se de novo por uma peneira, para dentro de um
pano, que depois se fecha e aperta para fazer escorrer o máximo de água. Pode mesmo ficar
pendurada a escorrer, durante algum tempo, mas com cuidado para que não endureça - a argila
deverá estar sempre húmida; sem escorrer, mas húmida;

5º - Armazenamento: envolver a argila num pano molhado e acondicioná-la dentro de um saco


de plástico bem fechado.

Sempre que se necessitar de barro para modelagem, retirá-lo do armazenado, voltando a envolvê-
lo cuidadosamente do mesmo modo, aproveitando para voltar a molhar o pano envolvente.

Vaz (2000), refere os seguintes passos para a preparação do barro para a modelação:

 Nunca se deve amassar grandes quantidades de uma só vez.


 Trabalhar sobre uma mesa.

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 Bater o pedaço de barro repetida e vigorosamente sobre a mesa, dando-lhe a forma de
uma bola.
 Cortar o barro com a mão e esmagar os grumos que possa ter.
 Bater cada uma das partes e juntar seguidamente uma à outra.
 Repetir estas operações até a pasta estar homogénea.
 Se a pasta necessitar de água, não despejar água por cima, o processo correto é o de
molhar as mãos antes de cada “corte”, até que a pasta apresenta a forma desejada.
 A pasta não pode conter bolhas de ar. para isso deve-se bater vigorosamente sobre a mesa,
com orientações diferentes, até a eliminar.
2.3.Panela de barro

As Panelas de Barro são feitas manualmente com a ajuda de uma ferramenta chamada de torno, a
Argila é considerada o melhor Barro, 100% Natural quando puxada em movimentos das mãos,
tanto circulares e verticais, arredondando e definindo o formato do utensílio de barro. As Panelas
depois de modeladas ficam em lugar ventilado e protegido do sol, até secarem completamente. Só
depois é feito a queima no Forno a Lenha.

2.4.1. Fases de produção da panela de barro

O fabrico das panelas de barro engloba muitas fases, abrangendo, muitas vezes, diversos
executantes, estando ao cargo dos homens, frequentemente, o trabalho de colecta e translado das
matérias-primas. A artisticidade das panelas de barro consta de sete fases que são, em suma e
respectivamente: extracção da argila, extracção do tanino, modelagem, primeira secagem,
raspagem, polimento e secagem final, queima e açoite (pintura).

2.4.1.1.Extracção da Argila

A argila ou simplesmente “barro”, como é popularmente chamado pelas artesãs, é um dos


elementos fundamentais para a confecção da panela de barro. Além de ser a base, influencia
directamente na qualidade do produto, por isso não pode ser qualquer tipo de barro. O “barro
bom”, como é chamado pelas artesãs, é identificado por meio de conhecimento prático-
tradicional de quem trabalha há anos na confecção das panelas de barro.

Segundo Perota, Doxsey e Neto (1997), estudiosos que também pesquisaram a firmam que o bom
barro, não podendo ser observados por nós, devido às particularidades das condições naturais e

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meios técnicos; a argila apropriada é composta “por feldspato, mica, argilitos, areias e grânulos
de quartzo e gneiss; sua coloração varia do amarelo-ocre ao cinza-azulado” (p, 24). Caso a argila
utilizada não tenha as propriedades orgânicas necessárias o “barro bom”, colocará todo o trabalho
em risco, o “barro ruim” dificulta a modelagem da panela e não resiste ao processo de queima.

2.4.1.2.Modelagem

Neste processo as Paneleiras retiram uma quantidade de barro suficiente para a confecção de uma
peça. A seguir, o barro é amarfanhado, hidratado, para garantir uma melhor plasticidade e
modelado em forma de “bola”, para então fazer uma abertura em seu centro, onde, primeiramente
com as mãos, é feito o primeiro passo da modelagem, dando um formato prévio da panela e
preenchendo seu interior, isto é, fortalecendo o fundo da panela, com mais barro. Todo o
processo de modelagem é feito sobre uma pequena estrutura de madeira com superfície plana e
que possibilita às artesãs girarem a peça em 360°, facilitando sobremaneira, a modelagem do
barro.

Após isso, é feita a modelagem do barro com uma série de movimentos com as mãos. Em
seguida, usam-se, predominantemente, a cuité, espátulas de madeira e alguns objectos de metal.
Observa-se que primeiro é prensado o fundo da panela, para depois modelar as laterais e os
contornos abaulados de sua circunferência. Como dizem as Paneleiras, “vai puxando a panela do
barro”, controlando a espessura das laterais, a resistência da base e retirando o excesso de barro
das bordas; a peça começa a ser “desenhada” pelas hábeis mãos das artesãs. Esse processo leva
em média cinco minutos.

Após essa etapa, a panela fica, como dizem as Paneleiras, “descansando” no interior do Galpão;
ainda estão frágeis e muito húmidas, por isso não é aconselhável deixá-las do lado de fora do
Galpão. Segundo os relatos, caso o vento esteja forte o que significa dizer que a panela perderá
umidade mais rápido, uma panela modelada pela manhã estará pronta para receber as alças
laterais e os retoques já no mesmo dia, caso contrário, só poderá ser trabalhada novamente no dia
posterior.

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2.4.1.3.Primeira Secagem

Após o processo de modelagem, as panelas são retiradas da pequena estrutura de madeira na qual
ficavam sobrepostas e levadas para fora do Galpão1, onde são expostas às condições climáticas,
para perderem o máximo de água da argila. Como os demais processos feitos ao ar livre, o tempo
dessa etapa dependerá das condições do vento forte/vento fraco.

É claramente perceptível a diferença da textura da panela, ao sair da primeira secagem. Sua


tonalidade fica mais escura e é incomparável sua resistência, antes desse processo. Nesse estádio,
também é possível corrigir eventuais defeitos da panela, acrescentando outra camada de barro,
tais como rachaduras, ranhuras, diferença na espessura das laterais, etc.

Caso sejam feitos quaisquer acertos na panela, é necessário retorná-la à secagem, para só assim,
prosseguir para o quarto processo, a raspagem.

2.4.1.4.Raspagem

As panelas saem da primeira secagem com inúmeros furos provocados por pequenas bolhas de ar
que ficam na argila e com uma visível distribuição desuniforme da argila pelo corpo da panela, o
que lhe dá uma textura áspera e grosseira. Após essa etapa, as panelas vão para a raspagem,
processo no qual é eliminado o excesso de argila e removidas algumas impurezas, tais como
pequenas pedras, gravetos, cascas ou folhas de árvore, formando a base da panela.

Com muita atenção, perícia e um olhar aguçado, as Paneleiras conseguem sentir onde tem alguma
impureza ao passarem o arco16 ou uma faca, sobre a panela. Quando encontrada qualquer
impureza, as (os) artesãs (os) a retiram imediatamente e cobrem com barro o espaço deixado pelo
objeto retirado.

É notável a habilidade e precisão com que é feita a raspagem das panelas. Com o arco ou faca em
mãos, as artesãs desbastam o barro, dando à panela um contorno mais suave.

Quando é necessário fazer alguma correição na peça, devido à retirada de alguma impureza,
molha-se o arco ou faca, e passa-se sobre a panela; a “pasta” que se cria, devido à humidade da
ferramenta sobre o barro ainda “cru”, cobre a área.

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Geralmente é o que ocorre para acelerar o processo de perda de humidade da argila, embora relatos de
artesãs(os) mais antigas(os) afirmarem que o correto é deixá-las na sombra, isto é, no interior do Galpão.
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Após o processo de raspagem, as panelas passam novamente por outra secagem, para só assim
irem para o polimento e a secagem final.

2.4.1.5.Polimento e Secagem Final

O polimento é feito com uma pedra popularmente chamada de “pedra de rio”. São pequenas
pedras encontradas às margens de rios pedregosos; possuem uma superfície lisa e um formato
oval. Com essas pedras em mãos, as Paneleiras friccionam a superfície da panela.

Com movimentos rápidos, força e suavidade incomparáveis das hábeis artífices, a pedra de rio
escorrega sobre a superfície ainda áspera das panelas com a força e suavidade necessária, até que
fiquem uniformes e brilhantes.

Com a pressão feita sobre a superfície da panela, as impurezas que não foram retiradas ou aquelas
que ficam no interior da massa de barro são compactadas, assim, não põem em risco a peça,
durante o último estágio da produção das panelas de barro, a queima e o açoite.

Após o polimento, as panelas ficam com a aparência mais suave e brilhante, mas ainda não estão
preparadas para a queima. Antes de levadas ao fogo, elas passam pelo último processo de
secagem.

2.4.1.6.Queima e Açoite

Depois dos cinco processos descritos, chega o momento de dar dureza e definição concludente ao
trabalho das hábeis artesãs. A queima e o açoite são processos simultâneos que propiciarão ao
último estágio de acabamento às panelas. Esse processo se dá ao ar livre, numa vasta área de
superfície relativamente plana, próximo ao Galpão das Paneleiras. Nesta área fica depositada uma
grande quantidade de madeiras que geralmente são doadas por várias empresas e pessoas físicas
em torno da região. Estas madeiras são fundamentais para os artesãos, pois são usadas como
combustível da “fogueira” necessária à queima das peças cerâmicas.

As peças ficam sobrepostas a uma estrutura de madeira (“cama de madeira” de superfície plana)
que varia de tamanho, de acordo com a quantidade de peças a serem queimadas. As panelas são
colocadas de lado, apoiadas uma à outra, depois são cobertas com pequenos pedaços leves de
madeiras ou gravetos. Em seguida é ateado fogo na base da estrutura, semelhante a uma fogueira.

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Cabe ressaltar que apesar da queima geralmente ser feita por homens ou feita de forma conjunta
(os homens preparam a “cama”, ateiam fogo na estrutura e retiram as panelas da fogueira,
enquanto as mulheres açoitam-nas), todas as artesãs sabem fazê-la, bem como as demais etapas
do processo de produção das panelas de barro; o que comummente ocorre é uma “divisão social
do trabalho”, devido ao excessivo esforço demandado por algumas etapas.

A queima e o açoite são feitos ao ar livre. São práticas extremamente complexas, por isso
requerem habilidade e destreza para executá-las, qualquer erro nesta etapa significa perda do
trabalho; é necessário muita atenção para não perder “o ponto” da panela. Deve-se levar em
consideração alguns factores, entre eles o vento e a temperatura “ideal”, que segundo Perota,
Doxsey e Neto (1997),

“não se tem precisão sobre o grau de temperatura do fogo para a queima


da cerâmica. Comparando com outras situações idênticas no Brasil e
observações feitas nos locais de queima, verifica-se que a temperatura no
ato da queima ao ar livre não ultrapassa os 400°C” (p. 27).
O “ponto” das peças é observado por sua coloração; quando ficam avermelhadas, significa que
está na hora exacta de sua retirada do fogo, para o processo de açoite. As peças cerâmicas levam
geralmente trinta minutos para atingirem o “ponto”, mas não é um cálculo exacto, pois a
quantidade de madeira usada e as condições naturais influenciam sobremaneira. Vale ressaltar
que todo esse procedimento é feito manualmente e sem EPI´S (Equipamentos de Protecção
Individual).

Quando adquirem uma tonalidade avermelhada são rapidamente retiradas, uma a uma, com o
auxílio de uma extensa vara metálica ou de bambu, com um gancho na extremidade e, ainda
quentes, são levadas a uma mesa feita em madeira e com uma bancada coberta por uma chapa
metálica, onde passam pelo processo de açoite.

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3. Conclusão

A “cultura do barro”, transcorridos há décadas, a sociedade preserva ainda hoje, a modelagem


manual da panela, tendo a mão como a principal ferramenta, o barro como a mais importante
matéria-prima, a queima a céu aberto, a aplicação de tanino para tintura das peças e,
principalmente, continua sendo um ofício familiar, profundamente enraizado no quotidiano de
muitas comunidades.

As Paneleiras na vivência de suas práticas e na atribuição de sentidos, seja colectivos ou


individuais, nos prova a força da cultura, frente às outras formas de manifestações, mesmo com o
constante e cada vez mais exacerbado movimento de fluxos, próprio das interacções que se
estabelecem entre diferentes grupos que compõem a sociedade.

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4. Referências bibliográficas

GASPAR, Bronilaw. (2011). Os Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril.

MELO, F. P. (2016). Risco ambiental e ordenamento do território em Garanhuns-PE. São


………...Cristóvão. Originalmente apresentada como dissertação de doutorado, Universidade
………...Federal de Sergipe.

MORIGI, V. J.; ROCHA, C. P. V.; SEMENSATTO, S. (2012). Morpheus - Revista Eletrônica


………..em Ciências Humanas, n. 14.

RIBEIRO, Roberto Jarry. (1972). Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. rev. e ampl. São

………..Paulo: Atlas.

PRODANOV, C. C., & FRETAS, E. C. (2013). metodologia do trabalho científico: métodos e


………..técnicas da pesquisa e do trabalho académico. In M. d. procedimento.

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