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Projecto de pesquisa
Pemba, 2017
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Projecto de Investigação
Pemba, 2017
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Índice
1. Introdução....................................................................................................................................4
2. Problematização...........................................................................................................................6
3. Justificativa..................................................................................................................................6
4. Objectivos....................................................................................................................................7
5. Hipóteses......................................................................................................................................7
Revisão bibliográfica.......................................................................................................................8
6. Material e Métodos....................................................................................................................10
6.2 Metodologia............................................................................................................................11
7. Resultados esperados.................................................................................................................12
8. Cronograma de Actividades......................................................................................................13
9. Relação orçamental....................................................................................................................13
ANEXO A.....................................................................................................................................15
ANEXO B......................................................................................................................................16
ANEXO C......................................................................................................................................18
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1. Introdução
As florestas de mangais ou mangais, são comunidades dominadas por várias espécies de árvores
e arbustos adaptados a viver em água salgada ou salobra. É de salientar que em quase todo o
mundo, as formações dos mangais são simplesmente explorados não tendo em consideração a
gestão dos seus recursos numa base mais sustentada.
De acordo com (Santos e Soto, 1992; Ouana, 2002) as florestas de mangal a nível mundial
cobrem cerca de 240.000 Km2, em Moçambique, o mangal ocupa uma vasta área da linha
costeira, de norte a sul em 2700 Km2, caracterizada por uma grande diversidade de ambiente que
favorecem o desenvolvimento do mangal tais como estuários, baias, deltas e planícies de
inundações.
Portanto, as formações florestais da costa moçambicana são de extrema importância para o país
em virtude de possuir uma extensa linha de costa com uma variedade de recursos, com
relevância para cerca de 400.000 hectares de mangais que proporcionam enormes capturas de
pescado junto ao mar adjacente (MICOA, 2007).
Devido à importância das florestas, estes ecossistemas estão em geral sujeitos a níveis de
perturbação variável e permanente. Os principais impactos a que estão sujeitas as florestas
resultam de práticas de agricultura inadequadas, caça ilegal e queimadas descontroladas que têm
uma relação directa com a agricultura e a caça (MICOA, 2007).
Os mangais são uma componente importante como fonte de nutriente, área de cuidados
medicinais, protecção das margens, forrageamento e local de nidificação, habitat para as outras
espécies (Lugo e Snedaker 1974; Jaccarini e Martens 1992; Hemminga et al. 1994; Hatziolos et
al. 1996; Slim et al. 1997; Wafar et al. 1997; Primavera 1998; Semesi 1998; de Boer, 2001).
A pressão sobre o mangal é alta nas zonas de maior concentração populacional dando inúmeros
benefícios tais como: a lenha, material de construção, madeira, utilizando terras para salinas,
agricultura, etc. (Saket, 1994; Ouana, 2002). Em alguns locais, particularmente à volta das
grandes cidades costeiras, onde a densidade populacional aumentou consideravelmente durante o
conflito armado, os mangais foram completamente sobre explorados pelo Homem.
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A não conservação do mangal pode contribuir para um desequilíbrio ecológico costeiro, em que
para é necessário adoptar medidas e estratégias de gestão deste recurso natural para o seu uso e
aproveitamento. A contínua destruição do mangal e consequentemente a perda de grandes áreas
de mangal devido ao aumento das actividades económicas, indica que vamos enfrentar
problemas sérios de produtividade biológica do ecossistema como por exemplo, a redução da
produção do camarão, do caranguejo, etc; com a destruição do mangal estamos provavelmente a
perder um dos mais valiosos recursos costeiros que impulsiona a economia.
A acção humana sobre o meio ambiente contribui exageradamente para a aceleração do processo,
trazendo como consequências, a perda de solos férteis, a poluição da água, o assoreamento dos
cursos de água e reservatórios e a degradação e redução da produtividade global dos
ecossistemas terrestres, aquáticos e costeiros assim como a biodiversidade no geral (MICOA,
2002 e 2005).
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2. Problematização
A conservação dos recursos naturais concretamente o mangal, torna-se cada vez mais um dos
temas de maior importância na actualidade pelo facto da contribuição destes na humanidade. O
abate dos mangais de forma descontrolada, a contaminação do ar e da água, a destruição das
florestas e das espécies faunísticas ao longo da costa Moçambicana é cada vez mais preocupante.
Deste modo, a escolha da costa litoral de Quissanga-praia como área de estudo deve-se a não
existência de um estudo similar e apenas serem feitos noutros locais do pais, garantindo a
sustentabilidade e a conservação da biodiversidade para contribuir na protecção das espécies
marinhas e costeira na costa, para um ambiente marinho e costeiro saudável que providencie
benefícios sustentáveis para as gerações presentes e vindouras.
3. Justificativa
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4. Objectivos
4.1. Objectivo Geral:
5. Hipóteses
O mangal constitui uma das principais fontes de rendimento dos agregados familiares na
faixa costeira de Quissanga-praia, sendo utilizado na preparação do combustível lenhoso
(lenha e carvão), estacas de construção das casas e na venda de estacas e outros derivados
dos mangais para o autosustento.
A falta de consciência do valor dos ecossistemas do mangal e a falta de incentivos
económicos para encorajar a comunidade local a suportar a conservação do mangal,
contribuem para a destruição do mangal.
A contínua exploração da floresta do mangal a um ritmo maior que a taxa de regeneração
contribui para a redução progressiva da área do mangal.
A conservação e a preservação do mangal na faixa costeira, constitui um exercício
complexo, devido a necessidade na procura de terras para construção.
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6. Revisão bibliográfica
Mangais
Os mangais são formações vegetais que ocorrem nas zonas tropicais e subtropicais, estão
adaptados a se desenvolverem em ambientes salinos e constituem um dos mais produtivos
ecossistemas costeiros (MICOA, 2007).
Ocupam os deltas dos rios e outras áreas de baixa altitude, como também ocupam as áreas de
junção do mar com a terra que estão sujeitas a inundações pelas marés (MICOA, 2007).
De acordo com (MICOA, 2007), o seu desenvolvimento verifica-se muito em particular nas
zonas entre marés, protegidas ao longo da costa, lagoas, margem dos rios, estuários e deltas e as
florestas de mangal são bem desenvolvidas nas regiões norte e centro da costa moçambicana e
muito menos no Sul. Espacialmente eles ocupam uma área de cerca de 4.000 km 2 com uma
largura média de 22 Km e tem forte relação de algumas espécies marinhas e dai a sua
importância para o desenvolvimento da actividade pesqueira. Nas cercanias das cidades de
Maputo e da Beira registam-se as maiores taxas de desmatamento desta formação vegetal
especialmente para a produção de combustível lenhoso e estacas usadas na construção de
habitações (MICOA, 2007).
O mangal varia desde matagal denso na costa a uma floresta baixa e densa mais para o interior
devido à redução de salinidade e nutrientes (De Boer, 2001; MICOA, 2007).
Segundo (De Boer, 2001; MICOA, 2007) as espécies dominantes na floresta costeira
Moçambicana incluem a Rhizophora mucronata e Avicennia marina, Bruguiera gymnorriza,
Cerops tagal e Xylocarpus granatum, enquanto que, a Sonneratia alba ocorre a partir da costa de
corais, na foz do Rio Rovuma até a embocadura do rio Limpopo em Xai-Xai, por conseguinte
esta última espécie é pioneira da zona entre marés nas costas de corais, pantanal e parte da costa
de dunas parabólicas.
Importância da vegetação
a) Económicas
Fonte de rendimento;
Pesca.
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b) Sociais
Material de construção;
Artes de pesca;
Rituais.
c) Ecológicas
Habitats para vários animais (pássaros, peixes, insectos, e outros);
Áreas de desova ou reprodução das espécies;
Ciclo de nutrientes.
Barreira de protecção contra a erosão costeira.
7. Área de estudo
O distrito inclui duas importantes ilhas do arquipélago das Quirimbas: Mefunvo (ou M'funvo) e
Quisiva.
Demografia
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Em 2007, o Censo indicou uma população de 37 771. Com uma área de 2061 km², a densidade
populacional chegava aos 18,33 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tem 34 328 habitantes, daqui resultando uma
densidade populacional de 16,7 habitantes por km².[2]
Divisão administrativa
Bilibiza
Ntapuate, e
Tororo
Posto Administrativo de Mahate:
Cagembe
Mahate, e
Namaluco
Posto Administrativo de Quissanga:
Quissanga
8. Material e Métodos
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Fichas de registo;
Botas de borracha;
8.1. Metodologia
Para alcançar os objectivos previstos no presente trabalho, com base na programação da recolha
de dados e com uma boa avaliação em termos de aproveitamento do tempo na sua totalidade, vai
ser usado a tabela de marés para coordenar as actividades nas saídas de campo, demarcação das
áreas de amostragem, recolha de dados, discussão e análises dos resultados.
Vai se determinar a área de amostragem e vai se demarcar em linha recta com o comprimento de
100 metros a partir do pico mínimo do mar em direcção a zona terrestre ou terra firme em que
vai servir como linha de orientação, portanto, vão ser demarcadas sete (7) quadrículas com o
comprimento de dez (10) metros quadrados, e com um espaçamento de cinco (5) metros e vai ser
usada a fita métrica de cinquenta (50) metros para a medição das quadrículas e no interior de
cada quadrícula serão recolhidos todos os dados que foram programados nos objectivos
pretendidos no trabalho, as esferográficas servirão para anotar tudo que for importante na ficha
de registo.
O GPS servirá para o alinhamento nas demarcações dos transectos e quadrículas em cada ponto
após a observação e também será feito o registo em termos de localização geográfica da área da
amostragem, o guião de campo vai orientar na identificação das espécies encontradas área na
amostragem, todos os dados colhidos vão constar na ficha de registo, a máquina fotográfica
servirá para a tiragem de imagens do local e das espécies encontradas, as botas de borracha
servirão para calçar devido a grandes quantidades de lodo e também para evitar ferimentos nos
pés.
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a) Entrevistas
Serão analisadas todas as respostas usando histogramas em percentagens relativas a um
determinado número de respostas.
Respostas das actividades que contribuem na perda da vegetação também serão
analisadas de modo a descobrir qual das actividades humanas que mais acelera o
problema de erosão.
9. Resultados esperados
Cerca de 43% da população moçambicana vive ao longo da costa, tendo como sua base de
sobrevivência a pesca, a agricultura e a caça e para além disso, as formações florestais ao longo
da costa funcionam como suporte madeireiro para construções locais de casas e fontes de
matéria-prima para a construção de barcos e obtenção de plantas medicinais para o tratamento de
algumas doenças (MICOA, 2007).
Desta forma, as florestas costeiras são muito susceptíveis a degradação devido à demanda
permanente do homem. Para além dos factores acima mencionados como catalisadores de
fragmentação e degradação florestal, deve-se salientar que a produção de carvão vegetal e
produção de combustível lenhoso são outros sérios factores que concorrem para a degradação
das florestas.
Pode-se citar a título de exemplo, na província de Sofala, grandes áreas estão degradadas em
Nhangawo e Suvane devido à acção do homem na procura de recursos naturais para a satisfação
das suas necessidades básicas diárias (MICOA, 2007).
Deste modo o resultado esperado é que na faixa costeira de Quissanga-praia tem-se se explorado
com uma certa regularidade que demonstra que não tem feito nenhum plano de sustentabilidade,
o que leva a degradação do ecossistema costeiro e põe em perigo diversas espécies faunísticas e
florestais, fazendo com que haja falta de pescado de qualidade aceitável. Portanto, a população
necessita de palestra ambiental a cerca do mangal em termos de benefícios, prejuízos e um bom
aproveitamento dos recursos ai disponíveis.
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10. Cronograma de Actividades
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TOTAL GRANDE 16850,00
1. ALVARINHO, Luís (1991). Porto Amélia – Pemba: Sua gente, Mitos e Histórias 1850 –
1960.
2. BENTO, C, (2009). Marinheiros e Arte de Navegar em Cabo Delgado (I).
3. HONGUANE, A. (1998). Information on Eastern African Sea Level Mozambique.
UNESCO
4. HONGUANE, A. (2007). Revista de Gestão Costeira Integrada: Perfil Diagnostico da
Zona Costeira de Moçambique
5. MICOA. (2002). Metodologias de Educação Ambiental, Relatório anual.
6. MICOA. (2005). Estratégia nacional de educação ambiental, Relatório anual.
7. MICOA. (2007). Relatório nacional sobre ambiente marinho e costeiro.
8. NACUO, P. (2008). No Clube das mais belas Baias do Mundo: Um Passo para entrar…
in Noticias 17 de Maio de 2008.
9. OUNA, Sete Carlos. (2002). Implicações das actividades humanas no uso e
aproveitamento dos mangais na faixa costeira de Marracuene. (Dissertação apresentada
em cumprimento parcial dos requisitos exigidos para a obtenção do grau de licenciatura
em Geografia na Universidade Eduardo Mondlane). Maputo.
10. DE BOER, W.F. (2001). The rise and fall of the mangrove forests in Maputo Bay,
Mozambique. Wetlands Ecology and Management 10 doi: 313–322.
11. SHUNULE, Jude; SEMESI, Adelaide. (2001). Institute of marine sciences (UDSM)
Zanzibar, Tanzania.
12. SILVA, J. (1996). Aspectos Ambientais no Litoral da Cidade de Pemba. Tese de
Licenciatura. Universidade Eduardo Mondlane. Maputo.
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ANEXO A
Guião de entrevistas a população que vive arredores da zona costeira de Quissanga-praia
5. Há pessoas que cortam árvores de mangal ou paus de mangal para a venda? Sim ; Não
5.2 Além de residentes há outras pessoas que cortam o mangal para venda? Sim ; Não
8. Uma vez construída a casa, quanto tempo leva para a reconstrução? ____________________.
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ANEXO B
Guião de entrevistas aos cortadores de lenha, material de construção e madeira na zona
costeira de Quissanga-praia
1. A quanto tempo corta o mangal, para lenha, material de construção e madeira? ________.
2. Além desta actividade desempenha outra? Sim ; Não
8. Se mudou de lugar depois de ter esgotado as árvores, indique os locais onde passou desde
que começou a cortar? _______________________________________________________.
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12. Se o mangal acabar onde abatem, o que pensam em fazer? _______________________
__________________________________________________________________________.
14. Existem preferências em termos das árvores que abatem? Sim ; Não
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ANEXO C
Guião de entrevistas aos vendedores de lenha, material de construção e madeira na zona
costeira de Quissanga-praia
________________________________________________________________________.
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