Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
708215444
Turma B, 3º Ano
i
Folha para recomendações de milhoria: A ser preenchida pelo tutor
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
ii
Índice
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3
3. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 11
4. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 12
iii
I. INTRODUÇÃO
De certa forma pode dizer-se que o esqueleto das zonas costeiras foi constituído pela evolução à
escala dos milhões de anos, que a carne se formou através da escala milenar, e que a pele se
desenvolveu através da evolução secular. Qualquer trecho costeiro é, de certa forma, um
repositório da história da Terra, correspondendo, consequentemente, a um monumento
museológico insubstituível.
1.1. Objectivos
1.2. Metodologia
3
2. ZONA COSTEIRA MOÇAMBICANA
A zona costeira de Moçambique é geralmente subdivida em três grandes regiões distintas: costa
de coral (800 km), costa de pantanais (900 km) e costa de dunas parabólicas (850km). A costa de
coral estende-se do rio Rovuma (10°32´) até ao Arquipélago das Ilhas Primeiras e Segundas
(17°20´). É uma costa essencialmente de natureza coralífera com linha de costa relativamente alta
e recordada possuindo baías profundas tais como Pemba, Nacala e Memba. A costa de pantanais
começa no Arquipélago das Ilhas Primeiras e Segundas (17°20´) e termina a Norte da Ilha de
Bazaruto (21°10´), sendo constituída por praias, pântanos e estuários lineares e dentados
incluindo os deltas do Zambeze e Save. É nesta região onde se concentra a maior parte dos cerca
de 400.000ha de mangais do país. A costa de dunas parabólicas estende-se desde a Ilha de
Bazaruto até à Ponta do Ouro e possui extensos lagos costeiros, pântanos e charcos temporários
alimentados por águas das chuvas.
A Zona Costeira Moçambicana é a terceira mais extensa de África com cerca de 2 600 km. Está
compreendida entre os paralelos 100 27´ S (Rio Rovuma) e 260 52´ S (Ponta do Ouro), nas
fronteiras com a República da Tanzânia e com a República da África do Sul, a Norte e Sul
respectivamente.
A zona costeira abarca oito das onze Províncias do País e 40 dos 128 Distritos. Das vinte e três
cidades, doze estão localizadas na costa. Cerca de 43 % da população vive em zonas litorais
ocupando cerca de 154 000 km2 (área do País 799 380 km2), correspondendo a cerca de 19 % do
território nacional. Este facto indica haver grande apetência da população pelas zonas costeiras.
Os mangais, para além da função que desempenham na prevenção da erosão da costa e das
margens dos rios, na atenuação das cheias e na reprodução das espécies marinhas, como é o caso
do camarão, constituem fontes de medicamentos tradicionais, material de construção,
combustível lenhoso. Cobrem cerca de 450 mil hectares, encontrando-se com maior relevância
nas províncias de Nampula, Zambézia e Sofala. No litoral moçambicano são registadas cerca de
10 espécies de mangal, destacando-se como principais o mangal branco, vermelho e negro.
Moçambique é rico em praias ao longo dos seus 2 600 km de costa. A zona Norte do país (do
Rovuma a Angoche), é caracterizada por praias rochosas. A zona centro possui praias lodosas
(nesta zona desaguam muitos rios e há elevada abundância de mangais) e a zona Sul caracteriza-
se por praias arenosas, com dunas muito altas e cobertas por uma vegetação bastante frágil. Estas
praias, são ambientes muito dinâmicos.
A actividade turística movimenta anualmente mais de 550 000 turistas nacionais e estrangeiros.
Associadas às infra-estruturas turísticas, nas cidades mais urbanizadas como Maputo, Beira e
algumas praias do interior, começam a emergir bairros habitacionais, que podem interferir com a
dinâmica das faixas litorais e ficarem expostos a tempestades, inundações e ao avanço do mar. Na
cidade da Beira existem dezenas de estruturas de defesa costeira (esporões) em estado de
degradação e com problemas de inundações. Nas cidades e aglomerados costeiros não existem
sistemas adequados de drenagem, de tratamento de águas residuais e de abastecimento de água,
pelo que o problema da qualidade das águas é crítico. Existe uma necessidade de formulação e de
implementação de políticas correctas e coerentes de ordenamento territorial.
Moçambique tem três portos regionais, dez portos locais e um porto fluvial. Destaca-se a
construção do Porto de Dobela, porto de águas profundas, com uma zona franca industrial, 70 km
a Sul de Maputo, que se prevê venha a ter capacidade de manuseamento superior ao total dos
catorze portos existentes. Os Portos regionais de Maputo, Beira e Nacala constituem pontos
fulcrais na política de desenvolvimento do país, estando integrados nos principais corredores de
6
desenvolvimento, nomeadamente ao Norte, na fronteira com o Malawi, no centro, na fronteira
com o Zimbabwe, e no Sul, na fronteira com a África de Sul.
A morfologia do litoral é caracterizada por áreas baixas, com altitude até cerca de 200m acima do
nível médio do mar. A linha da costa é caracterizada por extensões intermitentes de praias
arenosas, dunas recentes e lagoas e baias costeiras, na zona sul; por extensa e densa vegetação e
pântanos de mangal, no centro; por recifes de coral, praias rochosas e ilhas no norte. Pode-se
identificar três zonas hidrogeológicas distintas ao longo da costa moçambicana, que são:
Costa dunar, característicos da zona a sul do rio Save, onde as áreas porosas depositadas
por agentes eólicos formam um aquífero freático regional. A permeabilidade dos solos
diminui da costa apara o interior, à medida que os solos se tornam ricos em argila;
Planícies aluviais que se desenvolveram ao longo dos principais rios, característicos da
zona centro; e
Terras vulcânicas, que marcam a fronteira entre o mar e a terra, características da zona
norte.
A plataforma continental é estreita no Sul e no norte, com dois bancos de importância ecológica
notável: a Baía de Maputo, no Sul e o Banco de Sofala, no Norte. Na zona norte existe o Banco
de São Lazaro, no alto mar adjacente à Província de Cabo Delgado.
As marés nas águas marinhas de Moçambique comportam-se como uma onda estacionária, isto é,
a corrente de marés muda de sentido na maré cheia e na maré baixa e as maiores velocidades são
observadas nos períodos intermediários. As marés são semidiurnas com desigualdade diurna
7
bastante significativa (Hoguane, 1999). As alturas de marés na zona costeira no Banco de Sofala
são relativamente altas em relação à vizinhança, com valores por volta de 6.4m e, por vezes,
atingindo 6.6m perto do Porto da Beira e durante as marés vivas (Brinca et al., 1983). Enquanto
que na zona sul e norte do país a altura de marés é cerca de 3 m (Hoguane, 1999). Na zona do
talude continental no Banco de Sofala é também cerca de 3m. As marés são amplificadas quando
se deslocam pela plataforma longa e pelo efeito de Kilven no canal de Moçambique.
Não há nenhum registo sistemático de ondas do mar devido à força de vento em Moçambique,
mas estimativas feitas para o Banco de Sofala por JIC Limited (1998), usando modelos
numéricos, revelaram que a altura significativa das ondas no alto mar variam de 7m a 11.7m e a
maioria das ondas propagam-se de ESE-SE-SSE-S. As ondas em águas pouco profundas junto a
costa apresentam-se com grande variabilidade quanto a altura e direcção, no espaço e no tempo.
O padrão de circulação das águas oceânicas ao longo da costa de Moçambique, segundo Saetre &
Silva (1982), é caracterizado por três células anticiclónicas, que variam a sua posição ao longo do
ano, e por pequenos vórtices ciclónicos entre os grandes anticiclónicos. Durante o verão austral
os vórtices anticiclónicos (I) e (II) parecem estar separados por um vórtice ciclónico e durante o
inverno austral os dois vórtices parecem fundir-se num único, estendendo-se em forma de língua
até à zona central da ZEE de Moçambique.
Entre as células anticiclónicas (II) e (III) existe um sistema ciclónico. Por vezes, provavelmente
durante a monção de sudoeste, ou seja, durante o inverno austral, o vórtice anticiclónico (III)
estende-se em direcção a norte, atingindo os paralelos 21º S até 22º S. Este fenómeno é de grande
importância, uma vez que origina o transporte de água subtropical, fria e mais salina, para a zona
central, podendo atingir o Banco de Sofala e influenciar, por conseguinte, a distribuição das
espécies lá existentes.
8
agravado pela fraca capacidade institucional para levar a bom termo uma planificação e
coordenação das actividades económicas que decorrem nestas áreas.
Alterações físicas da linha de costa, o que inclui a erosão e a sedimentação devido a acção
do homem (modificação dos cursos dos rios, construções e actividade mineira ao longo da
linha da costa);
Destruição de ecossistemas e habitats, devido a actividades humanas ao longo da zona
costeira, que tem causado a degradação de mangal, corais, dunas costeiras;
Deficiências no manuseamento e conservação do pescado, o que tem contribuído para a
redução do valor do peixe, baixa receita e consequentemente a sobreexploração;
Poluição costeira, associada à actividade industrial, produção agrícola e descargas
domésticas, incluindo resíduos sólidos e águas de esgoto; e
Energia, caracterizada pela fraca distribuição e custo elevado de operação de energia
eléctrica convencional, o que resulta no uso excessivo da energia de biomassa, o que tem
originado o desflorestamento.
Existem vários factores que concorrem para a mudança de características de mangal no país
nomeadamente a erosão que aumenta o volume de solos em áreas de mangal provocando
assoreamento e mudanças de substrato e consequente morte do mangal; urbanização, através da
ocupação de áreas de mangal para habitação e infra-estruturas, com o consequente aumento da
demanda produtos tais como carvão, lenha e material de construção, agravando a pressão sobre
os mangais, principalmente nas cidades de Maputo, Beira, Quelimane e Pemba; aquacultura e
salinas que geralmente são feitas em áreas de mangal causando a sua destruição; poluição quer
através de derrame ou manuseamento inadequado de óleos em portos afectando a sobrevivência
dos mangais e o efeito das mudanças climáticas, através do aumento do nível médio do mar e
desastres naturais como cheias.
10
3. CONCLUSÃO
A zona costeira de Moçambique é geralmente subdivida em três grandes regiões distintas: costa
de coral, costa de pantanais e costa de dunas parabólicas. A costa de coral estende-se do rio
Rovuma até ao Arquipélago das Ilhas Primeiras e Segundas. É uma costa essencialmente de
natureza coralífera com linha de costa relativamente alta e recordada possuindo baías profundas
tais como Pemba, Nacala e Memba. A costa de pantanais começa no Arquipélago das Ilhas
Primeiras e Segundas e termina a Norte da Ilha de Bazaruto, sendo constituída por praias,
pântanos e estuários lineares e dentados incluindo os deltas do Zambeze e Save. É nesta região
onde se concentra a maior parte dos cerca de 400.000 ha de mangais do país. A costa de dunas
parabólicas estende-se desde a Ilha de Bazaruto até à Ponta do Ouro e possui extensos lagos
costeiros, pântanos e charcos temporários alimentados por águas das chuvas.
A zona costeira é uma área de extrema importância que compreende as componentes terrestres e
marinhas. A zona costeira moçambicana é um dos bens naturais mais cruciais e valiosos do país.
Podem ser encontrados nesta área grandes riquezas e diversidade de recursos que contribuem
para uma grande densidade populacional e ao aumento de actividades económicas. Nos últimos
tempos esta área tem sido objecto de diversos projectos de exploração mineira devido a grandes
descobertas de recursos naturais, que podem contribuir para uma alteração do meio ambiente
costeiro e consequências bióticas irrevisíveis.
11
4. BIBLIOGRAFIA
Brinca, L., Silva, A., Jorge da Sousa, L., Sousa, M., & R., S. (1983). A survey on the fish
resources at Sofala Bank, Mozambique. Instituto de Investigação Pesqueira, Maputo:
Institute of Marine Research, Bergen.
Hoguane, A. (1999). Sea Level Measurement And Analysis. In The Western Indian Ocean.
National Report . Mozambique.
Saetre, R., & Silva, A. J. (1982). Water masses and circulation on the Mozambique channel. Rev.
Inv. Pesq.
12