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Tutor:
Introdução ........................................................................................................................................ 3
Conclusão ...................................................................................................................................... 10
Bibliografia .................................................................................................................................... 11
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Introdução
1. Constitucionalidade e inconstitucionalidade
Bastos (1968) ensina que “o controle de constitucionalidade das leis consiste no exame da
adequação das mesmas à Constituição, tanto de um ponto de vista formal quanto material (...)”.
Moraes (2001) traça o mesmo entendimento sobre a questão, senão vejamos: “controlar a
constitucionalidade significa verificar a adequação (compatibilidade) de uma lei ou ato normativo
com a Constituição, verificando seus requisitos formais e materiais”.
Não se configura suficiente uma sanção directa ao órgão ou agente que promulgou o ato
inconstitucional, porquanto tal providência não o retira do ordenamento jurídico, fazendo com
que o conceito de inconstitucionalidade converta-se em simples crítica.
2. Tipos de inconstitucionalidade
Os vícios relativos à formalidade afectam o acto normativo sem atingir seu conteúdo, referindo-
se aos procedimentos e pressupostos relativos às feições que formam a lei.
Mendes (2010) que “os vícios formais traduzem defeito de formação do ato normativo, pela
inobservância de princípio de ordem técnica ou procedimental ou pela violação de regras de
competência”
Os vícios materiais, diferentemente dos formais, estão ligados ao próprio mérito do ato,
referindo-se a conflitos de regras e princípios estabelecidos na Constituição.
Se uma norma legal vem depois da Constituição e com essa é incompatível, tem-se um caso
típico de inconstitucionalidade. Se a contradição, no entanto, for entre norma constitucional
superveniente e o direito ordinário pré-constitucional, indaga-se se seria caso de
inconstitucionalidade ou de mera revogação.
Tem-se também caso em que a norma editada com os parâmetros constitucionais vigente à época
pode tornar-se com ela incompatível em decorrência de mudanças fáticas ou de mudanças na
interpretação constitucional.
No mesmo sentido, García de Enterría, citado por Mendes (2010), afirma que “essa
inconstitucionalidade superveniente há de referir-se precisamente à contradição dos princípios
materiais da Constituição, e, não, às regras formais da elaboração das leis que a Constituição
estabelece no momento presente”.
Além das formas de inconstitucionalidade até então vistas, temos, por fim, também a
inconstitucionalidade por acção e a inconstitucionalidade por omissão.
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A ideia de controle de constitucionalidade vem do fato que a Constituição é a norma base para as
demais e, como ensina Kelsen (2003) “regem a conduta recíproca dos membros da colectividade
estatal, assim como das que determinam os órgãos necessários para aplicá-las e impô-las, e a
maneira como devem proceder, isto é, em suma, o fundamento da ordem estatal”.
Temos omissão legislativa absoluta quando não são empregadas pelo legislador as directrizes
constitucionais reclamadas. Já a omissão parcial acontece quando a norma criada atende
parcialmente a vontade constitucional ou de modo insuficiente. Barroso (2006) afirma que “a
omissão inconstitucional total ou absoluta estará configurada quando o legislador, tendo o dever
jurídico de actuar, abstenha-se inteiramente de fazê-lo, deixando um vazio normativo na
matéria”.
A redução dos 3 dígitos feita ao Metical é uma verdadeira alteração da moeda, nos termos
expressos no nº 2 do artigo 300 da CRM.
A aprovação dessa Lei foi feita por apenas 154 deputados e não por 2/3 dos deputados da
Assembleia da República, como, em sua opinião, exigem as disposições combinadas do nº
2 do artigo 300 e nº 1 do artigo 295 da CRM.
Que das três funções tradicionalmente atribuídas à moeda (meio de pagamento, unidade
de conta e reserva de valor), é apenas sobre a função de conta ou medida de valor que
versa a Lei nº 7/2005.
Que a redução de três dígitos e a designação transitória de Metical da Nova Família não
implicam a criação de uma moeda com nova designação.
Compõem o CCLJ o Presidente do Tribunal Supremo, que preside ao órgão e tem como
Vice-Presidente o Ministro da Justiça, o Presidente do Tribunal Administrativo, o
Procurador Geral da República e o Ministro do Interior, o que afecta a independência do
judiciário e do Ministério Público, violando o princípio da separação e interdependência
de poderes fixado no artigo 134 da CRM.
Há uma violação do nº 3 do artigo 212 da CRM que estabelece que só por Lei podem ser
definidos mecanismos institucionais e processuais de articulação.
A competência atribuída ao CCLJ de avaliar o estado do cumprimento da legalidade viola
os artigos 212, 236 e nº 3 do 239 da CRM.
O artigo 146 da CRM não define competências do Presidente da República, mas o seu
Estatuto.
A institucionalização, por Decreto Presidencial, de um CCLJ, em que estão representados
a função judicial e executiva, contraria o princípio da separação de poderes e regras de
incompatibilidades estabelecidas da CRM.
Conclusão
O vício formal que ocorre com mais frequência é o vício de iniciativa, no qual o projecto de lei
sobre matéria privativa ou reservada a uma determinada autoridade é proposto por pessoa que
não tem a competência exigida.
A inconstitucionalidade não se dá apenas pela acção do legislador ao editar lei que vai contra os
mandamentos da Constituição, mas também quando descumprir suas obrigações
constitucionalmente descritas, simplesmente por não legislar ou por legislar de forma incompleta.
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Bibliografia
Bastos, C. R. (1986). Curso de direito constitucional (8ª ed.). São Paulo: Saraiva.
Bonavides, P. (2003). Curso de direito constitucional (13ª ed.). São Paulo: Malheiros.
Carvalho, K. G. (2008). Direito constitucional (14ª ed.). Belo Horizonte: Del Rey.