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Quitéria Ernesto Nhanala

A Inconstitucionalidade da Lei em Moçambique

Licenciatura em Administração Pública

Universidade Aberta - ISCED


2023
Quitéria Ernesto Nhanala

A Inconstitucionalidade da Lei em Moçambique

Licenciatura em Administração Pública

Universidade Aberta - ISCED


2023
Índice
Introdução................................................................................................................................4
Objectivos................................................................................................................................4
Geral:.......................................................................................................................................4
Específicos:..............................................................................................................................4
1. CONSTITUCIONALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE....................................5
1.1. Definição......................................................................................................................5
Segundo SEREJO (2000, p 3),.................................................................................................5
2. Tipos de inconstitucionalidade.............................................................................................5
2.1. Inconstitucionalidade formal.............................................................................................5
2.2. Inconstitucionalidade material...........................................................................................5
2.3. Constitucionalidade originária e superveniente.................................................................6
2.4. Inconstitucionalidade por ação e inconstitucionalidade por omissão.................................6
3. Inconstitucionalidade da lei em Moçambique......................................................................6
Conclusão.................................................................................................................................8
Referencias bibliográficas........................................................................................................9
Introdução

O presente trabalho intitulado “A Inconstitucionalidade da Lei em Moçambique”,


disserta sobre a inconstitucionalidade de uma lei em Moçambique, ou em qualquer
outro país com um sistema jurídico baseado na Constituição, refere-se à violação dos
princípios estabelecidos na Constituição desse país por parte da referida lei. Em
Moçambique, a Constituição é a lei fundamental que estabelece a estrutura do governo,
os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e os poderes do Estado. Se uma lei
promulgada pelo governo ou pela Assembleia da República (o órgão legislativo em
Moçambique) for considerada inconstitucional, ela poderá ser invalidada ou anulada
pelo sistema judicial do país.

Objectivos

Geral:

 Reflectir sobre a inconstitucionalidade da lei em Moçambique;

Específicos:

 Definir constitucionalidade e inconstitucionalidade;


 Indicar os tipos de inconstitucionalidades da lei;
 Descrever a inconstitucionalidade da lei em Moçambique.

1. CONSTITUCIONALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE
1.1. Definição

Segundo SEREJO (2000, p 3),

O termo "constitucional" não é unívoco e, pois, deve-se distinguir-lhes os sentidos.


"Constitucional" pode significar (1) os valores essenciais que dão unidade à sociedade.
São aqueles encontrados na Constituição, que serão chamados constitutivos, para evitar
a ambigüidade; (2) a qualidade que outro valor tem de ser conforme a valores
constitutivos.

BITTENCOURT (1997) apud SAREJO (200, P. 3), define inconstitucionalidade como um


estado – estado de conflito entre uma lei e a instituição. Ademais, afirma que o conceito
puramente jurídico de inconstitucionalidade é a relação trilateral entre um valor atual contrário à
Constituição, a Constituição e um valor possível (em potência), cuja atualização é exigível do
legislador.

2. Tipos de inconstitucionalidade

2.1. Inconstitucionalidade formal

Confere ao órgão que o exerce a competência de examinar se as leis foram elaboradas


de conformidade com a Constituição, se houve correta observância das formas
estatuídas, se a regra normativa não fere uma competência deferida constitucionalmente
a um dos poderes, enfim, se a obra do legislador ordinário não contravém preceitos
constitucionais pertinentes à organização técnica dos poderes ou às relações horizontais
e verticais desses poderes, bem como dos ordenamentos estatais respectivos, como sói
acontecer nos sistemas de organização federativa do Estado. (Caldeiras, 2010).

2.2. Inconstitucionalidade material

Os vícios materiais, diferentemente dos formais, estão ligados ao próprio mérito do ato,
referindo-se a conflitos de regras e princípios estabelecidos na Constituição. Segundo
TAVARES (s/d, p. 1), incompatibilidade material/ideológica entre a norma
infraconstitucional e o paradigma constitucional.
2.3. Constitucionalidade originária e superveniente

Segundo CALDEIRAS (2010), o momento da edição das normas constitucionais é que


procede a distinção entre inconstitucionalidade originária e inconstitucionalidade
superveniente. Se uma norma legal vem depois da Constituição e com essa é
incompatível, tem-se um caso típico de inconstitucionalidade. Se a contradição, no
entanto, for entre norma constitucional superveniente e o direito ordinário pré-
constitucional, indaga-se se seria caso de inconstitucionalidade ou de mera revogação.

2.4. Inconstitucionalidade por ação e inconstitucionalidade por omissão

Além das formas de inconstitucionalidade até então vistas, temos, por fim, também a
inconstitucionalidade por ação e a inconstitucionalidade por omissão. A
inconstitucionalidade por ação é aquela advinda da incompatibilidade entre uma norma
e a Constituição, enquanto que a omissão legislativa inconstitucional pressupõe a
“inobservância de um dever constitucional de legislar, que resulta tanto de comando
explícitos da Lei como de decisões fundamentais da Constituição identificadas no
processo de interpretação” (MENDES 2010, citado por CALDEIRAS, 2010).

3. Inconstitucionalidade da lei em Moçambique

Segundo o advogado Caldeiras (2010, p.1), as normas constitucionais ocupam uma


posição de primariedade e supremacia em relação a todas outras normas legais. Assim,
sempre que estas não se conformam com aquelas, está-se em presença do vício da
inconstitucionalidade.

Segundo Caldeiras (2010, p. 1), de acordo com a Constituição da República de


Moçambique (CRM), o Conselho Constitucional tem como competências, entre outras,
apreciar e declarar, com força obrigatória geral, a inconstitucionalidade das leis e a
ilegalidade dos actos normativos dos órgãos do Estado. O Nº 2 do artigo 245 da CRM
estabelece quem pode solicitar a declaração de inconstitucionalidade das leis e
ilegalidade dos actos normativos dos órgãos do Estado, permitindo-o, entre outros, a
dois mil cidadãos. Seguem alguns exemplos de apreciação de inconstitucionalidade e
ilegalidade, trazendo um caso em que foi negado provimento ao pedido de declaração
de inconstitucionalidade, outro em que esse pedido foi aceite, e um terceiro em que foi
reconhecido haver ilegalidade, mas não inconstitucionalidade.
Existem várias maneiras pelas quais a inconstitucionalidade de uma lei pode ser
questionada em Moçambique:

 Desafio Direto nos Tribunais: Qualquer pessoa ou entidade que acredite que
uma lei é inconstitucional pode desafiar sua constitucionalidade nos tribunais
moçambicanos. Isso pode ser feito como parte de um processo judicial em que a
lei está sendo aplicada ou por meio de um processo de ação direta.
 Revisão Judicial: Os tribunais em Moçambique têm o poder de revisar a
constitucionalidade de leis. Isso significa que, quando um caso é levado a
tribunal e a questão da constitucionalidade de uma lei é levantada, os tribunais
podem examinar a lei à luz da Constituição e decidir se ela é ou não
constitucional.
 Pedido de Parecer ao Conselho Constitucional: O Conselho Constitucional de
Moçambique é um órgão independente encarregado de interpretar a Constituição
e decidir sobre a constitucionalidade das leis. Qualquer pessoa, incluindo o
Presidente da República, a Assembleia da República e o Provedor de Justiça,
pode solicitar um parecer ao Conselho Constitucional sobre a
constitucionalidade de uma lei antes de ela ser promulgada. O Conselho
Constitucional pode emitir pareceres não vinculativos, mas eles têm um peso
significativo.
 Recursos para Instâncias Internacionais: Além dos tribunais nacionais, os
cidadãos de Moçambique também podem recorrer a instâncias internacionais,
como o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, se acreditarem
que seus direitos fundamentais estão sendo violados por leis consideradas
inconstitucionais.
Conclusão

A interpretação da constitucionalidade de uma lei pode ser um processo complexo e


muitas vezes envolve debates jurídicos significativos. O sistema legal de Moçambique
tem suas próprias leis e procedimentos específicos para lidar com questões de
inconstitucionalidade, e é aconselhável consultar um advogado ou especialista jurídico
para orientação específica em casos de desafio à constitucionalidade de uma lei em
Moçambique.

Dai que neste trabalho apresentamos algumas formas de inconstitucionalidade da lei em


moçambique que liga as instâncias jurídicas nacionais, o conselho constitucional, as
instâncias internacionais e etc. o que torna essa lei sujeita a diversas interpretações
Referencias bibliográficas

CALDEIRA, José Manuel. Inconstitucionalidade na Ordem Jurídica Moçambicana. In


SAL & Caldeira Advogados, Lda. - Tema da Semana. 2010.

TAVARES, Marcelo Leonardo. Tipos de Inconstitucionalidade. Caderno de Apoio


Master. (s/d).

SEREJO, Paulo. Conceito de Inconstitucionalidade: Fundamento de uma teoria


concreta do controle de constitucionalidade. Revista Jurídica Virtual - Brasília, vol. 2,
n. 19, dez. 2000.

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