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Tutor:
1.1.Objectivos......................................................................................................................... 4
1.1.1.Geral: ......................................................................................................................... 4
1.2.Metodologias .................................................................................................................... 4
2. Contextualização .................................................................................................................... 5
3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 10
4. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 11
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1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho da cadeira de Direito Constitucional, aborda sobre a inconstitucionalidade
da Lei em Moçambique e tem como objectivo análise da inconstitucionalidade da Lei em
Moçambique. A s normas constitucionais ocupam uma posição de primariedade e supremacia
em relação a todas outras normas legais. Assim, sempre que estas não se conformam com
aquelas, está-se em presença do vício da inconstitucionalidade. O vício de
inconstitucionalidade material refere-se ao conteúdo da lei ou norma. A
inconstitucionalidade ocorre devido à matéria tratada contrariar os princípios ou violar os
direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição.
1.1.Objectivos
1.1.1.Geral:
Análise da inconstitucionalidade da Lei em Moçambique.
1.1.2. Específicos:
Contextualizar a inconstitucionalidade da Lei em Moçambique;
Conceituar a inconstitucionalidade da Lei;
Falar dos efeitos da revogação de normas jurídicas;
Descrever os efeitos da inconstitucionalidade por caducidade ou por declaração
expressa de inconstitucionalidade.
1.2.Metodologias
O presente trabalho realizou se com base nas regras de publicações de trabalhos científicos da
Unisced. Para realização do tema em questão, recorreu se a leitura de varias obras literárias,
artigos e manuais que aborda sobre assunto relacionados com o tema.
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2. Contextualização
A doutrina distingue entre vícios formais e vícios materiais. São vícios formais aqueles que
incidem sobre o acto normativo em si, independentemente do seu conteúdo, mas atendendo
apenas ao processo seguido para a sua expressão externa. Está-se em presença destes quando
os procedimentos adoptados para a elaboração de um acto se chocam com a Constituição. São
vícios materiais aqueles que dizem respeito ao conteúdo do acto, quando este conteúdo é
contrário à chamada Lei-Mãe.
Há autores que defendem que em matéria constitucional, se pode distinguir entre a inexistência
relativamente aos actos para os quais faltem os requisitos considerados essenciais pela
Constituição, e nulidade ipso jure no que respeita aos actos que contradigam formal ou
substancialmente a Constituição, quando essa contradição não resulte da falta de um requisito
próprio da existência do acto. Sem entrar na discussão doutrinária profunda sobre a matéria,
pode dizer-se que a consequência necessária da inconstitucionalidade das leis é a nulidade
absoluta, pois é princípio fundamental na maioria das legislações, incluindo a moçambicana, a
prevalência das normas hierarquicamente superiores sobre as inferiores.
A regra geral estabelecida no nº 1 do artigo 66 da Lei nº 6/2006 de 2 de Agosto (Lei Orgânica
do Conselho constitucional) é que a declaração de inconstitucionalidade ou ilegalidade produz
efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucionalou ilegal e determina a
repristinação das normas revogadas.
Contudo, uma excepção importante é a do nº 4 deste dispositivo legal que permite que o
Conselho Constitucional fixe aos efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou ilegalidade
alcance mais restritivo, desde que assim o exijam a segurança jurídica, razões de equidade ou
de interesse público.
Esta prerrogativa foi usada pelo Conselho Constitucional no caso CCLJ que adiante se
descreve.
A inconstitucionalidade pode também dividir-se em inconstitucionalidade por acção, quando
se pratica um acto contrário à Constituição e por omissão, quando o poder político deixa de pôr
em vigor uma norma exigida por aquela.
A inconstitucionalidade pode ser total ou parcial, originária (quando a norma é oposta à
Constituição vigente), ou superveniente, quando o acto normativo era constitucional, mas a
alteração da Constituição tornou aquela incompatível com esta.
No que respeita aos sistemas de controlo da constitucionalidade, normalmente há referência ao
controlo judicial, quando é feito pelo judiciário, controlo político e controlo misto. O sistema
moçambicano aproxima-se do controle judiciário.
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Nos sistemas de controlo judiciário distinguem-se o controle difuso, em que vários órgãos
realizam esse controlo e o controlo concentrado, em que um ou poucos órgãos têm
competências relativas à constitucionalidade dos actos. Moçambique segue o modelo do
controlo concentrado.
Quanto ao momento de controlo, este pode ser preventivo, quando se pretende evitar que
determinada norma inconstitucional entre para o ordenamento jurídico, e repressivo, quando
se pretende verificar se uma norma, já em vigor, está ou não de acordo com a Constituição.
2.1. Conceito de inconstitucionalidade da Lei
A s normas constitucionais ocupam uma posição de primariedade e supremacia em relação a
todas outras normas legais. Assim, sempre que estas não se conformam com aquelas, está-se
em presença do vício da inconstitucionalidade.
Segundo Miranda (2022), O vício de inconstitucionalidade material refere-se ao conteúdo da
lei ou norma. A inconstitucionalidade ocorre devido à matéria tratada contrariar os princípios
ou violar os direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição.
2.2. Efeitos da revogação de normas jurídicas
A partir da publicação dos actos normativos, independentemente da sua entrada em vigor,
sempre que a referida norma ofenda a Constituição, pode, nos termos legais, ser pedida a
declaração da sua inconstitucionalidade.
Segundo Prata (2008), afirma que:
“É imperioso frisar que há diferença entre o momento em que é pedida a fiscalização
da constitucionalidade da norma (apresentação do pedido) e o momento a partir do qual
podem-se produzir os efeitos da declaração de inconstitucionalidade (início da
verificação das consequências da eliminação da norma no ordenamento jurídico). Uma
norma em vacatio legis, apenas está sob termo – que é a subordinação da produção dos
seus efeitos a partir da data definida para a sua entrada em vigor”.
lei que regula a matéria ou passando a observar-se as estipulações da lei nova. Nos
casos em que a revogação implica a eliminação completa da norma anterior sem a
criação de outra que regule a matéria, ou quando se trate de normas temporárias não
substituídas por outras, as cominações da norma anterior deixam de existir e uma
eventual obrigação que era estabelecida em lei anterior deixa de ser exigida (Cfr. Artigo
7º do Código Civil).
Portanto, a revogação, em regra, tem efeito “ex-nunc” – desde agora, significando que produz-
se a partir do momento em que o acto é praticado ou em que a revogação produz efeitos ou nos
casos em que a nova norma começa a produzir efeitos em alteração da norma anterior. As
excepções se verificam nos casos em que a nova lei estabelece disposições transitórias, nas
quais a norma que revoga a anterior estabelece a aplicabilidade das referidas normas anteriores
durante certo período de tempo para situações constituídas na vigência da norma anterior.
Exemplo claro desses casos, é a situação das disposições transitórias sobre o cálculo de
indemnização no artigo 270º da Lei nº 23/2007, de 1 de Agosto.
inconstitucional não produz nenhuns efeitos desde a origem, sem necessidade de declaração
por qualquer órgão; Nulidade – o acto inconstitucional não produz efeitos desde a origem ou
desde que o seu conteúdo colida com a norma constitucional, é insanável, não se pode
convalidar, mas torna-se necessária uma decisão pelo órgão de fiscalização para a sua
declaração; Anulabilidade – o acto inconstitucional produz efeitos até à anulação pelo órgão
de fiscalização, e Irregularidade – quando a inconstitucionalidade não prejudica a produção dos
efeitos pelo acto, podendo, porém, trazer algumas consequências ou sanções.
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3. CONCLUSÃO
Feito o presente trabalho percebemos que a declaração de inconstitucionalidade, ainda que em
termos perfunctórios, pode representar a inexistência jurídica – o que implica que o acto
inconstitucional não produz nenhuns efeitos desde a origem, sem necessidade de declaração
por qualquer órgão; Nulidade – o acto inconstitucional não produz efeitos desde a origem ou
desde que o seu conteúdo colida com a norma constitucional, é insanável, não se pode
convalidar, mas torna-se necessária uma decisão pelo órgão de fiscalização para a sua
declaração; Anulabilidade – o acto inconstitucional produz efeitos até à anulação pelo órgão
de fiscalização, e Irregularidade – quando a inconstitucionalidade não prejudica a produção dos
efeitos pelo acto, podendo, porém, trazer algumas consequências ou sanções.
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4. BIBLIOGRAFIA
Artigo 252º da Constituição da República, artigo 158º do Código de Processo Civil e artigo
122º da Lei nº 14/2011, de 10 de Agosto.
Artigo 5º da Lei nº 14/2011, de 10 de Agosto; artigos 18º e 20º, ambos da Lei nº 7/2012, de 08
de Fevereiro.
De Vasconcelos, P. P. Et al (2019). Teoria Geral do Direito Civil. 9ª Edição, Almedina, págs.
25 e 26
Miranda, J. (1988). Manual de Direito Constitucional. Tomo II: Introdução à Teoria Geral da
Constituição, 2ª Edição Revista, Coimbra. Pág. 312
Miranda, J. (2022). A Fiscalização da Constitucionalidade. 2ª Edição Revista e Actualizada,
Almedina, págs. 99 a 104.
Prata, A. (2008). Dicionário Jurídico. 5ª Edição, Almedina. Págs. 1399 e 1497