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• O sistema proporcional tem como “donos” das vagas os partidos políticos, não os
candidatos em si. Adotados nos cargos do legislativo. “Quociente eleitoral”, que é um
número de votos que se alcançam dividindo o número de votos por número de vagas a
serem preenchidas, ou seja:
Nº de votos / Nº de vagas a preencher.
O partido será o “veículo” que conduzirá a candidatura.
FORMAS DE ESTADO:
Quando fala-se em formas de Estado, existem duas: Estado Unitário e Estado Federal,
distinguindo-se pelo grau de descentralização do poder político.
O que é descentralização política? É a existência da convivência pacífica entre focos de
emanação legislativa diversos no país, ou seja, se a lei vem de um único foco de poder,
há centralização de poder político. CAPACIDADE NORMATIVA COMPARTILHADA.
EX: Estados Unidos, inicialmente, era uma confederação (13 Estados diferentes) e
passou a ser uma Federação. “Federalismo por agregação”.
*A soberania é ilimitada. A autonomia é limitada.
No Brasil a federação foi formada às avessas. Primeiro havia um todo, fez-se menção
de uma repartição fictícia para poder aglutinar.
Art. 1º CF/88: “A República Federativa do Brasil, formada pela União
indissolúvel dos Estados e Municípios e do distrito federal [...].
O Brasil, historicamente, sempre esteve unido. Trata-se tão somente de uma ficção
jurídica para normatizar a federação.
“No Brasil, há uma “hipertrofia” do poder central”.
Rigidez constitucional elevada ao grau máximo: Cláusula Pétrea. Art. 60, § 4º, I.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I - a forma federativa de Estado;
COMPETÊNCIAS ESTATAIS
Perguntar a Ester sobre o que ele falou que era relevante pra concurso*
O território não faz parte do pacto federativo, vez que não possui autonomia
(autonomia política, autonomia administrativa e autonomia financeira-tributária). Tal
disposição é materializada através da disposição constitucional que distribui as
competências.
O legislador constituinte, ao definir as competências para cada um dos entes, utilizou
os dois critérios:
1. Critério material da predominância do interesse (União (interesse geral), Estado
(interesse regional) e Município (interesse municipal) Ex: Matéria moeda, interesse
geral, competência da União;
2. Critério formal de competência residual/remanescente/reservada: Define-se
expressamente as competências da União, mas não definiu o que é do
Estado/Município/DF. Desta forma, tudo que não está definido, é do Estado.
TAXATIVIDADE!
* As competências da União serão sempre expressas!
As competências da União foram separadas em dois blocos: 1. Competências
materiais; 2. Competências legislativas.
1. Competências materiais: Aquelas que expressam as ações administrativas que
cabem à União. “Pra fazer, é só fazer”. Praticar um ato. Ex: p/ manter relações
internacionais, é necessário realizar atos administrativos.
Suplementar (gênero):
> Complementar (espécie): deficiência da CF;
> Supletiva (espécie): falta da CF.
*Se houver conflito, prevalece a norma geral da União, vez que trata-se da
competência originária, ficando a norma especifica estatal com a eficácia
suspensa.
ESTADO-MEMBRO
(entidade federativa de 1º grau)
• A União (enquanto pessoa política estatal) nasce na própria CF, no sentido de que ela
existe a partir do pacto federativo. A federação é formada pelos estados membros, dos
municípios, do DF, que se aglutinam e dá origem à União. > A União é uma ficção
jurídica.
O número de estados não é monoliticamente inalterado. A própria Constituição
traz em seu texto circunstâncias em que pode-se criar novos estados.
*Geografia constitucional: A CF/88 trouxe consigo a criação do Estado de Tocantins
(art. 13 ADCT). Art. 14 torna Roraima e Amapá em Estados.
O número dos entes aderentes ao pacto federativo é ilimitado, conforme extraí-se da
exegese da redação do § 3º do art. 18 da CF/88, verbis:
Art. 18. A organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem
novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.
* Território é um “rito de passagem” para a criação de um
estado.
Procedimento de criação do Estado:
Hipóteses materiais de criação dos estados
• 1ª figura: Incorporação entre si: fusão. Quando dois estados unem-se e criam uma
terceira figura. A+B=C. *Em que pese, alguns autores alegam que, na verdade, a
incorporação, no seu sentido estrito, quer dizer que um estado consome o outro, mas
aquele continua com sua natureza jurídica.
• 2ª figura: Subdivisão: Quando o Estado original deixa de existir e, dele, surgem 2 ou
mais estados novos.
• 3ª figura: Desmembramento: O desmembramento pode ser por emancipação ou
anexação.
Emancipação: tenho um estado A e, um pedaço dele, “sai” da dimensão
geográfica daquele, tornando-se um novo estado autônomo.
Anexação: Quando o pedaço une-se a outro estado.
Para criar um Estado, são necessários 3 passos:
1º passo: plebiscito (democracia semi-direta), onde o povo será chamado para
deliberar acerca da possibilidade da criação do novel Estado. Normalmente é
convocado pela justiça eleitoral. *Somente cidadãos podem votar. *Se envolver um
único estado, somente aquele estado será convocado para deliberar. *Antes do povo
deliberar, a assembleia legislativa do estado precisa concordar, nos termos do art. 48,
VI, in litteris:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
Presidente da República, não exigida esta para o especificado
nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:
VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias
Legislativas; (oitiva não-vinculante).
Caso os anseios da população forem positivos, a deliberação passará ao Congresso
Nacional (levando em consideração o interesse do brasil), que o definirá, caso
concorde, por intermédio de lei complementar.
Como não tinha lei complementar federal deliberando acerca da criação, não se podia
criar municípios. Os municípios criados indevidamente foram regulados nos termos do
Art. 96 ADCT, in verbis: Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e
desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de
2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época
de sua criação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 57, de 2008).
Competências municipais
Em regra, as competências municipais, assim como as da União, são expressas.
Assim como os estados-membros, os municípios tem ferramentas de organização
institucional, por meio da elaboração de uma lei orgânica, que seria um equivalente à
constituição estadual, nos termos do art. 29 da CF/88:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos: [...]
Dupla limitação: tem que respeitar a CF e a CE.
O município não tem poder judiciário, MP ou TC (limitação).
Processo eleitoral estabelecido em turno único (nos casos em que o município
tenha menos de 200.000 eleitores);
DISTRITO FEDERAL
(município neutro da corte; quase um estado, mais que um município)
Art. 18. A organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
Enquanto a lei orgânica municipal é duplamente limitada pela CF e pela CE, a lei
orgânica do DF está limitada tão somente a CF. O fato do DF estar dentro de
Goiás não altera nada.
• A competência do DF não é expressamente definida, nos termos do art. 32, §
1º
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição.
TERRITÓRIOS
• Estão previstos no texto constitucional, mas não se apresentam como entes
federados. Atualmente, eles não existem. São entes temporários
• Entidade político-administrativa não dotada de autonomia; fazem parte da União.
Alguns doutrinadores alegam que os territórios apresentam-se como uma
descentralização político-territorial da União. Único local geográfico que pode-se dizer
“aqui estou na União”, se não for parte de um Estado.
• Não dispõe de capacidade normativa
Art. 33. A lei (FEDERAL) disporá sobre a organização
administrativa e judiciária dos Territórios.
Não há hierarquia entre lei federal, estadual e municipal. O que existe é uma
relação de horizontalidade entre elas, designando diversas esferas de
competências, todas sob a égide da CF/88. Exceção: competências concorrentes
entre normas gerais federais e norma gerais estaduais, prevalece a federal,
suspendendo a estadual (naquilo que o dispositivo esteja em conflito;
contrário).
Lei nacional vincula todos os entes (união, estados-membros, município)
Lei federal vale tão somente para União.
INTERVENÇÃO
Intervenção: “Afastamento temporário das prerrogativas inerentes à autonomia dos
entes federados”.
A palavra de ordem no campo do pacto federativo é a autonomia. A autonomia é
incompatível com intervenção: Se um ente é autônomo, não se pode intervir. A
autonomia distingue-se da soberania pela limitação; Aquela é ilimitada, esta, limitada.
A intervenção se apresenta como uma medida sancionatória contra um ato
eventualmente desrespeitoso as regras constitucionais da federação. Todas as vezes
que os entes federados (exceto a união) praticam atos em linhas de colisão com aquilo
que a cf/88 preceitua como mais valioso, urge a intervenção para resolver o problema,
visando o retorno ao antecedente status quo.
A autonomia, em circunstâncias excepcionais, pode ser afastado (Princípio da
excepcionalidade). Aliado a excepcionalidade, urge o Princípio da temporariedade (a
intervenção não pode ser permanente).
Em tema de intervenção, é necessário a observância ao Princípio da Fundação da
Necessidade, pelo qual deve-se demonstrar a necessidade da intervenção.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Federal, exceto para:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a
União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto
quando:
A CF/88 aborda a intervenção em dois aspectos: Federal ou Estadual.
Será Federal, quando quem realiza a intervenção é a União.
Será Estadual quando quem realiza a intervenção é o Estado-membro em seus
municípios.
Modalidades de Intervenção (art. 34 e 35)
Pressupostos materiais (quais os motivos que autorizam a intervenção?)
Quando normas de exceção, hermeneuticamente devem ser interpretados
restritivamente. Ou seja, não pode-se interpretar analogicamente.
• INTERVENÇÃO FEDERAL (ART. 34)
Pressupostos materiais (quais os motivos que autorizam a intervenção? Incisos
do art. 34) Se o Estado descumpre algum dos requisitos previstos, urge a
necessidade de intervenção federal. Os princípios elencados no inciso VII são
chamados de Princípios Constitucionais Sensíveis ou Virgas mestras do direito
constitucional brasileiro:
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e
indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde.