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DIA 4

A CONSTITUIÇÃO DE 1988: PRINCÍPIOS


FUNDAMENTAIS: FORMA DE ESTADO,
FORMA DE GOVERNO E SISTEMA
POLÍTICO.

18.02.2020
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1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: TÍTULO I DA
CONSTITUIÇÃO
São enunciações normativas genéricas, mais
abstratas, que condicionam e orientam a compreensão
do ordenamento jurídico, quer para sua aplicação quer
para sua integração, quer ainda para elaboração de
novas normas.
Os artigos 1º a 4º da Constituição Federal, que
compõem o Título I, são as normas mais básicas que
conformam o direito constitucional positivo no
Brasil. É a partir dessas normas jurídicas que toda a
Constituição é organizada e interpretada e, assim,
toda a ordem jurídica.
Norma constitucional = regras e princípios. 2
2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: ARTIGO 1º

“A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a
dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.”

Estabelece premissas jurídicas básicas da organização do


Estado brasileiro: a forma de Estado, a forma de Governo e
o sistema político.

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3. FORMA DE ESTADO: FEDERAÇÃO

A forma de Estado indica a maneira como


o poder é distribuído territorialmente, a
divisão espacial do poder.
O Estado brasileiro, em sentido amplo, é
uma federação formada por 4 entes:
União, Estados-membros, Distrito Federal
e Municípios.
Os Territórios não são entes da
federação, mas, sim, autarquias
territoriais federais.
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4. CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO I

União de vários Estados faz nascer um novo


Estado e, ao mesmo tempo, aqueles que aderiram à
federação perdem a condição de Estados; base
jurídica do Estado Federal é uma Constituição,
não um tratado; não existe direito de secessão ou
separação; o Estado Federal tem soberania e os
entes que compõem a Federação, autonomia (CF,
art. 18; CE, art. 1º); as atribuições da União e das
unidades federadas são fixadas na Constituição, por
meio de uma distribuição de competências.

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5. CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO II

Cada esfera de competências detém renda


própria (tributos); poder político é
compartilhado pela União e pelas unidades
federadas; cidadãos do Estado que adere à
federação adquirem a cidadania do Estado
Federal; existência de um órgão para decidir
conflitos constitucionais (no Brasil, o STF);
possibilidade de intervenção para manutenção
do pacto federativo (No Brasil, intervenção
federal e estadual).
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6. FEDERAÇÃO, AUTONOMIA E INTERVENÇÃO:
O CASO DO RIO DE JANEIRO

Atribuição constitucional da Presidência da


República: “Temer assina decreto de intervenção
das Forças Armadas na segurança do Rio” (EBC,
16.02.2018)
Fraude à Constituição: “Temer diz que vai
suspender intervenção no RJ durante votação
da reforma da Previdência” (G1, 16.02.2018)
Controle judicial: “Rosa Weber nega dois
pedidos para barrar intervenção federal no Rio”
(O Globo, 17.02.2018)
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Requisitos formais: “Conselhos da República e
de Defesa Nacional aprovam intervenção no Rio
de Janeiro” (Senado Notícias, 19/02/2018)
Restrições a direitos fundamentais: “Temer
pedirá mandados coletivos de busca e
apreensão no Rio.” (19.02.2018)
Controle judicial: “Ministro do STF indefere
pedido (...) para suspender decreto sobre
intervenção” (Câmara Notícias, 20/02/2018)
Análise parlamentar: “Câmara aprova decreto de
intervenção no Rio e texto vai para o Senado”
(Valor, 20.02.2018)
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Texto do Decreto 9.288/2018

Art. 1º: ”Fica decretada intervenção federal no


Estado do Rio de Janeiro até 31 de dezembro de
2018. § 1º A intervenção de que trata o caput
se limita à área de segurança pública,
conforme o disposto no Capítulo III do Título V
da Constituição e no Título V da Constituição do
Estado do Rio de Janeiro. § 2º O objetivo da
intervenção é pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública no
Estado do Rio de Janeiro.”
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7. FEDERAÇÃO DUAL E FEDERAÇÃO
COOPERATIVA

Federalismo dual: rígida separação e igualdade


entre a autoridade central (federal) e a
autoridade local (estadual), repartição vertical de
competência (CF, art. 21, I) e de tributos
exclusivos.
Federalismo cooperativo: entrelaçamento de
competências e repartição de renda tributária
(CF, arts. 157 e ss,), com predomínio central
(União). Ex.: saúde (art. 198) e educação (CF,
art. 211). 10
8. FORMA DE GOVERNO: ART. 1º
Diz respeito a como se exerce o poder, quem pode
exercer, a relação do povo com quem exerce o
poder e como se dá a instituição do poder.
A república se diferencia da monarquia, pois
nesta, o rei ou imperador, não se responsabiliza por
seus atos, sendo o poder exercido de maneira
perpétua e hereditária (não há eleição, nem
mandato). A república caracterizada pela
responsabilidade, temporariedade e eletividade
de quem exerce o governo e pela prestação de
contas e publicidade dos atos do Estado.

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8.1 STF: princípio republicano, prerrogativa de
foro e interpretação restritiva

“2. Impõe-se, todavia, a alteração desta linha de entendimento,


para restringir o foro privilegiado aos crimes praticados no
cargo e em razão do cargo. É que a prática atual não realiza
adequadamente princípios constitucionais estruturantes, como
igualdade e república, por impedir, em grande número de casos, a
responsabilização de agentes públicos por crimes de naturezas
diversas. Além disso, a falta de efetividade mínima do sistema
penal, nesses casos, frustra valores constitucionais importantes,
como a probidade e a moralidade administrativa. III. Conclusão 6.
Resolução da questão de ordem com a fixação das seguintes teses:
‘(i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados
às funções desempenhadas; (...)”.
(STF, AP-QO 937, 03/05/2018, Tribunal Pleno)
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9 SISTEMA POLÍTICO: ART. 1º
A Constituição Federal adota o Estado Democrático
de Direito, o que significa dizer que há primazia da
ordem jurídica (Constituição e legislação
infraconstitucional) necessariamente democrática, ou
seja, a democracia qualifica o Estado e, por
conseguinte, permeia o direito produzido por este.
O parágrafo único do artigo 1º estabelece: “Todo o
poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição”.
Democracia indireta: por meio de representantes
eleitos. Democracia direta: referendo, plebiscito e
iniciativa popular de projeto de lei (CF, arts. 14 e 61,
§1º, CF).
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9.1 DEMOCRACIA DIRETA:
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL

SERGIPE: “Art. 57. A iniciativa popular pode


ser exercida pela apresentação à Assembléia
Legislativa de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado estadual.”

BAHIA: “Art. 74 - Esta Constituição poderá


ser emendada mediante proposta: (...) IV -
dos cidadãos, subscrita por, no mínimo, um
por cento do eleitorado do Estado”.
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9.2 DEMOCRACIA DIRETA: LEI ORGÂNICA

ARACAJU: “Art. 104 – A iniciativa popular pode


ser exercida pela apresentação, à Câmara de
Vereadores, de Projetos de Lei ou Veto
subscritos por, no mínimo, (05) cinco por cento
de eleitorado municipal. § 1º - A lei ordinária
estabelecerá os parâmetros para disciplinar o veto
popular. § 2º - Os projetos de lei apresentados por
iniciativa popular terão prioridade de inscrição na
Ordem do Dia, com a garantia da participação de
representante dos eleitores subscritos, na
defesa em plenário, da matéria apresentada.”

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REGRAS E PRAZOS DA ATIVIDADE EXTRA – NP 2

É opcional a participação na atividade extra. Quem não optar terá NP 2 avaliada


com nota máxima de 12.
Quem optar pela atividade extra, deverá formar um QUARTETO (TURMA FASER)
ou um TRIO (TURMA FACAR) e enviar os NOMES COMPLETOS E A TURMA até
12.02.2019 para o endereço giltonbrito@gmail.com. Só serão aceitos grupos com
o NÚMERO DE MEMBROS FIXADO PARA A TURMA. Atividade extra: elaboração
de uma resenha crítica escrita em formato ABNT com 5 páginas (capa e
conteúdo), fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento entre linhas 1,5.
A resenha abordará um TEXTO JURÍDICO (ACÓRDÃO, PETIÇÃO INICIAL,
PARECER OU ARTIGO JURÍDICO) a ser sorteado e informado até 17.02.2019. Só
poderá haver desistência até 19.02.2019, mediante envio de mensagem para o e-
mail giltonbrito@gmail.com.
Prazo de entrega da resenha: antes do início das apresentações na aula anterior
àquela fixada para NP 2 pela Coordenação. Após, não serão aceitos sob qualquer
justificativa.
Sorteio para apresentação oral de 10 minutos, sujeita a perguntas.
O grupo que, por qualquer motivo, estiver ausente ou recusar a apresentação
oral ou, ainda, não apresentar/participar da resenha terá a atividade extra
avaliada em ZERO e NP2 avaliada em 8 pontos. A presença de um integrante
permite a apresentação. A atividade extra terá nota máxima de 4 pontos e será
inacumulável com qualquer outra nota extra.
Critérios de avaliação da apresentação oral: segurança e domínio do texto
jurídico. Critérios de avaliação da resenha: formatação e conteúdo. A resenha
que se limitar a reproduzir em "copia e cola" texto jurídico receberá nota ZERO,
REDUZINDO A APRESENTAÇÃO ORAL PARA NOTA MÁXIMA 01, SE HOUVER.
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