Você está na página 1de 58

atendam a mais de um município, assim como os que, restritos ao território de

um deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes, confluentes ou


integrados de funções públicas, bem como serviços supramunicipais (ADIn nº
1.842/RJ).

b) Concorrente
Suplementar: Prevista no art. 24, §§2º, da Constituição da República, o
qual concede aos Estados a competência legislativa concorrente para legislar
sobre as matérias ali referidas de modo a suplementar a legislação geral da
União para atender às suas particularidades regionais. Normas Suplementares
são aquelas produzidas pelas demais entidades federadas que buscam
atender às peculiaridades de cada um desses entes. Por óbvio, essas normas
suplementares não podem contradizer a norma geral da União, sob pena de
invadir a competência federal. Contudo, não basta dizer que a norma
suplementar não viola ou se opõe à lei federal. Isso porque o traço
característico dessa norma é o atendimento das peculiaridades daquela
entidade federada que a editou. Eventualmente, se a norma suplementar tratar
de aspectos que não disserem respeito à particularidades daquela determinada
entidade federada, mas que repercutem sobre todo o território, ter-se-á, na
prática, uma norma geral, invadindo as competências da União Federal, o que
somente poderá acontecer de modo válido quando houver omissão da União
em editar norma geral.

Plena ou Concorrente Cumulativa: Segundo oart.24, §3º, inexistindo lei


federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades. Chama-se de Competência
Legislativa Concorrente Cumulativa pois o Estado acaba assumindo tanto as
matérias de seu próprio interesse, quanto aquelas que seriam dadas à União.

Suspensão da legislação: Caso seja elaborada uma norma estadual no


exercício da competência legislativa concorrente plena e, posteriormente,
sobrevenha uma norma geral da União, esta última implicará na suspensão da
eficácia da norma estadual, mas unicamente naquilo que for contrário (ADIn nº
3.098/SP), conforme previsto pelo art. 24, §4º, da Constituição da República.
Não se fala em revogação por motivos lógicos, uma vez que esse fenômeno
somente poderá ocorrer se a norma advier da mesma fonte normativa, isto é,
somente uma outra lei estadual poderia revogar a lei estadual existente.
PODER EXECUTIVO (UNIDADE IV)

Função

O Poder Executivo tem por função precípua a Função Administrativa de


utilizar o maquinário estatal para executar a Função de Governo, isto é, de
estabelecer políticas públicas.
A referência ao Poder Executivo contempla atividades diversas e
variadas, que envolvem atos típicos da Chefia do Estado (representante
internacional da soberania estatal), atos concernentes à Chefia do Governo
(dirigente das políticas públicas), e da administração em geral. As funções do
Poder Executivo transcendem a mera execução da lei.

Formas de Governo

a) Monarquia: Na Monarquia, o governante não é eleito pelo povo, mas


escolhido pela hereditariedade, permanecendo no cargo de modo vitalício e
não podendo ser responsabilizado pela condução do Estado, partindo da ideia
básica do “the king can do no wrong”. A Monarquia pode ser Absoluta ou
Parlamentarista, sendo que, neste segundo caso o Rei é o Chefe do Estado,
enquanto o Primeiro-Ministro ocupará a Chefia de Governo.

b) República: Na República, os governantes são escolhidos pelo povo por


meio de eleições, para exercer um mandato dentro de determinado período de
tempo, tendo responsabilidade pelos atos praticados.

Sistemas de Governo

A definição do sistema de governo de cada Estado soberano tem


influência direta na forma pela qual será organizado e dividido o Poder em seu
âmbito interno.
a) Parlamentarismo: No Parlamentarismo reside exatamente a distinção
no âmbito do Poder Executivo, sendo estabelecido um sistema dual entre: i)
Chefe de Estado; ii) Chefe de Governo. A Chefia de Estado é a Representação
Política no Plano Internacional, enquanto a Chefia de Governo é a Direção
Política no Plano Interno. O Chefe de Estado pode ser o Presidente da
República ou o Monarca, pois é possível uma República Presidencialista ou
Parlamentarista, tanto como uma Monarquia Absoluta ou Parlamentarista, ou
Constitucional. O Chefe de Governo será o Primeiro-Ministro ou Chanceler, que
compõe o Poder Executivo, mas depende de colaboração do Parlamento. O
segundo advém exatamente da relação orgânica estabelecida entre a Chefia
de Governo, representada pelo Primeiro-Ministro, e o Poder Legislativo, o
Parlamento.
b) Presidencialismo: Se originou nos EUA, com a Constituição de 1787,
motivado pela ideia da consagração de um Executivo independente do
Legislativo, tal como teorizado por Montesquieu. No Presidencialismo fica
superada a dualidade entre chefia de Estado e chefia de Governo, que passam
a ser exercidas pelo Presidente da República, consolidando-se um Executivo
único, cujas funções seriam exercidas por um cidadão eleito diretamente pelo
povo. Desse modo, fala-se em unidade do Poder Executivo. O Presidente
passa a ter mandato fixo, razão por que não há necessidade de depender da
confiança do Poder Legislativo, nem para a sua investidura, nem para o
exercício do governo, nem para a permanência no poder. No Presidencialismo
existe autêntica separação entre os Poderes, pois, não há uma relação de
dependência entre o Executivo e o Legislativo, falando-se em
irresponsabilidade política, compreendida no sentido de que, se o Congresso
Nacional perder a confiança no Presidente da República, não poderá, somente
por isso, promover o impeachment do Chefe do Executivo, o que somente será
possível havendo crime de responsabilidade. O impeachment advém de uma
infração político-administrativa, a qual deverá ser julgada por um Tribunal
eminentemente político, o Poder Legislativo, mas é certo que a destituição
deverá estar vinculada a existência dessa infração. No Parlamentarismo, ao
contrário, a mera perda de capital político do Primeiro-Ministro é capaz de dar
azo a sua destituição, independentemente de qualquer infração.

Presidente da República

Eleição
A eleição do Presidente da República será realizada, juntamente com a
de seu Vice, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se for necessário, do ano anterior ao
do término do mandato presidencial vigente.
Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por
partido político e cumpridas as demais condições de elegibilidade do art. 14,
§3º, da Constituição, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os
em branco e os nulos. Caso nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação
do resultado (desde que seja no último domingo de outubro), concorrendo os
dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a
maioria dos votos válidos.
A exigência do segundo turno aplica-se para as eleições dos
Governadores dos Estados e do Distrito Federal (art. 28) e para as eleições
dos Prefeitos municipais no caso de Municípios com mais de duzentos mil
eleitores (art. 29, II). No caso de morte ou desistência de um dos candidatos,
há de se convocar o que obtiver maior votação entre os remanescentes e,
ocorrendo empate entre os candidatos classificados em segundo lugar,
qualificar-se-á o mais idoso, nos termos do art. 77, §§4º e 5º, da CR.
Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse no dia 1º de
janeiro do ano seguinte ao da sua eleição, para um mandato fixo de quatro
anos, em sessão extraordinária do Congresso Nacional, prestando o
compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição. Se decorridos dez
dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago
pelo Congresso Nacional, procedendo-se novas eleições diretas noventa dias
após, nos termos do art. 81.
O Vice-Presidente, nos termos do art. 79, caput, é o primeiro substituto e
o sucessor único e natural do Presidente da República. A substituição, que tem
caráter provisório, ocorre em caso de impedimento ou ausência enquanto a
sucessão, que tem natureza definitiva, em caso de vaga.

Linha Sucessória do Presidente da República

O art. 80, por sua vez, trata da linha sucessória quando houver
impedimento ou vacância de ambos dos cargos, isto é, Presidente e Vice-
Presidente. Assim, o Vice-Presente, além de ser o primeiro substituto do titular,
é o único que pode suceder o Presidente da República, isto é, ocupar o cargo
em definitivo até o final do mandato. Ou seja, os demais sujeitos elencados
pelo art. 80 apenas assumirão em caráter temporário, até seja realizada nova
eleição.
A linha substitutiva presidencial segue a seguinte ordem: Vice-
presidente; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado
Federal; Presidente do STF.

Garantias

Prerrogativa de Foro

Todas as modalidades de ilícitos penais praticadas pelo Presidente da


República serão processadas e julgadas perante o STF, a teor doart. 102, I, b.
É preciso lembrar dos casos de crimes de responsabilidade, não inseridos no
conceito de infrações penais. Assim, salvo crimes de responsabilidade, quando
será julgado pelo Senado Federal, a competência criminal para julgamento do
Presidente da República será do STF.
Prisão

De acordo com o art. 86, §3º, o Presidente da República não estará


sujeito à prisão enquanto não sobrevier sentença condenatória definitiva nas
infrações penais comuns. O STF já se manifestou no sentido de que a
prerrogativa extraordinária da imunidade à prisão em flagrante delito, prisão
preventiva e prisão temporária impede a privação da liberdade de locomoção
do Chefe do Poder Executivo antes de sua condenação penal definitiva.

Imunidade Temporária

Conforme disposto no art. 86, §4º, na vigência de seu mandato o


Presidente não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de
sua função, e, por consequência lógica, não está sujeito à persecução criminal
pelas infrações penais anteriores à expedição do diploma.
Caso o Presidente cometa um crime, se este não estiver relacionado
com as suas funções de Presidente ou tiver sido praticado antes do início do
mandato, enquanto durar o mandato, o Presidente não poderá ser denunciado.
Após terminar o mandato, ele irá ser denunciado e responderá o
processo criminal em 1ª instância. Se o crime praticado estiver relacionado
com o exercício das suas funções, o Procurador-Geral da República irá
apresentar ao STF denúncia contra o Presidente, porém, se o delito praticado
for de ação penal privada, é o ofendido quem deverá apresentar queixa-crime
no STF.
Diga-se que esta imunidade não incide para eventuais crimes conexos
praticados por outros agentes, determinando-se o imediato desmembramento
do feito para o processamento em 1ª instância.
De tal forma, o Presidente só pode ser processado e julgado no STF por
infração penal relacionada ao exercício de suas funções, isto é, por crimes
funcionais. Por infrações penais desvinculadas de suas funções, não pode o
Presidente ser processado enquanto estiver no mandato, só após sua
cessação.
O STF já assentou que tal prerrogativa não se trata propriamente de
imunidade penal, mas imunidade temporária à persecução penal, de tal forma
que do preceito não decorre que o Presidente é irresponsável por crimes não
funcionais praticados no curso do mandato, mas apenas que, por tais crimes,
não poderá ser responsabilizado, enquanto não cesse a investidura na
presidência.
Nessa mesma ocasião, a Corte consignou que, dada a impossibilidade
de persecução, suspender-se-á a prescrição durante o mandato presidencial.

Responsabilidade do Presidente da República

Os arts. 85 e 86, da CF, passam a dispor dos processos de


responsabilização do Presidente da República.
Foi afirmado que uma das prerrogativas do Presidente é a imunidade
temporária para a persecução criminal de atos não relacionados ao exercício
de sua função. Portanto, com relação a esses, não haverá processo enquanto
não findo o mandato.
Contudo, havendo ilícitos relacionados diretamente com o exercício da
função presidencial, não há se falar em imunidade para a persecução. Aceitar o
oposto seria atentar contra o próprio Princípio Republicano, do qual se retira
que o Chefe do Executivo deverá ser responsabilizado pelos atos atentatórios à
gestão da coisa pública.

Impeachment

A Responsabilidade Política abrange os crimes de responsabilidade, que


são infrações de natureza político-administrativa, que podem levar ao
impeachment do Presidente da República, dando ensejo à perda do cargo e à
inabilitação para o exercício de função pública pelo prazo de 8 anos.

Juízo de Admissibilidade

Nos termos dos arts. 51, I e 86, da CF, e art. 14, da Lei nº 1.079/50, a
Câmara dos Deputados realizará a admissibilidade da denúncia oferecida por
qualquer cidadão contra o Presidente. O Presidente da Câmara faz um juízo
prévio de admissibilidade da denúncia e poder já rejeitar liminarmente se
entender que o pedido apresentado é inepto ou que não tenha justa causa.
Assim, seu papel no recebimento dessa denúncia não é meramente
burocrático, havendo um juízo decisório, sendo que neste momento, não há
necessidade de manifestação de defesa prévia.
Recebida a denúncia, será lida no expediente da sessão seguinte e
despachada a uma comissão especial eleita, da qual participem, observada a
respectiva proporção, representantes de todos os partidos para opinar sobre a
mesma. Essa comissão é formada por 65 Deputados Federais (titulares) e mais
65 suplentes. Sua função é a de analisar a denúncia e emitir um parecer sobre
a procedência ou não das alegações formuladas. Após a instalação da
comissão, a Presidente da República terá o prazo de 10 sessões para
apresentar sua defesa. Depois de apresentada a defesa, a comissão tem um
prazo de 5 sessões para apresentar o parecer. O Plenário da Câmara irá,
então, votar se deverá ser aberto ou não o processo de impeachment. A partir
de então, será elaborado parecer pelo recebimento ou rejeição da denúncia por
Comissão Especial, designada para tal mister. A Câmara dos Deputados, com
isso, poderá aceitar a denúncia pelo quórum de 2/3 de seus membros, sendo
tal votação conduzida de forma ostensiva, isto é, aberta.

Suspensão do Presidente da República


De acordo com o art. 86, §1º, II, §2º, o Presidente ficará suspenso de
suas funções pelo prazo de 180 dias a partir da instauração do processo pelo
Senado Federal. Findo tal prazo sem conclusão do julgamento, cessará o
afastamento mesmo com o processo seguindo.

Julgamento no Senado Federal

Admitida a acusação contra o Presidente, será o Senado Federal o


órgão

competente para julgá-lo, sob a presidência do Ministro do STF, que não terá
direito a voto.
O STF assentou que, como a Constituição estabeleceu competir ao
Senado, privativamente, “processar e julgar” o Presidente, esta locução
abrange não apenas o julgamento final, mas também a realização de um juízo
inicial de instauração ou não do processo, isto é, de recebimento ou não da
denúncia autorizada pela Câmara.
No regime atual, a Câmara não funciona como um “tribunal de
pronúncia”, mas apenas implementa ou não uma condição de procedibilidade
para que a acusação prossiga no Senado. A atuação da Câmara dos
Deputados deve ser entendida como parte de um momento pré-processual, isto
é, anterior à instauração do processo pelo Senado.
Desse modo, a Câmara apenas autoriza a instauração do processo: não
o instaura por si própria, muito menos determina que o Senado o faça.
Portanto, a Câmara dos Deputados somente atua no âmbito pré-processual,
não valendo a sua autorização como um recebimento da denúncia, em sentido
técnico. Assim, a admissão da acusação a que se seguirá o julgamento
pressupõe um juízo de viabilidade da denúncia pelo único órgão competente
para processá-la e julgá-la: o Senado.
Assim, ao Senado compete decidir se deve receber ou não a denúncia
cujo prosseguimento foi autorizado pela Câmara. Se rejeitar a denúncia, haverá
o arquivamento do pedido. Se receber, aí sim será iniciado o processo de
impeachment propriamente dito (fase processual), com a produção de provas
e, ao final, o Senado votará pela absolvição ou condenação do Presidente.
No Senado, será criada uma comissão composta de 1/4 (um quarto) dos
Senadores, proporcional aos partidos políticos, para formar o libelo crime
acusatório. A defesa tem direito de se manifestar após a acusação: no curso do
procedimento de impeachment, o Presidente terá a prerrogativa de se
manifestar, de um modo geral, após a acusação.
O interrogatório deve ser o ato final da instrução probatória: o
interrogatório do Presidente, instrumento de autodefesa que materializa as
garantias do contraditório e da ampla defesa, deve ser o último ato de instrução
do processo de impeachment. Ao final do processo, os Senadores deverão
votar se o Presidente deve ser condenado ou absolvido. Para que seja
condenado, é necessário o voto de 2/3 dos Senadores.
No dia designado, comparecerá no Senado Federal o Presidente do
STF, que presidirá o ato e realizará audiência, com colheita de depoimentos
orais e julgamento. A votação será realizada por votação ostensiva nominal e
será condenado o Presidente da República se houver quórum de 2/3 (dois
terços) do Senado Federal.
O mérito proferido pelo Senado Federal não poderá ser revisto pelo
Poder Judiciário, no entanto, nada impede que esta análise ilegalidades ou
irregularidades ocorridas durante o trâmite do processo.

Sanções

O Presidente será condenado com perda de cargo e inabilitação por oito


anos para o exercício de função pública (art. 52, parágrafo único, da CR).
Crimes Comuns

A Responsabilidade Penal compreende as infrações penais comuns, que


podem acarretar na aplicação de penas privativas de liberdade, restritivas de
direitos ou de multa.

Juízo de Admissibilidade

Nos termos dos arts. 51, I, e 86, da CF, caso o crime imputado tenha
relações com as funções de presidente, a Câmara dos Deputados deverá
realizar análise sobre a admissibilidade ou não da acusação, aceitando-a por
meio de votação nominal de 2/3 de seus membros. Diga-se que a necessidade
de Juízo de Admissibilidade pela Câmara dos Deputados não se aplica aos
eventuais crimes conexos praticados por terceiros, de modo que, não havendo
aceitação da denúncia contra o Presidente, deve ser determinado o imediato
desmembramento do feito para processamento em 1ª Instância.

Suspensão

De acordo com o art. 86, §1º, I, §2º, o Presidente ficará suspenso de


suas funções pelo prazo de 180 dias a partir do recebimento da denúncia ou
queixa pelo STF. Findo tal prazo sem conclusão do julgamento, cessará o
afastamento mesmo com o processo seguindo.

Julgamento no STF

O Presidente da República será processado e julgado pelo STF. No


entanto, mesmo que admitida pela Câmara a acusação contra o Presidente da
República, o STF não está obrigado a receber a ação penal contra ele
proposta.
Sanções

Além de sua sujeição à pena imposta (privativa de liberdade, restritiva de


direito ou multa), pode perder o cargo por determinação da própria sentença,
efeito específico da condenação conforme o art. 92, I, do CP, ou pela
suspensão de direitos políticos.

Ministros de Estado

Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente da República na


direção superior da Administração Federal. Nos termos do art. 87, da CR,
serão escolhidos entre maiores de 21 anos e podem ser brasileiros natos ou
naturalizados, salvo o Ministro da Defesa, de quem se exige nacionalidade
nata, nos termos do art. 12, §3º, VII.

Atribuições

Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades


da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e
decretos assinados pelo Presidente da República; Expedir Instruções para a
execução das Leis, Decretos e Regulamentos; Apresentar ao Presidente da
República relatório anual de sua gestão no Ministério; Praticas atos pertinentes
às atribuições outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República, nos
termos do art. 84, VI, XII e XXV e parágrafo único.

Conselhos

Conselho da República

É órgão superior de consulta do Presidente da República.


Atribuições
Pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa, estado de
sítio e outras questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas.
Composição

i) Vice-Presidente; ii) Presidentes da Câmara e do Senado; iii) Ministro


da Justiça; iv) 6 cidadãos brasileiros com mais de 35 anos, com mandato de 3
anos, sem recondução.
Conselho de Defesa Nacional

Atribuições

Assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado


democrático.
Composição

i) Vice-Presidente; ii) Presidentes da Câmara e do Senado; iii) Ministro


da Justiça; iv) Ministro da Defesa; v) Ministro das Relações Exteriores; vi)
Ministro do Planejamento; vii) Comandantes da Marinha, Exército e
Aeronáutica.

PODER LEGISLATIVO

Conceito

O Poder Legislativo no Brasil é exercido por órgãos próprios e


independentes aos quais se atribui as funções típicas de Representação,
Legislação e Fiscalização (Controle.

Representado pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal, nos termos do art. 44, da CR.

Importante frisar que o Congresso Nacional tem existência própria,


distinta das casas que o compõem. Isso porque a Constituição a ele atribui
importantes competências políticas, que se encontram concentradas no art. 49
do texto fundamental. Não obstante, é forçoso reconhecer que a atividade
legislativa da União é esmagadoramente exercida pelas casas o integram.

Nos termos do art. 48, cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do


Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51
e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre as matérias ali inscritas. Desse modo, os arts. 49, 51 e 52 apresentam
matérias que não serão reguladas por lei, tendo em vista que não dependem
de sanção, sendo veiculadas por meio de Decreto Legislativo ou Resolução.

Decretos Legislativos são editados unicamente pelo Congresso


Nacional, enquanto as Resoluções são editadas pelo Congresso Nacional,
Senado Federal e pela Câmara dos Deputados, sendo certo que estas duas
casas somente podem editar esta espécie normativa.

Funcionamento Legislativo

Legislatura: Período dentro do qual funciona cada órgão legislativo, com


a sua nova composição. Terá a duração de quatro anos, nos termos do art. 44,
parágrafo único, e compreende quatro sessões legislativas ordinárias.
Corresponde à duração do mandato ded eputado federal. Ou seja, no âmbito
federal tem início no dia 01/02 e término do dia 31 de janeiro quatro anos
depois.

Sessão Legislativa

Ordinária: Corresponde ao próprio período anual e compreende


dois períodos que são intervalados por um recesso. Vai do dia 02 de
fevereiro até o dia 17 de julho, e recomeça no dia 1º de agosto e finaliza
no dia 22 de dezembro. Por forçado que dispõe o § 2º do art. 57, a
sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de
LDO.
Extraordinária: Ocorre durante o recesso parlamentar quando
convocada nos termos doa rt. 57, §6º, da Constituição. Nessas, o
Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi
convocado.
Se houver medida provisória em vigor na data de convocação
extraordinária, elas serão automaticamente incluídas na pauta da
convocação.

Reuniões

Ordinária: Reuniões diárias que ocorrem no horário normal de


expediente, em conformidade com o Regimento interno da casa
legislativa. Terão duração de cinco horas, iniciando-se, quando
convocadas para as sextas-feiras, às 09h, e, nos demais dias, às 14
horas.

Extrao rdinária: São reuniões diárias que ocorrem fora do horário


normal de expediente.

Câmara dos
Deputados
Congresso
Nacional
Senado Federal

Poder Legislativo Legislatura 04 anos

Maioria de Votos

Deliberações
Presente a
Maioria Absoluta

Estatuto dos Congressistas

Conceito
O Estatuto dos Congressistas, ou Imunidades Parlamentares,
consubstancia uma série de prerrogativas inerentes ao cargo de parlamentar,
voltadas a assegurar seu exercício de modo independente e imparcial.

Finalidade

A finalidade dessas prerrogativas é garantir a independência dos


Poderes, pois todos os três apresentam seus agentes políticos, para os quais
existe uma série de garantias, em razão da função parlamentar, de natureza
objetiva, jamais da pessoa do parlamentar, de natureza subjetiva.
Dessa feita, com a finalidade de assegurar a liberdade do representante
do povo ou do Estado-membro no Congresso Nacional, e isso como garantia
da independência do próprio parlamento e da sua existência, a Constituição
traça um conjunto de normas que instituem prerrogativas e proibições aos
congressistas.
Toda imunidade parlamentar tem início com a diplomação (e não com a
posse) dos mandatários, e é inerente ao cargo, de modo que não podem ser
objeto de renúncia pelos Congressistas, enquanto no exercício da função. Fica
claro, assim, que a imunidade não é concebida para gerar um privilégio ao
indivíduo que por acaso esteja no desempenho de mandato popular, mas tem
por escopo, sim, assegurar o livre desempenho do mandato e prevenir
ameaças ao funcionamento normal do Legislativo.

Os suplentes de parlamentar não possuem imunidade, uma vez que o


estatuto dos congressistas se aplica apenas aos parlamentares em exercício
dos respectivos cargos.

Imunidade Material (freedom of speech)


A Imunidade Material, absoluta, substantiva, real, ou Inviolabilidade,
prevista nos arts. 27, § 1º, 29, VIII, e 53, caput, estabelece que os
parlamentares são invioláveis, civil e penalmente por suas opiniões, palavras e
votos.

A Inviolabilidade tem caráter perpétuo, isto é, as opiniões, palavras e


votos dados pelo indivíduo enquanto ocupava o cargo de parlamentar não
poderão, mesmo após o término do mandato, causar sua responsabilização a
título civil ou penal. No entanto, para os atos praticados após o mandato, será
plenamente responsável.

A imunidade tem alcance limitado pela própria finalidade que a enseja.


Cobra-se que o ato, para ser tido como imune à censura penal e cível, tenha
sido praticado pelo congressista em conexão com o exercício do seu mandato,
isto é, necessário se faz a identificação do nexo entre o ato praticado e o
exercício do mandato. Sendo esse o caso, tais atos não configurariam sequer
fato típico, não cabendo sequer indagar se o fato, objetivamente, poderia ser
tido como crime,

Assim, a imunidade material, conquanto se apresente como uma


importante garantia constitucional parlamentar destinada a viabilizar o exercício
independente do mandato representativo, não é absoluta. Isto é, somente
protege o parlamentar, qualquer que seja o âmbito espacial em que este
exerça a liberdade de opinião, ainda que fora do recinto da própria Casa
Legislativa, quando as palavras, opiniões ou votos guardarem relação com o
exercício do mandato.

A jurisprudência do STF já assentou o entendimento que, sendo o ato


praticado dentro da Casa Legislativa, há presunção absoluta de guardar nexo
com o exercício do mandato. Havendo prática do ato fora do recinto legiferante,
a Corte Suprema determina tem assentado o entendimento de que se deve
perquirir o seu vínculo com a atividade de representação política, ou seja, que
foram praticados no desempenho da função (in officio) ou em razão dela
(propter officium), sendo ambos acobertados pela inviolabilidade.
Possibilidade de Suspensão

Subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas


mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida, a teor do art. 53, §8º.

Civil
Invioláveis por
Opiniões e Votos
Penal

Garantias
STF
Parlamentares Foro por
Prerrogativa de
Função Desde a
Diplomação
Subsiste em
Estado de Sítio
Expedição do
Diploma
Não Poderão ser
Presos Flagrante de
Exceção Crime
Garantias Inafiançável
Parlamentares
Crime Após a
Diplomação
Recebimento de
Partido Político
Denúncia
Sustar a
Denúncia
Maioria Simples

Imunidade Formal (freedom from arrest)

A Imunidade Formal, processual, ou adjetiva, prevista nos arts. 27, § 1º,


e 53 e parágrafos da CR, ao contrário da material, diz respeito à questões
processuais penais envolvendo Parlamentares federais e estaduais.
Diferentemente do que ocorre com as Imunidades Materiais, as Imunidades
Formais não se revestem de caráter perpétuo, ou seja, uma vez terminado do
mandato do parlamentar, as prerrogativas inerentes ao foro, prisão e de
suspensão do processo não mais subsistem, tendo em vista que são inerentes
ao exercício da função.

a) Prerrogativa de Foro: De acordo com o§1º do art. 53, os Deputados e


Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o STF.
b) Prisão: O art. 53, § 2º, veda desde a expedição do diploma a prisão
cautelar de parlamentar (penal ou civil), salvo nos casos de flagrante pela
prática de crime inafiançável.

c) Medidas Cautelares diversas da Prisão: O Poder Judiciário possui


competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, as medidas
cautelares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em
flagrante delito por crime inafiançável, por constituírem medidas individuais e
específicas menos gravosas, seja autonomamente, em circunstâncias de
excepcional gravidade. Contudo, se a medida cautelar imposta pelo STF
impossibilitar, direta ou indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador
exerça o seu mandato, o Supremo deverá encaminhar a sua decisão, no prazo
de 24 horas, à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal para que a
respectiva Casa delibere se a medida cautelar imposta pela Corte deverá ou
não ser mantida. O art. 53, § 2º foi pensado com um objetivo, qual seja, o de
fazer com que o parlamentar somente fosse afastado do exercício de seu
mandato conferido pelo povo em uma única hipótese: prisão em flagrante delito
por crime inafiançável. Dessa forma, esta norma constitucional estabeleceu,
implicitamente, a impossibilidade de qualquer outro tipo de prisão cautelar.

d) Processo: Concede a possibilidade de o parlamentar ter o sustado o


processo contra si instaurado em virtude de crime cometido após a diplomação.
Portanto, o alcance é limitado a delitos cometidos após esse momento, pois,
caso perpetrados em momento anterior, não há se falar em possibilidade de
sustação do feito, não abrangendo o corréu que não seja parlamentar, havendo
separação de processos no caso de sustação. É possível a possibilidade de
sustação de processo criminal, pela casa legislativa, de processo penal já
iniciado contra parlamentar por crime cometido após a diplomação. Nesse
caso, o órgão judiciário competente, ao receber a denúncia, dará ciência à
Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação e, por conseqüência, da prescrição, a teor do art. 53, §§ 3º
e 5º. Segundo o art. 53, § 4º, o pedido de sustação será apreciado pela Casa
respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa
Diretora. Enquanto o processo estiver suspenso, a prescrição penal não corre,
mas volta a ter curso no dia em que o mandato se encerra.
e) Testemunhar: Os parlamentares jamais poderão ser obrigados a
testemunhar em juízo sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
exercício do mandato, nem sobre pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações, nos termos do art. 53, §6º.

f) Incorporação às Forças Armadas: O art. 53, §7º, exime o parlamentar da


obrigação militar, explicando que a incorporação às Forças Armadas de
Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

Incompatibilidades

No art. 54, a Constituição traz um rol de impedimentos ou


incompatibilidades dos deputados e senadores, sendo elas a impossibilidade
de firmar ou manter contrato com a Administração Direta ou Indireta, ou
concessionária de serviço público, salvo se o contrato contiver cláusulas
uniformes; Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive
demissíveis “ad nutum”, nas entidades do item anterior; Ser proprietário,
controlador, diretor, ou exercer função remunerada em empresa que mantenha
contrato com o Poder Público; Ocupar cargo ou função demissível “ad nutum”
nas entidades do item anterior; Patrocinar causa em que seja interessada
entidade inscritas anteriormente; titularizar mais de um cargo ou mandato
eletivo
Contratos com Pessoas de
Cláusulas Padronizadas
Direito Público

Expedição do Diploma

ACEITAR Cargo/Emprego/Função

Vedações aos
Propriedade de Empresa
Parlamentares

Cargo/Função/Emprego
OCUPAR
Público

Desde a Posse

Patrocinar Causa

Titular de mais de um
Mandato Eletivo

Perda do Mandato

O parlamentar poderá perder seu mandato nas hipóteses elencadas pelo


art. 55 da Constituição. O art. 55, §3º, explicita que seja em face das hipóteses
de cassação, seja em virtude dos casos de extinção, a renúncia de parlamentar
submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, terá seus
efeitos suspensos até as deliberações finais.
O art. 56, da CR, é o contraponto do art. 55, elencando situações nas
quais o parlamentar não perderá seu mandato. Em todos os casos, o suplente
será convocado nos casos de perda de mandato, de investidura nas funções
elencadas anteriormente ou de licença superior a cento e vinte dias. Ocorrendo
vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem
mais de quinze meses para o término do mandato.
Cassação: Perda por Decisão da Casa Legislativa por violação das
Incompatibilidades, quebra de Decoro Parlamenta e Condenação criminal
transitada em julgado.

A cassação depende de deliberação da Casa Legislativa, por voto


secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa, nos termos
do art. 55, §2º, da CR.

Extinção: Perda Automática por ausência, em cada Sessão Legislativa,


em 1/3 das Sessões Ordinárias, salvo licença ou missão autorizada, perda ou
Suspensão dos Direitos Políticos, decretação da Justiça Eleitoral, condenação
Criminal transitada em julgado a Pena Privativa de Liberdade de mais de 120
dias em regime fechado.

A extinção não depende de deliberação decisão da casa que integra, mas de


simples ato meramente declaratório da Mesa diretora, de ofício ou mediante
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada a ampla defesa, nos termos do art. 55,
§3º, da CR.
Não Observar as
Vedações

Decoro
Não Observar
Parlamentar

1/3 das Sessões


Faltar
Ordinárias
Perda da Função
Perda ou
Direitos Políticos
Suspensão

Pela Justiça
Eleitoral

Condenação
Criminal com
Trânsito

Manutenção Do Cargo

Investidura Em Cargos de Ministro de Estado, Governador de Território,


Secretário de Estado ou Distrito Federal, Secretário de Prefeitura de Capita,
Chefe de Missão Diplomática Temporária, por licença em virtude de doença ou
por interesse particular, sem remuneração, até 120 dias por Sessão Legislativa.
O Parlamentar poderá optar pela remuneração do mandato ou do cargo
assumido.

Investido em
Outros Cargos
Não Perde a de Estado Motivo de
Função Doença
Sem
Licenciado
Remuneração
Interesse
Particular Não Pode
Ultrapassar 120
dias

Câmara dos Deputados

Composição

Compostas por representantes do povo, que são eleitos pelo sistema


proporcional, em cada Estado, Território e no Distrito Federal, conforme dispõe
o art. 45, da CF.

Sistema Eleitoral Proporcional

Tem por principal característica o Quociente Eleitoral, que é obtido


dividindo-se o número de votos válidos pelo número de vagas passíveis de
serem preenchidas.
O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e
pelo DF, será estabelecido por Lei Complementar, proporcionalmente à
população de cada unidade federativa.
De acordo com art. 45, §1º, da CF, nenhuma das unidades federativas
poderá ter menos de 8 ou mais de 70 Deputados, e cada Território, hoje não
existentes, elegerá 4 Deputados.
Atualmente, a Lei Complementar nº 78/93 estabeleceu que o número de
deputados federais não ultrapassará 513.

Competências

Previstas no próprio texto constitucional, que disciplina as atribuições da


Câmara dos Deputados, dentre elas se encontram:

a) Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de


processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros
de Estado;
b) Proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando
não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa;
c) Elaborar seu regimento interno;
d) Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e
a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
c) Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,
VII.
Presidente - Vice
Presidente -
Ministros
Instauração de
Processos
2/3
Tomadas de Contas
da Presidência da
Competência – República
Privativa -
Deputados (51, CF) Eleger membros do
Conselho da
República

Elaborar seu
regimento interno

Representantes
do Povo

Câmara dos Sistema Lei


Definição
Deputados Proporcional Complementar

Número de
Mínimo 08
Deputados

Máximo 70
Senado Federal

Composição

Representa os Estados e o Distrito Federal, a teor do art. 46, da CF. A sua


existência se deve à forma federativa de Estado, em face da necessidade de,
nos Estados Federais, as ordens políticas regionais serem representadas no
órgão legislativo do governo central. Por meio do Senado, portanto, os
Estados-membros e o Distrito Federal participam da formação da vontade
nacional.

Sistema Eleitoral Majoritário

Na forma do art. 46, os Senadores serão eleitos segundo o Princípio


Majoritário, ou seja, e eleito Senador aquele que lograr maior votação nas
urnas em seu Estado.

O Senado Federal é a única Casa Legislativa da República, dentre todas


as existentes nas unidades federativas, que é constituído por membros eleitos
segundo o sistema majoritário.

A representação do Estado e do Distrito Federal no Senado é


absolutamente igual, pois, cada Estado e o Distrito Federal, independente de
sua população, elegerão três Senadores, cada qual com 2 suplentes, com
mandato de oito anos, conforme estatuído pelo art. 46, §1º, computando um
total de 81 senadores.
Lembre-se que o Território, por não ser um ente da Federação,
compreendidos como verdadeiras autarquias federais, não contam com

representação no Senado da República, motivo pelo qual somente podem ter


representantes na Câmara dos Deputados.

Estados-
Representantes
membros

Sistema
Majoritário

Senado Federal
Mandato 08 anos

1/3
Renovação 04 em 04 anos
2/3
Magistrados

Aprovar PGR

Chefes de Missão
Ministros do TCU
Diplomática

Operações Externas
Competência –
de Natureza
Senado Federal
Financeira

Suspender Lei
Inconstitucional

Exonerar o PGR

Presidente - Vice
Processar e Julgar
Presidente

PGR/AGU

Competência –
Senado Federal – Processar e Julgar CNJ/CNMP
Crimes de
Responsabilidade
(52, I e II, CF)
Presidente do STF STF

Perda do Cargo

Condenação - 2/3
Inabilitação 08
anos
Comissões

Conceito

São órgãos técnicos de estudo e investigação distribuídas na estrutura


das Casas Legislativas.

Espécies

Dividem-se em (art. 58, CF):

Permanentes

Criadas para durarem por tempo indefinido, permanecendo por


sucessivas legislaturas e são instituídas em razão da matéria ou tema. Por
essa razão estas comissões são também chamadas de comissões temáticas,
nos moldes do art. 58, §3º.
Cabe a elas discutir e votar as proposições sujeitas à deliberação do
Plenário que lhes forem distribuídas e discutir e votar projetos de lei,
dispensada a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo
dos membros da Casa.

Temporárias

Criadas para fins específicos e duram o tempo necessário para


conclusão de seus trabalhos ou no prazo previamente fixado. São comissões:

i) Especiais: Especiais são instituídas para emitir parecer sobre PEC ou


proposições legislativas submetidas a mais de 3 outras Comissões.

ii) Externas: Instauram-se para cumprir missão temporária autorizada no


Brasil ou no exterior.

iii) Inquérito: De inquérito, chamadas CPI, constituem-se para apuração


de fatos certos e determinados, nos termos do art. 58, §3º, da CF.

iv) Representativas: São instaladas para exercer essa atividade durante


os períodos de recesso do Congresso Nacional, nos termos do art. 58, §4º, da
CR.
Comissões Parlamentares de Inquérito

O Poder Legislativo, além da função típica legislativa, exerce outras


funções típicas, dentre as quais a fiscalizatória. Parte-se da ideia de que,
aqueles eleitos pelo povo para a criação das normas, tem como poder-dever a
atribuição de fiscalizar o cumprimento de tais normas. Essa fiscalização pode
se dar em caráter Financeiro-orçamentário, com auxílio dos Tribunais de
Contas, ou pelo viés Político-administrativo, o que ocorre por meio das CPI.

Conceito

A CPI exerce função típica investigatória do Poder Legislativo, com


grande relevância na fiscalização e controle da administração em geral, sendo
um dos mecanismos integrantes do sistema de freios e contrapesos. Esse
órgão tem o poder de investigar pessoas físicas e jurídicas de direito público ou
privado que supostamente ofendam interesse público.
Sua previsão está na Constituição no § 3º do art. 58, cuja redação prevê
que as CPI terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for
o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
No plano federal qualquer das Casas do Congresso pode instaurar CPI,
havendo, ainda, a opção da CPI mista, levada a cabo pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado, de modo bicameral.

Requisitos

Requerimento de 1/3 dos membros:

O STF já determinou que a norma inscrita no art. 58, § 3.º, da


Constituição da República destina-se a ensejar a participação ativa das
minorias parlamentares no processo de investigação legislativa, sem que, para
tanto, mostre-se necessária a concordância das agremiações que compõem a
maioria parlamentar. Noutros termos, as CPI materializam-se como um Direito
Público Subjetivo das Minorias parlamentares, decorrentes do direito de
oposição.
Assim, na Câmara dos Deputados, é necessário quórum de 171
Deputados, e no Senado Federal, 27 Senadores.
Sendo mista, dependerá da manifestação de 1/3 dos membros da
Câmara mais 1/3 dos membros do Senado. Diga-se que, não obstante sua
instalação se concretize como um direito subjetivo das minorias, sua
composição será proporcional aos blocos que compõem a Casa Legislativa. Ou
seja, as minorias terão voz dentro da CPI, porém, esta será proporcional à sua
presença naquela Casa.

Fato determinado:

Acontecimento de relevante interesse para a vida pública e ordem


constitucional, legal, econômica e social do país, caracterizado no
requerimento de constituição da CPI. Portanto, o fato determinado é a
singularização do objeto da investigação. Como imperativo de eficiência e a
bem da preservação de direitos fundamentais, a Constituição determina que a
CPI tenha por objeto um fato determinado. Ficam impedidas devassas
generalizadas. O art. 35, §1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados
define fato determinado como acontecimento de relevante interesse para a vida
pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País. O fato
determinado não precisa ser único.

Prazo certo:

Delimitação temporal do prazo de funcionamento. As investigações que


entabulam não podem se alongar no tempo indeterminadamente, devendo ser
realizadas a termo certo, desde já indicado quando da sua criação. A
Constituição da República não baliza termos certos. O Regimento Interno da
Câmara dos Deputados fixa um prazo de 120 dias, podendo ser prorrogado até
a metade, chegando a um total de 180 dias. A Lei nº 1.579/52 dispõe que as
incumbências da CPI terminam com a sessão legislativa, podendo ser
prorrogadas sucessivamente até o final da legislatura. O STF já decidiu a
questão determinando que a matéria é específica de lei, prevalecendo o prazo
legal, e não do Regimento Interno (HC nº 71.261/RJ).

Poderes

As CPI terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,


além de outros previstos nos Regimentos Internos das Casas Legislativas.
Sendo as CPI órgãos fracionários da estrutura do Poder Legislativo, há de se
reconhecer sua competência para investigação de todas as matérias relativas à
competência da Casa Legislativa.
Poderes de Investigação não se confundem com Poderes Decisórios,
não sendo possível a apuração de responsabilidade administrativa, civil ou
penal em sede de CPI. Além disso, os Poderes de Investigação também não
abrangem Poderes de Cautela, de modo que as CPI não podem determinar
medidas de natureza cautelar, privando indivíduos de bens e direitos.
Assim sendo, de acordo com a jurisprudência do STF, as comissões
estão restritas à Cláusula de Reserva de Jurisdição, ou seja, a CPI encontra
limites nos dispositivos da Constituição que atribuem a atuação somente ao
magistrado, com exclusividade.

Fundamentação das Decisões

Para resguardar o princípio democrático, toda decisão proferida pela CPI


deve ser motivada, comprovando a pertinência temática e a imprescindibilidade
da medida, sob pena de ineficácia, devendo ainda conter indicação específica
da diligência a ser efetuada e o prazo alcançado pela medida (MS nº 23.452/RJ
– STF). Todas essas medidas devem observar o princípio da colegialidade, ou
seja, as medidas elencadas somente podem ser adotadas por deliberação da
maioria absoluta dos membros da CPI.

Poder de Convocação
O convocado pela CPI tem o dever de comparecimento. O segundo
dever é o de dizer a verdade e não calar fato relevante que lhe seja indagado,
dever que a Lei nº 1.579/52, art. 4º, II, sanciona com pena criminal, ressalvado
o Direito a Não Autoincriminação.

Poder de Quebra de Sigilo

As CPI podem determinar a quebra de sigilo de dados telefônicos,


bancários e fiscais, não podendo dar publicidade aos dados sigilosos obtidos
em investigação. O órgão que decreta a quebra de dados sigilosos tem o dever
jurídico de manter íntegros esses dados, sob pena de responsabilização civil,

penal e administrativa.

Distingue o Tribunal a quebra do sigilo telefônico da interceptação


telefônica, que jamais poderá ser determinada pela CPI, que se entende no
âmbito do Princípio da Reserva de Jurisdição.
É consagrado, no STF, a competência para que as CPIs, desde que de
forma fundamentada e presente a causa provável (“probable cause”) venham a
afastar os sigilos bancário, telefônico, fiscal e de correspondência do
investigado, na medida em que não há direitos fundamentais absolutos e o
afastamento do sigilo pode vir a ser adequado para a investigação (com
eventuais abusos sendo verificáveis caso a caso).
O princípio constitucional da reserva de jurisdição, que incide sobre as
hipóteses de busca domiciliar, de interceptação telefônica e de decretação da
prisão, ressalvada a situação de flagrância penal, não se estende ao tema da
quebra de sigilo, pois, em tal matéria, e por efeito de expressa autorização
dada pela própria Constituição da República, assiste competência à CPI, para
decretar, sempre em ato necessariamente motivado, a excepcional ruptura
dessa esfera de privacidade das pessoas.
Especificamente sobre o sigilo de correspondência, o STF decidiu que a
quebra do sigilo das correspondências, da comunicação telegráfica, de dados e
das comunicações telefônicas afigura-se como exceção que, voltada para o
êxito de investigação criminal ou instrução processual penal, há de ser
implementada a partir de ordem judicial, sendo certo que as comissões
parlamentares de inquérito detêm poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais art. 5º, XII, e 58, § 3º, do Diploma Maior (MS nº
25.686/DF).

Prisão em Flagrante

Possibilidade em razão da permissão constitucional de qualquer pessoa


conceder ordem de prisão em flagrante quando houver estado de flagrância de
um ato típico.

Vedações

Situação protegida pelo texto constitucional ou pelo STF em que se veda


a atuação da CPI, resguardando os direitos fundamentais dos indivíduos:

Interceptação Telefônica

Na interceptação, a própria comunicação é objeto de escuta. O conteúdo


da comunicação torna-se o alvo da interferência. Com relação ao conteúdo das
comunicações telefônicas, a Constituição conferiu proteção reforçada ao
indivíduo, somente podendo ser alvo de devassa mediante autorização judicial.

Busca e apreensão domiciliar

O STF já firmou seu entendimento contra a possibilidade de as CPI


determinarem diretamente a busca e apreensão domiciliar. Nega-se à CPI o
poder de determinar que se entre na casa de alguém sem o consentimento do
morador, para realizar uma busca e apreensão. Explicitou-se, ainda, que a
expressão casa, empregada pelo constituinte, compreende, na abrangência de
sua designação tutelar, qualquer compartimento habitado, aposento ocupado
de habitação coletiva, e compartimento privado onde alguém exerce profissão
ou atividade.

Medidas Cautelares

Impossibilidade da CPI conceder medidas cautelares típicas do CPP, em


que se reserva ao órgão do Poder Judiciário a concessão ou não das medidas
previstas em lei para restringir preventivamente o direito de liberdade da
pessoa investigada.

PODER JUDICIÁRIO

Conceito

O Poder Judiciário tem a Função Jurisdicional por precípua, isto é,


declarar o Direito aplicável a determinada situação, mediante requerimento,
substituindo-se às partes.
A jurisdição é, assim, uma atividade secundária, pois através dela o
Estado realiza uma atividade que deveria ter sido primariamente e
espontaneamente exercida pelas partes. É também instrumental, por ser meio
ou instrumento de que o próprio direito dispõe para impor-se à obediência de
todos.

Composição

Na forma do art. 92, da CF, o Poder Judiciário apresenta a seguinte


composição:
STF

CNJ

STJ TST TSE STM

TRF - TJ TRT TRE

Juízes do Juízes Juntas


Juízes
Trabalho Eleitorais Militares

Estatuto da Magistratura
O Estatuto da Magistratura consiste num conjunto de normas
constitucionais e legais, destinadas à disciplina da carreira da magistratura.

Segundo o art. 93, da CF, deve ser estabelecido por Lei Complementar
de iniciativa do STF, sendo que, atualmente, o Estatuto da Magistratura é
representado pela Lei Complementar nº 35/1979.
Ingresso na Carreira
Realizado mediante concurso público de provas e títulos, com a
participação da OAB em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no
mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à
ordem de classificação. A exigência de exercício de atividade jurídica por três
anos ficou conhecida como quarentena de entrada e foi regulamentada pela
Resolução nº 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça.

Quinto Constitucional
A regra do Quinto Constitucional é trazida pelo art. 94, da CF, cuja
redação determina que 1/5 dos membros dos TJ, TRF, TRT e do TST, sejam
provenientes da Advocacia e do Ministério Público, com mais de 10 anos de
carreira, reputação ilibada e notório saber jurídico. A classe a que competir a
vaga formará lista sêxtupla e encaminhará para o Tribunal que precisa ser
preenchido. Este, por sua vez, excluirá três nomes da lista e deixará os três
que julgarem mais capacitados para a função a ser exercida. A lista com três
nomes seguirá para o Chefe do Executivo escolher o novo magistrado.

Promoção
A promoção de uma entrância para outra ocorrerá alternadamente, por
antiguidade e merecimento. O inciso III do art. 93 traz previsão equivalente
para a promoção de instâncias. Em todos os casos, deverão se observar os
seguintes critérios:
Obrigatória a promoção de juiz que conste 3 vezes seguidas ou 5 vezes
alternadas na lista de merecimento.
Para promoção por merecimento, 2 anos e exercício na respectiva
entrância e constar da primeira quinta parte da lista de antiguidade, salvo se
quem apresentar os requisitos não aceitar o cargo. Aferição de merecimento
por critérios objetivos de produtividade, presteza e frequência em curso. Para
promoção por antiguidade, o mais antigo somente será recusado pelo voto de
2/3 dos membros do Tribunal, assegurada a ampla defesa. Não promoção de
juiz que injustificadamente reter os autos sem manifestação
Subsídios
Os magistrados de Tribunais de segunda instância e juízes não poderão
receber mais que 95% do salário dos Ministros dos Tribunais Superiores, e
estes não poderão receber mais que 95% dos Ministros do STF. Se calculado o
teto dos magistrados de Tribunais de segunda instância e juízes ante os
Ministros do STF, perceber-se-á que aqueles não poderão receber mais que
90,25% do subsídio destes. Esse teto é o mesmo constante no art. 37, XI.

Residência
Na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal

Remoção, disponibilidade e aposentadoria


Tais medidas serão tomadas no interesse público, tendo natureza de
sanção administrativa e passíveis de serem aplicadas pelo Tribunal de
vinculação ou pelo CNJ por voto da maioria absoluta.

Motivação das decisões


Os incisos IX e X, do art. 93, determina a publicidade e motivação das
decisões, sejam elas judiciais ou administrativas.

Vedação de férias coletivas


Trata-se do princípio da ininterruptabilidade da jurisdição. Esta previsão
não acabou com o recesso forense, que continua sendo praticado e é possível.
A vedação às férias coletivas é dirigida à segunda instância. Por isso, é comum
os Tribunais superiores e o STF ainda concederem férias a todos os Ministros
ao mesmo tempo.

Delegação de atos sem conteúdo decisório


O inciso XIV concede a possibilidade de haver delegação a servidores
para a prática de atos sem conteúdo decisório, noutros termos, de despachos
de mero expediente, visando dar andamento processual.
Órgão Diretivos dos Tribunais
Nos termos do art. 102, da LOMAN, os Tribunais, pela maioria dos seus
membros efetivos, por votação secreta, elegerão dentre seus Juízes mais
antigos, em número correspondente ao dos cargos de direção, os titulares
destes, com mandato por dois anos, proibida a reeleição. Quem tiver exercido
quaisquer cargos de direção por quatro anos, ou o de Presidente, não figurará
mais entre os elegíveis, até que se esgotem todos os nomes, na ordem de
antiguidade. É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifestada e
aceita antes da eleição. Nesse passo, é inconstitucional norma do Tribunal de
Justiça que permite a reeleição de desembargadores para cargos de direção
após o intervalo de dois mandatos. Esta previsão viola o art. 93, segundo o
qual a regulamentação da matéria afeta à elegibilidade para os órgãos diretivos
dos tribunais está reservada a lei complementar de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal. Além disso, esta norma afronta o tratamento que foi dado à
matéria pelo art. 102 da LOMAN, que regulamenta o art. 93 (ADIn nº 5.310/RJ)

Garantias da Magistratura
Garantias Funcionais: As garantias funcionais, também chamadas de
garantias da magistratura, asseguram a independência e a imparcialidade dos
membros do Poder Judiciário no exercício da função jurisdicional.

Vitaliciedade: Importa na impossibilidade de perder o cargo, salvo por


sentença judicial transitada em julgado. Para sua aquisição deve-se analisar o
meio de acesso do magistrado à carreira. Se por via de concurso de provas e
títulos, a garantia é adquirida após 2 anos de efetivo exercício. Antes disso,
participará o magistrado de curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrado (art. 93, IV), podendo, no período
do estágio profissional, perder o cargo por decisão administrativa do Tribunal
ao qual o juiz está vinculado. Lado outro, caso o ingresso se dê diretamente em
outras instâncias por indicação, a vitaliciedade é adquirida já no momento da
posse. A exceção, neste caso, ocorre por parte dos Ministros do STF, que
podem sofrer processo de impeachment e perderem o cargo por condenação
em crime de responsabilidade (art. 52, II, parágrafo único, da CR).

Inamovibilidade: Proíbe que os juízes sejam removidos do local em que


se encontram, mesmo sob a forma de promoção, sem o seu consentimento,
salvo motivo de interesse público, em decisão por voto da maioria absoluta dos
membros do Tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, a teor do art. 93,
VIII. De todo modo, a inamovibilidade atingir tanto juízes titulares, quanto
substitutos, somente podendo ser removido nos moldes constitucionais (MS nº
27.958/DF)
Irredutibilidade de vencimentos: Almeja garantir aos magistrados a
necessária tranquilidade para o exercício do cargo, protegendo-os de
perseguições governamentais de natureza econômica. O STF fixou o seu
entendimento no sentido de que a irredutibilidade se refere ao valor nominal, e
não ao poder de compra da moeda, pelo que não pode haver reposição
automática da inflação.

Garantias Institucionais: As garantias institucionais decorrem em especial do


art. 99, da CR, e são conferidas pela Constituição aos Tribunais, dotando-os
de:

Autonomia Orgânico-administrativa: Previstas no art. 96, da CR, dá


aos tribunais o poder de autogoverno consistente na eleição de seus órgãos
diretivos, elaboração de seus regimentos internos, organização de suas
secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, no
provimento dos cargos de magistrados de carreira da respectiva jurisdição,
bem como no provimento dos cargos necessários à administração da Justiça.

Autonomia Financeira: O art. 99 estabelece que os Tribunais


elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais poderes na lei de diretrizes orçamentárias. Se a
proposta orçamentária for encaminhada em desacordo com os limites
estipulados na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
Segundo o art. 168, os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9.º.
Vedações aos Magistrados

O art. 95, parágrafo único, elenca uma série de impedimentos visando


assegurar uma atuação imparcial do magistrado

Exercício de outro cargo, emprego ou função pública, salvo uma de


magistério: A interpretação concedida pelo STF é que o magistrado não
poderá exercer mais de um magistério público, porém poderá exercer quantos
magistérios privados quiser.

Recebimento de participação em processo

Atividade político-partidária: O magistrado não poderá ser filiado a


partidos políticos, custear ou se fazer presente em campanha política, adotar
decisões com base em determinada ideologia partidária e assim por diante.

Auxílio de pessoas físicas ou jurídicas: A regra não impede, por


óbvio, que o magistrado receba justa remuneração pela prestação de serviços
que não lhe são vedados.

Quarentena de saída: O magistrado que se aposenta ou é exonerado


fica impedido de exercer a advocacia somente no Juízo do qual se afastou por
três anos.

Supremo Tribunal Federal

O Supremo Tribunal Federal é a mais alta corte de Justiça no Brasil, cuja


função maior é garantir a supremacia da Constituição. É o intérprete maior da
Constituição, a quem compete dizer por último o Direito Constitucional.
Nos termos do art. 101, é composto por 11 Ministros livremente
nomeados pelo Presidente da República, após sabatinados e aprovados por
maioria absoluta Senado Federal, entre indivíduos que apresentem os
seguintes requisitos exigidos pela Constituição da República
Competência

Originária

Julgamento de ADIn, ADInO, ADIn Interventiva, ADC e ADPF;

Nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-


Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros
e o Procurador-Geral da República: Salvo casos de abuso ou de julgamento
já iniciado, tal competência cessa quando encerra a função que a determinou,
mesmo que a prática delituosa tenha ocorrido durante o período de atividade
funcional, não havendo aqui o fenômeno da perpetuatio jurisditionis.
Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente: No caso dos membros das
Forças Armadas, a competência cinge-se ao julgamento de crimes de
responsabilidade autônomos, pois, quando apresentarem relação de conexão
com crimes da mesma natureza praticados pelo Presidente da República,
responderão perante o Senado Federal, conforme previsto no art. 52, I, da CR.

Habeas Corpus, quando paciente os indivíduos dos itens anteriores

Mandado de Segurança e Habeas Data contra o Presidente da


República, Mesas da Câmara e do Senado, TCU, PGR e do próprio STF:

Litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e


unidades federativas;

Causas entre União e Estados ou DF, ou uns entre outros, inclusive


entidades da Administração indireta: O STF ostenta a natureza de Tribunal
da Federação, razão pela qual, não obstante a redação literal do preceito
constitucional em comento, o STF somente reconhece a sua competência
nesta matéria quando caracterizado o conflito federativo, assim qualificado pelo
potencial risco de comprometer a harmonia do pacto federativo.

Extradição: O sistema de contenciosidade limitada, que caracteriza o


regime jurídico da extradição passiva no direito positivo brasileiro, não permite
qualquer indagação probatória pertinente ao ilícito criminal cuja persecução, no
exterior, justificou o ajuizamento da demanda extradicional perante o STF (Ext.
nº 1.082; Ext. nº 1.121);

Habeas Corpus, quando o coator for Tribunal Superior; coator ou


paciente for autoridade ou funcionário sujeitos à jurisdição do STF, ou
crime sujeito a sua jurisdição em única instância: A competência do
Supremo, quando o coator for Tribunal Superior, pressupõe a existência de
decisão do colegiado do Tribunal Superior, não sendo suficiente mera decisão
do relator, sob pena de supressão de instâncias;

Revisão criminal e Ação rescisória de seus julgados: Somente se


verifica se a Corte tiver apreciado a questão controvertida, ainda que não tenha
conhecido do recurso extraordinário ou tenha negado provimento ao agravo.
Assim, o que é fundamental para determinar a competência do Supremo é
haver apreciado a questão controvertida, de modo que, examinada a
pretensão, o julgamento da Corte substitui o julgado das instâncias recorrida.

Reclamação

Execução de sentenças em causas de sua competência originária

Ação em que todos os membros da magistratura tenham interesse:


Se firma, apenas e tão somente, quando os impedimentos ou a suspeições dos
membros do Tribunal de origem tenham sido reconhecidos expressamente, nas
exceções correspondentes, pelos próprios magistrados em relação aos quais
são invocados; ou quando o STF, ao julgar as exceções após esses
magistrados as terem rejeitado, reconhecer situação configuradora de
impedimento ou de suspeição. O STF já assentou que não detém competência
para as demandas se a matéria discutida, além de ser do interesse de todos os
membros da magistratura, for também do interesse de outras carreiras de
servidores públicos. Para além disso, a causa deverá interessar a todos os
membros da magistratura. Dessa feita, caso seja de interesse de um grande
número de magistrado, mas não de todos, não haverá competência originária
do STF (AgRg na Rcl nº 5.256/CE).

Ação em que mais da metade dos membros do Tribunal de origem


tenham interesse ou estejam impedidos

Conflitos de competência entre Tribunais Superiores ou entre esses


e demais Tribunais: É importante anotar que não há conflito de competência
entre o STJ e os Tribunais de Justiça, a determinar a presente competência
julgadora do STF, tendo em vista a posição de hegemonia do STJ, que exerce,
em face dos Tribunais de Justiça, uma competência de reexame. A posição de
eminência do STJ, no plano da organização constitucional do Poder Judiciário,
impede que se configure, entre essa Alta Corte e os tribunais de Justiça,
qualquer conflito, positivo ou negativo, de competência,
Mandado de injunção contra Presidente da República, Casas
Legislativas e suas Mesas, TCU, PGR, Tribunais Superiores e STF
Ações contra o CNJ e o CNMP: O STF já assentou que a competência
da Corte para julgamento de ações que envolvam o CNJ e o CNMP resume-se
a Mandados de Segurança, Mandados de Injunção, Habeas Corpus e Habeas
Data.

Recursal
Recurso Ordinário Constitucional: i) Habeas Corpus, Mandado de
Segurança, Habeas Data e Mandados de Injunção decididos em única
instância pelos Tribunais Superiores, quando denegatória a decisão; ii) Crimes
políticos
Recurso Extraordinário: i) Decisão que contrariar dispositivo da CR; ii)
Decisão que declarar inconstitucional lei federal ou tratado; iii) Decisão que
julgar válida lei ou ato de governo local em face da CR; iv) Decisão que julgar
válida lei local em face de lei federal.
Súmula Vinculante
Conceito
Dentre outros importantes institutos, a EC 45/2004 instituiu o art. 103-A
na Constituição, criando, definitivamente, a súmula vinculante no ordenamento
jurídico brasileiro. Súmulas são os repositórios dos entendimentos dos
Tribunais sobre questões em que haja controvérsia.

Natureza Jurídica
A doutrina diverge sobre a natureza jurídica da Súmula Vinculante. Lênio
Streck as enxerga como autênticas normas gerais e abstratas. Jorge Miranda
vislumbra natureza jurisdicional, na medida em que demandam provocação
para sua criação. Luís Roberto Barroso e Cappelletti consideram ser um
instituto sui generis.

Efeitos
A súmula vinculante obriga que diversos órgãos obedeçam à orientação
fixada pelo Supremo Tribunal Federal, independentemente de sua vontade ou
entendimento pessoal. Nesse passo, vinculam-se ao entendimento: i) órgãos
do Poder Judiciário; ii) Administração Pública Direta e Indireta.

Requisitos
i. Decisão de 2/3 do STF
ii. Matéria Constitucional
iii. Reiteradas decisões
iv. Controvérsia entre Tribunais ou entre esses e a administração pública

Legitimados
Previstos no art. 3º, da Lei nº 11.417/06, são os mesmos legitimados
para propositura de ações de controle abstrato, além do Defensor Público-
Geral da União e quaisquer Tribunais. A própria CR dá ao STF, ainda, a
possibilidade de agir de ofício para editar tais Enunciados. O art. 3º, §1º prevê,
ainda, a possibilidade de os Municípios proporem incidentalmente a edição,
revisão ou cancelamento de Enunciado nas ações nas quais forem partes

Modulação de efeitos
O STF, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá
restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro
momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse público.

Superior Tribunal de Justiça


O Superior Tribunal de Justiça é órgão integrante do Poder Judiciário
nacional, ao qual compete, fundamentalmente, uniformizar a interpretação da
lei federal e garantir sua observância e aplicação.

Composição
Segundo o art. 104, o Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no
mínimo, 33 Ministros. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão
nomeados pelo Presidente da República, após sabatinados e aprovados por
maioria absoluta do Senado Federal dentre: i) brasileiros natos ou
naturalizados; ii) entre 35 e 65 anos; iii) notável saber jurídico e reputação
ilibada.
Os 33 Ministros serão escolhidos na seguinte composição: i) 1/3 entre
Desembargadores estaduais; ii) 1/3 entre Desembargadores Federais; iii) 1/3
de membros do Ministério Público Federal, dos Estados, Distrito Federal e
Territórios e Advogados alternadamente, com mais de 10 anos de carreira.
Nesse último caso, as classes formarão lista sêxtupla a ser enviada ao STJ,
que a reduzirá a uma lista tríplice e a encaminhará a Presidência para seleção.

Competência
Originária
i. Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,
e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
ii. Mandados de segurança e habeas data contra ato de Ministro de
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal;
iii. Habeas Corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas
mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
iv. Conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados
e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
v. Revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
vi. Reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões: O STJ entende possível utilizar reclamação
contra decisão de Turma Recursal dos Juizados Especiais dos Estados/DF,
quando a decisão proferida: i) afrontar jurisprudência pacificada em Recurso
Repetitivo; ii) violar a Súmula do STJ; iii) for teratológica. Contudo, não será
possível a utilização de Reclamação contra decisão de Juizados Especiais
Federais ou Fazendários. Assim:
vii. os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias
da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de
outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
viii. Mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora
for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta
ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal
e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da
Justiça Federal;
ix. a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias.

Recursal
i. Recurso Ordinário: i) Habeas Corpus decididos em última ou única
instância pelos TJ ou TRF, quando a decisão for denegatória; ii) Mandados de
Segurança decididos em única instância pelos TJ ou TRF, quando a decisão
for denegatória; iii) demanda entre Município ou pessoa residente do país e
Estado estrangeiro ou organismo internacional. Nos dois primeiros casos, a
decisão impugnada deverá ter sido prolatada por órgão colegiado (AgRg na
MC nº 19.774/SP). Na terceira hipótese, o Recurso Ordinário ataca diretamente
a decisão prolatada pelo Juízo Federal de 1ª instância.
ii. Recurso Especial: i) Decisão que contrariar ou negar vigência a lei
federal; ii) Decisão que julgar válido ato de governo local em face de lei federal;
iii) Decisão que der à lei federal interpretação divergente da atribuída por outro
Tribunal.

Justiça Federal
Segundo o art. 106, são órgãos da Justiça Federal os Tribunais
Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais. Cada Estado, bem como o
Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva
Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Competência

Aos Tribunais Regionais Federais caberá o julgamento:

Originário

i. Juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar


e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os
membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;
ii. Revisões criminais e Ações rescisórias de seus julgados ou de juízes
federais
iii. Mandados de Segurança e Habeas Data contra ato do próprio Tribunal
ou Juiz Federal
iv. Habeas Corpus, quanto Juiz Federal a autoridade coatora
v. Conflitos de Competência entre Juízes Federal ao Tribunal vinculados;

Recursal

Causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no


exercício da competência federal da área de sua jurisdição. A seu turno, aos
Juízes Federais caberá o julgamento:

a) Causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal


forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho: As causas em que a União for autora serão
aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. As causas
intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem
à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal;
b) Causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
c) Causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional;
d) Crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da
Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
e) Crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;
f) Causas relativas a direitos humanos que gerem grande violação a
tratados ou convenções internacionais;
g) Crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por
lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
h) Habeas Corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente
sujeitos a outra jurisdição;
i) Mandados de Segurança e os habeas data contra ato de autoridade
federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
j) Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
k) Crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução
de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
l) Disputa sobre direitos indígenas.

Competência da Justiça Federal exercida pela Justiça Estadual

O art. 109, §3º, estabelece que serão processadas e julgadas na justiça


estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários as causas em
que forem partes a instituição de previdência social e o segurado, sempre que
a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas
e julgadas pela justiça estadual. Nessas hipóteses, o recurso cabível será
sempre para o TRF respectivo, a teor do art. 109, §4º.

Incidente de Deslocamento de Competência


O §5º, a seu turno, introduziu o chamado Incidente de Deslocamento de
Competência nos casos de crimes contra os Direitos Humanos. Assim, nas
hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça.
O processamento desse incidente ocorre da seguinte maneira.
Verificados indícios de violações a Direitos Humanos, o PGR protocolará o
incidente perante o STJ e o feito ficará sobrestado na Justiça Estadual. Caso o
STJ acolha o incidente, o processo será remetido a livre distribuição na Justiça
Federal. Frise-se, contudo, que o Brasil precisa ser signatário do tratado ou
convenção que veicular a norma violada.
Justiça do Trabalho
O art. 111 estabelece como órgãos da Justiça do Trabalho o Tribunal
Superior do Trabalho os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do
Trabalho. O Tribunal Superior do Trabalho é o órgão de cúpula da Justiça do
Trabalho competindo-lhe, notadamente através de recurso, uniformizar a
interpretação e aplicação da legislação trabalhista.

Composição
O TST compõe-se de vinte e sete Ministros, nomeados pelo Presidente,
após aprovação por maioria absoluta do Senado, dentre: i) brasileiros natos ou
naturalizados; ii) entre 35 e 65 anos. Nessa composição, 1/5 dos membros será
destinado à Advocacia e ao Ministério Público do Trabalho, com 10 anos de
efetivo exercício sendo os demais eleitos dentre juízes dos TRT apontados
pelo próprio TST, sem necessidade de lista tríplice.

Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete


juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo
Presidente da República dentre: i) brasileiros natos ou naturalizados; ii) entre
30 e 65 anos.
Nessa composição, 1/5 dos membros será destinado à Advocacia e ao
Ministério Público do Trabalho, com 10 anos de efetivo exercício sendo os
demais eleitos dentre juízes por antiguidade e merecimento.

Competência
a) Ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: O STF assentou a ideia de que
as relações celetistas entre servidor e administração são julgadas na Justiça do
Trabalho. Entretanto, as relações estatutárias devem ser dirimidas na Justiça
Estadual ou Federal, dependendo do nível da administração;
b) Ações que envolvam exercício do direito de greve;
c) Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores e entre sindicatos e empregadores;
d) Mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
e) Conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
f) Ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da
relação de trabalho: De há muito a jurisprudência do STF, do STJ e do TST
vem entendendo que as ações de indenização por dano moral ou material
decorrente da relação de trabalho são de competência da Justiça do Trabalho.
Todavia, dúvida persistiu relativamente à competência da Justiça do Trabalho
para julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrente
de acidente de trabalho. No julgamento do CC nº 7.204/MG, o STF alterou sua
jurisprudência e passou a entender que tais demandas são de competência da
Justiça do Trabalho e, após isso, o entendimento passou a constar do
Enunciado nº 22, da Súmula Vinculante.
g) Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho
h) Execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a,
e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
i) Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

Conselho Nacional de Justiça


O Conselho Nacional de Justiça é órgão integrante da estrutura do
Poder Judiciário Brasileiro, criado pela EC nº 45/04 que o inseriu no art. 92 e
dele tratou com o novo art. 103-B. Cuida-se de um órgão administrativo de
controle da atuação administrativa, financeira e disciplinar do Poder Judiciário,
exceto do STF e de correição acerca do cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes.

Composição
A par do Presidente do STF, os demais membros são indicados e
nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado
Federal. Não feitas tais indicações em tempo correto, a escolha caberá ao STF.
Quantidade de 15 MINISTROS:
Presidente do STF (Presidente do CNJ)
1 Ministro do STJ, por ele indicado (Corregedor Nacional de Justiça)
1 Ministro do TST, por ele indicado
1 Desembargador de TJ, indicado pelo STF
1 Juiz estadual, indicado pelo STF
1 Desembargador de TRF, indicado pelo STJ
1 Juiz federal, indicado pelo STJ
1 Juiz de TRT, indicado pelo TSE
1 Juiz do trabalho, indicado pelo TSE
1 membro do MPU, indicado pelo PGR
1 membro de MPE, indicado pelo PGR dentre lista elaborada pelos Estados
2 Advogados, indicados pelo CFOAB
2 cidadão de notório saber jurídico e reputação ilibada, cada um indicado por
uma Casa Legislativa Federal;

Atribuições
O art. 103-B, §4º, é a matriz constitucional que dispõe acerca das
atribuições do CNJ. Conforme se afirmou, cabe ao órgão o controle interno da
atuação administrativa, financeira e disciplinar dos membros do Poder
Judiciário, isto é, da atividade-meio. Com isso, é importante deixar assentado
não caber ao CNJ se imiscuir em mérito de decisões judiciais, sendo tais
intervenções eivadas de inconstitucionalidade. Noutros termos, é legítimo
afirmar ser o CNJ órgão judicial, mas não judiciário.
a) Zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do
Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências
b) Zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo
para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União: O CNJ pode
determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem
concurso público para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições
de direção, chefia e assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. Esta
decisão do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício
de controle da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário;
c) Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do
poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correcional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa: A Constituição conferiu
competência originária e concorrente ao CNJ para a aplicação de medidas
disciplinares. Desse modo, a competência é autônoma, e não subsidiária, de
modo que o CNJ pode atuar mesmo que não tenha sido dada oportunidade
para que a corregedoria local pudesse investigar o caso (AgRg no MS nº
30.361/DF - STF).Essa competência está em consonância com o disposto no
art. 93, VIII, da CR. Mas é importantíssimo chamar atenção para o fato de que
não é possível, em virtude da garantia da vitaliciedade, que o CNJ determine a
perda do cargo de magistrado já no gozo dessa garantia, pois, fá-lo-ia
administrativamente, quando a perda do cargo de magistrado apenas é
possível por meio de sentença transitada em julgado.
d) Representar o Ministério Público, no caso de crime contra a
administração pública ou de abuso de autoridade;
e) Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano: A propositura da
ADIn nº 4.638/DF levou o STF a conceder Medida Cautelar e limitar os poderes
investigatórios do CNJ, entendendo, num primeiro momento, que sua atividade
seria subsidiária à das Corregedorias internas dos Tribunais. Contudo, ao
retomar o julgamento, o STF alterou o entendimento e consignou que a
atuação do CNJ é originária e concorrente, sendo possível que ações sejam
propostas diretamente no órgão, sem dependência de manifestação das
Corregedorias (AgRg no MS nº 28.918/DF). O CNJ poderá, inclusive, avocar
processos já em curso ou até mesmo obstar o processamento de sindicância
no Tribunal de origem, de acordo com a Teoria dos Poderes Implícitos (MS nº
28.003/DF).De todo modo, a competência originária do CNJ para a apuração
disciplinar, ao contrário da revisional, não se sujeita ao parâmetro temporal
previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88 (AgRg no MS nº 34.685/RR - STF).
f) Elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e
sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do
Poder Judiciário;
g) Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do
Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal
Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da
sessão legislativa.

Você também pode gostar