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CURSO DIREITO
JOSÉ DÉRCIO SOUZA SOARES
MANHUAÇU
2018
José Dércio Souza Soares
MANHUAÇU
2018
Existem dois tipos de intervenção: a federal e a estadual. Na intervenção federal, a
União intervém nos Estados e no Distrito Federal, ou ainda em Municípios localizados em
Territórios federais. Regulado pelos artigos 34 e 36 do capítulo VI da CF. Na
intervenção estadual, os Estados intervêm em seus Municípios, relacionado ao artigo 35 da CF.
As hipóteses de intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal estão
relacionadas no art. 34 da Constituição.
A intervenção federal será espontânea quando o Presidente da República age de ofício.
As hipóteses em que fará isso estão nos incisos I, II, III e V do art. 34.
A intervenção federal também poderá ser provocada por solicitação. É a hipótese do
inciso IV do art. 34. Nesse tipo de intervenção, ocorre uma coação ou impedimento sobre o
poder legislativa ou executivo, impedindo o seu livre exercício na unidade da federação. O
Presidente, no entanto, não está obrigado a proceder com a intervenção, ou seja, ele possui
discricionariedade para decidir conforme a conveniência e oportunidade do ato.
Outro tipo de intervenção federal é a provocada por requisição. Ela pode ocorrer quando
houver coação sofrida pelo poder judiciário ou por desobediência de ordem ou decisão judicial.
No primeiro caso (coação), a intervenção federal dependerá de requisição do Supremo Tribunal
Federal. Na segunda hipótese (desobediência), a requisição poderá ser do STF, do Superior
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral. No caso da intervenção provocada por
requisição, ao contrário da por solicitação, o Presidente da República não tem
discricionariedade, estando vinculado ao pedido. Logo, deve decretar a intervenção federal sob
pena de crime de responsabilidade.
O último tipo de intervenção federal é a provocada dependente de provimento de
representação. Ela ocorrerá na hipótese do art. 34, VII, ou seja, quando houver ofensa aos
princípios constitucionais sensíveis relacionados em suas alíneas.
A decretação e execução da intervenção federal, seja ela espontânea ou provocada, é de
competência privativa do Presidente da República, conforme art. 84, X, da Constituição.
Previamente, deverão ser ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
órgãos consultivos que emitirão perecer sobre o ato, porém sem valor vinculativo.
A intervenção é formalizada pelo decreto presidencial de intervenção, que especificará
sua amplitude, prazo, condições de execução e, quando couber, o interventor nomeado. Em
caso de nomeação de um interventor, as autoridades envolvidas serão afastadas. Quando
cessados os motivos da intervenção, elas voltarão a seus cargos, salvo impedimento legal. É o
que determina o art. 36, §4º.
Conforme art. 36, §§ 1º e 2º, o Congresso Nacional realizará controle político do decreto
de intervenção no prazo de 24 horas. Caso esteja em recesso parlamentar, deverá ser convocada
sessão extraordinária no mesmo prazo.
Quanto à intervenção estadual nos Municípios, as hipóteses estão relacionadas no
art. 35 da Constituição.
A decretação da intervenção estadual é de competência privativa do Governador do
Estado, que o fará por meio de um decreto de intervenção especificando, assim como no decreto
interventivo federal, a amplitude, o prazo, as condições e, quando couber, o interventor. Da
mesma forma, nomeado o interventor, as autoridades envolvidas serão afastadas até que os
motivos da intervenção se cessem, quando retornam aos seus cargos, salvo impedimento legal.
O controle político do ato, é realizado pelo poder legislativo. Dessa forma, o decreto do
Governador é submetido à apreciação da Assembleia Legislativa em 24 horas, que, se em
recesso, será convocada extraordinariamente no mesmo prazo.