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DISCIPLINA: Dir. Constitucional - Organização do Estado e dos Poderes.

PROF.: Odil de Lara Pinto Reissinger AULA: 07

1. Organização do Estado: Federalismo e repartição de competências. (Intervenção


Federal/Estadual).

Referências bibliográficas da aula:


BARCELLOS, Ana Paula de. Curso de direito constitucional. 4. Rio de Janeiro: Forense, 2022. 1 (recurso
online). ISBN 9786559642526.

FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 41. Rio de Janeiro Forense 2020 1
(recurso online) ISBN 9788530991845.

MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. 17. São
Paulo: Saraiva Jur, 2022. 1 (recurso online). (IDP). ISBN 9786553620506.

TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 20. São Paulo: Saraiva Jur, 2022. 1 (recurso
online). ISBN 9786555596915.

ð ESTRUTURA DA DISCIPLINA:
1. Organização do Estado: Federalismo e repartição de competências.
2. Intervenção Federal e Estadual.
3. Poder Legislativo.
4. Processo Legislativo.
5. Poder Executivo.
6. Poder Judiciário.

ð ESTRUTURA NA CONSTITUIÇÃO:
Forma de Estado: Federação (Arts. 1º. e 18)
Título III – Da Organização do Estado (Arts.18 a 43)
Capítulo I - Da Organização Político-Administrativa (Arts.18 e 19)
Capítulo II – Da União (Arts.20 a 24)
Capítulo III – Dos Estados Federados (Arts.25 a 28)
Capítulo IV – Dos Municípios (Arts.29 a 31)
Capítulo V – Do Distrito Federal e dos Territórios (Arts.32 e 33)
Seção I – Do Distrito Federal (Art.32)
Seção II – Dos Territórios (Art. 33)
Título IV - Da Organização dos Poderes (Arts. 44 a 135).

1. ESTADO FEDERAL

2. INTERVENÇÃO FEDERAL E ESTADUAL.


Primeiramente, realizaremos uma síntese do módulo 2 - Intervenção Federal e
Estadual, e, a seguir, detalhamento de tópicos.

ð SÍNTESE: SITUAÇÕES DE INTERVENÇÃO DO ART. 34 NOS ESTADOS E DISTRITO


FEDERAL.
MOTIVOS DA INTERVENÇÃO PROCEDIMENTO
I - MANTENÇA DA INTEGRIDADE INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA
NACIONAL -> ESTADO PRETENDE (PRES. DECRETA-> CN 24h+24H
SEPARAÇÃO FEDERATIVA APROVA/REJEITA (Cessa Intervenção).
II - INVASÃO ESTRANGEIRA/ U.F. SOBRE INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA
OUTRA. (PRES. DECRETA-> CN 24h+24H
APROVA/REJEITA (Cessa Intervenção).
III - GRAVE COMPROMETIMENTO DA INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA
ORDEM PÚBLICA -> (PRES. DECRETA-> CN 24h+24H
EPIDEMIA/VIOLÊNCIA DESCONTROLADA APROVA/REJEITA (Cessa Intervenção).
IV - GARANTIA DE LIVRE EXERCÍCIO DOS 1) INTERVENÇÃO POR SOLICITAÇÃO AO
PODERES -> EXECUTIVO NÃO REPASSA PRESIDENTE -> PODER
OS DUODÉCIMOS AOS DEMAIS PODERES LEGISLATIVO/EXECUTIVO.
2) INTERVENÇÃO POR REQUISIÇÃO AO
STF -> PODER COATO DO JUDICIÁRIO.
V - REORGANIZAÇÃO DAS FINANÇAS: A) INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA
SUSPENSÃO PGTO DÍVIDA POR MAIS DE (PRES. DECRETA-> CN 24h+24H
2 ANOS; B) NÃO REPASSE NO PRAZO AOS APROVA/REJEITA (Cessa Intervenção).
MUNÍPIOS DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
VI - NÃO EXECUÇÃO DE INTERVENÇÃO POR REQUISIÇÃO DO STF,
ORDEM/DECISÃO JUDICIAL STJ, TSE.
VII - NÃO EXECUÇÃO DE LEI FEDERAL INTERVENÇÃO POR
REQUISIÇÃO/JULGAMENTO DO STF, VIA
SOLICITAÇÃO DO PGR E PRES. DECRETA -
> REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA.
VIII - VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS: forma
republicana, sistema representativo e INTERVENÇÃO POR
regime democrático/direitos da pessoa REQUISIÇÃO/JULGAMENTO DO STF, VIA
humana/autonomia municipal/prestação SOLICITAÇÃO DO PGR E PRES. DECRETA-
de contas da administração > REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA.
pública/aplicação da receita mínima no
ensino e saúde.

ART. 34, IV/ART. 36, I OFENSA AO PODER INTERVENÇÃO POR SOLICITAÇÃO


LEGISLATIVO OU EXECUTIVO ESTADUAL REQUISIÇÃO DA ASSEMB. LEG. OU GOV.
PRES. DECRETA-> CN 24h+24H
APROVA/REJEITA (Cessa Intervenção).

2.1. Intervenção Federal (Execução Federal - Alemanha).


Cuida-se de medida política drástica e excepcional visando manter os princípios
constitucionais elencados no art. 34, da CF/88 (numerus clausus), qual seja, o dever
constitucional da União em preservar a integridade política e jurídica da federação.
Inexistindo a possibilidade da secessão no Estado federal, uma vez que estes possuem
somente a autonomia e não a soberania, visa-se a possibilidade da intervenção federal
para afastar a desagregação. Como consequência, a intervenção federal, ocasiona a
suspensão temporária das normas constitucionais asseguradoras da autonomia da
unidade atingida pela medida. Esta excepcionalidade deverá obedecer ao prazo
determinado.
Portanto, devem estar presentes os princípios de temporalidade (prazo determinado),
excepcionalidade (decreta-se a intervenção somente quando esgotados outros meios
ou instrumentos), o caráter político (ato tanto de que decreta quanto de quem
requisita) e a razoabilidade e proporcionalidade (princípio da subsidiariedade;
impossibilidade de aplicação de outros meios.
Ainda, há que se observar que a intervenção federal somente pode recair sobre
Estado-membro, Distrito Federal ou Municípios integrantes de território federal,
conforme os arts. 34 e 35, caput. Conforme o STF, IF 590-QO/CE, DJ de 9-10-1998, rel.
Min. Celso de Mello: “relativamente a esses entes municipais, a única pessoa política
ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro”.

ð CF/88: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:

I - manter a integridade nacional;

ð STF: A Força Nacional de Segurança Pública representa programa de


cooperação federativa, ao qual podem aderir, por atos formais específicos, os
entes Federados. Em juízo de delibação, a norma inscrita no art. 4º do Decreto
nº 5.289/2004, ao autorizar o emprego da Força Nacional de Segurança, em
território de Estado-membro, sem a anuência de seu Governador, por mero ato
de Ministro de Estado, viola a natureza cooperativa do programa e seu suporte
constitucional, conflitando com os art. 34 e 241 da Constituição Federal.
Encontra-se preenchido o requisito do fumus boni iuris. Em razão da intensa
gravidade da quebra do pacto federativo, da possibilidade do uso ilegítimo da
força, e do contexto geral de pandemia do vírus Corona, há indícios bastantes
de risco da demora da decisão final. [ACO 3427 MC-Ref, rel. Edson Fachin, j. 24-
09-2020, P, DJE de 14-12-2020.]

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

ð STF: 1) Ação cautelar incidental. Criação de Municípios em área litigiosa, que é


disputada por Estados-membros. Consulta plebiscitária. Suspensão cautelar.
Referendo do plenário do STF. A ofensa à esfera de autonomia jurídica de
qualquer Estado-membro, por outra unidade regional da Federação, vulnera a
harmonia que necessariamente deve imperar nas relações político-
institucionais entre as pessoas estatais integrantes do pacto federal. A
gravidade desse quadro assume tamanha magnitude que se revela apta a
justificar, até mesmo, a própria decretação de intervenção federal, para o
efeito de preservar a intangibilidade do vínculo federativo e de manter
incólumes a unidade do Estado Federal e a integridade territorial das unidades
federadas. O STF – uma vez evidenciada a plausibilidade jurídica do thema
decidendum – tem proclamado que a iminência da realização do plebiscito,
para efeito de criação de novos Municípios, caracteriza, objetivamente, o
periculum in mora. [Pet 584 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 13-4-1992, P, DJ de
5-6-1992.].

2) O instituto da intervenção federal, consagrado por todas as Constituições


republicanas, representa um elemento fundamental na própria formulação da
doutrina do federalismo, que dele não pode prescindir – inobstante a
excepcionalidade de sua aplicação –, para efeito de preservação da
intangibilidade do vínculo federativo, da unidade do Estado Federal e da
integridade territorial das unidades federadas. A invasão territorial de um
Estado por outro constitui um dos pressupostos de admissibilidade da
intervenção federal. O presidente da República, nesse particular contexto, ao
lançar mão da extraordinária prerrogativa que lhe defere a ordem
constitucional, age mediante estrita avaliação discricionária da situação que se
lhe apresenta, que se submete ao seu exclusivo juízo político, e que se revela,
por isso mesmo, insuscetível de subordinação à vontade do Poder Judiciário, ou
de qualquer outra instituição estatal. Inexistindo, desse modo, direito do
Estado impetrante à decretação, pelo chefe do Poder Executivo da União, de
intervenção federal, não se pode inferir, da abstenção presidencial quanto à
concretização dessa medida, qualquer situação de lesão jurídica passível de
correção pela via do mandado de segurança. [MS 21.041, rel. min. Celso de
Mello, j. 12-6-1991, P, DJ de 13-3-1992.].

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

ð Obs.: as Constituições de 1934 e de 1946 previam a “guerra civil” como causa


de intervenção.
ð Pontes de Miranda: “A perturbação supõe a duração dos distúrbios, ainda que
descontínuos no tempo, desde que o governo estadual não esteja com aptidão
de assegurar, de pronto, a punição normal de todos os atacantes e de garantir
a Constituição e as leis federais, a Constituição estadual e as leis estaduais e
municipais. (...) Não se entra na indagação dos fins ou objetivos da alteração da
ordem” (Comentários à Constituição de 1967, São Paulo: Revista dos Tribunais,
1967, t. 2, p. 210).

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da


Federação;

ð STF: Intervenção federal. Inexistência de atuação dolosa por parte do Estado.


Indeferimento. (...) Decisão agravada que se encontra em consonância com a
orientação desta Corte, no sentido de que o descumprimento voluntário e
intencional de decisão judicial transitada em julgado é pressuposto
indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. [IF 5.050 AgR,
rel. min. Ellen Gracie, j. 6-3-2008, P, DJE de 25-4-2008.]
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos


consecutivos, salvo motivo de força maior;

=> Obs.: A Lei n. 4.320/64 (Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito
financeiro para elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acôrdo com o disposto no art. 5º,
inciso XV, letra b, da Constituição Federal.) refere-se a dívidas fundadas como sendo as
relativas a compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos em
função de desequilíbrio orçamentário ou financeiro de obras e serviços públicos. O
inciso também cuida do caso da não entrega oportuna das receitas tributárias dos
Municípios.

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta


Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

A intervenção para execução de lei federal se refere àquela recusa à aplicação da


lei que gera prejuízo generalizado e em que não cabe solução judiciária para o
problema.

ð STF: 1) A exigência de respeito incondicional às decisões judiciais transitadas


em julgado traduz imposição constitucional, justificada pelo princípio da
separação de poderes e fundada nos postulados que informam, em nosso
sistema jurídico, a própria concepção de Estado Democrático de Direito. O
dever de cumprir as decisões emanadas do Poder Judiciário, notadamente nos
casos em que a condenação judicial tem por destinatário o próprio poder
público, muito mais do que simples incumbência de ordem processual,
representa uma incontornável obrigação institucional a que não se pode
subtrair o aparelho de Estado, sob pena de grave comprometimento dos
princípios consagrados no texto da Constituição da República. A desobediência
a ordem ou a decisão judicial pode gerar, em nosso sistema jurídico,
gravíssimas consequências, quer no plano penal, quer no âmbito político-
administrativo (possibilidade de impeachment), quer, ainda, na esfera
institucional (decretabilidade de intervenção federal nos Estados-membros ou
em Municípios situados em Território Federal, ou de intervenção estadual nos
Municípios). A exigência de respeito incondicional às decisões judiciais
transitadas em julgado traduz imposição constitucional, justificada pelo
princípio da separação de poderes e fundada nos postulados que informam, em
nosso sistema jurídico, a própria concepção de Estado Democrático de Direito.
O dever de cumprir as decisões emanadas do Poder Judiciário, notadamente
nos casos em que a condenação judicial tem por destinatário o próprio poder
público, muito mais do que simples incumbência de ordem processual,
representa uma incontornável obrigação institucional a que não se pode
subtrair o aparelho de Estado, sob pena de grave comprometimento dos
princípios consagrados no texto da Constituição da República. A desobediência
a ordem ou a decisão judicial pode gerar, em nosso sistema jurídico,
gravíssimas consequências, quer no plano penal, quer no âmbito político-
administrativo (possibilidade de impeachment), quer, ainda, na esfera
institucional (decretabilidade de intervenção federal nos Estados-membros ou
em Municípios situados em Território Federal, ou de intervenção estadual nos
Municípios). [IF 590 QO, rel. min. Celso de Mello, j. 17-9-1998, P, DJ de 9-10-
1998.].

2) O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado


configura pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção
federal. A ausência de voluntariedade em não pagar precatórios,
consubstanciada na insuficiência de recursos para satisfazer os créditos contra
a Fazenda estadual no prazo previsto no § 1º do art. 100 da Constituição da
República, não legitima a subtração temporária da autonomia estatal,
mormente quando o ente público, apesar da exaustão do erário, vem sendo
zeloso, na medida do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos
judiciais. [IF 1.917 AgR, rel. min. Maurício Corrêa, j. 17-3-2004, P, DJ de 3-8-
2007.] = IF 4.640 AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 29-3-2012, P, DJE de 25-4-2012.

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000).

2.1.1. Procedimento da Intervenção Federal.


A Intervenção Federal pode ocorrer nas seguintes modalidades:
1) Intervenção espontânea: O Presidente da República age ex officio,
discricionariamente, sem a necessidade de provocação. Aqui cuida-se das hipóteses
elencadas no art. 34, I, II, III e V (manter a integridade nacional; repelir invasão; por
termo a grave comprometimento da ordem pública; ou para reorganizar finanças de
unidade da federação).
Decreto => submetido ao Congresso Nacional no prazo de 24h, para deliberar sobre a
questão (controle Legislativo, análise da constitucionalidade, conveniência e
oportunidade).
Obs.: A) Não há previsão de prazo para a deliberação da questão. Entende-se que a
apreciação é feita pelas Casas separadamente (primeiro a Câmara dos Deputados,
depois o Senado Federal), exigindo-se o quórum de maioria simples para a aprovação
do decreto, haja vista que a Constituição não especificando o quórum, prevalece a
regra do art. 47: “Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada
Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria
absoluta de seus membros”.
B) Congresso aprovando o decreto, prossegue a intervenção. Caso o Congresso rejeite,
os atos restritivos devem cessar imediatamente.
2) Intervenção Solicitada.
Pode ser provocada pela solicitação do Poder Executivo ou Legislativo na hipótese do
artigo 34, IV: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para: IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação.
A iniciativa caberá ao chefe do poder que estiver sofrendo a violência (Legislativo ou
Executivo), no caso, o Presidente da Assembléia Legislativa ou Governador do Estado.
Por tratar-se de ato discricionário, o Presidente poderá ou não decretar a intervenção.
Uma vez decretado, caberá o controle legislativo.
3) Intervenção por requisição.
Neste tipo de intervenção, o Presidente da República é obrigado a decretar a
intervenção, pois cuida-se de ato vinculativo. Neste caso, dependendo do tipo, causa,
hipótese de intervenção, pode ou não ocorrer o controle legislativo. Casos de
requisição:
a) requisição do STF a pedido do TJ: art. 34, IV: Art. 34. A União não intervirá nos
Estados nem no Distrito Federal, exceto para: IV - garantir o livre exercício de qualquer
dos Poderes nas unidades da Federação.
=> Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo
coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for
exercida contra o Poder Judiciário;
Obs.: O STF não requisitará a intervenção de ofício, ao Presidente da República.
Julgará o pedido, a provocação do Poder Judiciário, analisando a conveniência, a
necessidade ou não da intervenção. Se requisitado, o Presidente será obrigado a
decretar a intervenção. Deverá, aqui, haver o controle legislativo.
b) requisição do TSE, do STJ ou do STF.
Cuida-se da hipótese do artigo 34, VI: A União não intervirá nos Estados nem no
Distrito Federal, exceto para: VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
judicial. Visa, portanto, a garantia do cumprimento das decisões judiciais.
ð Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
Superior Eleitoral;

Se -> descumprimento de decisão judicial eleitoral => Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Se -> descumprimento de decisão judicial do STJ => Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Se -> descumprimento de decisão de qualquer outro órgão jurisdicional, seja da Justiça
Militar, Trabalhista, Estadual ou Federal comum => Supremo Tribunal Federal (STF).
Obs.: o Presidente é obrigado a decretar a intervenção federal, e não há que se falar
em controle legislativo.
c) requisição do STF, a pedido do PGR.
Este decreto visa garantir o cumprimento das decisões judiciais, conforme o artigo 34,
VI, ou quando violação aos denominados “princípios sensíveis” (Pontes de Miranda),
constantes do art. 34, VII.
ð CF/88: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para: VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial.
ð CF/88: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d)
prestação de contas da administração pública, direta e indireta; e) aplicação do
mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000).
ð CF/88: Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação
pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á
a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.

ð STF: 1) Representação do PGR. Distrito Federal. Alegação da existência de largo


esquema de corrupção. Envolvimento do ex-governador, deputados distritais e
suplentes. Comprometimento das funções governamentais no âmbito dos
Poderes Executivo e Legislativo. Fatos graves objeto de inquérito em curso no
STJ. Ofensa aos princípios inscritos no art. 34, VII, a, da CF. (...) Enquanto
medida extrema e excepcional, tendente a repor estado de coisas
desestruturado por atos atentatórios à ordem definida por princípios
constitucionais de extrema relevância, não se decreta intervenção federal
quando tal ordem já tenha sido restabelecida por providências eficazes das
autoridades competentes. [IF 5.179, rel. min. Cezar Peluso, j. 30-6-2010, P, DJE
de 8-10-2010.].
2) Representação do PGR pleiteando intervenção federal no Estado de Mato
Grosso, para assegurar a observância dos "direitos da pessoa humana", em face
de fato criminoso praticado com extrema crueldade a indicar a inexistência de
"condição mínima", no Estado, "para assegurar o respeito ao primordial direito
da pessoa humana, que é o direito à vida". (...) Representação que merece
conhecida, por seu fundamento: alegação de inobservância pelo Estado-
membro do princípio constitucional sensível previsto no art. 34, VII, b, da
Constituição de 1988, quanto aos "direitos da pessoa humana". (...) Hipótese
em que estão em causa "direitos da pessoa humana", em sua compreensão
mais ampla, revelando-se impotentes as autoridades policiais locais para
manter a segurança de três presos que acabaram subtraídos de sua proteção,
por populares revoltados pelo crime que lhes era imputado, sendo mortos com
requintes de crueldade. Intervenção federal e restrição à autonomia do Estado-
membro. Princípio federativo. Excepcionalidade da medida interventiva. No
caso concreto, o Estado de Mato Grosso, segundo as informações, está
procedendo à apuração do crime. Instaurou-se, de imediato, inquérito policial,
cujos autos foram encaminhados à autoridade judiciária estadual competente
que os devolveu, a pedido do delegado de Polícia, para o prosseguimento das
diligências e averiguações. Embora a extrema gravidade dos fatos e o repúdio
que sempre merecem atos de violência e crueldade, não se trata, porém, de
situação concreta que, por si só, possa configurar causa bastante a decretar-se
intervenção federal no Estado, tendo em conta, também, as providências já
adotadas pelas autoridades locais para a apuração do ilícito. Hipótese em que
não é, por igual, de determinar-se intervenha a Polícia Federal, na apuração dos
fatos, em substituição à Polícia Civil de Mato Grosso. Autonomia do Estado-
membro na organização dos serviços de Justiça e segurança, de sua
competência (Constituição, arts. 25, § 1º; 125 e 144, § 4º). [IF 114, rel. min.
Néri da Silveira, j. 13-3-1991, P, DJ de 27-9-1996.].

Para ser decretada a intervenção, deve, antes, ser precedida de uma ação judicial. No
caso, O Procurador-Geral da República (PGR - MF/Federal) realiza a representação
interventiva, também denominada de ADI interventiva. Esta intervenção, conforme a
Lei no. 12.562, de 2011, art. 2º, e CF, art. 36, III, é de competência exclusiva do PGR.
Senão vejamos:
ð Lei no. 12.562/2011: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da
representação interventiva prevista no inciso III do art. 36 da Constituição
Federal.
Art. 2º A representação será proposta pelo Procurador-Geral da República, em
caso de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da Constituição
Federal, ou de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução de lei federal.
ð CF/88: Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa
à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004) .

ð Conteúdo da Petição Inicial (representação do PGR):


Lei no. 12.562/2011: Art. 3º A petição inicial deverá conter:
I - a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for o caso de
recusa à aplicação de lei federal, das disposições questionadas;
II - a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão
questionados;
III - a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei
federal;
IV - o pedido, com suas especificações.
Obs.: O pedido pode ser a requisição ao Presidente da República de decretação de
intervenção federal, com a respectiva nomeação de interventor, ou, quando isso
bastar, apenas a suspensão do ato impugnado.
Parágrafo único. A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter,
se for o caso, cópia do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar
a impugnação.
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, quando não for o
caso de representação interventiva, faltar algum dos requisitos estabelecidos nesta Lei
ou for inepta.
Parágrafo único. Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no
prazo de 5 (cinco) dias.
=> STF Pode Deferir Medida Liminar por Maioria Absoluta:
Lei no. 12.562/2011: Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na
representação interventiva.
§ 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato
questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da
República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
§ 2º A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de
processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra
medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva.
Art. 6º Apreciado o pedido de liminar ou, logo após recebida a petição inicial, se não
houver pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades
responsáveis pela prática do ato questionado, que as prestarão em até 10 (dez) dias.
§ 1º Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos,
sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que
deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá causa ao
pedido, utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do regimento interno.
Art. 7º Se entender necessário, poderá o relator requisitar informações adicionais,
designar perito ou comissão de peritos para que elabore laudo sobre a questão ou,
ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e
autoridade na matéria.
Parágrafo único. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, a manifestação e a
juntada de documentos por parte de interessados no processo.
Art. 8º Vencidos os prazos previstos no art. 6º ou, se for o caso, realizadas as
diligências de que trata o art. 7º, o relator lançará o relatório, com cópia para todos os
Ministros, e pedirá dia para julgamento.
=> Sessão sobre a decisão interventiva deve ter quórum qualificado:
Lei no. 12.562/2011: Art. 9º A decisão sobre a representação interventiva somente
será tomada se presentes na sessão pelo menos 8 (oito) Ministros.
Art. 10. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do
pedido formulado na representação interventiva se num ou noutro sentido se tiverem
manifestado pelo menos 6 (seis) Ministros.
Parágrafo único. Estando ausentes Ministros em número que possa influir na decisão
sobre a representação interventiva, o julgamento será suspenso, a fim de se aguardar
o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para
a prolação da decisão.
Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos
responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final for pela
procedência do pedido formulado na representação interventiva, o Presidente do
Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do
Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar
cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do trânsito em
julgado da decisão, a parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da
Justiça e do Diário Oficial da União.
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação
interventiva é irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação por ação rescisória.

2.1.2. Intervenção Estadual.


Na intervenção Estadual nos Municípios adota a simetria utilizada da intervenção nos
Estados. Portanto, o Governador é quem decreta a intervenção estadual. Nas
hipóteses de necessidade de controle legislativo, este, será pela Assembléia Legislativa
do respectivo Estado.
Desta forma, caberá ao Tribunal de Justiça (TJ) julgar a representação interventiva do
Estado nossa casos de desrespeito a lei, descumprimento de decisão judicial,
descumprimento de princípios sensíveis. Há que se observar que a iniciativa da
representação é exclusiva do Procurador Geral de Justiça (PGJ - MP/Estadual).
Há que se enfatizar que a decisão do Tribunal de Justiça (TJ) da representação
interventiva, considerada uma decisão política e não jurisdicional, não comporta
qualquer tipo de recurso, tampouco o recurso extraordinário ao Supremo Tribunal
Federal, conforme destaca a Súmula 637: “Não cabe recurso extraordinário contra
acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em
município”.
ð STF: Intervenção estadual de município e deferimento por tribunal de justiça:
impossibilidade de revisão via recurso extraordinário

A jurisprudência sedimentada do Supremo é pacífica em torno do não


cabimento de recurso extraordinário contra acórdão que implica o deferimento
de pedido de intervenção estadual em Município. O Plenário aprovou
o Verbete 637 da Súmula, com a seguinte redação: "Não cabe recurso
extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de
intervenção estadual em Município".
[AI 548.055 AgR, rel. min. Marco Aurélio, 1ª T, j. 26-6-2012, DJE 159 de 14-8-
2012.].

Como afirmado na decisão agravada, o jurisprudência do Supremo Tribunal


Federal firmou-se no sentido de que não cabe recurso extraordinário contra
julgado de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual de
Município, por ter a intervenção natureza político-administrativa e não
jurisdicional. Incide na espécie a Súmula 637 do Supremo Tribunal Federal.
[AI 631.534 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, 1ª T, j. 27-10-2009, DJE 68 de 20-11-
2009.].

1. O deferimento de pedido de intervenção estadual nos Municípios por


Tribunal de Justiça possui natureza político-administrativa, o que não enseja
apreciação em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 637 do STF.
[AI 629.867 AgR, rel. min. Ayres Britto, 1ª T, j. 9-6-2009, DJE 152 de 14-8-2009.]

A representação sendo julgada improcedente, é arquivada a ação. E, caso seja


procedente, o Tribunal de Justiça (TJ) requisita ao Governador a decretação
interventiva.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a
dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção
e desenvolvimento do ensino;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se
a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à
execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
IV - de provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação do
Procurador-Geral da República, no caso de recusa à execução de lei
federal. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será
submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do
Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia
Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e
quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus
cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
STF: 1) Constituição do Estado do Maranhão. (...). Decretação da intervenção
do Estado em Município, proposta pelo tribunal de contas (...). A tomada de
contas do prefeito municipal, objeto principal do controle externo, é exercido
pela câmara municipal com o auxílio do tribunal de contas, órgão a que cumpre
emitir parecer prévio, no qual serão apontadas eventuais irregularidades
encontradas e indicadas as providências de ordem corretiva consideradas
aplicáveis ao caso pela referida casa legislativa, entre as quais a intervenção.
Tratando-se, nessa última hipótese, de medida que implica séria interferência
na autonomia municipal e grave restrição ao exercício do mandato do prefeito,
não pode ser aplicada sem rigorosa observância do princípio do due process of
law, razão pela qual o parecer opinativo do tribunal de contas será precedido
de interpelação do prefeito, cabendo à câmara de vereadores apreciá-lo e, se
for o caso, representar ao governador do Estado pela efetivação da medida
interventiva. [ADI 614 MC, rel. min. Ilmar Galvão, j. 14-10-1992, P, DJ de 18-5-
2001.]
2) Os Municípios situados no âmbito dos Estados-membros não se expõem à
possibilidade constitucional de sofrerem intervenção decretada pela União
Federal, eis que, relativamente a esses entes municipais, a única pessoa política
ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro. (...) Por isso mesmo,
no sistema constitucional brasileiro, falece legitimidade ativa à União Federal
para intervir em quaisquer Municípios, ressalvados, unicamente, os Municípios
"localizados em Território Federal..." (CF, art. 35, caput). [IF 590 QO, rel. min.
Celso de Mello, j. 17-9-1998, P, DJ de 9-10-1998.]
3) Intervenção federal, por suposto descumprimento de decisão de tribunal de
justiça. Não se pode ter, como invasiva da competência do Supremo Tribunal, a
decisão de corte estadual, que, no exercício de sua exclusiva atribuição,
indefere o encaminhamento do pedido de intervenção. [Rcl 464, rel. min.
Octavio Gallotti, j. 14-12-1994, P, DJ de 24-2-1995.].

ð OAB: Em alguns exames da Ordem, tenta-se levar ao equívoco de que a


representação interventiva do Estado tem, por iniciativa, o chefe da advocacia
pública estadual, ou seja, o Procurador-Geral do Estado. Atenção, pois em
todos os casos, a iniciativa da representação interventiva será sempre do Chefe
do Ministério Público. Se Federal, é o Procurador-Geral da República (PGR), nos
casos de representação ao STF para intervenção nos Estados ou Distrito Federal
(DF). Se Estadual, é o Procurador-Geral de Justiça (PGJ), nos casos de
representação feita ao TJ para a intervenção nos Municípios.

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