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Ficha de Análise – Caso HC 84.

412 – Penal I
Aluno: Daniel Barbosa da Costa Vicente da Silva

Matrícula: 2017.2.361.055

1. Identificação Decisão prolatada pelo Supremo Tribunal federal em Segunda


do caso Turma;

Relator: Sr. Ministro Celso de Mello;

A decisão foi unânime;

Votos Majoritários: Sr. Ministro Celso de Mello, Ministro


Carlos Velloso, Ministra Ellen Gracie, Ministro Gilmar Mendes
e Ministro Joaquim Barbosa;

Resultado da Votação: 5 x 0

A data do julgamento: 19/10/2004.


2. Relato da Um jovem de 19 anos, desempregado, foi condenado nas
situação Instâncias inferiores por furto de uma fita de videogame cujo
processual valor era R$25,00 e no STJ teve o HC denegado.

O entendimento deste levou em consideração a distinção entre o


valor ínfimo (ao qual se aplicaria o princípio da insignificância)
e o de pequeno valor, sendo este o caso e se enquadrando de fato
no art. 155, portanto mantendo a condenação.

O Recorrente impetrou recurso do HC junto ao STF.


3. Pretensão das Recorrente: Luiz Manoel Gomes Junior
partes Paciente: Bill Cleiton Cristóvão;

Coator: Superior Tribunal de justiça

Dada a situação financeira do réu, o valor do bem e a lesividade


da ação, o REQUERENTE requer o provimento do habeas
corpus invocando aqui o princípio da bagatela, visando a
descaracterização material da tipicidade penal. Faz menção
também ao princípio da insignificância, segundo o qual o direito
penal, traduz que para haver crime deve haver uma relevante
lesão ao bem jurídico tutelado. O que não se aplicaria nesse
caso, tendo sido uma ofensa mínima e que a testemunha teria
inclusive tentado tirar a queixa, mas não pode impedir o
processo ante a indisponibilidade da ação penal.

O MPF, em parecer da lavra ilustre Subprocuradora-Geral da


República, opinou pela denegação da ordem de Habeas Corpus,
por entender inaplicável, à espécie, o princípio da insignificância
4. Classificação Está em debate a aplicação do art. 155 do Código Penal atual.
das normas
5. Questões O voto do Ministro Relator inicia pela análise do valor do bem
jurídicas em subtraído, ressaltando o Princípio da Insignificância e que estes
discussão devem ser analisados em conjunto com os postulados da
Fragmentariedade e da Intervenção Mínima do Estado em
matéria penal.

Considera-se que a questão a ser julgada pelo direito penal deve


ser “muito grave” para que se justifique a restrição da liberdade
e outros direitos do indivíduo. Diante da questão apresentada,
realiza-se um estudo jurisprudencial de casos onde ocorreram o
que foi chamada de “ínfima afetação”, ou seja, a conduta não
representou potencial de periculosidade a ser considerada para a
manutenção do processo, após comparação entre os mesmos.

O ministro ainda faz um adendo acerca da questão de


entorpecentes, já prevendo o impacto da decisão que formula.
Quanto a isso entende que a quantidade da substância ilícita, por
menor que seja, “não afeta nem exclui” o comportamento
transgressor, sendo aqui inaplicável o princípio da
insignificância.
6. Decisão do O tribunal deferiu o pedido de Recurso do habeas corpus por
tribunal e sua unanimidade. Após a apreciação do caso, com apoio na
motivação jurisprudência e doutrina de modo a definir se cabia ou não o
Princípio da Insignificância que foi analisado em conjunto o
Princípio da Fragmentariedade e da Intervenção Mínima.
Levaram em consideração que o furto, de valor inferior a 10%
do salário mínimo à época do julgamento e outros aspectos, tais
como, a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma
periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão
jurídica provocada.

Diante de tudo que foi escrito, por unanimidade, extinguiu-se a


ação penal e invalidou-se a condenação em definitivo.

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